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Capítulo

6 As cônicas: elipse,
hipérbole e parábola
Ver sugestões para desenvolvimento do infográfico no
Suplemento com orientações para o professor.

Forno solar Além da teoria


Com o objetivo de preservar o meio ambiente, diversos países vêm Respostas pessoais.
desenvolvendo, com a ajuda da Matemática e da Física, tecnologias 1. Você conhece outra aplicação
para a energia solar?
que aproveitam a energia solar, uma fonte limpa e renovável de
geração de energia. Vamos ver um exemplo da aplicação dessa 2. Você conhece outros disposi-
tivos tecnológicos que tenham
tecnologia: o forno solar de Odeillo, na França, um dos maiores do formato parabólico? Para que
mundo, com uma potência térmica de 1.000 kW. servem?

1 Direcionando os raios do Sol


Dezenas de espelhos planos,
cuja inclinação é controlada
eletronicamente, direcionam os
raios do Sol para uma superfície
parabólica.

Localização e disposição O forno solar francês ocupa uma área


dos espelhos de três campos de futebol. Forno
O local foi escolhido pela qualidade
e duração da insolação, mais de
64 m

3.000 horas por ano, além da pureza


de sua atmosfera pouco submetida
à contaminação. Os 63 espelhos
heliostáticos estão dispostos para
obter melhor aproveitamento. 210 m 90 m

104 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

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2 Superespelho
Os raios solares incidem na superfície
parabólica formada por espelhos e refletem,
convergindo para o foco.

ILUSTRAÇÕES: KAKO
3 Temperatura máxima
No foco, a temperatura atingida chega a 3.800 oC.
Isso permite estudar o comportamento de materiais
em temperaturas extremas, como componentes de
satélites, que devem suportar radiação solar intensa
nas altas camadas da atmosfera.

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 105

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1 O que é uma figura cônica
Como o nome sugere, uma figura cônica é obtida a partir de um cone. Para definir esse tipo
de figura, consideramos duas retas r e e concorrentes no ponto V. A superfície  obtida pela ro-
tação de r 360° em torno de e é chamada de superfície cônica circular reta de duas folhas, com
vértice V, eixo de rotação e e geratrizes ilimitadas.

e r e r

geratriz
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

V V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A intersecção de um plano  qualquer com a superfície  é chamada de figura cônica. Essa
figura pode ser um ponto, uma reta, um par de retas, uma circunferência, uma elipse, uma
hipérbole ou uma parábola. Neste capítulo, estudaremos as três últimas figuras, definidas a
seguir.

r
e

α
 

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

 (hipérbole)
V
V V

 (parábola)
 (elipse)

α
α

Elipse: o plano  não passa pelo Hipérbole: o plano  não pas- Parábola: o plano  é paralelo
vértice V e intercepta todas as sa pelo vértice V e intercepta a uma geratriz de .
geratrizes de  obliquamente ao as duas folhas de .
eixo de rotação e.

106 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

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Visualizando as cônicas
Ao iluminar uma parede plana com o facho cônico de luz proveniente de uma lanterna, po-
demos visualizar as figuras cônicas apresentadas na página anterior. Acompanhe.
• Se o eixo do cone de luz é oblíquo ao plano da parede, de modo que todas as geratrizes Se achar conveniente, levar
do cone sejam interceptadas pelo plano, então a intersecção desse plano com a superfí- uma lanterna para a sala de
aula e mostrar aos alunos
cie do cone é uma elipse. essas intersecções.

Elipse
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

• Se o eixo do cone de luz é paralelo ao plano da parede, então a intersecção desse plano
com a superfície do cone é um dos ramos de uma hipérbole (a hipérbole é formada por
dois ramos como esse).

Há outras posições pos-


síveis da lanterna para
determinar um ramo
de hipérbole; esse é
apenas um exemplo.
Ramo de uma
hipérbole

ILUSTRAÇÕES: PAULO MANZI

• Se uma das geratrizes do cone de luz é paralela ao plano da parede, então a intersecção
desse plano com a superfície do cone é uma parábola.

Parábola

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 107

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Os termos elipse, pará-
Da origem das cônicas às suas aplicações atuais
bola e hipérbole foram
O mais completo tratado sobre as cônicas foi escrito pelo matemático e astrônomo grego
empregados por Apo-
lônio por significarem, Apolônio de Perga, por volta de 225 a.C., embora elas já tivessem sido estudadas antes dele.
respectivamente, fal- A obra As cônicas, de Apolônio, foi duramente criticada por alguns sábios de sua época, que
ta, igualdade e exces- encaravam esse estudo como puro deleite do autor, sem nenhum interesse no mundo real.
so. Essas classificações O tempo se incumbiu de mostrar que esses sábios estavam enganados: por volta de 1605, o as-
referem-se a um núme-
trônomo alemão Johannes Kepler descobriu que os planetas descrevem órbitas elípticas em tor-
ro, chamado excen-
tricidade da cônica, no do Sol; em 1632, Galileu Galilei descreveu como parabólica a trajetória de projéteis lançados
que é menor que 1 na obliquamente para cima; em 1662, Robert Boyle descobriu que, sob temperatura constante, a
elipse (falta), igual a 1 função que expressa a relação entre o volume de uma massa fixa de gás e a pressão exercida
na parábola (igualda- sobre ela é hiperbólica. Constatamos, ainda, a presença das cônicas em muitas outras situações
de) e maior que 1 na do mundo real, como na construção de antenas, espelhos e lentes parabólicos ou hiperbólicos;
hipérbole (excesso). na construção de pontes pênseis; nas trajetórias elípticas, parabólicas ou hiperbólicas de astros
celestes; em Economia, no estudo da curva parabólica de possibilidades de produção etc.
TIPS IMAGES/DIOMEDIA

THOMAZ VITA NETO/PULSAR IMAGENS

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
O Coliseu, em Roma, tem forma Os pilares da Catedral de Brasília, DF, têm forma de um
elíptica. Foto de 2012. hiperboloide. Foto de 2012.
BO BRIDGES/CORBIS/LATINSTOCK

028-f-C06-MP-3-G-nova

No salto, a moto descreve trajetória parabólica. Louisville, EUA. Foto de 2006.

108 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

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2 Elipse
O Complexo Mineirão/Mineirinho, em Belo Horizonte, MG, foi modernizado para a Copa do
Mundo de 2014. O estádio possui uma estrutura elíptica.

AMADEU BARBOSA/JORNAL HOJE EM DIA/FUTURA PRESS


Complexo Mineirão/Mineirinho, Belo Horizonte, MG. Foto de 2012.

Definimos elipse como a intersecção de um plano com a superfície de um cone; porém, para
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

um estudo analítico dessa cônica, convém defini-la a partir da propriedade comum a todos os
seus pontos, enunciada a seguir.

Fixados dois pontos, F1 e F2 , de um plano , tais que F1F2  2c, com c  0, chama-se Se achar conveniente, mostrar
aos alunos a demonstração
elipse o conjunto dos pontos P do plano  cuja soma das distâncias PF1 e PF2 é uma cons- dessa propriedade. Ver
tante 2a, com 2a  2c. Suplemento com orientações
PF1  PF2  2a para o professor.

PF1  PF2  2a
F1 2c F2 (2a  2c  0)

• Os pontos F1 e F2 são os focos da elipse. A medida 2c é a distância focal (distância entre os


ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

focos), sendo c a semidistância focal.

• Qualquer segmento de reta cujos extremos são pontos da elipse é chamado de corda da
elipse. A corda tA1A2 que passa pelos focos F1 e F2 é chamada de eixo maior da elipse, e sua
medida é 2a (veja a demonstração no item a do exercício resolvido R.1).

F1 F2 A1A2  2a

• O ponto médio C do eixo maior tA1A2 , que também é ponto médio do segmento tF1F2 , é
chamado de centro da elipse, sendo tA1C e tA2C os semieixos maiores (veja o item b do
exercício resolvido R.1).

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 109

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• A corda tB1B2 , que passa por C e é perpendicular ao eixo maior, é o eixo menor da elipse,
sendo os segmentos tB1C e tB2C os semieixos menores. Esses semieixos têm medidas iguais,
que serão indicadas por b, isto é, B1C  B2C  b. Tem-se também:
B1F1  B1F2  B2F1  B2F2  a (veja o item c do exercício resolvido R.1)
B1

FAUSTINO b a

A1 A2 B1F1  B1F2  a
F1 C c F2

B2

• No triângulo B1CF2, pelo teorema de Pitágoras, temos: a2  b2  c2


• Os pontos A1, A2, B1 e B2 são os vértices da elipse.
c
• O número e  é chamado de excentricidade da elipse. Observando que esse número
a
é o cosseno do ângulo agudo B1FB 2C, temos que 0  e  1. A excentricidade mostra quanto
a elipse está “alongada”.

Construção de uma elipse

LUIZ ANTÔNIO DA SILVA


Usando pregos e barbante
Fixe dois pregos em dois pontos distintos de uma
tábua e amarre neles as extremidades de um barbante
de comprimento maior que a distância entre os pre-
gos. Em seguida, desenhe uma linha na tábua com
um lápis apoiado no barbante, mantendo-o o mais es-
ticado possível, conforme mostra a foto ao lado.

A linha assim desenhada é uma elipse, pois a soma das distâncias de cada um de seus pontos
aos dois pregos é igual ao comprimento do barbante.

Se possível, realizar estas Usando dobraduras


atividades com os alunos.
Orientá-los sobre os As dobraduras proporcionam interessantes construções geométricas. Uma delas é o traçado
cuidados ao manusear de uma elipse. Para isso, adotamos os seguintes procedimentos:
os pregos.
(I) Desenhamos em uma folha de papel translúcido (papel-manteiga, por exemplo, é uma
boa escolha) um ponto interior a uma circunferência, distinto do centro.
(II) Dobramos a folha em torno de uma corda da circunferência de modo que o arco dobrado
passe pelo ponto.
(III) Desdobramos a folha e fazemos outra dobra em torno de outra corda, de modo que o arco do-
brado passe pelo ponto. Repetimos esse procedimento várias vezes. As retas que contêm essas
cordas são tangentes a uma elipse. Quanto mais dobras fizermos, mais visível ficará a elipse.
FOTOS: PAULO MANZI

Objeto
educacional
digital
• Construção
da elipse por
dobradura

Orientações
para o
professor no
livro digital

(I) (II) (III)

110 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

R.1 Seja a elipse : temos:


• t F1C  t F2C, pois C é o ponto médio de t F1F2;
B1
P • B1BCF1  B1BCF2, pois ambos são retos;

• t B1C é lado comum aos dois triângulos.
FAUSTINO

A1 A2 Assim, pelo caso L.A.L. de congruência de triân-


F1 C F2 gulos, temos B1F1C  B1F2C; portanto:
B1F1  B1F2 (I)
Temos ainda:
B2
B1   ä B1F1  B1F2  2a (II)
tal que:
• PF1  PF2  2a Substituindo (I) em (II), obtemos:
• F1F2  2c, com 2a  2c B1F1  B1F1  2a ä 2B1F1  2a
Demonstrar que: E, portanto: B1F1  a
a) a medida do eixo maior tA1A2 é 2a;
b) o ponto médio C de tA1A2 também é ponto mé- Logo, B1F1  B1F2  a.
dio de tF1F2 (C é o centro da elipse); Analogamente, prova-se que B2F1  B2F2  a.
c) cada um dos segmentos t B1F1 , t B1F2 , t B2F1 e t B2F2 d) O quadrilátero B1F1B2F2 é um losango, pois pro-
mede metade do eixo maior, isto é, B1F1  B1F2  vamos em c que B1F1  B1F2  B2F1  B2F2.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

 B2F1  B2F2  a; Como as diagonais de um losango se cruzam


d) C é o ponto médio do eixo menor t B1B2. perpendicularmente no ponto médio de cada
Resolução uma, concluímos que C é o ponto médio de Bt 1B2 .
a) A1   ä A1F1  A1F2  2a; logo, B1

A1 F1  A1 F1  F1 F2  2 a (I) 
 
A1F2

A2   ä A2F1  A2F2  2a; logo, A1 A2


F1 C F2

A F2  F2 F1  A2 F2  2 a (II)
2

 
A2 F1
B2
Subtraímos (I) e (II) membro a membro:

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
2A1F1  2A2F2  0 ä A1F1  A2F2 (III) R.2 As figuras abaixo mostram os pontos F1 e F2 e um
segmento tP Q, cuja medida é maior que a medida
Substituindo (III) em (II), concluímos: do segmento t F1F2. Com o auxílio de uma régua e
um compasso (a régua deve ser usada apenas para
A F2  F2 F1  F1 A1  2 a ⇒ A1 A2  2a
2 
 o traçado de linhas retas, e não para efetuar medi-
A1 A2 ções), marcar oito pontos quaisquer da elipse de
focos F1 e F2, cujo eixo maior tenha a medida do
b) A1C  A2C ä A1F1  F1C  A2F2  F2C (I)
segmento Pt Q.
Provamos no item a que A1F1  A2F2 (II)
Substituindo (II) em (I), obtemos:
P Q F1 F2
A1F1  F1C  A1F1  F2C ä F1C  F2C
Logo, C é ponto médio de tF1F2. Resolução
• Traçamos a reta r que passa por F1 e F2.
c) Observando os triângulos B1F1C e B1F2C:
t 1F2, com s  Ft 1F2  {M}.
• Traçamos a mediatriz s de F
B1
• Traçamos a mediatriz de tP Q.

PQ
• Traçamos o arco de centro M e raio , determi-
2
nando em r os extremos A1 e A2 do eixo maior.
FAUSTINO

A1 A2
F1 C F2
• Traçamos o arco de centro F1 (ou F2) e raio
PQ
, determinando em s os extremos B1 e B2 do
2
B2 eixo menor.

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 111

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t Q, com T  P e T  Q, e traçamos os arcos: de centro F1
• Tomamos um ponto T, arbitrário, em P
e raio PT ; de centro F2 e raio PT ; de centro F1 e raio TQ ; e de centro F2 e raio TQ. As intersecções
desses arcos são pontos E1, E2, E3, e E4 da elipse. Explicar aos alunos que, com esse
• Obtendo mais pontos dessa maneira, podemos construir a elipse. procedimento, garantimos que:
E1F1  E1F2  PQ  A1A2
E2F1  E2F2  PQ  A1A2
E3F1  E3F2  PQ  A1A2
s s
E4F1  E4F2  PQ  A1A2
B1 B1
E1 E2 E1 E2
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

PQ
2
r r
P T Q A1 F1 M F2 A2 A1 F1 M F2 A2

E4 E3 E4 E3

B2 B2

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Lembre-se: resolva as questões no caderno. elipse geradora são também os focos da superf ície

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
gerada. Uma importante propriedade f ísica desse
1 (Cesgranrio-RJ) Para delimitar um gramado, um jardi- tipo de elipsoide é que toda onda sonora ou lumi-
neiro traçou uma elipse tangenciando, nos respectivos nosa que irradia de um dos focos é refletida pela
pontos médios, os quatro lados de um terreno retan- superf ície convexa para o outro foco.
gular de 4 m por 3,2 m. Para isso, usou um fio esticado Essa propriedade é aplicada, por exemplo, na cons-
preso por suas extremidades M e N, como mostra a trução de espelhos convexos elipsoidais, usados em
figura. Qual a distância entre os pontos M e N? 2,4 m consultórios odontológicos.

Anteparo opaco, para


evitar o ofuscamento
FAUSTINO

do paciente

FAUSTINO
M
N Concentração
da luz
Lâmpada
Vértice do
2 A primeira lei de Kepler estabelece que qualquer pla- espelho
neta do sistema solar descreve uma órbita elíptica em
torno do Sol, estando este em um dos focos da elipse,
Espelho
conforme o esquema a seguir: convexo
elipsoidal
B1

Planeta
Esses espelhos refletem a luz de uma lâmpada loca-
lizada em um dos focos, concentrando os raios re-
F1
FAUSTINO

A1 A2
fletidos no outro foco (no dente do paciente).
Sol O F2 Um dentista possui em seu consultório uma lumi-
nária com espelho refletor elipsoidal convexo em
que a lâmpada está a 6 cm do vértice do espelho
A1A2  3  108 km; B2 (veja o esquema acima). Um paciente acomodou-se
F1F2  6  106 km na cadeira e o dentista ajustou a posição do espelho
Sabendo que a maior e a menor distância da Terra tal que os raios refletidos
PAPA/SHUTTERSTOCK

ao Sol são 1,53  108 km e 1,47  108 km, aproxima- concentraram-se em um


damente, calcule a medida do eixo maior e a distân- dente do paciente. Saben-
cia focal da órbita elíptica da Terra em torno do Sol. do que a excentricidade
desse espelho elipsoidal é
3 A rotação de uma elipse em torno de um dos eixos 0,85, calcule a distância
gera uma superf ície elipsoidal. Quando a rotação entre a lâmpada e o dente
é efetuada em torno do eixo maior, os focos da iluminado do paciente.
68 cm

Resolva a questão 1 do Roteiro de trabalho.

112 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

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Equação reduzida da elipse y

FAUSTINO
P (x, y)

Associando um sistema de eixos cartesianos ao plano de uma elipse, podemos


representá-la por uma equação. Como introdução, estudaremos apenas o caso em
que os eixos da elipse são, respectivamente, paralelos aos eixos coordenados do
A1 A2
sistema cartesiano. Por exemplo, consideremos a elipse ao lado, de focos F1(1, 0) e
F1 (1, 0) F2 (1, 0) 2 x
F2(1, 0), cujo eixo maior mede 4 unidades. 2
Obtemos uma equação dessa elipse considerando um ponto genérico P (x, y) e im-
pondo que PF1  PF2  4, ou seja:

( x  ( 1)) 2  ( y  0) 2  ( x  1) 2  ( y  0) 2  4 ⇒ ( x  1) 2  y 2  ( x  1) 2  y 2  4

∴ ( x  1) 2  y 2  4  ( x  1) 2  y 2

Quadrando ambos os membros, temos:

c (x  1)2  y 2 m  c4  (x  1)2  y 2 m ä
2 2

ä (x  1)2  y 2  16  8 (x  1)2  y 2  (x  1)2  y 2

 x 2  2 x  1  16  8 (x  1)2  y 2  x 2  2 x  1 ä

ä 8 (x  1)2  y 2  16  4 x

 2 (x  1)2  y 2  4  x
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Quadrando ambos os membros:

c2 (x  1)2  y 2 m  (4  x)2 ä 4 [(x  1)2  y 2]  (4  x)2 ä


2

ä 4 (x 2  2 x  1  y 2)  16  8 x  x 2
 4 x 2  8 x  4  4 y 2  16  8 x  x 2  0 ä 3 x 2  4 y 2  12  0
2 2
x y
  1
4 3
Essa última equação é chamada de equação reduzida da elipse.

Generalizando
Reproduzindo os procedimentos apresentados nesse exemplo para uma elipse qualquer de
centro C(x0, y0), com eixo maior de medida 2a e eixo menor de medida 2b, concluímos que:
• se a elipse tem o eixo maior paralelo ao eixo das
y
abscissas, então sua equação pode ser apresen-
tada sob a forma:

b
( x  x 0 )2 (y  y 0 ) 2 A1
 1 y0 A2
a2 b2 C
a
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

O x0 x

• se a elipse tem o eixo maior paralelo ao eixo das y


A1
ordenadas, então sua equação pode ser apresen-
tada sob a forma:
a
2 2
(x  x0 ) (y  y 0 )
2
 1 y0
b a2 C
b

Essas duas equações são denominadas equações


reduzidas das elipses. A2
O x0 x

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 113

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EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

R.3 Obter a equação reduzida da elipse de centro C nos Resolução


seguintes casos: a) C (3, 0)
a) y a 2  25 ä a  5
b2  4 ä b  2
6 Como o maior denominador é o da fração que
contém a variável x, concluímos que o eixo
maior é paralelo ao eixo Ox.
y
C
2
2

FAUSTINO
C
3 8 x
2 3 8 x
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

2

b) y b) C (4, 5)
a2  9 ä a  3
1 4 b2  1 ä b  1
x Como o maior denominador é o da fração que
contém a variável y, concluímos que o eixo
maior é paralelo ao eixo Oy.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
y
C
4
8

FAUSTINO
5
8

Resolução 2
a) Pelo gráfico, temos:
• o centro da elipse é o ponto C (3, 2);
5 4 3 x
• a medida do semieixo maior (metade do eixo
maior) é a  8  3  5;
• a medida do semieixo menor (metade do eixo R.5 Uma elipse é representada pela equação
menor) é b  6  2  4; 9x2  4y2  18x  16y  11  0.
Representar essa equação na forma reduzida.
• o eixo maior é paralelo ao eixo das abscissas.
Logo, a equação reduzida da elipse é: Resolução
2 2 A forma reduzida pode ser obtida por meio dos se-
( x  3) ( y  2)
 1 guintes procedimentos:
25 16
• Agrupamos os termos em x e os termos em y e
b) Pelo gráfico, temos: isolamos o termo independente em um dos
• o centro da elipse é o ponto C (1, 4); membros da equação:
• a medida do semieixo maior é a  0  (4)  4;
(9x 2  18x)  (4y 2  16y)  11
• Fatoramos cada agrupamento, pondo em evi-
• a medida do semieixo menor é b  4  1  3;
dência os coeficientes de x 2 e y 2:
• o eixo maior é paralelo ao eixo das ordenadas.
9(x 2  2x)  4 (y 2  4y)  11
Logo, a equação reduzida da elipse é:
• Completamos os quadrados perfeitos nas ex-
( x  1)2 ( y  4 )2 pressões entre parênteses, adicionando um mes-
 1
9 16 mo número a ambos os membros da igualdade:
9(x2  2x  1)  4 (y 2  4y  4)  11  9  16
R.4 Esboçar o gráfico da elipse nos seguintes casos:
2
ou seja, 9(x  1)2  4 (y  2)2  36
2
(x  3) y • Dividimos por 36 ambos os membros dessa
a)  1
25 4 equação, obtendo a forma reduzida:
2
(y  5) ( x  1)2 ( y  2 )2
b) (x  4)2  1  1
9 4 9

114 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Lembre-se: resolva as questões no caderno.

4 Obtenha a equação reduzida da elipse de centro C e eixos tA1A2 e tB1B2 em cada um dos casos a seguir.
a) y
(x  6)
2
(y  3)
2 c) y
2
 1 x
2
y
16 4  1
7 A1 36 49
B1
5

A1 C A2
3

1
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

B2
2 6 10 x B1
C 6 x

y
b) (x  7)
2
(y  4)
2

 1
4 9
5 7
A1 x
1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

B1
4
C

5 Esboce o gráfico da elipse em cada um dos casos a seguir. Ver Suplemento com orientações para o professor.
( x  9 )2 ( y  6 )2 ( x  4 )2 y2 x2 y2
a)  1 b)  1 c)  1
25 9 16 9 16 36
6 Determine a excentricidade da elipse abaixo de focos F1 e F2.
y
2
5
FAUSTINO

5
F1 F2

EDUARDO KNAPP/FOLHAPRESS

4 8 11 x

7 Represente graficamente a elipse de equação 4x 2  9y 2  16x  20  0.


Ver Suplemento com orientações para o professor.
8 Uma indústria produz dois tipos de refrigerante, A e B. Para a produção diá-
ria de x quilolitros de A e y quilolitros de B, tem-se que o custo diário de
produção por quilolitro do tipo A é 100  x, para x  60, e do tipo B é
y
120  , para y 260. Sob essas condições, represente no plano cartesiano o
4
gráfico formado pelos pontos (x, y) correspondentes à produção diária de x qui-
lolitros do tipo A e y quilolitros do tipo B, de modo que o custo total da produ-
ção seja R$ 16.800,00. Ver Suplemento com orientações para o professor.

Linha de produção de refrigerantes em Jundiaí, SP.

Resolva a questão 4a do Roteiro de trabalho.

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 115

104-139-Cap6-MP-3.indd 115 6/28/13 8:37 PM


3 Hipérbole
Por sua excepcional estabilidade, a forma do hiperboloide é usada na construção das torres
de refrigeração de usinas nucleares. A superfície desse tipo de hiperboloide é obtida pela rotação
de uma hipérbole em torno do seu eixo imaginário.

MINDY FAWVER/ALAMY/OTHER IMAGES

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Torres de refrigeração em uma estação de energia nuclear, Tennessee, EUA. Foto de 2012.

Da mesma forma que na elipse, necessitamos de uma definição de hipérbole que nos permita
um estudo analítico dessa cônica. Por isso, a seguir definimos hipérbole a partir de uma proprie-
dade comum a todos os seus pontos.

Fixados dois pontos F1 e F2 de um plano , tais que F1F2  2c, com c  0, chama-se hi-
Se achar conveniente, pérbole o conjunto dos pontos P de  cujas diferenças, em módulo, das distâncias PF1 e PF2
mostrar aos alunos a são iguais a uma constante 2a, com 0  2a  2c.
demonstração dessa
propriedade. Ver Suplemento | PF1  PF2 |  2a
com orientações para o
professor.

S T
FAUSTINO

F1 F2

• Os pontos T, com T  , tais que TF1  TF2  2a, determinam um ramo da hipérbole, e os
pontos S, com S  , tais que SF2  SF1  2a, determinam o outro ramo.
• Os pontos F1 e F2 são os focos da hipérbole.
• A medida 2c é a distância focal (distância entre os focos), sendo c a semidistância focal.

116 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

104-139-Cap6-MP-3.indd 116 25/06/13 1:20 PM


• Os pontos A1 e A2, intersecções da hipérbole com o segmento tF1F2 , são chamados de vér-
tices da hipérbole. O segmento tA1A2 é chamado de eixo real da hipérbole, e sua medida
é 2a (veja a demonstração no item a do exercício resolvido R.6).

2a

FAUSTINO
F1 A1 A2 F2

2c

t 1A2 , que também é o ponto médio do segmento tF1F2 , é


• O ponto médio C do eixo real A
chamado de centro da hipérbole, sendo tA1C e tA2C os semieixos reais (veja o item b do
exercício resolvido R.6).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

FAUSTINO
F1 A1 A2 F2

• O segmento t B1B2 do plano , tal que B1A1  B1A2  B2A1  B2A2  c, é chamado de eixo
imaginário da hipérbole (note que a reta B 1B2 é a mediatriz do eixo real). Os segmen-
tos t B 1C e t B 2C , que têm medidas iguais e são indicadas por b, são os semieixos ima-
ginários.

B1

c c
b

A1 A2
FAUSTINO

F1 C a F2

c c

B2

Pelo teorema de Pitágoras, temos do triângulo retângulo B1CA2: c 2  a 2  b 2 (veja o item c


do exercício resolvido R.6).

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 117

104-139-Cap6-MP-3.indd 117 25/06/13 1:21 PM


• Chama-se retângulo referência da hipérbole o retângulo MNPQ cujos pontos médios dos
lados são A1, B1, A2 e B2. As retas $MP% e $NQ%, que contêm as diagonais do retângulo referên-
cia, são denominadas assíntotas da hipérbole. A hipérbole não tem ponto em comum
com nenhuma das assíntotas, e a distância entre a hipérbole e cada assíntota se aproxima
indefinidamente de zero.

M B1 N

FAUSTINO
A1 A2
F1 C F2

Q B2 P

Quando o retângulo referência é um quadrado (2a  2b), a hipérbole é chamada de


equilátera.
c
• O número e  é chamado de excentricidade da hipérbole. Observando que esse nú-
a

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mero é a razão entre a hipotenusa e um cateto de um triângulo retângulo, nessa ordem,
concluímos que e  1. A excentricidade mostra quanto cada ramo da hipérbole é “aberto”
(se aproxima de uma reta) ou “fechado” (se aproxima de uma semirreta).

Construção de uma hipérbole


Usando pregos e barbante
Uma hipérbole pode ser facilmente desenhada com o auxílio de dois pregos, um barbante e
uma haste (pode ser uma régua) da seguinte maneira:
• Em uma das extremidades da haste, amarre uma extremidade do barbante.
• Fixe a outra extremidade da haste e a outra ponta do barbante em dois pregos cravados
Se possível, realizar estas em pontos distintos, F1 e F2 , de uma tábua, conforme a foto a seguir. A diferença entre o
atividades com os alunos.
Orientá-los sobre os comprimento d da régua e o comprimento  do barbante deve ser menor que a distância
cuidados ao manusear entre F1 e F2, ou seja, d    F1F2.
os pregos.
• Com a ponta de um lápis, pressione o barbante contra a haste, deslizando a grafite sobre
a tábua e mantendo o barbante esticado, sempre junto à haste. Dessa forma, obtemos um
ramo da hipérbole.
• Repita a operação, invertendo os pontos de fixação na tábua, isto é, fixe a haste em F2 e o
barbante em F1. Desse modo, obtemos o outro ramo da hipérbole.
LUIZ ANTÔNIO DA SILVA

F1 F2

118 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

104-139-Cap6-MP-3.indd 118 25/06/13 1:21 PM


Usando dobradura
Assim como fizemos no estudo da elipse, vamos construir a hipérbole por meio de dobradu-
ras. Para isso adotamos os procedimentos a seguir:
• Desenhamos em uma folha de papel translúcido um ponto exterior a uma circunferência.

PAULO MANZI

• Dobramos a folha em torno de uma corda da circunferência, de modo que o arco dobrado
passe pelo ponto.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

PAULO MANZI

• Desdobramos a folha e fazemos outra dobra em torno de outra corda, de modo que o
arco dobrado passe pelo ponto. Repetimos esse procedimento várias vezes. As retas
que contêm essas cordas são tangentes a uma hipérbole. Quanto mais dobras fizermos,
mais visível ficará a hipérbole.
PAULO MANZI

Objeto
educacional
digital
• Construção
da hipérbole
por dobradura

Orientações
para o
professor no
livro digital

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 119

104-139-Cap6-MP-3.indd 119 25/06/13 1:21 PM


EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

R.6 Considere a hipérbole  abaixo. Substituindo (II) em (I), obtemos:


F1C  A1F1  F2C  A1F1 ä F1C  F2C

S T Logo, C é o ponto médio de tF1F2 .


M B1 N
tal que: c) O quadrilátero A1B1A2B2 é um losango, pois to-
F1F2  2c dos os lados têm a mesma medida c. Como as
TF1  TF2  2a diagonais do losango se cruzam perpendicular-
FAUSTINO

A1 C A2
F1 F2 SF2  SF1  2a mente no ponto médio de cada uma, concluímos
0  2a  2c que C é o ponto médio de tB1B2 .

Q B2 P M B1 N

c c

FAUSTINO
A1 C A2
F1 F2
Demonstrar que:
a) a medida do eixo real tA1A2 é 2a;
c c

b) o ponto médio C de A t 1A2 também é o ponto mé- Q B2 P


t 1F2 (C é o centro da hipérbole);
dio de F

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c) C é o ponto médio do eixo imaginário tB1B2. R.7 As figuras abaixo mostram os pontos F1 e F2 e um
segmento tP Q, cuja medida é menor que a medida
Resolução do segmento tF1F2 . Com o auxílio de uma régua e
a) Sem perda de generalidade, vamos supor que um compasso (a régua deve ser usada apenas para
A1F2  A1F1. Assim, como A1  , temos: o traçado de linhas retas, e não para efetuar medi-
ções), marcar seis pontos quaisquer da hipérbole
A1F2  A1F1  2a ä
de focos F1 e F2, cujo eixo real tenha a medida do
ä A1 A2  A2 F2  A1 F1  2 a
 

 
(I) segmento tP Q.
A1F2

FAUSTINO
F F1 F2 F2 P P Q Q
Como estamos supondo que A1F2  A1F11, temos
A2F1  A2F2. Assim, como A2  , podemos
Resolução
escrever:
• Traçamos a mediatriz s do segmento tF1F2 , com
A2F1  A2F2  2a ä
s  tF1F2  {M}.
ä A2 A1  A1 F1  A2 F2  2 a
 

(II) • Traçamos a mediatriz de tP Q.
A2 F1 PQ
• Traçamos o arco de centro M e raio , deter-
2
Subtraindo membro a membro (I) e (II), obte- minando sobre a reta $F1F2% os extremos A1 e A2 do
mos: eixo real.
2A2F2  2A1F1  0 ä A2F2  A1F1 (III) • Tomamos um ponto arbitrário T da reta $P Q %,
com T  tP Q.
Substituindo (III) em (I), concluímos:
• Traçamos os arcos: de centro F1 e raio PT ; de cen-
A1A2  A2F2  A2F2  2a ä A1A2  2a tro F2 e raio PT ; de centro F1 e raio QT ; e de
centro F2 e raio QT. As intersecções desse arcos
b) Como C é o ponto médio de tA1A2 , temos: são pontos H1, H2, H3 e H4 da hipérbole.
A1C  A2C e, portanto: s

H1 H2
FC
1  A1F1  F2C  A2F2 ä
44 3 1 44 2 443
1 44 2 443 44 3
FAUSTINO

A1 C A2 C

ä FC
1  A2F2  F2C  A1F1 (I) F1 A1 M A2 F 2

Provamos no item a que: H4 H3

A2F2  A1F1 (II)

120 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

104-139-Cap6-MP-3.indd 120 25/06/13 1:21 PM


Explicar aos alunos que, com
esse procedimento, garanti-
mos que:
PQ H1F2  H1F1  PQ  A1A2
2
H2F1  H2F2  PQ  A1A2
H3F1  H3F2  PQ  A1A2
P Q T
H4F2  H4F1  PQ  A1A2
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

Assim, determinamos seis pontos da hipérbole. Obtendo mais pontos dessa maneira,
podemos construir a hipérbole abaixo:
s
H1 H2

F1 A1 M A2 F
2

H4 H3
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Lembre-se: resolva as questões no caderno.


9 O gráfico abaixo representa uma hipérbole  de focos F1 e F2.
y

FAUSTINO
6 P
a) Determine a medida do eixo real de . 4
b) Determine a distância focal de . 8
c) Determine a medida do eixo imaginário de .
4 3
d) Determine a excentricidade de . 2 F1 F2
e) Determine as coordenadas do centro C de . 4 4 x
(0, 0)
f) Desenhe o retângulo referência de . Ver
Suplemento com orienta-
g) Desenhe as assíntotas de . ções para o professor.
h) Obtenha as equações das assíntotas de .
y 3 x; y   3 x

10 O ponto P(3, 10) pertence à hipérbole de centro O(0, 0) e vértices A1(0, 8) e A2(0, 8),
conforme mostra a figura abaixo. Determine os focos dessa hipérbole.
y
F (0 , 4 5 ) e F2 (0 ,  4 5 )

10 P
8 A1
FAUSTINO

O 3 x

8 A2

Resolva a questão 2 do Roteiro de trabalho.

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 121

104-139-Cap6-MP-3.indd 121 25/06/13 1:21 PM


Equação reduzida da hipérbole
Associando um sistema de eixos cartesianos ao plano de uma hipérbole, podemos representá-
-la por uma equação. Como introdução, estudaremos apenas o caso em que os eixos da hipérbo-
le são, respectivamente, paralelos aos eixos coordenados do sistema cartesiano. Por exemplo,
consideremos a hipérbole de focos F1(0, 3) e F2(0, 3), cujo eixo real mede 2 unidades:

y
F1(0, 3)

1
FAUSTINO

P(x, y)

x
–1

F2(0, –3)

Uma equação dessa hipérbole é obtida considerando-se um ponto genérico P (x, y) e impon-
do que |PF1  PF2|  2, ou seja:
2 2 2 2
(x  0)  (y  3)  (x  0)  [y  ( 3)]  2 ä
2 2 2 2
ä x  (y  3)  x  (y  3)   2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2 2 2 2
π x  (y  3)   2  x  (y  3)
Quadrando ambos os membros, temos:

c x 2  (y  3)2 m  c  2  x 2  (y  3)2 m
2 2
ä
2 2 2 2 2 2
ä x  (y  3)  4  4 x  (y  3)  x  (y  3)
2 2 2 2 2 2
π y  6 y  9  4  4 x  (y  3)  y  6 y  9 ä  4 x  (y  3)  12 y  4
2 2
π  x  (y  3)  3 y  1

Quadrando ambos os membros:


c  x 2  (y  3)2 m  (3 y  1)2 ä x 2  (y  3)2  (3 y  1)2
2

π x 2  y 2  6y  9  9y 2  6y  1 ä 8y 2  x 2  8
2 2
y x
π  1
1 8
Essa última equação é chamada de equação reduzida da hipérbole.

Generalizando
Reproduzindo os procedimentos apresentados nesse exemplo para uma hipérbole qualquer
de centro C (x0 , y0), com eixo real de medida 2a e eixo imaginário de medida 2b, concluímos
que:
• se essa hipérbole tem o eixo real paralelo ao eixo das abscissas, então sua equação pode
ser apresentada na forma:
y

c
FAUSTINO

b
( x  x 0 )2 (y  y 0 ) 2 y0
F1 F2
2
 2
1 C a
a b

x0 x

122 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

104-139-Cap6-MP-3.indd 122 25/06/13 1:21 PM


• se essa hipérbole tem o eixo real paralelo ao eixo das ordenadas, então sua equação pode
ser apresentada na forma:
y

F1

FAUSTINO
(y  y 0 ) 2 ( x  x 0 )2 C b
2
 1 y0
a b2 a c

F2
x0 x

Essas duas equações são denominadas equações reduzidas das hipérboles.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

R.8 Obter a equação reduzida da hipérbole de centro Resolução


C, eixo real tA1A2 e focos F1 e F2 em cada um dos a) Pelo gráfico:
casos a seguir. • o centro da hipérbole é o ponto C (7, 4);
• a medida do semieixo real é a  9  7  2;
a) y
• a semidistância focal é c  10  7  3;
• a medida b do semieixo imaginário é dada por:
c 2  a 2  b 2 ä 32  22  b2
 b2  5 ä b  5
• o eixo real é paralelo ao eixo das abscissas.
Logo, a equação da hipérbole é:
F1 C F2 ( x  7 )2 ( y  4 )2
4  1
A1 A2 4 5
b) Pelo gráfico:
x
• o centro da hipérbole é o ponto C (4, 5);
7 9 10
• a medida do semieixo real é a  5  4  1;
• a semidistância focal é c  7  5  2;
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

• a medida b do semieixo imaginário é dada por:


c 2  a 2  b 2 ä 22  12  b 2
b) y  b2  3 ä b  3
• o eixo real é paralelo ao eixo das ordenadas.
Logo, a equação da hipérbole é:
( x  4 )2
( y  5)2  1
F1 3
A1 7

C R.9 Esboçar o gráfico da hipérbole de equação:


5
A2 2
4 (x  2) 2 ( y  4)
 1
F2 9 16
Resolução
Temos:
4 x
• o centro da hipérbole é o ponto C (2, 4);
• o denominador da fração precedida pelo sinal
“” é o quadrado da medida do semieixo real e,
portanto, a2  9 ä a  3;

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 123

104-139-Cap6-MP-3.indd 123 25/06/13 1:21 PM


• o denominador da fração precedida pelo sinal b) Temos, pela equação reduzida:
“” é o quadrado da medida do semieixo ima- • o centro da hipérbole é o ponto C(3, 2);
ginário e, portanto, b2  16 ä b  4; • o denominador da fração precedida pelo sinal
• c2  a2  b2 ä c2  9  16  25 e, portanto, “” é o quadrado da medida do semieixo real
c  5; e, portanto, a2  16 ä a  4;
• a fração precedida pelo sinal “” está com a • o denominador da fração precedida pelo sinal
variável x no numerador; portanto, o eixo real “” é o quadrado da medida do semieixo ima-
é paralelo ao eixo Ox. ginário e, portanto, b2  9 ä b  3;
Assim, já podemos esboçar o gráfico. • c2  a2  b2 ä c2  42  32
Convém, inicialmente, desenhar o retângulo re-  c  5;
ferência MNPQ e traçar as assíntotas $MP% e $NQ%. • a fração precedida pelo sinal “” está com a
Em seguida, desenhamos a hipérbole aproximando- variável y no numerador; logo, o eixo real é
-a “indefinidamente” das assíntotas. Observe: paralelo ao eixo Oy.
y Para esboçar o gráfico, vamos desenhar o retân-
gulo referência MNPQ e as assíntotas $MP % e $NQ%.
8 B2 Depois, traçamos a hipérbole, aproximando-a
M N
“indefinidamente” das assíntotas:

y
F1 A1 F2
FAUSTINO

4 C A2

8
F1

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
7
M 6
B1 A1 N
Q P
3 1 2 5 7 x

FAUSTINO
C 2

R.10 Considerando a hipérbole de equação 6 3 x


9y2  16x2  36y  96x  252  0: A2 P
a) obter sua equação reduzida; Q 2
3
b) esboçar seu gráfico; F2
c) obter as equações de suas assíntotas. 4

Resolução
a) Para obter a equação reduzida da hipérbole,
adotamos os procedimentos a seguir:
$ P % passa pelos pontos P(0, 2) e
c) A assíntota M
• Agrupamos os termos em y e os termos em x
M(6, 6); logo, tem coeficiente angular igual a:
e isolamos o termo independente em um dos
membros da igualdade: 6  ( 2) 8 4
 
(9y2  36y)  (16x2  96x)  252 6 0 6 3
• Fatoramos cada agrupamento, pondo em evi- Portanto, a equação dessa assíntota é:
dência os coeficientes de y2 e de x2: 4
y  (2)   (x  0)
9( y2  4y)  16(x2  6x)  252 3
4x
• Completamos os quadrados perfeitos nas ex- Ou seja: y   2
3
pressões entre parênteses adicionando um
mesmo número a ambos os membros da $ Q % passa pelos pontos N(0, 6) e
A assíntota N
igualdade: Q(6, 2); logo, tem coeficiente angular igual a:
9( y2  4y  4)  16(x2  6x  9) 
6  (2) 8 4
 252  36  144  
Ou seja: 0  (6) 6 3

9( y  2)2  16(x  3)2  144 Portanto, a equação dessa assíntota é:


• Dividimos por 144 ambos os membros dessa 4
y6 (x  0)
equação, obtendo a forma reduzida: 3
( y  2 )2 ( x  3 )2 4x
 1 Ou seja: y  6
16 9 3

124 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

104-139-Cap6-MP-3.indd 124 25/06/13 1:21 PM


EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Lembre-se: resolva as questões no caderno. 14 Considerando a hipérbole de equação


11 Obtenha a equação reduzida da hipérbole de 4x2  9y2  8x  18y  41  0: (x  1)2 (y  1)2
1
centro C, eixo real tA1A2 e focos F1 e F2 em cada

a) obtenha sua equação reduzida; 9 4
Ver Suplemento com
um dos casos a seguir. b) esboce seu gráfico; orientações para o professor.
c) obtenha as equações de suas assíntotas.
a) y 2
(y  2 )
2 2x 5 2x 1
x y  ey 
 1 3 3 3 3
9 16 15 A rotação de uma hipérbole em torno do seu eixo
real gera uma figura chamada hiperboloide de
duas folhas, conforme mostra a figura abaixo.
F1 A1 A2 F2
C
2

5 3 x
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

FAUSTINO
b) y
(y  3)
2
(x  2)
2

 1
4 5
6 F2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A2

A1
1
F1
2 x

A hipérbole é chamada de geradora do hiperboloi-


12 Esboce o gráfico da hipérbole em cada um dos de. Uma das aplicações desse tipo de hiperboloide
casos a seguir. Ver Suplemento com orientações para o professor. é a fabricação de espelhos hiperbólicos, usados, por
( x  6 )2 ( y  2 )2 exemplo, na fabricação de telescópios refletores.
a)  1
16 9 A

( y  3 )2 ( x  1)2
b)  1
36 64

( x  4 )2
c)  y2  1
8

FAUSTINO
d) x 2  y 2  1
d
V
13 Determine a excentricidade da hipérbole abaixo, de
focos F1 e F2 e centro C. 5
3
y

B
F1 A1 3 C A2 F2 Em um espelho hiperbólico de borda circular, o diâ-
FAUSTINO

metro tAB da borda mede 24 cm, e a distância d en-


tre o vértice V do espelho e o diâmetro tAB é
2 cm, conforme mostra o esquema acima. Sabendo
3 1 2 x
que na hipérbole geradora dessa superf ície o eixo
imaginário mede o triplo do eixo real, calcule a ex-
centricidade dessa hipérbole. 10

Resolva a questão 4b do Roteiro de trabalho.

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 125

104-139-Cap6-MP-3.indd 125 6/28/13 6:27 PM


4 Parábola
A fachada da Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte, MG, é composta de arcos parabólicos.

WALMIR MONTEIRO/SAMBAPHOTO

A Igreja da Pampulha, em
Minas Gerais, foi
projetada por Oscar
Niemeyer e inaugurada
em 1943. Foto de 2011.

No volume do 1º ano desta obra estudamos a parábola como o gráfico de uma função do tipo
f (x)  ax2  bx  c, com {a, b, c}  R e a  0. Neste capítulo, faremos um estudo mais amplo
dessa cônica.
A parábola foi definida, na página 106, como a intersecção de um plano com a superfície de

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
um cone. A seguir, apresentamos outra definição dessa cônica a partir de uma propriedade co-
mum a todos os seus pontos.

Dados um ponto F e uma reta r de um plano, com F  r, chamamos parábola o con-


junto dos pontos P desse plano equidistantes de r e F.

F
P
Ver demonstração dessa
propriedade no Suplemento
com orientações para o pro-
fessor e, se achar necessário,
mostrá-la à turma.
P r
PF  PP’
(P é a projeção ortogonal de P sobre r)

• O ponto F e a reta r são o foco e a diretriz da parábola, respectivamente.


• A reta e que passa por F e é perpendicular à diretriz é o eixo de simetria da parábola.
• O ponto V, intersecção da parábola com o eixo e, é o vértice da parábola.

F (foco)

V (vértice)

r (diretriz)
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

e (eixo de simetria)

• A distância p do foco à diretriz é chamada de parâmetro da parábola.

p V

126 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

104-139-Cap6-MP-3.indd 126 25/06/13 1:21 PM


Note que a distância entre o vértice V e o foco F é metade do parâmetro, pois V perten-
ce à parábola; portanto, V equidista de F e r. Assim, temos: A notação Vr indica a
distância entre o pon-
to V e a reta r.
VF  Vr
 ⇒ VF  p e Vr  p
VF  Vr  p 2 2

• A razão entre as distâncias de um ponto P da parábola ao foco e à diretriz é chamada de


excentricidade da parábola. Como essas distâncias são iguais, a excentricidade da parábo-
la é sempre igual a 1.
• Como vimos, na elipse e na hipérbole a excentricidade determina a forma da curva. Porém,
na parábola a excentricidade é constante (igual a 1) e, portanto, não determina a forma da
curva. O que determina a forma da parábola é o parâmetro p, distância do foco F à diretriz r:
quanto menor o parâmetro, mais “fechada” será a parábola; quanto maior o parâmetro,
mais “aberta”. Compare as figuras abaixo: na primeira parábola, o parâmetro é 1; na se-
gunda, o parâmetro é 5.

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
F

F p=5
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

p=1

r r

Construção de uma parábola


Usando pregos e barbante Se possível, realizar estas
atividades com os alunos.
Orientá-los sobre os
Você pode traçar uma parábola com o auxílio de pregos, um pedaço de barbante, uma régua cuidados ao manusear
e um esquadro da seguinte maneira: os pregos.
• Fixe, com dois pregos, a régua em uma tábua.
• Amarre a extremidade do barbante no ponto B do esquadro, retângulo em A.
• Amarre a outra extremidade do barbante em um prego cravado em um ponto F da tá-
bua, de modo que o comprimento do barbante seja igual ao comprimento AB, conforme
mostra a foto.
t C do esquadro, pressionando o barbante contra o lado
• Faça deslizar sobre a régua a base A
t B com a ponta de um lápis, que vai desenhar uma parte da parábola até seu vértice.
A
• Ao passar pelo ponto F, inverta a posição do esquadro, continuando o traçado da parábola.
LUIZ ANTÔNIO DA SILVA

Note que, em qualquer ponto em que estiver a ponta do lápis, ela vai equidistar da régua e
do ponto F, pois o comprimento do barbante é igual à medida do lado At B do esquadro. Assim, a
reta representada pela borda da régua é a diretriz da parábola.

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 127

104-139-Cap6-MP-3.indd 127 25/06/13 1:21 PM


Usando dobraduras
A parábola também pode ser construída por meio de dobraduras, como já fizemos com a
elipse e a hipérbole. Para essa construção, adotamos os seguintes procedimentos:
• Desenhamos em uma folha de papel translúcido uma reta e um ponto que não pertence a ela.

PAULO MANZI
• Dobramos a folha em torno de um vinco, de modo que a semirreta dobrada passe pelo ponto.

PAULO MANZI

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
• Desdobramos a folha e fazemos outra dobra em torno de outro vinco, de modo que a
semirreta dobrada passe pelo ponto. Repetimos esse procedimento várias vezes. Esses vincos
serão tangentes a uma parábola. Quanto mais dobras fizermos, mais visível ficará a parábola.
PAULO MANZI

Objeto
educacional
digital
• Construção
da parábola
por dobradura

Orientações
para o
professor no
livro digital

EXERCÍCIO RESOLVIDO

R.11 O ponto F e a reta r abaixo são o foco e a diretriz de • O vértice V da parábola é o ponto médio do seg-
uma parábola. Com o auxílio de uma régua e um com- mento tFA.
passo (a régua deve ser usada apenas para o traçado de
linhas retas, e não para efetuar medições), marcar cin- • Marcamos, acima do ponto V, dois pontos arbi-
co pontos dessa parábola, dos quais um seja o vértice. trários distintos, B e C, na semirreta AyF %.
F
FAUSTINO

• Traçamos por B e C, respectivamente, as retas s e


r t, paralelas a r.

Resolução • Traçamos o arco de centro F e raio BA, determi-


• Traçamos por F o eixo de simetria e, perpendicu- nando sobre a reta s dois pontos distintos P1 e P2
lar a r, com e  r  {A}. da parábola.

128 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

104-139-Cap6-MP-3.indd 128 25/06/13 1:21 PM


• Traçamos o arco de centro F e raio CA, determi- Assim, marcamos cinco pontos da parábola. Obten-
nando sobre a reta t dois pontos distintos P3 e P4 do mais pontos dessa maneira, podemos construir a
da parábola. parábola.
Explicar aos alunos que,
P3 P4 com esse procedimento,
C garantimos que: P3 C P4

P1 P2 t P1 F  P1 r  BA
B B
P2 F  P2 r  BA

FAUSTINO
FAUSTINO

s P3 F  P3 r  CA
F P1 F P2
P4 F  P4 r  CA
V V
A r A r

e e

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Lembre-se: resolva as questões no caderno. de luz que incide em uma superf ície de um espe-
lho côncavo parabólico, paralelamente ao eixo de
16 O gráfico a seguir mostra uma parábola  de foco simetria, reflete passando pelo foco; reciproca-
F e diretriz r, paralela ao eixo Ox. mente, todo raio de luz emitido do foco e que inci-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

y de na superf ície côncava reflete paralelamente


 ao eixo de simetria. Essa propriedade é aplicada,
4 F
por exemplo, na construção de fornos solares,
FAUSTINO

como o de Odeillo, na França, formado por um


gigantesco espelho parabólico de 2.000 m2, em
1 r que a luz solar refletida é concentrada no foco
2 x atingindo 3.800 oC.

Obtenha:

GUIZIOU FRANCK/HEMIS/AFP
a) a equação da diretriz de ; y10

b) o parâmetro de ; 3

c) a equação do eixo de simetria de ; x20

d) a ordenada do ponto que pertence à parábola e


tem abscissa 1. 8
3

17 Desenhe em seu caderno, usando régua e compas-


so, uma parábola de parâmetro p  4 cm.
Ver Suplemento com orientações para o
professor.
18 Uma rotação de 180o de uma parábola em torno
Forno solar de Odeillo, França. Foto de 2012.
do eixo de simetria gera a superf ície de um para-
boloide. Outro exemplo de aplicação dessa propriedade
pode ser observado nos faróis de automóvel com
espelhos refletores parabólicos côncavos, em que
os raios de luz provenientes da lâmpada localizada
no foco são refletidos pelo espelho paralelamente
ao eixo de simetria do parabolóide.
FAUSTINO

Suponha que, num farol de um automóvel, uma


lâmpada F localizada no foco do espelho refletor
parabólico côncavo de vértice V emita um raio de
luz que incide no espelho em um ponto P, com o
ângulo PF̂V medindo 60o e FP  8 cm.
A região côncava dessa superf ície tem inúmeras a) Qual é a distância entre o raio refletido e o eixo
aplicações práticas, devido às propriedades recep- de simetria do paraboloide? 4 3 cm ou,
aproximadamente, 6,9 cm
toras e emissoras que têm. Por exemplo, todo raio b) Qual é a distância FV? 6 cm

Resolva a questão 3 do Roteiro de trabalho.

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 129

104-139-Cap6-MP-3.indd 129 25/06/13 1:21 PM


Equação reduzida da parábola
Associando um sistema de eixos cartesianos ao plano de uma parábola, podemos representá-
-la por uma equação. Como introdução, estudaremos apenas o caso em que a diretriz da parábo-
la é paralela a um dos eixos coordenados. Por exemplo, consideremos a parábola de foco F (3, 5),
cuja diretriz r tem equação y  3  0:
y

P (x, y)
F
5
FAUSTINO

3 r

O 3 x

Uma equação dessa parábola é obtida considerando-se um ponto genérico P(x, y) e impondo
que PF  Pr, ou seja:

2 2
|0 x  y  3 | 2 2
(x  3)  (y  5)  ä (x  3)  (y  5)  | y  3 |
2 2
0 1
Quadramos ambos os membros dessa igualdade:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c (x  3)2  (y  5)2 m  (| y  3 |)2 ä (x  3)2  (y  5)2  (y  3)2
2

 (x  3)2  y 2  10y  25  y 2  6y  9 ä (x  3)2  4y  16


 (x  3)2  4(y  4)
Essa última equação é chamada de equação reduzida da parábola.

Generalizando
Reproduzindo os procedimentos apresentados no exemplo anterior para uma parábola qual-
quer de vértice V(x0, y0) e parâmetro p, concluímos que:
• se essa parábola tem a diretriz paralela ao eixo Ox e a concavidade voltada para o sentido
positivo do eixo Oy (concavidade voltada para cima), então sua equação é:

y0
(x  x0)2  2p(y  y0) V
p

O x0 x
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

• se essa parábola tem a diretriz paralela ao eixo Ox e a concavidade voltada para o sentido
negativo do eixo Oy (concavidade voltada para baixo), então sua equação é:

V r
y0 p
(x  x0)2  2p(y  y0)
F

O x0 x

130 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

104-139-Cap6-MP-3.indd 130 25/06/13 1:21 PM


• a diretriz paralela ao eixo Oy e a concavidade voltada para o sentido positivo do eixo Ox
(concavidade voltada para a direita), então sua equação é:

y
r

p
y0 F
(y  y0)2  2p(x  x0) V

O x0 x

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
• a diretriz paralela ao eixo Oy e a concavidade voltada para o sentido negativo do eixo Ox
(concavidade voltada para a esquerda), então sua equação é:

y
r

p
F y0
(y  y0)  2p(x  x0)
2
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

x0 O x

Essas quatro equações são denominadas equações reduzidas das parábolas.

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

R.12 Obter a equação reduzida da parábola de vértice V, c) r y


foco F e diretriz r nos seguintes casos:

a) y

F
F V

FAUSTINO
4
5
V

3 r 8
5 x
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

2 x

b) y
Resolução
a) O vértice da parábola é o ponto V (2, 5).
r A distância do foco à diretriz é o parâmetro p.
Como a distância do vértice à diretriz é a metade
4 do parâmetro, temos:
2 x
p p
Vr  ä53 e, portanto, p  4
3 F 2 2
V
A diretriz é paralela ao eixo Ox, e a concavidade
da parábola é voltada para o sentido positivo do
eixo Oy (voltada para cima). Portanto, a equação
reduzida da parábola é:
(x  2)2  8( y  5)

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 131

104-139-Cap6-MP-3.indd 131 25/06/13 1:21 PM


b) O vértice da parábola é o ponto médio do seg- Assim, o vértice da parábola é V(0, 0) e, sendo p seu
mento de reta de extremos (2, 3) e (4, 3), parâmetro, sua equação reduzida é dada por:
isto é:
x2  2py
J N
K  2  4  3  ( 3 ) O Como a parábola passa pelo ponto (80, 20),
VK , O  V (1 ,  3)
2 2 temos:
L P
A distância do foco F à diretriz r é o parâme- 802  2p  20 ä p  160
tro p. Logo:
p  4  (2)  6 Logo, uma equação da parábola é x2  320y.
A diretriz é paralela ao eixo Oy, e a concavida- Dessa forma, o comprimento dos dois cabos mais
curtos é dado por:
de da parábola é voltada para o sentido positivo
do eixo Ox (voltada para a direita). Logo, a 202  320y ä y  1,25
equação da parábola é:
Portanto, cada um dos cabos mais curtos tem
[ y  (3)]2  12(x  1)
1,25 m de comprimento.
Ou seja:
( y  3)2  12(x  1)
R.14 Esboçar o gráfico da parábola de equação
c) O vértice da parábola é o ponto V(5, 4).
J N
A distância do foco F à diretriz r é o parâme- 1
( y  2)2  14 KKx  OO .
tro p. Como a distância do vértice ao foco é a L 2P
metade do parâmetro, temos:
Resolução

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
p p
VF  ä  5  ( 8)
8)  e, logo, p  6 • Comparando a equação dada com a equação
2 2 (y  y0)2  2p(x  x0), concluímos que a pará-
A diretriz é paralela ao eixo Oy, e a concavidade bola tem diretriz paralela ao eixo Oy e sua con-
da parábola é voltada para o sentido negativo cavidade é voltada para a direita. Além disso,
do eixo Ox (voltada para a esquerda). Assim, a obtemos:
equação da parábola é: 1
y0  2, x0  e 2p  14
( y  4)  12[x  (5)]
2 2
Ou seja: J N
1
( y  4)  12(x  5)
2 Assim, o vértice V e o parâmetro p são V KK , 2OO e
p  7. L2 P
R.13 Um dos cabos de sustentação de uma ponte de 160 m
• A intersecção da parábola com o eixo Ox é obti-
de comprimento é um arco de parábola preso a pila-
da atribuindo-se o valor zero à variável y da
res verticais de 20 m de altura. O vértice V da parábo-
equação:
la é o ponto médio do segmento de reta que liga as
bases A e B dos pilares, conforme mostra a figura. J N
1 11
(0  2)2  14 KKx  OO ä x 
20 m 20 m L 2 P 14
V
FAUSTINO

A B
Portanto, a parábola intercepta o eixo Ox no
160 m J N
11
ponto KK , 0OO .
Entre os pilares há seis cabos, que sustentam o piso
L 14 P
da ponte, de modo que a extremidade inferior de
cada um dos cabos e o vértice V da parábola divi- Concluímos, então, que o gráfico da parábola é:
dem o segmento tAB em oito segmentos congruen-
tes entre si. Calcular o comprimento de cada um r
y
dos dois cabos menores.
Resolução
Num sistema de coordenadas cartesianas, temos a
seguinte situação:
FAUSTINO

V F
y 2

3 1 11 4 x
FAUSTINO

20 2 14

80 60 40 20 0 20 40 60 80 x
A B

132 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

104-139-Cap6-MP-3.indd 132 25/06/13 1:21 PM


R.15 Uma parábola tem equação y  2x 2  4x  3. Re- • Completamos o quadrado perfeito na expressão
presentar essa equação na forma reduzida. entre parênteses, adicionando um mesmo núme-
Resolução ro a ambos os membros da igualdade:
Para transformar essa equação para a forma redu- y  3  2  2(x 2  2x  1)
zida, podemos adotar os seguintes procedimentos:
• Isolamos em um dos membros da igualdade os Ou seja:
termos na variável que contém o expoente 2: y  1  2(x  1)2
y  3  2x 2  4x • Concluímos, obtendo a equação reduzida:
• Fatoramos o polinômio do 2º grau isolado, colocan- 1
(x  1)2  ( y  1)
do em evidência o coeficiente do termo do 2º grau: 2
y  3  2(x 2  2x)

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

Lembre-se: resolva as questões no caderno. 20 Esboce o gráfico da parábola, representando tam-


bém o foco, a diretriz e o(s) ponto(s) de intersecção
19 Obtenha a equação reduzida da parábola de vértice V,
com os eixos coordenados nos seguintes casos:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

foco F e diretriz r nos casos abaixo.


a) x2  8 ( y  10) Ver Suplemento com orien-
a) y (x  2)2  16( y  5)
b) (x  3)2  20( y  1)
tações para o professor.
F
c) ( y  3)  16(x  6)
2

d) ( y  3)2  12(x  4)

V
5 21 Escreva na forma reduzida a equação da parábola
em cada um dos casos a seguir. (x  2)2  4( y  4)
2
x
1 r 1 a) y  3x2
 6x  5 c) y  x3
2
(x  1)  ( y  8) 4
3
2 x b) x  y2  6y  7 ( y  3)2  x  2
b) y x2  12( y  1)
22 Obtenha o vértice V da parábola de equação
2 r y  2x2  8x  1. (2, 7)
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

23 Ao dirigir o jato de água de uma mangueira obli-


V x quamente para cima, Pedro observou que a trajetó-
ria percorrida pela água é parabólica. O bico B da
mangueira está a 1 m de altura em relação ao solo
4 F
plano e horizontal, e a água atinge a altura máxima
de 2 m, em relação ao solo, em um ponto V sobre
uma reta vertical que dista 1,6 m de B.
c) ( y  6)2  20(x  1)
LEVI MENDES JR.

y r

F 6
V

4 1 x a) A que altura, em relação ao solo, passa a diretriz


dessa parábola? 2,64 m
b) A que altura, em relação ao solo, está o foco
dessa parábola? 1,36 m

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 133

104-139-Cap6-MP-3.indd 133 6/28/13 7:56 PM


24 Para o estudo de um cometa, cuja órbita é uma pará- em sinais elétricos e as envia a um decodificador que,
bola com o Sol no foco, um astrônomo imaginou um por sua vez, os transforma em imagem ou som. Se a
sistema cartesiano ortogonal no plano dessa órbita, circunferência que limita uma antena parabólica
adotando nos eixos uma unidade u, conveniente tem 2 m de raio e o plano dessa circunferência dista
para grandes distâncias. Em relação a esse sistema, a 0,5 m do vértice do paraboloide, a que distância do
equação da trajetória do cometa é x2  12( y  4). No vértice está localizado o receptor da antena? 2 m
momento em que o cometa passar pelo ponto

LUCIANO BELFORD/FUTURA PRESS


(8, 1), sua distância ao Sol será igual a: alternativa b
a) 25 b) 10 c) 12 d) 144 e) 5
(Nota: A órbita de um cometa pode ser elíptica, pa-
rabólica ou hiperbólica. Quando tem órbita elípti-
ca, o cometa é periódico, isto é, periodicamente
entra no Sistema Solar. Quando tem órbita parabó-
lica ou hiperbólica, o cometa não é periódico, pas-
sando uma única vez pelo Sistema Solar.)
25 As antenas parabólicas receptoras captam as ondas
eletromagnéticas e as refletem para um receptor, lo-
calizado no foco do paraboloide, que as transforma Antenas de telecomunicação, Guaratiba, RJ. Foto de 2013.

Resolva a questão 4c do Roteiro de trabalho.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ROTEIRO DE TRABALHO 1. a) Espera-se que os alunos escrevam com suas palavras que, fixados dois pontos,
F1 e F2, de um plano, tal que F1F2  2c, chamamos de elipse o conjunto de
pontos P do plano cuja soma das distâncias PF1 e PF2 é uma constante 2a, com
Lembre-se: resolva as questões no caderno. 2a  2c.
mostra quanto a hipérbole está próxima de duas
1 Reúna-se com a um colega e façam o que é pedido. semirretas opostas ou próxima de duas retas paralelas.
1. c) Espera-se que os alunos respondam que, quanto mais
a) Escrevam com suas palavras a definição de elipse. próximo do zero estiver o número e, mais próximos de
b) Deem um exemplo de uma situação do cotidiano uma circunferência estarão os pontos de uma elipse.
em que se observa a forma elíptica. Resposta pessoal. E, quanto mais próximo de 1 estiver o número e, mais
próximos de um segmento de reta estarão os pontos
c) Vimos que a excentricidade é um número e que

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
da elipse.
indica quanto a elipse está "alongada", ou seja,
mostra quanto os pontos da elipse estão próximos
de uma circunferência ou de um segmento de reta.
Fixada a medida 2a do eixo maior, temos: quanto
mais próximos estiverem os focos, mais próximos 2. c) Espera-se que os alunos respondam que, quanto mais
de uma circunferência estarão os pontos da elipse próximo de 1 estiver a excentricidade, mais próxima de duas
semirretas opostas estará a hipérbole. E, quanto maior a
e, quanto mais distantes estiverem os focos, mais excentricidade, mais próxima de duas retas paralelas estará
próximos de um segmento de reta estarão os pon- a hipérbole.
tos da elipse. Observe: 2. a) Espera-se que os alunos escrevam com suas palavras que,
fixados dois pontos, F1 e F2, de um plano, tais que F1F2  2c,
Analisem os valores do número e para que os pon-
tos de uma hipérbole estejam mais próximos de
duas semirretas ou mais próximos de duas retas
FAUSTINO

F1 F2 paralelas. chamamos de hipérbole o conjunto de pontos


F1 F2
P do plano cujas diferenças, em módulo, das distâncias PF1 e
PF2 são iguais a uma constante 2a, com 0  2a  2c.
3 Em duplas, escrevam com suas palavras a definição
de parábola. Deem um exemplo de uma situação do
Analisem os valores do número e para que os pon- cotidiano em que se observa a forma parabólica.
tos de uma elipse estejam mais próximos de uma
circunferência ou mais próximos de um segmento 4 Usando um programa de construção de gráficos, façam
de reta. o que se pede em cada item. Ver Suplemento com
orientações para o professor.
a) Representem uma elipse com o eixo maior parale-
2 Em grupos, façam o que é pedido. lo ao eixo Oy.
a) Escrevam com suas próprias palavras a definição b) Em uma nova tela, representem uma hipérbole
de hipérbole. com eixo real contido no eixo Ox, representando
b) Deem um exemplo de uma situação do cotidiano também as assíntotas da hipérbole.
em que se observa a forma hiperbólica. Resposta pessoal. c) Em uma nova tela, representem uma parábola
c) Vimos que a excentricidade e indica quanto os ra- com o eixo de simetria paralelo ao eixo Ox e com a
mos da hipérbole "fechados" ou "abertos", ou seja, concavidade voltada para a esquerda.
3. Espera-se que os alunos respondam que, dados um ponto F e uma reta r de um plano, com F não
pertencente a r, chamamos de parábola o conjunto de pontos P desse plano que equidistam de r e F.
134 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Lembre-se: resolva as questões no caderno. Desconsiderando o tamanho da Terra e o da Lua, cal-


cule uma aproximação para:
1 Uma vela sob a forma de um cilindro circular reto
com 4 cm de raio da base é cortada segundo um plano a) a maior distância entre a Terra e a Lua; 406.666 km

que intercepta obliquamente todas as geratrizes do b) a menor distância entre a Terra e a Lua. 367.334 km
cilindro. Dado que esse plano forma um ângulo de
45 com o plano da base do cilindro, determine: 4 Obtenha a equação reduzida da elipse de centro C e
eixos tA1A2 e tB1B2 em cada um dos casos a seguir.
4 cm

a)
2 2
FAUSTINO

(x  6) (y  7)
 1
A1 9 36
13

45°

a) a medida do eixo maior e a do eixo menor da elipse


determinada pela intersecção desse plano com a
C
superf ície lateral do cilindro; 8 cm e 8 2 cm B1
b) a distância entre os focos da elipse descrita no item a.
8 cm
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

2 O primeiro satélite artificial, chamado Sputinik, foi


lançado pela extinta União Soviética no ano de 1957.
Sua órbita elíptica tinha o centro da Terra como um
dos focos. O ponto dessa órbita mais próximo da Ter- 1
A2
ra distava 212 km da superf ície do nosso planeta, e o x
6 9

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO
ponto mais afastado distava 616 km dessa superf ície.
Admitindo que o raio da Terra seja 6.400 km, deter-
101
mine a excentricidade dessa elipse. ou  0,03 b) y
3 . 407
2 2
JAN TACHEZY/CORBIS/LATINSTOCK

(x  5 ) y
 1
25 16
B1
4

A1 A2
C 10 x

Modelo do satélite soviético Sputinik exposto em Praga.

3 A órbita da Lua em torno da Terra é muito próxima 5 Determine a excentricidade da elipse abaixo, de fo-
de uma circunferência, mas na verdade essa órbita é cos F1 e F2.
uma elipse da qual a Terra é um dos focos e os eixos y
medem 774.000 km e 773.000 km, aproximadamente. 2
5
PAULO MANZI

7 F2
FAUSTINO

3 F1

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 135

104-139-Cap6-MP-3.indd 135 25/06/13 1:21 PM


2 2 2 2
( x  2) ( y  1) (x  2) y
6. b)  1 c)  1
36 4 5 3
6 Dê a equação reduzida da elipse em cada um dos Projeta-se para o próximo mês uma produção de x
casos a seguir. 2 2 panelas do tipo A e de y panelas do tipo B, de modo
( x  2) ( y  3)
a) 16x2  9y2  64x  54y  1  0  1 que o custo de produção de todas as panelas do tipo
9 16
b) x2  9y2  4x  18y  23  0 A seja R$ 5.000,00 a mais que o custo de produção de
c) 3x2  5y2  12x  3  0 2 2
todas do tipo B
x
2
y 2
y
d) 9x2  4y2  1 d)   1 e)
x
 1 Represente no plano cartesiano o gráfico formado pe-
1 1 2 2
e) 3x2  5y2  2 los pontos (x, y) correspondientes à produção para o
9 4 3 5
próximo mês. Ver Suplemento com orientações para
7 Obtenha a equação reduzida da hipérbole de centro o professor.
C, eixo real tA1A2 e focos F1 e F2 em cada um dos casos.
11 Obtenha a equação reduzida da parábola de vértice V,
a seguir.
foco F e diretriz r nos seguintes casos:
a) (y  4)2  8(x  5)
y a) y r

2
x
2
y
 1
9 16
V F
F1 A1 C A2 F2 4
3 5 x

3 5 x
ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

ILUSTRAÇÕES: FAUSTINO

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
b) y
y 2  8x
b) r y

F1
7

2 5
2
(x  3) A1
( y  4)  1
8 A2
2 V x

F2 1

3 x

8 Esboce o gráfico da hipérbole em cada um dos casos.


y
2 2
y
2 12 Esboce o gráfico da parábola, representando também
x 2
a)  1 c)  (x  2)  1 o foco, a diretriz e o(s) ponto(s) de intersecção com os
144 25 16
eixos coordenados nos casos abaixo.
b) ( y  4)2  (x  2)2  1 a) x2  4y
Ver Suplemento com orientações para o professor.
J N Ver Suplemento com
9 Encontre as equações das assíntotas da hipérbole b) (x  1)2   6 KK y  1 OO orientações para o
16x2  y2  160x  399  0. L 2P professor.

4x  y  20  0 e 4x  y  20  0 J N
7
10 Uma metalúrgica fabrica dois tipos de panela de pres- c) y   6 KKx  OO
2

são: a do tipo A, com revestimento antiaderente, e a do L 2P


tipo B, sem esse revestimento. J N2 J N
11 O 1
d) KK y  O  12 KKx  OO
JOHN KASAWA/SHUTTERSTOCK

L 5P L 3P

13 Escreva na forma reduzida a equação da parábola em


cada um dos casos a seguir. J
1
N2
1
J
3
N
a) KK y  OO  KK x  OO
a) x  2y2  2y  1 L
2
P
2
L
2
P
J N2
b) y  x2  3x K 3 O
b) K x  O  y 
9
2 4
Para x unidades mensais fabricadas do tipo A, o custo c) y  3x2  6x 4 L P
1
2
x c) (x  1)   ( y  7)
d) x  1  y2 y 2  1(x  1) 3
unitário de produção, em real, é 25  , se x  400;
40
para y unidades mensais fabricadas do tipo B, o custo 14 Uma bola de golfe foi tacada a partir de um ponto P
y do terreno plano e horizontal, percorrendo uma tra-
unitário é 2 0  , se y  150.
10 jetória parabólica. Nos dois instantes em que a bola

136 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

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esteve a 4,5 m de altura em relação ao terreno, sua 15 A figura abaixo é o projeto de uma ponte cujo vão é
projeção ortogonal sobre o solo esteve a 12 m e 36 m um arco parabólico de vértice V. De acordo com as
de distância do ponto P, respectivamente, conforme o medidas indicadas, calcule a distância entre os pilares
esquema abaixo. verticais AB e CD, sabendo que suas bases A e C estão
no mesmo plano horizontal. 60 m
FAUSTINO

4,5 m
V
P
12 m

FAUSTINO
B D 32 m
36 m
14 m 14 m
a) Calcule a altura máxima atingida pela bola. 6 m A C
b) Calcule a que distância do solo passa a diretriz da
parábola que contém a trajetória da bola. 30 m 80 m

ANÁLISE DA RESOLUÇÃO

Um aluno resolveu o exercício abaixo conforme a reprodução a seguir. Um erro


foi cometido. Apontem o erro e refaçam a resolução no caderno, corrigindo-a.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exercício
Determine o número de pontos comuns à parábola e à reta de equações
(x  3)2  4( y  1) e 4x  y  4  0, respectivamente.

Resolução

ELISA NIEVAS

Na resolução, o aluno supôs que os gráficos


não têm ponto em comum no primeiro qua-
drante, o que é um equívoco.
Resolução correta:
Os pontos comuns à parábola e à reta, se
existem, são soluções do sistema:

*
y  4x  4 (I)
2
(x  3)  4 (y  1) (II)

Substituindo (I) em (II), obtemos:


(x  3)2  4(4x  4  1) ä x2  22x  21  0
  (22)2  4  1  21  400
22  20
x= ä x  21 ou x  1
2
Substituindo esses valores de x em (I), con-
cluímos que
• y  4  21  4  80
• y  4  1  4  80
Logo, a reta e a parábola têm em comum os
pontos (21, 80) e (1, 0).

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 137

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Matemática sem fronteiras
Os telescópios
Credita-se ao holandês Hans Lippershey, fabricante de lentes, a invenção do telescópio, em
1608. Lippershey teria associado duas lentes no interior de um tubo para observar objetos distan-
tes. De lá para cá houve constantes aperfeiçoamentos dessa invenção.

EDUARDO SANTALIESTRA
Há, fundamentalmente, dois tipos de telescópio: o refrator e o refletor.
Os primeiros telescópios construídos, e a maioria dos pequenos telescópios fabricados ainda
hoje, são refratores, isto é, trabalham com a refração da luz dos objetos observados através de
lentes. Atualmente, os telescópios refratores são compostos basicamente de duas lentes: uma
objetiva, que coleta as imagens e as concentra no foco da lente, e outra ocular, que aumenta o
tamanho da imagem para o observador (a ocular pode ter também um conjunto de lentes).
Os telescópios refratores apresentam algumas limitações: uma delas, a mais importante, é que
as lentes provocam distorções cromáticas, prejudicando as observações; outra é a dificuldade da Exemplo de distorção
construção de grandes lentes. Para contornar essas dificuldades, Isaac Newton construiu, em cromática.
1668, um telescópio refletor, projeto do monge italiano Niccolo Zucchi, que tentou construí-lo
50 anos antes de Newton, mas desistiu. Alguns telescópios refletores trabalham com a reflexão da
luz por um espelho parabólico, que concentra a luz no foco do paraboloide, onde há outro espe-

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
lho que reflete a luz para a lente ocular.

Telescópio refrator Telescópio refletor


objetiva
ocular ocular
ILUSTRAÇÕES: EDUARDO ALEJANDRO

raio de luz ocular espelho


ocular

objetiva

espelho parabólico
raio de luz
Corte transversal de um telescópio refrator Corte transversal de um telescópio refletor

Hoje, a maioria dos telescópios dos grandes observatórios é do tipo refletor com grandes espe-
lhos parabólicos, como os do Observatório Austral Europeu, no alto do monte Paranal, no Chile.
SCIENCE SOURCE EADS
ASTRIUM/DIOMEDIA

ATIVIDADE

Lembre-se: resolva a questão no caderno.


1 Aproximando para 4 m o diâmetro da borda circular do espelho da
foto ao lado e supondo que o foco da parábola geradora da superf ície
desse espelho esteja a 10 m de distância de seu vértice V, calculem Espelho parabólico de 4,1 m de diâmetro de um dos
a distância, em centímetro, entre V e o plano que contém a borda. telescópios do Observatório Austral Europeu, no
10 cm
Chile.

138 Capítulo 6 • As cônicas: elipse, hipérbole e parábola

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TRABALHO EM EQUIPE

De quanta energia precisamos para mover o país?


A resposta pode estar soprando ao vento!
A energia eólica, produzida a partir da força dos ventos, é limpa, renovável e, em muitos lugares, farta.
Produzida por meio de aerogeradores, nos quais a força do vento é captada por hélices ligadas a uma turbi-
na que aciona um gerador elétrico, essa energia é função da área coberta pela rotação das hélices, da densida-
de do ar, e da velocidade do vento.
Agora, você e seu grupo pesquisarão sobre esse tipo de energia, uma energia do futuro.

MAURICIO SIMONETTI/PULSAR IMAGENS


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Geradores eólicos no Parque Eólico de Alegria, Guamaré, RN. Foto de 2012.

Justificativa
A busca do conhecimento de fontes de energias geradas com recursos naturais renováveis é primordial para a
preservação do meio ambiente e para a sustentabilidade do planeta.

Objetivo
Conhecer novas fontes de energia que sejam alternativas viáveis e complementares às energias geradas pelas
hidrelétricas e pelos combustíveis fósseis ou nucleares.

Apresentação
Exposição por meio de materiais de multimídia ou de cartazes com tabelas, esquemas e fotos. Ou, ainda, de
uma maquete de um aerogerador que apresente movimento às hélices.

Questões para pensar em grupo


1. Qual é a melhor forma de mostrar um aerogerador: esquema ilustrativo por meio de um painel ou por meio
de uma maquete? O uso de uma escala é importante?
2. Quais são os aspectos positivos e quais os negativos da produção da energia eólica?
3. É importante comparar a produção de energia eólica com outras formas de produção de energia? Onde
obter dados confiáveis e isentos de interesses corporativos ou políticos?
4. Pesquise e explique o que é o Protocolo de Kyoto.

Organização do trabalho
• Escrevam as etapas necessárias para o desenvolvimento desse trabalho e as distribuam criteriosamente entre
os elementos do grupo.
• Façam um cronograma para a realização do trabalho que contemple o prazo estabelecido.
• Não se esqueçam de indicar as fontes de pesquisa e a data de acesso.

As cônicas: elipse, hipérbole e parábola • Capítulo 6 139

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