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O PROBLEMA DA
DEFINIÇÃO DA ARTE
O que é a Estética?
• Estética
- provém do palavra grega aesthesis, que significa sensibilidade.
Illusion Sculptures Only Appear If You Stand In The Right Spot | Master Craft - Michael Murphy
https://www.youtube.com/watch?v=BorcaCtjmog
Cisnes refletindo elefantes, de Salvador Dalí
Condições suficientes
Caraterística(s) que só a arte tenha.
Verificar se é uma boa definição:
Algo que tenha essa(s) caraterística(s) e não
seja arte.
A ARTE PODE DEFINIR-SE?
NÃO SIM
Imitativa Teoria
Subjetivismo/ Teoria
Relativismo
Representacio institucional
nal
Teoria Teoria
Expressivista histórica
Teoria
Formalista
TEORIAS ESSENCIALISTAS
Teoria da imitação (mimesis)
Platão Aristóteles
428/427 – 385 – 322 a. C.
348/347 a. C.
• O valor estético da obra de arte é conferido pelo grau de fidelidade com que o artista retrata a
realidade.
• Platão: Vê a arte como imitação e desvaloriza-a, por se afastar mais da realidade.
• Aristóteles defende o valor da arte como imitação:
- «imitar é natural aos homens desde a infância e nisto diferem dos outros animais, pois o homem é o que
tem mais capacidade de imitar e é pela imitação que adquire os seus primeiros conhecimentos».
Tese
Artistas e obras
• http://www.caleidoscopio.art.br/exposicao/ron-mueck/ron-mueck.html
• https
://www.juicysantos.com.br/economia-criativa-em-santos/pinturas-impressionantes-de-al
yssa-monks
/
• http://www.ginaheyer.com/gallery/
• Filme “O rapaz que prendeu o vento” - https://www.youtube.com/watch?v=OBprnlpM744
https://www.youtube.com/watch?v=TKjUHSYpA24
Teoria da arte como imitação
Pontos fortes:
• É inegável que muitas pinturas, esculturas, peças de teatro, filmes imitam a natureza
(paisagens, objetos, pessoas, acontecimentos…).
• Oferece um critério valorativo que permite classificar como boas ou más as obras de arte,
basta comparar uma obra de arte com o aspeto da natureza que a mesma imita.
Exercício
Nestas três imagens encontramos representado um tema da arte cristã: Jesus Cristo após a
crucificação, morto nos braços da sua mãe, a Virgem Maria.
Como saber se uma obra de arte imita o objeto ou a ação que pretende
reproduzir?
À partida poder-se-á pensar que a Pietá de Michelangelo, por ser mais realista, será
uma melhor imitação da realidade.
No entanto, esta obra foi produzida cerca de 15 séculos após o acontecimento original.
Logo, será difícil garantir que a obra imita o acontecimento tal como ele ocorreu.
Objeções
Pode o valor artístico de uma obra de arte ser reduzido ao grau de reprodução da
realidade?
Uma obra de arte perde o valor artístico por não reproduzir fielmente a realidade?
Para alguns autores, as obras de arte, ao refletirem uma interpretação subjetiva da realidade,
efetuada por um autor, recriam a realidade, ou seja, não a imitam.
Deverão as obras de arte que não imitam nenhum aspeto da realidade ser excluídas
do mundo da arte?
Por outro lado, há formas de expressão artística, como a música e certas formas de
dança, que não imitam a natureza ou a ação humana. Desse modo, teriam de ser
excluídas das formas de expressão artística.
Definição explícita de “Arte”
Condições Necessárias
Caraterística(s) que todas as obras de arte
têm em comum.
Algo que seja arte e não tenha essa(s)
Há objetos que são obras de arte e não
caraterística(s).
imitam?
Condições suficientes
Caraterística(s) que só a arte tenha.
Algo que tenha essa(s) caraterística(s) e não
seja arte.
• Definição restritiva: nem toda a arte imita/representa a realidade. Ex: Jam session de Jazz -
https://www.youtube.com/watch?v=Pt9_2lwlyjk ; Obras de expressionismo abstrato de Jackson Pollock:
https://www.ebiografia.com/jackson_pollock/; fotografia abstrata…; O conceito de representação
demasiado amplo: nem tudo o que representa é arte. Ex: sinais de trânsito, bandeiras, brincadeiras
de imitação de crianças…
• Há obras na pintura, literatura e música, reconhecidas como arte e aplicando este critério não o
seriam. Se o critério fosse forte não nos deixaria insatisfeitos e facilmente abandonaríamos a
nossa intuição de as classificar como arte.
Liev Tolstói R. G.
(1828 – 1910) Collingwood
(1889 – 1943)
• O que confere estatuto artístico às obras são os sentimentos, as emoções transportadas para a
obra pelo artista.
«Toda a obra de arte leva o recetor a entrar numa espécie de relação entre aquele
que produziu, ou está a produzir, a arte, e todos aqueles que […] recebem a mesma
impressão artística. O discurso, ao transmitir os pensamentos e as experiências do
homem, serve de elo de ligação entre os homens, e a arte atua de forma semelhante.
A particularidade deste último elo de ligação, distinguindo-se da ligação por meio de
palavras, consiste em que enquanto pelas palavras um homem transmite os seus
pensamentos a outro, através da arte transmite os seus sentimentos.»
Lev Tolstói, O que é a Arte?
Exercício:
- Identifique a tese presente no texto acima transcrito.
- Construa um argumento válido, na forma canónica, em sua defesa.
Teoria expressivista –Tolstói
Tese
.
• A arte autêntica resulta de um processo criativo mental levado a cabo pelo artista, em que
este toma consciência gradualmente dos seus sentimentos através da criação artística.
A clarificação de emoções tanto deve acontecer da parte do artista como dos recetores.
• Na verdadeira arte, não há plano definido, ao contrário dos ofícios: artesanato, artes
decorativas, propagandísticas ou de entretenimento.
• Também nos oferece, como a teoria anterior, um critério classificativo que permite, com
algum rigor, classificar objetos como obras de arte. Com a vantagem acrescida de
classificar como arte todas as obras que não imitam nada.
• Oferece um critério valorativo: uma obra é tanto melhor quanto melhor conseguir
exprimir os sentimentos do artista que a criou.
Teoria expressivista
Objeções
HANS ZIMMER'S live Esta constatação leva-nos a perguntar quem está a gerar sentimentos
concert – “Inception” e que sentimentos são esses.
https
://www.youtube.com/watc
h?v=va1oiojnGrA
Teoria expressivista
Objeções - Conclusão
Objeções - Conclusão
• Muitas das vezes não estamos em condições de classificarmos se é uma boa ou má:
- Podemos não ter como saber qual foi o sentimento e/ou emoção de artistas já falecidos.
- As obras de autor desconhecido deixariam de ser consideradas arte.
• Todas as peças de teatro ou filmes quando os atores não estão a ser autênticos e a sentir
verdadeiramente aquilo que representam eram excluídas desta classificação.
• Alguns artistas afirmam que transmitem os sentimentos e emoções em bruto, num primeiro
impulso, sem clarificação.
Teoria formalista – Clive Bell
Tese
• É uma definição que inclui todo o tipo de obras de arte, desde que provoquem emoções no
espetador.
Teoria formalista de Clive Bell
Objeções Será que a forma significante é suficiente para distinguir um objeto
artístico de um que não o é, independentemente do conteúdo?
Objeções
Alguns críticos da teoria formalista, defendem que esta assenta num erro de argumentação, pois
trata-se de um argumento circular.
O conceito de emoção estética é explicado com o conceito de forma significante e, por sua vez, o
conceito de forma significante é definido com o conceito de emoção estética.
Teoria formalista de Clive Bell
Objeções - Conclusão
• Se o critério é a forma e há objetos de arte que, pela sua forma, são indistintos dos não
artísticos (“A fonte” de Duchamp = urinol), porque razão não são obras de arte?
• Todas as obras que são inseparáveis do seu conteúdo seriam excluídas (ex: poesia).
• O conceito de forma significante é impreciso, de maneira a que consigamos identificar se um
objeto tem ou não forma significante. Clive ao dizer que tem forma significante quando nos
desperta emoções estéticas, sendo que as emoções estéticas são as despertadas pela
forma significante, incorre numa petição de princípio. Ou ao defender que quem não sabe
identificar a forma significante de um objeto não tem sensibilidade estética está a contornar
dificuldades. Esta falta de esclarecimento (de saber exatamente o que é) não permite
encontrar contraexemplos.
• O critério classificativo não é muito claro: como classificar quando perante a mesma obra de
arte, algumas pessoas sentem alguma emoção e outras não?
TEORIAS NÃO ESSENCIALISTAS
O facto de terem emergido novas formas de arte, tais como o
cinema e a fotografia, e de as galerias de arte terem exibido coisas
como um monte de tijolos ou uma pilha de caixas de cartão, forçou-
nos a refletir acerca dos limites do nosso conceito de arte. Dantes,
o que contava como arte parecia estar mais claramente definido.
No entanto, nos finais do século XX parece que chegámos a uma
situação em que tudo e mais alguma coisa pode ser arte. Se isto é
assim, o que fará que um certo objeto – um escrito ou uma peça
musical –, e não outro, seja digno de se chamar arte?
Nigel Warburton (1998). Elementos básicos de filosofia. Lisboa: Gradiva, pp.218-219 (adaptado).
Teoria institucional – GEORGE DICKIE
George Dickie
(1926 – 2020)
Qualquer objeto pode ser um objeto de arte desde que esteja institucionalizado no mundo da
arte.
Teoria Institucional de George Dickie
Pontos fortes:
.
Exercício:
- Esclareça o caráter processual e efémero de que fala o texto acima.
Teoria Institucional de George Dickie
Objeções
Como classificar obras de arte que não foram
programadas para o serem (arte adventícia)?
.
“Manto de Apresentação”
de Arthur Bispo do Rosário
Teoria Institucional de George Dickie
Objeções
Objeções
Esta teoria é circular?
Jerrold
Levinson (1948)
• Procura resolver lacunas da teoria institucional da arte, de modo a permitir a existência de arte
fora do contexto institucional do mundo da arte.
Teoria histórica – Jerrold Levinson
Tese
O artista, como indivíduo
independente, tem a
X é arte se e só se intenção de propor o objeto
o artista, com para apreciação estética (e
direitos de não tem de agir em nome de
propriedade, tem a uma instituição).
intenção que o seu
O objeto tem de se
produto seja
inserido numa inscrever no curso da
dada tradição. história da arte. (um objeto é
arte dependendo da relação
que estabelece com outros
objetos já reconhecidos na
história como arte.)
Pontos fortes:
Artigos de Estética
• Almeida, Aires (2000). O que é arte?
http://criticanarede.com/fil_tresteoriasdaarte.html
• Costa, Cláudio F., “Teorias da arte”
https://criticanarede.com/est_tarte.html
• https://criticanarede.com/estetica.html