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com Emmanuel
Sabedoria
Estudo das Cartas de Paulo de Tarso
à comunidade cristã de Corinto,
sob as luzes da doutrina espírita
Como compreender-te a sabedoria, Mestre Jesus?
Foi o grande sábio na Terra, no entanto,
caminhavas com os pobres e humildes.
Foi o Rei de todos os reis, porém,
não tinhas teto ou um abrigo sequer.
Falou-nos do amor como jamais alguém falaria, todavia,
nossos ouvidos estavam fechados.
Contou-nos das moradas celestes e das alegrias do reino
Não compreendemos, eis que estávamos
buscando as efêmeras alegrias do mundo material
Todavia, decorrido os séculos,
ainda buscamos compreender-te.
Outrora parecia-nos loucura, imolar-se na cruz,
tão odiosa a morte que enfrentou.
Hoje, porém, carregamos-te junto ao coração,
o mesmo símbolo outrora odioso, hoje,
para não esquecer-te a bondade,
o amor, a renúncia e o sacrifício.
Mestre, já não é loucura para nós o que fizeste
Contigo caminhamos, aprendendo dia a dia
Que a tua sabedoria é conquista da alma
voltada para Deus,
para o amor que tu exemplificaste
Sê, hoje e sempre, nosso caminho e nossa luz.
Ensina-nos como outrora,
nossos ouvidos e corações anseiam por tua voz.
• Texto para análise: I Coríntios 1:18-25
• 18 Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós,
que somos salvos, é o poder de Deus.
• 19 Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, E aniquilarei a
inteligência dos inteligentes.
• 20 Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste
século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?
• 21 Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela
sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.
• 22 Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria;
• 23 Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus,
e loucura para os gregos.
• 24 Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes
pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus.
• 25 Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza
de Deus é mais forte do que os homens.
• 1 Coríntios 1:18-25
• Se nos dias de hoje carregar um crucifixo no pescoço ou mesmo ter em
casa um quadro ou algum objeto que remeta a cruz são coisas normais de
serem vistas, nem sempre foi assim.
• “Cícero, um dos maiores juristas do Senado Romano, e que viveu nos dias
de Julio César, chamava a crucifixão de ‘summum supplicium e
crudelissimum supplicium’, que traduzido seria ‘a mais extrema, mais cruel
e angustiosa forma de punição.” Em 63 a.C., Rabirius, um senador romano,
foi condenado à morte de cruz. Cícero, então, saiu em sua defesa
argumentando que a simples menção da palavra ‘cruz’ era algo
inadmissível aos ouvidos de um respeitado cidadão romano. Veja o que ele
escreveu na ocasião: ‘Oh! Quão grave seria ser desgraçado publicamente
por uma corte, quão grave seria sofrer um castigo, quão grave seria ser
banido. Mesmo assim, em meio a um desastre, gozaríamos de certo grau
de liberdade.
• Mesmo se formos condenados à morte, podemos morrer como homens
livres. Mas… a simples menção da palavra ‘cruz’ deveria ser removida não
apenas da pessoa de um cidadão romano, mas até mesmo de seus
pensamentos, olhos e ouvidos… A simples menção dela é um desrespeito a
qualquer cidadão romano ou homem livre.’”
• Plautos, um escritor que viveu por volta de 230 a 184 a.C., foi,
provavelmente, o mais antigo a dar evidências sobre a crucifixão em
Roma. Descrevendo as peças teatrais, ele menciona a crucifixão de
escravos. Flávio Josefo, um escritor judeu, também menciona a crucifixão,
dizendo que ela era a “mais desgraçada de todas as mortes”. (Fonte
biblia.com.br)
•
• Eis, então, a razão porque Paulo diz a palavra da cruz é loucura para os que
perecem, ou seja, para quem não acredita na vida após a morte, morrer
crucificado seria a pior morte naqueles tempos.
• Emmanuel comenta este primeiro versículo e nos permite aprofundar no
pensamento de Paulo:
• Isaías 29:14
• O que me resta é continuar a apavorar este povo com obras maravilhosas
e feitos assombrosos, a fim de que o conhecimento dos seus sábios pereça,
e a inteligência dos seus pensadores se desvaneça!”
Jeremias 10:7
• Quem não te temerá, ó Rei das nações? Pois a ti se deve o amor reverente,
que é o temor do SENHOR; porquanto entre todos os sábios das nações, e
em todos os seus reinos não existe nada nem ninguém que se possa
comparar a tua pessoa.
• Muitas vezes nos acreditamos sábios e autossuficientes, até que a vida se
encarregue de nos mostrar que não temos o controle nem a compreensão
de tudo o que nos acontece. Esta sabedoria a que Paulo se refere não se
trata da busca pela verdade, mas da reiterada arrogância de se achar dono
da verdade, fruto do nosso tão arraigado orgulho.
• Acima de nós
• "20 Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste
século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?"
• Em tempos de transição planetária, o mal parece se agigantar e de tanto
barulho que faz, quase sufoca o brado manso e sereno dos bons, não
obstante, o bem nunca morrerá.
• “De tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos
dos maus, o homem chega a rir-se da honra, desanimar-se de justiça e ter
vergonha de ser honesto.”
• Não estamos aqui criticando este ou aquele, nem mesmo suas vidas, eis
que cada um dará conta de suas escolhas diante de Deus e de sua
consciência. O que nos cabe neste estudo é verificar sobre a dita
sabedoria humana e ver o quão falha ela pode ser, nada mais óbvio, de vez
que é apenas um reflexo de nossa, também imperfeita forma de ver e
compreender o mundo.
• "21 Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela
sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da
pregação."
• O que entendemos por "loucura da pregação"?
• O livro Paulo e Estevão nos conta como foi esta história com Festo.
• Paulo era judeu e quando tentou levar a boa nova aos seus, contando-lhes
que o Messias viera e morrera na cruz, era tido por louco, por alucinado.
Afinal, o Messias que eles queriam era o que lhes daria poder e glória, não
a que vem de Deus e está contida no amor e na caridade, mas a glória dos
homens que vê nas coisas transitórias da Terra a glória material e
passageira. Muitos judeus se converteram, porém, até hoje, há os que
ainda esperam por estes Messias inventado pelos anseios individualistas e
egoísticos do homem. Jesus não veio para dominar o mundo, ele já o
governa desde a sua criação, aliás, participou ativamente de sua criação
há bilhões de anos. Ele veio até nós como irmão, a nos oferecer um
caminho para o Reino dos Céus, que não se trata de um lugar, mas de um
modo íntimo de perceber o mundo e sentir a presença amorosa de Deus
em cada circunstância.
• Indo além do mundo judaico, ao ponto de ser conhecido como o Apóstolo dos
Gentios, em suas viagens Paulo chegou a Atenas e lá foi um dos poucos
lugares em que não houve recepção ao Evangelho. Estavam tão cheios de si
mesmos, de sua sabedoria, de sua glória, que a palavra de salvação do Cristo
Jesus não os alcançava.
• "Há duas classes de homens para as quais se torna mais difícil o contacto
renovador de Jesus. A primeira é a que vi em Atenas e se constitui dos homens
envenenados pela falaciosa ciência da Terra; homens que se cristalizam numa
superioridade imaginária e muito presumem de si mesmos. São estes, a meu
ver, os mais infelizes. A segunda é a que conhecemos nos judeus recalcitrantes
que, possuindo um patrimônio precioso do passado, não compreendem a fé
sem lutas religiosas, petrificam-se no orgulho de raça e perseveram numa
falsa interpretação de Deus. De tal arte, entendemos melhor a palavra do
Cristo, que classificou os simples e pacíficos da Terra como criaturas bem-
aventuradas. Poucos gentios cultos e raros judeus crentes na Lei Antiga estão
preparados para a escola bendita da perfeição com o Divino Mestre." Paulo –
Livro Paulo e Estevão
• Consideramo-nos superiores a alguém? Interpretamos as lições
evangélicas a fim de mudarmos, melhorando-nos, ou para impor o nosso
pensamento? Há muito em nós deste pensamento sintetizado por Paulo
como de judeus e gregos. É preciso que olhemos com grande honestidade
para as nossas mais íntimas intenções a fim de nos corrigirmos enquanto
estamos a caminhar nesta vida, oportunidade divina de renovação.
• O homem que se internou pelo território estranho dos discursos, sem atos
correspondentes à elevação da palavra, expõe-se, cada vez mais, ao
ridículo e à negação.
• "... quem estará no mundo sem um ministério de Deus? Muita gente dirá que
desconhece a própria tarefa, que é insciente a tal respeito, mas nós poderemos
responder que, além da ignorância, há desatenção e muito capricho
pernicioso.
• Os mais exigentes advertirão que Paulo recebeu um apelo direto; mas, na
verdade, todos os homens menos rudes têm a sua convocação pessoal ao
serviço do Cristo. As formas podem variar, mas a essência ao apelo é sempre a
mesma. O convite ao ministério chega, ás vezes, de maneira sutil,
inesperadamente; a maioria, porém, resiste ao chamado generoso do Senhor.
• Ora, Jesus não é um mestre de violências e se a figura de Paulo avulta muito
mais aos nossos olhos, é que ele ouviu, negou -se a si mesmo, arrependeu-se,
tomou a cruz e seguiu o Cristo até ao fim de suas tarefas materiais. Entre
perseguições, enfermidades, apodos, zombarias, desilusões, deserções,
pedradas, açoites e encarceramentos, Paulo de Tarso foi um homem intrépido
e sincero, caminhando entre as sombras do mundo, ao encontro do Mestre que
se fizera ouvir nas encruzilhadas da sua vida.
• Foi muito mais que um predestinado, foi um realizador que trabalhou
diariamente para a luz." Trecho do livro Paulo e Estevão
• Constatando que todos nós temos responsabilidades e deveres para com
o Cristo, chamados ao trabalho na seara do amor, do sacrifício e da
renúncia, resta-nos, então, perguntar, como reconhecer a sabedoria de
Deus?Como não cair nestes enganos de outrora, desvirtuando os ensinos
de Jesus por nossa vaidade e nosso orgulho?
• Segue-me — Emmanuel
• A sabedoria do Alto