Os atributos

funcionais
do papel
 Os atributos funcionais do papel

Papel
Lâmina constituída por um entrelaçado tridimensional
de fibras de celulose e outras substâncias
(água, cargas minerais, colas, amido, pigmentos, corantes, etc.),
que permitem melhorar as propriedades do papel
e torná­‑lo apto para o uso a que se destina, tendo em conta:
• requisitos do produto
• processo de impressão
• condições de uso do produto impresso
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Fibras de Celulose
A celulose para o fabrico de papel obtém-se principalmente
de madeira, mas também de outras fibras vegetais,
e de trapos e papel recuperados.

Ligação entre as fibras: numa folha bem consolidada, as fibras

encontram-se quase todas cobertas por outras fibras
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• Fibras curtas
de árvores folhosas (hardwood)
como o eucalipto, a bétula, o choupo e a faia;
comprimento 0,5 a 2 mm;
maior percentagem de celulose que as fibras longas;
melhor formação da folha;
maior opacidade;
melhores características superficiais.
• Fibras longas
de árvores resinosas (softwood)
como o pinheiro e o abeto;
comprimento 2 a 5 mm;
dão origem a papéis com maior resistência.
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• outras fibras vegetais (algumas “têxteis”, usadas no fabrico

de fios e tecidos) provêm de diferentes espécies arbustivas
cujo comprimento varia tanto como a sua diversidade.
As mais utilizadas são:
Algodão – comprimento superior a 12 mm;
papel-moeda, escrita, desenho e pintura e têxteis;
Cânhamo – comprimento superior a 5 mm;
papel de cigarros e têxteis;
Linho – comprimento 6 a 60 mm;
papel-moeda e têxteis;
Palha de cereais – embalagens para ovos, medicamentos
e tubos de cartão.
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Principais fases da produção de papel

• Seleção e preparação da matéria prima (madeira);
• Obtenção da pasta
(por cozimento químico
ou por via mecânica);
• Branqueamento da pasta
(se necessário);
• Refinação e formação
da folha na máquina
de papel.
Rolo jumbo, fábrica de papel
The Navigator Company, Figueira da Foz
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Processos de separação das fibras

e produção da pasta
• mecânico – onde não ocorre remoção da lignina
e o material produzido apresenta cor acastanhada;
– alto rendimento (86 a 93%);
– maior opacidade, menor resistência do papel;
• químico – onde a hemicelulose e a lignina são removidas
por ação química (sulfato e sulfito);
– baixo rendimento (46 a 55%);
– melhor imprimibilidade do papel;
• semi­‑químico – processos mecânicos e químicos;
– médio rendimento (60 a 75%).
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Agentes de branqueamento
• em pastas mecânicas:
– ditionito de sódio (1906);
– peróxido de sódio (1927);
– peróxido (1952);
• em pastas químicas:
– cloro em estágio único (1920);
– cloro em dois estágios (1950);
– oxigénio, ozónio e peróxido (1980);
• em papel reciclado (de papel recuperado destintado – DIP):
– peróxido, ditionito e ácido sulfínico de formamidina (1980).
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Agentes de Branqueamento Ótico (Alvura)

• São utilizados numa grande parte dos papéis de impressão
(começaram a ser usados na década de 1950);
• São adicionados no processo fabrico da pasta e/ou papel
para melhorar a alvura dos papéis
e a aparência do produto im­presso;
• Os agentes de branqueamento ótico (OBA)
ou de branqueamento fluorescente (FWA)
são produtos químicos que contém moléculas fluorescentes.
• Alvura é a refletância de luz azul com 457 nm;
Os OBA aumentam a refletância de luz azul de um objeto
iluminado com fontes de luz ultravioleta (UV).
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Agentes de Branqueamento Ótico (Alvura)

Reflectância espectral dos papéis Canon e MRange (Fonte luz medição: Xenon flashtube)
Canon Mrange
120

100

80
reflectânciaa

60

40

20

0
380 400 420 440 460 480 500 520 540 560 580 600 620 640 660 680 700 720 740
comprimento de onda (nanómetros)

Curvas de refletância espectral de dois papéis. O traço descontínuo é de um papel com OBA.
O OBA aumenta a refletância de luz azul, que “mascara” a cor amarelada natural do papel.
O observador percebe este azulado como brancura.
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Revestimento
• Processo de acabamento para melhorar a superfície do papel
e a capacidade de impressão;
• O papel base é coberto num ou em ambos os lados
com uma, duas ou três camadas de um revestimento
de pigmento branco, constituído por:
– Pigmentos (carbonato de cálcio, caulino, etc.);
– Ligantes (látex, amido, etc.);
– Aditivos (corantes, agentes de brilho ótico, etc.).
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Tipos de papel em função da sua aplicação

• Papéis de impressão e escrita
ƜƜpapéis cujo destino é serem escritos ou impressos
incluindo papel de jornal e revista;
ƜƜpapel pré-print;
• Papéis para embalagem
– cartolina, cartão, cartão canelado, papel de embrulho;
• Outros papéis
– papéis domésticos e sanitários;
– papéis técnicos, papéis especiais,
papel carbono, papel vegetal, Marca de água
papel-moeda, etc. de papel-moeda
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Tipos de papel em função do fabrico

• Kraft
– fibras longas;
– vergês e calandrados, com regularidade e brilho numa face;
• Offset/IOR (impressão offset revestido; uncoated)
– crus ou branqueados, muito acetinados;
– percentagem elevada de pasta química;
– trat. superficial size­‑press (colagem superficial com amido);
• Papéis com tratamentos especiais
– parafinados, revestidos com polietileno, alumínio, etc.;
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• Couché (revestido com partículas minerais; estucado; coated)

ƜƜcouché ligeiro (brilhante ou mate, revestido na máquina);
ƜƜcouché industrial (brilhante, semi­‑mate, mate, gofrado);
revestido com uma ou mais camadas na máq. estucadora;
utiliza como suporte outro papel pré­‑estucado;
revestido nas duas faces (semi­‑mate e mate);
revestido nas duas ou apenas numa face (brilhante);
ƜƜcouché arte (3 camadas de estuque sobre o pré­‑estucado);
acabamento mais regular que o couché industrial;
brilhante e semi­‑mate com uma calandragem especial;
ƜƜcouché alto brilho (elevada camada de estuque, seca por
contacto com um grande cilindro extremamente brilhante,
que confere esta propriedade ao papel);
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• Autoadesivo
• Autocopiativo (em vez de pigmentos e ligantes,
é revestido com microcápsulas com corantes,
que rebentam com a pressão da ponta de uma esferográfica);
ƜƜdiversas cores;
ƜƜCB (copy back) – primeira via;
ƜƜCFB (copy front and back)
– vias intermédias;
ƜƜCF (copy front) – última via;
• Térmico (revestido com pigmento
sensível ao calor).
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Tipos de papel
em função das matérias­‑primas
• Fibras Virgens – obtidas diretamente da madeira;
• Fibras Recuperadas – obtidas da reciclagem de papel;
• Outras fibras vegetais – fibras não madeireiras,
como o linho, o algodão ou o cânhamo;
• Papéis sintéticos – “papéis” criados a partir de fibras
sintéticas ou processos de tratamento químico industrial;
o seu uso poderá justificar­‑se quando se pretendem
aproveitar algumas características técnicas que não se
podem obter através do papel clássico.
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Propriedades do Papel Papel

Para atender aos requisitos vergé

dos processos de impressão e acabamento,

e aos requisitos do produto,
o papel deve reunir uma série de propriedades:
ƜƜóticas: cor, brancura, alvura, brilho, opacidade, resist. à luz;
ƜƜfísicas: gramagem, espessura, volume, direção de fibra,
porosidade, absorção, maciez, lisura, textura, humidade;
ƜƜmecânicas: resistência (à dobra, à tração, ao rasgo, etc.);
ƜƜimprimibilidade: brilho de impressão, resistência ao tack
e à abrasão da tinta, ink setting (penetração seletiva dos
componentes da tinta no papel), secagem da tinta.
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Direção de fibra do papel (paper grain direction)

Alinhamento predominante das fibras do papel,
normalmente paralelo à direção de fabrico.

O tracejado indica a direção de fibra do papel,

paralelo à direção de fabrico da bobina,
de onde são depois cortadas as folhas,
podendo estas ficar com a fibra
paralela ao lado maior <long grain>
ou ao lado menor <short grain>.
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Direção de fibra do papel (paper grain direction)

É mais difícil dobrar

uma folha de papel
na direção contrária
à das fibras.
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Direção de fibra do papel (paper grain direction)

Livro cujo papel tem a direção de fibra
paralela à lombada: as folhas abrem
com facilidade e naturalidade tornando o
manuseamento e a leitura confortáveis.
Livro cujo papel tem a direção de fibra
perpendicular à lombada: as folhas
apresentam resistência à abertura
tornando o manuseamento e a leitura
desconfortáveis.
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Direção de fibra do papel (paper grain direction)

Plano de impressão de livro em condições ideais:

papel com a direção de fibra paralela aos eixos dos cilindros
da máquina de impressão e à lombada do livro.
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Direção de fibra em rótulos de garrafas

A direção de fibra deve ficar paralela à base da garrafa

Forma do rótulo Enrolamento após molhar o verso do rótulo

rótulo envolvente direção de fibra correta direção de fibra errada

 Influence de l’humidité sur le tuilage
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Dans la plupart des cas le tuilage dépend des variations
hygrométriques.Là encore, il est provoqué par le gonfle-
ment ou le retrécissement des fibres du papier dans le sens

Direção de fibra e humidade travers fabrication (figure ci-dessous).

As fibras vegetais do papel são higroscópicas (absorvem ou

libertam água, em função da humidade ambiente).
Em condições reais, uma variação da humidade relativa do
Sens des fibres
papel de 10% pode provocar‑lhe Direção das fibras
uma alteração dimensional no
sentido transversal de 0,1 a
0,2 % (1 a 2 mm em 100 cm).
Estas alterações podem
manifestar-se como Direcção

desregisto na impressão. de dilatação

das fibras

Sens de dilatation
des fibres
 de stockage et des ateliers non climatisés , lors du transport
ou stockage si l’air est humide et le papier sans emballage
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hydrofuge.

Direção de fibra e humidade Influence réciproque entre l’humidité relative du

local et l’humidité de la pile

Interação entre a humidade relativa

Les do arindiquent
flèches ambiente l’absorption ou la restitution
e a humidade relativa d’humidité de la pile de papier.

da pilha de papel: enfolamento

As setas indicam
libertação ou absorção
da humidade da pilha Formation
de poche
ondulação
dos bordos

Ondulation
des bords

Echanges d’humidité au niveau des piles de papier

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A ter em conta
Opacidade: importante quando há
impressão nas duas faces.
Brancura e brilho: prejudicam a leitura.
Gramagem: massa, em gramas,
de uma folha com
um metro quadrado: g/m2
Espessura: varia com a gramagem;
papéis revestidos são mais finos que não revestidos;
o revestimento é mais pesado que o papel base.
Direção de fibra: dar-lhe a devida importância.
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Fontes:
http://www.celpa.pt
Graphos – Glossário de termos técnicos em comunicação gráfica, de Sérgio Rossi Filho in
http://www.rossigraf.com.br/id253.htm
http://www.portucelsoporcel.com/pt/
http://www.rossigraf.com.br/id295.htm
http://www.sappi.com/NR/rdonlyres/9053030F­‑70C1­‑439F­‑B159­‑634FF890D3F3/0/
ThePaperMakingProcessEnglish.pdf
http://www.torraspapel.pt/TPP/SobreOPapel/TiposDePapel/default.htm
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Obrigado pela vossa atenção!

Questões e sugestões:
vitor.pedro@iseclisboa.pt