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Capítulo

Superfícies poligonais,
4 círculo e áreas
PAULO MANZI

HERBERT SPICHTINGER/
CORBIS/LATINSTOCK
Composição de uma bola de futebol.

1 Polígonos regulares Objetivos do capítulo

Neste capítulo, vamos estudar o cálculo da área de alguns objetos e figuras • Identificar superfícies
presentes em nosso cotidiano para, assim, conseguirmos responder a várias per- poligonais,
guntas como: quanto couro é necessário para a confecção de uma bola de futebol circunferências e
oficial? E a quantidade de tinta necessária para pintar uma parede? Mas primeiro círculos.
precisamos conhecer alguns conceitos importantes.
• Estabelecer relações
métricas entre
1.1 Congruência os elementos dos
polígonos regulares
¡ Segmentos congruentes e entre eles e o raio
da circunferência
Dois segmentos de reta são congruentes quando possuem a mesma medida,
circunscrita a eles.
considerando uma mesma unidade de comprimento.
• Resolver situações-
ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO

Exemplo -problema que


D
envolvam o cálculo das
A B áreas de superfícies
C poligonais e do círculo.
Indicamos a congruência dos segmentos por:
AB r CD

¡ Ângulos congruentes
Dois ângulos são congruentes quando apresentam a mesma medida.
ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO

Exemplo A
O

C
O B
D

A congruência dos ângulos é indicada por:


AOB r COD

CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas 93

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1.2 Definição de polígono regular
Explore
Um polígono é regular se, e somente se, tem todos os lados congruentes e
Com um colega, consulte livros todos os ângulos internos congruentes.
do ensino fundamental que
trate de:
• número de diagonais de um Exemplos
polígono de n lados;
2 cm
• soma das medidas dos ângulos

ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO


internos de um polígono de 2 cm 120° 120° 2 cm
n lados. 145° 145°
120° 120° 70° 70°
145° 145°
2 cm 120° 120° 2 cm

2 cm polígono não regular


polígono regular

1.3 Polígono regular inscrito numa circunferência


Antes de falarmos sobre os polígonos regulares inscritos e circunscritos numa
circunferência, vamos verificar a definição de circunferência.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ADILSON SECCO

r
A circunferência é a figura formada por todos os pontos do plano que distam
O r de um ponto O fixo desse plano. A distância r é o raio da circunferência, e
o ponto O é o centro da circunferência.

Quando todos os vértices de um polígono pertencem a uma mesma circunfe-


rência, dizemos que ele é um polígono inscrito nessa circunferência e que ela é
circunscrita ao polígono. Por exemplo:
ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO

O O O

retângulo pentágono regular quadrado


inscrito inscrito inscrito

Quando um polígono regular é inscrito numa circunferência de centro O e


raio r, o segmento cujas extremidades são o centro da circunferência e o pon-
to médio de um lado do polígono é chamado de apótema do polígono. A
medida do apótema de um polígono regular é o raio da circunferência inscrita
no polígono.

A B
circunferência
circunscrita r
ADILSON SECCO

(raio r)
P
O R
circunferência
inscrita (raio R)
D C

Observação
Não distinguiremos alguns segmentos de suas respectivas medidas quando essa opção não
causar dificuldade ao entendimento do texto.
Assim, empregaremos com o mesmo significado: circunferência com raio de medida r e
circunferência de raio r; polígono com lado de medida c e polígono de lado c.

94 CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas

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Observe que OP é o apótema de cada polígono inscrito na circunferência:

ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO


c
r c c
O O
c r
O P r=c r=c

P
Reflita
P
c Quantos apótemas tem um
c
polígono de n lados?
Figura I Figura II Figura III
n apótemas
Na figura I, a medida do apótema é metade da medida do lado do quadrado.
Na figura II, a medida do apótema do triângulo equilátero é uma parte da
medida da altura desse triângulo.
Na figura III, a medida do apótema do hexágono regular é a medida da altura
do triângulo equilátero de lado r, no qual r é o raio da circunferência circunscrita
ao polígono e também a medida do lado do hexágono.

Relações métricas: quadrado e circunferência circunscrita


¡¡
A medida do lado e a medida do apótema de um quadrado podem ser escritas
em função do raio da circunferência circunscrita a ele.
Observe o quadrado ABCD de lado c4, cuja medida do apótema é a4, que está
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

inscrito na circunferência de centro O e raio r.

A B

ADILSON SECCO
r
c4 P
O a4

D C

4
O triângulo OBP é retângulo; seus catetos medem a4 e , e a hipotenusa, r.
2 2
 
Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo OBP, temos: (a4 ) 2 1  4  5 r 2
 2 
4  4 
2
 4 
2
Observação
Como a4 5 , temos  1 5r .
2
2  2   2  Usaremos cn e an para indicar,
Logo, a medida do lado do quadrado é dada por: 4 5 r 2 respectivamente, a medida do
lado e do apótema do polígono
regular de n lados inscrito em
r 2 uma circunferência.
Assim, a medida do apótema do quadrado é dada por: a4 5
2

Relações métricas: triângulo equilátero


¡¡
e circunferência circunscrita
A medida do lado e a medida do apótema de um triângulo equilátero podem
ser escritas em função do raio da circunferência circunscrita a ele.
Observe o triângulo ABC de lado c3, cuja medida do apótema é a3, que está
inscrito na circunferência de centro O e raio r.
A

c H
—3 c3
2
ADILSON SECCO

O
a3 r
a3
C M B

c
—3
2

CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas 95

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O triângulo OMB é retângulo; seus catetos medem a3 e 3 , e a hipotenusa, r.
2

O triângulo CHB é retângulo; seus catetos medem 3 e a3 1 r, e a hipotenusa, c3.
Observação 2
Os triângulos OMB e CHB são semelhantes, pois têm um ângulo reto e um
B
ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO

3
a r
c3 B ângulo comum. Portanto: 3 5 2 V a 3 5
r 3 2
r
Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo CHB, temos:
H c C O a M
3 2
—3  3  ( 3 ) 2
2  2  1 (a 3 1 r ) 5  3 V 4 1 (a 3 ) 1 2 a 3 r 1 r 5 ( 3 )
2 2 2 2 2

OM 5 HC
Substituindo a3 por r , temos:
OB BC
3 2
a3
5 2 ( 3 ) 2 2 3( 3 ) 2 9r 2
r 3 1 r 1 2 8 r 8 r 1 r 2 5  32 V 5 V ( 3 ) 2 5 3r 2 V 3 5 r 3
4 4 2 4 4

Observação
Exercício resolvido
Seja h a medida da altura de um A B
triângulo equilátero de lado c:

ADILSON SECCO
R1. O apótema de um hexágono regular mede 3 cm.
a) Determinar o perímetro desse hexágono. O

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
F C
b) Determinar o raio da circunferência circuns- r r
c c crita a ele. a6
ADILSON SECCO

h E D
„ Resolução c6
a) Traçando as diagonais de um hexágono
c
— c
— regular, que passam pelo centro da circunferência circunscrita,
2 2 obtemos triângulos equiláteros. O apótema do hexágono é a altura
Daí, temos: do triângulo equilátero. Assim, temos:
2
   3 2 8 a6 283 6 6 3
 2 5 h21    a65 6 V 6 5 5 5 5 52 3
 2 2 3 3 3 3
4  2 5 4h 2 1  2 Portanto, o perímetro do hexágono regular é: 6 8 2 3 cm 5 12 3 cm
 3
3 2 5 4 h 2 V h 5 b) Como c6 5 r, temos: r 5 2 3 cm
2

Registre as respostas em seu caderno


Exercícios propostos
1. Determine a medida do apótema e a medida do lado de um triângulo
equilátero inscrito em uma circunferência de raio 2 cm. 1 cm e 2 3 cm

2. Desenhe um hexágono regular circunscrito a uma circunferência e escreva:


2 3
2. a)  6 5 R a) a medida c6 do lado do hexágono em função do raio R da circunferência;
3
4 3 b) a medida D de uma diagonal do hexágono, que passa pelo centro da
b) D 5 R circunferência, em função do raio R dessa circunferência;
3
c) P 5 4 3 R c) o perímetro P do hexágono em função do raio R da circunferência.

2 Área das principais superfícies


poligonais planas
Inicialmente precisamos conhecer o seguinte conceito: um polígono divide o
plano que o contém em duas regiões distintas, uma interna e outra externa. A
figura formada pela união do polígono com sua região interna é denominada
superfície poligonal ou região poligonal.

96 CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas

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2.1 Área de uma superfície quadrada
Agora vamos apresentar a definição de área de uma superfície poligonal.

A porção do plano ocupada por uma superfície poligonal corresponde a um


único número A real positivo chamado de área, obtido pela comparação da
porção ocupada pela superfície poligonal com a porção ocupada por uma
unidade de medida de área.

A unidade de medida de área que geralmente consideramos é a área de um Observação


quadrado unitário, isto é, um quadrado de lado 1u, sendo u uma unidade de
Considerando a unidade u2,
comprimento. Assim, dizemos que a área desse quadrado unitário é 1u 2.
a área da região poligonal é
Assim, a área de uma superfície quadrada de lado c é dada por: igual a 5.

ADILSON SECCO
Aquadrado = c2
u2

Se uma região poligonal é composta de n regiões poligonais justapostas, então


sua área é igual à soma das áreas das n regiões.
Demonstraremos o fato anterior para o caso em que c é um número natural.

Demonstração Observação
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Considere uma superfície quadrada R, com lados medindo n, sendo n um nú- n


mero natural. A superfície R pode ser decomposta em n2 superfícies quadradas

ADILSON SECCO
justapostas com área unitária. Assim, a superfície R tem área igual a n2.
Logo, a área de uma superfície quadrada R de lado n é dada por n2 n
u2
Na demonstração aqui apresentada, consideramos n um número natural. Porém,
a relação obtida é válida para qualquer valor real de c (racional ou irracional). Área de R é n2

2.2 Área de uma superfície retangular


Muitas vezes, no dia a dia, encontramos situações em que é preciso determinar
a área de uma superfície plana, como para estimar o gasto com a pintura das
paredes de uma casa, já que a mão de obra a ser cobrada para esse trabalho é
calculada por metro quadrado. Veremos, a seguir, como calcular a área de mais
algumas superfícies poligonais planas.
Agora vamos calcular a área do retângulo abaixo, considerando um quadrado
de lado 1 cm como unidade.

1 cm
ADILSON SECCO

3 cm 1 cm

1 cm 1 cm2

1 cm 1 cm 1 cm 1 cm 1 cm 1 cm 1 cm 1 cm

8 cm

Nesse caso, multiplicamos a quantidade de quadrados de 1 cm de uma coluna


pela quantidade de uma linha. Portanto, a área do retângulo é 24 cm2.

Observação
Em alguns contextos que envolvem áreas, chamaremos a superfície poligonal com o nome
do polígono que a determina. Por exemplo, em vez de dizer a área de uma superfície retan-
gular, diremos a área do retângulo.

CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas 97

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Agora, vamos calcular a área de um retângulo qualquer.
Observe as figuras abaixo: a da esquerda mostra as medidas, e a da direita,
uma decomposição.

b2 é a área do quadrado verde.


h Aretângulo h2

ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO


h2 é a área do quadrado amarelo.
Aretângulo é a área desconhecida de

Aretângulo
cada retângulo azul.
b b2

b h

No quadro acima à direita, os polígonos são equivalentes, pois têm a mesma área.
A área da figura da esquerda é (b 1 h)2, e a da figura da direita é:
b2 1 2 8 Aretângulo 1 h2 Sim, uma vez que todo quadrado é
Igualando as expressões que representam as áreas das duas figuras, temos: retângulo, pois tem 4 ângulos retos e
lados congruentes dois a dois. Mas
(b 1 h)2 5 b2 1 2 8 Aretângulo 1 h2 V b2 1 2 8 b 8 h 1 h2 5 b2 1 2 8 Aretângulo 1 h2 V vale lembrar que nem todo retângulo
V 2 8 b 8 h 5 2 8 Aretângulo é quadrado.

Portanto, a área do retângulo é dada por: Reflita


A fórmula da área do retângulo
Aretângulo 5 b 8 h também pode ser usada para

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
calcular a área de um quadrado?
Exemplo
Para determinar a medida da altura do retângulo de área π 3 cm2 e cuja me- Se achar conveniente relembrar
dida da base é π cm, fazemos: o que são polígonos convexos
e não convexos: se a reta que
Aretângulo 5 b 8 h V π 3 5 π 8 h V h 5 3 passa por qualquer par de vértices
Portanto, a medida da altura do retângulo é 3 cm. consecutivos mantiver todos
os demais vértices no mesmo
semiplano, então tal polígono será

2.3 Área de uma superfície limitada convexo, caso contrário, tem-se um


polígono não convexo.

por um paralelogramo não retângulo Observação


Paralelogramo é um quadrilátero
É possível compor um retângulo valendo-se de um paralelogramo não retangular. convexo cujos lados opostos são
paralelos.
ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO

h h

Reflita
b Na decomposição do paralelo-
b gramo inicial e na composição
do retângulo final, o que garante
A área do paralelogramo é igual à área do retângulo. Assim: que o triângulo retângulo se jus-
taponha perfeitamente ao outro
Aparalelogramo 5 b 8 h lado do paralelogramo?
Explorar com os alunos maneiras de
Exemplo demonstrar esse fato. Uma delas é
aplicando o conceito de paralelismo
Vamos calcular a área do paralelogramo ao lado. e semelhança de triângulos.
A medida da altura do paralelogramo é:
ADILSON SECCO

4 cm
h
h 3 h
sen 60° 5 V 5 V h52 3 60°
4 2 4
Pelo teorema de Pitágoras, podemos calcular x: x 4 cm
( )
2
2
4 5 2 3 2
1 x V 16 5 12 1 x V x 5 2 2

Portanto, a medida da base do paralelogramo é 2 1 4 5 6.


Assim: Aparalelogramo 5 b 8 h 5 6 8 2 3 5 12 3
Portanto, a área do paralelogramo é 12 3 cm2.

98 CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas

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2.4 Área de uma superfície triangular
Podemos pensar na área do triângulo como metade da área de um retângulo. Observação
A D A E Veja o triângulo equilátero de

ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO


lado c:

h h
c c
C b B C H B h
b

Observe, na figura da direita, que os triângulos ACD e ACH são congruentes c


(pois os lados correspondentes são congruentes), da mesma maneira que os
Já vimos que a medida da altura
triângulos ABE e ABH. Portanto, a área do triângulo ABC é metade da área do
retângulo BCDE:  3
desse triângulo é h 5 .
2
Assim, sua área é:
A triângulo 5 b 8 h  3 2 3
2
8 2 2 2 3
5 5
2 2 4
Exemplo
Vamos calcular a área do triângulo ABC a seguir.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A Consideremos como base o lado AB, que


mede 5 cm.
ADILSON SECCO

5 cm A medida da altura relativa a esse lado é


3 cm 3 cm; assim:
A triângulo 5 b 8 h 5 5 8 3 5 7,5
B
2 2
C
Portanto, a área do triângulo é 7,5 cm2.
Orientações para o professor
Outros modos de obter a área de uma superfície triangular
¡¡ no livro digital

Vamos determinar a área de um triângulo em função das medidas de dois lados Objeto educacional digital
e da medida do ângulo formado por eles e, em seguida, em função das medidas • Área de um triângulo com base
dos três lados. Observe a figura ao lado e acompanhe os cálculos. no determinante

1. A área do triângulo é: 2. O perímetro do triângulo é A


Atriângulo 5 1 8 a 8 h (I) 2p 5 a 1 b 1 c; então, o semiperímetro
2 α
é p5 a1b1c .

ADILSON SECCO
Como o :ABH é retângulo, temos: 2 b c
h
s en β 5 h V h 5 c 8 sen β (II) Demonstra-se que a área do :ABC
c também pode ser dada pela fórmula γ β
Substituindo (II) em (I), vem: de Heron: C H B
a
A triângulo 5 1 8 a 8 c 8 sen β A triângulo 5 p( p 2 a)( p 2 b)( p 2 c )
2

Exemplo
Para determinar a área do triângulo ao lado, podemos empregar três modos
3 cm
diferentes:
• Considerando os lados a 5 3 cm, c 5 4 cm e o ângulo b 5 90°:
Atriângulo 5 1 8 3 8 4 8 sen 90° 5 1 8 3 8 4 8 1 5 6
4 cm

ADILSON SECCO

2 2
• Aplicando a fórmula de Heron: A triângulo 5 6 (6 2 5)(6 2 3)(6 2 4) 5 36 5 6
m
• Em um triângulo retângulo, um cateto é a altura relativa ao outro: 5c
A triângulo 5 3 8 4 5 6
2
Portanto, a área do triângulo é 6 cm2.

CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas 99

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Registre as respostas em seu caderno
Exercícios propostos
3. O perímetro de um retângulo é igual a 12 m. De- 5. Calcule a área do triân- B

ADILSON SECCO
termine a área desse retângulo sabendo que seus gulo ABC sabendo que
lados estão na razão 1 9 2. 8 m2 AB 5 8 cm, AC 5 9 cm
e BC 5 7 cm. 12 5 cm2
4. Na figura, CD 5 10, AD 5 26, DG 5 78, DE 5 30,
BC/AG/EF e AB/CE /GF . Determine a razão
entre as áreas dos polígonos DEFG e DCBA. 9
A C
E F
ADILSON SECCO

30 6. Considere um quadrado de área 150 m2 e um


A 26 D α triângulo equilátero cuja altura tem a mesma
α 78 G medida da diagonal do quadrado. Determine a
10
B C área desse triângulo. 100 3 cm2

2.5 Área de uma superfície trapezoidal


Observação Podemos pensar na área do trapézio como a soma da área de dois triângulos.

ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO


Trapézio é um quadrilátero M b N M b N
convexo que tem apenas um par

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de lados paralelos. h h h

Q P Q P
B B

Explore Observe, na figura da direita, que a área do trapézio MNPQ é igual à soma das
áreas dos triângulos NPQ e MNQ. Assim:
Experimente obter a área de um
trapézio por meio de um proce-
dimento diferente desse que foi Atrapézio 5 B 8 h 1 b 8 h V Atrapézio 5 B 8 h 1 b 8 h V A trapézio 5 (B 1 b) 8 h
2 2 2 2
exposto ao lado.
Por exemplo, em um papel, dese-
nhe e recorte dois trapézios MNPQ Exemplo
iguais. Justaponha-os de modo A medida da base maior de um trapézio é o dobro da medida da base menor.
a montar um paralelogramo. Em
Sabendo que a área do trapézio é 3 dm2 e que a medida da altura é 2 dm,
seguida, por meio da fórmula da
área de paralelogramo obtido,
vamos calcular a medida da base menor.
(2b 1 b) 8 2
consiga a fórmula da área do A trapézio 5 (B 1 b) 8 h V 3 5 V 3b 5 6 V b 5 2 V b 5 2
trapézio MNPQ. 2 2 2 2
Portanto, a medida da base menor é 2 dm.

2.6 Área de uma superfície losangular


Observação Como o losango é um paralelogramo, podemos calcular sua área como o produto
da medida da base pela medida da altura. Outro modo de calcular é por meio das
Losango é um paralelogramo
diagonais do losango.
que tem os quatro lados de
mesma medida. As diagonais de Observe como é possível compor um retângulo a partir de um losango:
ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO

um losango são perpendicula-


res e se cruzam nos respectivos D D
pontos médios. d

2
m m d

m m
A área do paralelogramo é igual à área do retângulo. Assim:

A losango 5 D 8 d V A losango 5 D 8 d
2 2

100 CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas

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Exercício resolvido
R2. Determinar a área desta figura:
4m 3m

ADILSON SECCO
3m
2m

16 m
„ Resolução
Podemos decompor a figura em três: um trapézio, um retângulo e
um triângulo. Assim:
3 1 2) 8 4
(3 383
A 5 A trapézio 1 A retângulo 1 A triângulo 5 1 12 8 3 1 5 50, 5
2 2
2
Portanto, a área da figura é 50,5 m .

Registre as respostas em seu caderno


Exercícios propostos
7. Calcule a área deste quadrado: 12,5 m2 amarelo na forma de losango. Cada um dos
vértices do losango dista 17 cm dos lados do
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

retângulo. Qual é a área do losango em centí-


ADILSON SECCO

metro quadrado? 8.798 cm2


5m
11. Obtenha a área do retângulo inscrito no triângulo.
22,8 cm2

ADILSON
SECCO
8. (UFJF-MG) Um terreno tem a 5 cm
forma de um trapézio ABCD, com C
2 cm
ângulos retos nos vértices A e D,
como mostra a fígura. Sabe-se B 19 cm
ADILSON SECCO

que AB 5 31 m, AD 5 20 m e
DC 5 45 m. Deseja-se construir 12. Na figura, DEFB é um losango inscrito no triân-
uma cerca, paralela ao lado AD, gulo ABC, em que AB 5 5 m, BC 5 20 m e o ângu-
dividindo esse terreno em dois lo ABC mede 60°. Determine a medida do lado e a
terrenos de mesma área. A dis- área desse losango. 4 m; 8 3 m2
tância do vértice D a esta cerca
A

ADILSON SECCO
A D
deve ser, em metros, igual a: E
alternativa b
D
a) 12 d) 22
b) 19 e) 26
c) 20
B C
F
9. O quadrado ABCD tem 10 m de lado. Em cada
13. Considere a malha composta de quadrados de
caso, foi sombreada uma superfície poligonal.
lados medindo 1 cm. Determine a área do losango
Sabendo que AM 5 MB, calcule a área de cada
da figura. 15 cm2
figura sombreada. 75 m2 e 50 m2

A M B A M B
ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO

ADILSON SECCO

D C D C

10. Para confeccionar uma bandeira do Brasil, um


artista plástico colou, sobre um tecido retangu-
lar verde de medidas 2 m por 1,4 m, um tecido

CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas 101

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2.7 Área de superfícies poligonais regulares
Sempre é possível decompor um polígono regular de n lados em n triângulos
isósceles congruentes entre si.

ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO


triângulo pentágono octógono

quadrado hexágono

Cada um desses triângulos tem pelo menos dois lados congruentes, de medida
igual ao raio da circunferência circunscrita ao polígono.
A base e a altura de cada um desses triângulos são, respectivamente, o lado e
o apótema do polígono regular. Como a área de cada um desses polígonos regu-
lares é igual à soma das áreas dos triângulos que os compõem, podemos escrever:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a3 a5
ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO

a8
c3 c5 c8

c 3 • a3 c5 • a5 c8 • a8
A3 = 3 • ——— A5 = 5 • ——— A8 = 8 • ———
2 2 2

a4
a6
c4 c6

c4 • a4 c6 • a6
A4 = 4 • ——— A6 = 6 • ———
2 2

Dessa maneira, concluímos que, se um polígono regular tem n lados de medi-


da cn cada um e apótema medindo an , sua área é dada por:

n 8 an n 8 n
An 5 n 8 V An 5 8 an V An 5 p 8 an
2 2

Observe que p é o semiperímetro do polígono.

Exercícios resolvidos
5 3
R3. Determinar a área de um hexágono regular sabendo que a 6 5 cm.
2
„ Resolução
6 3 5 3 6 3
Como a 6 5 , então: 5 V 6 5 5
2 2 2
6 8 6 685
Sabendo que p 5 , então: p 5 V p 5 15
2 2
Substituindo o valor do semiperímetro encontrado na expressão
A 6 5 p 8 a 6, temos:
5 3 75 3
A 6 5 15 8 , ou seja, A 6 5 cm 2
2 2

102 CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas

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3 3
R4. A área de um triângulo equilátero é m 2, e seu perímetro é m.
16 2
Calcular o raio da circunferência circunscrita a esse triângulo.

„ Resolução
3 3
Se o perímetro do triângulo é m, seu semiperímetro é p 5 m.
2 4
Sendo A3 5 p 8 a3, temos:
3 3 4 8 3 3
5 8 a3 V a35 V a35
16 4 3 8 16 12
Como a medida do apótema de um triângulo equilátero é metade do
raio da circunferência circunscrita a ele, temos:
r 3 r 3
a35 V 5 Vr5
2 12 2 6
3
Portanto, o raio da circunferência circunscrita ao triângulo é m.
6

Registre as respostas em seu caderno


Exercícios propostos

14. Qual é a área de um triângulo equilátero cujo apótema mede 3 cm? 9 3 cm2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

15. Determine a área da região laranja da estrela ao lado sabendo que os


triângulos e o hexágono que a formam são regulares e que o apótema do
hexágono mede 6 cm. 72 3 cm2

16. A razão entre a medida do apótema de um hexágono regular e a medida


3
do apótema de um quadrado é . Determine a razão entre as áreas do
2
3 3
hexágono e do quadrado.
8

17. Um artesão montou um mosaico de 1,20 m de largura, composto de três


placas quadradas idênticas. Sabendo que ele cobra R$ 500,00 o metro qua-
drado de mão de obra, quanto ele recebeu por esse trabalho? R$ 120,00

ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO


A
1,20 m M

18. O triângulo ABC é equilátero de lado c centímetro. O triângulo MNB tam-


bém é equilátero, e os pontos M (pertencente a AB ) e N (pertencente a CB)
estão a 1 cm de A e C, respectivamente.
2
Descubra a razão entre as áreas dos triângulos MNB e ABC, nessa ordem. (  221) B N C


19. Cortando os cantos de um quadrado como mostra a figura, obtém-se um


octógono regular de lados que medem 12 cm. Qual é a medida do apótema
desse octógono? 6 (1 1 2 ) cm
12
12

CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas 103

093-113-C4-MCon-2.indd 103 13/05/13 08:34


3 Círculo e circunferência
3.1 Diferenças entre círculo e circunferência
O círculo é formado pela união de uma circunferência com sua região interna.

Circunferência e seus elementos Círculo e suas partes

B B B
A r A
A
F C O O O

ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO


O

círculo setor circular segmento circular


E D
• O é o centro da circunferência.
• AB é uma corda. R
• CF é um diâmetro. O O r

• OC é um raio.
 é um arco (há dois arcos CE
• CE  : um que passa por D, semicírculo coroa circular
outro que passa por A).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3.2 Comprimento da circunferência

BIBLIOTHEQUE NATIONALE, PARIS


Você conhece algum método para determinar o valor do número irracional π?
Provavelmente, os primeiros valores para π foram obtidos por meio de medidas.
Por exemplo, no papiro Rhind (documento egípcio escrito por volta de 1650 a.C.),
a razão entre o comprimento e a medida do diâmetro da circunferência apresenta
o valor 3,1604, que seria uma aproximação do número π.

Mais tarde, o matemático grego Arquimedes (287-212 a.C.) apresentou um cál-


culo teórico que resultou na aproximação 223 , π , 22 . Para isso, ele considerou
71 7
uma circunferência de raio de medida 1. Então, percebeu que o comprimento da
circunferência estava entre os perímetros de polígonos regulares, com n lados cada
um, inscrito e circunscrito à circunferência.
Hoje sabemos que a razão entre o comprimento C de uma circunferência de
raio r e a medida do seu diâmetro é constante, ou seja, a razão é sempre a mes-
ma, qualquer que seja a circunferência. Essa constante é denotada por π. Então o
Arquimedes em gravura do
comprimento da circunferência pode ser determinado por: C 5 π V
século XVII.
C 5 2πr
2r

Exemplos Reflita

a) Vamos calcular o comprimento da circunferência: Se multiplicarmos o raio de


uma circunferência por k, por
quanto será multiplicado seu
ADILSON SECCO

7 cm comprimento?
O comprimento também será
O multiplicado por k.

Reflita

C 5 2πr V C 5 2 8 π 8 7 V C 5 14π Se, em uma circunferência de com-


primento C e raio r, aumentarmos
Portanto, o comprimento dessa circunferência é 14π cm.
em uma unidade:
b) Vamos determinar o raio da circunferência cujo comprimento é π 5 m. • seu raio, em quanto aumenta-
5 rá seu comprimento?
C 5 2πr V π 5 5 2πr V r 5
2 • seu comprimento, em quanto
5
Portanto, o raio da circunferência é m. aumentará seu raio?
2
1
2π unidades; unidade

104 CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas

093-113-C4-MCon-2.indd 104 13/05/13 08:34


3.3 Área do círculo
Observe a circunferência na qual foram inscritos polígonos regulares, um de Objeto educacional digital
cada vez. • Áreas

ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO


Orientações para o professor
r r r no livro digital
r
a a
a a

Notamos que, quanto maior o número de lados do polígono inscrito, mais a área
dele se aproxima da área do círculo, além de a medida do apótema a se aproximar Reflita
cada vez mais do raio r do círculo.
Como podemos expressar a
Já vimos que a área de um polígono regular é dada pelo produto de seu semi- área de um círculo de raio r em
perímetro pela medida do apótema (A 5 p 8 a). Podemos estender essa ideia para função da medida d do diâmetro
a área do círculo, ao considerar que, quando o número de lados do polígono tende da circunferência desse círculo?
ao infinito, o apótema do polígono tende a r.
πd 2
2π r A círculo 5
Assim: Acírculo 5 8r 4
2

Portanto, a área do círculo é dada por: Acírculo 5 πr 2


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Área da coroa circular


¡¡
Observe a coroa circular abaixo.

ADILSON SECCO
R
r
O

A área da coroa circular é a diferença entre a área do círculo de maior raio e a


área do círculo de menor raio:

Acoroa 5 πR2 2 πr 2 V Acoroa 5 π(R2 2 r 2)

Área do setor circular


¡¡
A área do setor circular é diretamente proporcional à medida a do ângulo
central que o determina, ou seja, quando sua medida é duplicada ou triplicada, a
área correspondente também duplica ou triplica.
ADILSON SECCO

r
a c
O
r

Sabendo disso e considerando que o círculo de raio r seja um setor circular de-
terminado por um ângulo de 360°, podemos escrever para a em grau:
Reflita
A setor A setor
5 αo V 5 αo V A setor 5
απ r 2
Como podemos expressar a área
A círculo 360 πr2 360 360 o
de um setor circular de raio r em
Para a em radiano, temos: função do comprimento c do
arco determinado pelo mesmo
A setor A setor αr 2
5 α V 5 α V Asetor 5 ângulo central que determina o
A círculo 2π πr2 2π 2 setor circular?
r
A setor 5
2

CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas 105

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Área do segmento circular
¡¡
Observe o segmento circular representado na figura abaixo.
A c

ADILSON SECCO
h
a
B
O r

A área do segmento circular é a diferença entre a área do setor circular deter-


minado pelo ângulo a e a área do triângulo AOB:
απr 2
A segmento 5 A setor 2 A triângulo V A segmento 5 2 r8h
360 o 2

r  απ r 
A segmento 5 2 h
2  180 ° 

Exercícios resolvidos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
R5. Um serralheiro recortou um disco circular de uma chapa quadrada
de metal, com 4 cm de lado, para fazer um enfeite. Determinar a área da
chapa que sobrou. (Adotar π 5 3,14.)

„ Resolução
Vamos chamar, respectivamente, A1, A2 e 4 cm

ADILSON SECCO
A3 de a área de chapa que sobrou, a área
do quadrado e a área do círculo.
Sabendo que o raio do círculo é metade
da medida do lado do quadrado, isto é, 4 cm
que r 5 2 cm e que A1 5 A2 2 A3, temos:
A1 5 42 2 πr 2
A1 5 16 2 3,14 8 22
A1 5 3,44 cm2
Portanto, a área da chapa que
sobrou é 3,44 cm2.

R6. Segundo as regras do jogo de basquete, a bola deve ter circunferência


máxima entre 74,9 cm e 78 cm de comprimento. Se uma bola de bas-
quete, com circunferência máxima de 78 cm, for centralizada no aro
de uma cesta com 45 cm de diâmetro, de quanto será a folga x entre a
bola e o aro em toda a volta? (Adotar π 5 3,14.)

„ Resolução
Seja d a medida do diâmetro da circunfe- d
rência máxima da bola, temos:
78
C 5 d 8 π V 78 5 d 8 3,14 V d 5 V
3,14
V d q 24,84
ADILSON SECCO

Observando o esquema da vista superior


da bola e do aro, temos: x x
2x 5 45 2 d
2x q 45 2 24,84
20,16
x q
2 45 cm
x q 10,08
Portanto, a folga entre a bola e o aro é de aproximadamente 10,08 cm.

106 CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas

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R7. A figura abaixo é formada por quatro setores circulares de 45° e por
uma coroa circular. As circunferências que limitam a coroa têm raios
iguais a 4 cm e 7 cm. Determinar a área azul.

ADILSON SECCO
„ Resolução
45° 8 π 8 4 2 3,14 8 16
Área de um setor circular: q 5 6,28
360° 8
Área dos quatro setores: 4 8 6,28 5 25,12
Área da coroa circular 5 π 8 (72 2 42) q 3,14 8 (49 2 16) 5 103,62
Portanto, a área pintada de azul é, aproximadamente:
25,12 cm2 1 103,62 cm2 5 128,74 cm2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Registre as respostas em seu caderno


Exercícios propostos
20. (FCC-SP) Se, na figura abaixo, R 1 mede 5 cm e a 22. O triângulo inscrito na circunferência da figura
área da coroa circular é 75π cm2, então R 2, em abaixo de raio 1 cm é isósceles e sua base mede
centímetro, é igual a: 1 cm. Calcule a área da região laranja.
alternativa e 5 π 2 3 cm2
6

ADILSON SECCO
R1
ADILSON SECCO

1 cm
O
R2
B

23. O triângulo ABC da figura abaixo é equilátero e


a) 6 c) 8 e) 10
tem área 2 3 cm 2. As circunferências têm centro
b) 7 d) 9
em A, B e C.
21. Os catetos de um triângulo retângulo medem a
e b, e a hipotenusa, c. Sobre esses lados foram
construídos os semicírculos de áreas A1, A2 e A3.
Mostre que A1 1 A2 5 A3. A
Ver resolução no Guia do professor.
ADILSON SECCO

A3
ADILSON SECCO

A1 a c
B C
b

A2

Calcule no caderno a área da região azul. 5π cm2

CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas 107

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Exercícios complementares
Registre as respostas em seu caderno

A região demarcada pelas estacas A, B, M e N deveria


Aplicação
ser calçada com concreto.
1. Calcule o raio da circunferência inscrita e o raio da Nessas condições, a área a ser calçada corresponde:
circunferência circunscrita num quadrado com 10 cm alternativa e
a) à mesma área do triângulo AMC.
de lado. 5 cm e 5 2 cm b) à mesma área do triângulo BNC.
c) à metade da área formada pelo triângulo ABC.
2. Qual é o raio de uma circunferência circunscrita ao d) ao dobro da área do triângulo MNC.
hexágono regular de área 6 3 cm 2 ? 2 cm
e) ao triplo da área do triângulo MNC.

3. Calcule a área de um triângulo cujos lados medem 8. (Enem) O jornal de certa cidade publicou em uma
7 cm, 8 cm e 9 cm e, a seguir, determine a medida página inteira a seguinte divulgação de seu caderno
da altura relativa ao lado de 8 cm desse triângulo. de classificados.
12 5 cm2, 3 5 cm
4. O piso de uma cozinha retangular de 3 m de com- 26 mm
primento por 2 m de largura deverá ser revestido por

ADILSON SECCO
cerâmicas quadradas de 20 cm de lado. Quantas
peças de cerâmica serão necessárias para cobrir todo
o piso? 150 peças 4%
x mm outros
5. Calcule a área da figura: 93 cm2 jornais

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4 cm
96% 400 mm
8 cm Pessoas que consultam
nossos classificados
5 cm
ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO

6 cm 6 cm

6. Calcule a área da figura:

5m

6m (
6 61 6 )m 2
260 mm
7m
Para que a propaganda seja fidedigna à porcentagem
6m da área que aparece na divulgação, a medida do lado
do retângulo que representa os 4% deve ser de apro-
7. (Enem) Em canteiros de obras de construção civil é ximadamente: alternativa d
comum perceber trabalhadores realizando medidas a) 1 mm c) 17 mm e) 167 mm
de comprimento e de ângulos e fazendo demarcações
b) 10 mm d) 160 mm
por onde a obra deve começar ou se erguer. Em um
desses canteiros foram feitas algumas marcas no 9. O quadrado ABCD tem área 64 cm2. Se M e N são pon-
chão plano. Foi possível perceber que, das seis es- tos médios de AB e CD , respectivamente, determine
tacas colocadas, três eram vértices de um triângulo a área do polígono MQNP. 16 cm2
retângulo e as outras três eram os pontos médios
dos lados desse triângulo, conforme pode ser visto
A M B
na figura, em que as estacas foram indicadas por
letras.
ADILSON SECCO

B
P Q
ADILSON SECCO

M
P

A C D C
N N

108 CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas

093-113-C4-MCon-2.indd 108 13/05/13 08:34


10. Calcule a área da figura sabendo que ABCD é um
A B
quadrado de diagonal 15 2 cm e que esta figura
é limitada por semicircunferências congruentes.
225 cm2

D
C

11. (Ibmec) Considere que os ângulos de todos os can-

ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO


tos da figura ao lado são retos e que todos os arcos
são arcos de circunferências de raio 2, com centros
sobre os pontos em destaque.
A área da região sombreada é igual a: alternativa c
a) 4 b) 4π c) 16 d) 16π e) 64

12. Calcule a área da região alaranjada, sendo ABCD A M B


e MNPQ quadrados e M, N, P e Q centro dos arcos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

de circunferência de raio 2 cm. 8 cm2

Q N

D P C

13. Em certa pizzaria, uma pizza cujo diâmetro mede 40 cm custa R$ 40,00. Qual deve ser o preço
de uma pizza cujo diâmetro mede 35 cm, se o preço da pizza é sempre proporcional à sua área? q R$ 30,63

14. Uma bola de futebol com medida oficial, como a ilustrada na abertura deste capítulo, é com-
posta de 20 hexágonos e 12 pentágonos, todos regulares. Sabendo que o apótema do hexágono
mede aproximadamente 3,8 centímetros, e o do pentágono, 4,2 centímetros, com o auxílio de
uma calculadora, calcule quanto couro é necessário para confeccionar uma bola de futebol.
(Observe que, neste caso, os lados dos polígonos são iguais e devemos desconsiderar a área
utilizada para a costura.) 1.525,84 cm2

Aprofundamento
15. Seja o trapézio ABCD ao lado, cujas bases medem D C
8 cm e 5 cm, respectivamente, e a altura mede 4 cm. A2
ADILSON SECCO

Deter mine a diferença entre as áreas A1 e A2. 6 cm2

A1

A B

16. Um quadrado tem área igual a 4 cm2. Formando-se infinitos quadrados que têm como
vértices os pontos médios dos lados do quadrado anterior, qual será a área do 5o quadrado
assim formado? 0,25 cm2

Desafio
área H
17. (UFC-CE) A razão , em que H é um hexágono regular ABCDEF (com vértices nomea-
área K
dos no sentido horário) e K é o hexágono obtido pela intersecção dos triângulos ACE e BDF,
é igual a: alternativa c
a) 2 b) 2,5 c) 3 d) 3,5 e) 4

CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas 109

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Autoavaliação
Leia atentamente as questões a seguir e 5. Sejam ABC e AMN dois triângulos A

ADILSON SECCO
responda-as em seu caderno. de alturas que medem H e h, res-
pectivamente, e MNCB um trapézio.
1. Em um inscrito em uma circunferência, a Se h é dado em função de H por M N
medida do lado é dada pela relação  5 2a 3 , em , então a área de ABC é o
que a é a medida do apótema. alternativa b dobro da área AMN. alternativa b B C
a) quadrado H 2H
a) h 5 c) h 5
b) triângulo equilátero 2 3
c) hexágono regular H 2 3H
b) h 5 d) h 5
d) octógono regular 2 5

2. Observe a figura. A área do é 1,5 cm2. 6. Considere um quadrado ABCD com lado 10 cm.
alternativa c
A B C A B
ADILSON SECCO

ADILSON SECCO
AB = 1 cm
AG = 1 cm H D
F E
GE = 2 cm

G F E
D C

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
alternativa d
a) retângulo ACEG c) trapézio ABEG A área de cada trapézio (ABEF e DCEF) é igual ao
b) triângulo AEG d) losango BDFH dobro da área de BCE. Qual é a medida de FE ?
a) 3 cm b) 4 cm c) 5 cm d) 6 cm
3. Um quadrado e um hexágono regular têm o mes-
mo perímetro. Se a medida do apótema do qua- 7. Observe a figura:
drado é a4 e a medida do apótema do hexágono
é a6, então a razão entre as áreas do hexágono e
do quadrado, nessa ordem, é: alternativa a 2 cm

ADILSON SECCO
a a4
a) 6 c) a
a4 6 1 cm
b) a6 d) a4 8 a6

4. Considere um triângulo equilátero cuja área é


numericamente igual ao perímetro. A medida do Qual é o valor, em centímetro quadrado, da área
apótema desse triângulo é unidade(s) de verde? alternativa b
comprimento. alternativa b 3π π
a) 3π b) c) π3 d)
a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 4 4

Retomada de conceitos
Se você não acertou alguma questão, consulte a tabela e verifique o que precisa estudar novamente.
Releia a teoria e refaça os exercícios correspondentes.

Número da questão

Objetivos do capítulo 1 2 3 4 5 6 7

Identificar superfícies poligonais, circunferências


X X
e círculos.
Estabelecer relações métricas entre os elementos
dos polígonos regulares e entre eles e o raio da X X X
circunferência circunscrita a eles.
Resolver situações-problema que envolvam o cálculo
X X X X
das áreas de superfícies poligonais e do círculo.

Páginas do livro referentes ao conceito 94 a 96 97 a 101 102 e 103 102 e 103 97 a 101 97 a 101 104 a 107

110 CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas

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Pesquisa e ação Mosaico

Os azulejos decorados com mosaicos fazem parte da cultura de muitos países, como em Portugal,
por causa da influência árabe no território. Em Marrocos e na Espanha também há azulejos de
influência árabe. No Brasil, devido à colonização portuguesa, é possível encontrar azulejos
semelhantes aos de Portugal.
Os mosaicos são constituídos de formas geométricas que se repetem formando um determinado
padrão. Alguns artistas criaram mosaicos inusitados, como o holandês M. C. Escher.
FRANS LEMMEN/ALAMY/GLOW IMAGES

THOMAZ VITA NETO/PULSAR IMAGENS


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Detalhe de mosaico, Marrocos, 2012. Detalhe de azulejo português em casarão no


centro histórico de São Luís, MA, 2010.
© 2013 THE M.C. ESCHER COMPANY/THE
NETHERLANDS - COLEÇÃO PARTICULAR

M. C. Escher, Simetria n. 70, 1948.

Procedimentos

1) Reúna-se com mais quatro colegas e pesquisem os seguintes temas:


• Azulejos em Portugal
• Azulejos no Brasil
• Azulejos em Marrocos
• Mosaicos simétricos do artista M. C. Escher
Esta pesquisa servirá para a construção de um repertório de imagens, formas e cores, dando
subsídio para a construção dos azulejos do grupo.

2) A próxima etapa é definir quais polígonos serão usados para compor cada imagem dos azulejos
e a definição da imagem geral do mosaico, levando em consideração a área predeterminada
que será coberta pelos azulejos. Essa área será estabelecida pelo professor.

3) Decisão tomada, escolham o material que será usado na confecção dos azulejos, considerando
a questão estética e a questão matemática. Lembrem-se de usar material reciclado.

4) Você e seus colegas, juntamente com o professor, poderão organizar uma mostra dos painéis
de azulejos produzidos e contar um pouco a trajetória do trabalho, destacando os sites uti-
lizados como referência.

CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas 111

093-113-C4-MCon-2.indd 111 17/05/13 18:09


Resolução comentada
Problema
Áreas
(Fuvest-SP) Na figura, ABCD é um quadrado de lado 1, DEB D C
e CEA são arcos de circunferências de raio 1. Logo, a área

ADILSON SECCO
da região destacada é:

a) 1 2 π 1 c) 1 2 π 2 e) 1 2 π 2
3 3 3 E
6 4 6 4 3 4
π 1
d) 1 1 π 2
3 3
b) 1 2 A B
3 2 3 2

Resolução
Como não existe uma fórmula imediata para o cálculo da área destacada na figura,
Para determinar a área de uma fi-
é necessário pensar um pouco mais para obter a solução. Vamos apresentar duas
gura da qual não conhecemos a fór-
mula direta, geralmente utilizamos formas: resolvendo por meio da composição de figuras e por decomposição da
a decomposição ou a composição figura em uma malha quadriculada.
em figuras conhecidas. Esse pro-
cesso já era utilizado por Leonardo ¢ Resolvendo pela composição de figuras

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
da Vinci há cerca de 5 séculos. A figura destacada está inserida em um quadrado de lado 1. Se fizermos com ela
Veja uma figura (apresentada no uma composição de figuras, até obtermos o quadrado, podemos relacionar suas
livro Leonardo’s dessert, no pi, de áreas e encontrar a área solicitada. Mas, nesse caso, é mais fácil fazer o caminho
Herbert Wills) em que, aplicando
contrário, ou seja, partir do quadrado, eliminando algumas figuras até encontrar
esses dois processos, podemos en-
a figura destacada.
contrar sua área mais facilmente.
O quadrado de lado 1 tem 1 unidade quadrada de área. Dessa área, podemos
subtrair a área do triângulo ADE.
ADILSON SECCO

O triângulo ADE é equilátero, pois o ponto E é o ponto comum à intersecção dos


E
 e CEA
arcos DEB  . Sendo ADE um triângulo equilátero, seus ângulos internos me-
dem 60°. Com esses dados, é possível determinar sua área:

D C

()
, centramos
Para traçar o arco DEB 2
3
60° h 2 5 12 2 1 V h2 5 1 2 1 V h 5
ADILSON SECCO

o compasso em A e, com abertura 2 4 2


h
até D, traçamos o arco até encon- E
trar B. Essa construção permite 18 3
A triângulo 5 DA 8 h 5
3
afirmar que qualquer ponto da 60° 5
2 4 4
curva DEB equidista de A. Como A B
o ponto E pertence à curva DEB,
então AD 5 AE. Da mesma forma, O ângulo CDE é o complemento do ângulo EDA que mede 60°, então
podemos afirmar que AD 5 DE. med(CDE ) 5 30°. Da mesma forma, a medida do ângulo BAE é 30°.
D C Além do triângulo ADE, temos de eliminar a área de dois setores circulares (con-
gruentes) de ângulo central medindo 30°: BAE e CDE.
ADILSON SECCO

D C
30°
ADILSON SECCO

A área de cada um deles é:


A B
A setor BAE 5 A setor CDE 5 απ r 5 30 ° 8 π 8 1 5 π
E 2 2

360° 360° 12
30°
A B

Ao subtrair, da área do quadrado, a área do triângulo ADE e as áreas dos dois


setores circulares (BAE e CDE), encontramos a área procurada:

2 π 2 π 512 2 π
3 3
12
4 12 12 4 6
Resposta: alternativa c

112 CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas

093-113-C4-MCon-2.indd 112 13/05/13 08:34


¢ Resolvendo por decomposição da figura e aproximações
Embora essa forma de resolução não seja a mais indicada para resolver um exercí-
A contagem dos quadradi-
cio de vestibular, vamos desenvolvê-la pela importância das ideias que decorrem
nhos é aproximada, pois, ao
desse método de análise. contar os quadradinhos que
Para decompor a figura destacada, vamos reproduzi-la com auxílio de régua e estão próximos ao arco de
compasso, em uma folha de papel milimetrado, em que a medida 1, do lado do circunferência, precisamos
quadrado, equivale a 50 mm na folha milimetrada. efetuar alguma aproximação:

Porém, ao utilizar o papel mili-


metrado em que os quadradi-

ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO


nhos são menores, a margem
de erro também diminui.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Ou seja: quanto menores fo-


rem os qua dra dinhos, mais
preciso será o resultado.

Observando a figura, podemos contar de forma aproximada a quantidade de


quadradinhos do papel milimetrado na figura destacada: 120.
Como a área do quadrado original é 1 e esse quadrado tem 2.500 quadradinhos
(50 8 50), a área de cada quadradinho da folha milimetrada é: 1 . Então, os
2 . 500
120 quadradinhos têm área igual a: 120 5 0,048
2.500
Substituindo o valor aproximado de π em cada uma das alternativas da questão,

vemos que 0,048 está mais próximo de: 1 2 π 2


3
q 0,043
6 4
O Cálculo Integral
A ideia de Integral surgiu com os primeiros problemas de quadraturas, hoje de-
Conheçam mais um pouco em:
nominados “processo de cálculo da área de uma figura”. Os antigos geômetras
ecalculo.if.usp.br
gregos ficavam fascinados quando encontravam um problema de determinação
da área de regiões curvilíneas. Ao longo do tempo, muitos matemáticos, por meio
de estudos de vários problemas, segundo diversos aspectos, contribuíram para a
consolidação desse campo.
π unidades de área
Em linhas gerais, cabe ao Cálculo Integral o uso instrumental para fazer a soma de a) 1 2
4
infinitas parcelas de uma figura com o objetivo de determinar áreas, comprimen-
tos e volumes. Esse poderoso instrumento é usado, hoje, não só na Matemática, π 3
b) 2 unidades de área
3 4
mas nas áreas da Física, Astronomia, Economia, Engenharia, Medicina e Química.
2 π unidades de área
3
c)
4 12
Comparem as resoluções Variação do problema
Escolham uma das resoluções e escrevam Os quadrados têm lados unitários. Calculem no caderno a área des-
no caderno um comentário sobre ela. tacada de cada item:
Se vocês pensaram em uma forma dife- a) D C b) D C c) D C
rente de resolver esse problema, elabo-
ILUSTRAÇÕES:
ADILSON SECCO

rem a resolução no caderno e façam um E


E
comentário a respeito. resposta pessoal

A B A B A B

CAPÍTULO 4 Superfícies poligonais, círculo e áreas 113

093-113-C4-MCon-2.indd 113 13/05/13 08:34


Capítulo
A semelhança
10 e os triângulos

Objetivos do capítulo 1 Noção de semelhança


• Identificar figuras Há muitos séculos, a humanidade começou a desenvolver a arte de confeccio-
planas semelhantes e
nar mapas e tentou representar no plano, do modo mais perfeito possível, uma
a razão de semelhança superfície arredondada. No entanto, as diferentes projeções cartográficas repre-
entre elas. sentadas, como as que mostramos a seguir, apresentam algum tipo de deformação,
• Resolver situações­ já que as distâncias ou os ângulos não podem ser preservados por elas. Por isso
­problema que os mapas confeccionados por diferentes projeções não são figuras semelhantes
ao modelo real.
envolvam a semelhança
de figuras planas. Além de buscar as semelhanças entre a figura desenhada e a região real do
globo, o leitor de um mapa talvez queira saber que distâncias estão representadas.
• Resolver situações­ Para isso, são usadas escalas, que estabelecem a relação entre o comprimento de

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
­problema que uma linha no mapa e o comprimento daquela distância na realidade.
envolvam a relação
pitagórica e demais
relações métricas no
triângulo retângulo.
FERNANDO JOSÉ FERREIRA

FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Fonte: FERREIRA, Graça M. Lemos. Atlas geográfico: Fonte: FERREIRA, Graça M. Lemos. Atlas geográfico:
espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2010. espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2010.

Na projeção cônica, a deformação fica mais evidente Na projeção cilíndrica, a deformação fica mais evi-
nas baixas latitudes (próximas do Equador) e os he- dente nas médias e altas latitudes (próximas dos
misférios não podem ser projetados simultaneamente. polos).

234 Capítulo 10 A semelhança e os triângulos

234-257-C10-MCon-1.indd 234 15/04/13 17:54


Exemplo
Veja os dois mapas abaixo. Eles indicam os pontos geográficos extremos do Reflita
Brasil: ao sul, o Arroio Chuí (RS); ao norte, a nascente do rio Ailã (RR); a oeste,
Com uma régua, meça os lados e
a nascente do rio Moa (AC); e a leste, a Ponta do Seixas (PB). O mapa da direita,
as diagonais dos dois quadriláte­
cuja escala é 1 9 100.000.000, é uma redução do mapa da esquerda, cuja escala
ros representados nos mapas.
é 1 9 75.000.000. Esses mapas são exemplos de figuras semelhantes, assim como
• No mapa da direita, multiplique
os dois quadriláteros cujos vértices são os pontos extremos do Brasil. por 100.000.000 a medida (em
centímetro) da diagonal leste­
ERICSON guIlhERmE luCIANO

Ponto mais Ponto mais setentrional


setentrional ­oeste. Converta o valor obtido

Nascen
Nascen

OCEANO OCEANO
ATLÂNTICO ATLÂNTICO para quilômetro e compare

te do
o resultado com a distância
te do ri

rio Ailã
indicada no mapa. São aproximadamente
iguais.
o Ailã

Nascente do rio Moa Ponta do Seixas


4.319,4 km
Nascente do rio Moa 4.319,4 km Ponta do Seixas
Ponto mais ocidental Ponto mais oriental • Calcule a razão entre a medida
Ponto mais ocidental Ponto mais oriental 4.394,7 km de um lado do quadrilátero da
4.394,7 km esquerda e a medida do lado
correspondente do quadrilátero
da direita. Faça o mesmo para
N
os outros três lados. Descon­
siderando possíveis erros de

Arroio
medida, pode­se dizer que as

Chuí
razões são iguais? sim
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

N
Arroio

Ponto mais meridional Escala 1 9 100.000.000

Fonte: Atlas geográfico escolar. • Meça os ângulos dos quadrilá­


Chuí

Ponto mais
meridional Rio de Janeiro: IBGE, 2009. teros. O que acontece com as
Escala 1 9 75.000.000
Essa introdução abre espaço para um trabalho medidas de dois ângulos com
interdisciplinar com Geografia. vértice em um mesmo ponto
geográfico? São iguais.
FERNANDO JOSÉ FERREIRA

Ph O
tOD
ISC/
gEt
ty
ImA
gE
S

Fonte: FERREIRA, Graça M. Lemos. Atlas geográfico:


espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2010.

A projeção plana ou azimutal, na qual o plano de


projeção é tangente a um dos polos, possibilita
menor grau de deformação nas representações de
parte de um continente.

Terra vista do espaço.

234-257-C10-MCon-1.indd 235 15/04/13 17:54


2 Teorema de Tales t
r
v
2.1 Feixe de paralelas e transversais
s
u
Na figura ao lado, as retas coplanares r, s e t são distintas e paralelas entre si, A M P
formam o que denominamos feixe de retas paralelas. Reta transversal ao feixe B

IluStRAçõES: ADIlSON SECCO


de retas paralelas é uma reta do plano que concorre com todas as retas do feixe; na
figura, as retas u e v são retas transversais ao feixe de retas paralelas r, s e t. C
Os pares de segmentos AB e AM, BC e MP, AC e AP são conhecidos por seg-
mentos correspondentes (segmentos das transversais cujos extremos pertencem
às mesmas paralelas).
Como exemplo, vamos considerar os segmentos determinados por um feixe de
paralelas sobre duas transversais, com as medidas especificadas na figura ao lado.
É possível notar que as razões das medidas de segmentos correspondentes são
1 cm 0,8 cm
iguais: 1 5 2 , isto é, as medidas são proporcionais.
0,8 1,6
Nesse caso, os segmentos são ditos segmentos proporcionais.
2 cm 1,6 cm
Esse fato ocorre para qualquer feixe de paralelas e quaisquer transversais?
Para responder a essa pergunta, inicialmente vamos analisar uma importante
propriedade dos triângulos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Teorema fundamental da proporcionalidade
¡¡
Se uma reta paralela a um dos lados de um triângulo intercepta os outros dois
lados em pontos distintos, então ela determina sobre esses lados segmentos
proporcionais.

Demonstração
Aqui supomos conhecida a fórmula da área do triângulo. O assunto “área de
uma superfície poligonal” será estudado em momento posterior.

1. 2.
M M
h

P Q P Q

B C B C
Na figura: Os triângulos QMP e QPB têm a mesma altura de medida h relativas
BMC é triângulo, P Ñ BM, Q Ñ MC e PQ/BC aos lados MP e PB, respectivamente. Então, a razão entre suas áreas é:
MP 5 MQ 1 ( )
8 MP 8 h
IluStRAçõES: ADIlSON SECCO
Vamos mostrar que: A QMP A QMP
PB QC 5 2 V 5 MP (I)
A QPB 1 ( ) A QPB PB
8 PB 8 h
2

3. M 4. M
h‘
P Q P Q
h” h”
B C B C
Os triângulos QMP e QPC têm mesma altura de medida h’ relativas Os triângulos QPB e QPC têm base PQ e altura de medida h” em
aos lados MQ e QC, respectivamente. Então, a razão entre suas relação ao lado comum PQ. Logo, têm a mesma área.
áreas é: De (I) e (II), vem que:
1 8(
A QMP MQ) 8 h’ A QMP (I)
AQMP
= MP V AQMP = MP 8 A 
5 2 V 5 MQ (II) AQPB PB PB QPB 
 MP
A QPC 1 8 ( ) 8
QC h’ A QPC QC  8 AQPB 5 MQ 8 AQPC
2 AQMP MQ MQ 8 A  PB QC
(II) = V AQMP = QPC
AQPC QC QC 

Assim, podemos concluir que: MP 5 MQ


PB QC

236 Capítulo 10 A semelhança e os triângulos

234-257-C10-MCon-1.indd 236 15/04/13 17:54


Exercício resolvido
R1. Dois pilares paralelos de sustentação de uma rampa distam 1,5 m.
O pilar mais baixo foi fincado no chão a 2,7 m do pé da rampa e seu
topo dista 1,8 m do topo do pilar mais alto. Determinar o comprimento

1,
8
dessa rampa.

m
c
„„ Resolução B 1,8
m
c Ao observá‑la,
A figura abaixo esquematiza a situação proposta.
E
notamos que, no triângulo ABC, DE /AB e DE intercepta
(c AC e BC.
2
Logo, DE determina sobre AC e BC segmentos proporcionais.
1, 8) 1,5 m

1,
m

8
m

IluStRAçõES: ADIlSON SECCO


c 2,7 m
B 1,8 A 1,5 m C
m Assim, 2,7
D m
temos:
c
c 2 1,8 2,7
E 5
(c 1,8 1,5
2
1,8 1,5 mc 2 1,8 5 3,24
)m
c 5 5,04
2,7 m
A 1,5 m D 2,7 m C

Logo, a rampa tem 5,04 m de comprimento.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Teorema de Tales
¡¡
Os segmentos correspondentes determinados por um feixe de retas paralelas
distintas sobre duas retas transversais são proporcionais.

Demonstração Observação
Sejam a, b e c retas paralelas e as retas transversais t e v que as interceptam nos Dado um feixe de retas paralelas
sobre duas transversais, o teore­
PQ 5 QR
pontos P, Q, R, M, N e S, conforme a figura. Vamos mostrar que: ma de Tales garante que a razão
MN NS
entre dois segmentos quaisquer
t v x t v de uma mesma transversal é
igual à razão entre os segmen­
IluStRAçõES: ADIlSON SECCO

P M a P M a tos correspondentes da outra


transversal.

Q N b Q F N b

Observação

R S R G S A partir da proporção (III),


decorrem outras, por exemplo:
c c
PQ 5 MN ou PR 5 MS
Figura I Figura II PR MS QR NS
Vamos considerar uma reta x, paralela à reta v e que passe por P, encontrando Esta última é obtida somando­se
1 a cada membro da proporção.
as retas b e c nos pontos F e G, respectivamente (figura II).
PQ 5 MN
Para o triângulo PRG, vale o teorema fundamental da proporcionalidade. Assim, QR NS
concluímos que:
PQ 1 1 5 MN 1 1
PQ 5 PF (I) QR NS
QR FG
PQ 1 QR 5 MN 1 NS
No entanto, os quadriláteros PMNF e FNSG são paralelogramos. Então seus lados QR QR NS NS
opostos têm mesma medida: PF 5 MN e FG 5 NS (II)
PQ 1 QR 5 MN 1 NS
PQ 5 MN QR NS
De (I) e (II), concluímos que: (III)
QR NS PR 5 MS
PQ QR
Logo: 5 QR NS
MN NS

Capítulo 10 A semelhança e os triângulos 237

234-257-C10-MCon-1.indd 237 15/04/13 17:54


Registre as respostas em seu caderno
Exercícios propostos
1. Observe a figura e determine o valor de x, sabendo 4. (Vunesp) A sombra de um prédio, num terreno
que as retas r e s são paralelas. 5 km plano, numa determinada hora do dia, mede
15 m. Nesse mesmo instante, próximo ao prédio,
a sombra de um poste de altura 5 m mede 3 m.
1,5
km
ADIlSON SECCO

6,2
5k
m

ADIlSON SECCO
1,2 km x
r s

2. Para a cobertura de um galpão, instalou‑se uma


estrutura metálica na forma de treliça, conforme
a figura, na qual as peças AD e BE são para‑
lelas. Determine AB sabendo que BC 5 3,6 m,
DE 5 1,12 m e EC 5 2,88 m. 1,4 m

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A
A altura do prédio, em metros, mede: alternativa a
B
a) 25 d) 45
ADIlSON SECCO

b) 29 e) 75
c) 30

5. Considere duas circunferências, de centros O1


D E C
e O2, que são tangentes entre si, e a reta r
que é tangente a essas circunferências nos
pontos T1 e T2, respectivamente. Sabendo que
3. Na figura, as retas n e m são paralelas entre si. OT1 5 12 cm, OT2 5 27 cm e OO1 5 13 cm, de‑
Calcule o valor de x. 2 unidades de comprimento termine a distância entre os centros O1 e O 2.
16,25 cm
n m
x+
2
ADIlSON SECCO

O2

ADIlSON SECCO
3x
+4 O1

O
r
x 3x – 1 T1 T2

3 Semelhança
3.1 A ideia de semelhança no dia a dia
Observação Em muitas situações cotidianas lidamos com objetos semelhantes. Se, em uma
Se a razão entre a medida da maquete de um prédio e no próprio prédio, todos os ângulos correspondentes
altura de uma maquete de 10 cm forem congruentes (tiverem medidas iguais) e se as medidas de cada par de seg-
e a medida da altura de um pré­ mentos correspondentes apresentarem a mesma razão, dizemos que a maquete
dio de 10 m se repetir em todos e o prédio são semelhantes.
os demais segmentos, dizemos
Isso não ocorre quando a ampliação ou a redução de uma foto deforma o
que a escala é de 1 para 100.
objeto fotografado.

238 Capítulo 10 A semelhança e os triângulos

234-257-C10-MCon-1.indd 238 15/04/13 17:54


As fotos I e II são semelhantes, pois a foto II é uma redução da foto I, sem de- Explore
formar a imagem. O mesmo não ocorre com as fotos I e III.
Junte-se a um colega, tire fotos
fotos: Rechitan soRin/
shutteRstock

use imagens de revistas ou jornais


ou desenhe algumas situações do
cotidiano que envolvam seme-
lhança. Depois montem um painel
e expliquem aos colegas por que
vocês escolheram essas situações.

Onça-pintada
Foto I Foto II Foto III
Além de estar presente na ampliação ou redução de imagens (sem deformação) Reflita
em fotografia, a ideia de semelhança também está presente nas figuras geométricas
• Dois círculos são sempre seme-
(nos polígonos, por exemplo).
lhantes?
• E dois retângulos?
3.2 Semelhança de polígonos
• Dois círculos (ou duas circunferências)
são sempre semelhantes, pois a forma
é mantida, apenas o raio é modificado.
Dois polígonos são semelhantes quando têm os ângulos internos correspon- • Apesar de as medidas dos ângulos
dentes de mesma medida e os lados correspondentes proporcionais. correspondentes serem iguais,
dois retângulos podem ser não
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

semelhantes, basta que a razão entre


as medidas das alturas seja diferente
Quando a razão de semelhança entre dois polígonos semelhantes é 1, dizemos da razão entre as medidas das bases.
que eles são polígonos congruentes (duas figuras são congruentes quando têm Por exemplo, se a medida da altura de
um retângulo for o dobro da medida
a mesma forma e o mesmo tamanho). da altura do outro e as bases tiverem
as mesmas medidas, então esses
Exemplos retângulos não serão semelhantes.

a) Observe os polígonos ABCDE e A’B’C’D’E’.

D’ 3 cm E’
ilustRações: adilson secco
150° 2 cm
D 1,8 cm E
1,2 cm 2 cm 60° A’
150°
1,2 cm 60° A
150° 150° 2 cm
1,2 cm
C 1,8 cm B C’ 3 cm B’

Esses dois polígonos são semelhantes porque têm os ângulos internos corres-
pondentes (A e A’, B e B’, C e C’, D e D’, E e E’) de mesma medida e os lados
correspondentes proporcionais. Assim:
AB 5 BC 5 CD 5 DE 5 EA 5 0,6
A‘B‘ B‘C ‘ C ‘D‘ D‘E ‘ E ‘ A‘
O quociente 0,6 é denominado razão de semelhança dos polígonos ABCDE
e A’B’C’D’E’.

b) Os dois quadriláteros abaixo também são semelhantes, e a razão de seme-


lhança entre eles é 1. Nesse caso, dizemos que os polígonos são congruentes.

1,3 cm
3 cm 55°
ilustRações: adilson secco

125°
3 cm 3 cm
2,5 cm 125°
1,3 cm
55°
3 cm 2,5 cm

Para quaisquer figuras semelhantes entre si, a razão de semelhança pode ser
calculada a partir da razão das medidas de quaisquer dois pares de segmentos
correspondentes das figuras.

Capítulo 10 A semelhança e os triângulos 239

234-257-C10-MCon-1.indd 239 19/04/13 09:15


Exercícios resolvidos
R2. Os quadrados ABCD e PQRS são semelhantes? Reflita
A
Desenhe dois quadrados,
mostre que eles são seme­
lhantes e encontre a razão de
P Q semelhança. Depois, determi­
ne a razão entre suas diago­
ADIlSON SECCO

D B nais, entre seus perímetros e


entre suas áreas.
Comparando essas razões, o
S R que você observa?
Ver resolução no Guia do professor.

C
„„ Resolução
Os quadrados ABCD e PQRS são semelhantes, pois têm todos os ângulos
internos medindo 90° e os lados correspondentes proporcionais, já que
a razão entre a medida de um lado qualquer de ABCD e a medida de um
lado qualquer de PQRS é sempre a mesma (os lados de cada um deles
são congruentes entre si).
A argumentação acima é válida para quaisquer dois quadrados. Por‑

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tanto, podemos concluir que dois quadrados são sempre polígonos
semelhantes.

R3. Veja o retângulo ABCD da figura abaixo, em que AD 5 BC 5 1. Uma reta r


intercepta os lados AB e DC desse retângulo determinando o quadra‑
do PBCQ de lado 1. Sabendo que os retângulos ABCD e APQD são seme‑
lhantes, quanto mede o lado AB ?

A P 1 B
ADIlSON SECCO

1 1 1

D Q C
1
r

„„ Resolução
Vamos representar por x , x . 0, a medida do lado AB.
Se os retângulos ABCD e APQD são semelhantes, temos:
AB AD x 1
5 V 5 V x2 2 x 2 1 5 0 e x . 0 V
AD AP 1 x 21 Mais informações sobre o número
de ouro podem ser encontradas no
11 5
Vx5 livro Razão áurea: a história de Fi, um
2 número surpreendente, ver página 276,
11 5 na seção “Sugestão de leitura”.
Logo, o lado AB mede aproximadamente .
2
11 5
O número é conhecido como número de ouro, e o retângulo
2
19
83

ABCD é um retângulo áureo.


AN
tO
NIO

Observação
PEtIC

• O número de ouro, também conhecido por divina proporção, é uma constante irra­
Ov

cional representada pela letra grega  (lemos “fi”). Ela está presente nas artes em geral. Antonio Peticov. Obra 1.618, 1983.
• Retângulo áureo é aquele no qual a razão entre a sua largura e o seu compri­ Madeira e tinta sobre tela,
220 3 350 cm.
mento é 1 1 5 , que é aproximadamente igual a 1,618. Espiral construída tendo como base
2
retângulos áureos.

240 Capítulo 10 A semelhança e os triângulos

234-257-C10-MCon-1.indd 240 15/04/13 17:54


Registre as respostas em seu caderno
Exercícios propostos
6. Justifique as respostas às questões: 9. Caio quer mudar o tamanho de cada uma das
a) Todos os triângulos retângulos são polígonos fotografias que aparecem abaixo. Qual será o
semelhantes? comprimento e qual será a medida da altura de
b) Dois triângulos equiláteros são sempre polígo‑ cada foto se ele usar no processo a escala 100 9 1?
nos semelhantes? E se usar a escala 1 9 7? Ver resolução no
Guia do professor.

7. Um guardanapo retangular de medidas 3 dm por 4 cm


3 3 dm é dobrado em três partes iguais, conforme

EDSON
gRANDISOlI/
PulSAR
ImAgENS
2,5 cm
mostra a figura. Os retângulos correspondentes
ao guardanapo aberto e a ele dobrado são seme‑
lhantes? Se forem, qual é a razão de semelhança?
Praia de Taipu de
São semelhantes e a razão de semelhança é 3 .
Fora, Península de
3 dm 3 dm 3 dm Maraú, BA, 2012.

9 cm

mAuRICIO SImONEttI/
PulSAR ImAgENS
ADIlSON SECCO

3 dm

6 cm
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3 3 dm

8. Sobre uma circunferência de centro C e raio


, de comprimento Margem do rio São Francisco
5 cm, foi definido um arco AB
no reservatório da barragem de
15 cm, correspondente ao ângulo central ACB. Itaparica, Jatobá, PE, 2012.
Considerando uma circunferência de raio 8 cm,
concêntrica e coplanar com a circunferência dada, 10. Em um terreno retangular de 1.440 m2 de área,
determine qual é o comprimento do arco  A' B ' foi construída uma oficina com planta retangular,
correspondente ao mesmo ângulo central. 24 cm semelhante à do terreno.
Sabendo que a razão entre as larguras da oficina
2
e do terreno é , responda:
5
ADIlSON SECCO

a) Qual é a razão entre a área da oficina e a área


B B’ total do terreno? Escreva essa razão na forma
C 4 ; 16%
A’ A 5 de porcentagem.
25
8 b) Qual é a área da oficina? 230,4 m2

6. a) Não, pois podemos apresentar contraexemplos: dois triângulos 6. b) Sim, pois todos os ângulos internos dos dois triângulos medem
retângulos, sendo um deles com catetos que medem a e a, e outro 60° (são congruentes) e os lados são proporcionais, já que a
com catetos que medem a e 2 a , não são semelhantes. razão entre as medidas dos lados correspondentes é sempre a
mesma (os lados de cada um são congruentes entre si).

3.3 Semelhança de triângulos


Por serem polígonos, dois triângulos são semelhantes quando satisfazem as Observação
condições de semelhança de polígonos, isto é, têm os lados correspondentes
• Lados correspondentes em
proporcionais e os ângulos internos correspondentes congruentes.
triângulos semelhantes são
os lados que formam ângulos
Exemplo respectivamente congruentes.
Comparando as medidas dos ângulos internos e dos lados dos triângulos ABC • O símbolo r é usado para
e PQR, podemos perceber que: indicar uma congruência. Por
A 4 cm B exemplo, nos triângulos ao lado
temos A r P (lê­se: “o ângulo A
A r P, B r Q, C r R e AB 5 BC 5 CA P 2 cm Q
PQ QR RP é congruente ao ângulo P ”).
1,
9
cm

Assim, podemos concluir que: cm


ADIlSON SECCO

3,8 cm 2,8 cm
1,4

:ABC { :PQR R
(lê-se: “o triângulo ABC é semelhante ao
triângulo PQR”) C

Capítulo 10 A semelhança e os triângulos 241

234-257-C10-MCon-1.indd 241 15/04/13 17:54


Entretanto, o triângulo é um polígono especial, pois, verificada apenas uma das
condições de semelhança, automaticamente a outra também ocorre. Em outras
palavras, para que dois triângulos sejam semelhantes basta que satisfaçam uma
das condições:

• os lados correspondentes são proporcionais;


• os ângulos internos correspondentes são congruentes.

Observação Exemplos

IluStRAçõES: ADIlSON SECCO


6
Os lados correspondentes podem a)
ser identificados de acordo com 3 2
seus tamanhos. Por exemplo, o
maior lado de um triângulo é
4,5 3
correspondente ao maior lado
do outro. 4

Esses dois triângulos são semelhantes, pois têm os lados correspondentes


proporcionais, isto é:
3 5 2 5 4 5 0,666... (razão de semelhança)
4,5 3 6
Consequentemente, os ângulos correspondentes são congruentes.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) Estes outros dois triângulos também são semelhantes:

IluStRAçõES: ADIlSON SECCO


30°

30° 45°

45°

Observação Podemos perceber que a segunda condição de semelhança para triângu-


los também pode ser simplificada. Basta que um triângulo tenha dois ângulos
Dois ângulos são classificados
internos respectivamente congruentes a dois ângulos internos correspon-
como ângulos suplementares
quando a soma de suas medi­ dentes de outro triângulo para que os dois triângulos sejam semelhantes.
das é 180°. Nesse caso, dizemos Note que os terceiros ângulos dos triângulos do exemplo anterior (de me-
que um ângulo é o suplemento dida 105°) também são congruentes, por serem ambos o suplemento de um
do outro. ângulo que mede 75° (30° 1 45°).

Exercícios resolvidos

R4. No triângulo ABC da figura, os segmentos AB e XY são paralelos. O


ângulo A mede a e o ângulo B é reto. As medidas estão expressas em
centímetro. Quanto mede XY ?
A

a
ADIlSON SECCO

X
12

B C
7 Y 8

242 Capítulo 10 A semelhança e os triângulos

234-257-C10-MCon-1.indd 242 15/04/13 17:54


„„ Resolução Observação
Como AB e XY são paralelos e cortados pelos segmentos transversais Os ângulos destacados na figura
AC e BC, os pares de ângulos BAC e YXC, ABC e XYC são congruen‑ são ângulos correspondentes.
tes entre si. Assim, os triângulos ABC e XYC são semelhantes, pois
têm dois ângulos correspondentes respectivamente congruentes:
BAC r YXC e ABC r XYC. 100°
Logo, os lados correspondentes desses triângulos são proporcionais, 100°
isto é:

ADIlSON SECCO
12 718 8 8 12
5 V XY 5 V XY 5 6,4
XY 8 15
Portanto, XY mede 6,4 cm.

100°
R5. Os triângulos ABC e MNP a seguir têm dois lados correspondentes propor‑
cionais (medidas expressas em centímetro) e os ângulos compreendidos
entre eles congruentes. Mostrar que esses triângulos são semelhantes.
Uma reta transversal a um feixe
M de paralelas determina sobre
A elas ângulos correspondentes
8
4 congruentes.
B 30° C
5 30°
N P
10
„„ Resolução
IluStRAçõES: ADIlSON SECCO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

No triângulo MNP, sobre o lado MN marcamos 4 cm a partir de N,


obtendo o ponto Aî.
Do mesmo modo, no lado NP obtemos o segmento NC î de 5 cm.
Observação
M
• O enunciado do teorema funda­
8
mental da proporcionalidade
A’
diz o seguinte:
4
30° Se uma reta é paralela a um dos
N 5 C’ P lados de um triângulo e inter­
10
cepta os outros dois em pontos
distintos, então ela determina
Como 4 é proporcional a 8 e 5 a 10, isto é, os segmentos NAî, MN, sobre esses lados segmentos
proporcionais.
NC î e NP são proporcionais, então, pela recíproca do teorema fun‑
damental da proporcionalidade, temos AîC î/MP. Assim, os ângulos • A recíproca desse teorema
correspondentes NAîC î e NMP são congruentes, bem como AîC îN e MPN. também é válida, isto é:
Dessa forma, pudemos mostrar que os triângulos ABC e MNP são Se uma reta que intercepta dois
semelhantes, pois têm os três ângulos internos correspondentes lados de um triângulo em pon­
respectivamente congruentes. tos distintos determina sobre
eles segmentos proporcionais,
Quaisquer pares de triângulos que estejam nas mesmas condições
então essa reta é paralela ao
são pares de triângulos semelhantes.
terceiro lado do triângulo.

Registre as respostas em seu caderno


Exercícios propostos
ADIlSON SECCO

11. (FEI‑SP) Na figura, x mede: alternativa b


10 8
a) 3 d) 3 1 2
15
10 x
b) 2 e) n.r.a.
15 5
c) Faltam dados para calcular x . 17

12. A mão de um garoto que segura uma pipa está a 1,50 m de altura do
solo. O cordão utilizado para empinar essa pipa tem 6 nós igualmente
espaçados, sendo o primeiro deles para apoio da mão do garoto e o últi‑
mo para amarrar a pipa. Sabendo que a pipa se encontra com o cordão
de 75 m esticado e a uma altura de 46,5 m do solo, a que altura do solo
está o terceiro nó desse cordão? 19,5 m

Capítulo 10 A semelhança e os triângulos 243

234-257-C10-MCon-1.indd 243 15/04/13 17:54


13. O lado menor de um retângulo mede 10 cm e cada a) Qual é a razão de semelhança entre os triân‑
diagonal mede 40 cm. Distante 8 cm de cada vérti‑ gulos ABC e AîB îC ? E a razão entre as medidas
ce desse retângulo, marcam‑se sobre as diagonais de suas alturas? 3 ; 3
2 2
quatro pontos que são vértices de um novo retân‑ b) Qual é a razão de semelhança entre os triân‑
gulo. Sabendo que as diagonais de um retângulo gulos ABC e AìB ìC ? E a razão entre as medi‑
se cruzam no ponto médio, determine a medida das de suas alturas? 3; 3
do lado menor do novo retângulo. 6 cm c) Se a altura do triângulo ABC mede 13 cm, quais
são as medidas das alturas dos triângulos
14. O ângulo B de um triângulo ABC é reto. A altura AîB îC e AìB ìC ? 26 cm e 13 cm
3 3
relativa à hipotenusa desse triângulo divide‑o em d) Qual é a razão entre as áreas dos triângu‑
dois triângulos: ABH e CBH. los ABC e AîB îC ? 9
Os triângulos menores 4
A e) E entre as áreas dos triângulos ABC e AìB ìC ? 9

ADIlSON SECCO
são semelhantes
ao maior, pois
têm dois ângulos 16. Com a figura a seguir, é possível obter conclusões
ADIlSON SECCO

respectivamente importantes. Ver resolução no Guia do professor.


congruentes a dois
ângulos do maior. H
A
Logo, os triângulos

ADIlSON SECCO
menores são
semelhantes entre si. S
B C R

• Mostre que esses três triângulos são semelhantes. B C

15. Considere a figura abaixo, em que os segmentos Sabendo que RS é paralelo a BC e que R é ponto
médio de AB:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
AB, AîB î e AìB ì são paralelos.
a) Mostre que S é ponto médio de AC.
A
4 b) Pela conclusão do item a, mostre que RS é
cm metade de BC.
A’
4 c) Agora, verifique que a medida da altura do
ADIlSON SECCO

cm
triângulo ARS relativa ao lado RS é metade da
13 cm

A” medida da altura do triângulo ABC relativa ao


4
cm lado BC.
B C d) Discuta com um colega e, em seguida, elaborem
B’ C’ B” C” um pequeno texto com as conclusões a que
15 cm vocês chegaram.
ANDy DEAN PhOtOgRAPhy/ShuttERStOCk

4 Teorema de Pitágoras
4.1 Triângulo retângulo
Os triângulos retângulos têm grande importância na nossa vida, pois apare-
cem nas construções, nos trabalhos de topografia e agrimensura, nas situações
em que é preciso calcular distâncias inacessíveis etc. O estudo das relações entre
os elementos de um triângulo retângulo é bastante útil.
Muitos povos da Antiguidade conheciam o triângulo retângulo. Um triângulo
retângulo, em particular: o de lados 3, 4, 5 unidades de comprimento.

Observe os triângulos retângulos


Os egípcios utilizavam esse triângulo como esquadro, para verificar ângulos
que servem de sustentação à retos.
estrutura do telhado.
ADIlSON SECCO

5
3

244 Capítulo 10 A semelhança e os triângulos

234-257-C10-MCon-1.indd 244 15/04/13 17:54


O esquadro egípcio era constituído por uma corda com 12 nós igualmente es- Observação
paçados. Cada espaço entre os nós era uma unidade de medida de comprimento.
Num triângulo retângulo:
Eles sabiam que um triângulo nessas condições é um triângulo retângulo. • catetos são os lados perpen­
Algum tempo depois, os gregos descobriram que essas medidas, e muitas outras, diculares;
mantêm a relação 32 1 42 5 52, que passou a ser conhecida por relação pitagórica, • hipotenusa é o lado oposto ao
porque foi estudada pelos pensadores gregos da escola de Pitágoras. ângulo reto.

4.2 Uma versão do teorema de Pitágoras


Os gregos perceberam que, uma vez construídas regiões quadradas sobre os
lados de um triângulo retângulo, a soma das áreas das regiões sobre os catetos é
igual à área da região sobre a hipotenusa.
É possível verificar essa propriedade no triângulo retângulo de lados de medi-
das 3, 4 e 5 unidades de comprimento, como mostra a figura:

Área da região quadrada


sobre a hipotenusa de 5 u:
25 u2 (III)

adilson secco
Área da região quadrada
sobre o cateto de 3 u:
9 u2 (I) Observação
Área da região quadrada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

sobre o cateto de 4 u: Dois segmentos de reta são deno­


16 u2 (II) minados comensuráveis quando
é possível encontrar uma unidade
Legenda de medida de comprimento
u 5 unidade de comprimento (comprimento do lado do quadradinho) que caiba um número inteiro de
u2 5 unidade de área (área do quadradinho) vezes em cada um deles, ou seja,
quando a razão entre suas medi­
De (I), (II) e (III), observamos que: 25 u2 5 9 u2 1 16 u2 das é um número racional. Caso
Nem sempre será possível obter um quadriculado conveniente para verificar a contrário, eles são classificados de
incomensuráveis.
relação pitagórica entre as medidas dos lados de um triângulo retângulo. Por exem-
plo, se os lados do triângulo não forem comensuráveis, será impossível encontrar um Por exemplo, o lado e a diagonal de
um quadrado são segmentos inco­
quadradinho cujo lado caiba um número inteiro de vezes em cada lado do triângulo.
mensuráveis (não comensuráveis).
Mas, nem por isso, essa propriedade deixa de ser sempre válida, como veremos a seguir.

4.3 Uma demonstração do teorema de Pitágoras Objeto educacional digital


• Uma demonstração do
Teorema de Pitágoras
O enunciado do teorema de Pitágoras diz o seguinte:
Orientações para o professor
no livro digital
Se um triângulo retângulo tem os catetos de medidas b e c e a hipotenusa de

rodrigues de leiva/cid – Museu caPitolino, roMa


medida a, então: a2 5 b2 1 c 2

Demonstração
Vamos considerar dois triângulos retângulos com catetos de medidas b e c e
hipotenusa de medida a e ainda um terceiro triângulo retângulo isósceles de
catetos de medida a.
c
Com eles, compomos um trapézio.
b
ilustrações: adilson secco

a
c a c a a c Embora a existência de Pitágoras
seja discutível, vários escultores
modelaram sua suposta imagem. Na
foto, você vê uma dessas esculturas,
b b a b de autor desconhecido, c. 570 a.C.

Capítulo 10 A semelhança e os triângulos 245

234-257-C10-MCon-1.indd 245 22/04/13 15:33


A área da região limitada pelo trapézio é a soma das áreas das três regiões
triangulares. Assim, podemos escrever:
2 2
Observação
área do trapézio 5 bc 1 bc 1 a 5 bc 1 a (I)
2 2 2 2
b 2 1 2bc 1 c 2 2
5 bc 1 a No entanto, sabemos que:
2 2
medida da 1 medida da
b 2 1 2bc 1 c 2 5 bc 1 a 2 base menor base maior
2 2 2 2 área do trapézio 5 3 medida da altura (II)
2
2 2 2
b 1 bc 1 c 5 bc 1 a
Então, de (I) e (II) podemos escrever:
2 2 2
b 1 c 8 (b 1 c ) 5 bc 1 a2 V b 1 2 bc 1 c 5 bc 1 a2 V b 2 1 c 2 5 a2
2 2
b2 1 c2 5 a2
2 2 2 2

Exemplos
Reflita a) O lado de um quadrado mede 12 cm. Quanto mede cada uma de suas
diagonais?
Uma diagonal de um polígono 12 cm
A diagonal de um quadrado forma com dois de seus
é um segmento de reta que tem

ADIlSON SECCO
extremidades em dois vértices lados consecutivos um triângulo retângulo cujos lados
medem 12 cm, 12 cm e d cm. 12 cm d
não consecutivos desse polígono.
Existe polígono sem diagonal?
2 2 2
Assim, 12 1 12 5 d , portanto:
Caso exista, identifique­o. d 5 288 V d 5 12 2
Sim, apenas o triângulo. Como as diagonais de um quadrado são congruentes, cada uma delas mede
12 2 cm.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) Um grupo de amigos acampa a 7 km de uma estrada.
Com um equipamento de rádio cujo alcance é de

ADIlSON SECCO
A
10 km, eles pretendem se comunicar com os cami-
nhoneiros que circulam nessa estrada. Vamos deter- 10
km
minar 2x, que representa o comprimento da borda x
da estrada (AB) atingidas pelas ondas desse rádio.
7 km
Observando o triângulo isósceles da figura, vemos
que está dividido em dois triângulos retângulos
congruentes. Aplicando o teorema de Pitágoras x

km
em um desses triângulos retângulos, temos:

10
x 2 1 7 2 5 10 2 V x 2 5 51 V x q 7,14
B
Portanto, a onda de rádio alcança cerca de
14,28 km da estrada (2 8 7,14).

4.4 A semelhança e o teorema de Pitágoras


Na demonstração do teorema de Pitágoras apresentada na página anterior, não
foi utilizada a semelhança de triângulos. Com isso, deixamos de encontrar relações
importantes entre os elementos do triângulo retângulo. Veja como esse teorema
pode ser demonstrado valendo-se da semelhança de triângulos.

Demonstração
Considere:

A
ADIlSON SECCO

c b
h

n m
B C
H
Observação
a
Os segmentos CH e BH, de medi­
das m e n, respectivamente, são • um triângulo retângulo com catetos de medidas b e c e hipotenusa de medida a;
conhecidos por projeções dos • a altura relativa à hipotenusa desse triângulo, de medida h;
catetos sobre a hipotenusa.
• os segmentos CH e BH de medidas m e n, respectivamente.

246 Capítulo 10 A semelhança e os triângulos

234-257-C10-MCon-1.indd 246 15/04/13 17:54


Os triângulos retângulos ABC, HAC e HBA são semelhantes, pois têm dois (e,
portanto, três) ângulos internos respectivamente congruentes. Logo, os lados
correspondentes desses triângulos são proporcionais.
A

IluStRAçõES: ADIlSON SECCO


c b c b
h h h

B n m C n m
H

Com base nessa semelhança podemos estabelecer algumas relações métricas no


triângulo retângulo ABC:

:ABC { :HAC V AB 5 AC 5 BC V c 5 b 5 a V bc 5 ah e b2 5 am
HA HC AC h m b
Observação
:ABC { :HBA V AB 5 AC 5 BC V c 5 b 5 a V c2 5 an
HB HA BA n h c Um triângulo com lados de medi­
das a, b e c tal que
:AHC { :BHA V AH 5 AC 5 HC V h 5 b 5 m V h2 5 mn
BH BA HA n c h a2 5 b2 1 c2 é um triângulo re­
tângulo. Isso pode ser deduzido
Somando as relações b2 5 am e c 2 5 an, membro a membro, temos: da lei dos cossenos, a ser vista no
volume do 2o ano desta coleção.
b2 1 c2 5 a(m 1 n) V b2 1 c2 5 a2 ! relação de Pitágoras
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exercício resolvido
R6. Na figura, o triângulo ABC é equilátero. Determinar a medida h da al‑
tura desse triângulo e, no triângulo AHC, determinar a medida d da
altura relativa ao lado AC.

A
ADIlSON SECCO

6 6
h
D
d 3
C H B

„„ Resolução
Em um triângulo equilátero as três alturas são congruentes. Logo,
basta determinar apenas uma delas.
No triângulo ABC, a altura AH relativa ao lado BC determina dois
triângulos retângulos congruentes (AHC e AHB ) de hipotenusa 6 e
catetos h e 3. Assim, aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo
AHC, vem:
h 2 1 3 2 5 6 2 V h 5 36 2 9 V h 5 3 3
No triângulo AHC, a altura relativa ao lado AC determina os triângulos
retângulos DHA e DCH que são semelhantes. Da proporcionalidade
AH DH
entre os lados correspondentes, vem: 5 .
AC CH
h d 3 3
Assim: 5 V 3 3 8 356 8 d V d5
6 3 2
Logo, a altura do triângulo ABC mede 3 3 e altura do triângulo AHC
3 3
mede .
2

Capítulo 10 A semelhança e os triângulos 247

234-257-C10-MCon-1.indd 247 15/04/13 17:54


Registre as respostas em seu caderno
Exercícios propostos
17. As diagonais de um losango medem 54 cm e 72 cm. Determine o perímetro
desse losango. 180 cm

ADIlSON SECCO
54 cm

72 cm

18. Resolva.
a) Seja um cubo cuja aresta mede 5 cm, determine:
• a medida da diagonal de uma face; 5 2 cm
• a medida da diagonal do cubo. 5 3 cm
b) Analise o item anterior e verifique qual é a relação entre as medidas
da aresta e da diagonal do cubo. Você pode resolver esse item com um
colega. dcubo 5 a 3 , em que a representa a medida da aresta do cubo.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ADIlSON SECCO
dcubo

dface

19. As medidas dos catetos de um triângulo ABC retângulo em A são


AC 5 9 cm e AB 5 12 cm. Calcule as medidas das projeções desses ca‑
tetos sobre a hipotenusa. 5,4 cm e 9,6 cm

20. No triângulo retângulo PIA, um cateto mede 15 cm e a hipotenusa, 17 cm.


Sabendo que PH é a altura relativa à hipotenusa, determine:
a) a medida do cateto PI; PI 5 8 cm
b) a medida aproximada h dessa altura; h q 7,1 cm
c) as medidas aproximadas m e n das projeções dos catetos sobre a
hipotenusa. m q 3,8 cm e n q 13,2 cm
P
ADIlSON SECCO
15 cm
h

m n
I A
H
17 cm

21. Na figura, AB é o diâmetro da circunferência de centro O. A altura rela‑


tiva à hipotenusa do triângulo retângulo ABC mede 18 cm e H é o ponto
médio de OB. Determine o raio dessa circunferência. 12 3 cm

C
ADIlSON SECCO

A B
O H

248 Capítulo 10 A semelhança e os triângulos

234-257-C10-MCon-1.indd 248 15/04/13 17:54


22. (PUC) A diagonal de uma tela retangular mede 22 polegadas. Determine
3
as dimensões da tela, sabendo que a razão entre os lados é . alternativa a
4
a) 13,2 e 17,6 c) 12,6 e 16,4 e) 11,8 e 15,2
b) 14,2 e 18,4 d) 15,5 e 19,5

23. Uma barraca tem o mastro central de sustentação perpendicular ao


centro do piso quadrado. Sabendo que o mastro tem 1,60 m de altura e
o piso, 5,76 m2 de área, determine o comprimento de cada haste lateral
da barraca, usando uma calculadora. q 2,33 m

haste
lateral

ADIlSON SECCO
mastro
piso central

a 4
24. No retângulo a seguir, temos 5 . A diagonal BD mede 10 cm. Quanto
b 3
mede AE ? 4,8 cm
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

D C

ADIlSON SECCO
b

A a B

25. (Fuvest‑SP) O triângulo ABC tem altura h e base b (ver figura). Nele, está
inscrito o retângulo DEFG, cuja base é o dobro da altura.

A
ADIlSON SECCO

D G h

B C
E F
b

Nessas condições, a altura do retângulo, em função de h e b, é dada


pela fórmula: alternativa d
bh 2bh bh bh bh
a) b) c) d) e)
h 1b h 1b h 1 2b 2h 1 b 2(h 1 b )

26. Três números naturais não nulos, por exemplo, 3, 4 e 5, que obedecem
à relação pitagórica formam um triângulo pitagórico e são conhecidos
como terno pitagórico.
a) Dê as medidas de outros dois triângulos pitagóricos. Resposta possível: 26. c) Sim, por exemplo, 1, 1 e 2
6, 8, 10 e 5, 12 e 13
b) Que tipo de triângulo obtemos quando as medidas de seus lados for‑ formam um triângulo retângulo,
mas não um triângulo pitagórico,
mam um terno pitagórico? Justifique. triângulo retângulo
já que 2 não é um número
c) Pode existir um triângulo retângulo que não seja pitagórico? Justifique. natural.

Capítulo 10 A semelhança e os triângulos 249

234-257-C10-MCon-1.indd 249 15/04/13 17:54


Exercícios complementares
Registre as respostas em seu caderno

5. Um quadrado está inscrito em um triângulo como


aplicação
mostra a figura. Calcule a medida da altura relativa
1. (Enem) Para uma atividade realizada no laboratório de ao lado BC do triângulo ABC sabendo que o perímetro
Matemática, um aluno precisa construir uma maquete do quadrado inscrito é 19,2 cm e que BC 5 12 cm. 8 cm
da quadra de esportes da escola que tem 28 m de A
comprimento por 12 m de largura. A maquete deverá
ser construída na escala de 1 9 250.

ADIlSON SECCO
D E
Que medidas de comprimento e largura, em cm, o
aluno utilizará na construção da maquete? alternativa c
a) 4,8 e 11,2 c) 11,2 e 4,8 e) 30,0 e 70,0
B C
b) 7,0 e 3,0 d) 28,0 e 12,0 G F

6. (UFV‑MG) Sob duas ruas paralelas de uma cidade serão


2. Um terreno tem frente para duas ruas e foi dividido em construídos, a partir das estações A e B, passando pelas
5 lotes, conforme mostra a figura. Determine a medida estações C e D, dois túneis retilíneos, que se encontra‑
da frente de cada terreno para a rua das Rosas. rão na estação X , conforme ilustra a figura abaixo.
24 m, 21 m, 18 m, 15 m e 12 m
X
Rua das Margaridas
16 m 14 m 12 m 10 m 8 m

ADIlSON SECCO
túnel 1 túnel 2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
C D rua 2
1 km 1,5 km
ADIlSON SECCO

rua 1
A B

A distância entre as estações A e C é de 1 km e entre


Rua
das as estações B e D, de 1,5 km. Em cada um dos túneis
Rosa
s são perfurados 12 m por dia. Sabendo que o túnel 1
90 m
demandará 250 dias para ser construído e que os
túneis deverão se encontrar em X , no mesmo dia, é
correto afirmar que o número de dias que a construção
do túnel 2 deverá anteceder à do túnel 1 é: alternativa e
a) 105 b) 145 c) 135 d) 115 e) 125
3. Na escada mostrada na figura, os degraus estão
separados entre si por uma distância de 25 cm 7. (UFBA) Na figura abaixo, todos os triângulos são
(d 5 25 cm). Calcule a medida da altura dessa escada. retângulos isósceles, e ABCD é um quadrado.
100 cm
d E

d C
40 cm D H

ADIlSON SECCO
d F B
A
PAulO mANzI

d
G

GH 4
Nessas condições, determine o quociente .
CE
8. Considere o :ABC a seguir.
4. (Mackenzie‑SP) Na figura, A
se AB 5 5 8 (AD ) 5 5 8 (FB ), C
a
FG D E
ADIlSON SECCO

a razão vale: alternativa b


ADIlSON SECCO

DE
5
a) 3 d)
2
7
b) 4 e) a A D B
2 F G a altura relativa
c) 5 a
a) O que representa CD nesse triângulo? ao lado AB
B C b) Mostre que: (CD )2 5 (AD ) 8 (DB )
Ver resolução no Guia do professor.

250 Capítulo 10 A semelhança e os triângulos

234-257-C10-MCon-1.indd 250 15/04/13 17:54


9. (UFS‑SE) Na figura, são dados AC 5 8 cm e CD 5 4 cm. 15. (PUC) Na figura, está a plan‑ D
A medida de BD é, em centímetro: alternativa c ta de um lago poligonal de
lados AB 5 2CD, BC 5 6 m C
A
e AD 5 2 21 m. Os ângulos
ADIlSON SECCO

internos de vértices B e D

ADIlSON SECCO
a são retos. A medida do seg‑
mento AC, em metro, é:
alternativa a
a) 10 c) 14
a A B
B C b) 12 d) 16
D
16. Em um trapézio, as bases medem 32 cm e 48 cm. Se
a) 9 b) 10 c) 12 d) 15 e) 16
a altura desse trapézio mede 64 cm, a que distância
10. O perímetro de um triângulo retângulo é 12 cm. De‑ da base maior as diagonais se cruzam? 38,4 cm
termine a medida de cada lado sabendo que a soma
17. As medidas dos lados de um triângulo retângulo,
dos quadrados dos catetos é igual a 25 cm2.
3 cm, 4 cm e 5 cm expressas em metro, formam uma PA de razão 5.
11. Em um triângulo retângulo ABC, os catetos AB e AC Quanto medem os lados desse triângulo? 15 m, 20 m e 25 m
medem 16 cm e 12 cm, respectivamente. Por um pon‑ 18. O diâmetro de uma circunferência mede 5 cm. Calcule
to M, pertencente à hipotenusa, traça‑se a mediatriz a distância de seu centro a uma corda que mede 3 cm
que intercepta AB em D. Calcule a medida de AD. de comprimento. 2 cm
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3,5 cm

aprofundamento Desafio
12. As bases de um trapézio medem 20 cm e 32 cm e a 19. Em um triângulo retângulo ABC, o cateto BC mede o
altura mede 9 cm. Prolongando os lados não paralelos, dobro da medida do cateto AB. Uma reta r, paralela
obtemos um triângulo. Calcule a medida da altura à BC, corta AB no ponto médio M, determinando um
desse triângulo. 24 cm triângulo retângulo AMN.
Mostre que a hipotenusa AN do triângulo AMN é
13. (UFSCar‑SP) Um programa de rádio é gerado em aproximadamente 12% maior do que o cateto menor
uma cidade plana, a partir de uma central C loca‑ do triângulo ABC. Ver resolução no
lizada 40 km a leste e 20 km ao norte da antena de Guia do professor.
A
transmissão T. C envia o sinal de rádio para T, que

ADIlSON SECCO
em seguida o transmite em todas as direções, a uma
distância máxima de 60 km. O ponto mais a leste M N
de C, que está 20 km ao norte de T e poderá receber r
o sinal do rádio, está a uma distância de C, em km,
igual a: alternativa c B C

a) 20( 2 21 ) c) 40( 2 21 ) (
e) 50 2 2 2 ) 20. Na espiral desenhada com segmentos consecutivos
b) 30( 3 2 1) d) 40( 3 2 1) perpendiculares entre si dois a dois, une‑se o ponto O
a cada um dos extremos desses segmentos. Assim,
14. Um grupo de escoteiros deve atravessar um rio cau‑ gera‑se a sucessão de segmentos OA, OB, OC, ..., nos
daloso. Para isso, o melhor nadador deve cruzar o rio quais a razão entre cada um deles e o seguinte é a
com uma corda de 30 m e amarrá‑la do outro lado. mesma.
Observe a imagem: Explique por quê.
Ver resolução no Guia do professor. H
PAulO mANzI

C O A E I
K G
ADIlSON SECCO

B
7m
9m

20 m F

a) Como saber se a corda é suficientemente comprida?


b) Eles podem cruzar o rio com a ajuda da corda? J
14. a) Determinamos o comprimento que a corda deve ter por meio
do teorema de Pitágoras.
b) Não, pois o comprimento da corda não é suficiente.
Capítulo 10 A semelhança e os triângulos 251

234-257-C10-MCon-1.indd 251 15/04/13 17:54


Autoavaliação
Leia atentamente as questões a seguir e 5. O Sol projeta no chão plano as sombras de um
responda‑as em seu caderno. poste e de uma haste verticais, que medem res‑
pectivamente 12 m e 0,6 m. Se a altura da haste
1. Na figura abaixo, as retas s, r e t são paralelas. mede 1 m, a do poste é: alternativa d
Os segmentos de medidas AB e BC são respecti‑ a) 6 m c) 12 m
vamente proporcionais aos de medidas e
b) 7,2 m d) 20 m
. alternativa c
a) 3; 5 3,8 5,7 6. Do topo de um poste de 4 m de altura, a luz da
b) 1; 2 A lâmpada projeta no chão plano a sombra do poste

ADIlSON SECCO
c) 2; 3 de parada de ônibus. Sabendo que este dista 2 m
s B
d) 1,9; 9,5 daquele e tem 1,50 m de altura, sua sombra mede,
r
em metro: alternativa b
C
t a) 0,75 m c) 1,80 m
b) 1,20 m d) 2,40 m
2. Todos os triângulos equiláteros são semelhantes,
pois eles: alternativa c 7. Observe a figura.

ADIlSON SECCO
a) são acutângulos A medida x vale: alternativa d
a) 12,75 m 20 m 15 m
b) não são retângulos
b) 12,25 m x
c) têm todos os ângulos internos medindo 60°
d) têm os lados de medidas diferentes c) 11,75 m
d) 11,25 m

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3. No quadrado AMOR, o segmento MI é parte de uma 10 m
de suas diagonais. Portanto, é possível afirmar que 8. Um triângulo com base de 20 m e altura relativa
os pares de polígonos são semelhantes. a essa base de 12 m está circunscrito a um qua‑
alternativa a
a) AMI e AMO A M drado ABCD. O lado desse quadrado mede:
alternativa a
ADIlSON SECCO

b) ARSI e AMOR a) 7,5 m


c) AISOM e AISR I b) 4,5 m B C

ADIlSON SECCO
d) ROIMA e MAISO c) 30 m 12 m
R S O d) 18 m

4. Prolongando‑se dois dos lados de um triângulo


A D
ABC obtém‑se uma figura na qual BC e MN são
20 m
paralelos.
Se AB 5 10 cm, 9. Num triângulo retângulo, os catetos medem 9 cm
A
ADIlSON SECCO

AM 5 35 cm e e 12 cm. A medida da hipotenusa é cm, a


B C
AC 5 15 cm, a medida da altura relativa à hipotenusa é cm e
medida de CN, as medidas dos segmentos determinados por essa
em centímetro, altura sobre a hipotenusa são cm e cm.
é: alternativa c M N a) 17; 7,2; 7,4; 9,6 c) 19; 7,2; 10,6; 8,4
a) 7,5 b) 4,5 c) 37,5 d) 30 b) 15; 5,4; 7,2; 9,6 d) 15; 7,2; 5,4; 9,6
alternativa d

Retomada de conceitos
Se você não acertou alguma questão, consulte a tabela e verifique o que precisa estudar novamente.
Releia a teoria e refaça os exercícios correspondentes.
Número da questão
Objetivos do capítulo 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Identificar figuras planas semelhantes e a
X X X X X X X X
razão de semelhança entre elas.
Resolver situações­problema que envolvam a
X X X X X
semelhança de figuras planas.
Resolver situações­problema que envolvam a
relação pitagórica e demais relações métricas X X
no triângulo retângulo.
234 a 238 a 238 a 241 a 241 a 244 a 244 a 244 a 244 a
Páginas do livro referentes ao conceito
238 244 241 244 244 249 249 249 249

252 Capítulo 10 A semelhança e os triângulos

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Pesquisa e ação Maquete

Com base nos conceitos de semelhança de triângulos e proporcionalidade, construa uma maquete
utilizando materiais recicláveis, atentando para o uso de uma escala conveniente.
A construção de maquetes é uma atividade que requer conhecimentos de semelhança de triân‑
gulos e de proporcionalidade. Além da necessidade dos cálculos matemáticos para a definição
da escala e das medidas que serão utilizadas na representação, a maquete possibilita uma
intervenção criativa, aproveitando materiais recicláveis na sua construção.
eric VandeViLLe/Gamma-raPho/Getty imaGes

Luiz Gomes/Futura Press


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Os moradores da favela Pereira da Silva, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, em 1997, com a intenção
de desafiarem a percepção popular das favelas brasileiras, criaram o Projeto Morrinho, uma ação social e cultural.
A principal iniciativa do projeto foi criar uma maquete da favela. Na maquete, que ocupa uma área 320 m2, tijolos imitam
casas, materiais recicláveis pavimentam ruas e compõem a paisagem. (Foto maior de 2007 e foto menor de 2011).

Procedimentos

1) Reúna‑se com seus colegas em pequenos grupos e definam que espaço será representado
na maquete da equipe. Vocês poderão escolher algum ambiente do espaço escolar, como
a sala de aula ou a biblioteca. Porém, se preferirem, é possível representar um cômodo da
residência de um dos integrantes, como o quarto ou a cozinha.

2) Escolhido o local, vocês deverão efetuar as medidas no ambiente real. É importante medir
o comprimento e a largura desse ambiente. Depois, preocupem‑se com o mobiliário (mesas,
cadeiras etc.). Utilizem uma trena para obter as medidas reais dos objetos. Para que a ma‑
quete represente verdadeiramente o ambiente escolhido, é preciso ficar atento aos detalhes:
tapetes, vasos e objetos de decoração em geral também são bem‑vindos na maquete.

3) A escolha da escala é a etapa mais importante. Ela vai determinar o tamanho da maquete
e dos objetos representados nela. Sugerimos que vocês criem uma tabela para registrar a
medida real e a medida representada na maquete, a partir da escala escolhida, de cada um
dos itens selecionados.

4) Escolhida a escala, feitos os cálculos, passa‑se à etapa da separação dos materiais. O reapro‑
veitamento de garrafas pet, tampas, caixas de fósforo, embalagens de iogurte, rolos de papel
higiênico e de papel toalha, entre outros, tornará sua maquete ecologicamente correta. Se
necessário, pintem os objetos com tinta, giz de cera, lápis de cor e canetas hidrográficas. Não
se esqueçam de separar cola líquida para este trabalho.

5) Escolham um espaço de circulação da escola e façam a exposição das maquetes construídas.


Se for possível, fotografem o local escolhido para representação e coloquem a fotografia ao
lado da maquete. Isso permite ao visitante estabelecer um paralelo entre o espaço real e o
espaço representado. E não deixem de informar a escala utilizada.

Capítulo 10 A semelhança e os triângulos 253

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Resolução comentada

Semelhança Problema
ADIlSON SECCO

Na esquina da rua do Sol com a rua da Lua, há um terreno trian-


P Q
36 m gular com 36 m de frente para a rua do Sol e 54 m de frente para
Rua do Sol

a rua da Lua. Essas duas ruas se cruzam perpendicularmente. Nesse


terreno, construiu-se uma horta e, ao cercá-la, obteve-se uma região
S R quadrada PQRS, conforme a figura.
54 m a) Quantos metros de cerca foram gastos?
b) Determine que porcentagem do terreno é ocupada pela horta.
Rua da Lua

Resolução

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Como as ruas do Sol e da Lua são perpendiculares, o terreno tem a forma de
Para resolver muitos problemas
do dia a dia, a situação deve ser
triângulo retângulo. Vamos desenhar um modelo matemático dessa situação:
traduzida em um problema mate- o triângulo ABS em que ASB é ângulo reto. A horta será representada pelo qua-
mático. Nesse caso, a utilização do drado PQRS de lado x.
A
triângulo como modelo traduziu
o problema original. Embora esse
x Q

ADIlSON SECCO
recurso seja muito empregado, P
36
não podemos esquecer de analisar x x
como o resultado, encontrado de
acordo com o modelo matemático, B
S x R
comporta-se na situação real.
54

¢ Aplicando a semelhança de triângulos


Como todos os ângulos de PQRS são retos, PQ e SB são perpendiculares a AS e,
consequentemente, PQ/SB, os ângulos AQP e QBS são congruentes.
Os triângulos APQ e QRB são semelhantes por terem um par de ângulos corres-
pondentes respectivamente congruentes: APQ r QRB e AQP r QBR
Portanto, os lados correspondentes desses triângulos são proporcionais:
AP 5 PQ V 36 2 x 5 x V
QR RB x 54 2 x
V x 5 (36 2 x )(54 2 x ) V 1.944 2 90 x 5 0 V x 5 21,6
2

a) Para calcular quantos metros de cerca foram usados para contornar todo o
terreno quadrado, basta encontrar o perímetro da região PQRS, isto é:
4 8 21,6 5 86,4
Foram usados 86,4 m de cerca para contornar a horta.
b) Para determinar a área da região ocupada pela horta, basta encontrar a área
da região quadrada PQRS, isto é:
21,6 8 21,6 5 466,56
A horta ocupa uma área de 466,56 m2.
Analisando a situação proposta pelo problema com o resultado obtido, temos:

Área do terreno: 54 8 36 5 972


2
Comparando a área da horta com a área do terreno: 466, 56 5 0,48
972
Logo, a horta ocupa 48% da área do terreno.

254 Capítulo 10 A semelhança e os triângulos

234-257-C10-MCon-1.indd 254 15/04/13 17:54


¢ Usando um software de construções geométricas A
Também é possível resolver esse problema usando um software de Geometria
interativa. Alguns são gratuitos e podem ser encontrados ou utilizados on-line.

ADIlSON SECCO
Esses softwares podem apresentar unidades de medida diferentes. 2
Para simplificar a construção, vamos trabalhar com um triângulo semelhante con-
veniente, ou seja, dividiremos as medidas do terreno por 18, obtendo um triângulo
D 3 B
com catetos proporcionais a 2 e 3 unidades de medida, como mostra a figura ao lado.
Observe os passos para reproduzir a figura do enunciado no software:

1. Em um plano cartesiano, 2. Com o auxílio de retas paralelas 3. Sabendo que todos os quadrados são
construímos o segmento de aos eixos e de pontos conhecidos, semelhantes, e novamente com auxílio de
reta AB utilizando as ferramentas escolhemos o ponto C(2, 2) e traçamos retas paralelas, traçamos o quadrado EGFH, que
para inserir um ponto e um uma reta passando pelos pontos E(0, 0) representa a horta construída no terreno. Para
segmento de reta, reproduzindo e C, formando o quadrado auxiliar ACDE. determinar a medida do lado desse quadrado,
assim o terreno do exercício. Desse modo, determinamos o ponto F, utilizamos a ferramenta “distância”: selecionamos os
que é a intersecção da reta traçada vértices E e G e obtemos 1,2 unidade de medida. Da
com o segmento AB. mesma forma, obtemos a medida EH (1,2 unidade
Se achar conveniente, explicar aos alunos que de medida).
se pode escolher qualquer ponto (x, y) para a
construção do quadrado auxiliar, sendo y 5 x.
y y y

IluStRAçõES: ADIlSON SECCO


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3 3

A A C A C
2 2
F G F
1 1
EG = 1,2
B x E D B x E H D B x
1 2 3 4 1 2 3 4 EH = 1,2

Para retornarmos à medida original do exercício, devemos multiplicar o valor


encontrado por 18, obtendo 21,6 unidades de medida. Como o exercício utiliza
metro, temos 21,6 m. Para responder ao item a, basta multiplicar a medida real
por 4; para responder ao item b, basta calcular o quadrado da medida real e dividir
pela área total do terreno.

Comparem as resoluções
Escolham uma das resoluções e escrevam no caderno um comentário sobre ela.
Se vocês pensaram em uma forma diferente de resolver esse problema, elaborem
a resolução no caderno e façam um comentário a respeito. resposta pessoal

Variações do problema
1. Em um triângulo retângulo qualquer, cujos catetos 3. Em um triângulo desenhou‑se um retângulo, con‑
medem a e b, desenhou‑se um quadrado, de lado x, forme a figura.
conforme indica a figura. Expressem a medida x em
função de a e b. x 5 ab
IluStRAçõES: ADIlSON SECCO

b1a x x
 b 
a b y

x
x 3 cm
2b
2. Mostrem que, se o triângulo do exercício anterior
fosse retângulo isósceles de cateto a, o perímetro a) Escrevam y em função de x. y 5 x 2 2 9
do quadrado seria igual a 2a. b) Qual é o valor de y para x 5 5 cm? 4 cm

2. Sendo o triângulo retângulo e isósceles, com catetos de medida a, a medida x do lado


2
do quadrado é a , ou a . O perímetro do quadrado é: 4 8 a 5 2 a
2a 2 2 Capítulo 10 A semelhança e os triângulos 255

234-257-C10-MCon-1.indd 255 15/04/13 17:54


Compreensão de texto

Torre de canudinhos
A estabilidade e a resistência de estruturas que Resistência
aproveitam as propriedades dos triângulos Toda a estrutura, dependendo
permitem construções leves e arrojadas que do material utilizado e de como
foi construída, tem capacidade
vão de galpões e prédios imensos a torres feitas de suportar a força de tração ou
apenas com canudinhos e linha de costura. compressão aplicada a ela. Essa força
tem intensidade, direção e sentido.
Aqui a força aplicada pela mão pode
testar a resistência da torre.
FOtOS: DOttA

Esse infográfico
permite um trabalho
interdisciplinar com
Física e Arte.

Treliças
Em conjunto, os triângulos formam
estruturas muito fortes chamadas
treliças, utilizadas em pontes, telhados
e nessa torre de canudos.

Distribuição da força
No triângulo, a força exercida sobre um dos seus
vértices, representada pelo vetor vermelho, se
distribui até atingir o equilíbrio, tornando o sistema
mais resistente e estável. Em outros formatos,
a força exercida pode gerar deslocamentos em
sentidos variados, causando instabilidade.

256 Capítulo 10 A semelhança e os triângulos

234-257-C10-MCon-1.indd 256 15/04/13 17:55


Registre as respostas
Atividades em seu caderno

1. Observe as construções ao redor da sua


escola. Desenhe ou tire fotos de estruturas
que utilizam triângulos. Pesquise em livros,
revistas, jornais, sites etc. construções de
outras cidades e países que também usam
triângulos em suas estruturas. Monte um
mural com as diferentes construções en‑
contradas. Por que o triângulo é tão usado
nas construções? Ver Guia do Professor.
2. Por que módulos triangulares são mais
estáveis do que os módulos quadriláteros?
3. A resistência de uma estrutura depende
somente do material utilizado? Justifique.
4. Construa um módulo quadrilátero usando
canudos e linha de costura e responda:
como poderíamos deixar esse módulo es‑
tável? Faça algumas tentativas e compare
com os módulos de outros grupos.
Ver Guia do Professor.

Quadriláteros
Sensíveis ao movimento dos seus vértices e à
distribuição desigual das forças, as estruturas
baseadas em módulos quadriláteros são menos
resistentes e muito instáveis.

Estabilidade
O triângulo não pode alterar sua forma sem
alterar o comprimento dos seus lados, assim, um
sistema de triângulos – treliça –, como o dessa Como
torre, apresenta grande estabilidade, pois não poderíamos
sofre deslocamentos pela ação da força aplicada. deixar esse
Outros modelos, como, por exemplo, o quadrado, módulo estável?
não têm a mesma estabilidade.

Fontes: Universidade Federal de Juiz de Fora. Disponível em: <www.ufjf.br/lrm/files/2009/06/concurso­de­estruturas­apostila.pdf>. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Disponível em: <civils1.fe.up.pt/pub/apoio/ano1/mec1/aulas_praticas/elementos_apoio/Sistemas%20articulados%20planos.pdf>. Acessos em: 17 dez. 2012.

2. O triângulo não pode alterar sua forma, sem alterar o comprimento de seus lados, assim um sistema de triângulos apresenta grande estabilidade, pois
não sofre deslocamento pela ação da força aplicada. A força exercida sobre um dos vértices do triângulo se distribui até atingir o equilíbrio, tornando
o sistema mais resistente e estável. Isso não ocorre com módulos quadriláteros, já que são sensíveis ao movimento dos seus vértices e à distribuição
desigual das forças, tornando-os menos resistentes e instáveis. 3. Não. A resistência de uma estrutura Capítulo 10 A semelhança e os triângulos
depende da força aplicada sobre ela, do material utilizado e de como essa estrutura foi construída.
257

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Capítulo

11
Triângulo retângulo
paulo manzi

Concepção artística de um pensador e seus instrumentos.


Os astros e as distâncias entre eles estão representados fora de proporção e em cores-fantasia.

Objetivos do capítulo 1 Razões trigonométricas


• Identificar e Encontrar caminhos matemáticos para a resolução de problemas de astronomia,
calcular razões agrimensura, navegação e construção sempre despertou o interesse do ser humano.
trigonométricas no Desse tipo de especulação nasceu a Trigonometria, parte da Matemática que se dedi‑
triângulo retângulo. ca ao estudo das relações entre as medidas dos lados e dos ângulos de um triângulo.

• Resolver problemas O grego Aristarco de Samos (310‑230 a.C.), considerado por muitos o primeiro
que envolvam razões grande astrônomo da história, fez uso das ideias da Trigonometria ao estabelecer um
método geométrico para investigar a razão entre as distâncias Terra‑Sol e Terra‑Lua.
trigonométricas.
Seus cálculos partiram da observação de que, quando a Lua está no quarto cres‑
cente – ocasião em que exatamente metade dela aparece iluminada pelo Sol –, o
triângulo TSL (sendo T um observador na Terra, S o centro do Sol e L o centro da
S L
a Lua) é retângulo em L, como mostra o esquema ao lado.
adilson secco

Aplicando os conhecimentos da época, Aristarco observou que o ângulo entre as


b
T linhas de vista da Terra ao Sol e da Terra à Lua era 29 de um ângulo reto (ou seja,
30
b 5 87°). Na linguagem atual, isso significa que a razão entre as distâncias Terra‑Lua
e Terra‑Sol é sen 3°. Como ainda não haviam sido desenvolvidas tabelas trigonomé‑
tricas, Aristarco recorreu a outros recursos para concluir que essa razão  TL  estava
 TS 
entre 1 e 1 , e daí concluiu que a razão entre as distâncias Terra‑Sol e Terra‑Lua
20 18
estaria entre 18 e 20.
Hoje, sabemos que esse valor é pouco menor que 400, o que significa que a distân‑
cia Terra‑Sol é cerca de 400 vezes a distância Terra‑Lua. A grande diferença entre esse
valor e o encontrado por Aristarco está relacionada ao ângulo b, cuja medida correta
é de aproximadamente 89° 50’. Mesmo assim, o raciocínio de Aristarco foi perfeito.

258 Capítulo 11 Triângulo retângulo

258-275-C11-Mcon-1.indd 258 16/04/13 09:22


1.1 Semelhança de triângulos retângulos Observações

C • Dois triângulos que são


No triângulo ABC ao lado, retângulo em A, traçamos semelhantes têm ângulos cor­
os segmentos DE e FG, paralelos a CA. Os triângulos BFG, D respondentes congruentes
BDE e BCA são semelhantes, pois têm ângulos corres‑ e lados correspondentes pro­
F
pondentes congruentes (todos os triângulos retângulos porcionais.
têm ângulos de medidas 90°, a e 90° 2a) e lados cor‑ α • Teorema de Tales
respondentes proporcionais (pelo teorema de Tales). B G E A Sendo r1 // r2 // r3 interceptadas

ilustrações: adilson secco


pelas transversais t1 e t2, temos:
C
A E
r1
D
90° – α 90° – α
F
90° – α B F
r2
α α α C G
B B B
G E A t1 t2 r3
AB 5 EF
Definições de seno, cosseno e tangente de ângulos agudos
¡¡ AC EG
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A semelhança dos triângulos BFG, BDE e BCA permite que escrevamos as se‑
guintes proporções:
FG 5 DE 5 CA C
BF BD BC

adilson secco
D Objeto educacional digital
F • Razões trigonométricas

Orientações para o professor


α no livro digital
B G E A

As razões entre as medidas do cateto oposto ao ângulo a e da hipotenusa do


triângulo são iguais a uma constante chamada de seno do ângulo a.

medida do cateto oposto a α


sen α 5
medida d a hipotenusa

Do mesmo modo, podemos dizer que: BG 5 BE 5 BA


BF BD BC
As razões entre as medidas do cateto adjacente ao ângulo a e da hipotenusa
do triângulo são chamadas de cosseno do ângulo a .

Sim, pois uma medida pode ser


medida do cateto adjacente a α irracional, como 2 , e a outra, não, por
cos α 5 exemplo, 2.
medid a da hipotenusa
adilson secco

Igualmente, podemos escrever: FG 5 DE 5 CA


2
BG BE BA α
Essas razões entre as medidas do cateto oposto ao ângulo a e do cateto adja‑ 2
cente ao mesmo ângulo são chamadas de tangente do ângulo a . 2 .
sen a é o número irracional
2

medida do cateto oposto a α Reflita


tg α 5
medida do cateto adjacente a α O seno, o cosseno e a tangente
são razões, ou seja, divisões de
duas medidas. Esses valores po­
As razões sen a, cos a e tg a são conhecidas como razões trigonométricas e dem ser números irracionais?
dependem apenas da medida do ângulo a.

Capítulo 11 Triângulo retângulo 259

258-275-C11-Mcon-1.indd 259 16/04/13 09:22


Observação Exemplo
Note que, em relação ao ângulo No triângulo retângulo DEF abaixo, a e b são ângulos agudos, DF é o cateto
agudo b, o cateto oposto é AB e o oposto ao ângulo a e DE é o cateto adjacente ao ângulo a .
cateto adjacente é AC. Aplicando Aplicando as definições, podemos escrever:
as definições, obtemos:
• sen b = 4 = 0, 8 D
5 • sen a = 3 = 0, 6
3 5
• cos b = 5 0, 6

adilson secco
5 4 cm
3 cm
4
• tg b = q 1, 33 • cos a = 4 = 0, 8
3 5

b α • tg a = 3 = 0, 75
F E 4
5 cm

Relações entre seno, cosseno e tangente de ângulos agudos


¡¡
Considere o triângulo ABC, retângulo em A, e todas as razões trigonométricas
que envolvem os ângulos agudos a e b.

C • sen α 5 b • sen β 5 c
a a
β
adilson secco

a
b • cos α 5 c • cos β 5 b
a a

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
α
A B • tg α 5 b • tg β 5 c
c c b

Com base nas razões acima, vamos estabelecer algumas relações importantes.
Observação
Note que os ângulos agudos a e b são complementares; portanto, podemos
Ângulos complementares são escrever b em função de a, ou seja, b 5 90° 2 a.
ângulos cuja soma de suas medi­
das resulta em 90°: Como sen a = b e cos b = b , temos que sen a 5 cos b. Substituindo b 5 90° 2 a
a a
adilson secco

β a 1 b 5 90° na última igualdade, temos:


α
sen a 5 cos b 5 cos (90° 2 a)
Escrevendo b em função de a:
b 5 90° 2 a

Observe também que cos a = c e sen b = c , então cos a 5 sen b.


a a
Substituindo b 5 90° 2 a nessa igualdade, temos:

cos a 5 sen b 5 sen (90° 2 a)

Obtemos também a Relação fundamental da trigonometria, que demons‑


traremos a seguir:

sen2 a 1 cos2 a = 1

Demonstração
No triângulo ABC, sabemos que sen a = b e cos a = c . Assim:
a a
2 2
b2 c2 b2 1 c2
sen2 a 1 cos 2 a 5  b  1  c  5 2 1 2 5 (I)
 a  a a a a2
Pelo teorema de Pitágoras, no triângulo ABC temos: a2 5 b2 1 c 2 (II)
b2 1 c2 a2
De (I) e (II), podemos escrever: sen2 a 1 cos 2 a 5 2 5 2 51
a a
Portanto, quaisquer que sejam as medidas dos ângulos agudos de um triângulo
retângulo, vale a igualdade: sen2 a 1 cos2 a 5 1

260 Capítulo 11 Triângulo retângulo

258-275-C11-Mcon-1.indd 260 16/04/13 09:22


R
Exemplo
No triângulo retângulo PQR ao lado, cujos lados medem 3 cm, 4 cm e 5 cm, o
ângulo b opõe‑se ao maior cateto. Qual é o valor de sen2 b 1 cos2 b? 5 cm
Substituindo os valores do seno e do cosseno do ângulo b na expressão, temos:

adilson secco
2 2
sen2 b 1 cos 2 b 5  4  1  3  5 16 1 9 5 25 5 1 4 cm
 5  5 25 25 25
P b
Portanto, sen2 b 1 cos2 b 5 1.

Finalmente, retomando o triângulo ABC apresentado na página anterior, ve‑ 3 cm


remos como relacionar o seno e o cosseno do ângulo agudo a com sua tangente. Q

No triângulo ABC, sabemos que sen a 5 b , cos a 5 c e tg a 5 b .


a a c
Escrevendo b em função de sen a:
sen a 5 b V b 5 a 8 sen a (I)
a
Também podemos escrever c em função de cos a:
cos a 5 c V c 5 a 8 cos a (II)
a
Substituindo (I) e (II) na razão que fornece a tangente de a, temos:
a 8 sen a sen a
tg a 5 b 5 5
c a 8 cos a cos a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

sen a
Portanto, concluímos: tg a 5
cos a

Exercícios resolvidos
R1. Determinar o seno, o cosseno e a tangente dos ângulos agudos de um
triângulo retângulo cujos catetos medem 6 cm e 4 cm.
C

β
adilson secco

4 cm α B

6 cm

A
„„ Resolução
Para o cálculo do seno, do cosseno e da tangente dos ângulos a e b,
é necessário determinar a medida a da hipotenusa. Aplicando o teo­
rema de Pitágoras:
a 2 5 36 1 16 V a 5 2 13
Lembrando que a e b são complementares, temos:
4 2 13
sen a 5 cos b 5 5
2 13 13
6 3 13
sen b 5 cos a 5 5
2 13 13
4 2
tg a 5 5
6 3
6 3
tg b 5 5
4 2

Capítulo 11 Triângulo retângulo 261

258-275-C11-Mcon-1.indd 261 16/04/13 09:22


R2. Na dança folclórica de trança­fitas, usa­se um mastro com, geralmente,

delfim martins/pulsar imagens


3 metros de altura. Para certa passagem da dança, precisa­se que o ân­
gulo formado entre a fita esticada (com a ponta no chão) e a horizontal
tenha 30°. Sabendo que sen 30° 5 0,5, determinar o comprimento da
fita e a distância dessa ponta ao mastro.

„„ Resolução
No esquema a seguir, c representa o comprimento da fita e d, a dis­
tância pedida.

c Grupo de dança folclórica de

adilson secco
trança-fitas, na abertura da
3 Cavalhada. Festa do Divino de
Pirenópolis, GO, 2007.

30°

d
Considerando as informações apresentadas no triângulo retângulo,
podemos escrever:
3 3
sen 30 o 5 V 5 0, 5 V c 5 6
c c

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Pelo teorema de Pitágoras:
d 2 1 32 5 62 V d 2 5 27 V d 5 3 3 V d q 5,2
Portanto, a fita tem 6 metros de comprimento e sua ponta está a
5,2 metros do mastro, aproximadamente.

Registre as respostas em seu caderno


Exercícios propostos
1. Determine o seno, o cosseno e a tangente do ân­ 3. No triângulo a seguir, considere sen a 5 0,6,
gulo a do triângulo retângulo abaixo. cos a 5 0,8 e tg a 5 0,75. Em seu caderno,
calcule x. 36 unidades de comprimento
adilson secco

sen α 5
3 10 α
2 10 cm

adilson secco
10
2 cm
10
cos α 5
10 x
tg α 5 3
6 cm

2. Em um triângulo ABC, retângulo em C, o cateto


oposto ao vértice A mede 8 cm e a hipotenusa mede
α
12 cm. Determine o seno, o cosseno e a tangente
do ângulo A. sen A 5 2 ; cos A 5 5 ; tg A 5 2 5 45
3 3 5

1.2 Seno, cosseno e tangente


dos ângulos de 30°, 45° e 60°
Considere o triângulo retângulo ACD ao lado, obtido da divisão do quadrado D x A
ABCD por sua diagonal AC. 45°
Aplicando o teorema de Pitágoras, temos: y 2 5 x2 1 x2, ou seja, y 5 x 2
adilson secco

De acordo com as definições, temos: x


y
• sen 45° 5 cos 45° 5 x 5 x 5 1 5 2
y x 2 2 2
x
• tg 45° 5 51 C B
x

262 Capítulo 11 Triângulo retângulo

258-275-C11-Mcon-1.indd 262 16/04/13 09:22


Vamos considerar agora o triângulo equilátero ABC dividido pela sua altura AH Observação
em dois triângulos: ACH e ABH.
A altura de um triângulo é um
segmento de reta perpendicular
A A A A a um dos lados desse triângulo,

ilustrações: adilson secco


tendo uma das extremidades
60° a1 a2 a1 a2 nesse lado e a outra no vértice
oposto a esse lado.
x x x h x x h h x

60° 60° 60° 60° 60° 60°


C x B C H B C H H B

Reflita
Analisando os triângulos ACH e ABH, verificamos que:
• os ângulos AHC e AHB são retos; Considere as seguintes infor­
mações:
• os ângulos ACH e ABH medem 60° cada um.
• Bissetriz: semirreta que divide
Logo, os triângulos ACH e ABH são semelhantes. um ângulo em dois ângulos
de medidas iguais. Ela tem sua
Calculando a razão entre a medida dos lados correspondentes AC e AB, temos: origem no vértice desse ângulo.
AC 5 x 5 1 • Mediana: segmento de reta que
AB x tem como extremidades um
Portanto, os triângulos ACH e ABH são congruentes. vértice e o ponto médio do lado
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

oposto a esse vértice.


Ainda considerando os dois triângulos, verificamos que:
• Mediatriz: reta perpendicular a
• CH 1 HB = x um dos lados passando por seu
ponto médio.
Como CH r HB, temos: CH = HB = x
2 Agora, responda:
• a1 1 a2 = 60° Por que podemos afirmar que o
Como CAH r BAH, temos: a1 = a2 = 30° segmento AH, no triângulo equi­
látero ABC desta página, além de
Aplicando o teorema de Pitágoras em um dos triângulos obtidos, por exemplo uma altura, é uma mediana e está
no triângulo ACH, temos: contido na bissetriz de A e na
2 2
mediatriz de BC?
x 2 =  x  1 h 2 V h 2 = 3x V h =
x 3
 2 4 2 Ver resolução no Guia do professor.

Então, de acordo com as definições:

x 3 x
2
• sen 60° 5
h = 2
=
3 • sen 30° 5 = 1
x x 2 x 2

x x 3
2 h = 2 3
• cos 60° 5 = 1 • cos 30° 5
x x
=
2
x 2

x 3 x x
3
• tg 60° 5 h = 2
= 3 • tg 30° 5 2 = 2 =
x x h x 3 3
2 2 2

Os resultados obtidos podem ser organizados na seguinte tabela:

30° 45° 60°

1 2 3
seno
2 2 2

3 2 1
cosseno
2 2 2

3
tangente 1 3
3

Capítulo 11 Triângulo retângulo 263

258-275-C11-Mcon-1.indd 263 16/04/13 09:22


delfim martins/pulsar imagens
1.3 Aplicações das razões trigonométricas
As razões trigonométricas são usadas principalmente na determinação de
distâncias inacessíveis, como para calcular a altura de uma montanha ou a dis‑
tância entre as margens de um rio. Nesse caso, para obter os ângulos, usa‑se um
instrumento de precisão chamado teodolito e, em seguida, aplicam‑se as razões
trigonométricas.

Exemplo
Uma das extremidades de um cabo de aço está presa ao topo de um poste,
formando com este um ângulo de 30°, enquanto a outra extremidade está
fixada no chão a 5 m do pé do poste. Qual é o comprimento do cabo de aço?
Qual é a altura do poste?

30°
O teodolito é um instrumento

adilson secco
utilizado em trabalhos geodésios c h
e topográficos.

60°

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
5m

Nesse caso, para calcular o comprimento do cabo, representado por c, usamos


o seno de 30°:
sen 30 ° 5 5 V 1 5 5 V c 5 10
c 2 c
O cabo de aço mede 10 m.
Para determinar a altura do poste, representada por h no esboço, usamos a
tangente de 30°:
3
tg 30° 5 5 V 5 5 V h55 3
h 3 h
Considerando 3 5 1, 73 , obtemos h 5 8,65.
A altura do poste é 8,65 m.

Exercício resolvido

R3. Uma pequena árvore, cuja altura está representada por x, ao ser replan­
tada, foi escorada por duas vigas de madeira, como mostra o esquema.
Determinar as medidas x e y.
A
adilson secco

60° 30°
B y D 2m C

„„ Resolução
Analisando o triângulo ABC, podemos usar a tangente de 30°, pois ela
relaciona a medida x (cateto oposto ao ângulo de 30°) com a medida
y 1 2 (cateto adjacente ao ângulo de 30°):
x 3 x y 3 12 3
tg 30° 5 V 5 Vx5 (I)
y12 3 y12 3

264 Capítulo 11 Triângulo retângulo

258-275-C11-Mcon-1.indd 264 16/04/13 09:22


Observando agora o triângulo ABD, podemos usar a tangente de 60°,
pois ela relaciona a medida x (cateto oposto ao ângulo de 60°) com a
medida y (cateto adjacente ao ângulo de 60°):
Reflita
x x
tg 60° 5 V 3 5 V x 5 y 3 (II) Usando o fato de que o triân­
y y
y 3 12 3 gulo ADC é isósceles, resolva
Substituindo (II) em (I), obtemos y 3 5 . Daí: y 5 1 o exercício R3 de uma manei­
3
Como x 5 y 3 , temos: x 5 3 ra diferente da que foi apre­
sentada.
Assim, x 5 3 m e y 5 1 m.

adilson secco
sen 60° 5 x V x 5 3 m x 2
2
y 60°
cos 60° 5 V y51 m 30°
Registre as respostas em seu caderno 2 y 2
Exercícios propostos

4. Um triângulo equilátero tem 18 cm de altura. 10. Um recipiente com forma de bloco retangular,
Determine, no caderno,y a me10 cmaproximada de
dida com 18 cm de altura, foi tombado como mostra
seus lados. q 20,78 cm a figura. Determine, no caderno, a altura aproxi­
mada h entre o solo e o nível da água contida no
5. Uma escada de 8 m de comprimento
60° está encosta­ recipiente tombado. 15,59 cm
da em uma parede. A distância entre o pé da escada
x
e a parede é de 4 m. Determine, em seu caderno,
o ângulo formado entre a escada e a parede. 30°
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

cm
6. Uma antena de 15 m de altura
y é presa ao chão por

18
4 cabos de aço. O ângulo formado por cada um

adilson secco
deles com a ponta dax antena mede 45°. Quantos
metros de cabo de aço foram usados, aproxima­ h
damente, para prender essa60°antena? q 84,8530°
m

7. Determine, em seu caderno, as medidas


50 cm x e y nos 30°
seguintes triângulos:
a) x 5 5 cm b)
ilustrações: adilson secco

y 5 5 3 cm
8 cm
4 cm
y 10 cm 11. Observe a figura e, no caderno, calcule BC.
y 60 unidades de comprimento

x A B
60° x 5 4 3 cm; y 5 30° 60°
x
8. (Vunesp) Uma pessoa, no nível do solo, observa o
ponto mais alto de uma torre vertical, à sua frente,
y
sob o ângulo de 30°. Aproximando­se 40 metros da
torre, ela passa a ver esse ponto sob o ângulo de 45°.
A xaltura aproximada da torre, em metros, é:
adilson secco

a) 44,7 b) 48,8 c) 54,6 d) 60,0 e) 65,3


60° 30° alternativa c
9. Um ajudante de pedreiro estava descarregando C
50 cm
areia de um caminhão através de uma rampa E
30°
de madeira apoiada à caçamba. Se a rampa tem
3 m de comprimento e forma com o solo um ângulo
de 30°, qual é a 8altura 30
cm entre a caçamba e o solo,
representada
4 cm por h ? 1,5 m

y D
x
adilson secco

12. Se as medidas de um cateto e da hipotenusa de


um triângulo retângulo medem x e 3x, respecti­
h
vamente, qual é o cosseno do ângulo oposto ao
30°
menor lado? 2 2
3

Capítulo 11 Triângulo retângulo 265

258-275-C11-Mcon-1.indd 265 13/05/13 13:19


2 Seno, cosseno e tangente
dos ângulos agudos
2.1 Tabela de razões trigonométricas
Observação Uma vez que, em problemas trigonométricos, empregamos com frequência as
razões seno, cosseno e tangente, é conveniente usar uma tabela trigonométrica
Em geral, os valores da tabela são
ou uma calculadora científica para a consulta dessas razões.
aproximações dos valores das
razões trigonométricas.
Tabela de razões trigonométricas
Ângulo Seno Cosseno Tangente Ângulo Seno Cosseno Tangente
1° 0,0175 0,9998 0,0175 46° 0,7193 0,6947 1,0355
2° 0,0349 0,9994 0,0349 47° 0,7314 0,6820 1,0724
3° 0,0523 0,9986 0,0524 48° 0,7431 0,6691 1,1106
Observações
4° 0,0698 0,9976 0,0699 49° 0,7547 0,6561 1,1504
• Note que, para 0° , x , 90°, 5° 0,0872 0,9962 0,0875 50° 0,7660 0,6428 1,1918
um aumento na medida do ân­
6° 0,1045 0,9945 0,1051 51° 0,7771 0,6293 1,2349
gulo x implica aumento do
sen x, diminuição do cos x e 7° 0,1219 0,9925 0,1228 52° 0,7880 0,6157 1,2799
aumento da tg x. 8° 0,1392 0,9903 0,1405 53° 0,7986 0,6018 1,3270
• Note também que, para 9° 0,1564 0,9877 0,1584 54° 0,8090 0,5878 1,3764

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
0° , x , 90°, uma diminuição 10° 0,1736 0,9848 0,1763 55° 0,8192 0,5736 1,4281
na medida do ângulo x implica 11° 0,1908 0,9816 0,1944 56° 0,8290 0,5592 1,4826
diminuição de sen x e de tg x e 12° 0,2079 0,9781 0,2126 57° 0,8387 0,5446 1,5399
aumento de cos x. 13° 0,2250 0,9744 0,2309 58° 0,8480 0,5299 1,6003
14° 0,2419 0,9703 0,2493 59° 0,8572 0,5150 1,6643
15° 0,2588 0,9659 0,2679 60° 0,8660 0,5000 1,7321
16° 0,2756 0,9613 0,2867 61° 0,8746 0,4848 1,8040
17° 0,2924 0,9563 0,3057 62° 0,8829 0,4695 1,8807
18° 0,3090 0,9511 0,3249 63° 0,8910 0,4540 1,9626
19° 0,3256 0,9455 0,3443 64° 0,8988 0,4384 2,0503
20° 0,3420 0,9397 0,3640 65° 0,9063 0,4226 2,1445
21° 0,3584 0,9336 0,3839 66° 0,9135 0,4067 2,2460
22° 0,3746 0,9272 0,4040 67° 0,9205 0,3907 2,3559
Reflita 23° 0,3907 0,9205 0,4245 68° 0,9272 0,3746 2,4751
Sendo x e y ângulos disponíveis 24° 0,4067 0,9135 0,4452 69° 0,9336 0,3584 2,6051
na tabela, você percebe alguma 25° 0,4226 0,9063 0,4663 70° 0,9397 0,3420 2,7475
relação entre x e y para que 26° 0,4384 0,8988 0,4877 71° 0,9455 0,3256 2,9042
sen x 5 cos y? 27° 0,4540 0,8910 0,5095 72° 0,9511 0,3090 3,0777
x 1 y 5 90° 28° 0,4695 0,8829 0,5317 73° 0,9563 0,2924 3,2709
29° 0,4848 0,8746 0,5543 74° 0,9613 0,2756 3,4874
30° 0,5000 0,8660 0,5774 75° 0,9659 0,2588 3,7321
31° 0,5150 0,8572 0,6009 76° 0,9703 0,2419 4,0108
32° 0,5299 0,8480 0,6249 77° 0,9744 0,2250 4,3315
33° 0,5446 0,8387 0,6494 78° 0,9781 0,2079 4,7046
34° 0,5592 0,8290 0,6745 79° 0,9816 0,1908 4,1446
35° 0,5736 0,8192 0,7002 80° 0,9848 0,1736 5,6713
Porque a medida da hipotenusa 36° 0,5878 0,8090 0,7265 81° 0,9877 0,1564 6,3138
de qualquer triângulo retângulo
(denominador das razões que 37° 0,6018 0,7986 0,7536 82° 0,9903 0,1392 7,1154
definem seno e cosseno) é maior 38° 0,6157 0,7880 0,7813 83° 0,9925 0,1219 8,1443
que as medidas dos catetos desse
triângulo. 39° 0,6293 0,7771 0,8098 84° 0,9945 0,1045 9,5144
40° 0,6428 0,7660 0,8391 85° 0,9962 0,0872 11,4301
Reflita 41° 0,6561 0,7547 0,8693 86° 0,9976 0,0698 14,3007
Por que o seno e o cosseno de 42° 0,6691 0,7431 0,9004 87° 0,9986 0,0523 19,0811
um ângulo x, sendo 43° 0,6820 0,7314 0,9325 88° 0,9994 0,0349 28,6363
0° , x , 90°, são sempre 44° 0,6947 0,7193 0,9657 89° 0,9998 0,0175 57,2900
menores que 1? 45° 0,7071 0,7071 1,0000

266 Capítulo 11 Triângulo retângulo

258-275-C11-Mcon-1.indd 266 16/04/13 09:22


2.2 Uso de calculadora na determinação

fernando favoretto/criar imagem


de razões trigonométricas
Algumas calculadoras científicas têm teclas em que lemos “sin”, “cos” ou
“tan”. Essas teclas permitem calcular os valores aproximados de seno, cosseno e
tangente de ângulos. As calculadoras oferecem diferentes modos de entrada para
as unidades de medida dos ângulos: “graus”, “radianos”ou “grados”, que serão
estudadas no volume do 2o ano desta coleção.
Selecionando a opção “graus”, se digitarmos, em algumas calculadoras, o Parte do teclado de uma calculadora
científica. Nessa calculadora
número 30, por exemplo, e depois pressionarmos sin , aparecerá o número 0,5,
científica, cada uma das teclas “sin”,
que é o valor do seno de 30º. Da mesma forma, se apertarmos a tecla cos , apa- “cos” e “tan” possui uma segunda
recerá o número 0,86602..., que é o valor do cosseno de 30º. Se for pressionada função – “sin–1”, “cos–1” e “tan–1”,
em amarelo. Com essas funções, é
a tecla tan , depois de digitado o número 60, aparecerá 1,73205... no visor, que possível obter a medida do ângulo a
é a tangente de 60º. partir do valor do seno, do cosseno
ou da tangente.
3
Na tabela da página 263, o cosseno de 30º é dado como . Se digitarmos 3 na
2 Orientar os alunos de que o procedimento
apresentado pode variar de acordo com
calculadora e pressionarmos a tecla , aparecerá no visor o número 1,73205... (raiz o modelo da calculadora. Por exemplo,
quadrada de 3). Dividindo esse número por 2, obtemos o número 0,86602... (cos- em alguns modelos, para calcular
sen 30° é necessário primeiro pressionar
seno de 30º). Analogamente, podemos obter os valores aproximados dos demais sin , depois digitar o 30 e em seguida,
senos, cossenos e tangentes que aparecem na tabela.
a tecla 5 .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exercícios resolvidos

R4. Um fio de 15 m de comprimento, esticado, eleva uma pipa até a altura Reflita
de 6,8 m. Qual é o ângulo formado pelo fio com o solo?
Em uma calculadora científica,
qual função seria usada para
resolver o exercício R4? sin21
15 m
adilson secco

6,8 m

„„ Resolução
Vamos determinar o seno de a:
6, 8
sen α 5 V sen α q 0, 4533. Consultando a tabela, temos a q 27°.
15
Então, o fio forma um ângulo de aproximadamente 27° com o solo.

R5. Determinar as medidas x e y no triângulo ABC.

C
adilson secco

y
x

20,5°
A
25 B

„„ Resolução
De acordo com a figura e usando uma calculadora científica, temos:
x x
tg 20,5° 5 V 0,37 388  V x  9, 35
25 25
25 25
cos 20,5° 5 V 0, 93667 q V y q 26, 69
y y

Capítulo 11 Triângulo retângulo 267

258-275-C11-Mcon-1.indd 267 19/04/13 09:18


Registre as respostas em seu caderno
Exercícios propostos 0,3420 0,3640
0,9397 0,6428 2,7475
0,7660 0,7660 1,1918
13. Copie a tabela ao lado em seu
Ângulo Seno Cosseno Tangente
caderno, preenchendo as la­
cunas com as informações que 20° 0,3420 0,9397
faltam. (Você pode usar uma 70°
calculadora, mas não use as 50°
funções “sin”, “cos” ou “tan”
40° 0,6428 0,8391
da calculadora.)

14. Ao levantar voo, um avião faz ângulo constante de 20° com a horizontal.
Com uma calculadora, determine a altitude, em metro, em que o avião
estará quando passar sobre um conjunto de prédios situado a 1,5 qui­
lômetro do ponto de partida. 546 m

15. Um artista plástico está cons­


truindo estruturas com barras
C
metálicas, como a representa­
da a seguir, que darão origem a
uma escultura. Sabendo que
a medida de AB é 3 m e que os
ângulos CAB e ABC medem
53° e 90°, respectivamente,
calcule o comprimento total A 53° B

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
aproximado das barras. Use
uma calculadora científica.
q 8,96 m
16. Determine as medidas aproximadas de x, y e z na figura a seguir.

ilustrações: adilson secco


x q 1,29 unidade de comprimento
y q 2,25 unidades de comprimento
z q 5,33 unidades de comprimento
y
z

x
25°
15°
5

17. Um helicóptero está estacionado a 1 km de altura acima da sede de uma


fazenda, situada em uma planície. O piloto pretende descer, em trajetória
retilínea, formando um ângulo de 15,7° com a vertical. Com o auxílio de
uma calculadora científica, determine, de maneira aproximada, a que
distância da sede ele pousará. q 281,1 m
P

adilson secco

15,7°

18. No triângulo OIA, o ângulo I é reto. Sabendo que o sen A 5 2 8 cos A e


que o cateto AI mede 5 cm, determine as medidas dos outros lados do
triângulo. OI 5 10 cm e AO 5 5 5 cm

268 Capítulo 11 Triângulo retângulo

258-275-C11-Mcon-1.indd 268 16/04/13 09:22


2.3 Outras aplicações das razões trigonométricas
Na Astronomia
¡¡
• no cálculo da distância entre dois planetas, entre planetas e satélites etc.

satélite
t1

adilson seCCo
d

C α

t2
Terra
Representação esquemática.

Na Topografia
¡¡
• na determinação da altura de morros, montanhas e colinas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Na construção civil
¡¡ Paulo manzi

• no cálculo da altura da tesoura de um telhado


luCiano Baneza

adilson seCCo

α α
Em geral, as inclinações dos telhados são:
10%, 15% ou 25%.

Teatro do Sesc Belenzinho. São Paulo, SP, 2006.

• na determinação do comprimento de uma rampa Observação


Normalmente, as rampas para pedestres têm inclinação de 10%, isto é, para Na construção de rampas e
cada 10 cm de altura, são necessários 100 cm de afastamento a partir do início planos inclinados, sabe‑se que,
da rampa. Para veículos, essa inclinação pode chegar a 30%. quanto maior é a inclinação do
plano, menor é a distância a ser
Fernando Favoretto/Criar imagem

thinkstoCk/getty images

percorrida, porém maior é a força


necessária para percorrê‑la. Esse
é o motivo pelo qual as rampas
para pedestres geralmente têm
inclinação menor.

Neste momento, a troca de informações


com os professores de Física e
Geografia permite realizar um trabalho
integrado com essas disciplinas.

Cadeirante utilizando rampa de acesso. Carro subindo rampa de guincho.

Capítulo 11 Triângulo retângulo 269

258-275-C11-Mcon-1.indd 269 08/05/13 10:26


Exercícios resolvidos

R6. Qual é a medida aproximada do ângulo de uma rampa para pedestres,


com inclinação de 10 %, que liga o pavimento térreo ao primeiro andar
de um prédio?
1º- andar

adilson secco
3m α térreo

30 m

„„ Resolução

3
De acordo com o enunciado, tg a 5 5 0,1. Consultando a tabela,
30
a tangente mais próxima desse valor é 0,1051, que corresponde ao
ângulo de 6°.

R7. Na região do município de Óbidos, no Pará, encontra­se a garganta mais


estreita do rio Amazonas. De um ponto na margem esquerda avista­se,
bem em frente, certa árvore na outra margem. Caminhando 1.100 m
pela margem esquerda, avista­se a mesma árvore sob um ângulo
de 60°. Qual é a largura aproximada do rio Amazonas nesse local?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
adilson secco
r

60°
1.100 m

„„ Resolução
No esboço, a largura está representada por r. Assim:
r r
tg 60° 5 V 1,7321 q
1.100 1.100
r q 1.905
Logo, a largura aproximada do rio Amazonas nesse local é 1.905 m.

Registre as respostas em seu caderno


Exercícios propostos
19. Uma rampa pneumática, usada em oficinas mecânicas, tem 5 m de
comprimento e elevação vertical de até 0,90 m. Qual é o ângulo que essa
rampa forma com o solo quando está em sua elevação máxima? q 10°
adilson secco

5m
0,90 m

20. Um avião está a 1.400 m de altitude e começa a descer em ângulo cons­


tante de 6° em relação à horizontal, como mostra a ilustração. Determi­
ne a distância (d ) que o avião percorre do início da aterrissagem até o
momento em que toca a pista, que fica ao nível do mar. q 13,4 km
avião
adilson secco

6° 1.400 m
d
pista

270 Capítulo 11 Triângulo retângulo

258-275-C11-Mcon-1.indd 270 16/04/13 09:22


21. A distância entre os andares do prédio de um supermercado é de 3,5 m.
Seguindo as normas da construção civil, qual deverá ser o comprimento
da rampa para pedestres entre o térreo e o primeiro andar? E da rampa
para veículos entre o térreo e o primeiro subsolo? (Releia o texto da p. 269
e use a tabela de razões trigonométricas.) q 33,5 m; q 12 m

22. Um guarda­florestal encontra­se no alto de uma torre de 12 m de altura,


que foi construída em uma colina de 63 m de altura, situada em uma
planície. Desse ponto de observação, verifica­se um início de incêndio
na planície, visto pelo guarda sob um ângulo de 10° em relação à ho­
rizontal. A que distância da colina começou o incêndio? q 425 m

23. Um observador está em uma das margens do rio Tietê na região de


Piracicaba, SP. Desse lugar, ele vê bem à sua frente uma pedra na
outra margem. Depois de percorrer 35 m pela beira do rio, ele avista a
mesma pedra sob um ângulo de 55°. Qual é, nesse local, a largura do
rio Tietê? q 50 m

24. Determine, em seu caderno, as medidas dos lados e dos ângulos de um


losango cujas diagonais medem 16 cm e 12 cm. (Lembre que os losangos
possuem todos os lados congruentes e que suas diagonais são perpen­
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

diculares por seu ponto médio.) 10 cm; q 106° e q 74°

25. (Enem) Um balão atmosférico lançado em Bauru (343 quilômetros a


noroeste de São Paulo), na noite do último domingo, caiu nesta segunda­
­feira em Cuiabá Paulista, na região de Presidente Prudente, assustando

ilustrações: adilson secco


agricultores da região. O artefato faz parte do programa Projeto Hibiscus,
desenvolvido por Brasil, França, Argentina, Inglaterra e Itália, para a
medição do comportamento da camada de ozônio, e sua descida se deu
após o cumprimento do tempo previsto de medição.

Disponível em: <http://www.correiodobrasil.com.br>. Balão


Acesso em: 2 maio 2010.

Na data do acontecido, duas pessoas avistaram o balão. Uma estava a


1,8 km da posição vertical do balão e o avistou sob um ângulo de 60°;
a outra estava a 5,5 km da posição vertical do balão, alinhada com a
primeira, e no mesmo sentido, conforme se vê na figura, e o avistou sob 60° 30°
B
um ângulo de 30°. 1,8 km A 3,7 km
Qual a altura aproximada em que se encontrava o balão? alternativa c
a) 1,8 km c) 3,1 km e) 5,5 km
b) 1,9 km d) 3,7 km

26. As medidas oficiais das balizas (traves do gol) de um campo de futebol


mehdi fedouach/afp

são 2,44 m de altura e 7,32 m de largura, e a marca do pênalti (P ) está


a 11 m do meio (M ) da linha de gol. De acordo com essas medidas, de­
termine, no caderno:
a) o maior ângulo, com relação à reta PM, que um jogador pode cobrar
um pênalti, chutando rasteiro, e marcar um gol; q 18°
b) o maior ângulo que o mesmo jogador pode cobrar o pênalti chutan­
do para o alto, na perpendicular, por M, à linha de gol, e marcar
um gol. q 13°

27. As bases de um trapézio isósceles medem 10 cm e 4 cm, e sua altura,


5 cm. Determine o perímetro desse trapézio e as medidas de seus ângulos
internos. Lembre­se de que os trapézios isósceles possuem os lados não
paralelos congruentes. (14 1 2 34 ) cm; q 59° e q 121°

Capítulo 11 Triângulo retângulo 271

258-275-C11-Mcon-1.indd 271 16/04/13 09:22


Exercícios complementares
Registre as respostas em seu caderno

5. Para medir a altura de


aplicação
um poste, um engenheiro
utiliza um teodolito, como
1. Se, para melhor fixar um poste de 18 3 m de altura,
mostra a figura ao lado.
utilizarmos um cabo de aço (esticado) com 36 m, qual

adilson secco
Determine a altura apro­
será o ângulo de inclinação do cabo de aço em relação
ximada do poste sabendo 45°
ao solo? 60°
que o teodolito tem 1,5 m
30°
2. (UFPel­RS) A figura representa dois quartéis do Corpo de altura. q 4,1 m
de Bombeiros. O primeiro está localizado no ponto A
e o outro, 11 km distante de A, na direção leste. Num
mesmo instante, avista­se, de cada posto do Corpo
de Bombeiros, um incêndio no ponto C, segundo as
direções indicadas na figura. Calcule a distância do
fogo até cada uma das unidades indicadas na figura. 6. (Fuvest­SP) Na figura, ABC e CDE
5,5 km de A; q 9,5 km de B são triângulos retângulos, AB 5 1, C
A 11 km B BC 5 3 e BE 5 2DE. Logo, a medida
ilustrações: adilson secco

N
de AE é: alternativa c
60°
3 11 D
30° a) d)

adilson secco
O L 2 2
E

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
5 13
b) e)
S 2 2
C
7
3. (Enem) Para determinar a distância de um barco até a c)
2
praia, um navegante utilizou o seguinte procedimen­ A B
to: a partir de um ponto A, mediu o ângulo visual a
fazendo mira em um ponto fixo P da praia. Mantendo 7. Duas circunferências, C1 e C2, são tangentes externas,
o barco no mesmo sentido, ele seguiu até um ponto B e a distância entre seus centros é de 15 cm. Observe
de modo que fosse possível ver o mesmo ponto P da a figura a seguir e determine o raio aproximado de
praia, no entanto sob um ângulo visual 2a. A figura cada circunferência. 6,34 cm; 8,66 cm
ilustra essa situação: C2
P
C1
adilson secco

adilson secco
O2
O1
α 2α Trajetória do barco 30°

A B
Suponha que o navegante tenha medido o ângulo
a 5 30° e, ao chegar ao ponto B, verificou que o barco
havia percorrido a distância AB 5 2.000 m. Com base
nesses dados e mantendo a mesma trajetória, a menor
distância do barco até o ponto fixo P será: alternativa b Desafio
3 8. A extremidade do pêndulo de um relógio de 80 cm de
a) 1.000 m c) 2.000 m e) 2.000 3 m
3 comprimento percorre, em seu movimento, um arco
b) 1.000 3 m d) 2.000 m de 120°. Observe no esquema as distâncias x (vertical)
e y (horizontal) que a extremidade desse pêndulo anda
4. (Udesc) Encontre os valores de x e y na figura abaixo.
e calcule­as. x 5 40 cm; y 5 40 3 cm
1
(Dados: sen 30° 5 ; PQ 5 10 m, TR 5 2,3 m, PT 5 x
2
e QS 5 y.) x 5 4,6 m e y 5 2,7 m
Q 60° 60°
adilson secco

y
adilson secco

T x
S
x

30°
P
R O y

272 Capítulo 11 Triângulo retângulo

258-275-C11-Mcon-1.indd 272 16/04/13 09:22


Autoavaliação
Leia atentamente as questões a seguir e 6. Se o seno e o cosseno de um ângulo a de um
responda‑as em seu caderno. triângulo retângulo são iguais, então a tangente
de a vale: alternativa c
1. No triângulo retângulo ABC abaixo, os valores do
a) 0,5 b) 1,5 c) 1 d) 0,3
seno, cosseno e tangente do ângulo a são, respec­
tivamente: alternativa c 7. Considerando a figura, cm é a medida do
3 4 4 B segmento BD. alternativa a
a) ; ;
5 5 3

adilson secco
4 3 3 B
b) ; ; 5
5 5 4 3
3 4 3 45°

adilson secco
c) ; ; α D
5 5 4 C A
4
5 5 4
d) ; ;
3 4 3 30°
A C
2. O ângulo agudo a de um triângulo retângulo é tal 10 cm
que sen a 5 0,6. Podemos, então, afirmar que:
cos a 5 e tg a 5 . alternativa b
a) 0,6; 1 c) 0,75; 0,8 a)
(
10 3 2 3 ) b)
10 3
c)
10 3
d) 1
3 2 3
b) 0,8; 0,75 d) 1; 0,6
8. Uma rampa para pedestre tem inclinação de 10%
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

3. Num triângulo retângulo ABC cujos catetos AB e AC e 4 m de altura. Logo, a distância (d ) entre o iní­
medem respectivamente 3 cm e 4 cm, cm cio A da rampa e a porta B do prédio a que ela dá
é a medida aproximada da projeção de AC sobre acesso é aproximadamente: alternativa d
a hipotenusa. alternativa c
(Use a tabela da p. 266.)
a) 2,5 b) 2,8 c) 3,2 d) 4,2
1,5 m

adilson secco
4. Se a medida de um ângulo é igual ao dobro da B C
medida do seu complemento, então o seno desse
4m
ângulo é: alternativa c A
1 3
a) c)
2 2
2 a) 33,8 m c) 38,3 m
b) d) 1
2 b) 40,9 m d) 39,8 m

5. Um triângulo retângulo tem um ângulo medin­ 9. Num losango os lados medem 8 cm e uma das
do 30°. Se a hipotenusa desse triângulo mede diagonais, 10 cm. Então, a outra diagonal mede
8 cm, então seus catetos medem cm e cm e seus ângulos internos medem,
aproximadamente cm. alternativa a aproximadamente, e . alternativa a
a) 4; 6,93 c) 4,5; 5 a) 12,48; 78°; 102° c) 14; 70°; 110°
b) 4; 5 d) 5; 6 b) 18,87; 78°; 102° d) 12,48; 64°; 116°

Retomada de conceitos
Se você não acertou alguma questão, consulte a tabela e verifique o que precisa
estudar novamente. Releia a teoria e refaça os exercícios correspondentes.

Número da questão

Objetivos do capítulo 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Identificar e calcular razões


X X X X
trigonométricas no triângulo retângulo.
Resolver problemas que envolvam
X X X X X
razões trigonométricas.
258 e 260 a 259 a 262 e 262 a 260 e 262 a 266 a 266 a
Páginas do livro referentes ao conceito
259 262 266 263 265 261 265 271 271

Capítulo 11 Triângulo retângulo 273

258-275-C11-Mcon-1.indd 273 16/04/13 09:22


Resolução comentada
Problema
Relações
trigonométricas (Fatec‑SP) De dois observatórios, localizados B
em dois pontos, X e Y, da superfície da Terra,
no triângulo

adilson secco
é possível enxergar um balão meteorológi‑
retângulo co B, sob ângulos de 45° e 60°, conforme é
mostrado na figura [ao lado]. h
Desprezando‑se a curvatura da Terra, se
45° 60°
30 km separam X e Y, a altura h, em qui‑
X C Y
lômetro, do balão à superfície da Terra é:

a) 30 2 15 3 b) 30 1 15 3 c) 60 2 30 3 d) 45 2 15 3 e) 45 1 15 3

Note que o ângulo X BC  também Resolução


mede 45°, o que indica que o triân- Para resolver esse problema, podemos identificar dois triângulos retângulos (:BCX
gulo BCX é isósceles, com XC 5 BC. e :BCY ), uma vez que a altura BC intercepta o lado XY no ponto C formando
Identificar figuras geométricas ângulos retos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
com propriedades conhecidas
pode ser um caminho facilitador Existem duas maneiras de chegar à solução: por meio de relações trigonométricas
na resolução de problemas simi- do triângulo retângulo ou pelo emprego de técnicas de construção geométrica
lares a este. com régua e compasso (Desenho geométrico).

¢ Aplicando as relações trigonométricas do triângulo retângulo


O enunciado deste problema pede
Vamos escrever duas equações para resolver esse problema. Uma delas é obtida
para desprezar a curvatura da
do triângulo BCX.
Terra. Você sabe por quê?
A Terra tem a forma aproximada
adilson secco

de uma esfera. Ao medirmos B Usaremos k para representar a medida do lado XC (cateto


qualquer distância na superfície adjacente ao ângulo de 45°) e h para representar a medida
terrestre, na verdade medimos do lado BC (cateto oposto ao ângulo de 45°).
um arco de circunferência, e não
um segmento de reta. Quando h Assim, podemos escrever:
essa distância é pequena, se com-
parada à circunferência da Terra, tg 45° 5 h V 1 5 h V h 5 k (I)
45° k k
o “erro” de aproximar o arco de X k C
circunferência a um segmento é
muito pequeno e, por isso, pode- B
A outra equação é obtida do triângulo BCY.
mos desconsiderar a curvatura da
adilson secco
Terra. Mas, se considerarmos gran-
des distâncias, não poderemos Nesse triângulo, o lado YC (cateto adjacente ao ângulo de 60°)
h
desprezar essa curvatura. mede 30 2 k, e h é a medida do lado BC (cateto oposto ao
ângulo de 60°). Assim, podemos escrever:
nasa earth oBservatory/
science photo liBrary/latinstock

60°
tg 60° 5 h V 35 h V h 5 3 (30 2 k ) (II) C 30 – k
Y
30 2 k 30 2 k

Como por (I), h 5 k, temos em (II):


30 3
h 5 3 (30 2 h) V h 5 30 3 2 3 h V h(1 1 3 ) 5 3 0 3 V h 5
(1 1 3 )
Racionalizando o denominador, temos:

h5
(
30 3 8 1 2 3 ) 5
30 3 2 9 0
5 45 2 15 3
(1 1 3 ) 8 (1 2 3 ) 22
Imagem de satélite da Terra, 2010.
A altura do balão é ( 45 2 15 3 ) km, aproximadamente, 19 km.
Resposta: alternativa d

274 Capítulo 11 Triângulo retângulo

258-275-C11-Mcon-1.indd 274 16/04/13 09:22


¢ Empregando técnicas de Desenho geométrico
Primeiro, vamos escolher uma medida para o segmento XY no desenho que repro‑
duziremos abaixo. Para facilitar a construção, essa medida pode ser obtida pela
divisão de 30 por um de seus divisores (assim, a medida será dada por um número
inteiro de centímetros).
• Dividindo por 30, temos XY 5 1. Isso significa que cada 1 cm do desenho repre‑
sentará 1 km da realidade. Mas a medida 1 cm para XY será muito pequena,
dificultará a construção com régua e compasso e causará inexatidão significativa
na determinação da medida da altura.
• Dividindo por 6, temos XY 5 5. Isso significa que cada 1 cm do desenho represen‑
tará 6 km da realidade. Como 5 cm é uma medida razoável para essa construção,
adotaremos essa divisão.
Observe a construção:

1. Traçamos o segmento XY de 5 cm e, em Y, o ângulo de 60°. 2. Traçamos o ângulo de 45° em X.

(3) (2) (6)


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

(2) (1) (5)

ilustrações: adilson secco


X Y (1) X (1) (4) Y

3. A intersecção das semirretas determina o ponto B. Traçamos a 4. Medimos com uma régua graduada o segmento BC.
perpendicular ao segmento XY que passa por B.
B B

(2) (3)

X (1) (1) Y X C Y

A medida obtida no passo 4 é apenas uma aproximação, já que a régua graduada


não tem precisão maior que 1 mm. Ainda assim, se fizermos a construção com
cuidado, encontraremos BC q 3,2 cm. Para determinar a medida h, temos de
multiplicar esse resultado por 6, ou seja, h q 19,2 km.

Comparem as resoluções
Escolham uma das resoluções e escrevam um comentário sobre ela.
Se vocês pensaram em uma forma diferente de resolver esse problema, elaborem
a resolução e façam um comentário a respeito. resposta pessoal

Variações do problema
1. O topo de um prédio é observado do solo por um homem através de um ângulo
de 60°. Outro observador, situado 20 m mais afastado da base do prédio que o
primeiro observador, enxerga o topo do prédio num ângulo de 30° em relação ao
solo. Desprezando as alturas dos observadores, determinem a altura do prédio. q17,3 m

2. Um balão B atado à Terra, em um ponto P, por um cabo vertical de compri­


mento h, emite raios que formam com o cabo ângulos de 30°, 45° e 60° e que
atingem o solo em X, Y e Z, respectivamente. Calculem BX, PX, BY, PY, BZ e
PZ em função de h. 2 3 h , 3 h , 2 h, h, 2h e 3 h
3 3

Capítulo 11 Triângulo retângulo 275

258-275-C11-Mcon-1.indd 275 16/04/13 09:22



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