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Dec-Reg 152-97, de 19 de Março PDF
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7) «Tratamento secundário»: o tratamento das sivamente oneroso, pode a entidade licenciadora auto-
águas residuais urbanas que envolve geralmente rizar a utilização de sistemas individuais ou outros ade-
um tratamento biológico com decantação secun- quados que proporcionem o mesmo grau de protecção
dária ou outro processo que permita respeitar ambiental.
os valores constantes do quadro n.o 1 do anexo I;
8) «Tratamento apropriado»: o tratamento das Artigo 5.o
águas residuais urbanas por qualquer processo Tratamento secundário
e ou por qualquer sistema de eliminação que,
após a descarga, permita que as águas recep- 1 — A descarga de águas residuais urbanas só poderá
toras satisfaçam os objectivos de qualidade que ser licenciada quando se submeta a um tratamento
se lhes aplicam; secundário, salvo o disposto nos artigos 6.o, 7.o e 8.o
9) «Lamas»: as lamas residuais, tratadas ou não, A entidade licenciadora poderá permitir que a obtenção
originadas pelo funcionamento de estações de do referido tratamento seja faseada no tempo, desde
tratamento de águas residuais urbanas; que sejam respeitados os prazos mencionados no
10) «Eutrofização»: o enriquecimento do meio aquá- número seguinte.
tico com nutrientes, sobretudo compostos de 2 — As entidades mencionadas no n.o 1 do artigo 4.o
azoto e ou de fósforo, que provoque o cres- deverão adoptar as medidas necessárias para que as des-
cimento acelerado de algas e de formas supe- cargas já existentes ou previstas à data da entrada em
riores de plantas aquáticas, perturbando o equi-
vigor do presente diploma sejam precedidas de um tra-
líbrio biológico e a qualidade das águas em
causa; tamento secundário dentro dos seguintes prazos:
11) «Estuário»: a zona de transição, na foz de um a) Até 31 de Dezembro de 2000, para aglomerados
rio, entre a água doce e as águas costeiras; com um e. p. superior a 15 000;
12) «Águas costeiras»: as águas exteriores ao limite b) Até 31 de Dezembro de 2005, para aglomerados
da baixa-mar ou ao limite externo de um com um e. p. superior a 10 000 e inferior a 15
estuário. 000, inclusive;
Artigo 3.o c) Até 31 de Dezembro de 2005, para aglomerados
com um e. p. superior a 2000 e inferior a 10 000,
Zonas sensíveis e zonas menos sensíveis inclusive, quando a descarga ocorra em águas
1 — A identificação das zonas sensíveis e das zonas doces ou estuários.
menos sensíveis, para efeitos da aplicação do presente
diploma, consta do anexo II. 3 — Não é exigido o tratamento secundário para des-
2 — Compete ao Instituto da Água apresentar as pro- cargas efectuadas em cursos de água situados a uma
postas tendentes à revisão da identificação das zonas altitude superior a 1500 m, desde que, dentro dos prazos
sensíveis e das zonas menos sensíveis, que deverá ser mencionados no número anterior, sejam previamente
realizada pelo menos de quatro em quatro anos. submetidas a qualquer outro tipo de tratamento que
3 — Sempre que se proceda à revisão prevista no a entidade licenciadora considere adequado para a pro-
número anterior e daí resulte a necessidade do cum- tecção do ambiente.
primento de novas exigências, é concedido para o efeito 4 — Os requisitos a que devem obedecer as descargas
um prazo de adaptação de sete anos. de águas residuais urbanas provenientes das estações
de tratamento a que se referem os n.os 1, 2 e 3 deste
Artigo 4.o artigo são os constantes da alínea B) do anexo I ao
presente diploma.
Sistemas de drenagem de águas residuais urbanas
Artigo 6.o
1 — No âmbito das suas atribuições, as entidades Tratamento para descarga em zonas sensíveis
públicas responsáveis deverão adoptar as medidas neces-
sárias para garantir o pleno funcionamento de sistemas 1 — A descarga de águas residuais urbanas prove-
de drenagem: nientes de aglomerados com um e. p. superior a 10 000
a) Até 31 de Dezembro de 2000, em aglomerados em zonas sensíveis só pode ser licenciada quando aque-
com um e. p. superior a 15 000; las águas se submetam a um tratamento mais rigoroso
b) Até 31 de Dezembro de 2005, em aglomerados do que o mencionado no artigo 5.o, satisfazendo as con-
com um e. p. situado entre 2000 e 15 000, dições previstas no alínea B) do anexo I ao presente
inclusive; diploma.
c) Até 31 de Dezembro de 1998, em aglomerados 2 — O cumprimento das condições referidas no
com um e. p. superior a 10 000 e desde que número anterior pode ser dispensado quando se
a descarga se efectue numa zona sensível, de demonstre perante a entidade licenciadora que a per-
acordo com o disposto no artigo anterior. centagem mínima de redução da carga total de todas
as estações de tratamento dessa zona é de pelo menos
2 — Os sistemas de drenagem devem satisfazer as 75 % quanto ao fósforo total e de, pelo menos, 75%
condições previstas na alínea A) do anexo I ao presente quanto ao azoto total.
diploma. 3 — O prazo para adaptação, por parte das entidades
3 — Sempre que fique demonstrado que a instalação mencionadas no n.o 1 do artigo 4.o, do cumprimento
de um sistema de drenagem não se justifica, por não das condições mencionadas no n.o 1, relativamente a
trazer qualquer vantagem ambiental ou por ser exces- descargas provenientes de aglomerados com mais de
N.o 139 — 19-6-1997 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 2961
10 000 e. p., desde que já existentes ou previstas à data vigor do presente diploma cumpram as exigências esta-
da vigência do presente decreto-lei, termina em 31 de belecidas no número anterior até 31 de Dezembro de
Dezembro de 1998. 2005.
4 — Ficam sujeitas ao disposto nos números ante-
riores as descargas das estações de tratamento que, não Artigo 9.o
se localizando em zonas sensíveis, contribuam para a Descarga de águas residuais industriais
sua poluição. em sistemas de drenagem
quadros n.os 1 e ou 2, a fim de garantir que as águas tamento e a colheita será feita em intervalos regulares
receptoras satisfaçam as condições estabelecidas por durante o ano:
qualquer outra directiva aplicável ou sempre que seja
2000-9999 e. p:
necessário respeitar os objectivos de qualidade fixados
para o meio receptor pela legislação vigente. 12 amostras durante o primeiro ano;
5 — Os pontos de descarga das águas residuais urba- 4 amostras nos anos seguintes, se se provar
nas deverão ser escolhidos, na medida do possível, por que durante o primeiro ano a água cumpre
forma a minimizar os efeitos nas águas receptoras. as disposições do presente decreto-lei; se
uma das 4 amostras colhidas nos anos sub-
C) Águas residuais industriais
sequentes não cumprir os requisitos, deve-
rão no ano seguinte ser colhidas 12 amos-
As águas residuais que entrem nos sistemas de dre- tras.
nagem e nas estações de tratamento de águas residuais
urbanas serão sujeitas ao pré-tratamento que for neces- 10 000-49 999 e. p. — 12 amostras;
sário para: 50 000 e. p. — 24 amostras.
Proteger a saúde do pessoal que trabalha nos sis- 4 — Considera-se que as águas residuais tratadas são
temas colectores e nas estações de tratamento; conformes com os parâmetros respectivos se, para cada
Garantir que os sistemas de drenagem, as estações um dos parâmetros aplicáveis, individualmente consi-
de tratamento de águas residuais e o equipa- derados, as amostras revelarem que as águas obedecem
mento conexo não sejam danificados; ao valor paramétrico do seguinte modo:
Garantir que o funcionamento das estações de tra- a) No que se refere aos parâmetros descritos no
tamento das águas residuais e o tratamento das quadro n.o 1 e no n.o 6) do artigo 2.o, são espe-
lamas não sejam entravados; cificados no quadro n.o 3 o número máximo
Garantir que as descargas das estações de trata- de amostras que poderão não ser conformes aos
mento não deteriorem o ambiente ou não impe- requisitos expressos em concentrações e ou
çam as águas receptoras de cumprir o disposto reduções percentuais do quadro n.o 1 e do n.o 6)
noutras directivas comunitárias; do artigo 2.o;
Garantir que as lamas possam ser eliminadas em b) No que se refere aos parâmetros descritos no
segurança e de um modo ecologicamente acei- quadro n.o 1, expressos em concentração, as
tável. amostras que podem não ser conformes, colhi-
das em condições normais de funcionamento,
não devem desviar-se dos valores paramétricos
D) Métodos de referência para o controlo
e a avaliação dos resultados em mais de 100 %. Em relação aos valores para-
métricos em concentração relativos ao total de
1 — Serão aplicados métodos de controlo que cor- partículas sólidas em suspensão, poder-se-ão
respondam pelo menos ao nível das exigências abaixo aceitar desvios até 150 %;
especificadas. c) Para os parâmetros especificados no quadro
n.o 2, a média anual das amostras relativas a
Podem ser utilizados métodos alternativos aos refe-
cada parâmetro deverá respeitar os valores
ridos nos n.os 2, 3 e 4, desde que seja possível demonstrar paramétricos respectivos.
que os resultados obtidos são equivalentes.
2 — Serão colhidas amostras de vinte e quatro horas,
5 — Não serão tomados em consideração valores
proporcionais ao caudal ou por escalões de tempo, num
extremos para a qualidade das águas em questão se
ponto bem definido à saída e, se necessário, à entrada esses valores resultarem de situações excepcionais,
da estação de tratamento, para controlar o cumprimento como, por exemplo, chuvas torrenciais.
dos requisitos aplicáveis às descargas de águas residuais
tal como estabelecidos no presente decreto-lei. QUADRO N.O 1
Serão aplicadas boas práticas internacionais de labo-
ratório a fim de reduzir ao mínimo a degradação das Requisitos para as descargas das estações de tratamento de águas
residuais urbanas sujeitas ao disposto nos artigos 5.o e 6.o
amostras entre a colheita e a análise.
3 — O número mínimo anual de amostras será deter- Serão aplicados os valores de concentração ou a per-
minado de acordo com as dimensões da estação de tra- centagem de redução.
Carência bioquímica de oxigénio 25 mg/l O2 70-90 Amostra homogeneizada, não filtrada e não
(CBO 5 a 20o C) sem nitrifica- decantada. Determinação do oxigénio dissol-
ção (2). vido antes e depois da incubação de cinco
dias a 20o C ± 1o C, na total ausência de luz.
Adição de um inibidor da nitrificação.
Carência química de oxigénio 125 mg/l O2 75 Amostra homogeneizada, não filtrada, não
(CQO). decantada. Dicromato de potássio.
2964 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 139 — 19-6-1997
Total de partículas sólidas em sus- 35 mg/l (3) 90 (3) Filtração de uma amostra representativa através
pensão (3). de um filtro de membrana de 0,45 mm. Seca-
35 nos casos previstos no 90 nos casos previstos no gem a 105o C e pesagem.
n.o 3 do artigo 5.o (e. p. n.o 3 do artigo 5.o (e. p. Centrifugação de uma amostra representativa
superior a 10 000). superior a 10 000). (durante pelo menos cinco minutos a uma
60 nos casos previstos no 70 nos casos previstos no aceleração média de 2800 g a 3200 g). Seca-
n.o 3 do artigo 5.o (e. p. n.o 3 do artigo 5.o (e. p. gem a 105o e pesagem.
de 2000 a 10 000). de 2000 a 10 000).
As análises das descargas provenientes de lagoas serão efectuadas com amostras filtradas; no entanto, a con-
centração do total de partículas sólidas em suspensão em descargas de águas não filtradas não poderá exceder
150 mg/l.
QUADRO N.o 2
Requisitos para as descargas das estações de tratamento de águas residuais urbanas em zonas sensíveis sujeitas a eutrofização
Percentagem
Parâmetros Concentração mínima Método de referência de medição
de redução (1)
4-7 1
Uma determinada extensão de água será identificada
8-16 2 como zona sensível se pertencer a uma das seguintes
17-28 3 categorias:
29-40 4
41-53 5 a) Lagos naturais de água doce, outras extensões
54-67 6 de água doce, estuários e águas costeiras que
68-81 7 se revelem eutróficos ou susceptíveis de se tor-
82-95 8 narem eutróficos num futuro próximo, se não
96-110 9
111-125 10
forem tomadas medidas de protecção. Na ava-
126-140 11 liação dos nutrientes que devem ser reduzidos
141-155 12 através de tratamento suplementar podem ser
156-171 13 tomados em consideração os seguintes elemen-
172-187 14 tos:
188-203 15
204-219 16 i) Lagos, cursos de água e afluentes de
220-235 17 lagos/albufeiras/baías fechadas cujas
236-251 18
252-268 19
águas têm uma fraca renovação e onde
269-284 20 eventualmente se pode verificar um fenó-
285-300 21 meno de acumulação. Nestas zonas
301-317 22 deve-se proceder à remoção do fósforo,
318-334 23 excepto se se demonstrar que essa remo-
335-350 24
351-365 25
ção não terá qualquer efeito no nível de
eutrofização. Nos locais onde são feitas
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Lista de identificação