OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE

(Para melhor compreender este texto, sugere-se a leitura de Lucas 17.1-10).

Caros ouvintes, o texto do Evangelho de hoje é maravilhoso para refletirmos, nestes tempos de ódio, marcados
por guerras, violência e morte, o quanto são terríveis as consequências de tudo isto para uma humanidade, que
vem sentindo falta de paz, de pão, de sossego e de compreensão.
A primeira pergunta a ser feita é: Por que o mundo está assim? Por que desde o pecado de Adão e Eva, a
regra que passou a valer é a chamada “Lei de Talião”; ou seja, “Olho por olho, dente por dente” (Êx 21.24).
Cada um só pensa em si mesmo e a vingança só faz o ódio crescer cada vez mais; e, quanto mais ele cresce,
tanto mais o mal e o sofrimento tomam conta do mundo.
Para explicar melhor, trago-lhes o exemplo de um homem, que foi procurado pelo seu Pastor. Este, pediu-lhe
que perdoasse ao seu pai, a quem, há muito tempo, odiava. “Pastor”, disse ele, “se eu odeio o meu pai, isto é
algo que interessa somente a mim”.
Pergunto-lhes: Será que este homem está certo? Será que este ódio que ele alimenta interessa e atrapalha
somente a ele? Claro que não!
Seu ódio prejudicava também à sua esposa, que sofria, observando a situação; aos seus filhos, que ficavam
impedidos de ver o avô; e à sua mãe, que desejava muito que seu marido e seu filho se reconciliassem.
Acredito, que se pudéssemos pedir uma só coisa para este mundo, além da salvação, deveríamos pedir que
houvesse mais perdão e amor entre as pessoas. Se todos estivessem dispostos a perdoar, não se ouviria falar
tanto de crimes de vingança e de represálias entre os países em guerra.
É importante lembrar que somos filhos de Deus, não do Diabo, e por isto é a Jesus que devemos Seguir; e
Cristo nos ensinou que devemos perdoar, sempre, em todas as circunstâncias, “setenta vezes”, ou seja, 490
vezes a mesma pessoa.
Além disso, em nosso Evangelho de hoje, Ele nos ensina que devemos perdoar “sete vezes por dia”, aquele que
nos ofende ou nos faz algum mal.
Quem, de fato, está disposto a fazer isto? Perdoar sete vezes ao dia ou 490 vezes à uma mesma pessoa. Nosso
coração, egoísta e mesquinho, jamais vai querer permitir isto. Ao invés de perdoar, nós sempre estamos
dispostos a odiar. Diante da primeira palavra de ofensa que ouvimos, chegamos a ficar vermelhos de raiva.
Dificilmente conseguimos ficar quietos diante de um mal que alguém nos faz. Quanto mais, perdoá-lo.
Não é a toa que os discípulos, quando Jesus lhes disse isto, clamaram: “Aumenta-nos a fé”. Eles tinham visto
que Jesus era capaz de fazê-lo.
E, realmente, Jesus não apenas mandou fazer, ele fez. No calvário, já crucificado, Cristo olhou para baixo, para
aqueles que o tinham injustamente torturado e que o estavam desafiando a descer da cruz, debochando de seu
sofrimento. Por estes indivíduos, malvados e inescrupulosos, Cristo intercedeu a Deus:
“Pai, perdoa, eles não sabem o que fazem”. Amém!