Você está na página 1de 17

Giulio Cezar Fioroti Talhate

Guilherme Gomes Fiorezi


Guilherme Luchini Novelli
Murilo Zucatelli Elias

Relatório 1
Calibração de um sensor de posição

Vitória - ES, Brasil


22/01/2019
Giulio Cezar Fioroti Talhate
Guilherme Gomes Fiorezi
Guilherme Luchini Novelli
Murilo Zucatelli Elias

Relatório 1
Calibração de um sensor de posição

Relatório de aula experimental em confor-


midade com as normas ABNT para fim de
obtenção de nota parcial na matéria de Labo-
ratório de Sistemas Mecânicos II no período
2018/3.

Universidade Federal do Espirito Santo – UFES


Centro Tecnológico
Engenharia Mecânica

Vitória - ES, Brasil


22/01/2019
Resumo
O experimento consistiu na calibração de um sensor indutivo com o objetivo de medir a
distância de uma placa de alumínio. Para atingir esse objetivo a placa de alumínio era
movida de uma distância conhecida através de uma base móvel provida com um micrômetro
enquanto o sensor permanecia solidário à uma base fixa. O sensor foi alimentado por um
driver, seus dados tratados pelo mesmo e lidos por meio de um osciloscópio. Para analisar
o comportamento do sensor, os dados coletados foram utilizados no software MATLAB® e
sua curva de calibração encontrada.

Palavras-chaves: instrumentação. sensoriamento. calibração.


Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2 MATERIAIS E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

3 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

4 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
5

1 Introdução

Sensores de distância indutivos geram um campo eletromagnético de alta frequência.


Um objeto eletrocondutor penetrando essa área mudará o campo magnético dependendo da
distância, material e tamanho do objeto. A mudança é detectada pelo sensor e convertida
em um sinal de saída proporcional (INDUCTIVE. . . , ). O método de medição baseia-se na
avaliação das correntes parasitas induzidas. Portanto, este princípio físico é especialmente
insensível a toda contaminação não metálica. Os sensores indutivos são uma excelente
escolha quando são esperadas altas demandas, na medida em que uma maior resolução e
exatidão de medição são esperadas da aplicação. A resolução atualmente possível é de <
0,1 µm em sensores modernos, correspondendo a aproximadamente 1/500 de um cabelo
humano (WITH. . . , 2004). Como podemos ver pela tabela abaixo, os sensores indutivos
desempenham muito bem a função de medição de posição e além de possuir um baixo
custo comparativo, mas possuem os seus problemas de linearidade.

Tabela 1 – Parâmetros típicos de sensores com três princípios de medição

Fonte: (WITH. . . , 2004).

A linearidade da saída de medição do sensor é importante para análise de medida.


A linearidade determina o quão precisa são suas medições através de um intervalo esperado
de medições, indicando se o medidor tem a mesma precisão para todos os valores de
referência. Alguns sensores novos podem conter microprocessadores integrados que realizam
a linearização com uma boa qualidade, mas no nosso caso estudaremos a curva de calibração
de um sensor com uma certa não linearidade esperada.
A histerese explicada em termos do nosso tipo de medição pode ser entendida como
a máxima diferença entre a resposta em que o sensor determina durante a aproximação da
placa e a resposta retornada durante o afastamento da placa, a resposta durante o retorno
pode seguir uma curva diferente da resposta da medição na ida.
A saturação do sensor pode ser entendida como a máxima distância que possa ser
medida, onde a partir dela não ocorrerá alteração do sinal de saída do sensor, estabilizando
em um valor máximo.
6 Capítulo 1. Introdução

A sensibilidade do sensor é dita como a variação na saída dada uma variação na


entrada. No nosso experimento, a saída é em Volts e a entrada em µm, ou seja, uma
sensibilidade dada em V/µm.
7

2 Materiais e Métodos

O instrumento utilizado é um sensor de proximidade indutivo feito pela empresa


SpectraQuest, Inc. (SQi), veja a figura 1 abaixo, acoplado a uma base de calibração
juntamente com um micrômetro para aferição da distância entre o sensor e uma placa
(figura 2). Também foi utilizado um osciloscópio digital Instrutherm OD-260 para aferição
das tensões geradas pelo sensor e um Driver SQi para alimentar e controlar o sensoriamento
(figura 3 e 4 respectivamente).

Figura 1 – Sensor de proximidade indutivo

Para a realização das medições e calibração estática, primeiramente o sensor de


proximidade SQi da figura 1 foi preso à base da figura 2, e após, o micrômetro foi zerado
para que fosse dado inicio ao procedimento de medição. Vale ressaltar que na posição zero
(sensor encostado na placa) o micrômetro marcava 20 µm, logo, esse valor será adotado
como zero no experimento.
Com todos os instrumentos no lugar, afastou-se o sensor da placa em intervalos de
10 µm, começando em 20 µm e indo até 250 µm. Os valores de tensão correspondentes a
cada distância foram aferidos no osciloscópio e podem ser vistos na tabela 2.
Após chegar à marca de 250 µm, foi feito o retorno da placa, também com intervalos de
10 µm, para observar a presença ou não de histerese no sistema. Os dados coletados foram
inseridos no programa MATLAB® para serem tratados e interpretados.
8 Capítulo 2. Materiais e Métodos

Figura 2 – Base do experimento

Figura 3 – Osciloscópio digital Instrutherm OD-260

Figura 4 – Driver SQi


9

3 Resultados

Como mencionado anteriormente, os dados coletados através do osciloscópio e


micrômetro encontram-se na tabela 2 abaixo.

Tabela 2 – Distância por Tensão do sensor indutivo


Distância (µm) Tensão (V)(Ida) Volta
0 2,4
10 3,2
20 4,0
30 4,8
40 5,6
50 6,8 6,2
60 7,0
70 7,8 7,6
80 8,4 8,2
90 9,0
100 9,4
110 9,8
120 10,4
130 10,8 10,6
140 11,2
150 11,4 11,2
160 11,6
170 12,0
180 12,0
190 12,1 12,0
200 12,4
210 12,4
220 12,4
230 12,4
Fonte: Autor.

Nota: ida refere-se à medição contínua com a placa se afastando

Os dados foram inseridos no MATLAB® e um gráfico de Tensão x Distância foi


plotado (figura 5).
Com os dados em mãos, pôde-se observar facilmente que houve uma saturação na
saída do sensor em 12,4 V de 200µm em diante, indicando que a partir dessa distância o
sensor não consegue fornecer informações adequadas.
A partir dos gráficos de interpolação abaixo é possível observar que de 0 a 150µm
de distância a curva possui um comportamento quase linear, sendo esta parte utilizada
10 Capítulo 3. Resultados

Figura 5 – Curva de calibração com interpolação linear.

para calibrar o sensor e a região de trabalho ideal do sensor.


Além disso, não é possível considerar que há histerese nessa calibração, já que apenas
em alguns pontos houveram variações pequenas na medição, como pode ser observado na
figura 5.
No caso da interpolação com polinômio de 1° grau, a sensibilidade encontrada foi
de 0,0565 V/µm e para a interpolação de 3° ela é variável com a posição. Ao se comparar
as interpolações de 1° e 3° grau, nota-se que a interpolação de 3° grau possui um ajuste
muito fino, com um erro bem baixo, mas tem os seus problemas por gerar um polinômio de
ordem 3, já o 1° grau possui erros visíveis, mas toda a conveniência de gerar uma função
de interpolação de grau 1.
11

Figura 6 – Curva de calibração com interpolação polinomial de 3° grau.


13

4 Conclusão

Nesse experimento foi possível aprender e por em prática conhecimentos adquiridos


sobre as capacidades e limitações dos sensores indutivos, o processo de obtenção da curva
de calibração estática de um sensor e sua sensibilidade, além da determinação da ausência
ou ocorrência de não linearidades na curva como saturação e se há histerese.
15

Referências

INDUCTIVE distance sensors – AlphaProx. Disponível em: <https://www.baumer.


com/ae/en/product-overview/distance-measurement/inductive-distance-sensors/c/288>.
Acesso em: 21 jan. 2019. Citado na página 5.

WITH distance – measurably better. 2004. Disponível em: <https://bit.ly/2AVb6Q6>.


Acesso em: 21 jan. 2019. Citado na página 5.

Você também pode gostar