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Amanda Cristina dos Santos Ritzmann. Especialista em Educação Musical pelo Claretiano –
Centro Universitário. Bacharel em Violino pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar), campus de
Curitiba I. E-mail: <acs2907@gmail.com>.
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Sara Cecília Cesca. Doutoranda e mestra em Música pela Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp). Especialista em Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas pela Universidade Federal
de Brasília (UnB). Bacharel em Música pela Universidade de São Paulo (USP). Licenciada em Música
pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). E-mail: <sara.cesca@gmail.com>.
1. INTRODUÇÃO
mudou-se para Berlim, onde escolheu Karl Klinger para ser seu
professor de violino após ouvi-lo tocar (SUZUKI, 1994). Segundo
Suzuki (1994, p. 72), “[...] ser orientado por um homem de tão alto
caráter, realmente foi uma benção”. O músico sempre valorizou o
caráter daqueles com quem entrava em contato:
Um dia você descobrirá que a melhor e maior benção na
terra é poder entrar em contato com pessoas dotadas de
alta humanidade que, também através de sua arte, tem uma
alma pura e nobre. E qualquer coisa que você possa absor-
ver dessa grandeza e beleza de caráter determinará o seu
valor como pessoa. Entretanto, para perceber e assimilar
essas qualidades, precisa-se humildade e poder de julgar,
que só vem através da sinceridade, do amor e do conheci-
mento (SUZUKI, 1994, p. 38).
Como conta em Educação é Amor, Suzuki (1994) também
criou uma bonita amizade com Albert Einstein, o que conta ser
[...] uma das coisas mais maravilhosas que aconteceram na
minha vida. Daí proveio toda minha convicção e a teoria
básica para a motivação que me permitiu lançar, com ple-
na segurança, o movimento de Educação do Talento para
crianças pequenas (SUZUKI, 1994, p. 74).
Após tocar em um jantar, o talento do japonês foi questionado
por uma senhora, que se perguntava como ele podia reproduzir tão
bem uma peça alemã para violino. Einstein prontamente respondeu
que todas as pessoas são iguais, o que inspirou Suzuki profunda-
mente e corroborou as ideias que vinha desenvolvendo desde a ju-
ventude (SUZUKI, 1994).
Além de Tolstói, Suzuki cita Mozart como uma de suas mais
importantes fontes de inspiração. Após ouvir um quinteto para cla-
rinete, em Berlim, ele passou a se sentir “[...] sob o inescapável
comando de Mozart”, que teria deixado a ele a herança de “cuidar
da felicidade de todas as crianças” (SUZUKI, 1994, p. 77).
Em 1945, já de volta ao Japão, Suzuki encontra o país “[...]
empobrecido e o dinheiro de todos, congelado” (SUZUKI, 1994, p.
57). Além das dificuldades financeiras, que o levaram a ficar sepa-
rado fisicamente de sua esposa Waltraud, o músico enfrentou uma
séria doença estomacal (SUZUKI, 1994, p. 58). Porém, durante
desde cedo esse hábito, “[...] essa postura de ‘adiar para mais tar-
de’, influencia o destino de uma pessoa a vida toda” (SUZUKI,
1994, p. 46, destaque do autor).
O próprio Suzuki (1994) precisou desenvolver autodisciplina
e repetição ao aprender violino, o que solidificou ainda mais a base
para a criação de sua filosofia:
Minha autodisciplina transformou-se, em outras palavras,
no método da Educação do Talento. [...] ‘Tocar passando
por cima’ várias peças não significa praticar bem se ne-
nhuma delas é tocada realmente de maneira excelente. [...]
Isso não vale só para a música, mas também, para todas as
outras atividades (SUZUKI, 1994, p. 46 e 47).
Segundo Fernandes (2011, p. 41), a Filosofia Suzuki “[...]
traz conceitos muito simples de serem entendidos e desenvolvidos:
fé, autodisciplina, repetição, paciência, perseverança e principal-
mente amor”.
REFERÊNCIAS