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Guia prDtico

7D EdiDDo

Ana Maria S. Ros de Mello


AMA - ASSOCIADO) DE AMIGOS DO AUTISTA
Rua do LavapB, 1123 - Cambuci 01519-000 - S Q Paulo - SP
Fones/Fax: (11) 3376-4400 / 3376-4403
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Direitos cedidos DAMA por Ana Maria S. Ros de Mello


ColaboraDHi: Marialice de Castro Vatavuk, Grupo de D iscussQ sobre S'ndrome de Asperger
Desenhos: Eduardo Ho, 10 anos.
Foto da capa: Alejandro, 3 anos.
la ediCEQ) Dezembro de 2000, 2a ed. Novembro de 2001, 3a ed. Outubro de 2004, 4a ed. 2005,
5a ed. 2007
Distribui DEb Gratuita
Tiragem: Cont'nua.
Im pressQ: G rH ca da AMA - A sso ciado de Amigos do Autista, doada pela Fun d ad o Elijass
Gliksmanis.
DiagramalHHi: lDedilUBi, Teresa Jim Q e z Sanz, 2Dedi[lBi, Deise Megumi Somayama, 3a, 4a e
5a e 6D edi[lB s, Mariana Rocha de Mello Serrajordia Lopes, 7Dedi[lBi, Rafael Estefano de Lima
Farfan Olivares e Samuel Rocha de Mello.
Normaliza CTO: Maria AmCDa Elisabeth Carneiro Verissimo
Referdicia bibliogrDfica:
MELLO, Ana Maria S. Ros de, Autismo: guia prfflco. 5 ed. S Q Paulo: AMA; Bras'lia: CORDE,
2007. 104 p.: il.

Mello, Ana Maria S. Ros de


Autism o : guia p rfflco / Ana Maria S. Ros de Mello ; cola-
7.ed boralHH) : Marialice de Castro Vatavuk. . __6 .e d .___S Ó Paulo :
A M A ; Bras'lia : CORDE, 2007
104 p. : il. 21cm.

1. Autism o 2. Autism o, D ia g n B tic o 3. Autism o, In te rv e n C E


TerapCEitica 4. Autism o, T Q n ic a de ensino 5. C ria n Q com autism o 6.
Psicopatologia infantil 7. S'ndrom e de A sperger I. Vatavuk, Marialice
de Castro 2. A s s o c ia D S de Am igos do Autista 3. Brasil. Coordenadoria
Nacional para IntegraDEb da Pessoa Portadora de D e fic O c ia
CDD 18.ed. 618.928982

êndice para catüogo sistemDtico


1. Autismo : Pediatria 618.928982
SumQo

P r e fQ t io ................................................................................................... 7
PrefQtio da 7a edilHH)............................................................................... 9
Apresenta QH>..........................................................................................11
I. Um Bom C o m e B : Conhecer a Q u e stQ do A u tis m o ............ 15
Defini IHH)................................................................................. 16
In c id U ic ia .............................................................................. 17
Causas do a u tism o ................................................................ 17
M anifesta[lâs mais co m u n s .................................................. 18
O espectro de m anifestadas a u t'stica s............................... 20
Como Dfeito o diagnQ tico de a u tis m o ................................. 22
Instrumentos para diagnosticar o a u tis m o ............................ 24
II. S'ndrome de A s p e rg e r................................................................... 25
Apresenta IHH).......................................................................... 25
CritQios para diagn Q tico........................................................ 27
IntervenlUIâs e tratam e n to.....................................................28
O aluno com S'ndrome de A s p e rg e r...................................... 29
Algumas orientaQHS para professores, educadores e cuidadores
................................................................................................. 30
III. Passos Que Podem A ju d a r............................................................. 31
Informe-se ao m Q im o ........................................................... 31
Permita-se s o fr e r................................................................... 32
Reaprenda a administrar seu te m p o ......................................32
Saiba exatamente quais s Q os objetivos de curto prazo para seu
f ilh o ........................................................................................33
Por d im o , e v ite :...................................................................33
IV. Tipos Mais Usuais de IntervenC® ................................................. 35
TEACCH - Tratamento e educalHH) para crianQ s com autismo e
com distUbios correlatos da co m u n ica Q S .............................. 35
ABA - AnCDse aplicada do com portam ento.......................... 37
PECS - Sistema de com unicaQS atravQ da troca de figuras 39
Outros tratam entos................................................................ 40
Medica QH)............................................................................. 41
A in c lu s o ..............................................................................41
V. Algumas TQtnicas com CrianQ s com A u tis m o .............................. 43
FC - ComunicaIHH) Facilitada ............................................... 44
O co m p u ta d o r....................................................................... 45
A U * - IntegraIHH) Auditiva ..................................................46
SI* - Integra IHH) Sensorial .................................................. 47
Movimentos Sherborne - CRelation P la y D ............................. 48
VI. Dietas Alimentares U s u a is .............................................................49
Dieta livre de g O e n e c a s e 'n a ..............................................50
Dieta de Fein gold................................................................... 51
Outras d ie ta s ..........................................................................52
VII. Coisas Para Fazer e Coisas Para E v ita r......................................... 53
FreqGfente locais pdblicos com seu f ilh o ............................... 53
Trabalhe pela independUicia de seu f ilh o ............................54
EstabeleQ rotinas que facilitem a organiza QH) de seu filho . 55
Ensine seu filho a quebrar ro tin a s ........................................ 55
Anexo I: D S M -IV ................................................................................... 57
Anexo II: CID-10................................................................................... 60
Anexo III: C H A T .................................................................................... 63
Anexo IV: Autismo - os sintomas da d o e n d ...................................... 72
Anexo V: CritQ io diagnQ tico da S'ndrome de A sp e rg e r..................... 73
Algumas Perguntas C o m u n s ................................................................ 77
Bibliografia............................................................................................. 83
E n d e r e B s .............................................................................................87

4
HBara Guilherme, meu filho, que tantas vezes me fez chorar - algumas
de tristeza, outras de alegria e outras pela pura emoC® de conhecer e
poder aventurar-me por um mundo que era assustador a princ'pio, mas
que se mostrou fascinante quando explorado.D

5
6
PrefQio

A in ten dia ao escrever este guia era a de poder ajudar um nU nero muito grande
de pais e, por que n Q , tamblUn de estudantes e profissionais interessados em
autismo.

Pois se ninguUn faz curso para ser pai e a e x p e rid c ia de ter filhos D um desa­
fio para todos, o que dizer da e x p e rO c ia que alguns passamos ao percorrer o
caminho do nascimento do filho ao d iagnQ tico do autismo, prosseguindo com a
educa UH) do filho e o grande nU nero de d e c is Q s que temos que tomar muitas
vezes sem o m'nimo de conhecimento ou preparo.

Ajudar um pai a enfrentar essa situa UH) Dtarefa grande demais para um livro t O
pequeno, mas a in te n d a D d a r um pequeno passo em diredEb a isso, de forma
a ajudar cada pai a desbravar o seu prüpjrio caminho e principalmente a n Q ter
receio de procurar ajuda sempre que necessQio. A id d k D entregar a pais e pro­
fissionais um texto bCâico e resumido que ajude a encarar a q u e stQ do autismo
de forma realista e positiva.

Esperamos sinceramente que seja Dtil e que abra um canal que possibilite que
cada vez mais cre sQ o interesse pelo autismo e a divulgadEb de todas as pos­
sibilidades de ajuda para quem tem autismo e seus familiares.

7
8
PrefQio da 7a edit®

Estamos terminando esta e dit® , muito felizes e orgulhosos.

A Dhica m u dan Q real de c o n te d o em relalHH) medi DE) anterior, D a atualizad®


dos e n d ereQ s que aparecem nas p a in a s finais do livro.

PorQln, esta ediCM D m uito especial em relalHH) Q outras, porque D a primeira,


totalmente confeccionada em nossa grOica.

Agora, este livrinho s o m a rD D a ju d a oferecida a muitas fam'lias em nosso pa's,


o fato de poder ser totalmente confeccionado por jovens com autismo de alto
funcionamento e de servir de modelo de profission alizada a outras instituiCHâs
no pa's.

Isto g ra Q s em grande parte CFundaDE) Elijass Gliksmanis que doou D AM A todos


os equipamentos da grOica.

Agradecemos a todos os que to n colaborado com este projeto, principalmente


ao Rafael que o tOn coordenado com muito empenho e responsabilidade e ao
Jefferson que D o primeiro jovem com S'ndrome Asperger a trabalhar na grUica
da AM A e que vem saindo-se exemplarmente bem neste trabalho.

Caso nossos leitores queiram enviar alguma cr'tica ou su ge stQ , p o d e rO fazQ lo


a tra vQ do falecomaama@ ama.org.br e n Q a consideraremos seriamente.

9
10
ApresentalU)

O autismo Dum distúrbio do desenvolvimento humano que vem sendo


estudado pela ciência hêUquase seis dQadas, mas sobre o qual ainda
permanecem, dentro do próprio âmbito da ciência, divergências e grandes
questêãs por responder.

HêDdezoito anos, quando surgiu a primeira associaêOâ para o autismo no


pa's, o autismo era conhecido por um grupo muito pequeno de pessoas,
entre elas poucos médicos, alguns profissionais da êüea de saúde e alguns
pais que haviam sido surpreendidos com o diagnóstico de autismo para
seus filhos.

Atualmente, embora o autismo seja bem mais conhecido, tendo inclusive


sido tema de vêüios filmes de sucesso, ele ainda surpreende pela diver­
sidade de caracter'sticas que pode apresentar e pelo fato de, na maioria
das vezes, a crianêl que tem autismo ter uma aparência totalmente
normal.

Ultimamente n O sDvem aumentando o número de diagnósticos, como


também estes vêm sendo conclu'dos em idades cada vez mais precoces,
dando a entender que, por trêâ da beleza que uma crianêl com autismo
pode ter e do fato de o autismo ser um problema de tantas faces, as suas
questêãs fundamentais vêm sendo cada vez reconhecidas com mais faci­
11
lidade por um nOnero maior de pessoas. Provavelmente Dpor isto que o
autismo passou mundialmente de um fenDlneno aparentemente raro para
um muito mais comum do que se pensava.

O autismo intriga e angustia as fam'lias nas quais se im p a , pois a pes­


soa portadora de autismo, geralmente, tem uma aparQ cia harmoniosa e
ao mesmo tempo um perfil irregular de desenvolvimento, com bom fun­
cionamento em algumas Qeas enquanto outras se encontram bastante
comprometidas.

Para tentar ilustrar como □ dif'cil entender o que estDacontecendo e a


terr'vel sensaC® inicial de um pai, ao perceber que algo nQ> vai bem
com o filho mas ele nQ> consegue entender o que Q colocamos algumas
d e sc rid a s de c ria n d s e depoimentos como o trecho que colocamos a
seguir, do artigo de Leo Kanner em que ele descreve Donald T:

CDonald T. foi avaliado pela primeira vez em outubro de 1938, com a


idade de cinco anos e um m H ... Oom erpdizia o relatUio (dos pais), B i
sempre um problema para ele. Essa crian Q nunca demonstrou um apetite
normal. Ver as c ria n d s comendo doces ou sorvete nunca constituiu uma
tentaQH) para e le D Com a idade de um ano cantava ou murmurava de
boca fechada algumas melodias com perfeiQB. Antes dos dois anos de
idade, tinha uma memDlia invulgar para rostos e nomes, sabia o nome de
um grande nlünero de casas de sua cidade natal. A fam'lia o encorajava
a aprender e recitar pequenos poemas e atDdecorou o salmo XXIII e
vinte e cinco perguntas e respostas do catecismo presbiteriano. Os pais
observaram que ele nQ> aprendia a perguntar ou responder perguntas a
menos que contivessem rimas ou coisa parecida, e entQb quase nunca
perguntava nada a nQ> ser com palavras isoladasD

Ou do trecho do artigo em que Asperger descreve Fritz V. na Cpioca com


6 anos.

12
HHIe aprendeu rotinas prQicas do cotidiano muito tarde e com grande
dificuldade... em com pensada, ele aprendeu a falar muito cedo e falou
sua primeira palavra com dez meses, bem antes de poder andar. Ele
rapidamente aprendeu a expressar-se com frases e logo falou lõbmo
um ad u ltoD Desde cedo Fritz nunca fez o que lhe era pedido. Ele fez
apenas o que queria, ou o oposto ao que lhe era pedido. Ele sempre foi
agitado e irrequieto, e tendia a agarrar tudo o que estava ao seu alcance.
P ro ib id a s n Q o detinham. Uma vez que ele tinha um impulso destrutivo
pronunciado, qualquer coisa que caia em suas m Q s era logo rasgada ou
quebrada.□

Ou o seguinte depoimento da m lü de um menino que tem autismo:

H os dois anos e meio ele nunca havia pronunciado uma CSiica palavra.
Era uma crian Q habilidosa e embora tivesse com eQ do a andar apenas
com dois anos, conseguia equilibrar-se de forma impressionante e fazer
piruetas incr'veis nos brinquedos do playground.

De repente, sem nada que explicasse a atitude, cantou PARABOJS A


V O C Q batendo palmas e pronunciando todas as palavras, coisa que s D
repetiu uma vez espontaneamente.

Aos tr Q anos de idade aprendeu a controlar a re sp irad a no fundo da


piscina e a atravessQla nadando embaixo da Cgua.

O tempo passava e, por mais que quisQ sem os ou fizQsem os, 'amos
percebendo que nosso filho, embora fosse uma crian Q linda e de a p a rQ -
cia normal e tivesse habilidades motoras incomuns, tinha um profundo
retardo mental, n Q ia falar nunca e, finalmente, quando nosso filho tinha
quatro anos conhecemos o nome do que o nosso filho tinha - nosso filho
tinha autism o□

O autismo se diferencia do retardo mental porque, enquanto no primeiro


a crianQ apresenta um desenvolvimento uniformemente defasado, no

13
autismo o perfil de desenvolvimento Dirregular e pode ser desafiadora-
mente irregular, deixando os pais, e muitas vezes tambCBn alguns profis­
sionais, perplexos.

Uma fam'lia que recebe um diagnQ tico mQHico de autismo passa a saber
que aquele quadro amb'guo, aquele S ig o erradoDque percebia junto a
tantas integridades em seu filho ou filha, D um sDlio comprometimento
individual.

Algumas fam'lias se agarram D fQ outras DciCBicia, outras tentam fugir da


realidade a qualquer custo, e a maioria passa por todas essas formas de
enfrenta mento da situa QH).

A e x p e rO c ia da AMA, que Duma experiCBicia de pais e de educadores de


pessoas com autismo, constatou a importCBicia de tr Q caminhos a serem
conscientemente buscados pelas fam'lias que se deparam com a q u e stQ
do autismo em suas vidas:

CONHECER a q u e s tQ do autismo

ADMITIR a q u e stQ do autismo

BUSCAR APOIO de um grupo de pessoas que tambCBn estejam envolvidas


com a mesma q u e s tQ e que procuram conviver com ela da melhor
maneira poss'vel.

Este trabalho tem a intenQ B de abranger todos estes aspectos da aco-


modaC® familiar a esta nova situaC®, para que cada fam'lia enfrente a
sua realidade - que se apresenta diferente de tudo o que sonhou -, de
modo construtivo.

14
I. UM BOM
CONHECER A QUESTQD DO AUTISMO

autismo foi descrito pela


O
Dr.
primeira vez em 1943 pelo
Leo Kanner (m Q lico aus-
tr'aco, residente em Baltimore,
nos EUA) em seu histQico artigo
escrito originalmente em inglQ :
DistUbios Aut'sticos do Contato
Afetivo. Nesse artigo, dispon'vel
em portuguQ no site da AMA,
Kanner descreve 11 casos, dos quais o primeiro, Donald T., chegou a tD
ele em 1938.

Em 1944, Hans Asperger, um m H ic o tam bUn austr'aco e formado na


Universidade de Viena - a mesma em que estudou Leo Kanner -, escreve
outro artigo com o t'tulo Psicopatologia Aut'stica da In fQ cia, descrevendo
c ria n d s bastante semelhantes Q descritas por Kanner. Ao contrQio do
artigo de Kanner, o de Asperger levou muitos anos para ser amplamente
lido. A razQ) mais comumente apontada para o desconhecimento do arti­
go de Asperger D o fato dele ter sido escrito originalmente em alemOb.

15
Hoje em dia, atribui-se tanto a Kanner como a Asperger a identifica Q S do
autismo, sendo que por vezes encontramos os estudos de um e de outro
associados a distQbios ligeiramente diferentes.

Defini®
Autismo □ um distQ bio do desenvolvimento que se caracteriza por
altera [M s presentes desde idade muito precoce, tipicamente antes dos
trQ anos de idade, com impacto ir O ip lo e variQtel em Qeas nobres
do desenvolvimento humano como as Qeas de comunicaQH), interalHH)
social, aprendizado e capacidade de adaptaQS.

□ muito dif'cil imaginar estes desvios juntos. Um exerc'cio que pode


ajudar D o proposto em palestra no Brasil pela pesquisadora Francesca
H appQ de imaginar-se na China, ou em um pa's de cultura e 1'ngua
desconhecidas, com as m Q s imobilizadas, sem compreender os outros e
sem possibilidades de se fazer entender. Dpor isso que o autismo recebeu
tambCBn o nome de S'ndrome de KDps! Ca' no Planeta ErradolD

IncidQicia
De acordo com estudos recentes o autismo seria 4 vezes mais freqDfente
em pessoas do sexo masculino.

O autismo incide igualmente em fam'lias de diferentes ra d s , credos ou


classes sociais.

A incidUicia do autismo varia de acordo com o critU io utilizado


por cada autor.

16
VDlios pa'ses tOn desenvolvido estudos utilizando metodologias difer­
entes para tentar avaliar a incidUicia do autismo.

Em 2009 o pesquisador canadense Eric Fombonne publicou uma re visQ


de 43 estudos sobre a incidUicia do autismo publicados desde 1966,
chegando □ co n c lu sQ que a incidUicia do autismo Dmuito maior do que
o que se imaginava.

Apesar da dificuldade de comparar estudos utilizando metodologias tQ>


diversas, Forbonne chegou □ co n c lu sQ que podemos assumir com segu-
ranQ a p re v a O cia do autismo D de 1 em cada 150 casos, ou seja, que
de cada 150 c ria n d s nascidas uma teria autismo.

Causas do autismo
As causas do autismo s Q desconhecidas. Acredita-se que a origem do
autismo esteja em anormalidades em alguma parte do cDlebro ainda nQ>
definida de forma conclusiva e, provavelmente, de origem g erO ica. AlQn
disso, admite-se que possa ser causado por problemas relacionados a
fatos ocorridos durante a gestaQ S ou no momento do parto.

A hipQlese de uma origem relacionada Dfrieza ou rejeiC® materna jD foi


descartada, relegada Dcategoria de mito h D d Q ad as. PorUn, a despeito
de todos os ind'cios e da retrata QH> pdblica dos primeiros defensores
desta teoria, persistem adeptos desta corrente que ainda a defendem ou
defendem teorias aparentemente diferentes, mas derivadas desta.

JD q u e as causas n Q s Q totalmente conhecidas, o que pode ser reco­


mendado em termos de prevenC® do autismo s Q os cuidados gerais a
todas as gestantes, especialmente cuidados com in g estO de produtos
qu'micos, tais como remQHios, lUtool ou fumo.

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Manifesta Ώs mais comuns
O autismo pode manifestar-se desde os primeiros dias de vida, mas □
comum pais relatarem que a crianQ passou por um per'odo de normali­
dade anteriormente □manifestaQB> dos sintomas.

□ comum tambCEn estes pais relacionarem a algum evento familiar o


desencadeamento do quadro de autismo do filho. Este evento pode ser
uma d oen Q ou cirurgia sofrida pela crianQ ou uma m udanQ ou chegada
de um membro novo na fam'lia, a partir do qual a crian Q apresentaria
regressQ . Em muitos casos constatou-se que na verdade a re g re s s o n Q
existiu e que o fator desencadeante na realidade despertou a atenCQ
dos pais para o desenvolvimento anormal da crianQ , mas a suspeita de
regressQ D um a suspeita importante e merece uma investigaQB) mais
profunda por parte do mQHico.

Normalmente, o que chama a atenCQ dos pais inicialmente Dque a crian-


Q Dexcessivamente calma e sonolenta ou e n tQ que chora sem consolo
durante prolongados per'odos de tempo. Uma queixa fre q Q n te dos pais
□q ue o b e b D n Q gosta do colo ou rejeita o aconchego.

Mais tarde os pais n o tarQ que o b e b Q iQ imita, n Q aponta no sentido


de compartilhar sentimentos ou sensaDIãs e n Q aprende a se comunicar
com gestos comumente observados na maioria dos bebQ , como acenar
as m Q s para cumprimentar ou despedir-se.

Geralmente, estas crian Q s n Q procuram o contato ocular ou o m a n tQ i


por um per'odo de tempo muito curto.

□com um o aparecimento de estereotipias, que podem ser movimentos


repetitivos com as m Q s ou com o corpo, a fixaCQ do olhar nas m Q s
por per'odos longos e h Q ito s como o de morder-se, morder as roupas

18
ou puxar os cabelos.

Problemas de alimentam® s Q freqDfentes, podendo se manifestar pela


recusa a se alimentar ou gosto restrito a poucos alimentos. Problemas de
sono tambCEn s Q comuns.

Considera-se que em 30% dos casos de autismo ocorra epilepsia. O apa­


recimento da epilepsia Dm ais comum no c o m e B da vida da crian Q ou
na adolescQ cia.

As m anifesta[lâs citadas sQ> as mais comuns, mas nQ> s Q condiDIãs


necessUias ou suficientes para o diagnQ tico de autismo.

19
0 espectro de manifestaDEès aut'sticas
O autismo nQ> Duma condiC® de HLido ou n adapm as Dvisto como um
continuum que vai do grau leve ao severo.

A definiC® de autismo adotada pela AMA, para efeito de intervenC®, □


que o autismo D um distU bio do comportamento que consiste em uma
tr'ade de dificuldades:

1. Dificuldade de com unicaIHEb - caracterizada pela dificuldade


em utilizar com sentido todos os aspectos da com unicaQB ver­
bal e n Q verbal. Isto inclui gestos, expressDfes faciais, lingua­
gem corporal, ritmo e modulaQH> na linguagem verbal.

Portanto, dentro da grande varia QH) poss'vel na severidade do autismo,


poderemos encontrar uma crian Q sem linguagem verbal e com dificul­
dade na comunicaIHH) por qualquer outra via - isto inclui au sQ cia de uso
de gestos ou um uso muito precUio dos mesmos; a u sQ cia de expressQb
facial ou expressQ facial incompreens'vel para os outros e assim por
diante - como podemos, igualmente, encontrar crian Q s que apresentam
linguagem verbal, porUn esta Drepetitiva e n Q comunicativa.

Muitas das crian Q s que apresentam linguagem verbal repetem simples­


mente o que lhes foi dito. Este fenCEneno Dconhecido como ecolalia
imediata.

Outras crian Q s repetem frases ouvidas hDhoras, ou atD m esm o dias


antes; Da chamada ecolalia tardia.

□com um que crian Q s que tCEn autismo e s Q inteligentes repitam fra­


ses ouvidas anteriormente e de forma perfeitamente adequada ao con­
texto, embora, geralmente nestes casos, o tom de voz soe estranho e
pedante.
20
2. Dificuldade de sociabilizaimò - este D o ponto crucial no
autismo, e o mais fQtil de gerar falsas interpreta Q H S . Significa
a dificuldade em relacionar-se com os outros, a incapacidade de
compartilhar sentimentos, gostos e emoDIãs e a dificuldade na
discriminaIHH) entre diferentes pessoas.

Muitas vezes a crian Q com autismo aparenta ser muito afetiva, por
aproximar-se das pessoas abraQndo-as e mexendo, por exemplo, em seu
cabelo, ou mesmo beijando-as, quando na verdade ela adota indiscrimi­
nadamente esta postura, sem diferenciar pessoas, lugares ou momentos.
Esta aproximaQB) usualmente segue um p a d rQ repetitivo e nQ> contUn
nenhum tipo de troca ou compartilhamento.

A dificuldade de sociabilizaQB, que faz com que a pessoa com autismo


tenha uma pobre co n scO cia da outra pessoa, D responsBel, em muitos
casos, pela falta ou diminui Q B da capacidade de imitar, que Dum dos prQ
requisitos cruciais para o aprendizado, e tambUn pela dificuldade de se
colocar no lugar do outro e de compreender os fatos a partir da perspectiva
do outro.

3. Dificuldade no uso da imagina IZQ> - se caracteriza por rigidez


e inflexibilidade e se estende Q vQ ias Qeas do pensamento,
linguagem e comportamento da crianQ . Isto pode ser exem­
plificado por comportamentos obsessivos e rituaTsticos, com-
p re en sQ literal da linguagem, falta de aceitalHH) das m udanQs
e dificuldades em processos criativos.

Esta dificuldade pode ser percebida por uma forma de brincar desprovida
de criatividade e pela explora QH> peculiar de objetos e brinquedos. Uma
crian Q que tem autismo pode passar horas a fio explorando a textura de
um brinquedo. Em crian Q s que tCEn autismo e tCEn a inteligUicia mais
desenvolvida, pode-se perceber a fixaQHi em determinados assuntos, na

21
maioria dos casos incomuns em crian Q s da mesma idade, como calen-
dQ ios ou animais prQ histUicos, o que Dconfundido, algumas vezes, com
n'vel de inteligUicia superior.

As m udanQ s de rotina, como m udanQ de casa, dos mQteis, ou


atD m esm o de percurso, costumam perturbar bastante algumas destas
crianQ s.

Como Dfeito o diagnQtico de autismo


A AMA, sempre que solicitada, indica que o diagnQ tico de autismo seja
feito por um profissional com formaQH> em medicina e e x p e rO c ia cl'nica
de vQ ios anos diagnosticando essa s'ndrome.

O diagnQ tico de autismo D fe ito basicamente atravQ da avalialHH)


do quadro cl'nico. N Q existem testes laboratoriais espec'ficos para a
deteclHH) do autismo. Por isso, diz-se que o autismo n Q apresenta um
marcador biolQjico.

Normalmente, o m Qlico solicita exames para investigar condiCHãs (pos-


s'veis doenQ s) que tCEn causas identifieQteis e podem apresentar um
quadro de autismo infantil, como a s'ndrome do X-frCgil, fenilcetonQia
ou esclerose tuberosa. □ importante notar, contudo, que nenhuma das
co n d i[lâ s apresenta os sintomas de autismo infantil em todas as suas
ocorrQ cias.

Portanto, embora Q vezes surjam ind'eios bastante fortes de autismo


por volta dos dezoito meses, raramente o diagnQ tico Dconclusivo antes
dos vinte e quatro meses, e a idade mQHia mais freqGfente Dsuperior aos
trinta meses.

Para melhor instrumentalizar e uniformizar o diagnQtico, foram criadas

22
escalas, critQ ios e questionUios.

O diagnQ tico precoce [Im portante para poder iniciar a intervenCQ edu­
cacional especializada o mais rapidamente poss'vel.

A AMA alerta que hDgraus diferenciados de autismo e que h Q em insti-


tu iQ ã s especializadas (como a prCfbria AMA), intervenlUIâs adequadas a
cada tipo ou grau de comprometimento.

E, ainda, a especialidade da AMA n Q Dapenas a intervenlUH) em crianQ s


com diagnQ tico de autismo, mas ta m b Q i a intervenCQ em crian Q s com
atrasos no desenvolvimento relacionados ao autismo.
Instrumentos para diagnosticar o autismo

Existem vQiios sistemas diagnQticos utilizados para a classifica!® do


autismo. Os mais comuns sãâ a Classifica!® Internacional de DoenQs
da Organiza!® Mundial de Saúde, ou CID-10, em sua décima versãâ, e
o Manual de DiagnQtico e Estat'stica de DoenQs Mentais da Academia
Americana de Psiquiatria, ou DSM-IV.

No Reino Unido, também □ bastante utilizado o CHAT (Checklist de


Autismo em BebQ, desenvolvido por Baron-Cohen, Allen e Gillberg,
1992), que Duma escala de investiga!® de autismo aos 18 meses de
idade. Dum conjunto de nove perguntas a serem propostas aos pais com
respostas tipo sim/nãâ.

Estes trQ instrumentos estão dispon'veis como anexos desta publica!®.

24
II. SêNDROME DE
ASPERGER

Apresenta®

Apesar de ter sido descrita por Hans Asperger em 1944 no artigo


"Psicopatologia Autistica na InfQ ciaD , apenas em 1994 a S'ndrome de
Asperger foi inclu'da no DSM-IV com critUüios para diagnóstico.

Hans Asperger e Leo Kanner, que descreveu o autismo em 1943, nasce­


ram ambos na çustria e estudaram em Viena, mas nunca se encontraram.
Asperger que era dez anos mais jovem que Kanner especializou-se em
pediatria enquanto Kanner estudou psiquiatria.

Asperger acreditava que para estas crianQs educaEM e terapia eram a


mesma coisa e que apesar de suas dificuldades elas eram capazes de
adaptar-se desde que tivessem um programa educacional apropriado.

O programa educacional do s e rv iS dirigido por Asperger era liderado pela


madre Viktorine Zak que ele considerava um gênio e que morreu tragica­
mente quando o local aonde ela trabalhava foi bombardeado em 1944.

25
Algumas das caracter'sticas peculiares mais frequentemente apresenta­
das pelos portadores da S'ndrome de Asperger s B :

- Atraso na fala, mas com desenvolvimento fluente da linguagem ver­


bal antes do 5 anos e geralmente com:

o Dificuldades na linguagem,
o Linguagem pedante e rebuscada,
o Ecolalia ou repetiQ S de palavras ou frases ouvidas de outros,
o Voz pouco emotiva e sem entonalHH).

- Interesses restritos: escolhem um assunto de interesse, que pode


ser seu CSiico interesse por muito tempo. Costumam apegar-se a mais
Q questGfes factuais do que ao significado. Casos comuns s Q inte­
resse exacerbado por coleQHs (dinossauros, carros, etc.) e cDfculos. A
atenQHi ao assunto escolhido existe em detrimento a assuntos sociais
ou cotidianos.

- PresenQ de habilidades incomuns como cálculos de calendUio,


memorizaIHH) de grandes seq U ü cias como mapas de cidades, cDfculos
matem Oicos complexos, ouvido musical absoluto etc.

- InterpretaIHH) literal, incapacidade para interpretar mentiras, metl3o-


ras, ironias, frases com duplo sentido, etc.

- Dificuldades no uso do olhar, expressGfes faciais, gestos e movimen­


tos corporais como comunica[ffi]> nQ> verbal.

- Pensamento concreto.

- Dificuldade para entender e expressar emoDIãs.

- Falta de auto-censura: costumam falar tudo o que pensam.

- Apego a rotinas e rituais, dificuldade de adaptaQ S a m u d an d s e


fixaIHH) em assuntos espec'ficos

26
- Atraso no desenvolvimento motor e freqDfentes dificuldades na
coordenaQB motora tanto grossa como fina, inclusive na escrita.

- Hipersensibilidade sensorial: sensibilidade exacerbada a determina­


dos ru'dos, fascina IHH) por objetos luminosos e com rnQica, atraQ B
por determinadas texturas etc.

- Comportamentos estranhos de autoestimulaQH).

- Dificuldades em generalizar o aprendizado.

- Dificuldades na organizai!® e planejamento da execuQH) de tare­


fas.

Algumas coisas s Q aprendidas na idade [prCfbriapoutras cedo demais,


enquanto outras s D s e r Q entendidas muito mais tarde ou somente
quando ensinadas.

CritQios para diagnBtico


Assim como no autismo, nQ> existem exames cl'nicos que identifiquem, a
S'ndrome de Asperger e o diagnostico Dfeito atravQ da observaQ S dos
comportamentos.

Os critU ios do diagnQ tico oficial da S'ndrome de Asperger e s tQ enu­


merados no DSM-IV.

Alguns pesquisadores acreditam que Sindrome de Asperger seja a mesma


coisa que autismo de alto funcionamento, isto Q c o m inteligUicia preser­
vada. Outros acreditam que no autismo de alto funcionamento hDatraso
na aquisilHH) da fala, e na S'ndrome de Asperger, n Q .

Colocamos em anexo uma lista de critU ios diagnQ ticos da S'ndrome de


Asperger elaborada pelo pesquisador sueco Christopher Gillberg.

27
Muitas pessoas acreditam que a im portQ cia da diferenciaQ S entre
S'ndrome de Asperger e Autismo de Alto Funcionamento seja mais de
cunho jur'dico do que propriamente para escolhas relacionadas ao trata­
mento.

Por um lado para algumas pessoas dizer que alguUn □ portador de


S'ndrome de Asperger parece mais leve e menos grave do que ser por­
tador de autismo, mesmo que de alto funcionamento Dembora isto seja
provavelmente uma ilusQb. Por outro lado, associaQHS de autismo em
todo o mundo alegam que esta divisQb em duas patologias diferentes
enfraquece um movimento que necessita de tanto apoio como o dos que
trabalham pelo autismo.

IntervenEès e tratamento
Mesmo considerando que o tratamento Drealizado com aux'lio de pro­
gramas individuais em fu n D S da evoluC® de cada c ira n d , os seguintes
aspectos podem ser fundamentais como alvos preferenciais de tratamento
em um programa de intervenQB) precoce com indiv'duos com S'ndrome
de Asperger.

Devemos procurar o antes poss'vel desenvolver:

- A autonomia e a independUicia;

- A comunicaIHH) nQ-verbal;

- Os aspectos sociais como im itaQB, aprender a esperar a vez e jogos


em equipe;

- A flexibilizaIHH) das tendUicias repetitivas;

28
- As habilidades cognitivas e acadCEnicas.

Ao mesmo tempo [Im portante:

- Trabalhar na reduQH) dos problemas de comportamento;

- Utilizar tratamento farmacológico se necessUio;

- Que a fam'lia receba orientaC® e informa□!>;

- Que os professores recebam assessoria e apoio necessQios.

0 aluno com S'ndrome de Asperger


Na maioria dos casos, c ria n d s e adolescentes com S'ndrome de Asperger
podem frequentar a escola regular, mesmo que em alguns casos em
classes especiais.

Muito provavelmente, existem casos n Q diagnosticados de c ria n d s com


S'ndrome de Asperger frequentando escolas regulares que, devido a suas
dificuldades e peculiaridades, sQ> rotuladas como pedantes, sem limites,
desorganizadas etc.

Por isso □ importante que, ao notar algo de diferente em seu aluno, o


professor comunique isto Dcoordena QH> para que os pais sejam comuni­
cados e encaminhados a um profissional especializado.

Por outro lado Dbastante comum que um professor desavisado, ao rece­


ber um aluno com S'ndrome de Asperger inicialmente o superestime em
funQH) de suas habilidades espec'ficas e que D nedida que as dificuldades
deste aluno aparecem o professor tenda a rejeitQlo.

O professor deve observar este aluno durante um per'odo de tempo


enquanto colhe informaQHS com pais e com os profissionais que o acom­

29
panham. Passado o per'odo de observa!®, recomendo que o professor
tenha uma conversa com o resto da sala, em linguagem compreens'vel
para a faixa e t ü a dos alunos, falando sobre as dificuldades do aluno com
S'ndrome de Asperger e solicitando a colabora!® dos colegas.

Algumas orientalüs para professores,


educadores e cuidadores

□ importante que o professor verifique com alguma freqlUBicia que o


aluno esteja acompanhando o assunto da aula.

Além disto, DaconselhQel, também, que este aluno:

1. Sente o mais próximo poss'vel do professor.

2. Seja requisitado como ajudante do professor algumas vezes.

3. Use agendas e calendüos, listas de tarefas e listas de verifica!®.

4. Seja ajudado para poder trabalhar e concentrar-se por per'odos cada


vez mais longos.

5. Seja estimulado a trabalhar em grupo e a aprender a esperar a vez.

6. Aprenda a pedir ajuda.

7. Tenha apoio durante o recreio onde, por exemplo poderddedicar-


se a seus assuntos de interesse, pois caso c o n trü o poderQlvagar,
dedicar-se a algum assunto inusitado ou ser alvo de brincadeiras dos
colegas.

8. Seja elogiado sempre que for bem sucedido.

30
III. PASSOS
QUE PODEM AJUDAR

Informe-se ao máximo.
Passo 1:
Entenda o diagnóstico de seu filho.

Q> tenha receio de fazer ao


N seu m Oico todas as pergun­
tas que lhe vierem DcabeQ.

Leia os critUüios diagnQticos dis­


poníveis e discuta-os com o m Q i-
co.

Informe-se atravQ de leituras dos


sites dispon'veis na internet.

Converse com outras fam'lias que tenham passado por situaCM seme­
lhante.

31
ConheQ profissionais e instituidlãs que se dediquem ao autismo e suas
formas de tratamento.

Passo 2: Permita-se sofrer.


□natural que o momento do diagnQ tico de autismo seja um momento
doloroso. Nesta hora, v o c Q iQ estDperdendo fisicamente seu filho, mas
estQjerdendo, com certeza, parte de seus sonhos e planos para seu filho,
o que □extremamente doloroso. Com o tempo vocQ /ai poder criar novos
sonhos e outros objetivos v Q surgir, tQb importantes e desafiadores
como os primeiros; mas no in'cio Dim portante permitir-se desmoronar.
Cada pessoa desmorona de forma diferente. Algumas pessoas o fazem
sem ICgrimas, procurando ocupar-se freneticamente. O tempo tambCBn
varia; algumas pessoas conseguem levantar-se mais rüfbido que outras.
Algumas precisam de mais tempo para processar seus sentimentos. VocD
pode pensar que necessita ser forte para apoiar seu c Q ju g e ou outros
filhos, mas para isto GnecessO io primeiramente ser honesto acerca dos
prCjbrios sentimentos.

Procure a sua prCfbria fonte de apoio, que pode ser um terapeuta, um


religioso, um amigo ou alguCEn da fam'lia.

Lembre-se: o autismo Dpara sempre, mas nQ> Duma se n te n d de morte.


V o c Q iQ fez nada para que isto acontecesse, mas pode fazer muito para
melhorar as perspectivas de vida de seu filho.

VocDpode escolher se vai ficar parado ou caminhar, se vai esperar ou agir.


Portanto, respeite seu tempo; mas depois... m Q s Dobra.

Passo 3: Reaprenda a administrar seu tempo.


VocDprecisa organizar sua vida para continuar investindo em planos em

32
relalinS) a vo cD mesmo e para poder oferecer todas as oportunidades
necessQias a seu filho.

Procure centros de tratamento especializado que o fe re d m tudo que seu


filho precisa, sem ter que ir de um lugar a outro indefinidamente.

Se vocDfor uma pessoa muito ocupada, tente encontrar ajuda para cuidar
de seu filho, mas lembre-se que Dm uito importante que vocDentenda
com profundidade as propostas da opC® terapQlitica e educacional que
vocDescolheu e que vocDacom panhe muito de perto a evoluQHi de seu
filho.

4: Saiba exatamente quais sHò os


Passo
objetivos de curto prazo para seu filho.
Este ponto Dm uito importante. D a tra v Q dele que vocD vai saber o que
esperar e tambCBn vai poder avaliar se a instituiC® escolhida Da que mais
atende o que vocDespera.

Se os objetivos propostos lhe parecerem exagerados ou modestos, tente


se informar e conversar para avaliar bem essa d ife re n d de expectativas

Passo 5: Por Cltimo, evite:


• Todos que lhe acenarem com curas milagrosas.

• Todos que atribu'rem a culpa do autismo aos pais.

• Todos os profissionais desinfòrmados ou desatualizados.

33
34
IV. TIPOS MAIS USUAIS
DE INTERVENŒO

TEACCH* - Tratamento e educam


para crianças com autismo e com
distúrbios correlatos da comunica®

TEACCH foi desenvolvido nos


O anos 60 no Departamento de
Psiquiatria da Faculdade de Medicina
da Universidade da Carolina do Norte,
Estados Unidos, e atualmente é muito
utilizado em vUias partes do mundo.
O TEACCH foi idealizado e desen­
volvido pelo Dr. Eric Schoppler, e
atualmente tem como responsável o
Dr. Gary Mesibov.

35
* Treatment and Education of Autistic and related Communication handicapped CHildren.
O mQlodo TEACCH utiliza uma avaliam® chamada PEP-R (Perfil
Psicoeducacional Revisado) para avaliar a crianQ , levando em conta os
seus pontos fortes e suas maiores dificuldades, tornando poss'vel um
programa individualizado.

O TEACCH se baseia na organiza[ffi]> do ambiente f'sico atravQ de rotinas


- organizadas em quadros, painlUb ou agendas - e sistemas de trabalho,
de forma a adaptar o ambiente para tornar mais fQtil para a crian Q com-
preendQlo, assim como compreender o que se espera dela. A travQ da
organizalinS) do ambiente e das tarefas da crianQ , o TEACCH visa desen­
volver a independUicia da crianQ de modo que ela necessite do professor
para o aprendizado, mas que possa tam bQn passar grande parte de seu
tempo ocupando-se de forma independente.

As maiores cr'ticas ao TEACCH tCEn sido relacionadas D su a utiliza QH>


com crianQ s de alto n'vel de funcionamento. A nossa e x p e rO c ia tem
mostrado que o TEACCH, adequadamente usado, pode ajudar muito estas
crianQ s. Temos conseguido resultados acima do esperado, nQ> de forma
sdbita e milagrosa, mas como fruto de um trabalho demorado e sempre
voltado para as caracter'sticas individuais de cada crianQ .

Outra cr'tica ao TEACCH Dque ele supostamente HbbotizarialUs crianQ s.


Em nossa e x p e rO c ia , a tendUicia de crian Q s com autismo que passam
por um processo consistente de aprendizado, ao contrQio de se robot-
izarem, D de humanizarem-se mais e progressivamente. Verificamos que
adquirem algumas habilidades e constroem alguns significados. Mesmo
que bastante restritos, se comparados com outras pessoas, representam
progressos em relaIHH) Q suas condiDIãs anteriores ao trabalho com o
m Oodo TEACCH.

36
ABA* - AnOise aplicada do comportamento
O tratamento comportamental anal'tico do autismo visa ensinar D c ria n d
habilidades que ela n Q possui, atravQ da introduCQ destas habilidades
por etapas. Cada habilidade Densinada, em geral, em esquema indivi­
dual, inicialmente apresentando-a associada a uma indicaQ S ou instruDH).
Quando necessUio, Doferecido algum apoio (como por exemplo, apoio
f'sico), que deverD ser retirado t Q logo seja poss'vel, para n Q tornar
a c ria n d dependente dele. A resposta adequada da c ria n d tem como
con seqU ü cia a ocorrQ cia de algo agradQtel para ela, o que na prQica □
uma recompensa. Quando a recompensa Dutilizada de forma consistente,
a c ria n d tende a repetir a mesma resposta.

O primeiro ponto importante G tornar o aprendizado agradQtel para a


c ria n d . O segundo ponto Densinar a c ria n d a identificar os diferentes
est'mulos.

Respostas problem nicas, como negativas ou birras, n Q s B , proposital-


mente, reforddas. Em vez disso, os dados e fatos registrados s Q anali­
sados em profundidade, com o objetivo de detectar quais s Q os eventos
que funcionam como re fo rd ou recompensa para os comportamentos
negativos, desencadeando-os. A c ria n d Dlevada a trabalhar de forma po­
sitiva, para que n Q ocorram os comportamentos indesejados.

A repetiCQ Q jm ponto importante neste tipo de abordagem, assim como


o registro exaustivo de todas as tentativas e seus resultados.

A principal cr'tica ao ABA D ta m b Q i, como no TEACCH, a de supos­


tamente robotizar as cria n d s, o que n Q nos parece correto, jD q u e
a idCte □ interferir precocemente o rrO im o poss'vel, para promover o
desenvolvimento da c ria n d , de forma que ela possa ser maximamente
independente o mais cedo possVel.

37
* Applied Behavior Analysis
38
Outra cr'tica a este mCflodo Dque ele Dcaro. Esta sim, Duma cr'tica proce­
dente, e Q jo r esta raz® que muitos pais nos Estados Unidos mobilizaram-
se para serem treinados por especialistas, em grupo, e assim poderem eles
mesmos tratar os seus filhos.

PECS* - Sistema de comunica U i


atravB da troca de figuras
O PECS foi desenvolvido para ajudar c ria n d s e adultos com autismo e
com outros distQbios de desenvolvimento a adquirir habilidades de comu­
nica mH).

O sistema Dutilizado primeiramente com indiv'duos que n® se comuni­


cam ou que possuem comunicaü® mas a utilizam com baixa eficiQ cia.

O nome PECS significa [sistema de comunicaü® atravB da troca de figurasÇH


e sua implementaIHH) consiste, basicamente, na aplicaü® de uma se-
qCOicia de seis passos.

O PECS visa ajudar a crian Q a perceber que a tra v B da comunicai!® ela


pode conseguir muito mais rapidamente as coisas que deseja, estimu-
lando-a assim a comunicar-se, e muito provavelmente a diminuir drasti­
camente problemas de conduta.

Tem sido bem aceito em vüEios lugares do mundo, pois n® demanda


materiais complexos ou caros, □ relativamente fQ il de aprender, pode
ser aplicado em qualquer lugar e quando bem aplicado apresenta
resultados inquestionQteis na comunicai!® atravüâ de cartGfes em crian-
Q s que n® falam, e na organizaü® da linguagem verbal em crian Q s que
falam, mas que precisam organizar esta linguagem.

39
* Picture Exchange Com m unication System
Outros tratamentos
Existem outras formas de tratamento, como tratamentos psicoterapQliti-
cos, fonoaudiolllgicos, equoterapia, musicoterapia e outros, que n Q tQn
uma linha formal que os caracterize no tratamento do autismo, e que por
outro lado dependem diretamente da v is Q , dos objetivos e do bom senso
de cada profissional que os aplica.

Aconselhamos os pais que optarem por um tratamento deste tipo a ana­


lisarem as prCfbrias expectativas e as do profissional pelo qual optaram e
em que medida o tratamento os aproxima a estas expectativas, n Q sDno
momento da escolha, mas de forma cont'nua e permanente.

Muitos pais declaram que n Q sentiram melhora no filho, mas que a atu-
aC Q do profissional foi muito boa e relaxante para eles mesmos.

40
Nestes casos, muitas vezes, pode-se dizer que o tratamento vale a pena,
mas □im prescindVel que n Q se perca o controle, pois n Q Draro acon­
tecer que o momento no qual os pais optam por descontinuar este tipo
de tratamento seja um momento traurrOico, e Dbastante fre q Q n te que
a interrupCQ vD sen do postergada por tornar-se uma d e c is Q dif'cil de
ser tomada.

MedicaI33>
Alguns lembretes sobre medica Q S s Q importantes e podem ajudar a
fam'lia na tomada de decisDfes.

Em primeiro lugar, toda a m edicaCQ deve ser dada apenas se receitada


por um m QHico.

Em segundo lugar, recomendamos □fanVIia que se informe com o m Q ico


sobre o que se espera da m edicaQS adotada, qual o prazo esperado para
poder perceber os efeitos e quais os efeitos colaterais da m edicaQS.

Toda m edicaQB deve ser ponderada levando em conta seus riscos e


benef'cios. Uma boa regra Da de que uma medicaQB), para valer a pena,
deve ter efeitos claramente vis'veis. Se o efeito da m edicaCQ n Q for
visivelmente o esperado, n Q vale a pena correr os riscos.

A inclusCò
Quando se pensa em termos de inclusQ , Dcom um a idllte de simples­
mente colocar uma crian Q que tem autismo em uma escola regular, espe­
rando assim que ela comece a imitar as c ria n d s normais, e n Q c ria n d s
iguais a ela ou c ria n d s que apresentam quadros mais graves. Podemos

41
dizer, inicialmente, que a crianQ com autismo, quando pequena, rara­
mente imita outras crianQs, passando a fazer isto apenas a p Q com eQr
a desenvolver a consciência dela mesma, isto Q quando com eQ a per­
ceber relaUMs de causa e efeito do ambiente em relaE® a suas próprias
aUMs e vice-versa.

Algumas crianQ s que têm autismo podem demorar muito neste processo
de aquisiE® da consciência sobre si próprio, e outras podem jamais vir
a desenvolvê-la.

Um atendimento especializado, antes da inclusão numa escola regular,


pode ajudar a crianQ a desenvolver a consciência de si mesma, prepa­
rando-a para utilizar-se de modelos, posteriormente.

Podemos, portanto, tentar exemplificar com a seguinte pergunta: se vocQ


precisar ir DChina, que alternativa lhe parece a melhor, arrumar a mala,
tomar o avião e ir, ou preparar-se aprendendo os costumes e o idioma do
povo da cidade para onde vocêlvai, durante um ano?

O nosso ponto de vista Dque Dmelhor preparar-se e ter um intóBprete


por perto, e D por isso que geralmente atuamos no sentido de desen­
volver a consciência desta crianQ em relaãno Q suas potencialidades,
antes de tentar a inclusão, e sempre estamos em contato com a crianQ
e com a escola, para ajudar em caso de dificuldade.

42
V. ALGUMAS TÉCNICAS
COM CRIANCAS COM AUTISMO

itaremos algumas das tQ ni-


C cas mais conhecidas que têm
sido aplicadas em crianQs com
autismo. Algumas foram especial­
mente desenvolvidas para elas,
outras foram desenvolvidas ini­
cialmente para tratar outras pato­
logias.

Todas elas jQlvêm sendo aplicadas hdalgum tempo, a maioria hQmais de


dez anos, e todas se iniciaram como grandes promessas para pais mais
apressados. O tempo mostrou que elas nQ> s Q milagrosas. Contudo,
algumas delas, se aplicadas conscientemente, da forma como foram con­
cebidas ou com adaptaUDâs a estilos e culturas, podem ser um excelente
complemento ao tratamento educacional.

VQiias instituiUEs em todo o mundo vêm combinando uma sCBie de tQ ni-

43
cas como complemento ao trabalho educacional de base, e vCBn colhendo
cada vez mais resultados na re ab ilita d a de c ria n d s com autismo - prin­
cipalmente as que co m edram cedo o tratamento -, atravQ do empenho
na formaIHH) de seus tQ nicos, no envolvimento dos pais e na construlHH)
de uma atitude de trabalho positiva.

A seguir, descrevemos resumidamente algumas delas, apenas para dar


uma idCte a pais e profissionais.

FC *- Comunica® Facilitada
A Comunica QH) Facilitada foi um meio facilitador da comunicaQH> desen­
volvido em Melbourne, AustrCDa, inicialmente para pessoas portadoras
de paralisia cerebral, e mais tarde adotado tam bQn para pessoas com
autismo.

Podemos resumi-la ao uso de um teclado de mlIS|uina de escrever ou


computador, no qual uma pessoa que tem autismo transmite seus pensa­
mentos com a ajuda do facilitador, que lhe oferece o necessQio suporte
f'sico.

Inicialmente, era a realizaCQ do sonho de muitos pais e profissionais, que


acreditavam que cria n d s com autismo pensavam muito mais do que con­
seguiam transmitir por meios convencionais, e, com este novo recurso,
passariam a manifestar o real conteQHo de seus pensamentos.

Mais tarde co m e d u -se a questionar seriamente se a o p in iQ emitida era a


do assistido ou a do facilitador, principalmente pela co n stQ cia de graves
d e n Q cia s feitas por pessoas com autismo atravQ deste meio, cuja vera­
cidade, na grande maioria dos casos, era de impossVel constata QH).

Em 1995, o maior jornal da AssociaCQ Americana de Psicologia, The

44
* Facilitated Com m unication
American Psychologist, na pllgina 750 do nlünero 50, publicou um artigo
de John Jacobson de t'tulo H istU ia da Com unicaQ S Facilitada: C iQ cia,
P seu d o cO cia e AnticiQ cia. Neste artigo, Jacobson menciona pesqui­
sas sDlias e conclusivas que provaram que n Q s D a s pessoas que tQn
autismo n Q tCEn capacidade para expressar tudo aquilo que se supunha
que expressavam atravQ da FC, como ta m b Q i os facilitadores, ainda
que inconscientemente, influenciavam o conteQHo da mensagem comu­
nicada.

0 computador
O uso do computador como apoio a c ria n d s portadoras de autismo □
relativamente recente em com paraQB Q outras intervenQHs citadas.
Existem poucas informaQHS dispon'veis, mesmo na internet, sobre a uti­
liza IHH) do computador como apoio ao desenvolvimento destas cria n d s.

Algumas c ria n d s ignoram o computador, enquanto outras se fixam em


determinadas imagens ou sons, sendo muitas vezes dif'cil decifrar o que
tanto as atrai.

A AMA de S Q Paulo desenvolveu uma tQ n ica que teve resultados muito


interessantes. Consiste na utilizaCQ do computador como apoio ao
aprendizado da escrita em c ria n d s que j D haviam adquirido a leitura
e, por dificuldades na coordena QH) motora fina ou por desinteresse,
nQ> conseguiam adquirir a escrita atravQ dos rnUodos tradicionais de
ensino.

O programa utilizado n Q era nenhum programa especialmente desen­


volvido para isto, mas sim um programa de desenho comum, como o
CBaint B rushpou CBaintD

45
A sistem Uica, muito simples, apresentou resultados positivos compro­
vados em pelo menos tr Q c ria n d s que apresentavam uma resistQ cia
muito grande ao aprendizado da escrita, e com as quais haviam sido
tentadas diversas tQ n icas de ensino, sem sucesso durante pelo menos
um ano.

Inicia-se com tra d s simples e sessGfes muito curtas, com apoio sempre
que necessUio. O trabalho vai evoluindo em tempo e complexidade □
medida em que a c ria n d vai conseguindo movimentar o mouse da forma
esperada e sem apoio. Depois de algum tempo Dintroduzido o quadro
negro, e depois o ICfbis e papel.

□ m uito importante limitar o e s p a d dispon'vel para desenho ou escrita.


No in'cio esse e s p a d Dmaior, e vai diminuindo Dm edida em que a cri-
a n d vai desenvolvendo a habilidade.

AIT * - Integra® Auditiva


A IntegraIHH) Auditiva foi desenvolvida inicialmente nos anos sessenta
pelo otorrinolaringologista francQ Guy Berard.

A idCte inicial Dque algumas das caracter'sticas do autismo seriam resul­


tado de uma disfunlUH) sensorial e poderiam envolver uma sensibilidade
anormal a determinadas freqCOicias de som.

Na AIT a c ria n d ou adulto ouve m Q ica atravQ de fones de ouvido, com


algumas freqlIQ cias de som eliminadas atravQ de filtros, durante dois
per'odos de meia hora por noite, durante dez dias.

Segundo Berard este tratamento ajudaria a pessoa a adaptar-se a sons


intensos.

H Dm uitos depoimentos de sucesso da AIT prestado por pais, mas um


46
* Auditory Integration Training
nDlnero ainda maior de pais diz nQ> ter obtido nada deste tratamento.

Um dos problemas para se avaliar o quanto a A U pode ajudar uma cri-


a n d com autismo D que raramente essa tQtnica Da CSiica interferQcia
a que a crian Q Dexposta. Em geral, ela Daplicada acompanhada de
outros tratamentos ou terapias, o que tem dificultado um estudo mais
apurado sobre AIT, fazendo-se considerar a necessidade de estudos mais
aprofundados.

Atualmente, existem algumas linhas de pesquisa sendo desenvolvidas


nesta Dlea.

Alguns autores acreditam na eficQtia da AIT, embora outros nQ> a con­


siderem melhor que a aplicaC® de um programa estruturado de m Q icas
nQ> alteradas, abrangendo uma grande escala e variedade de fre q im -
cias.

SI* - Integra® Sensorial


A IntegraIHH) Sensorial pode ser considerada como uma intervenlUH)
semelhante DlntegralHH) Auditiva, mas com atuaC® em outra Qea.

Nos Estados Unidos Dm uito aplicada por terapeutas ocupacionais e por


fonoaudidbgos, embora outros terapeutas tambCBn a apliquem.

Muito resumidamente, D um a tQtnica que visa integrar as in form ad as


que chegam ao corpo da crianQ , atravQ de brincadeiras que envolvem
movimentos, equil'brio e sensaDIãs tCfleis - s Q utilizados toques, mas­
sagens, vibradores e alguns equipamentos como b alan B s, gangorras,
trampolins, escorregadores, tCSieis, cadeiras que giram, bolas terapQliti-
cas grandes, brinquedos, argila e outros.

O terapeuta trabalha no sentido de ensinar D crian Q , atravQ de brinca­


47
* Sensitory Integration
deiras, a compreender e organizar as sensaQãs.

Movimentos Sherborne - "Relation PlayO


Este D um método que vem sendo aplicado em alguns pa'ses, princi­
palmente na Europa, tanto por fisioterapeutas como por professores de
educaCQ f'sica. Este método foi idealizado por Veronica Sherborne, uma
professora de educaCQ f'sica nascida na Inglaterra que acreditava que
esta tQnica poderia beneficiar qualquer tipo de crianQ, inclusive crianQs
com problemas de desenvolvimento.

Verônica Sherborne tomou como base o trabalho do danQrino e coreQ


grafo húngaro Rudolf Laban, que acreditava que a utilizaC® do movimen­
to Duma ferramenta para todas as atividades humanas e que éHatravéã
do movimento que o ser humano relaciona o seu eu interno com o mundo
que o cerca.

O método visa desenvolver o auto-conhecimento da crianQ atravéã da


consciência de seu corpo e do espaCo que a cerca, pelo ensino do movi­
mento consciente.

Nem todas as crianQ s alcanQm estes objetivos, mas podemos dizer,


como fruto de nossa própria experiência, que a utilizaC© desta tQnica
possibilita uma interaC© muito agradável entre os pais e familiares com
as crianQ s que têm autismo, o que nem sempre éUmuito fQ il de se con­
seguir, e faz desta tQnica um valioso recurso.

48
VI. DIETAS
ALIMENTARES USUAIS

ecentemente vêm sendo desen­


R volvidas pesquisas sobre a alergia
e sensibilidade a determinados alimen­
tos em crianças com autismo e pos­
síveis benefícios que poderiam ser obti­
dos atravQ de algum tipo de dieta.

A idéia de tratar um filho que tem


autismo apenas e simplesmente com uma dieta tem sido tentadora para
muitos pais, mas, em realidade, quase nunca a dieta em si se constitui
em tratamento, e o p re S que se paga por fazer uma dieta Dbem maior
do que se pensava inicialmente.

49
A seguir, comentamos algumas das dietas mais conhecidas, com a ressal­
va de que a maioria delas n Q D fQ il. As c ria n d s portadoras de autismo
muito freqDfentemente apresentam dificuldades de alimentam®, muitas
vezes graves, e os efeitos de dietas nessas c ria n d s ainda n Q s Q bem
conhecidos.

Indica-se o aconselhamento e o acompanhamento profissional para p Q


em prQica qualquer uma destas dietas.

Recomenda-se tam bQn que, como em qualquer nova tentativa, sejam


mantidos registros de evoluCQ para poder fazer uma aval ia Q B clara dos
efeitos da dieta.

Dieta livre de glEten e case'na


A partir de estudos iniciados na d Q ada de 80, alguns pesquisadores
indicaram a existQ cia de uma poss'vel correia Q S entre alguns compor­
tamentos caracter'sticos de pessoas com autismo e a p re sen d de g O e n
e case'na na alim entaQS.

A case'na Duma prote'na do leite e derivados. O g O e n Duma su bstQ cia


encontrada no trigo, cevada, centeio, aveia e derivados.

N Q D f Q il compor uma dieta livre de g O e n e case'na, porque nem


sempre DpossVel a identificaCQ de sua p re sen d em determinados ali­
mentos.

Atualmente, grande parte dos produtos aliment'cios traz em seu rQuIo


a identificaCQ da p re sen d ou n Q de g O e n , mas tam bOn acontece de
haver utilizaCQ de farinhas (que contQn g O e n ) em produtos que n Q
informam isto no rQuIo, como rem Q ios, vitaminas ou temperos.

Para eliminar a case'na da dieta devem ser retirados o leite e seus deriva­
50
dos, como sorvetes, iogurtes, queijos e etc.

Para retirar o g O e n , a p rH c a mais comum Da utilizaQH> de farinhas de


milho ou arroz.

Este tipo de dieta nQ> pode ser feito sem o acompanhamento de um


especialista, pois requer algumas medidas como encontrar um alimento
que substitua o cdfcio que estDdeixando de ser ingerido ao retirar-se o
leite da dieta.

Dieta de Feingold
O Dr. Benjamin Feingold, pediatra e alergologista, D o autor do livro CBor
que seu filho Dhiperativo? Q publicado em 1974, no qual ele sugere que
a hiperatividade pode ser causada por corantes, conservantes e aditivos
artificiais presentes em muitos alimentos.

AlCEn disso, ele acredita que comidas que possam conter Halicilatos
naturaisQDodem tam bQn causar efeitos indesejados ElsaQHe em deter­
minadas pessoas. ContUn esta substUicia algumas frutas comuns como
maQQ cereja e uva e outros alimentos ou temperos como cafQ cravo e
pCpirica.

A AssociaIHH) Feingold sugere que todos os Halicilatos Dsejam retirados


de uma vez e depois que sejam introduzidos e testados um a um para
determinar se acontece alguma realHH).

Algumas pessoas preferem eliminar da alimenta QH) todos os produtos sin-


tfflcos e deixar para pensar mais tarde sobre a retirada dos Halicilatos□

51
Outras dietas

Podem ainda ser mencionadas a dieta quetogêfliica e a dieta rotativa. A


dieta quetogêflicia, desenvolvida por alguns médicos no Hospital John
Hopkins em Nova York para indiv'duos que sofrem convulséãs, Duma
dieta rica em gorduras e pobre em prote'nas e carboidratos. Ainda não
são conhecidos estudos conclusivos sobre os efeitos desta dieta.

A dieta rotativa consiste na variaC© de alimentos. Alguns dizem que essa


variaCio deve ser de forma espec'fica de preferência a cada quatro dias.
Outros preferem retirar do cardápio, doisa tréã dias por semana, alimen­
tos como arroz ou batatas.

Muito resumidamente, esta dieta tem como base a idéia de que um ali­
mento que □ ingerido diariamente desenvolve um efeito prejudicial ao
organismo.

52
VII. COISAS PARA FAZER E
COISAS PARA EVITAR

Freqüènte locais públicos com seu filho

e seu filho for pequeno, ddprefe-


S rúflcia a parques públicos onde ele
possa brincar em atividades necessárias
para qualquer crianQ - e principalmente
para ele -, como escorregar, balanQr-
se, pendurar-se etc.

Se ele for maior, faúã caminhadas em


parques, serdm uito bom tanto para vocDquanto para ele.

□ importante freqQ ntar locais públicos com seu filho, mesmo porque
algumas vezes isto úJnevitúVel.

53
Se v o cD tiver oportunidade de organizar-se neste sentido, depois de
algum tempo vai perceber que realmente valeu a pena.

Antes de fazer com seu filho alguma atividade programada por vocD em
local pdblico, esteja certo de que conseguirDm anter a situaQH> sob con­
trole, de forma que, caso ocorram imprevistos, v o cQ possam facilmente
se retirar.

Evite tentar controlar a situad® por meio de refrigerantes, saquinhos de


pipoca ou salgadinhos, pois ele irDfacilmente associar que sair de casa □
sinQiiimo de comida. Se vocD quiser dar a ele algum tipo de re fo rB ali­
mentar, DpreferVel fazQlo, desde o co m e B , ao chegar de volta em casa.

Trabalhe pela indepencOcia de seu filho


• Incentive seu filho a se vestir sozinho. Uma tQtnica muito utilizada □
co m eQ r deixando apenas a Ultimo passo para ele. Se estiver ensinando
a vestir uma camiseta, coloque tudo e deixe apenas que ele puxe para
passar a c a b e d ; se for uma ca lQ , coloque as pernas e deixe que ele a
puxe atD a cintura. Assim ele entenderDque a aQEb era vestir a p eQ . V D
retrocedendo em pequenos passos atD que ele execute a a 0 0 de forma
inteiramente independente.

• Incentive-o tambCBn, da mesma forma, a se servir, comer, beber e


assim por diante.
Ao fazer isto, fique calma e elogie tranqüilamente cada pequeno av an B .
N Q fale mais que o necessUio e evite irritar-se com pequenos retroces­
sos. Pense que neste momento v o cD D m a is que um pai ou uma m lü.
V o cD D u m pai ou uma m a que estDcum prindo um papel muito impor­
tante para seu filho.

54
EstabeleEã rotinas que facilitem
a organiza HOi de seu filho.
A crian Q que tem autismo tem uma tendQ cia muito grande a se fixar em
rotinas. VocQDode utilizar isso em favor da tranqüilidade dela mesma. Por
exemplo, para organizar uma boa noite de sono, em horU ios prQfixados,
d D o jantar, o banho, vista o pijama, coloque-a na cama e abaixe a luz. A
ordem pode ser esta ou alguma um pouco diferente, de acordo com sua
preferQ cia.

Nada melhor para enfrentar um dia duro de trabalho que uma boa noite
de sono. E uma rotina para encerrar o dia funciona bem para a maioria
das pessoas.

Mas tente fazer disto uma forma natural de encerrar o dia de seu filho, e
nQ> um ponto de atrito entre membros da fam'lia.

Ensine seu filho a quebrar rotinas


• FaQ pequenas m u d a n d s na vida d O ia , no c o m e B de preferUi-
cia uma de cada vez. Mude o lugar de seu filho Dm esa, tente variar a
comida e colocar a TV em um canal que nQ> seja o preferido dele, mude
o caminho de ir Descola. As rotinas nQ> sQ> im utQ eis, e Dm elhor que
seu filho aprenda isto desde cedo.

VocD pode achar paradoxal, mas ao mesmo tempo em que a rotina □


importante Dimportante tambCEn aprender a aceitar m u dan ds.

Mas acima de tudo evite enfrentar isto tudo como se estivesse indo para
a guerra. Aprender a ser m B de um filho que tem autismo leva tempo, □
melhor que vocD aceite isto de maneira relaxada.

55
56
Anexo I: DSM-IV

Fonte: AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION. DSM-IV - Manual diagnóstico


e estat'stico de transtornos mentais. 4. ed. Porto Alegre, Artes Médicas,
1995.

Frente Q dificuldades encontradas na identificaΉ dos casos de


autismo, a AssociaCOâ Americana de Psiquiatria publicou no seu Manual
de Diagnóstico e Estat'stico os critérios recomendados para este diag­
nóstico.

Importante: as informaEMs a seguir servem apenas como referência. Um


diagnóstico exato D o primeiro passo importante em qualquer situaEM;
tal diagnóstico pode ser feito apenas por um profissional qualificado que
esteja a par da histülia do indiv'duo.

Um total de seis (ou mais) itens de (1), (2) e (3), com


pelo menos dois de (1), um de (2) e um de (3)

(1) prejuízo qualitativo na interação social, mani­


festado por pelo menos dois dos seguintes aspectos:

(a) preju'zo acentuado no uso de múDtiplos compor­


tamentos nQ-verbais, tais como contato visual direto,expressQ facial,

57
posturas corporais e gestos para regular a interaQHi social

(b) fracasso em desenvolver relacionamentos com


seus pares apropriados ao n'vel de desenvolvimento

(c) falta de tentativa espontUiea de compartilhar


prazer, interesses ou realiza QSfes com outras pessoas (por exemplo, nQ>
mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse)

(d) falta de reciprocidade social ou emocional

(2) preju'zos qualitativos na comunicaDIò, manifesta­


dos por pelo menos um dos seguintes aspectos:

(a) atraso ou au sQ cia total de desenvolvimento da


linguagem falada (nQ> acompanhado por uma tentativa de compensar
atravQ de modos alternativos de comunica QB), tais como gestos ou
m'mica)

(b) em indiv'duos com fala adequada, acentuado


preju'zo na capacidade de iniciar ou manter uma conversai!®

(c) uso estereotipado e repetitivo da linguagem ou


linguagem idiossincrQlica

(d) falta de jogos ou brincadeiras de imitai!® social


variados e espontQ eos, apropriados ao n'vel de desenvolvimento

(3) padrüès restritos e repetitivos de comportamento,


interesses e atividades, manifestados por pelo menos um dos
seguintes aspectos:

(a) preocu pada insistente com um ou mais padrGfes


estereotipados e restritos de interesse, anormais em intensidade ou foco
58
(b) a d e s Q aparentemente inflexVel a rotinas ou
rituais espec'ficos e nQ-funcionais

(c) maneirismos motores estereotipados e repetiti­


vos (por exemplo, agitar ou torcer m Q s ou dedos, ou movimentos com ­
plexos de todo o corpo)

(d) preocupaQB) persistente com partes de objetos

Atrasos ou funcionamento anormal em pelo menos


uma das seguintes Eleas, com in'cio antes dos 3 anos
de idade:
(1) interalinS) social,

(2) linguagem para fins de com unica□!> social, ou

(3) jogos imaginativos ou simbCDcos.

A perturba CD) nQ> Dmelhor explicada por Transtorno


de Rett ou Transtorno Desintegrativo da InfCticia.

59
Anexo II: CID-10

DIRETRIZES DIAGNOSTICAS PARA AUTISMO INFANTIL (F84.0)


(CID-10)
Fonte: ORGANIZAEED MUNDIAL DE SAEDE - Classifica uLb dos transtornos
mentais e de comportamento da CID-10: descriULès cl'nicas e diretriz­
es diagnESticas. Porto Alegre, Artes MEdicas, 1993.

(WHO, 1992)
(WHO - World Health Organization / Organiza OH) Mundial de SaQHe)

Transtorno invasivo do desenvolvimento definido pela p re sen d de


desenvolvimento anormal e/ou comprometido em todas as trQ Dleas
de interaQH) social, comunicaQH> e comportamento restrito e repetitivo.
Manifesta-se antes dos trQ anos de idade e ocorre trQ a quatro vezes
mais em meninos.

a) Comprometimentos qualitativos na interalHEò social rec'pro-

Aprecia QH> inadequada de indicadores sQtio-emocionais, como


demonstrada por uma falta de respostas para as em oQHs de outras
pessoas e/ou falta de modulaQB) do comportamento de acordo com o
contexto social;

Uso insatisfatUio de sinais sociais, emocionais e de comunicaQH)


e, especialmente, uma falta de reciprocidade sQio-em ocional;

60
b) Comprometimentos qualitativos na comunicaIHEb:

Falta de uso social de quaisquer habilidades de linguagem que


estejam presentes;

Comprometimentos em brincadeiras de faz-de-conta e jogos soci­


ais de imitalHH);

Pouca sincronia e falta de reciprocidade no intercUnbio de con­


versa QH>;

Pouca flexibilidade na expressQ da linguagem e uma relativa


ausUicia de criatividade e fantasia nos processos de pensamento;

Falta de resposta emocional Q iniciativas verbais e nQ -verbais de


outras pessoas;

Uso comprometido de v a ria d ã s na cadUicia ou Qhfase para refle­


tir modulalHH) comunicativa e uma falta similar de gestos concomitantes
para dar Qhfase ou ajuda na significa[ffi]> na comunicaC® falada.

c) Padrüès de comportamento, interesses e atividades restritos,


repetitivos e estereotipados:

TendQhcia a impor rigidez e rotina a uma ampla sQ ie de aspec­


tos do funcionamento d O io , usualmente isto se aplica tanto a atividades
novas quanto a hübitos familiares e a padrGfes de brincadeiras;

Particularmente na primeira infQhcia, pode haver vincula Q S espe-


c'fica a objetos incomuns, tipicamente nQ-m acios;

Pode insistir na realizaQ S de rotinas particulares e rituais de


carU er nQ-funcional;

Pode haver preocupaQHS estereotipadas com interesses tais


como datas, itinerQios, ou horQios;

61
F re q Q n temente hDestereotipias motoras; um interesse espe-
c'fico em elementos nQ-funcionais de objetos (tais como o cheiro e o
tato);

□ comum e pode haver resistUicia □ m u d a n Q na rotina e em


detalhes do meio ambiente pessoal (tais como as movimentaQHS de
ornamentos ou rnOteis da casa).

AlCBn dos aspectos diagnQ ticos espec'ficos descritos acima, □freqDfente


a crianQ com autismo mostrar uma sQ ie de problemas nQ-espec'ficos,
tais como:

Medo /fobias, perturbaQHS de sono e alim entaQS e alimenta QS,


ataques de birra e agressQ ;

A a u to le sQ (p. ex. morder o punho), Dbastante comum, espe­


cialmente quando hDretardo mental grave associado;

A maioria dos indiv'duos com autismo carece de espontaneidade,


iniciativa e criatividade na organizaQH> de seu tempo de lazer e tem
dificuldade em aplicar conceitualizaDHs em decisGfes de trabalho (mesmo
quando as tarefas em si e s tQ Daltura de sua capacidade)

A manifesta QH) espec'fica dos dOicits caracter'sticos do autismo muda □


medida que as c ria n d s crescem, mas os d d c it s continuam atravQ da
vida adulta com um padrQb amplamente similar de problemas de social­
iza QH), comunica QH) e p ad rQ s de interesse.

Todos os n'veis de QI podem ocorrer em associa QH) com o autismo, mas


hDum retardo mental significativo em cerca de trCã quartos dos casos.

62
Anexo III: CHAT

O CHAT DCHECKLIST FOR AUTISM IN TODDLERS

(QuestionQio para VerificaIHE) de Autismo em Crian Q s Pequenas) Dum


instrumento de triagem que identifica o risco de transtornos na interaC®
social e comunica IHH) em crian Q s com dezoito meses de idade.

COMO FOI CONSTRUêDO?

Em 1996, Baron-Cohen e cols. - um grupo de pesquisadores do Depto de


Psicologia Experimental da Universidade de Cambridge - publicaram um
artigo no British Journal of Psychiatry intitulado CBIarcadores psicolQjicos
na detecC® do autismo na in fQ cia em uma ampla populaUnspcom os
resultados de uma pesquisa visando identificar fatores de risco-chave
para o autismo numa populaC® aleatUia de 16.000 crian Q s aos dezoito
meses de idade e avaliar a eficQtia de tais fatores na discrim inaQS entre
crian Q s com o diagnQ tico de autismo e com outras formas de atraso
no desenvolvimento. A partir de estudos prQHos foram levantadas duas
hipQleses: a) crian Q s que fossem mal sucedidas em trQ itens espec'fi-
cos1 (Qpontar protodeclarativoÇUUSionitorizalinS) do olharD e [Brincar de
faz de conta[J estariam em risco de receber o diagnQ tico de autismo e
b) crian Q s que fossem mal sucedidas em um ou dois destes itens-chave
(tanto brincar de faz de conta, quanto apontar protodeclarativo e brincar
63
de faz de conta) estariam em risco de retardo no desenvolvimento, porQn
sem autismo. Os resultados deste estudo foram: a) quanto □ primeira
hipQlese: 12 crianQ s do total da populaC® foram mal sucedidas nos trQ
itens-chave, 10 delas receberam o diagnQ tico de autismo e as 2 restan­
tes nQ> se desenvolviam normalmente, indicando uma taxa de 16,6% de
falso-positivo. Estas 10 crian Q s foram reavaliadas aos trQ anos e meio e
o diagnQ tico se manteve, indicando a ausQicia de falso-positivo nos casos
de autismo; b) quanto Dsegunda hipQlese: das 22 crian Q s que foram mal
sucedidas, tanto no apontar protodeclarativo e/ou brincar de faz de conta,
nenhuma recebeu o diagnQ tico de autismo, mas 15 (68,2%) receberam
o diagnQ tico de atraso na linguagem. Conclu'ram assim que crian Q s que
sQ> mal sucedidas nos trQ itens-chave tQn 83,3% de risco de autismo
e este padrQ) Dum indicador de risco espec'fico para o autismo quando
comparado a outras formas de transtornos do desenvolvimento.
A partir deste estudo, parte de uma sQlie de estudos anteriores, eles
constru'ram o CHAT.

PERGUNTAS MAIS FREQUENTES:

1. O que D o CHAT?

□ um pequeno questionQio que Dpreenchido pelos pais e o pediatra ou


agente de saQUe quando a crianQ estD com 18 meses de idade. Seu
objetivo Didentificar crian Q s em risco de transtornos na interaC® social
e comunicaQH).

2. Como o CHAT Daplicado?

O CHAT Dconsiste de duas partes: a primeira tem nove itens com pergun­
tas para os pais, e a segunda tem cinco itens com observaQSfes, feitas pelo
pediatra ou agente prim Qio de saQUe2. Os itens chave/principais buscam
identificar comportamentos que, se ausentes aos 18 meses, colocam uma

64
crian Q em risco de um transtorno da interaC® social e com unicada.
Estes comportamentos s Q : (a) atenC® compartilhada3, incluindo apon­
tar para mostrar e m onitoraQS do olhar4 (ex. olhar para onde o pai estD
apontando) e (b) brincar de faz de conta (ex. fazer de conta que estD
vertendo chD de um bule).

3. Como o CHAT Dpontuado?

A CHAT Dm uito fQ il de pontuar, existem 5 itens chave ou cr'ticos: A5


(brincar de faz de conta), A7 (apontar protodeclarativo), Bii (fazer de
conta) e Biv (fazer com que a crian Q aponte). Se a crianQ for mal
sucedida nos itens A7 e Biv ela tem um risco mediano de desenvolver
autismo.

4. O que acontece se a crian Q O n a l sucedida no CHAT?

Para qualquer crian Q que for mal sucedida, o CHAT deve ser reaplicado
dentro de cerca de um m Q . Tal como qualquer instrumento de triagem,
Drecom endQel uma segunda aplicaQ S do CHAT, de forma que seja dada
chance para que as crianQ s que estiverem somente levemente atrasadas
consigam e tam bOn para concentrar os esforQ s nas crian Q s que e s tQ
sendo mal sucedidas de forma consistente. Qualquer crian Q que seja mal
sucedida deve ser encaminhada a um cl'nico especialista para diagnQtico,
uma vez que o CHAT nQ> Dum instrumento diagnQtico.

5. O que acontece se a crian Q Dbem sucedida no CHAT?

Se a crianQ Dbem sucedida na primeira aplicaQ2> no CHAT, nenhuma


outra medida D necessU ia. Entretanto, passar no CHAT n Q garante que
a crianQ n Q venha a desenvolver nenhum problema de interalHH) social
e comunicaIHH), e se os pais estiverem preocupados devem procurar ori­
enta mH).

6. Quais sQb as vantagens do CHAT?

65
Devido ao fato de nQ> existir uma causa mQHica CSiica dos transtornos de
interalHH) social e comunica OH), Dm uito im provQel que venha a existir
um teste mQHico eficaz no futuro prQ im o. Qualquer que seja a causa
destes problemas, as caracter'sticas comportamentais foram identificadas
e Dnelas que o CHAT Dbaseado. AlCEn disso, o CHAT Dbarato, rCp)ido e
fQtil de aplicar. Atualmente, Dm uito dif'cil que o autismo seja detectado
antes dos trQ anos de idade, e para os outros transtornos de interaQB
social e comunica[ffi]>, a idade de detect® pode ser ainda mais tardia.
Entretanto, o CHAT Daplicado quando a crianQ tem 18 meses de idade.
Quanto mais cedo for feito o diagnQtico, mais cedo podem ser imple­
mentados os mCflodos de intervene® precoce e o estresse da fam'lia ser
reduzido.

7. Onde pode-se obter mais informaQSfes?

Se v ocD tem perguntas sobre o CHAT, por favor visite o site da NAS,
AssocialinS) de autismo do Reino Unido: http://www.nas.org.uk/nas/jsp/
polopoly.jsp?d=128&a=2226

Notas:
1 Os comportamentos-chave do CHAT para determinar os indicadores de risco
sdb: 1. apontar protodeclarativo (Eprotodeclarative pointingtj; no apontar proto-
declarativo, o foco da cria n Q vai direto para o olhar do adulto com a in te n d a
de compartilhar com ele a in fo rm a d a que acabou de descobrir, o que n O D o
mesmo que pedir ou perguntar; 2. m o n ito ra d a do olhar (tgaze monitoringQt
neste item, o que Dlevado em conta Dse a cria n Q olha o objeto que Dapontado;
n O se simplesmente acompanha o dedo ou a mdb, mas sim se olha para o que o
tdtnico lhe indica/aponta e 3. o brincar de fazer de conta ([pretend playtj; brinca­
deiras onde se espera observar que a cria n Q atribua propriedades im agindiias a
algo ou a alguDn. Neste caso, o que se pretende observar D se a crian Q atribui
a fu n d a apropriada D brincadeira. Inicialmente se espera que a crian Q ndb o
consiga espontaneamente sem ajuda, mas se esta ndb responde, tenta-se que
ela o fa Q por im ita d a . Segundo a experidiicia da pesquisa feita na Inglaterra; a
crian Q com autismo ndb conseguiria brincar simbolicamente, mesmo que fosse
estimulada com a im ita d a (Fonte: Sol's, C. G. O.; Weber, M. L, 2004).
D e fin id a para E h o n ito ra d a do olhardl Refere-se □ habilidade da cria n Q em
seguir a d ir e d a do olhar ou a tendUicia em alternar o olhar entre a pessoa e o

66
objeto de interesse como, por exemplo, um brinquedo que precisa ser acionado,
mecanicamente (Bosa, C., 2002).
2 No Reino Unido, pa's de origem dos autores, existe dois tipos de profissionais:
os chamados [ 3 P D (general practicioner), e o agente domiciliar de saDUe, que
acompanham rotineiramente o desenvolvimento das crian Q s. Neste pa's D d e
praxe, dentre outras, uma avalia UH) (check up) do desenvolvimento das cria n Q s
aos dezoito meses de idade.
3 A habilidade de atenCHâ compartilhada tem sido definida como os com porta­
mentos infantis os quais revestem-se de prop Q ito declarativo, na medida em
que envolvem vo ca liza d a s, gestos e contato ocular para dividir a e x p e rid c ia em
rela UH) Q propriedades dos objetos/eventos a seu redor (Mundy e Sigman, apud
Bosa, 2002).
4 Refere-se Dhabilidade da crian Q em seguir a d ire DE) do olhar ou a te n d d c ia
em alternar o olhar entre a pessoa e o objeto de interesse como, por exemplo, um
brinquedo que precisa ser acionado, mecanicamente (Bosa, C., 2002).
5 Jogo com cria n Q s pequenas onde alguDn cobre/esconde o rosto e quando o
descobre diz Q ch o u lD
6 # indica as q u e stQ s cr'ticas.
7 Para o Brasil, pode ser oportuno usar a palavra cafD ao in v Q de ch D

67
C H E C K L IS T F O R A U T IS M IN T O D D L E R S
(C H A T )

Fonte: Fonte: http://www.nas.org.uk/profess/chat.html

ProntuUio N Q _______________ D a ta ____ /____ /_______

Nome da c r ia n Q : _______________________________________________

Data de nascim ento:___/___ /____ Idade_______ meses

Pessoas (s) entrevistadas (s):

[ ] MCE [ ] PAI [ JA M B O S O U T R O S ___________________

PARTE A: PERGUNTE AOS PAIS:

1. Seu filho gosta de ser balanddo, de sentar em seu joelho e pular,


etc? [ ] SIM / [ ] NDD

2. Seu filho se interessa por outras cria n d s? [ ] SIM / [ ] NCD

3. Seu filho gosta de escalar objetos, tal como subir escadas?


[ ] SIM / [ ] NDD

4. Seu filho gosta de brincar de esconde-esconde, de esconder o rosto e


achar? [ ] SIM / [ ] NCD

5. Seu filho alguma vez brinca de [fiz de co n ta P p o r exemplo, fazer de


conta que estDfazendo uma x'cara de chDusando uma x'cara ou bule
de brinquedo ou brincar fazendo de conta com outros brinquedos ou
objetos? [ ] SIM / [ ] NCD

6. Seu filho alguma vez usou o dedo indicador para apontar ou PEDIR

68
alguma coisa? [ ] SIM / N C D

7. Seu filho alguma vez usou o dedo indicador para apontar, indicando
interesse por alguma coisa? [ ] SIM / [ ] NCD

8. Seu filho consegue brincar adequadamente com brinquedos pequenos


(ex. carrinhos ou blocos para em pilhar/montar) sem se limitar somente
a levQlos Dboca, m a n ip u O o s sem uma utilidade evidente ou jo g d lo s/
derrubdlos? [ ] SIM / [ ] NCD

9. Seu filho alguma vez levou objetos a tD v o c D (p a i/m B ) para te


MOSTRAR alguma coisa? [ ] SIM / [ ] NCD

PARTE B: OBSERVACCD DO AGENTE PRIMç RIO DE SACDE


(pediatra ou outro)

i. Durante o encontro a c ria n d estabeleceu contato ocular com v o c Q


[ ] SIM / [ ] NCD

ii. * Obtenha a atenC® da c ria n d , e n tQ aponte para algum objeto


interessante da sala e diga: KDlha! Um... (nome do brinquedo ODOlhe
para o rosto da c ria n d . Ela olhou em volta para ver o que vocdestava
apontando? [ ] SIM / [ ] NCD*

iii. Obtenha a atenQH) da c ria n d , depois d d a ela uma miniatura de


uma x'cara de brinquedo ou bule e diga: QZocDpode fazer uma x'cara
de chDpara m im ?D A c ria n d fez de conta que servia, bebia, etc?
[ ] SIM / [ ] NCD**

iv. Diga para a c ria n d : KDnde e s td a luz?Cbu ffllostre-me a lu zD A cri­


a n d APONTA para a luz usando seu dedo indicador?
[ ] SIM / [ ] NCD***

v. A c ria n d consegue construir uma torre com blocos? (Se positivo com

69
quantos blocos?) (nDlnero de blocos )■
[ ] SIM / [ ] NDD

* (Para pontuar SIM neste item, tenha certeza que a cria n Q n Q olhou sim ples­
mente para a sua m Q , mas olhou realmente para o objeto que vocD estD apon -
tando).

** (Se vocD conseguir realizar um outro exemplo da Cfez-de-contaCtom algum


outro jogo, pontue SIM neste item).

*** (Se a crian Q n Q entende a palavra luz, repita o mesmo tipo de instruCM
usando a frase: KDnde e stD o ursinho?IIbu algum outro objeto que n Q esteja
□ m Q , Para pontuar SIM neste item, a crian Q tem que ter olhado para o seu
rosto mais ou menos no momento em que vocDapontou).

R E F E R E N C IA S B IB L IO G R ç F IC A S :

BOSA, C. Joint attention and early identification of autism. Psicologia.


ReflexQl) e Cr'tica, v.15, n. 1, p.77-88, 2002.

SOLêS, C. G. O.; WEBER, M. L. P re v e n c O y D e te c c O Precoz de


Trastornos Aut'sticos en la primera infancia. Monografia dispon'vel na
Internet: http://www.monografias.com/trabajosl3/primecom/primecom.
shtml [4 ago. 2004].

CHAT. NAS DThe National Autistic Society. Site dispon'vel na Internet:


http://www.nas.org.uk/nas/jsp/polopoly.jsp?d=128&a=2226 [6 ago.
2002] ou: The National Autistic Society 393 City Road, London, EC1V
1NG, United Kingdom.

Tel: +44(0) 20 7833 2299, Fax: +44 (0) 20 7833 9666, Email: nas@nas.
org.uk. Informa O S fornecida por Sally Wheelwright, Departamento de
70
Psicologia Experimental, Downing Street, Cambridge, CB2 3EB, UK. Tel:
01223 333550, Fax: 01223 333564, Email: sjwl8@ herm es.cam .ac.uk

BARON-COHEN et al. Psychological markers in the detection of autism


in infancy in a large population. British Journal of Psychiatry, n. 168, p.
158-163, 1996.

Outros artigos:

BARON-COHEN et al. Can autism be detected at 18 months? : the


needle, the haystack and the CHAT. British Journal of Psychiatry, 161, pp
839-843, 1992.

BARON-COHEN et al. Early identification of autism by the CHecklist for


Autism in Toddlers (CHAT). J R Soc Med., n. 93, n.10, p. 521-5, 2000.

71
Anexo IV: Autismo - os sintomas da doenEâ

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U SA AS P ÉiSSC fcS CO M O R E S IS T E M M 'JQ Ä N & S DE NAD S E M ISTU RA CCM
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A PRE S ENTA R ISO S E R ES ISTE AO C O N T A T O A C EN T U A D A


MOVIMENTOS NÄO
A P ROPR LÛ.DDS F iS C O HIPE R A T IV ID AD E FÍSICA

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A P R E S ENTA MOCO E
A S V E Z E S É A G RES SIV O E CO M PO R TA MENTO
cesTRUTr-io
IN C IF E R E H T E E AR RE C ü

72
Anexo V: CritQio diagnBtico da
S'ndrome de Asperger

D efinit® de Gillberg & Gillberg 1989, Gillberg 1991, baseado nas


d e sc rid a s originais de Asperger.

CritIZHo resumido:

I. DistUbio social - egocentricidade extrema

II. PadrQb limitado de interesses

III. Rotinas e rituais

IV. Peculiaridades de fala e linguagem

V. Problemas com com unica□!> nQ -verbal

VI. Falta de coordena[ffi]> motora (a pessoa Datrapalhada e desen-


gondda)

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CritOio detalhado:

I. ReduQH) marcante na interaQHi social rec'proca (pelo menos


duas das caracter'sticas abaixo):

a) N Q tem amigos, □inlUbil para interagir com colegas

b) Pouca preocupaIHH) em fazer amizades no c o m e B da vida

c) Dsocialm ente e emocionalmente inapropriado

d) Tem pouca empatia, a menos que lhe chamem a atenC® e digam


que ele deveria se preocupar com isso

II. Interesses restritos (pelo menos uma das caracter'sticas


abaixo):

a) E xclu sQ de outras atividades

b) P a d rQ repetitivo

c) Interesse mais m ecQ ico do que relacionado ao significado

III. ImposiC® de rotinas e interesses (pelo menos uma das caracter-


'sticas abaixo):

a) Impostas para ele mesmo

b) Impostas para os outros

IV. Problemas com a fala e com a linguagem (pelo menos trQ das
caracter'sticas abaixo):

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a) Desenvolvimento atrasado

b) Linguagem expressiva superficialmente perfeita

c) Pedante, formal

d) Estilo monOlono ou anormal

e) Com preensQ comprometida, apesar da Qlnguagem perfeitaD

V. Aspectos nQ-verbais:

a) Olhar anormal

b) Linguagem corporal esquisita

c) Uso limitado dos gestos

d) ExpressQb facial limitada

e) E x p re ssS s faciais inapropriadas

VI. Jeito H e s e n g o n d d o Q

Performance insatisfatUia em exame neurodesenvolvimental.

75
76
x Algumas Perguntas Comuns:
ES» Qual o m a ic o mais indicado para diagnos­
ticar uma crianCà com autismo?

Como o autismo □ diagnosticado atravQ do


comportamento, dimportante que o médico tenha
experiência anterior com crianças com autismo.

Um médico competente e honesto, sem conhecimento sobre autismo,


pode ajudar a família apontando comportamentos estranhos e indicando
um bom especialista.

O autismo tem cura?

A grande maioria dos estudiosos sobre autismo ainda afirma que o


autismo não tem cura.

Existe um grande número de casos de pessoas com autismo com um nível


de recuperação muito satisfatório, muitos deles tendo concluído um curso
superior ou se casado, mas mesmo nestes casos não se fala em cura, pois
muito embora algumas pessoas tenham conseguido um desenvolvimento
considerado excelente, as suas características de autismo permanecem
por toda a vida.

O autismo piora com o tempo?

O autismo não tem caráBer progressivo, mas o desenvolvimento do quadro


associado a fatores de idade e crescimento varia bastante. Algumas pes­
soas com autismo apresentam um aumento nos problemas de compor­
tamento principalmente ao entrar na adolescência; problemas anteriores
podem exacerbar-se agravados ainda pelo crescimento físico. HDrelatos
de aparecimento de crises epilépticas nesta fase.

77
A maioria dos estudiosos acredita que a pessoa com autismo, ao atingir
a idade adulta, tende a apresentar melhora no quadro geral de compor­
tamento.

Um aspecto bastante curioso D que as pessoas com autismo tendem a


parecer sempre mais jovens do que realmente s Q .

Meu filho nlZò fala. Quanto mais eu falar com ele mais depressa
ele vai aprender a falar?

Na verdade, n B . Uma c ria n d com autismo em geral tem uma compreen-


s Q bastante restrita da linguagem.

Se a c ria n d tem n'vel funcional baixo, deve aprender a se comunicar


de forma andbga D qu e um estrangeiro aprende uma nova l'ngua: em
pequenos passos, com referUicias concretas e muitas repetiQHs.

Se a c ria n d DecolQJca (repete palavras ou frases anteriormente ouvi­


das), quanto mais falarmos com ela, mais material de repetiC® estare­
mos fornecendo, e estaremos aumentando a defasagem entre linguagem
e comunica[ffi]>.

Ecolalia n Q DcomunicainH). N Q basta saber falar para se comunicar.

Em c ria n d s com autismo com inteligQ cia normal, o processo de aquisiQH)


da linguagem, de uma forma geral, precisa de muito apoio, pois, dife­
rentemente do que ocorre com c ria n d s normais, parece haver uma
grande desvincula QH> entre o uso das palavras e a com preensQ de seu
significado.

A tD q u e idade posso ainda ter esperanüã que meu filho venha


a falar?

Em autismo Dquase impossVel afirmar-se categoricamente alguma coisa,


pois sempre correremos um grande risco de errar. Contudo, hDcasos de
c ria n d s com autismo de alto n'vel de funcionamento que co m e d m a
78
falar as primeiras palavras perto dos quatro anos de idade e passam a
dominar a comunica CQ verbal em tempo relativamente curto. HDrelatos
de casos de c ria n d s que iniciaram o processo da fala aos sete anos de
idade, mas isto n Q Do usual, e alguns pais se agarram a estes casos de
aparecimento tardio da fala sempre na e sp e ran d de que os filhos ven­
ham a falar a qualquer momento.

Isto n Q Dbom, pois, quando os filhos n Q falam, os pais acabam se frus­


trando e desviando a atenQB) de intervenQHs importantes que poderiam
ser efetuadas.

O principal problema de c ria n d s de n'vel de funcionamento mais baixo,


em relaCQ Dcom unicaCQ, estD na falta da in ten d i) de se comunicar, e
n Q tanto na au sQ cia de linguagem verbal.

□ tambCBn bastante comum que c ria n d s com autismo, independent­


emente de seu n'vel de desenvolvimento, apresentando uma linguagem
verbal bastante fluente, n Q tenham uma com preensQ clara do mecanis­
mo de causa e efeito envolvido na comunica CQ, e n Q saibam, por exem­
plo, que se faz uma pergunta com o intuito de receber uma resposta ou
que quando temos problemas podemos pedir ajuda utilizando palavras.

Iniciar um processo de comunica CQ alternativa tem sido uma prQlica


cada vez mais comum, pois, ao contrCEio do que muitas pessoas pensa­
vam, a introduCQ de uma com unicaCQ alternativa, por exemplo o PECS,
tem ajudado o desenvolvimento da linguagem verbal, nos casos em que
isto DpossVel, contribuindo na organizaCQ do pensamento e na percep-
CQ de que o ato de comunicar-se pode ter co n se q O le ia s.

Como a educaIHEb pode ajudar uma crianCà com autismo?

A educaCQ D um a das maiores ferramentas para ajudar uma c ria n d


com autismo em seu desenvolvimento, para n Q dizer atD que Da maior
delas. Atualmente existem algumas variaCQ s de abordagens mais utiliza-

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das para o ensino especial de c ria n d s com autismo, mas a maioria delas
concorda nos pontos fundamentais.

Na maioria dos rnUodos de educaQHi especializados para a c ria n d com


autismo, inicia-se por um processo de avaliaQHi para poder selecionar
os objetivos estabelecidos por Qea de aprendizado. A forma de levar a
c ria n d aos objetivos propostos varia conforme o rrO odo adotado, mas
na grande maioria dos mOlodos a seleQHi de um sistema de comunicaQH>
que seja realmente compreensVel para a c ria n d tem tanta importUicia
quanto as estratlHjias educacionais adotadas.

A educaQB vista desta forma tem como meta ensinar tanto m atUias
acadCEnicas quanto coisas que outras c ria n d s costumam aprender atravQ
da prCfbria e x p e rO cia , como comer e vestir-se de forma independente.

Como reconhecer se uma terapia estQIrealmente auxiliando meu


filho?

Uma regra que simplifica bastante as coisas □ S em p re que for tentar


alguma coisa nova, tente-a sabendo claramente o porqu C Q sto Q s e v o cD
souber qual a proposta da terapia e quais os benef'cios esperados, v o cD
terDcom o avaliar a e fic O c ia desta terapia.

Por exemplo, tomemos a comunicaQH> como base de racioc'nio. Se


alguUn lhe disser que com determinado tratamento a comunica QH> de
seu filho vai melhorar, Dim portante perguntar a esta pessoa o que ela
entende por comunica QH), de que maneira isto vai melhorar em seu filho
e, por d im o , em que consiste o tratamento.

Sempre que algullin tenta colocar limites no meu filho, ele grita
e fica muito nervoso. O que fazer?

Se o seu filho tem autismo, Qimportante que v o c Q n a lis e bem esta impor­
tante qu estQ . Em primeiro lugar, GnecessO io reconhecer a importUicia

80
de colocar limites, e isso Q vezes Dm uito dif'cil para qualquer pessoa.
Mas a te n d a , n Q tente colocar todos os limites ao mesmo tempo, porque
na maioria das vezes □im possVel.

FaQ uma lista dos comportamentos que precisam de limites, estab e led
prioridades e aposte na coerQ cia.

A resistQ cia Dtentativa de colocaC® de limites Dnorm al, mas o mais


freqDfente Dque esta resistQ cia diminua e a c ria n d passe a adotar rapi­
damente padrGfes mais adequados de comportamento.

Como integrar socialmente uma crianüã com autismo compro­


metida?

De forma geral, a integraCQ social de uma pessoa com autismo n Q Dum


empreendimento fQ il, porque envolve a tarefa de colocar em um meio
social n Q preparado uma pessoa (com autismo) de comportamentos
estranhos e desconhecidos para todas as outras pessoas.

Muitas pessoas acham que a sociedade deve aprender a conviver com a


d iferen d , mesmo que isto implique algumas vezes em passar por situa-
□ H s constrangedoras.

Talvez uma forma de encarar este problema mais claramente seja vQlo como
um processo que envolve a educaCQ tanto da pessoa com autismo como
das demais pessoas envolvidas. E n tQ veremos que o importante Dcom eQ r
selecionando prioridades e, dentro destas, com eQr pelas mais fQeis, e por
per'odos curtos de tempo, incrementando o processo na medida em que ele
se desenvolve. Dbom lembrar que n'vel de dificuldade e duraCQ (tempo) s Q
dois fatores de igual importQcia e devem ser aumentados separadamente.

Que tipo de conte fidos escolares uma c ria n Q com autismo em


grau leve pode chegar a acompanhar ou aprender?

Depende da c ria n d e ta m b Q i, Dclaro, do tipo de apoio que ela receber.

81
Considerando uma crianQ com autismo, alfabetizada e acompanhando
uma sala regular, Himportante planejar apenas em curto prazo, enfrentan­
do um pequeno desafio de cada vez. Assim Hposs'vel analisar o resultado
de cada passo, dimensionar uma poss'vel mudanQ de estratégia, recuar
um pouco quando necessQio e avanQr mais no que for poss'vel.

Planejar em longo prazo pode ser um erro muito comprometedor com


este tipo de crianQ. Portanto, como em muitas outras coisas, devemos
evitar a ansiedade e o exagero de expectativas.

Como devo agir com meu filho/filha com autismo, na vida famil­
iar quotidiana?

A vida familiar costuma passar por uma violenta crise nos primei­
ros momentos que se seguem ao diagnQtico, mas em pouco tempo
ela tende a passar por algumas adaptaQâs para acomodar-se Qnova
situaQ3>.

Um dos primeiros pontos, e um ponto importante, Qque os membros


da fam'lia têm que conviver uns com os outros. Provavelmente a pes­
soa com diagnQtico de autismo vai ter uma dificuldade adicional para
compreender as regras sociais mais simples. Ao mesmo tempo em que
a pessoa com autismo n Q vai saber preservar seu próprio esp a S , pode
tender a invadir o dos outros.

Portanto, Umuito importante tentar desde muito cedo colocar claramente


limites tanto para preservar o e s p a S da crianQ com autiamo quanto dos
demais membros da fam'lia.

82
Bibliografia

Catherine Maurice, Behavioral Intervention for Young Children with


Autism: A Manual for Parents and Professionals (Austin, Texas: PRO-ED,
1996)

Este livro foi escrito pela m Q de trQ criands, duas das quais com
autismo: sua filha mais velha e o filho mais novo. O livro, muito bem
organizado, estéU centrado principalmente no ABA - Applied Behavior
Analysis, incluindo um extenso programa educacional. Este livro, de
400 páginas, também traz uma úflil e vasta gama de informaéQs sobre
autismo, tratamentos e pesquisas, para pais e profissionais. Disponível
apenas em inglês.

Lynn M. Hamilton, Facing Autism (Colorado Springs, Colorado:


WaterBrook Press, 2000)

Livro escrito também por uma m Q de um menino com autismo e, como


o anterior, tem como tema central o ABA - Applied Behavior Analysis, traz
uma série de informaéQs muito interessantes, incluindo véflios relatos
da experiência da autora e endereéõs de instituiéQs de autismo. O livro
tem 367 páginas, estéüdisponVel em inglQ e vale a pena como fonte de
informaénãs.

83
Uta Frith, Autism Explaining The Enigma (Cambridge, Massachussets:
Blackwell, 1989)

Um livro para ser lido ao menos uma vez na vida por todas as pessoas
que estudam autismo. Discute o autismo e a evoluC® do pensamento
sobre ele, de uma forma ampla, interessante e sem radicalismos. Al On da
ediQH) em in glQ existe tambCEn, pelo menos, uma e d it® em espanhol.

Jo sD SalomIZò Schwartzman, Autismo Infantil (Brasilia: CORDE,


1994)

Um pequeno livro completo e escrito em portuguQ numa linguagem


acess'vel. Leitura obrigatUia para pais e estudiosos.

S. E. Bryson; B. S. Clarck; I. M. Smith, First Report of a Canadian


epidemiological study of autistic syndromes (J. Child Psychol. Psychiatr.;
v. 29, n.4, p. 433-45, 1988)

Shirley Cohen, Targeting Autism (University of California Press, 1998).

Lisa Lewis, Special Diets for Special Kids (Arlington, Tex.: Future
Horizons, Inc., 1988)

Uta Frith, Autism and Asperger Syndrome (Cambridge University Press,


1991)

Susan Thompson Moore, S'ndrome de Asperger e a Escola Fundamental


- soluDHs prUicas para dificuldades acadUnicas e sociais; traduQH) de
In Q de Souza Dias (A sso cia d a Mais 1, 2005)

84
Para aprofundar-se no assunto:

Internet:

Em portuguQ:

a utis mo@ya hoog ru pos .com.br


inscreva-se escrevendo para
autismo-subscribe@yahoogrupos.com.br

www.ama.org.br

www.autismo.org.br

www.autismo.com.br

www.autismo.med.br

www.cronicaautista.blogger.com.br

www.geocities.com/Athens/Parthenon/3245

www.grupos.com.br/grupo/asperger

www.sc.gov.br/webfcee/fcautismo.htm

paginas.terra.com.br/saude/asperger

em espanhol:

www.autismo.com

www.psiquiatria .com

em inglQ:

www.pecs.com
85
www.autism.org

www.autism-resources.com

www.autism-society.org

www.teacch.com

Livros editados pela CORDE, de distribuiéOâ gratuita:

CAMARGOS JR, Walter e Colaboradores, Transtornos Invasivos do


Desenvolvimento, 3o. Milênio, 2002

FACION, JosdRaimundo, Transtornos Invasivos do Desenvolvimento


Associados a Graves Problemas do Comportamento, Brasilia, CORDE,
2002 112p.

86
EndereQs Nacionais

Abra
ABRA - Associação Brasileira de Autismo

Rua do LavapéS, 1123 - Cambuci

01519-000 - SCO Paulo - SP

Fone: (11) 3376-4400

www.autismo.org.br

adm@autismo.org.br

Alagoas

AMA- AL - Associação de Amigos do Autista de Alagoas

Rua Jader Isidro Malta Araujo 158, Stella Mares - JapiúCa

57036-610 - MaceiD- AL

Fone: (82) 8855-9422

ama.alagoas@gmail.com

87
Site: www.autismoalagoas.org.br

ASSISTA - Associa nib de Pais e Amigos do Autista

Av. Jorge Montenegro de Barros, 15 - Santa AmQJa

57063-000 - M aceiD- AL

Fone: (82) 3332-4083 Tim (82) 9927-8874 Oi (82) 8803-1983

assistamaceio@gmail.com.br

Amazonas
AM A - Associa CD) de Amigos do Autista no Amazonas

Rua 2, bloco 09, apto A - Conj. Bea-Ica-Para'ba

69057560 - Manaus - AM

Fone: (92)3236-3494

telmaviga@hotmail.com

Bahia

AMA-BA - AssociaIHEb de Amigos do Autista da Bahia

Rua Macedo de Aguiar,98 - Patamares

41740-085 - Salvador - BA

Fone: (71) 3363-4463

88
INESPI □ Associa Œï> de Pais e Amigos de CrianIZãs e
Adolescente com D istO bio de Comportamento

Rua Alberto Fiuza, 500 - Imbu'

41720-025 - Salvador - BH

Fone: (71)3231-1502

CearD

APAEIG U ATU

Rua Iani Silva Alexandre, 529 - Centro

63500-000 - Iguatu - CE

Fone/ Fax: (88)3581-1737

apaeiguatu@ig.com.br

FundaŒb Especial Permanente Casa da EsperanCà

Rua NS9, 11 - çgua Fria

60813-660 - Fortaleza - CE

Fone: (85)3081-4873

fatimadourado@msn.com

http://www.casadaespera nca.org

89
Funda IHEb Projeto Diferente

Rua JosDVilar, 938 - Meireles

60125-000 - Fortaleza - CE

Fone: (85)3224-8831

fprojetodiferente@yahoo.com.br

Distrito Federal

AssociaIHEò dos Amigos dos Autistas do Distrito Federal

EPNB km 4 çrea especial s/n Granja do Riacho Fundo - Riacho Fundo I

71701-970 - Bras'lia - DF

Fone: (61)3399-4555

amadf@globo.com

FederaIHEb Nacional das APAES

SDS VenUicio IV Cobertura

CEP 70393-900 - Bras'lia - DF

Fone: (61) 3224-9922 Fax: 3223-8072

fenapaes@apaebrasil.org.br

www.apaebrasil.org.br

Esp'rito Santo

90
AM A - ES □ Associa DO) dos Amigos dos Autistas do Esp'rito
Santos

Av. Fernando Ferrari 2115 - Goiabeiras

29075-041 - V itU ia - ES

Fone/Fax: (27)3327-1836

amaesvitoria@amaesvitoria.org.br

www.amaesvitoria.org.br

GoiB

AM A - GO - Associa IHEb de Amigos do Autista de GoiEhia

PraQ C. 164, s/nQ- Jardim AmDlica

74250-220 - G o iQ ia - GO

Fone: (62) 3291-4478

91
AM A - Itubiara - AssociaIHEb de Amigos dos Autistas de
Itumbiara

Av. Sul Goiana nQL3 - Vila MutirQb

75500-000 - Itumbiara - GO

Fone: (64)3404-1078

amautistaitumbiara@hotmail.com

OUVINDO MELHOR CENTRO AUDITIVO E CLêNICA


FONOAUDIOLDGICA

Av. Pasteur Quadra 7 Lote 42 - Parque Anhanguera

74340-570 - G o iQ ia - GO

Fone: (62) 3278-6383

ouvindomelhor@hotmail.com

www.ouvindomelhor.wordpress.com

MaranhEò

AMA- Caxias - AssociaOT) de Amigos do Maranhüb

Rua Professora Correia NQL208 - Centro

65604-080 - Caxias - MA

Fone: (99)3521-5090 (99)8814-8541.

92
ama-ma08@hotmail.com

AM A - SO) LD s - ASSOCIA[HD DE AMIGOS DO AUTISTA DO


MARANH O

Rua das Andorinhas, Quadra 11 Casa 06 - Renascend II

65075-050 - S B Lu's - MA

Fone: (98)3227-6379

mwilliamg@uol.com.br

Mato Grosso do Sul

AM A - Campo Grande - AssociaIHEb de Pais e Amigos do Autista

Rua Jose Antonio 2917 - Monte Castelo

79010-190 - Campo Grande - MS

Fone: (67)3325-5135 (67) 3044-1986

ama.ms@hotmail.com

Centro de Desenvolvimento do Potencial Humano: Raio de Luz

Rua Tenente Tinoco, 261 - TaveirCjbolis

79090-140 - Campo Grande - MS

Fone: (67) 3331-4690 (67) 3331-6060

eraiodeluz@hotmail.com

93
Site:www.escolaespecialraiodeluz.com.br

AM A - Campo Grande - Associa Œb de Pais e Amigos do Autista

Rua José Antonio, 2917 - Monte Castelo

79118-270 - Campo Grande - MS

Fone: (67) 3325-5135 (67)3325-5135

Minas Gerais
APAE - Itabira - MG - Associa Œb de Pais e Amigos e
Excepcionais

Rua JosD de Alencar, 385 - Machado

35901-010 - Itabira - MG

Fone: (31)3834-0101

apaeitabira@yahoo.com.br

94
APAE - TrUà Pontas - MG - AssociaOT) de Pais e Amigos e
Excepcionais

Rua BarQb da Boa EsperanQ, nD420 - Centro

37190-000 - T rQ Pontas - MG

Fone: (35)3265-1127

www.apaetp.org.br/index.htm

APAPE - MG - Associa IHEb de Pais e Amigos de Pessoas Especiais

Rua Cambuquira,489 - Carlos Prates

30710-550 - Belo Horizonte - MG

Fone/Fax: (31)3324-3205

associacaoapape@yahoo.com.br

Instituto Autismo e Otimismo

Av. Princesa Izabel, 1050 - Centro

38400-192 - U b e rO d ia - MG

Fone: (34)3235-0465

fausta.cris@uol.com.br

www.autismoeotimismo.org

95
ParD
F u n d a d b Casa da EsperanEã □ Filia l ParD

Rua Passagem EvangCDca, nD7 - Coqueiro

67113-540 - Ananindeua - PA

Fone: (91) 3237-7985 (91) 3266-2300

www.casadaesperanca.org

Para'ba
AM A -PB - AssociaOT) dos Pais e Amigos do Autista da Para'ba

Rua TabeliQb JosDRam alho Leite, nQL840 - Cabo Branco

58045-230 - JoQ> Pessoa - PB

Fone: (83)3045-2980

www.amapb.com.br

contato@amapb.com.br

ETMA - ESPACD TERAPQJTICO MUNDO AUTISTA

Rua Maria Caetano Fernandes de Lima 340 - Tambauzinho

58042-050 - JoQ> Pessoa - PB

Fone: (83)3042-0844

96
etmaautismo@hotmail.com

ParanD

AMA- PR - AssociaIHEb Maringaense dos Autistas

Rua Marcelino VenUicio, 30 - Jardim Alto da Boa Vista

87083-069 - MaringD- PR

Fone/fax. (44) 3265-8921

amamaringa@hotmail.com

APROAUT □ Associa IIO> de ProtedEò dos Autistas

Rua Francisco Guilhermino,166 - Santa Lucia

84016-550 Ponta Grossa - PR

Fone/fax. (42) 3238-1377

aproaut@hotmail.com

www.aproaut.org.br

Centro Conviver

Unidade I

Rua Margarida Dallarme, 151 - Santa Felicidade

82015-690 - Curitiba - PR

Fone: (41) 3273-3047

97
Unidade II

Rua Nilo P edn h a, 380 - Bom Retiro

80520-000 Curitiba - PR

Fone: (41) 3022-3047

luciene@centroconviver.com.br

www.centroconviver.com.br

UNIPP DUnidade de Neurologia Infantil Pequeno Pr'ncipe

Av. IguaCD 1458 - çgua Verde

80250-060 - Curitiba - PR

Fone: (41) 3310-1338

neurologia@hpp.org.br

www.neuropediatria.org.br

AM A - PR - AssociaIIO> Maringaense dos Autistas

Rua Ubirajara, 173 JardimLucianCfbolis - Pq. das Grevilhas II

8708-430 - MaringD- PR

Fone: (44)32658921

amamaringa@bol.com.br

Pernambuco
98
Cl'nica Somar

Rua G uim arQ s Peixoto, 261 - Casa Amarela

52051-200 - Recife - PE

Fone: (81)34415656

somarecife@hotmail.com

Piau'
AM A - PI - AssociaIHEb de Amigos dos Autistas

Rua Oseas Sampaio, s/n D Primavera antigo prQHio do colllgio Celso pin­
heiro filho.

64002-770 - Teresina- PI

Fone: (86) 3216- 3385

amapiaui@hotmail.com

Rio de Janeiro

Associa IHEò M o Amiga

Rua Sargento Antonio Ernesto, 797 casa 3 - Pavuna

Rio de Janeiro - RJ

Fone: (21)38474372

monica@maoamiga.org e gerci_mara@yahoo.com.br

99
CRADD - Centro de ReferQicia e Apoio 3 Desordens do
Desenvolvimento

Rua çlvaro Ramos 59 Casa 1 - Botafogo

22280-110 - Rio de Janeiro - RJ

Fone: (21)3209-1762 Fax: (21)2541-4937

cradd@cradd.org.br

www.cradd.org.br

CRIARTE - Centro de EstimulaIHEb e Psicopedagogia

Rua G o O ia , 26 - Andara'

20540-160 - Rio de Janeiro - RJ

Fone: (21)25704873

criarte.rj@gmail.com

Centro de Desenvolvimento HumaitD

Rua Senador Correia, 48,56,58 - Laranjeiras

22231-180 - Rio de Janeiro - RJ

Fone: (21)2558-3760 Fax: (21)22451695

cdhumaita2@gmail.com

www.cdhumaita.com.br

100
ConsultIZHo de Fonoaudiologia Rosegleis F d ix

Rua G ranQ 50 sl. 304, CocotD- Ilha do Governador

21921-010 - Rio de Janeiro □ RJ

Fone: (21)24677441

rose.fono@uol.com.br

Escola Especial Crescer

Rua 124 n 53 - Piratininga

24358-100 - N ite r a - RJ

Fone: (21)2619-6601 Fax: (21)2619-3014

renatadreux@hotmail.com

GAAPE - Grupo Amigos do Autismo de PetrIZjiolis

AV. Presidente Keneddy, 828 - Centro

25680-020 - PetrCjbolis - RJ

Fone: (24)22425381 Fax: (24)22425381

gaape@hotmail.com

www.gaape.org.br

Obra Social Dona Meca

Rua Gazeta da Noite, 302 - Taquara

101
22715-090 - Rio de Janeiro - RJ

Fone: (21)24463674 Fax: (21)24463674

donameca@ig.com.br

Um Lugar ao Sol - Centro Educacional

Av. General Guedes da Fontoura, 880 - Barra da Tijuca

22621-240 - Rio de Janeiro - RJ

Fone: (21)2493-3367 / 2495-6436 Fax: (21)2491-3464

lugaraosol@openlink.com.br

www.lugaraosol.com.br

Rio Grande do Sul

AMA- RS - AssociaIHEb de Amigos do Autista de Farroupilha

Rua Coronel Pena de Moraes, 610 A - SQ> Luiz

95180-000 - Farroupilha - RS

Fone: (54)99753118 Fax: (54)99730460

smeraldo@terra.com.br ou amafar@terra.com.br

Associa IHEò Gota dlçlgua

Rua SQ> Paulo, 70 - Centro

95700-000 - Bento G o n d lv e s - RS

102
F o n e :(54)34532581

associacaogotadagua@yahoo.com.br

AssociaIHIb Mantenedora Pandorga

Rua Pedro Peres - nQL41 - Rio Branco

93032-030 - SQ> Leopoldo - RS

Fone: (51)35887799 Fax: (51)35887799

apandorga@terra.com.br

AUM A - AssociaOT) dos Amigos da CrianIZà Autista de Passo


Fundo

Rua Scarpelini Ghezzi, 353 - Vila Lucas AraCJo

99074-000 - Passo Fundo - RS

Fone: (54) 3312-9707

ema utistas @ pm ps.rs .gov. br

CEATE - Centro Especializado em Atendimento TerapQitico-


educacional

Rua Joao de M agalhBs,38 - Passo DUteia

91030-430 - Porto Alegre - RS

Fone: (51)33452915

flsil@hotmail.com

103
Centro de Apoio Repensar

Rua Joaquim Ribeiro, 120 - Centro

92500-000 - Gua'ba - RS

Fone: (51) 3480-4989

sandradittgen@hotmail.com

EspaQ) Crescer

Rua Afonso Rodrigues, 362 - Jardim BotUiico

90690-170 - Porto Alegre - RS

Fone: (51)33361410

jfchamun@yahoo.com.br

Re-Fazendo Assessoria Educacional Especial

Av. Farrapos,985 - Sala: 01 - Floresta

90220-004 - Porto Alegre - RS

Fone: (51)84196238 Fax: (51)32864243

refazendo@terra.com.br

autismo@autismo.com.br

autismobrasilsite@hotmail.com

RoncOia
104
AMA- RO - AssociaIHEb de Pais e Amigos do Autista de RondIZhia

Rua Iguatemi, 60 DVila da Eletronorte - Eletronorte

76808-688 - Porto Velho - RO

Fone: (69)3213-2299

ama-01@brturbo.com.br

Santa Catarina
AMA- SC - JaraguDdo Sul - Associa DZò de Amigos do Autista de
JaraguD do Sul

Rua Gustavo Friedemann, 134 - Vila Lalau

89256-190 - JaraguDdo Sul - SC

Fone: (47)3370-1555

ama.autista@uol.com.br

AM A - SC - Joinville - Associa D3> de Amigos do Autista de


Joinville

Rua JosDGerard Rolin Filho, 185

89222-590 - Joinville - SC

Fone: (47)3425-5649

amajlle@hotmail.com

105
AMA- SC- Florian Emolis - Associa IHEb de Amigos do Autista
Florian Emolis

Rua Souza Dutra nD838 - Estreito

88070-605 - FlorianCfbolis - SC

Fone: (48)3025-5140 Fax: (48)3244-6009

veralucia@porttal.com.br

www.amaflorianopolis.org.br

AMA-REC/SC- AssociaOT) de Pais e Amigos dos Autistas da


RegilZò Carbon'fera de Santa Catarina

Rua AntDhio Gabriel Machado, 320 - SQb C r is t ö Q

88802-500 - CriciDlna - SC

Fone: (48)34629804 Fax: (48)34629804

amarecsc@hotmail.com.br

AM A - SC - Lages - AssociaIHEb dos Pais e Amigos dos Autistas


de Lages

Rua Melvin Jones 30 - Vila Nova

88503-280 - Lages - SC

Fone: (49)3223-7470

amalgssc@gmail.com

mariodefigueiredoramos@gmail.com

www.sites.google.com/site/amalagessc/

106
AssociaOT) de Pais e Amigos dos Excepcionais

Rua Salgado Filho 774 - Centro

89888-000 - Caibi - SC

Fone: (49)36480216 Fax: (49)36480216

a pae_ca ibi @ya hoo .co m.br

SQ> Paulo
COE - Centro de OrientalHEò e Encaminhamento para Pessoas
com DeficiCheia e Familiares

Informa [ lâ s sobre os direitos das pessoas com d e fic O c ia por meio de


um 0800 e e-mail

Funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8h Q 20h, e aos sQbados,


das 8h Q 14h

Inform a[lâs de Atendimento:

Fone: 0800-773-3723

coe.sedpcd@sp.gov.br

AM A - SP- Associa IHEb de Amigos do Autista

Unidade LavapQ

Rua Do LavapQ, 1123 - Cambuci

01519-000 - S B Paulo - SP
107
Fone: (11)3376-4400 - Fax: 3376-4403

falecomaama@ama.org.br

www.ama.org.br

Unidade Luis Gama

Rua Luis Gama, 890 - Cambuci

01519-010 - S B Paulo - SP

Fone: (11) 3376-4411

Unidade Teodureto

Rua Teodureto Souto, 145 - Cambuci

01539-000 - S Q Paulo - SP

Fone (11) 3207-2363

Unidade Parelheiros

Rua Henrique Reimberg, 1015 - Parelheiros

04890-610 - S Q Paulo □ SP

Fone: (11) 5920-8018

Parceria AM A e CREAPP

Rua Raimundo P. de M agalhQ s, 5214 - Pirituba

05092-040 - S Q Paulo - SP

Fone: 3974-8917 ramal 293

108
AM A - ABC- Associa IHIb de Amigos do Autista

Av. Utinga, 1.971 - Vila M etaO gica

09220-611- Santo AndrD- SP

Fone: (11)4997-0278

karina_psiu@hotmail.com

ABRA - AssociaIIO> Brasileira de Autismo

Rua do LavapQ, 1123 - Cambuci

01519-000 - S Q Paulo - SP

Fone: (11)33764400 Fax: (11)33764403

www.autismo.org.br

ADEFAV - Centro de HabilitaIHEb e ReabilitaOT)

Rua Clemente Pereira, 286 - Ipiranga

04216-060 - S Q Paulo - SP

Fones: (11) 3571-9511/ 3571-9515/3571-9517

habilitacaoereabilitacao@adefav.org.br

AM A - RibeirIZò Preto - AssociaIHEb de Amigos do Autista de


RibeirIZò Preto

Rua NQJo Guim arQ s, 184 - Alto da Boa Vista

14025290 - R ib e irQ Preto - SP

109
Fone: (16)3623-4905 Fax: (16)3623-8114

ama.rp@covex.com.br

www.amaribeirao.org.br

AM A - SUb JosD do Rio Preto - Associa D3> de Amigos do Autista

Av. Brasilusa, 500 - Jardim Redentor

15085-020 - SQb JosD do Rio Preto - SP

Fone: (17)3226-1780

AMAS - Associa IHH) de Amigos do Autista de Sorocaba

Rua Nova Odessa, 201 - Jardim Vera Cruz

18055360 - Sorocaba - SP

Fone: (15)222-4646 Fax: (15)3217-8074

amassorocaba@uol.com.br

www.amas.com.br

AssociaQ B de Pais, Amigos e Educadores do Autista de Ja D

Av. do CafD,103 - Vila Ivan

17207-202 - Ja D - SP

Fone: (14)3626-1079

eea utistaja u @ ig .com.br

CAJU - Centro de Aprendizagem do Autismo em Jundia'

110
Rua Rodrigo Soares de Oliveira, 262 - Anhangaba □

13208-120 - Jundia' - SP

Fone: (11)4521-2248

CEDAP - Centro de Estudos e Desenvolvimento do Autismo e


Patologias Associadas - APAE Unidade II

Av. C a p itQ Antonio Joaquim Mendes 661 - Centro

13630-000 - Pirassununga - SP

Fone: (19)35611268 Fax: (19)35621616

cedap.pirassununga@itelefonica.com.br

Centro Municipal de HabilitaŒ b e ReabilitaŒb - Arco-êris

Rua Treze de Maio, 206 - Centro

06850-840 - Itapecerica da Serra - SP

Fone: (11)4667-4679

Centro TerapEiitico Educacional Lumi

Rua Campos do Jo rd Q , 150 - ButantD

05516-040 S B Paulo - SP

Fone: (11)3722-2256 .(11) 4113-0025 Fax: (11)3722-2256

tecahs@uol.com.br

www.centrolumi.com.br.

111
CONVIVER □ Associa DO) de Integra HO) ao Jovem Especial

Rua Conde Vicente de Azevedo, 60 - Ipiranga

04264-000 - S Q Paulo - SP

Fone: (11)2272-3727

conviveresp@ig.com.br

Escola Indian Emolis

Rua Antonio de Macedo Soares, 414 - Campo Belo

04607-000 - S Q Paulo - SP

Fone/Fax: (O x x ll) 5543-6333

instituto@indianopolis.com.br

Escola Paulista de EducaIHEb Especial

Rua JosDMonteiro Filho, 184 - JD do Mar

09750-140 - S Q Bernardo do Campo - SP

Fone :(11) 4330-2547

www.escolapaulista.com

Escola FundaIHEb Mercedes de Andrade Martins

Av. Mercedes de Andrade Martins, 777 Gramado km 21,5 da Rod. Raposo


Tavares.

112
06710060, Cotia - SP

Fone: (11)4612-2550

GRADUAL - Grupo de IntervendEò Comportamental

Rua do Livramento, 123 - Vila Mariana

04008-030 - S Q Paulo - SP

Fone: (11) 3885 4602

terapeuta@grupogradual.com.br

www.grupogradual.com.br/html/

Grupo de Apoio ao Indiv'duo com Autismo e Afins

Rua Major JosDMariotto Ferreira, ND96 - Vila B ethQ ia

12245-491 - S Q JosDdos Campos - SP

Fone: (12)33025756

gaia@gaiasjc.org.br

www.gaiasjc.org.br

InteradEò N Q le o de Assist Cheia ao Excepcional

Rua L u is ô ia ,1 8 5 - Brooklin Novo

04560-020 - S Q Paulo - SP

Fone: (ll)-5 0 4 1 -0 0 8 4

113
N Q le o de IntegraIIO> Luz do Sol

ESTRADA TOCANTINS,776 - Jardim E stQ cia Brasil

12949-077 - Atibaia - SP

Fone: (11)4418-5199 Fax: (11)4415-2800

nucleoluzdosol@nucleoluzdosol.com.br

Vida Escola Integrada de Educa IHEb Especial

Rua Costa Rego 43A - Vila Guilhermina

03542-030 - S Q Paulo - SP

Fone: (11)2654-0451 Fax: (11)2654-0451

clinica.vida@yahoo.com.br

Internato Casa de Davi

Rodovia F ern Q Dias, km 82 (prQ im o ao Bairro Vila G a lvQ )

02284-000 - S Q Paulo - SP

Fone: (11) 2453-6600

AssociaIHEò Autismo e Realidade

www.autismoerealidade.org.br

114
Sergipe
AMAS - AssociaIHEb de Amigos do Autista de Sergipe

Rua PQicles Vieira de Azevedo, 1812 - Coroa do Meio

49035-640 - AracajD - SE

Fone: (79) 255-2970 Fax: (79) 255-3242

carmo@sedh.gov.br

115

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