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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

AMAZONAS – IFAM

CURSO TECNOLOGIA EM MECATRÔNICA

ALESSANDRO CABRAL DA SILVA

GABRIEL SOUZA

JANDER COUTO DA SILVA

JEAN DA SILVA FEITOSA

CONTRIBUIÇÕES CULTURAIS AFRO-BRASILEIRAS

MANAUS - AM

2018
ALESSANDRO CABRAL DA SILVA

GABRIEL SOUZA

JANDER COUTO DA SILVA

JEAN DA SILVA FEITOSA

CONTRIBUIÇÕES CULTURAIS AFRO-BRASILEIRAS

Trabalho apresentado ao Instituto


Federal do Amazonas -IFAM, como
requisito para obtenção de nota na
disciplina de Introdução à Pesquisa
Científica ministrada pelo Profº. Dr.
Msc, Gilbert Martins.

MANAUS - AM

2018
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RESUMO
Este trabalho vem abordar as contribuições culturais afro-brasileiras, por
meio de revisão bibliográfica, utilizando site de buscas na internet e fazendo a síntese
do assunto abordado em vários sites. Verifica-se que durante os três séculos de
escravidão dos negros no Brasil, os escravos aqui chegaram com uma diversidade
cultural, pois pertenciam a diversas etnias da África e aqui houve um intercâmbio
cultural entre os africanos, os indígenas e os europeus o que contribuiu para a formação
da cultura afro-brasileira, ao que cabe destacar aqui a contribuição africana na religião,
arte, linguagem, culinária, música e dança.

Palavras-chave: Afro-brasileiras; Brasil; Escravidão; Escravos; África;


Europeus; Indígenas.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................3
2. OBJETIVO.................................................................................................................3
3. CONTRIBUIÇÕES CULTURAIS AFRO-BRASILEIRAS......................................4
4. RELIGIÃO.................................................................................................................4
5. ARTE..........................................................................................................................6
6. LINGUAGEM............................................................................................................8
7. CULINÁRIA..............................................................................................................9
8. MÚSICA e DANÇA................................................................................................11
9. CONCLUSÃO..........................................................................................................12
10. REFERÊNCIAS.......................................................................................................13
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1. INTRODUÇÃO
O trabalho a seguir relata a contribuição dos negros na construção da
sociedade brasileira é evidente. É possível notar sua influência desde simples
superstições até o modo de viver do brasileiro. O cantar, o dançar, o sentir, o produzir e
até mesmo o refletir foram características legadas por meio dos negros. Essa grande
influência teve início a partir do tráfico negreiro, em que milhões de africanos foram
forçados a sair de seu continente de origem para exercer trabalho escravo no Brasil.

O povo africano foi considerado mercadoria no Brasil a partir do final do


século XVI, quando os colonizadores portugueses começaram a substituir a mão-de-
obra indígena pela negra. E partir desse momento, o negro se tornou importante no
cenário brasileiro. Ele foi introduzido em todas as áreas de trabalho, como a do
artesanato, a agrícola e a doméstica.

É necessário deixar bem esclarecido que o negro não veio sem cultura do
seu local de origem. Ao entrar no Brasil ele viu uma realidade totalmente diferente da
que vivia, visto que para o colonizador europeu eles eram considerados somente como
mão-de-obra, mas o negro no continente africano vivia em tribos, lá ele era príncipe. A
heterogeneidade cultural das etnias africanas era imensa, ou seja, lá se tinha uma prática
cultural diferenciada, dependendo da região à qual pertencia.

2. OBJETIVO
O propósito deste trabalho, é levar as pessoas a conhecerem um pouco mais
sobre a influência do povo africano em nosso país, mostrar o quanto essa povo
contribuiu para formação da cultura brasileira tanto na composição física da
população quanto na conformação do que viria a ser cultura, isso inclui
várias dimensões, como a culinária, língua, música, religião, valores sociais, arte e
dança.
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3. CONTRIBUIÇÕES CULTURAIS AFRO-BRASILEIRAS


As contribuições culturais afro-brasileiras foram importantes, “mesmo os
negros tendo sidos obrigados a se aculturarem assim que chegaram ao novo continente.
Não são poucas as contribuições da cultura africana que se disseminou no território
brasileiro, das quais podemos citar algumas manifestações culturais.” (LEME, 2013, p.
32).
LEME (2013, p. 32) afirma ainda que: “Ao trabalhar as contribuições
culturais africanas para a formação da cultura brasileira, é preciso analisar a cultura
europeia e a cultura africana que foram trazidas para a Colônia Portuguesa na América e
que aqui encontraram a cultura indígena.” Nascendo dessa miscigenação cultural a
cultura afro-brasileira. A seguir serão abordadas as contribuições culturais nos tópicos:
Religião, Arte, Linguagem, Culinária e Música e Dança.

4. RELIGIÃO

As religiões chamadas afro-brasileiras surgiram durante o processo de


colonização do Brasil, com a chegada dos escravos africanos. Os cultos afro-brasileiros
vêm da prática religiosa das tribos africanas. No período do tráfico negreiro para o
Brasil, na África havia muitas religiões diferentes, cada uma com a sua forma peculiar
de chamar o nome de Deus, promover seus cultos, estruturar sua organização, celebrar
seus rituais, contar sua história e expressar as suas concepções através dos símbolos.
Antes de vir para cá, cada um dos povos africanos seguia a religião de sua família, clã
ou grupo. Quando os escravos chegaram em terras brasileiras, foram separados de seus
parentes e pessoas próximas, foram reprimidos e não podiam realizar seus rituais.

No período colonial, a religião negra era vista como arte do diabo, no Brasil
Império, como desordem pública e atentado contra a civilização. Assim, autoridades
coloniais, imperiais e provinciais, senhores de engenho, padres e policiais se dividiram
entre tolerar e reprimir a prática desses cultos religiosos.
Os negros trazidos como escravos eram normalmente batizados e obrigados
a seguir o catolicismo, mas a conversão era apenas superficial pois, eles passaram a se
reunir com pessoas de outras etnias para realizarem os cultos secretamente, e tentavam
sempre realizá-los em dias santos ou em algum dia de festejos católicos, e assim, as
religiões de origem africana conseguiram permanecer ativas com a prática secreta ou o
sincretismo com o catolicismo.
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Na época do trabalho escravo, para que a adoração aos deuses africanos não
cessasse, os negros usavam os santos da igreja católica, como forma de despistar a mão
de ferro portuguesa (associação de santos com orixás), uma vez que a conversão era
apenas aparente. Para que todos pudessem participar, essas reuniões eram uma mistura
de cada religião, com rituais e cultura unidos e partilhados. O negro buscou, através de
formas simbólicas, alternativas que camuflassem seus deuses a fim de preservá-los da
imposição da igreja católica. O sincretismo foi uma forma de defesa do negro e não a
incorporação da religião negra à religião predominante.
Assim, nasceram, do sincretismo, batuque, xambá, macumba e umbanda,
enquanto se preservaram algumas variações africanas do quimbanda, cabula e o
candomblé. Por isso, se vê a mistura do candomblé com o catolicismo. Alguns povos
bantos, adeptos do candomblé, foram seus introdutores no país. A crença nasceu na
Bahia e tem sido sinônimo de tradições religiosas afro-brasileiras em geral. Alguns
santos católicos têm o seu equivalente na umbanda como Nossa Senhora Aparecida, por
exemplo, é Oxum.
Algumas religiões afro-brasileiras ainda mantêm quase que totalmente suas
raízes africanas, como é o caso das casas tradicionais de candomblé e do xangô do
nordeste, outras formaram-se através do sincretismo religioso, como o batuque, o xambá
e a umbanda, que surgiu após a abolição da escravatura no Brasil, no início do século
20, no Rio de Janeiro, mais precisamente em Niterói, sendo a umbanda o primeiro culto
afro-brasileiro, que também tem origens no candomblé e une práticas de várias
religiões, inclusive a católica.
O culto da umbanda sofreu perseguições e chegou até a ser proibido. O
cenário mudou após a Proclamação da República, com a separação da Igreja e do
Estado. Não havia mais razão da polícia perseguir uma religião, somado ao fato do
movimento modernista valorizar a cultura popular, o que resultou em a religião não ser
mais discriminada e conseguir aderir adeptos.
Em maior ou menor grau, as religiões afro-brasileiras mostram influências
do Catolicismo e da encantaria europeia, assim como da pajelança ameríndia. O
sincretismo manifesta-se igualmente na tradição do batismo dos filhos e o casamento na
Igreja Católica, mesmo quando os fiéis seguem abertamente uma religião afro-
brasileira.
Já no Brasil colonial os negros e mulatos, escravos ou forros, muitas vezes
associavam-se em irmandades religiosas católicas. A Irmandade da Boa Morte e a
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Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foram das mais
importantes, servindo também como ligação entre o catolicismo e as religiões afro-
brasileiras. A própria prática do catolicismo tradicional sofreu influência africana no
culto de santos de origem africana.
Atualmente, existem poucas casas de candomblé puro no Brasil,
concentradas principalmente na Bahia. Por outro lado, o candomblé de caboclo e a
cabula, outra variante do candomblé, tornaram-se as raízes remotas da umbanda, o mais
difundido culto afro-brasileiro, no Rio de Janeiro.
Em diferentes momentos da história, aos poucos, as religiões afro-brasileiras
foram se formando nas mais diversas regiões e estados. É justamente por isso que elas
adotam diferentes formas e rituais, diferentes versões de cultos. A fé nos orixás se
misturou à fé nos santos católicos e o resultado disso tudo é o jeito brasileiro de praticar
a religião.

5. ARTE

A arte africana envolve um espectro diferenciado, desde representações em


pinturas, esculturas e objetos ornamentais de uso permanente e cotidiano para
comemorar os ancestrais, cultuar as forças naturais, invocar forças vitais, propiciar boas
colheitas, até objetos em geral que acompanham os ritos, as danças e as cerimônias
religiosas em sua ampla gama de singularidade.

Os povos africanos utilizavam vários tipos elementos naturais para fazer


seus objetos de arte, como as máscaras entalhadas em madeira, ornamentos em bronze e
em ouro e esculturas de madeira ou marfim. A sua arte era voltada, principalmente, ao
seu cotidiano e a religião. Em sua arte – pinturas e esculturas – se pode identificar cenas
de tradições, mitos, animais da floresta e outros.
Vinda para o Brasil com os escravos, muitos elementos da arte africana
foram mesclados a elementos de outras artes, como a indígena e a própria arte
portuguesa, transformando-se no que conhecemos hoje como arte afro-brasileira.
Em questão de valorização, a arte afro-brasileira só passou a ganhar o status
de "expressão da brasilidade" a partir do movimento modernista, nos anos 20. Entre os
artistas negros da época que se destacaram, estão Heitor dos Prazeres, pintor,
compositor, sambista e um dos fundadores das escolas de samba Mangueira e Portela, e
Mestre Didi, Alapini (sumo sacerdote) do Culto aos Egungun e Assògbá (supremo
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sacerdote) do culto de Obaluaiyê e Orixás da terra, autor do conhecido livro "Contos


Negros da Bahia" e criador de várias esculturas criadas com produtos naturais com
trabalho voltado inteiramente para a mitologia e arte yorubana.

Na pintura foram muitos os pintores e desenhistas que se dedicaram a


mostrar a beleza do candomblé, umbanda e batuque em suas telas. Um exemplo é o
escultor e pintor argentino Carybé que dedicou boa parte de sua vida no Brasil
esculpindo e pintando os orixás e festas nos mínimos detalhes, suas esculturas podem
ser vistas no Museu Afro-Brasileiro e tem alguns livros publicados do seu trabalho.
Na fotografia o francês Pierre Fatumbi Verger, que em 1946 conheceu a
Bahia e ficou até o último dia de vida, retratou em preto e branco o povo brasileiro e
todas as nuances do Candomblé, não satisfeito só em fotografar passou a fazer parte da
religião, tanto no Brasil como na África onde foi iniciado como babalawo, ainda em
vida iniciou a Fundação Pierre Verger em Salvador, onde se encontra todo seu acervo
fotográfico.
A capoeira é uma das expressões mais marcantes e de maior identificação
com a cultura africana. É uma mistura de dança, música e artes marciais, foi criada
pelos escravos como uma estratégia de defesa, trazida pelos negros de Angola,
inicialmente, não era praticada como luta, mas como dança religiosa. Mas, no século
XVI, para resistir às expedições que pretendiam exterminar Palmares, os escravos
foragidos aplicavam os movimentos da capoeira como recurso de ataque e defesa.
Como os treinamentos de combate eram proibidos, os escravos que conseguiam fugir,
mas que eram recapturados ensinavam aos demais os movimentos. Embalados pelo som
do berimbau, eles enganavam os capatazes, que achavam que estavam apenas dançando.
Assim, eles treinavam nos engenhos sem levantar suspeitas. Em 1928, um livro
estabeleceu as regras para o jogo desportivo de capoeira e ilustrou seus principais
golpes e contragolpes. O capoeirista era considerado um marginal, um delinquente. O
Decreto-lei 487, de 1890, acabou temporariamente com a capoeira, mas os negros
resistiram até a sua legalização. A capoeira só deixou de ser proibida no Brasil apenas
na década de 1930. A capoeira seria alçada a autêntico esporte nacional, para o que
muito contribuiu a atuação do baiano Mestre Bimba, criador da chamada capoeira
regional. Bimba abrigaria a capoeira em "academias", que aos poucos passaram a ser
frequentadas pelos filhos da classe média baiana, inclusive muitos estudantes
universitários. Em 1953, o mestre Bimba apresentou a arte ao então presidente Getúlio
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Vargas, que a chamou de “único esporte verdadeiramente nacional”. Em 15 de julho de


2008 a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro e registrada como
Bem Cultural de Natureza Imaterial e declarada Patrimônio Cultural Imaterial da
Humanidade em 2014, uma grande conquista para a cultura, como valorização máxima
das raízes africanas.

Além da capoeira, que já é comum em várias partes do Brasil, mas


enfaticamente no estado da Bahia. Os negros trouxeram estilos diferentes no quesito de
moda e estilo. Sempre baseado nas culturas dos ancestrais, aderem penteados
interessantes, como os dreadlocks, da cultura rastafári; o cabelo black power; os
trançados; com balangandãs, dentre outros.
A literatura popular de origem africana é riquíssima. Ela contém uma vasta
série de contos e lendas, que hoje integram o folclore brasileiro: contos totêmicos, ou
seja, conjuntos de animais, como: tartaruga, lebre, sapo, antílope, elefante, crocodilo
etc.
Contos de assombrações e entidades sobrenaturais, como a lenda do
quibungo, que significa lobo. É uma espécie de entidade sobrenatural, meio homem,
meio animal, que possui um enorme buraco no meio das costas, na qual atira meninos
que persegue para comer.
A cultura material de origem africana também é vastíssima, abarcando
artesanatos e técnicas, tais como: o alaká africano, conhecido como pano da costa no
Brasil, produzido por tecelãs do terreiro de candomblé ilê axé opô afonjá em Salvador,
no espaço chamado de casa do alaká, a fabricação de instrumentos musicais, a
fabricação de utensílios de cozinha e a indumentária, entre outros.

6. LINGUAGEM
Por quase trezentos anos, o Brasil recebeu milhares e milhares de africanos,
aqui trazidos como escravos para o trabalho rural ou na mineração. As línguas africanas
exerceram tanta influência no modo de falar do povo brasileiro que a nossa língua já é
considerada diferente do Português de Portugal. Na Bahia, são usadas cerca de 5 mil
palavras de origem africana. A maior parte das palavras que enriqueceram o vocabulário
brasileiro vêm do quimbundo, língua do povo banto. Na época da escravidão, o
quimbundo era a língua mais falada nas regiões Norte e Sul do país.
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Os africanos, na ausência de uma unidade linguística, já que provinham de


diferentes povos, foram praticamente obrigados a criar uma em comum para que
pudessem se entender. A influência africana no português do Brasil, que em alguns
casos chegou também à Europa, veio de praticamente toda a África, mas deles
destacam-se dois grandes grupos: o guineano-sudanês e o banto. Esses povos falavam
muitas línguas, das quais quatro exerceram razoável influência na nossa. Do primeiro
grupo, podemos mencionar o iorubá ou nagô (Nigéria) e notada principalmente no
vocabulário relacionado à culinária e à religião e o eue ou jeje (Benim). Do segundo, o
quimbundo (Angola), em palavras como caçula, cafuné, moleque, maxixe e samba,
entre centenas de outros vocábulos, e o quicongo. (Congo). Uma série extensa de
palavras oriundas dessas línguas incorporaram-se ao nosso léxico, especialmente as
relativas a:

Divindades, conceitos e práticas religiosas, ainda hoje utilizadas na


umbanda, quimbanda e candomblé - oxalá, ogum, iemanjá, xangô, pombajira,
macumba, axé, mandinga;

Comidas e bebidas (muitas delas se popularizaram na nossa culinária,


notadamente na baiana) - quitute, vatapá, acarajé, caruru, mungunzá, farofa, quindim,
canjica e possivelmente cachaça;

Roupas, danças e instrumentos musicais - tanga, miçanga, caxambu, jongo,


lundu, maxixe, samba, marimba, macumba (antigo instrumento de percussão),
berimbau;

Animais, plantas e frutos - camundongo, caxinguelê, mangangá,


marimbondo, dendê, jiló, quiabo;

Deformidades, doenças, partes do corpo - capenga, calombo, caxumba,


banguela, bunda.

7. CULINÁRIA
Os africanos foram forçados a reinventar sua culinária, trouxeram gosto por
novos temperos e habilidade de improvisar receitas, misturando ingredientes europeus e
indígenas. A escravidão deixou marcas indeléveis, em sua grande maioria negativas, na
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trajetória socioeconômica do Brasil. No que diz respeito ao legado cultural, porém, uma
das heranças mais importantes da inserção dos negros na sociedade está na gastronomia.
A influência africana na dieta do brasileiro possui dois aspectos. O primeiro
diz respeito ao modo de preparar e temperar os alimentos. O segundo, à introdução de
ingredientes na culinária brasileira. Nos engenhos de açúcar, para onde foram levadas,
as cozinhas eram entregues às negras. Responsáveis pela alimentação dos senhores
brancos e com a necessidade de suprir sua própria demanda, os negros passaram a
adaptar seus hábitos culinários aos ingredientes da colônia.
Eles tiveram a capacidade de mesclar coisas da cozinha indígena com a
europeia e transformar em comida brasileira, pois saíram de suas terras para um local
diferente, sem trazer nada consigo. Na falta do inhame, usaram a mandioca; carentes
das pimentas africanas usaram e abusaram do azeite-de-dendê, extraído de uma
palmeira africana trazida ao Brasil em tempos coloniais. Adeptos da caça incorporaram
à sua dieta os animais a que tinham acesso: tatus, lagartos, cutias, capivaras, preás e
caranguejos, preparados nas senzalas.
O modo africano de cozinhar e temperar incorporou elementos culinários e
pratos típicos portugueses e indígenas, transformando as receitas originais e dando
forma à cozinha brasileira. Da dieta indígena, a culinária afro-brasileira incorporou,
além da essencial mandioca, frutas e ervas. O prato afro-indígena brasileiro mais
famoso é o caruru.
A vinda dos africanos não significou somente a inclusão de formas de
preparo e ingredientes na dieta colonial, representou também a transformação da sua
própria culinária. A contribuição africana na culinária introduziu no cardápio brasileiro
alimentos como pimentas, quiabo, feijão preto e leite de coco, além das panelas de
barro.
Entre os alimentos mais conhecidos estão aqueles da culinária baiana,
preparados com azeite dendê e pimentas, como abará, vatapá, caruru, moqueca e o
acarajé, bem como o quibebe nordestino, preparado com carne-de-sol ou charque; além
dos doces como pamonha e cocada. O acarajé foi considerado como a representação
típica da culinária afro-brasileira, tanto que as baianas do acarajé tiveram seu ofício
declarado como Patrimônio Cultural do Brasil, em 2012.
Na Bahia existem duas maneiras de se preparar estes pratos "afros". Numa,
mais simples, as comidas não levam muito tempero e são feitas nos terreiros de
candomblé para serem oferecidas aos orixás. Na outra maneira, empregada fora dos
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terreiros, as comidas são preparadas com muito tempero e são mais saborosas, sendo
vendidas pelas baianas do acarajé e degustadas em restaurantes e residências.
O prato brasileiro mais conhecido de todos é a feijoada brasileira,
considerada o prato nacional do Brasil, adaptada pelos escravos pela apropriação da
feijoada portuguesa – eles criaram a nossa famosa feijoada utilizando os restos de carne
que não eram consumidos pelos senhores de engenho.

8. MÚSICA e DANÇA
A música popular brasileira é fortemente influenciada pelos ritmos
africanos. A música criada pelos afro-brasileiros é uma mistura de influências de toda a
África subsaariana com elementos da música portuguesa e, em menor grau, ameríndia,
que produziu uma grande variedade de estilos.
Como aconteceu em toda parte do continente americano onde houve
escravos africanos, a música feita pelos afrodescendentes foi inicialmente desprezada e
mantida na marginalidade, até que ganhou notoriedade no início do século XX e se
tornou a mais popular nos dias atuais.
As expressões de música afro-brasileira mais conhecidas são o samba,
maracatu, ijexá, coco, jongo, carimbó, lambada, maxixe, maculelê. Entre os
instrumentos, destacam-se o tambor, o berimbau, atabaque e o afoxé.
Na música, predomina o samba, bem marcante na cultura brasileira. O estilo
musical nasceu em meados da década de 1920, no Rio de Janeiro, surgiu e permitiu a
criação de outros ritmos, tais como: o samba enredo, o samba de breque, o samba
canção e a bossa nova.
Estas expressões musicais são também corporais, elas refletem nas formas
de dançar, como no caso do maculelê, uma dança folclórica brasileira, e do samba de
roda, uma variação musical do samba.
Temos outras expressões de música e dança como as danças rituais, o
tambor de crioula, e os estilos mais contemporâneos, como o samba-reggae e o axé
baiano.
Durante o período da revolução de 30, os próprios núcleos de cultura negra
se movimentaram para ganhar espaço. A criação das escolas de samba no final dos anos
vinte já representara um passo importante nessa direção. Estas, que durante a República
Velha foram sistematicamente afastadas de participação do desfile oficial do carnaval
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carioca, dominado pelas grandes sociedades carnavalescas, terminaram sendo


plenamente aceitas posteriormente.

9. CONCLUSÃO
Enfim podemos então contemplar e dizer que, desde a época do Brasil
Colônia a cultura africana ainda tem um grau de influência muito grande em nosso país,
através da música, dança, comida e etc. E através deste trabalho foi possível conhecer
um pouco mais dessa cultura tão rica e maravilhosa.
Que possamos dar cada vez mais valorização para essa cultura que fez parte
da formação do nosso país, deixar o preconceito de lado para que possamos ter uma
nação melhor.
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10. REFERÊNCIAS

A CONTRIBUIÇÃO do negro no folclore: dança, música, literatura e outros, 2012.


Disponível em: https://influencianegranobrasil.wordpress.com/2012/03/19/a-
contribuicao-do-negro-no-folclore-danca-musica-literatura-e-outros/. Acesso em:
01 jul. 2018.

CONTRIBUIÇÃO do negro na formação da cultura brasileira, 2009. Disponível em:


http://daia-s.blogspot.com/2009/05/contribuicao-do-negro-na-fornacao-da.html.
Acesso em: 01 jul. 2018.

CULTURA afro-brasileira, 2018. Disponível em:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_afro-brasileira. Acesso em: 01 jul. 2018.

CULTURA afro-brasileira: a contribuição africana na formação do Brasil, 2017.


Disponível em: https://enfoquecapacitacao.com.br/blog/curso-online-cultura-afro-
brasileira. Acesso em: 01 jul. 2018.

LEME, Adinéia da Silva. Cultura afro-brasileira: As contribuições da cultura afro-


brasileira na formação da identidade cultural do povo brasileiro, Assunção-PY, 2013.
Disponível: http://revistas.cesmac.edu.br/index.php/psicologia/article/view/755/634.
Acesso em: 01 jul. 2018.
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