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Faculdade de Direito - UFBA

Disciplina: Direito Civil II


Professor: Maurício Requião
Aluno(a):

Instruções:

 Leia com atenção as questões da prova; a interpretação faz parte da


avaliação.

 Responda de modo fundamentado.

 Não é permitido qualquer tipo de consulta.

 Não é permitido o uso de papel à parte para rascunho. Qualquer rascunho


deve ser feito na própria folha de respostas e identificado como tal.

 Após o recebimento da prova, só é permitida a saída da sala com a sua


entrega.

 A constatação do uso de celular, tablet, ou qualquer aparelho de natureza


similar durante a prova implicará na atribuição de nota zero ao aluno.

 Atenção ao limite de linhas; será desconsiderado tudo que o ultrapassar.

1. Realize análise jurídica da alegação dos caucionantes/agravantes sobre a


impossibilidade de penhora no caso abaixo descrito (valor: 3,0 – limite de linhas 10).

“Cuida-se de execução de título extrajudicial movida pela agravada visando o


recebimento de valores relativos a aluguéis e encargos de 2014 e 2015 do imóvel não
residencial situado à Rua General Bagnuolo, 409, Quinta da Paineira, São Paulo SP.
Os agravantes deram em caução ao contrato de locação executado o imóvel deles
situado à Rua das Sensitivas, 172, Vila Prudente, São Paulo SP, o qual a exequente
requereu fosse penhorado.
Deferida a penhora os caucionantes apresentaram impugnação à constrição sob o
argumento de que o imóvel caucionado se trata de bem de família.”

1. Boa-fé objetiva 1,0


2. Ato ilícito 0,5
3. Abuso de direito 0,5
4. Venire contra factum proprium (ou) inalegabilidade de nulidades formais 1,0

2. Explique os pressupostos de incidência. (valor: 3,0 – limite de linhas 10)


1. Vigência da norma jurídica 1,25
2. Citar a situação da vacatio legis 0,25
3. Concreção suficiente do suporte fático 1,25
4. Citar as situações de presunções e ficções 0,25

3. Maurício decidiu vender o seu carro, pelo preço total de R$50.000,00. Fernanda,
vendo o anúncio, informou a Maurício que teria interesse em adquirir o veículo. Ambos
celebraram acordo escrito, no qual ficou determinado que o pagamento ocorreria através
de nota promissória no valor integral anunciado de venda do veículo, de forma que
Fernanda emitiu a nota promissória.

Esta emissão se deu antes de Fernanda receber o veículo, tendo Maurício, após receber a
nota promissória de Fernanda, a transmitido para Flávio, pagando assim integralmente
uma dívida que possuía para com este no mesmo valor de R$50.000,00.

Após, a emissão da nota promissória, Fernanda verificou que Maurício não realizou a
entrega do carro, motivo pelo qual ela pretende furtar-se ao pagamento da Nota quando
cobrada por Flávio. Outra opção aventada por Fernanda é considerar que a compra e
venda não existiu ou é inválida, já que o veículo não foi entregue.

Diante da descrição acima apresentada, partindo das classificações pertinentes, explique


se Fernanda tem razão nas soluções que apresenta. (valor: 4,0 - limite de linhas: 15).

1. Classificar a compra e venda como negócio jurídico consensual. 1,0


2. Assim, apesar de ser a compra e venda um negócio jurídico que envolve a entrega da
coisa, quando da análise do artigo 481 do Código Civil, a entrega da coisa não é
fundamental para a existência do contrato, basta o consenso das partes. 0,5
3. Identificar a nota promissória como negócio jurídico abstrato. 1,0
4. Explicar que os seus efeitos se produzem, independentemente de que se busque a sua
causa. Assim, se a emissão da nota promissória se deu em pagamento de compra e
venda de um bem em que tenha havido inadimplemento do vendedor, não será possível
ao emitente opor a exceção do contrato não cumprido para furtar-se ao pagamento da
nota promissória, se, por exemplo, o título fora endossado à terceiro. 0,5
5. A compra e venda é válida, pois estão presentes todos os pressupostos de validade
(agentes capazes; objeto lícito, possível e determinado; forma prescrita ou não defesa
em lei; não há vício de vontade); o que ocorreu foi simples inadimplemento. 1,0

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