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Objetivos de Aprendizagem
1. Refletir sobre as possibilidades e limites da educação a distância (EaD).
2. Compreender as concepções de educação a distância de acordo com sua evolução
histórica.
3. Analisar as perspectivas atuais da educação a distância.
Roteiro de Estudos
Caro cursista, nesta semana você estudará os conceitos de educação a distância, as gerações
da EAD com base no método de entrega e na tecnologia predominante em cada uma delas,
além de contextualizarmos com a evolução histórica dessa modalidade.
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Apresentação
O contínuo avanço da tecnologia e o surgimento de novas Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs) proporcionaram mudanças em diversas áreas do conhecimento, tais como,
Engenharia, Ciências Agrárias, da Saúde e da Educação. Esta última, em especial, teve grandes
benefícios com o surgimento de uma nova modalidade: a Educação a Distância (EAD).
Diante disso, a educação à distância com o passar do tempo, sofreu alterações,
passando por atualizações em seu modelo de ensino, o qual requer uma metodologia adequada
à sua natureza e finalidade, assim o conceito e os modelos evoluíram ao longo do tempo,
influenciados pelo avanço das tecnologias da informação e da comunicação (TICs).
Diante disso o objetivo desta unidade é expor os conceitos de educação a distância,
discutindo as gerações com base no método de entrega e na tecnologia predominante em cada
uma delas, além de contextualizarmos com a evolução histórica dessa modalidade.
Para Peters (1973), a educação/ensino a distância é um método racional de partilhar
conhecimentos, habilidades e atitudes, através da aplicação da divisão do trabalho e de
princípios organizacionais industriais com o uso extensivo de meios de comunicação, tornando
possível instruir um grande número de estudantes ao mesmo tempo.
Moore (1972), afirma que o ensino à distância compreende a família de métodos
instrucionais nos quais as ações dos professores são executadas à parte das ações dos
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estudantes, podendo incluir momentos presenciais. A comunicação é facilitada por meios
impressos, mecânicos, eletrônicos, entre outros.
Garcia Aretio (1987) considera a EAD um sistema tecnológico de comunicação
bidirecional, entre professores e estudantes, substituindo a interação pessoal em sala de aula,
como meio preferencial de ensino, pela presença de diversos recursos tecnológicos e o apoio
de tutoria, propiciando aprendizagem independente e flexível.
A partir da análise destes conceitos, Keegan (1996), identifica alguns elementos
essenciais dos processos educacionais à distância, tais como:
Seguindo a evolução desses conceitos, alguns autores definem a EAD como uma
modalidade de educação em que professores e alunos estão separados fisicamente e é
planejada por instituições que utilizam diversos recursos provenientes das tecnologias de
comunicação e informação ( KEEGAN (1996) Maia; Mattar (2008)).
A educação a distância é, portanto, uma modalidade de educação que permite a
comunicação e interação entre professores e estudantes, sem a necessidade de presença física,
no ambiente formal da sala de aula. Assim, são superadas as barreiras de tempo e espaço,
através da utilização de recursos tecnológicos.
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História da Educação a Distância
Atualmente, a educação a distância vem se popularizando, passando a ser conhecida
como ensino através da internet. Devido a isso, muitos consideram que seja algo recente. Ao
contrário, existe uma longa história de sucessos e fracassos.
A origem da educação a distância remete as primeiras tentativas das pessoas de se
comunicarem, sem estarem face a face, através da escrita (RODRIGUES, 2012). Sabe-se que nas
antigas Grécia e Roma, já existia uma rede de comunicação por meio de textos escritos. Nesse
contexto, as mensagens trocadas pelos cristãos, com o propósito de educar e difundir a fé
podem ser consideradas formas de educação a distância.
Após isso, com o acesso por grande parte da população ao material impresso e aos
correios, muitos cursos foram surgindo em todo o mundo e o ensino a distância não parou mais
de crescer. Em 1858, a Universidade de Londres começa a emitir certificados a alunos que
estudavam por correspondência. No final do século XIX muitas instituições de ensino superior
passam a oferecer cursos por correspondência.
Com essa crescente demanda pelo ensino a distância, começou-se a pensar em formas
de utilizar os meios de comunicação em massa a fim de facilitar o acesso ao ensino. Neste
cenário, em 1922, a Universidade da Pensilvânia ministra os primeiros cursos via rádio
(DEGREEINFO, 2005).
Esses primeiros cursos universitários por correspondência ensinavam ofícios de pouco
reconhecimento social e eram dirigidos, em sua maioria, a trabalhadores sem condições de
estudar de forma regular. (LITWIN, 2001 apud SARAIVA, 2010, p.30).
A utilização do rádio no ensino a distância alcançou grande sucesso, sendo bastante
explorado na América Latina, em países como Brasil e México.
Após as décadas de 1960 e 1970, ocorre um avanço na EAD, ao utilizar os recursos de
áudio e vídeo, de forma integrada, incorporando ao ensino a distância o videocassete, a
televisão e a tecnologia de multimeios, que combinam textos, sons, imagens, vídeos, tutoriais
como mecanismos de geração de caminhos para a aprendizagem (SARAIVA, 2010).
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Ao final do Século XX, com o surgimento de tecnologias interativas sofisticadas, tais
como as redes de computadores, internet, a popularização do computador, audioconferência,
disponibilização de mecanismos de comunicação de forma síncrona (salas de chat) e assíncrona
(grupos de discussão por e-mail e fóruns) passou-se a oferecer cursos a distância com
avançados recursos de multimídia e ricos em conteúdos.
Atualmente, o ensino a distância está em expansão. Mais de 80 países em todo o mundo,
adotam o EAD como modalidade de educação, em todos os níveis de ensino (SARAIVA, 2010).
Isso se deve principalmente a crescente expansão da internet e ao surgimento dos ambientes
virtuais de aprendizagem, sistemas voltados para a internet com o objetivo de serem utilizados
como ferramentas da EAD.
Segundo Sherron e Boettcher (1997), a partir das tecnologias empregadas ao longo dos
anos, existem quatro gerações de EAD. Na primeira geração, de 1850 a 1960, o principal meio de
comunicação utilizado era o papel impresso, com o EAD sendo praticada através do envio de
materiais via correspondência pelos correios, tais como guias didáticos com tarefas e exercícios.
Com o passar dos anos foram acrescentados o rádio e a televisão. A principal característica
dessa geração é a existência de uma única tecnologia predominante.
A terceira geração de EAD, 1985 a 1995, caracterizou-se pela popularização dos
computadores e a introdução das redes de computadores, proporcionando a utilização de
sistemas de comunicação bidirecional entre professores e alunos, tais como, audioconferência,
videoconferência, internet, correio eletrônico, sessões de chat, CD-ROM e papel impresso.
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A quarta geração, 1995 até hoje, é marcada por multimídia interativas, providas da
transmissão em alta velocidade (internet de banda larga), favorecendo aprendizagem mais
flexível do que das gerações anteriores.
Esta geração utiliza todas as tecnologias mencionadas, mas focando na comunicação
mediada entre computador e internet, com a utilização de chat, fóruns, interações ao vivo via
vídeo, além do surgimento de comunidades virtuais e aulas colaborativas, sempre tendo a
internet como mediadora entre os vários sujeitos envolvidos. Esta geração se caracteriza pela
aprendizagem inteligente e com múltiplas tecnologias.
Taylor (2001) sugere uma complementação à abordagem de Sheron e Boettcher (1997),
considerando uma quinta geração que engloba tudo que a quarta geração oferece, mais a
incorporação de sistemas de respostas automáticas, portais web e ferramentas de suporte
acadêmico e institucional para os estudantes. Essa quinta geração, denominada de
aprendizagem flexível e inteligente, permite ao aluno obter feedbacks e gerenciar seu processo
de aprendizagem, de acordo com sua disponibilidade de tempo e lugar. Além de favorecer maior
interação entre as partes envolvidas.
Silva e Campos (2016), destacam que os avanços tecnológicos seguem ritmos acelerados
que ultrapassam limites muitas vezes inimaginável, o que torna a atualização profissional seja
cada vez mais algo complexo e dinâmico.
Destaca-se que em todas essas gerações, o grande desafio foi e está em promover as
mudanças nas estruturas organizacionais e nos modelos de ensino, colocando o aluno no centro
do processo de ensino-aprendizagem.
A partir do estudo das gerações, possibilita-se refletir sobre os modelos e ferramentas
tecnológicas na EAD, pois essa modalidade de educação, de maneira geral, objetiva-se superar
a distância física entre aluno e professor. Para que aconteça é necessária uma boa escolha da
infraestrutura tecnológica e das mídias (ferramentas) utilizadas., na próxima aula discutiremos
sobre as mídias na EAD, até lá!
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Referências
ALVES, J. R. A Educação a Distância no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Avançadas
em Educação. 1994.
GARCIA ARETIO, L. Para uma definição de educação à distância. Tecnologia Educacional, v. 16,
n. 78–9, p. 56–61, 1987.
MAIA, C.; MATTAR, J. ABC da EaD : a educação a distância hoje. Pearson Prentice Hall, 2008.
MOORE, M.G. Learning autonomy: The second dimension of independent learning. Convergence,
1972, 5 (2), p.76-88.
PATRU; MARIANA; KHVILON; EVGUENI. Open and distance learning: trends, policy and strategy
considerations; 2002. , 2003. Disponível em:
<http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001284/128463e.pdf>. Acesso em: 1/9/2017.
PETERS, O. A Estrutura Didática da Educação a Distância. São Paulo: Olho d´Água, 1973.
SARAIVA, Karla; Educação a distância: outros tempos, outros espaços. Ponta Grossa: UEPG,
2010. 246p.
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TAYLOR, J. C. Distance education technologies: The fourth generation. Australasian Journal of
Educational Technology, v. 11, n. 2, 1995. Disponível em:
<http://ajet.org.au/index.php/AJET/article/view/2072>. Acesso em: 1/9/2017.
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