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5/1/2019 Revista Espacios.

Vol 35 (Nº 5) Año 2014

Espacios. Vol. 35 (Nº 5) Año 2014. Pág. 18

Projeto de investimento para automação no Brasil: uma


análise com a utilização da metodologia multi-índices e da
simulação de Monte Carlo
Design automation for investment in Brazil: a review with the use of multi-index
methodology and Monte Carlo simulation

Cristiane Rosa Diniz OGATA 1, Sibele Cristiane Keppen de OLIVEIRA 2, Tuiane Michelly
CAMARGO 3, Dircelia Poli Pupi LEMES 4, Anderson CATAPAN 5 y Paulo Fernando MARTINS
6
Recibido: 06/03/14 • Aprobado: 12/04/14

Contenido

1 Introdução
2. Referencial Teórico
3. Aspectos Metodológicos
4. Descrição e Análise dos Resultados Obtidos
5. Conclusões
Referências

RESUMO: ABSTRACT:
A construção civil é uma das áreas da economia que vem se The construction industry is one of the areas that has been
destacando no Brasil. Este estudo de caso foi realizado em uma outstanding in Brazilian’s economy. This case study was
olaria, situada na região metropolitana de Curitiba atuante na conducted in a pottery located in the metropolitan region of
produção de tijolos, tanto do tipo padrão quanto diferenciados, Curitiba active in the production of bricks , both the standard
dos quais 70% são produzidos manualmente. Assim, o objetivo type as differentiated , of which 70 % are produced manually
é verificar se existe viabilidade econômico-financeira no . The objective is to check whether there is economic
projeto de investimento que contempla a automação industrial viability of the investment project that includes industrial
de uma olaria. Para tanto, utilizou-se análise qualitativa através automation a pottery . For this, we used qualitative analysis
de técnicas de observação em entrevistas semi estruturadas, e through observation techniques in semi-structured interviews
quantitativa, por meio de indicadores financeiros, através de , and quantitative , using financial indicators through data
coleta de dados, documental e bibliográfica. Como resultados, collection , documents and literature . As a result , the
a viabilidade financeira apresentou-se como positiva, devido financial viability is presented as positive , due to the Net
ao Valor Presente Líquido (VPL) maior que zero e a Taxa Present Value ( NPV ) greater than zero and the Internal Rate
Interna de Retorno (TIR) superior à Taxa Mínima de of Return (IRR ) greater than the hurdle rate ( TMA ) . And
Atratividade (TMA). Quanto aos índices de risco e retorno, os index of risk and return , the returns outweigh the projected
retornos esperados compensam os riscos projetados. Na risks . In Monte Carlo simulation , considering variable
simulação de Monte Carlo, considerando os parâmetros parameters , the probability that the NPV is greater than zero
variáveis, a probabilidade que o VPL seja maior que zero é is 100 % and the IRR is greater than the TMA is also 100 % .
100% e que a TIR seja maior que a TMA também é 100%. Thus , the proposed investment project is accepted.
Assim, aceita-se o projeto de investimento proposto. Keywords: Investment. Automation. Financial viability.
Palavras-chave: Investimento. Automação. Viabilidade
financeira.

1. Introdução
Dentre as diversas áreas da economia brasileira destaca-se o ramo da construção civil devido à sua
abrangência perante a sociedade. Esta área é responsável em proporcionar o desenvolvimento social
e a qualidade de vida, a elevação na produção e o aumento na economia. Segundo a Agência Estado
(2012), o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) em
parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), “o setor da construção civil deve apresentar um

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crescimento de 3,5% a 4% em 2013, no mesmo patamar do PIB previsto para o país no ano que
vem”.

Este crescimento eleva a demanda pelos mais variados produtos e serviços utilizados nas indústrias,
passando a ser vendidos em maior escala e fazendo com que as empresas deste ramo aumentem a
produção. Em função da demanda neste setor, existe a necessidade de agilidade em etapas no
processo de produção, fazendo com que as empresas se aperfeiçoem conforme exigências do
mercado. Sendo assim, a automação atuará como um investimento imediato em tecnologia e seu
retorno financeiro será analisado. Desta forma vê-se necessário um estudo de projeto de
investimento coerente e adequado à sua realidade.

Projetos correspondem aos investimentos propostos, analisados e decididos em decorrência das


estratégias da organização. A ausência desse elemento inviabiliza a avaliação da adequação
financeira global das estratégias decididas pelos gestores, tanto no que se refere aos resultados
(lucro ou prejuízo), como à própria capacidade de financiamento e risco desejados (Frezatti, 2009).
Frente ao exposto, a questão de pesquisa deste trabalho é: Existe viabilidade econômico-financeira
no projeto de investimento que contempla a automação industrial de uma olaria? Devido à expansão
desta atividade econômica - construção civil - os setores relacionados tendem a buscar novas
alternativas, adequando-se à nova realidade apresentada. A implantação da automação garante a
padronização, a qualidade do produto e agilidade na produtividade. A empresa que investe em
tecnologia encontra-se em destaque em relação aos seus concorrentes.

Esta pesquisa possui, além desta introdução, mais quatro partes. A segunda contempla o referencial
teórico da pesquisa. A terceira aborda os aspectos metodológicos, enquanto a quarta apresenta os
resultados obtidos. Por último, a quinta seção mostra as conclusões do trabalho.

2. Referencial Teórico
Nesta seção, será apresentado o embasamento teórico deste estudo, abordando os seguintes
assuntos: aspectos relativos ao planejamento, tipos de orçamento, fluxo de caixa, e análise de
investimentos.

2.1. Planejamento
Maximiano (2011) explica que para qualquer empreendimento possa se estruturar do início ao fim é
necessário um planejamento dos resultados. A visualização sistêmica do projeto facilita seu
entendimento e promove alcançar os objetivos e as metas traçados. A finalidade de processo de
planejamento é estudar as possibilidades previsíveis e imprevisíveis buscando diminuir riscos e
enfrentar as incertezas dos acontecimentos futuros. Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010) afiram
que o planejamento pode ser definido como: processo de estabelecer objetivos ou metas,
determinando a melhor maneira de atingi-las. Segundo Hoji (2012), o planejamento consiste em
estabelecer, com antecedência, ações a serem projetadas dentro da realidade apresentada estudando,
para isto, os recursos a serem utilizados e atribuindo-lhes as devidas responsabilidades com intuito
de alcançar os objetivos projetados. Tais objetivos só poderão ser alcançados traçando sistemas de
planejamento devidamente estruturados. Os princípios de planejamento podem ser classificados,
segundo o autor, em dois grupos: gerais e específicos.

Ainda, conforme Oliveira (1995) os princípios gerais de planejamento são: (i) Principio da
contribuição aos objetivos: deve se viabilizar a realização dos objetivos máximos da empresa pela
hierarquização dos objetivos estabelecidos, considerando se a interligação entre eles; (ii) Principio
da precedência: corresponde a uma função administrativa que vem antes das outras (organização,
direção e controle); (iii) Principio da maior penetração e abrangência: o planejamento pode provocar
uma série de modificações e características e atividades da empresa; e, (iv) Principio da maior
eficiência, eficácia e efetividade: o planejamento deve maximizar os resultados e minimizar as
deficiências.

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Oliveira (1995) aborda princípios específicos de planejamento, os quais: (i) Planejamento


participativo: o papel do responsável pelo planejamento é o facilitar o processo de sua elaboração
pelas próprias áreas envolvidas nesse processo; (ii) Planejamento coordenado: deve ser levado em
consideração que a maioria dos aspectos envolvidos no planejamento é interdependente; (iii)
Planejamento integrado: geralmente, os objetivos são escolhidos pelos escalões superiores e os
meios para atingi-los são fornecidos pelos escalões médios e inferiores da organização; e, (iv)
Planejamento permanente: os planos devem ser revisados permanentemente.

Tendo por base os princípios citados acima, para Fischmann e Almeida (1995), planejamento
estratégico é uma técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma organização,
cria consciência de suas oportunidades e ameaças e dos seus pontos fortes e fracos para
cumprimento de sua missão e, através dessa consciência, estabelece o propósito de direção que a
organização deverá seguir para aproveitar as oportunidades e evitar os riscos.

Dentro deste contexto, Ansolff (1991) considera que o planejamento estratégico deveria oferecer
respostas a duas necessidades, a saber: (i) Necessidade de preparar a empresa para o futuro que não
seria uma simples projeção do passado; e, (ii) Necessidade de preparar a empresa de maneira
abrangente e sistemática.

Segundo Lemes Júnior, Rigo, Cherobim (2010), para que esse planejamento seja viabilizado é
necessário que o gestor tenha o conhecimento do planejamento econômico-financeiro, ou seja, o
conhecimento do investimento inicial e do financiamento futuro. Tais configurações são
interdependentes e apresentam melhores resultados em conjunto fornecendo, então, credibilidade
aos resultados.

Sendo assim, para Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010), o planejamento econômico-financeiro,
ao contribuir para definir objetivos e fixar padrões de avaliação de resultados, é a ferramenta
adequada para os estudos de viabilidade do planejamento da empresa. Através do planejamento
econômico-financeiro são avaliados os resultados relativos aos objetivos, decisões e alternativas
contidas no planejamento da empresa, indicando a possibilidade de sua implantação, ou não, do
ponto de vista financeiro.

Corroborando com o assunto, Hoji (2012), explica que o planejamento financeiro consiste em
adequar o volume de recursos exigidos para executar as atividades operacionais e de investimentos
da empresa, avaliando as possíveis fontes de recursos.

Deste modo, o sucesso do planejamento estratégico depende do controle e da avaliação que ocorre a
partir da existência da ferramenta da contabilidade gerencial, no caso, referindo-se ao orçamento e
ao controle orçamentário (Frezatti, 2009).

2.2. Orçamento
Segundo Figueiredo e Caggiano (2004), orçamento é um instrumento direcional que constitui-se de
planos específicos em termos de datas e de unidades monetárias, visando orientar a administração
para atingir os fins específicos em mente, ou seja, os objetivos empresariais. Maximiano (2011)
explica que, para realizar as atividades, é preciso utilizar recursos que consomem dinheiro. Sendo
assim, depois de planejar as orçamentárias é preciso definir os custos necessários dos recursos para
sua realização. Estas envolvem três etapas interdependentes: planejamento de recursos, estimativas
de custos e elaboração do orçamento.

Planejamento de recursos consiste na relação dos recursos físicos, (mão de obra, material
permanente, material de consumo e serviço de terceiro), necessários para realização do projeto.
Estimativa de custos consiste em aproximar a valorização dos custos projetados, (custo unitário,
duração das atividades e custos indiretos), para a concretização do projeto. Elaboração do
orçamento é uma estimativa futura dos custos projetados em relação os custos reais. (Maximiano,
2011).

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De acordo com Valter (1980), se a meta a ser atingida (aumento de produção e volume das vendas)
exigir o reaparelhamento industrial, mediante aquisições de equipamentos e novas instalações e
construções (prédios industriais, depósitos e outras benfeitorias), será elaborado o orçamento de
investimento ou de capital.

2.2.1. Orçamento de Capital

O orçamento de capital é um programa de aplicação de capital de longo prazo vinculado ao plano


estratégico e trata de investimentos permanentes. (Hoji, 2012). De acordo com Gitman (2001),
orçamento de capital é o processo de avaliação e seleção de investimentos a longo prazo, que é
consistente com a meta da empresa de maximização da riqueza dos proprietários.

Segundo Júnior, Rigo e Cherobim (2010), tais orçamentos de capital, os quais serão implantados no
período de planejamento, fornecerão as informações necessárias para a determinação dos resultados
adicionados, tanto em termo de custo quanto em termos de entradas e saídas de caixa, para projeção
do fluxo de caixa.

2.3. Fluxo de Caixa


Denomina-se por fluxo de caixa o instrumento de programação financeira que corresponde às
estimativas de entradas e saídas de caixa em certo período de tempo projetado, como também, o
conjunto de ingressos e desembolsos de valores ao longo de um período projetado (Zdanowicz,
2000). Deste modo, para o mesmo autor, o objetivo básico do fluxo, dentre outros, está em: “i)
facilitar a análise e o cálculo na seleção das linhas de crédito a serem obtidas junto às instituições
financeiras; ii) programar os ingressos e os desembolsos de caixa, de forma criteriosa, permitindo
determinar o período em que deverá ocorrer carência de recursos e o montante, havendo tempo
suficiente para as medidas necessárias; iii) providenciar os recursos para atender aos projetos de
implantação, expansão, modernização ou relocalização industrial e/ou comercial; iv) fixar o nível e
caixa em termo de capital de giro; v) auxiliar na análise dos valores a receber e estoques, para que
se possa julgar a conveniência em aplicar nesses itens ou não; vi) estudar um programa saudável de
empréstimos ou financiamentos; vii) analisar a viabilidade de serem comprometidos os recursos
pela empresa; viii) participar e integrar todas as atividades da empresa, facilitando assim os
controles financeiros”. (Zdanowicz, 2000, p. 41).

Segundo, Júnior, Rigo e Cherobim (2010), toda alternativa de investimento deve ser analisada, em
sua viabilidade econômico-financeira através de um fluxo de caixa descontado, considerando-se os
futuros ingressos e desembolsos de recursos. Nestes termos, o fluxo de caixa projetado será útil
como instrumento de análise e tomada de decisão entre as alternativas de investimento.

2.4. Análise de Investimentos

A análise de investimentos tem por objetivo buscar identificar a melhor alternativa de retorno para
um determinado investimento a ser realizado pela empresa (Carmona, 2009). Sendo assim, os
investimentos necessitam ser avaliados adequadamente de acordo com suas oportunidades. Para
Camargo (2007), dentre várias oportunidades de investimentos em que a empresa depara-se, ela
precisa ter critérios adequados que auxiliem na análise e decisão na escolha entre as alternativas
mais vantajosas de investimentos.

Para tal análise, torna-se necessário entender e estudar métodos que auxiliarão na tomada de decisão
para o projeto. Segundo Júnior, Rigo e Cherobim (2010) existem vários métodos para avaliação de
projetos de investimentos de capital. Dentre eles, serão apresentados os seguintes: Payback,
Payback descontado, VPL e TIR. Para Souza e Clemente (2008), além destes métodos, são
atribuídos os indicadores: IBC e ROIA.

Para calcular os fluxos de caixa descontados, que são utilizados para calcular os indicadores
supracitados, utiliza-se a Taxa Mínima de Atratividade (TMA), que corresponde à taxa de
desvalorização imposta a qualquer ganho futuro pelo fato de não estar disponível no momento
(Camargo, 2007). Ainda, segundo Camargo (2007), a TMA se define como o ganho mínimo que a
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empresa tem com uma segunda melhor alternativa de aplicação do capital, quando utilizado
recursos próprios para financiar um investimento.

Para Souza e Clemente (2008), TMA é a melhor taxa, com baixo grau de risco, disponível para
aplicação do capital em análise. Ou seja, é a melhor alternativa de investimento com baixo grau de
risco disponível para aplicação. A base para sua estimativa é a taxa de juros do mercado, no qual, as
que mais a impactam são: Taxa Básica Financeira (TBF); a Taxa Referencial (TR); a Taxa de Juro
de longo Prazo (TJLP) e Taxa do Sistema de Liquidação e Custódia (SELIC). Entretanto, existe uma
dificuldade em estabelecer um valor exato à TMA para o uso da descapitalização do fluxo
projetado, devido às oscilações e às variedades de taxas, estas, já citadas.

O Payback é o período de tempo necessário para que o fluxo de caixa operacional do projeto
recupere o valor a ser investido no projeto (Junior, Rigo & Cherobim, 2010). Para Souza, Clemente,
(2008) o Payback possui como parâmetro, identificar o tempo de retorno do capital investido do
melhor projeto analisado. Ou seja, avalia o número de períodos necessários para que o fluxo
existente supere o capital investido. Sendo assim, o risco do projeto aumenta á medida que o
Payback se aproxima do final do horizonte de planejamento. (Souza & Clemente, 2008).

Já o Payback Descontado é o período de tempo necessário para recuperar o investimento inicial,


considerando os fluxos de caixa descontados (Junior, Rigo & Cherobim, 2010). De acordo com os
mesmos, tal método foi desenvolvido com o intuito de corrigir uma das principais falhas do
Payback, que é não considerar o valor do dinheiro no tempo. Apesar de ser visto como um critério
para classificar propostas de investimento, é primeiramente, um critério para aceitar ou rejeitar
projetos. Suas vantagens estão na facilidade de entendimento, em favorecer a liquidez; considerar o
valor do dinheiro no tempo e as incertezas de fluxos de caixa mais distantes.

O Valor Presente Líquido (VPL) é a soma dos valores presentes de cada um dos fluxos de caixa -
tanto positivos como negativos - que ocorrem ao longo da vida do projeto (Damodaran, 2004). Para
Carmona (2009), tal técnica é responsável em fornecer uma resposta positiva ou negativa através
dos fluxos de caixa futuros, demonstrando se estes superarão ou não, o custo do investimento. Caso
o fluxo de caixa futuro seja superior ao investimento realizado, o projeto em análise será aceito,
caso contrário, não. Ou seja, o VPL nada mais é do que a concentração de todos os valores
esperados de um fluxo de caixa na data zero. Para tal, usa-se como taxa de desconto a Taxa Mínima
de Atratividade (TMA) da empresa (Souza & Clemente, 2008). De acordo com Carmona (2009), há
critérios para decisão de investimento no projeto: i) se VPL > 0= aceitar o projeto; ii) se VPL < 0 =
rejeitar o projeto.

A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de desconto que igual ao valor presente dos fluxos de
caixa futuros ao investimento inicial, assim é uma taxa que torna o VPL igual à zero (Carmona,
2009). Para Júnior, Rigo e Cherobim (2010), Taxa Interna de Retorno é a taxa que iguala as entradas
do fluxo de caixa em relação ao valor a ser investido no projeto. Para calculá-la, é necessário, tornar
o valor presente das entradas igual ao valor presente das saídas. Para Clemente e Souza (2008), o
risco do projeto aumenta conforme a TMA se aproxima da TIR, assim quanto maior a distância
entre elas, mais atrativo se torna o projeto. De acordo com Clemente e Souza (2008), a TIR e o VPL
podem ser expressos pela Fórmula 1:

Quando o VPL é igual a zero, têm-se a TIR do projeto. Ainda, Carmona (2009) demonstra alguns
critérios de decisão para a TIR: i) TIR > custo capital, o projeto deve ser aceito; ii) TIR < custo
capital, o projeto deve ser rejeitado e iii) TIR = custo de oportunidade, indiferente entre aceitar ou
não o projeto.

Segundo Souza e Clemente (2008) o Índice Benefício/Custo (IBC) é considerado uma medida de
quanto se espera ganhar por unidade de capital investido. A hipótese estudada no cálculo do IBC é
que os resultados encontrados ao longo da vida útil do projeto sejam reinvestidos à taxa de mínima

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atratividade. Para os mesmos, o conceito Índice Benefício/Custo pode ser expresso pela fórmula 2, a
seguir:

Retorno Adicional Sobre o Investimento (ROIA), segundo Souza e Clemente (2008), representa a
melhor estimativa de rentabilidade para um projeto de investimento. Demonstra através de
percentual, a riqueza gerada pelo projeto. O ROIA resulta da taxa equivalente ao IBC para cada
período do projeto. A fórmula 3, a seguir, é uma adaptação dos autores citados, Souza e Clemente
(2008).

3. Aspectos Metodológicos
Quanto ao objetivo geral ou tipo de pesquisa aplicada ao estudo de caso, esta pesquisa pode ser
classificada como uma pesquisa exploratória, a qual é aquela que tem como propósito proporcionar
maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
Seu planejamento tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os mais variados aspectos
relativos ao fenômeno estudado (Seltiz et al., 1967).

Para o desenvolvimento desta pesquisa utilizou-se uma metodologia tanto qualitativa, quanto
quantitativa. Qualitativamente, serão utilizadas técnicas de observação e entrevista e
quantitativamente, informações numéricas.

Quanto à entrevista, ela será do tipo semiestruturada que, de acordo com Lakatos e Marconi, (2004,
p. 279) é realizada “quando o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em
qualquer direção que considere adequada.” A entrevista transcorreu através de perguntas abertas,
referentes à situação do empreendimento, aplicada ao dono da empresa. Tal entrevista foi gravada,
transcrita para que em seguida, seja realizada a análise de conteúdo. Bardin (2006) ressalta e define
a necessidade da análise de conteúdo como um conjunto de técnicas de análise das comunicações,
visando obter, através de procedimentos sistemáticos e objetivos, a descrição do conteúdo das
mensagens. O Quadro 1 ilustra o roteiro para este entrevista.
Quadro 1 – Roteiro da Entrevista Semiestruturada

1. Quais foram os investimentos iniciais e quanto eles custaram?


2. Quanto é o faturamento mensal e anual da empresa?
3. A automação visa dinamizar toda a área de produção? E em quanto
tempo depreciará os maquinários?
4. O processo de automação poderá auxiliar na padronização das
mercadorias?
5. De que forma a automação influenciará como vantagem competitiva
em relação ao mercado na produção e venda?
6. Qual será o impacto financeiro da automação nas perspectivas de
custos, despesas e economia para a empresa?
7. Quais são as dificuldades atuais e projetos de melhoria futuro?

Fonte: os autores, 2013.

Entendida a estrutura da empresa e os custos que serão evitados com a implantação da automação
no processo industrial da empresa foco desta pesquisa, serão orçados, depois, os investimentos
inicias para a automação e elaborado o fluxo de caixa projetado. Então, finalizando a pesquisa,
serão calculados os indicadores de viabilidade, metodologia multi-índices e a simulação de Monte
Carlo (que será rodada com o auxílio do software Crystal Ball), que contempla variabilidade de
variáveis de entrada. A manutenção e a energia, conforme entrevista realizada, será variável em
20% para mais ou para menos.

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4. Descrição e Análise dos Resultados Obtidos


A descrição e análise dos resultados obtidos divide-se em duas partes: qualitativa (análises das
entrevistas realizadas) e quantitativas (análises de viabilidade financeira).

4.1 Análise Qualitativa


As análises qualitativas deste trabalho têm o objetivo de entender as vantagens, desafios, custos e
despesas da implantação do processo de automação na empresa estudada. Primeiramente, sobre
possíveis obtenções de vantagem competitiva com a adoção deste processo, o gestor afirma:

“Se automatizarmos mesmo, eu terei menos ou quase nenhum problema na linha de produção
porque sei que o trabalho vai acontecer. A automação não influencia no tempo de produção
diretamente. Ela vai deixar o processo mais linear, sem ocorrer interrupções. O contrário ocorre
quando há falta de funcionários, atrasando o processo de produção e tendo que ser feito um
remanejamento em outros setores” (Gestor da empresa).

Percebe-se que este processo pode ajudar a empresa na obtenção de vantagem competitiva no
mercado, pois, com a automação, existe mais linearidade na produção dos tijolos, menos falhas,
menos perdas. Ainda na entrevista, o gestor afirma:

“Quanto a economia, posso substituir 6 funcionários, caso optemos pelo automação. Isso vai refletir
direto na folha de pagamento, diminuindo os gastos mensais” (Gestor da empresa)

Este é um importante achado da pesquisa. Optando pela automação, a empresa vai necessitar de
menos funcionário em sua operação (6 funcionários, segundo o gestor). Assim, esses serão os gastos
decrementais (economia de gastos com a adoção da automação).

4.2 Análise Quantitativa

Para a realização da análise de viabilidade financeira, primeiramente necessita-se calcular a Taxa


Mínima de Atratividade do projeto em questão. A Tabela 1 mostra os cálculos da TMA:
Tabela 1 – Cálculo da TMA

Rentabilidade (12 Após


Banco Fundo de Investimento IR
meses) IR
Itaú Itaú Premium DI 7,34% 15% 6,24%
Bradesco FIC Renda Fixa Macro 7,28% 15% 6,19%
CEF FIC Especial RF Longo Prazo 7,28% 15% 6,19%
Média 7,30% 15% 6,21%
Prêmio de risco 1,79%
TMA 8,00%

Fonte: Adaptado de Itaú, Bradesco e CEF.

Na Tabela 1, foram evidenciados três diferentes índices de taxa de rentabilidade encontrada em


instituições bancárias no ano de 2012. Para a média da rentabilidade após o Imposto de Renda (IR),
foi calculada a taxa de rentabilidade multiplicada pela alíquota do IR, e a soma de cada índice
dividido pelo total dos bancos avaliados. Junto a este resultado, adicionou-se um prêmio de risco de
1,79% resultando a TMA em 8,00%.

Após o cálculo da TMA, mensuram-se os investimentos inicias que, para Souza e Clemente (2009)
é todo o aporte de capital necessário para colocar o projeto em funcionamento. O investimento
inicial necessário para o desenvolvimento do projeto está demonstrado na tabela 2, o qual foi orçado
com base em informações dos fabricantes de máquinas de automação deste segmento.

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Tabela 2 – Investimentos Iniciais

VALOR UNITÁRIO
INVESTIMENTO UNIDADES TOTAL (R$)
(R$)
MÁQUINA 1 263.000,00 263.000,00
VAGONETA 300 2.000,00 600.000,00
TOTAL (R$) 863.000,00

Fonte: os autores, 2013.

Para aplicação de tal recurso torna-se necessário um levantamento junto aos agentes de crédito em
busca das melhores taxas de financiamento. Dentro do mercado financeiro existem diferentes linhas
de crédito especificas para cada ramo. Uma delas é a modalidade do Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Finame PSI, programa de crédito destinado a
empresários que pretendem investir em máquinas e equipamentos. De acordo com as normas
estipuladas pelo programa, a taxa de juros aplicada ao financiamento é de 0,25% ao mês ou 3% ao
ano, referente a 2013 e o fornecedor do equipamento deve ser credenciado. Esta modalidade foi
informada por um agente financeiro (Banco Itaú).
Tabela 3 – Simulação de Financiamento Tabela Price

SIMULAÇÃO DE FINANCIAMENTO TABELA PRICE


Valor a ser Financiado (R$) R$ 863.000,00
Prestação pelo Sistema PRICE (R$) R$ 8.333,19
Taxa da operação mensal 0,25%
Taxa da operação anual 3,04%
Nº de Períodos 120 meses
SISTEMA PRICE (amortizações progressivas)
No. Prestação Amortização Juros Saldo Devedor
01 8.333,19 6.175,69 2.157,50 856.824,31
... ... ... ... ...
120 8.333,19 8.312,41 20,78 0,00
TOTAL 999.982,80 863.000,00 136.983,08

Fonte: os autores, 2013.

Depois disto, foram calculados as economias de gastos com os 6 funcionários que não serão
necessários na produção, caso a automatização seja adotada. A Tabela 4 ilustra esta memória de
cálculo.
Tabela 4 – Despesas por colaborador – Entradas do Fluxo de Caixa

ITENS ALÍQUOTA R$
SALÁRIO 1.700,00
FGTS 8% 136
INSS PATRONAL 0% 0
13% SALÁRIO (1/12) 141,66
FGTS 13 8% 11,33
INSS 13 0,00% 0
FÉRIAS 141,66
FÉRIAS (1/3) 47,22
FGTS S/ FÉRIAS 8% 15,11
INSS S/ FÉRIAS 0,00% 0
CESTA BÁSICA - 55
TOTAL/COLABORADOR 2.248,00
TOTAL GERAL (6 13.488,00
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colaboradores)

Fonte: os autores, 2013.

A empresa estudada é optante pelo Simples Nacional, portanto não incide, sobre sua folha de
pagamento, INSS patronal. Todos os valores descritos acima foram calculados com base no exame
das planilhas de Recursos Humanos da empresa foco do trabalho. A Tabela 5 ilustra, no contexto da
projeção do fluxo de caixa, os gastos mensais com a automação.
Tabela 5 – Gastos Mensais – Mês 1 Ano 2

DESCRIÇÃO GASTOS
R$
MENSAIS
Manutenção máquina 166,67
Energia elétrica 200,00
Juro financiamento 1.969,66
TOTAL 2.336,33

Fonte: os autores, 2013.

Importante salientar que estes gastos são relativos ao mês 1 do segundo ano do projeto. No primeiro
ano não eistem gastos com manutenção, visto que a empresa fornecedora do equipamento concede
garantia total sobre a instalação e sobre as máquinas vendidas. Assim, o fluxo de caixa projetado é
evidenciado na Tabela 6.
Tabela 6 – Projeção de Fluxo de Caixa

Descrição dos
gastos Ano 0 Ano 1 Ano 2 ... Ano 8 Ano 9 Ano 10
Investimento
-863.000,00 - - - - - -
inicial
Entradas:
Economia com
- 161.856,00 173.185,92 ... 259.905,36 278.098,74 297.565,65
colaboradores
Saídas:
Manutenção e
- 2.400,00 4.708,04 ... 7.065,50 7.560,09 8.089,29
Energia
Juro sobre
- 24.862,47 22.577,14 ... 7.329,16 4.510,55 1.606,19
Investimento
Valor residual do
172.600,00
investimento
Total -863.000,00 134.593,53 145.900,74 ... 245.510,70 266.028,10 460.470,17

Fonte: os autores, 2013.

Na tabela 6, foi demonstrado para o ano 1 o valor de entrada de R$ 161.856,00 que se refere à soma
de todos os meses de tal ano. Já para as saídas, os valores apresentados foram o custo de energia
para o funcionamento da máquina no valor de R$ 2.400,00 e o total dos juros, R$ 24.862,47,
gerando assim, um fluxo de caixa no valor de R$ 134.593,53. A partir do ano 2 houve algumas
variações para as entradas e saídas. Para as entradas, foi acrescentado variações de reajuste salarial
anual, correspondendo 7%. Já para as saídas, foi adicionado junto ao custo de energia o custo de
manutenção da máquina, e um percentual também de 7% referindo-se a reajuste anual de inflação,
além dos juros do financiamento.

No ano 10 foi acrescentado um valor residual de 20% do valor do investimento, que refere-se ao
valor de mercado que, segundo o fabricante, as máquinas tem ao final do ano 10. Com base neste
fluxo de caixa, foram calculados indicadores de risco e retorno, para avaliar a viabilidade do projeto
em questão. A Tabela 7 mensura estes indicadores.

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Tabela 7 – Indicadores de Risco e Retorno

INDICADORES
RETORNO RISCO
VP R$ 1.377.685,07 TIR 17,68%
VPL R$ 514.685,07 Payback 5,27 anos
VPLa R$ 76.703,25 Payback descontado 6,73 anos
IBC 1,60 TMA/TIR 0,45
ROIA 4,81% Payback/N 0,53

Fonte: os autores, 2013.

De acordo com os cálculos apresentados, a riqueza gerada no projeto é demonstrada com um


VPL>0, (R$514.685,07). Isto quer dizer que o valor do VPL é suficiente para cobrir os riscos do
projeto e atrair o investidor. Da mesma forma é demonstrada a riqueza gerada, em termos
percentuais, através do ROIA. Quanto ao VPLa, representa um VPL médio para cada um dos
períodos, ou seja, o excesso de caixa está em torno de R$ 76.703,25 por ano. O índice IBC é uma
avaliação de quanto se espera ganhar por capital investido. Logo para este estudo, temos um IBC>1
indicando que a cada 1,00 investido há uma rentabilidade de 60%.

O retorno do capital investido é representado num período de 5,27 anos, Payback, e sua correção em
6,73 anos para o Payback descontado. Através da TIR evidencia-se que há maior ganho no projeto
do que na própria TMA (TIR>TMA). Os indicadores de risco TMA/TIR e Payback/N apresentam
valores intermediários (entre 0 e 1), portanto são de médio risco.

O indicador Risco de Gestão é associado ao grau de conhecimento e de competência dos


responsáveis pela empresa, e representa uma análise subjetiva referenciada através da observação e
análise das entrevistas realizadas. Para avaliá-lo, separa-se a empresa em diferentes áreas com suas
respectivas características.
Tabela 8 – Indicador de Risco de Gestão

RISCO DE GESTÃO
Áreas Administração Produção Financeiro Comercial
Aspecto econômico 0,7 0,8 0,8 0,7
Indústria ou
Segmento 0,6 0,8 0,7 0,7
Processo produtivo 0,7 0,8 0,7 0,7
Estratégia de
comércio 0,6 0,5 0,8 0,5
MÉDIA/ÁREA 0,65 0,72 0,75 0,65
MÉDIA TOTAL 0,69
RISCO DE
GESTÃO 0,31

Fonte: os autores, 2013.

A tabela 8 representa a soma destas diferentes áreas resultando em um valor de 0,31, (1.00-0,69),
demonstrando que a empresa apresenta risco baixo/médio. O indicador de Risco de Negócio é
associado a fatores conjunturais e não controláveis que podem afetar o ambiente do projeto. Sendo
assim, surgimento foram avaliadas diferentes análises clássicas que buscarão trabalhar com tais
situações. A seguir, será apresentada esta análise através da tabela 9.
Tabela 9 – Indicador de Risco de Negócio

RISCO DE NEGÓCIO
PEST 5 FORÇAS DE PORTER SWOT
Aspecto Percepção Aspecto Percepção Aspecto Percepção

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Político-Legal 0,5 Entrantes 0,6 Pontos Fortes 0,8
Econômico 0,3 Substitutos 0,6 Pontos Fracos 0,5
Sociocultural 0,6 Fornecedores 0,5 Oportunidades 0,8
Tecnológico 0,5 Clientes 0,4 Ameaças 0,8
Demográfico 0,3 Concorrentes 0,6
MÉDIA 0,44 0,54 0,72
MÉDIATOTAL 0,56

Fonte: os autores, 2013.

As análises utilizadas foram o PEST (Fatores Políticos, Econômicos, Sociais e Tecnológicos), a qual
a soma destas variações, resultou em uma média de 0,44. Concomitantemente, foram também
avaliadas as 5 forças de Porter (Novos Entrantes, Produtos Substitutos, Concorrência, Poder dos
Fornecedores e dos Clientes), recebendo a soma de 0,54. E somado a estas avaliações, foi realizada
a análise SWOT (Pontos Fortes, Fracos, Ameaças e Oportunidades), recebendo a soma de 0,72. Para
alcançar o resultado final, somam-se as três diferentes análises, as quais geraram a variação de 0,56,
evidenciando um grau de risco médio. Assim, a Tabela 10 apresenta a síntese dos indicadores de
risco:
Tabela 10 – Síntese dos Indicadores de Risco

INDICADORES FINANCEIROS DE RISCO


TMA/TIR 0,68
Payback/N 0,65
Risco de Gestão (RG) 0,31
Risco de Negocio (RN) 0,56
Grau de Comprometimento da Receita (GCR) 0,54

Fonte: os autores, 2013.

Os Indicadores financeiros apresentam uma escala de risco que variam de zero a um, (0 a 1), onde 0
indicaria o menor e 1 o maior risco com variações de Baixo, Baixo/Médio, Médio, Médio/Alto e
Alto risco para a empresa. O GCR foi calculado com base em parâmetros da empresa e não do
projeto. O Quadro 2 apresenta a percepção risco versus retorno.
Quadro 2 – Percepção Risco versus Retorno

Indicadores de Risco e Retorno / Multiíndice


VALOR BAIXO B/M MÉDIO M/A ALTO
Índice TMA/TIR 0,68 X
Índice Payback/ N 0,65 X
RISCO
Risco Operacional (GCR) 0,54 X
Risco de Gestão 0,31 X
Risco de Negócio 0,56 X
Retorno Adicional do Investimento
0,04 X
(ROIA)

Fonte: os autores, 2013.

Demonstra-se então, que a partir dos resultados dos indicadores de riscos evidenciados no quadro 1,
a classificação médios dos riscos encontrada apresenta-se como média. Quanto ao indicador de
retorno (ROIA) a classificação evidencia um retorno médio, demonstrando que, além da empresa
conseguir ter uma TIR maior que a TMA, poderá acrescentar 4% a mais de riqueza no projeto. A
Figura 1 mostra o Gráfico Radar do projeto.
Figura 1 – Gráfico Radar do Projeto

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Fonte: os autores, 2013.

A área do polígono interno representa, em relação a área total, o risco apresentado no projeto.
Assim, visualiza-se que o projeto possui um risco médio.

Após a análise do projeto com a utilização da metodologia multi-índices, passa-se para a análise por
meio da simulação de monte carlo. Nesta análise, considera-se que a manutenção e a energia,
conforme entrevista realizada, pode ser variável em 20% para mais ou para menos. Todos os outros
parâmetros de entrada do fluxo de caixa não são variáveis. Assim, a Figura 2 mostra a simulação de
monte Carlo para a variável VPL.
Figura 2 – Simulação de Monte Carlo Para o VPL

Fonte: os autores, 2013.

Para esta análise, utilizou-se distribuição triangular com 5.000 iterações. A probabilidade do VPL
ser menor que zero, conforme pode-se observar é zero. Com 95% de certeza, o VPL vai ficar entre
R$ 512.852,00 e R$ 516.582,00. O VPL médio é R$ 514.692,00 enquanto o VPL mediano é R$
514.693,00. O VPL mínimo é R$ 511.550,00 e máximo R$ 517.956,00. O coeficiente de
variabilidade do VPL é 0,19%. A Figura 3 apresenta os dados relativos à TIR.
Figura 3 – Simulação de Monte Carlo Para a TIR

Fonte: os autores, 2013.

A probabilidade da TIR ser superior à TMA é de 100%. Com 99% de certeza, a TIR ficará entre
17,6% e 17,7%. Tanto a TIR média quanto a mediana serão de 17,7%. O coeficiente de
variabilidade desta variável é 0,095%. Assim, percebe-se que este projeto é, do pronto de vista
financeiro, viável.
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5. Conclusões
A decisão deste investimento só se faz aceitável quando ocorrer a comprovação adicional desta
riqueza, através do estudo das características técnicas propostas, além da avaliação de diferentes
indicadores financeiros. Serão estes os responsáveis em confirmar a viabilidade financeira do
projeto.

A proposta sugerida sobre avaliar a viabilidade da automação na empresa demonstrou-se, pelas


características técnicas do tema, viável, uma vez que sua implantação pode gerar estabilidade na
continuidade do processo e padronização do setor onde atua, deixando os produtos lineares (no
mesmo padrão) e livres de defeito ou erros humanos. Permite a produção em série, sem interrupções
e remanejamento de colaboradores, agilizando, também, o desenvolvimento contínuo, a otimização
do processo e a diminuição dos custos.

Em relação à rentabilidade do projeto, a viabilidade financeira apresentou-se como atrativa, devido


à geração de riqueza ser suficiente ao período projetado, cobrindo os riscos e atraindo o investidor.
Além de gerar confiabilidade diante das taxas TIR e TMA, devido à grande distância entre elas
evidenciou-se, também, um ganho monetário (VPLa), por período projetado no estudo, o VPL
positivo representa a recuperação do investimento inicial do projeto (R$ 863.000,00).

Pela análise Multi-índice, os índices de risco e retorno demonstraram uma classificação média (0,4 a
0,6), evidenciando que o risco existente no projeto é compatível ao retorno (ROIA) que o novo
projeto sofrerá. Além do mais, sua rentabilidade excedeu sua TMA. Na simulação de Monte Carlo,
a probabilidade do VPL ser maior que zero é 100% e a TIR maior que a TMA, também 100%.

Desta forma, conclui-se a justificativa da implantação da automação levando em conta


características técnicas positivas como padronização, qualidade dos produtos, linearização do setor
quanto dos indicadores financeiros como, por exemplo: geração de riquezas, retorno esperado e
rentabilidade do novo projeto.

Esta pesquisa limitou-se a analisar a empresa foco do estudo de caso, portanto não deve-se
generalizar os resultados aqui obtidos. Como sugestão para trabalhos futuros, sugere aplicar os
métodos aqui ilustrados em outras empresas do mesmo e de outros setores.

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2 Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Brasil –bele_keppen@yahoo.com.br
3 Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Brasil –tuiane_camargo@hotmail.com
4 Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Brasil –dircelia_poli@hotmail.com
5 Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Brasil –anderson@catapancontadores.com.br
6 Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Brasil –paulo.martins@pucpr.br

Vol. 35 (Nº5) Año 2014


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