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1. INTRODUÇÃO
C. O trabalho dos muitos grupos que na Diocese de Aveiro refletiram sobre o processo e os modelos
de iniciação cristã, revela um conjunto de problemas e desafios a que é preciso saber responder:
vivemos numa sociedade materialista, preocupada mais com o ter do que com o ser, onde há falta
de vontade de assumir compromissos, há demasiado apego ao imediatismo e ao facilitismo, pois
vivemos numa sociedade individualista e egoísta. As famílias não sabem transmitir a fé, há falta de
tempo, o mundo distrai, há excesso de atividades e solicitações, apesar de se continuar a valorizar
o papel insubstituível da família e de se reconhecer que a Igreja continua a ter um lugar singular,
pois o mundo continua a procurar o religioso. A família é o lugar por excelência para a realização
pessoal do ser humano.
D. Este trabalho deve, necessariamente, ser continuado e aprofundado. No início do ano serão
distribuídos os dados do recenseamento por todas as paróquias e arciprestados. Por isso se propõe
uma análise dos dados do recenseamento à prática dominical a nível paroquial, no âmbito do
Conselho Pastoral Paroquial e confrontando esses dados com as reflexões surgidas no âmbito das
quatro catequeses. É fundamental que nesta reflexão colaborem os animadores desses grupos
(missionários paroquiais) e a mesma possa ser objeto de reflexão nas reuniões arciprestais do clero
e das equipas arciprestais de pastoral.
E. A aposta neste ano num programa para e com as famílias pretende traduzir o desafio pastoral
lançado pelo senhor bispos na sua carta pastoral quando afirma que há necessidade de estimular
uma pastoral de atenção integral à família para que esta esteja no centro das nossas
preocupações pastorais quer diocesanas quer paroquiais. (Carta Pastoral 24) É urgente proclamar
o Evangelho da família como “resposta às expectativas mais profundas da pessoa humana: a sua
dignidade e plena realização na reciprocidade, na comunhão e na fecundidade. Não se trata
apenas de apresentar uma normativa, mas de propor valores, correspondendo à necessidade
deles que se constata hoje, mesmo nos países mais secularizados”. (AL 201)
H. A família cristã é a primeira e mais básica comunidade eclesial. Nela se vivem e se transmitem os
valores fundamentais da vida cristã. Ela é Igreja Doméstica. Aí, os pais desempenham o papel de
primeiros transmissores da fé aos seus filhos, ensinando-lhes através do exemplo e da palavra, a
serem verdadeiros discípulos missionários. Ao mesmo tempo, quando essa experiência de
discipulado missionário é autêntica, uma família torna-se evangelizadora de muitas outras famílias
e do ambiente em que vive. A família vive a sua espiritualidade própria, sendo ao mesmo tempo
uma igreja doméstica e uma célula viva para transformar o mundo. (DA 204). “A beleza do dom
recíproco e gratuito, a alegria pela vida que nasce e a amorosa solicitude de todos os seus
membros, desde os pequeninos aos idosos, são apenas alguns dos frutos que tornam única e
insubstituível a resposta à vocação da família, tanto para a Igreja como para a sociedade inteira.”
(AL 88)
I. Alguns pressupostos podem ajudar a compreender o rumo das propostas que agora se
apresentam:
1. A família não é só destinatária da ação pastoral da Igreja mas também protagonista
dessa missão.
2. É cada vez mais urgente criar cultura de família: desenvolver uma cultura assente nos
valores da família, onde se conhecem, promovem e defendem os direitos da família e
dos seus membros, sobretudo nas situações de maior vulnerabilidade;
3. É prioritário ajudar a crescer: formar e ajudar os casais e as famílias a progredirem ao
longo de toda a sua vida no amor mútuo, total, fecundo e transformador;
4. Olhar para as famílias e ajudá-las a superar as dificuldades: acompanhar e apoiar as
famílias em dificuldade (socioprofissional, de convivência, na rutura dos laços
matrimoniais…);
5. É necessário que as famílias aprendam a narrar e a celebrar a realidade da família, o
tempo, as festas, os sucessos e os fracassos em chave cristã;
6. Tudo isto gerando e formando agentes: é urgente captar e formar uma nova geração
de casais que sejam agentes de pastoral familiar.
J. Entende-se a pastoral familiar como “uma proposta para as famílias cristãs, que as estimule a
apreciar os dons do matrimónio e da família e a manter um amor forte e cheio de valores como
a generosidade, o compromisso, a fidelidade e a paciência; em segundo lugar, porque se propõe
encorajar todos a serem sinais de misericórdia e proximidade para a vida familiar, onde esta
não se realize perfeitamente ou não se desenrole em paz e alegria” (AL5) a desenvolver em três
níveis:
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1. Pré-matrimonial: a educação das crianças, dos adolescentes e jovens para a vida e para o
amor. A fase remota, tem em vista, principalmente os valores familiares e o crescimento integral
dos seus membros; a fase próxima, como preparação mais próxima para o matrimónio; a fase
imediata, imediatamente antes do matrimónio; celebração do matrimónio.
2. Pós-matrimonial: casais novos; grupos de famílias; famílias que pedem o Batismo /
Confirmação /Eucaristia para os seus filhos; aconselhamento conjugal; famílias em luto;
assistência espiritual a pessoas com deficiência; viúvos e idosos.
3. Situações difíceis: cristãos divorciados, separados, em união de facto; famílias monoparentais;
famílias de emigrantes/imigrantes; impossibilitados de receber o Sacramento do Matrimónio
K. Porque há atitudes e inércias pastorais que é preciso vencer, porque é necessário viver com
ousadia e ardor a missão de evangelizar, porque a Evangelii Gaudium e a Amoris Laetitia inspiram
uma profunda reforma na Igreja, que se efetiva através de uma profunda conversão pastoral, das
pessoas e das estruturas, em ordem a uma Igreja que viva a alegria do Evangelho, há que ter
sempre presente a necessidade acolher, integrar, discernir a acompanhar as pessoas, os casais e
as famílias.
3. LEMA
Família, vocação de amor e caminho de santidade
4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS/OPERATIVOS
4.1 Dar atenção à família como Igreja doméstica, para que possa cumprir a sua missão de ser
a primeira escola onde, com amor se acolha a vida, se celebre a fé e se promova o
desenvolvimento social.
4.2 Promover itinerários de formação e educação para o amor humano integral.
4.3 Divulgar e incentivar a catequese familiar através de itinerários de iniciação cristã que
permitam às famílias celebrar a fé no lar e na comunidade paroquial.
4.4 Impulsionar a vivência do domingo, dia do Senhor, como tempo de oração, de descanso e
de convívio familiar.
5. OPERACIONALIZAÇÃO
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3. Implementar o “Evangelho em casa”: subsídio mensal para celebrar e meditar o evangelho
dominical em família.
4. Implementar e acompanhar experiências paroquiais de catequese familiar, fazendo
levantamento das experiências existentes.
5. Dar a conhecer e implementar as propostas de pastoral familiar existentes: equipas de Nossa
Senhora, Casais de Santa Maria, Famílias de Caná, CPM, Relógio da Família e outras.
6. Criar um Centro de Orientação Familiar para acolher, cuidar e acompanhar as famílias.
7. Animar a pastoral familiar na Diocese em três níveis: pré matrimonial, pós matrimonial e
situações especiais, criando equipa diocesana para o efeito.
8. Divulgar e estudar a carta pastoral do senhor bispo para o presente ano pastoral.
Linhas de Ação a nível arciprestal
1. Analisar e interpretar os dados do recenseamento à prática dominical.
2. Dar a conhecer o documento “Acompanhar, discernir e integrar. Critérios Pastorais para
aplicação do capítulo VIII da Amoris Laetitia”.
3. Criar equipa arciprestal de pastoral familiar para acolher, cuidar e acompanhar as famílias,
especialmente as que vivem situações de maior vulnerabilidade.
Linhas de Ação a nível paroquial
1. Analisar e interpretar os dados do recenseamento à prática dominical.
2. Distribuir e dinamizar o “Evangelho em casa”: subsídio mensal para celebrar e meditar o
evangelho dominical em família.
3. Promover a celebração do Ano Litúrgico doméstico: celebração cristã em ambiente familiar dos
momentos mais significativos da vida, da natureza, do ano litúrgico e dos sacramentos;
6. CALENDÁRIO
Setembro
28 Jornadas de Pastoral: um casal por paróquia e movimentos ligados à pastoral familiar
Outubro
Novembro
22-30 Encontros arciprestais sobre a vocação para o amor.
Dezembro
22 Bênção das mulheres grávidas
Janeiro
Fevereiro
5
1 Encontro diocesano sobre a Amoris Laetitia: um casal por paróquia e movimentos
ligados à pastoral familiar
16 Encontro Diocesano de Namorados
Abril
Maio
10-15 Semana da Vida
15 Celebrar o Dia Internacional da Família.
Junho
28 Festa da Família: assembleia diocesana de famílias