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5 - Jan/Jul 2013
RESUMO: : A ESG no momento de sua criação, no final da década de 1940, deu início à atividade de
produção ideológica inserida em um campo cultural específico, permeado de tensões e de disputas sim-
bólicas. Os projetos teóricos dos autores nesse campo cultural representavam modelos teóricos de expli-
cação do mundo e de história do Brasil enquanto projetos de nação. O artigo aponta para o fato de que a at-
uação de determinada facção das Forças Armadas Brasileiras entre 1930 e 1964 destaca mais a relação
dos militares com o Estado e com o que entendiam como nação do que a sua própria jornada corporativa.
ABSTRACT: The ESG at the time of its creation in the late 1940s initiated the activity of ideological produc-
tion inserted into a specific field of cultural production, riddled with tensions and symbolics disputes. The theo-
retical projects of the authors represented in this field of cultural production represented theoretical models of
world’s explanation and of the Brazil’s history as nation projects. The article points to the fact that the perfor-
mance of a particular faction of the Brazilian’s Army between 1930 and 1964 highlights further the relation-
ship of the military with the state and with what they understood as a nation than its own corporate journey.
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tituição. Quando da sua fundação, O Clube 3 de Outubro tinha à sua frente Pedro Ernesto
como presidente e, na diretoria, o general Góes Monteiro, o comandante Hercolino Cascardo
e o Ministro Osvaldo Aranha, respectivamente 1º, 2º e 3º vice-presidentes.4 Durante os pri-
meiros momentos de existência do Clube, Juarez Távora encontrava-se convalescente e não
pôde participar. Entretanto, sua participação no Clube, principalmente na redação das teses
principais apresentadas no Congresso Nacional Revolucionário, foi incisiva até assumir o Mi-
nistério da Agricultura, em dezembro de 1932. Entusiasta das ideias proferidas no Clube, Tá-
vora as defendia e as representava nos congressos e, após a sua extinção, passa a articular
a criação de outros “partidos revolucionários”, inspirado no ideário do Clube 3 de Outubro.
Juarez Távora é o melhor exemplo da definição do tenentismo nos termos em
que o Clube representava. Tal visão já se fixava claramente em suas cartas trocadas com
Prestes, quando da adesão deste ao comunismo; nelas, prevalece o discurso da autori-
dade e da neutralidade do Estado e da administração pública, que deveria ser orienta-
da por uma vocação que fosse “própria e natural ao Brasil”. Prevalece, também, a refe-
rência constante a Alberto Torres, a quem o Clube 3 de Outubro sempre reverenciava.5
O Clube apoiava incondicionalmente Getúlio Vargas, mas polemizava e especializou-se
em gerar crises no ambiente governamental. Até 1934, todos os membros da primeira diretoria já
estavam fora do Clube que, não bastasse ter perdido os seus participantes mais ilustres, também
sofreu ressalvas severas de Osvaldo Aranha e Góes Monteiro (CARVALHO, 2005, pp. 72-73).
Com a derrota do Clube, alvo da oposição de todos os partidos políticos, dos socialistas
aos liberais, e da indiferença do governo, dissolvia-se o que restava do ideário original do tenen-
tismo. Frustraram-se, também, as tentativas de criar uma ideologia para o Estado baseada em seu
programa de caráter pequeno-burguês e que, apesar de distante dos “extremos elitistas” agrários
ou burgueses e da ameaça dos proletários, preconizava o direito à greve, à instituição do traba-
lho coletivo, à nacionalização das riquezas naturais e afirmava a função social da propriedade.
Por outro lado, a ideia sempre presente da racionalização profunda do Estado
e da administração pública, assim como a da centralização autoritária e antiliberal, ga-
nhou respaldo no governo. O Estado brasileiro arregimentava os seus intelectuais e dava
forma à sua ideologia autoritária e conservadora, ainda que buscasse empreender mu-
danças de caráter progressista na organização da economia e do aparelho burocrático.
Os militares ocuparam, então, parte expressiva nessa reforma dentro da ordem. Compu-
nham a organização mais especializada em termos técnicos e de planejamento – fatores curriculares
recorrentes nas disciplinas responsáveis pela formação dos Colégios e Escolas militares, que se re-
estruturavam desde o início da década de 1920, com as visitas das missões francesa e alemã, quando
foram fixadas noções mais firmes de hierarquia, planejamento estratégico e formação dos oficiais.
O Exército tomava a sua forma mais moderna e organizada, tendo no General Góes Mon-
teiro a sua principal liderança intelectual e política.6 Uma visão da evolução do ideário político
dos militares está disponível, por exemplo, na noção de Partido Fardado presente nas análises de
diversos autores, principalmente em Oliveiros S. Ferreira, que a usa para entender o que chama
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de fração das Forças Armadas com características de uma facção política, em formação desde o
final do século XIX, e que se afirmou vitoriosa em 1964. Ferreira destaca as noções de hierar-
quia, honra, patriotismo, disciplina e ordem, como expoentes de uma ideia de unidade orgânica
nas Forças Armadas que formaria o principal elemento da composição do Partido Fardado.
Entretanto, ao mesmo tempo em que Góes Monteiro representava o Exército e, jun-
tas, as Forças Armadas e algumas das principais ideias do tenentismo, ao assumir o comando
militar da revolução, e o ministério da Guerra até 1935, era ele o militar diretamente com-
prometido com a ordem e a direção do Estado. Retirava, então, a ação dos tenentes da cena
política, preocupado em evitar “radicalismos”, e até 1945 serviria ao Estado Novo e a Getúlio
Vargas convencido de que carregava com em si a ideia mais correta de um Exército nacional:
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Depois de lido o voto escrito, por Góes, o general Dutra teria optado pela proposi-
ção do golpe de Estado. A medida seria levada a cabo em dois anos, após um veículo inten-
so de propaganda, violências diversas e terror policial, tal qual se preparam os golpes fascis-
tas, para criar as condições indispensáveis à instauração da ditadura, como foi descrito por
Sodré.7 Góes Monteiro e Eurico Gaspar Dutra formavam a liderança da cúpula militar. De-
finiam, para o Estado e para as Forças Armadas, a ideia do papel dos militares no Brasil, ao
mesmo tempo em que estabeleciam as bases da noção de Estado brasileiro para os militares.
São essas noções, de restabelecimento da hierarquia e da disciplina, do poder central capaz
de orientar a nação e da república como espaço de política, em que não deveriam ser permiti-
dos jogos pessoais de poder, que os afastariam, mais tarde, definitivamente de Getúlio Vargas.
A relação dos militares com Getúlio Vargas é fundamental para a compreensão da pró-
pria relação entre os militares e o Estado brasileiro contemporâneo. A evolução dessa relação,
caracterizada pela construção da aliança – de 1930, com o fortalecimento do papel político dos
militares, até 1937; passando pelo forte vínculo com Vargas e com o Estado, até 1945, quando
gradativamente se dá o início do afastamento; e, por fim, a oposição e o conflito definitivo na
primeira metade da década de 1950, foi o que marcou o desenvolvimento e o amadurecimen-
to nas Forças Armadas do pensamento militar (intrínseco a seu papel político) para o Brasil.8
A ideia de Partido é interessante por dar unidade ao processo de politização e atuação
da ala dos militares envolvida com o poder e com os golpes de Estado. A ênfase no caráter
partidário do grupo de militares, que a partir de 1948 fixaram a sua representação na ESG,
entretanto, pode atribuir o excessivo isolamento e autonomia do objeto de análise, tal qual a
proposição conceitual feita por Edmundo Campos Coelho no livro Em Busca de Identidade,
de 1976, no qual insiste na necessidade de entender as Forças Armadas como organizações.
Trata-se de definição dos militares por suas características, na condição de grupo coeso, com
autonomia e interesses próprios, como um partido, porém fechado em torno deles mesmos e
em franca disputa com as demais organizações na sociedade civil (COELHO, 2000, p. 18).
A ênfase na motivação corporativa para a ação dos militares brasileiros nesse período é
bastante difundida, e é apresentada aqui apenas para rápida localização do tema no debate histo-
riográfico. Outro exemplo, além de Campos Coelho e Oliveiros Ferreira, é o texto clássico de Ítalo
Tronca de 1986, O Exército e a industrialização: entre as armas e Volta Redonda, sobre a relação dos
militares com a construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda, considerada e bem defendida
pelo autor como ação de interesse quase meramente corporativo dos militares em adquirir mate-
rial bélico (TRONCA, 1986). Nesse caso, a análise é talvez uma das mais bem sustentadas entre
os estudos sobre os militares brasileiros, porém, tem a marca do estudo de natureza conjuntural.
Num sentido diverso, outro estudo relevante sobre os militares no Brasil, ainda incontor-
nável para qualquer pesquisa na área por reunir dados e fontes até então inéditos, é o do brasilia-
nista Alfred Stepan. Stepan diz em seu Os militares na política que as intervenções militares na
política brasileira do século XX se explicam pelo “padrão moderador” que os militares exerciam
na organização do Estado. Esse “padrão” corresponderia à relação entre os militares e os civis na
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vida política, que conferia ao primeiro o papel de depor um governo civil e transferir a outro tam-
bém civil. No caso do golpe de 1964, esse padrão teria mudado, e os militares teriam se organizado
o suficiente para exercer um novo papel e assumir o governo diretamente, diante da crise política
e institucional (e também hierárquico-militar) durante o governo de Goulart (STEPAN, 1975).
A análise, nos termos desses autores, sublinha a tendência autonomista das For-
ças Armadas e, ao se preocupar principalmente em dar importância ao estudo da vida
e da dinâmica interna das instituições militares, desvinculam-nas quase completamen-
te do funcionamento da dinâmica social no Brasil. O estudo das Forças Armadas, em es-
pecial o que as percebem como organizações, atribui aos militares o caráter de gru-
po essencialmente distante das contradições internas do próprio Estado, como se esse
fosse apenas um meio de realização dos objetivos de uma organização como qualquer outra.
Dessa asserção das Forças Armadas como organizações, pois, extrai-se a pro-
fícua possibilidade de perceber no Exército uma organização nacional que, a par-
tir de 1930, cumpria o papel de interação administrativa ampliada com o Estado (mais
do que disputava o poder político dele), fornecendo algumas das principais soluções
econômicas e sociais para a estruturação do aparelho estatal em termos modernos.
Luiz Werneck Vianna, no texto já mencionado, defende que o Estado constituiu-se
como o “partido da burguesia” (desacompanhado da ideologia burguesa) no Brasil pós 1930,
por meio de institucionalização corporativa que tinha em amplos setores da sociedade – como
os militares do tenentismo – a sua organização modernizante (VIANNA, 1999, pp. 123-178).
Wanderley Guilherme dos Santos em Ordem Burguesa e Liberalismo Político também diz que
o Exército no Brasil já era uma organização nacional antes de a burguesia se organizar como
classe nacional (até fins da década de 1940), e que assumiu assim o papel de organizador das es-
truturas administrativas do Estado, como a burocracia pública. O diferencial do exército era que
arez Távora e Golbery, à luz de suas trajetórias política e militar, procurou levantar elementos
que compõem projetos de classe como projetos de nação em um determinado campo cultural.
A polaridade ideológica existente entre essas duas instituições (mais evidente na tercei-
ra fase do Iseb, sob a liderança de Nelson Werneck Sodré) reproduzia-se não apenas no campo
teórico – como nas diferenças dos conceitos que ambos tinham de segurança e desenvolvimento
–, mas, também, materializava-se em artigos jornalísticos com acusações entre ambos os institu-
tos, além da elaboração de documentos sigilosos, como a Exposição de Motivos n. 003-B, de 10
de dezembro de 1959, documento secreto encaminhado ao presidente Juscelino Kubitschek pelo
general Edgar do Amaral (que cursara a ESG, e era então Chefe do Estado Maior das Forças Ar-
madas), no qual as práticas do Iseb eram enquadradas como “infiltração” (PINTO, 2006, P. 87).
Da mesma forma, os isebianos viam a ESG com reserva; muito embora as Es-
colas não estivessem em franco conflito antes da saída de Hélio Jaguaribe. A re-
lação entre os dois institutos, desde a criação do Iseb, era conflituosa, como o pró-
prio Hélio Jaguaribe assumiria posteriormente em entrevista. Para ele, os militares
da ESG “tinham uma perspectiva muito ingênua, dicionarizada” (MATTOS, 1988).
Mais interessante era a relação do IJNPS, representado pela figura de Gilberto Freyre, com a
ESG. Gilberto Freyre, ao lado de Oliveira Vianna, era considerado pela ESG um dos grandes soció-
logos brasileiros, no qual os estudos sobre o Brasil e a formulação da doutrina deveriam se espelhar.
Freyre, invariavelmente, era convidado a palestrar para os militares e, na época da
criação da ESG, proferiu palestra na Escola de Estado-Maior (EEM) do Exército que ficaria
famosa e mais tarde seria publicada pela Editora José Olympio, com o título Nação e Exérci-
to. A palestra carregava forte noção de equilíbrio de antagonismos, onde se atribui papel do
Exército o de “coordenador de contrários para garantir a Saúde da nação” (FREYRE, 1949).
Freyre e o Instituto caracterizavam-se pela aproximação com as atividades associadas à
Aliança Para o Progresso, ao mesmo tempo em que mantinham significativa aproximação com
o general Humberto Castelo Branco. Os cursos que o IJNPS oferecia atingiam público diverso,
versavam geralmente sobre questões ambientais para estudantes universitários da região; cursos
em parceria com as EEM da Aeronaútica e também do Exército; cursos de verão – Seminário de
Verão para estudantes e professores norte-americanos, em parceria com a Comissão Fulbright.
Nesse ambiente intelectual, Freyre operacionalizou o conceito de rurbanismo, ex-
pressado na curiosa formulação de uma “valorização de valores rurais dentro de progressos
urbanos”, em que o homem rurbanita seria aquele que vive sob essa experiência. Tal mo-
delo seria a expressão da práxis do “equilíbrio de antagonismos” (PINTO, 2006, p. 218).
É necessário considerar que esse campo cultural apresentado até aqui, ao ser confron-
tado com as formulações de Bourdieu, representa instituições que compunham ambiente de
produção ideológica que não identificava estruturas internas de funcionamento essencialmente
estruturadas, ou que sinalizassem para estruturas de produção fechadas em torno delas mesmas.
O grau de autonomia das instituições era pouco complexo. Não há, nesses termos sociológi-
cos, possibilidade de aferir relações de interferências entre campo intelectual supostamente isola-
do e autônomo (ainda que relativamente) e campo político no Brasil nesse período. Os intelectuais,
desde 1930, vincularam-se diretamente ao Estado. Faziam de sua produção ideológica a sua própria
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atuação política, como se fossem os protagonistas e os principais atores do projeto de nação brasileira.
Assumo parcialmente, aqui, a tese de Pécaut de que no Brasil os intelectuais sem-
pre se afirmaram como genuína intelligentsia desvinculada das classes quando lhes con-
vinham, e que estavam acima de qualquer suspeita e a postos para orientar a nação em
direção à unidade e ao desenvolvimento. Essa auto-sacralização confere à atuação dos in-
telectuais brasileiros uma constante “vocação para elite dirigente”, conferida no envolvi-
mento que sempre tiveram com o Estado e com o poder (PÉCAUT, 1990, 7-12). Esse en-
volvimento, a meu ver, e concordando com Pécaut, não se revelou historicamente como
vontade de subserviência e empreguismo, como seria o caso de certa fração da burocracia
de Estado. Nesse caso, o envolvimento sempre se voltou para o controle e para a interfe-
rência direta no campo político, que por sua vez se ligava diretamente ao campo produtivo.
O Estado, nesse sentido, era o ator relativamente autônomo que organizava as for-
ças sociais, por intermédio de intelectuais e ideólogos, engendrando um corpo tecno-
crático indispensável à nova organização socioeconômica do capitalismo no Brasil.
O corporativismo criado no Estado Novo, devidamente aplicado à intelectualidade,
traduzia-se como profissionalização e oficialização estatutária do trabalho intelectual. O últi-
mo mandato de Vargas marcou o rompimento dos intelectuais autoritários brasileiros (inclu-
ídos militares e civis) com o presidente, mas não o rompimento deles com a missão sempre
política de salvação nacional e de envolvimento com o Estado. Pelo contrário: após o rom-
pimento, formariam uma intelligenstia autoritária baseada na missão de salvação nacional.
A tradução corporativa para o trabalho intelectual cristalizou-se e perpetuou-se após o
último mandato, quando a produção ideológica foi transplantada às instituições intelectuais – o
esforço de criação dos institutos de altos estudos foi significativo nesse sentido: a ESG, subordi-
nada ao Ministério da Defesa, e o IJNPS e Iseb, subordinados ao Ministério da Educação e Cultura.
Esse meio interinstitucional, visto como campo cultural marcado por relações
de forças entre frações da classe dominante, condensadas materialmente no seio do Es-
tado, imporia a necessidade de uma análise atenta aos meandros de seu funcionamen-
to, numa perspectiva total. Entretanto, a tarefa está além do alcance deste artigo, que
busca apenas ressaltar as características de uma das pontas dessa relação de forças.
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Notas
*
Doutorando em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
1
Ver Karl MANNHEIM, Ideologia e Utopia, 1972, cap. III, pp. 135-215 e também “O problema da ‘Intelligent-
sia’. Um estudo de seu papel no passado e no presente” In.: Sociologia da Cultura, 2004, pp. 69 – 139.
2
O termo é do próprio Juarez Távora, em suas Memórias, no 2º volume, A caminhada no altiplano, 1974-1976.
3
Estudos bastante completos sobre a ESG não só nesse sentido, mas também sobre o funcionamento da Escola,
incluindo análise dos quadros formados foram realizados, por exemplo, por Vanda Maria Costa, na tese A Escola
Superior de Guerra: um estudo de currículos e programas, de 1978 e pelo Francisco C. A Ferraz, em À sombra
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dos carvalhos: militares e civis na formação e consolidação da Escola Superior de Guerra, de 1994.
4
Ver Juarez TÁVORA, Memórias, 2º Vol., 1974-1976. p. 59.
5
Ver Juarez TÁVORA, Memórias, 1º Vol., 1974, p. 353.
6
A obra em que Ferreira lança essa tese é Vida e morte do partido fardado, de 2000.
7
Ver Nelson Werneck SODRÉ, História Militar do Brasil, 1979, p. 257
8
Para uma síntese dos elementos dessa relação com Vargas, por exemplo, ver José Murilo de CARVALHO, For-
ças Armadas e Política no Brasil, 2005, p. 102-117.
9
Ver a respeito da caracterização das obras dos intelectuais do Iseb, IJNPS e USP nos termos de modelos teóri-
cos enquanto projetos de nação a tese de João Alberto da Costa PINTO: Os Impasses da Intelligentsia diante
da Revolução Capitalista no Brasil (1930 - 1964): História e Política em Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior e
Nelson Werneck Sodré, 2006. O autor estabelece interessante relação entre três outros intelectuais representantes
desse campo cultural (Gilberto Freyre, Caio Prado Júnior e Nelson Werneck Sodré) para sustentar a tese de que
duas das visões de mundo em disputa nesse campo, no caso as representadas por Freire e Prado Júnior, teriam sido
vitoriosas na disputa pela liderança da revolução capitalista no Brasil contemporâneo.
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