Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
UFCD 0349
AMBIENTE, SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO
Susana Marques
Água
A disponibilidade de á gua potá vel é uma fonte de preocupaçõ es mundiais, sendo considerada
por especialistas em meio ambiente como o grande problema do pró ximo milénio. As justificaçõ es sã o
muitas, entre elas pode-se citar que, do total de á gua do mundo apenas 3% é á gua doce e só 0,03% do
total se encontra em superfícies acessíveis. O consumo de á gua situa-se como uma das necessidades
bá sicas do ser humano, crescendo em taxas superiores à s suportadas pelo planeta a médio prazo. Em
1940, o consumo mundial era de 1 triliã o de litros por ano. Em 1960, já estava em 2 triliõ es, passando
para 4 triliõ es em 1990. No ano 2000 era de 5 triliõ es de litros de á gua por ano. O limite de 9 triliõ es de
litros, estimado por ó rgã os internacionais, será alcançado em 2015. Enquanto a busca aumenta, as
disponibilidades diminuem, em face da contaminaçã o e da poluiçã o causados à s suas fontes.
Perda de Biodiversidade
A Biodiversidade refere-se à variabilidade dos seres vivos que se encontram no mundo natural.
O conceito abrange a diversidade genética das espécies, a diversidade genética dentro de uma dada
espécie, e também a diversidade dos ecossistemas e habitats. Contudo, o foco principal do tema
biodiversidade incide sobretudo nas espécies.
A perda de biodiversidade que se registou na década de 70 tornará irreversível a extinçã o de uma parte
da vida selvagem. A açã o levada a cabo pelo Homem desde essa altura levou a uma reduçã o de 28%
entre as espécies marinhas, 29% entre os animais que vivem em rios e 25% entre os restantes. A
principal causa é a açã o do Homem sobre a Natureza, como consequências da poluiçã o, agricultura,
expansã o urbana, pesca excessiva e caça.
Aquecimento Global
Desflorestação
Desertificação
O conceito de desertificaçã o pode ser definido, de acordo com a "Convençã o das Naçõ es Unidas
de Combate à Desertificaçã o", como a degradaçã o da terra nas zonas á ridas, semiá ridas e sub-hú midas,
resultante de factores diversos, tais como as variaçõ es climá ticas e as actividades humanas.
Apesar de ser um problema já muito antigo, só recentemente, nas ú ltimas duas
ou três décadas, a desertificaçã o passou a ser um objeto de preocupaçã o para muitos governos, devido
ao facto de afetar a produçã o de alimentos e as condiçõ es de vida de milhõ es de pessoas.
As á reas abrangidas pelo problema da desertificaçã o cobrem cerca de 33% da superfície
terrestre, num total de aproximadamente 51 720 000km2, afetando cerca de 900 milhõ es de pessoas,
sendo Á frica o continente mais afetado. A estas á reas podem ainda acrescentar-se as zonas hiperá ridas
(desertos), que ocupam 9 780 000km2 (16% da superfície terrestre).
A FAO (Organizaçã o das Naçõ es Unidas para a Alimentaçã o e Agricultura) propõ e cinco á reas de
açã o humana, como potenciadoras do efeito de desertificaçã o:
1. Degradaçã o das populaçõ es animais e vegetais (degradaçã o bió tica ou perda da biodiversidade)
de vastas á reas de zonas semiá ridas devido à caça e extraçã o de madeira;
2. Degradaçã o do solo, que pode ocorrer por efeito físico (erosã o hídrica ou eó lica e compactaçã o
causada pelo uso de má quinas pesadas) ou por efeito químico (salinizaçã o ou solidificaçã o);
3. Degradaçã o das condiçõ es hidroló gicas de superfície devido à perda da cobertura vegetal;
4. Degradaçã o das condiçõ es geohidroló gicas (á guas subterrâ neas) devido a modificaçõ es nas
condiçõ es de recarga;
5. Degradaçã o da infraestrutura econó mica e da qualidade de vida.
Combustíveis Fósseis
Existem três grandes tipos de combustíveis fó sseis como o carvã o, petró leo e o gá s natural. O
processo de formaçã o de combustível fó ssil deve-se à s plantas, animais e toda a matéria viva, que
quando morrem decompõ em-se, sendo precisos dois milhõ es de anos até que esta matéria orgâ nica
origine o carvã o, posteriormente dando lugar ao petró leo e ao gá s natural.
O nome fó ssil surge pelo tempo que demora à sua formaçã o, vá rios milhõ es de anos. Estes recurso que
agora se utilizam foram formados há 65 milhõ es de anos. A regeneraçã o destes fó sseis é mesmo o cerne
do problema, pois uma vez esgotados só existirã o novamente passado bastante tempo. A economia
global está dependente destes recursos naturais, daí as variâ ncias do preço do petró leo, pois prevê-se
que acabe em poucas décadas, o que influência em grande parte a crise financeira que agora se vive.
O uso destes recursos teve naturalmente grandes impactos na evoluçã o do Homem, tanto para o
melhor, a nível social, tecnoló gico, econó mico mas uma grave consequência para o meio ambiente. As
grandes consequências surgem com o uso deste tipo de combustíveis, como a contaminaçã o do ar pela
sua combustã o, sendo mesmo um problema para a saú de pú blica.
Gases como o Dió xido de Carbono sã o considerados poluentes por agirem diretamente com o efeito de
estufa, aumentando assim o aquecimento global, nã o deixando dissipar o calor gerado pelos raios
solares. Este aumento de temperatura é sentido nos dias que correm e, provavelmente, trará
consequências de dimensõ es catastró ficas se nada for feito em contrá rio.
Smog
O termo smog resulta da junçã o de duas palavras inglesas: smoke (fumo) e fog (nevoeiro) e, tal
como o nome indica, é o resultado da mistura de um processo natural(o nevoeiro) com os fumos
resultantes da atividade industrial e queima de combustíveis fó sseis. O smog é uma forma de nevoeiro
poluidor da atmosfera, já que as partículas só lidas e líquidas (aerossó is) contidas nos fumos industriais
e escapes funcionam como pontos de condensaçã o atmosféricos, agregando-se as moléculas de á gua em
torno deles, originando assim um nevoeiro muito denso e particularmente perigoso devido à s
propriedades que as partículas, em torno das quais ocorre condensaçã o, podem apresentar, como uma
elevada acidez (por exemplo, á cido sulfú rico) ou toxicidade (por exemplo, metais pesados).
É perigoso, sobretudo, devido à presença de elementos nocivos nas camadas baixas da
atmosfera, como os ó xidos de carbono, ó xidos de azoto, hidrocarbonetos, metais pesados e anidrido
sulfuroso - SO2, que facilmente se oxida em SO3, molécula esta que apresenta uma grande afinidade com
a á gua, dando origem a aerossó is de ácido sulfú rico (H2SO4), responsá veis por nevoeiros e chuvas
ácidas, com consequências altamente nefastas.
O smog pode assumir diferentes graus de perigosidade sendo, regra geral, sempre tó xico e
prejudicial aos organismos vivos, afetando sobretudo as vias respirató rias e olhos (conjuntivites),
estando ainda presente o risco de envenenamento, devido a concentraçõ es elevadas de aerossó is de
metais pesados.
Chuvas Ácidas
Grandes quantidades de á cidos nítrico e sulfú rico sã o formadas na atmosfera a partir dos ó xidos
de nitrogénio e enxofre emitidos pela combustã o do carvã o, da gasolina e de outros combustíveis
fó sseis. Isto acontece principalmente pró ximo das grandes cidades e dos grandes complexos industriais,
onde os índices de poluiçã o sã o mais elevados. A precipitaçã o destas substâ ncias é denominada chuva
ácida desde que o valor de pH esteja compreendido entre os valores 4,0 e 4,5. Em casos extremos, o pH
pode ser inferior a 2,0. Estes valores contrastam com a chuva normal, cujo pH está geralmente
compreendido entre 5,0 e 5,6, em equilíbrio com o dió xido de carbono atmosférico.
Os á cidos sulfú rico (H2SO4) e nítrico (HNO3) sã o potentes fornecedores de iõ es hidrogénio que
implementam uma acidificaçã o do solo, tornando-o impró prio para a agricultura. Muitas vezes, os iõ es
hidrogénio adicionados ao solo nã o sã o suficientes para alterar o pH do mesmo mas, apó s um longo
período de tempo, pode dar-se um significativo efeito de acidificaçã o, especialmente nos solos com
deficiente proteçã o.
A lixiviaçã o também contribui para a acidez dos solos, na medida em que renova os catiõ es que
podem concorrer com o hidrogénio e o alumínio na formaçã o de compostos complexos.
As chuvas á cidas sã o muito prejudiciais aos solos, que se podem tornar improdutivos, e à s florestas, pois
atacam fundamentalmente as folhas, acabando as á rvores por morrer. Sã o um fenó meno altamente
nocivo, também, para o patrimó nio construído, que é muito desgastado, como se pode verificar pelos
inú meros monumentos que a sua açã o corroeu.
Alterações Climáticas
As alteraçõ es climá ticas podem ser encaradas como uma séria ameaça ambiental, interferindo
com os ritmos naturais do planeta Terra. Têm por base fenó menos naturais, mas sã o, também, induzidas
pela atividade humana como a exploraçã o excessiva dos recursos naturais.
As alteraçõ es climá ticas têm impactes negativos nos ecossistemas terrestres, com consequências
diversas, como por exemplo:
- Modificaçõ es na fauna e flora;
- Aumento das ondas de calor, com prejuízo da saú de humana, e aumento do consumo de
energia utilizada em sistemas de arrefecimento;
- Diminuiçã o da precipitaçã o, com escassez e diminuiçã o da qualidade dos recursos
hídricos, ou precipitaçã o excessiva, com riscos de cheias;
- Alteraçã o das flutuaçõ es climá ticas anuais, que interferem com a produçã o agrícola.
O aquecimento global da Terra constitui um bom exemplo de uma alteraçã o climá tica com
consequências preocupantes a vá rios níveis. Pode ser explicado pelo efeito de estufa, produzido pela
libertaçã o de gases, como visto anteriormente, que aumentam a capacidade de a atmosfera absorver a
radiaçã o infravermelha, favorecendo a retençã o de calor.
GESTÃO DE RESÍDUOS
A Política de Resíduos assenta em objetivos e estratégias que visam garantir a preservaçã o dos
recursos naturais e a minimizaçã o dos impactes negativos sobre a saú de pú blica e o ambiente.
Para a prossecuçã o destes objetivos importa incentivar a reduçã o da produçã o dos resíduos e a
sua reutilizaçã o e reciclagem por fileiras. Em grande medida, tal passa pela promoçã o da identificaçã o,
conceçã o e adoçã o de produtos e tecnologias mais limpas e de materiais reciclá veis.
Para além da prevençã o, importa ainda promover e desenvolver sistemas integrados de recolha,
tratamento, valorizaçã o e destino final de resíduos por fileira (e.g.: ó leos usados, solventes, têxteis,
plá sticos e matéria orgâ nica).
Entende-se por Operaçõ es de Gestã o de Resíduos, toda e qualquer operaçã o de recolha,
transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorizaçã o e eliminaçã o de resíduos, bem como à s
operaçõ es de descontaminaçã o de solos e à monitorizaçã o dos locais de deposiçã o apó s o encerramento
das respetivas instalaçõ es. A gestã o deve assegurar que à utilizaçã o de um bem sucede uma nova
utilizaçã o ou que, nã o sendo viá vel a sua reutilizaçã o, se procede à sua reciclagem ou, ainda a outros
modos de valorizaçã o. A eliminaçã o definitiva de resíduos, principalmente a sua deposiçã o em aterro,
constitui a ú ltima opçã o de gestã o, justificando-se apenas quando seja técnica ou financeiramente
inviá vel a prevençã o, a reutilizaçã o, a reciclagem ou outras formas de valorizaçã o.
No Artigo 7.º do decreto-Lei n.º 73/2011 de 17 de junho está patente o princípio da hierarquia dos
resíduos:
1 - A política e a legislaçã o em matéria de resíduos devem respeitar a seguinte ordem de
prioridades no que se refere à s opçõ es de prevençã o e gestã o de resíduos:
Prevençã o e reduçã o;
Preparaçã o para a reutilizaçã o;
Reciclagem;
Outros tipos de valorizaçã o;
Eliminaçã o.
Vantagens da Reutilização
A reutilizaçã o pode ser definida como a reintroduçã o, em utilizaçã o aná loga e sem alteraçõ es, de
substâ ncias, objetos ou produtos nos circuitos de produçã o e/ou consumo, por forma a evitar a
produçã o de resíduos. Existem vá rias vantagens associadas à reutilizaçã o, tais como:
Poupanças energéticas e de materiais;
Reduçã o das necessidades e custos de eliminaçã o pela diminuiçã o da quantidade de resíduos a
eliminar;
Poupanças econó micas para empresas e consumidores, dado que os produtos reutilizá veis
necessitam de menos substituiçõ es;
Novas oportunidades de mercado, por exemplo para produtos “reenchíveis”.
Vantagens da Reciclagem
A Portaria nº 209/2004, de 3 de março, define reciclagem como o reprocessamento de resíduos em
processos de produçã o, para o fim original ou outros fins.
As principais vantagens associadas à reciclagem sã o as seguintes:
- Aumento do tempo de vida e maximizaçã o do valor extraído das matérias-primas;
- Poupanças energéticas;
- Conservaçã o dos recursos naturais;
- Desvio dos resíduos dos aterros ou outras instalaçõ es de tratamento mais poluidoras;
- Participaçã o ativa dos consumidores, o que implica uma maior consciência ambiental;
- Reduçã o da poluiçã o atmosférica e da poluiçã o dos recursos hídricos;
- Criaçã o de novos negó cios e mercados para os produtos reciclados.
Efluentes Líquidos
Emissões Gasosas
Estratégias de Atuação
A intervençã o de todos nó s para uma efetiva aplicaçã o da política dos 5 R (Reduzir, Reutilizar,
Reciclar, Recuperar e Racionalizar) é fundamental, permitindo a reduçã o do consumo de energia, de
matérias-primas e recursos naturais, e da quantidade de resíduos depositada em aterro ou incinerada.
Reduzir a quantidade de resíduos produzidos (por exemplo, através da utilizaçã o de produtos de longa
duraçã o e de produtos a granel);
Reutilizar resíduos quando nã o for possível reduzir, através da utilizaçã o de materiais usados
(por exemplo, reutilizaçã o de sacos plá sticos, reparaçã o de artigos danificados);
Reciclar os materiais (já ) nã o reutilizá veis, através da prévia separaçã o seletiva e posterior deposiçã o
no respetivo ecoponto (plá stico e metal – amarelo –, papel e cartã o – azul –, vidro – verde). As pilhas
usadas devem ser depositadas no pilhã o e as embalagens de madeira podem ser depositadas nos
ecocentros. Também os eletrodomésticos devem ser entregues e nã o depositados junto dos contentores
(recolha: Amb3e, ERP Portugal – REEE - Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletró nicos). Os ó leos
alimentares domésticos devem ser colocados no oleã o.
A matéria orgâ nica é, idealmente, encaminhada para compostagem – outra forma de reciclagem,
que consiste na decomposiçã o bioló gica controlada da matéria orgâ nica, obtendo-se o composto que
pode ser utilizado como adubo na agricultura.
A reciclagem é o mais mediá tico dos 5 R e consiste na transformaçã o de um resíduo numa forma
novamente utilizá vel, prolongando assim o seu ciclo de vida. Em Portugal, (apenas) 15% dos resíduos
totais produzidos sã o reciclados.
Recuperar, quando possível, a energia de resíduos que nã o podem ser reduzidos, reutilizados ou
reciclados. Esta é uma opçã o direcionada maioritariamente para a indú stria e inclui opçõ es como a
incineraçã o, por exemplo, que através da queima controlada de resíduos produz energia elétrica.
Racionalizar a produçã o e os procedimentos, evitando ao má ximo a criaçã o de resíduos.
SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚ DE NO
TRABALHO
CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS COM A SHST
ACIDENTE DE TRABALHO Acontecimento nã o intencionalmente provocado, de cará cter
anormal, sú bito e inesperado, que se verifica no local e tempo de trabalho ou ao serviço do
empregador, produzido, direta ou indiretamente, Lesã o corporal, perturbaçã o funcional ou
doença de que resulte morte ou reduçã o na capacidade de trabalho ou de ganho.
AMBIENTE DE TRABALHO Conjunto de variá veis que definem a realizaçã o de uma tarefa
concreta e o enquadramento em que esta se realiza, assim como determinam a saú de do
individuo que a executa, na tripla dimensã o, física, mental e social.
CLASSES DO FOGO Determinaçã o de um fogo pelo tipo de material que está a sofrer o processo
de combustã o. Classe A – só lidos; Classe B – líquidos; Classe C - Gases; Classe D- Metais.
COMBURENTE – nome dado à substâ ncia que é reduzida numa reaçã o de combustã o. O oxigénio
é o principal comburente, porém há casos isolados em que o comburente é o cloro, bromo ou o
enxofre.
DANO Lesã o corporal, perturbaçã o funcional ou doença que determine reduçã o na capacidade
de trabalho ou de ganho ou a morte do trabalhador resultante, direta ou indiretamente, de
acidente de trabalho.
ERGONOMIA Ciência que estuda e projeta os postos e lugares de trabalho de modo a adaptar o
trabalho ao homem, permitindo a conjugaçã o da melhoria do nível de saú de, segurança, conforto
e produtividade.
INCIDENTE Ocorrência instantâ nea e nã o desejada que, ao contrá rio do acidente de trabalho,
nã o provoca lesõ es ou danos para além dos resultantes da alteraçã o normal da atividade.
LOCAL DE TRABALHO Todo o lugar em que o trabalhador se encontra, ou donde ou para onde
deve dirigir-se em virtude do seu trabalho, e em que esteja, direta ou indiretamente, sujeito ao
controlo do empregador.
PERIGO Situaçã o que excede o limite do risco aceitá vel. Propriedade intrínseca de um objeto ou
organismo capaz de produzir danos ou lesõ es.
SAÚDE NO TRABALHO Abordagem que integra, além da vigilâ ncia médica, o controlo dos
elementos físicos e mentais que possam afetar a saú de dos trabalhadores, representando uma
considerá vel evoluçã o face à s metodologias tradicionais da medicina do trabalho.
SISTEMA DE GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO Conjunto de elementos
interrelacionados ou interativos que têm por objeto estabelecer uma política e objetivos de SST,
e alcançar tais objetivos.
A Estratégia Nacional para a Segurança e Saú de no Trabalho 2008-2012 define como eixo
fundamental do desenvolvimento das políticas neste domínio a promoçã o da segurança e saú de nos
locais de trabalho, como pressuposto de uma melhoria efectiva das condiçõ es de trabalho.
Para tanto, importa que os empregadores adoptem políticas de promoçã o da segurança e saú de no
trabalho que permitam assegurar a saú de e a integridade física dos seus trabalhadores, respeitando
os princípios de prevençã o de riscos profissionais.
Aos empregadores compete, em termos de obrigaçõ es gerais, a aplicaçã o de medidas que visam:
Assegurar a vigilâ ncia adequada da saú de dos trabalhadores em funçã o dos riscos a que se encontram
expostos no local de trabalho.
A Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro define, no seu artigo n.º 15.º, as obrigaçõ es gerais do
empregador, em matéria de segurança e saú de no trabalho. O empregador deve, nomeadamente,
assegurar ao trabalhador condiçõ es de segurança e saú de em todos os aspectos do seu trabalho.
O empregador deve, para tal, organizar os serviços adequados, internos ou externos à empresa,
estabelecimento ou serviço, mobilizando os meios necessá rios, nomeadamente nos domínios das
actividades de prevençã o, da formaçã o e da informaçã o, bem como o equipamento de protecçã o que
se torne necessá rio utilizar.
Os artigos n.ºs 73.º a 110.º, da Lei n.º 102/2009 obrigam as entidades empregadoras a organizar, na
empresa ou estabelecimento, as atividades de segurança e saú de no trabalho, as quais constituem, ao
nível da empresa, um elemento determinante na prevençã o de riscos profissionais e de promoçã o e
vigilâ ncia da saú de dos trabalhadores.
Assegurar as condiçõ es de trabalho que salvaguardem a segurança e a saú de física e mental dos
trabalhadores;
Desenvolver as condiçõ es técnicas que assegurem a aplicaçã o das medidas de prevençã o que
possibilitem o exercício da actividade profissional em condiçõ es de segurança e de saú de para o
trabalhador, tendo em conta os princípios de prevençã o de riscos profissionais;
Informar e consultar os representantes dos trabalhadores para a segurança e saú de no trabalho ou,
na sua falta, os pró prios trabalhadores.
A referida Estratégia Nacional para a Segurança e Saú de no Trabalho 2008-2012 define, por outro
lado, como objectivo nuclear, a promoçã o da segurança e saú de nos locais de trabalho, como
pressuposto de uma melhoria efectiva das condiçõ es de trabalho.
Para materializar este eixo, a Estratégia Nacional aponta o objectivo da melhoria da qualidade da
prestaçã o dos serviços de segurança e saú de no trabalho e o incremento das competências dos
respectivos intervenientes, entendendo que o sistema de gestã o da segurança e saú de no trabalho em
meio empresarial constitui a essência da abordagem da prevençã o de riscos profissionais nos locais
de trabalho.
O incremento das competências dos intervenientes é outro dos vetores que os referenciais
estratégicos apontam. Com efeito, para além da obrigatoriedade da organizaçã o dos respetivos
serviços, o empregador tem o dever de proporcionar aos trabalhadores formaçã o adequada no
domínio da segurança e saú de no trabalho.
Obrigações do Trabalhador
Constituem obrigaçõ es do trabalhador:
b) Zelar pela sua segurança e pela sua saú de, bem como pela segurança e pela saú de das outras
pessoas que possam ser afetadas pelas suas açõ es ou omissõ es no trabalho, sobretudo quando exerça
funçõ es de chefia ou coordenaçã o, em relaçã o aos serviços sob o seu enquadramento hierá rquico e
técnico;
informaçã o prestada pelo empregador e comparecendo à s consultas e aos exames determinados pelo
médico do trabalho;
- O trabalhador nã o pode ser prejudicado em virtude de se ter afastado do seu posto de trabalho ou
de uma á rea perigosa em caso de perigo grave e iminente nem por ter adoptado medidas para a sua
pró pria segurança ou para a segurança de outrem.
- Sem prejuízo do disposto no nú mero anterior, o trabalhador que viole culposamente os deveres
referidos no n.º 1 ou o trabalhador cuja conduta tiver contribuído para originar uma situaçã o de
perigo incorre em responsabilidade disciplinar e civil.
ACIDENTES DE TRABALHO
Segundo o Decreto-Lei nº 99/2003, de 27 de agosto, é acidente de trabalho o sinistro, entendido
como acontecimento sú bito e imprevisto, sofrido pelo trabalhador que se verifique no local e no
tempo de trabalho.
Os acidentes, em geral, sã o o resultado de uma combinaçã o de fatores, entre os quais se destacam as
falhas humanas e as materiais.
Quanto aos acidentes de trabalho o que se pode dizer é que grande parte deles ocorre porque os
trabalhadores se encontram mal preparados para enfrentar certos riscos.
Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por exemplo, um
corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.
Dano é a lesã o corporal, perturbaçã o funcional ou doença que determine reduçã o na capacidade de
trabalho ou de ganho ou a morte do trabalhador resultante direta ou indiretamente de acidente de
trabalho. Se a lesã o corporal, perturbaçã o ou doença for reconhecida a seguir a um acidente,
presume-se consequência deste senã o for reconhecida a seguir a um acidente, compete ao sinistrado
ou aos beneficiá rios legais provar que foi consequência dele.
A Vítima – que fica incapacitada de forma total ou parcial, temporá ria ou permanente para o
trabalho;
A Família – que tem seu padrã o de vida afetado pela falta dos ganhos normais, correndo o risco de
cair na marginalidade;
Fatores humanos
- Ansiedade e stress;
- Falta de integraçã o do trabalhador no grupo de trabalho;
- Alcoolismo e sonolência.
- 1%, 2% ou 3% sobre o salá rio de seus empregados, de acordo com o grau de risco da
atividade da empresa;
- 3% sobre o salá rio de seus empregados, devido ao grau de risco desta atividade;
Custos Indiretos
o DOENÇAS PROFISSIONAIS
- Conceito
No entanto, embora sejam frequente nas á reas de trabalho mencionadas, eles podem estar
presentes em todo o tipo de trabalho, quer seja este efetuado ao nível produtivo e industrial, quer ao
nível dos serviços.
Os microrganismos geneticamente modificados apresentam-se como fator de risco associado a
agentes bioló gicos alvo de uma atençã o particular.
Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respirató ria, olhos e pele, os fatores de risco
associados a agentes bioló gicos sã o responsá veis por algumas doenças profissionais, podendo dar
origem a doenças menos graves como infeçõ es intestinais ou simples gripes, ou mais graves, como a
hepatite, meningite ou sida.
Como estes microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em ambientes sujos, as
medidas preventivas a tomar terã o de estar relacionadas com:
• A rigorosa higiene dos locais de trabalho e dos trabalhadores;
• Destruiçã o destes agentes por processos de elevaçã o da temperatura (esterilizaçã o) ou uso de
cloro;
•Uso de equipamentos individuais de proteçã o para evitar contacto direto com os
microrganismos;
• Ventilaçã o permanente e adequada;
• Manutençã o e limpeza dos sistemas de ventilaçã o;
• Manutençã o e limpeza dos equipamentos de trabalho;
• Controle médico constante;
• Vacinaçã o sempre que possível;
• Formaçã o e informaçã o dos trabalhadores;
• Sinalizaçã o de segurança, etc.
A verificaçã o da presença de agentes bioló gicos em ambientes de trabalho é feita por meio de
recolha de amostras de ar e de á gua, que sã o depois analisadas em laborató rios especializados.
Microrganismos geneticamente modificados
Com a evoluçã o científico-tecnoló gica que se tem processado ao nível da biologia, mais
precisamente com a introduçã o dos microrganismos geneticamente modificados no â mbito do
trabalho, torna-se fundamental estudar qual o grau de perigosidade que estes representam para o
ser humano. Por forma a esclarecer melhor esta problemá tica, torna-se necessá rio introduzir a
definiçã o dos dois seguintes conceitos bá sicos:
Tal como nos restantes agentes bioló gicos o modo de penetraçã o do MGM no organismo do
homem pode ser efetuado por via digestiva, respirató ria, olhos e pele, podendo originar, igualmente,
algumas das doenças acima mencionadas. No entanto, a perigosidade elevada deste género de
microrganismos advém, exatamente, do tipo de doenças desconhecidas que estes podem provocar
no homem, e que este nã o tem ainda conhecimento suficiente para as controlar, ou até mesmo
detetar.
A melhor maneira de assegurar o confinamento deste tipo de microrganismos será a adoçã o de
boas prá ticas de trabalho microbioló gicas, formaçã o, equipamento de confinamento apropriado,
conceçã o de instalaçõ es especiais e princípios de higiene e segurança no local de trabalho, tais como:
içã o a quaisquer MGM, quer no local de trabalho, quer no
ambiente envolvente, o mais baixo possível;
O ambiente térmico pode ser definido como o conjunto das variá veis térmicas do posto
de trabalho que influenciam o organismo do trabalhador, sendo assim um fator importante que
intervém, de forma direta ou indireta na saú de e bem estar do mesmo, e na realizaçã o das
tarefas que lhe estã o atribuídas.
CONFORTO TÉRMICO
Quando existe a perceçã o psicoló gica desse equilíbrio, pode-se falar de conforto térmico,
que é definido pela ISO 7730 como “um estado de espírito que expressa satisfaçã o com o
ambiente que envolve uma pessoa (nem quente nem frio)”. É portanto, uma sensaçã o subjetiva
que depende de aspetos bioló gicos, físicos e emocionais dos ocupantes, nã o sendo desta forma,
possível satisfazer a todos os indivíduos que ocupam um recinto, com uma determinada
condiçã o térmica.
Um ambiente neutro ou confortá vel é um ambiente que permite que a produçã o de calor
metabó lico, se equilibre com as trocas de calor (perdas e/ou ganhos) provenientes do ar à volta
do trabalhador. Fora desta situaçã o de equilíbrio, podem existir situaçõ es adversas em que a
troca de energia calorífica constitui um risco para a saú de da pessoa, pois mesmo tendo em
conta os mecanismos de termo regulaçã o do organismo, nã o conseguem manter a temperatura
interna constante e adequada. Nestas situaçõ es pode-se falar de stress térmico, por calor ou
frio.
Condução
Convecção
Quando a transferência de calor se realiza através dos fluidos em movimento, e por isso só tem
lugar nos líquidos e nos gases (e.g. o movimento do ar).
Radiação
Todas as substâ ncias radiam energia térmica sob a forma de ondas eletromagnéticas.
Quando esta radiaçã o incide sobre outro corpo, pode ser parcialmente refletida, transmitida ou
absorvida. Apenas a fraçã o que é absorvida surge como calor no corpo.
Evaporação
Uma via de grande importâ ncia em fisiologia é a evaporaçã o, que constitui uma perda de calor.
Esta evaporaçã o, através da sudaçã o, dá-se a nível da pele e arrefece a sua superfície.
principais sã o:
Variáveis Individuais
- tipo de atividade
- vestuário- aclimatação
Variáveis Ambientais
temperatura do ar
velocidade do ar
Para avaliar as situaçõ es a que está submetido um trabalhador exposto a determinadas condiçõ es
ambientais e de trabalho utilizam-se métodos ou critérios objetivos, que se determinam principalmente
em funçã o de:
• temperatura do ar;
• humidade do ar;
• calor radiante;
• velocidade do ar;
• metabolismo;
• vestuá rio.
Qualquer uma destas situaçõ es pode ser medida com base em técnicas especiais calculando-se índices
que informam da qualidade ambiental do local de trabalho.
- indicador para avaliar a sobrecarga térmica é o índice WBGT1 - Norma ISO 7243 - 1989.
- conforto térmico é medido através dos índices PMV2 e PPD3 - Norma ISO 7730 - 1994.
Qualquer um destes índices é calculado com base em mediçõ es de temperatura, humidade relativa,
velocidade do ar, calor radiante e em dados sobre o vestuá rio dos trabalhadores presentes no local e na
sua atividade.
Os cálculos, por apresentarem alguma complexidade, deverã o ser efetuados por um especialista.
Iluminação
Muitos dos acidentes ocorrem porque nã o se atendeu a aspetos tã o simples como uma iluminaçã o
eficaz, em quantidade ou em qualidade.
A iluminaçã o adequada no local de trabalho é um dos fatores mais importantes para um desempenho
eficiente das tarefas, para além de que pode evitar muitos acidentes. É importante nã o só a quantidade
de luz mas também a qualidade da luz.
Outro fator a evitar no local de trabalho é o encandeamento causado pela luz do sol ou de outras fontes
de luz fortes.
Um problema comum nas empresas e nos escritó rios é o excesso de luz. Ter muita luz nã o significa que
seja a adequada. Muita luz pode gerar uma sensaçã o de desconforto, além de causar problemas de visã o.
A luz solar deve ser sempre aproveitada mas nunca em excesso podendo ser controlada com persianas e
cortinas. Além da iluminaçã o geral, algumas atividades exigem uma iluminaçã o mais direta na mesa de
trabalho. Ao longo do dia as pessoas têm necessidades diferentes de iluminaçã o. Ao identificar essa
variaçã o poderá ajudar no rendimento do trabalho. Uma iluminaçã o com cores diferentes torna o
ambiente de trabalho menos monó tono, causando uma sensaçã o de bem-estar.
Intensidade de Iluminação
As principais tarefas a executar num posto de trabalho com ecrã s de visualizaçã o colocam em
termos de iluminaçã o duas exigências quase opostas: a leitura do texto e o olhar sobre o teclado
requerem um nível de iluminaçã o relativamente elevado, enquanto a leitura da informaçã o no ecrã
exige um bom contraste entre os carateres e o fundo. Pela sua natureza este contraste diminui em
funçã o do aumento do nível da iluminaçã o do local por interferência da luz.
O tom da luz
Deve-se escolher como tom da luz os tubos fluorescentes o branco neutro ou o branco quente,
sendo este ú ltimo o mais compatível com as exigências acrescidas em matéria de conforto e o que
permite um ambiente luminoso agradá vel. Para além disso, os tubos fluorescentes com tons quentes
têm um grau de oscilaçã o e uma tendência de cintilaçã o inferiores. Por outro lado, a tolerâ ncia aos
efeitos da iluminaçã o é mais elevada quando a luz é branco quente.
Reflexos
O fator de reflexã o influi seriamente na difusã o da luz no local. Sobre a superfície dos ecrã s
podem formar-se reflexos mais claros o que pode levar a ofuscamentos incó modos.
Em muitas pesquisas de campo foi constatado que os reflexos eram considerados a mais
desagradá vel manifestaçã o que acompanha o trabalho com monitores. É possível lutar contra os
reflexos a partir da regulaçã o do ecrã. O meio mais simples consiste em inclinar o ecrã para baixo. O ecrã
deve ser incliná vel de 88º a 105º relativamente ao plano horizontal. Outros fatores que contribuem para
a existência de reflexos sã o as características das superfícies de trabalho. Estas devem ser mates de
modo a diminuir a sua intensidade.
É também necessá rio escolher e colocar as armaduras de maneira a evitar o mais possível os
reflexos na superfície de ecrã. Ilustrando:
Legenda:
Iluminação Natural
A luz do dia, só por si, nã o convém para iluminar os postos de trabalho com ecrã s de visualizaçã o
porque está sujeita a fortes variaçõ es (atingindo o máximo de 10.000 lux – unidade de medida da
luminosidade – diretamente por detrá s das janelas). Dado que a maior parte dos locais onde existem
ecrã s de visualizaçã o têm janelas, convém ter em conta os seguintes pontos:
- Os ecrã s de visualizaçã o devem, tanto quanto possível, ser colocados ou mudados para
zonas ou sítios do local de trabalho afastados das janelas;
- As janelas deverã o ser equipadas com estores exteriores porque estes sã o termicamente mais
vantajosos do que os interiores; para as janelas com vidros isolantes do calor devem ser
tomadas medidas particulares no interior do local;
Iluminação artificial
Os locais iluminados pela luz do dia têm necessidade, em todos os casos, de uma
iluminaçã o artificial complementar. Esta deve ser composta sob a forma de filas de lâ mpadas
dispostas paralelamente à fila das janelas. Por vezes a iluminaçã o artificial provoca reflexos e
complica ainda mais a colocaçã o do ecrã no local adequado.
Os locais de trabalho interiores com ecrã s de visualizaçã o devem ser iluminados com a
ajuda de filas de lâmpadas contínuas, dispostas paralelamente ao eixo do olhar, podendo ser
colocadas separadamente. Nã o devem ser colocadas fontes luminosas atrá s do ecrã de
visualizaçã o porque provocam reflexos, nem na frente e sã o fontes de ofuscamento direto. Nã o
sã o convenientes:
- As lâ mpadas fluorescentes nuas;
O mais conveniente é uma iluminaçã o em todas as direçõ es, difusa em grandes superfícies e de
pouca iluminaçã o.
Em certos casos pode ser ú til uma iluminaçã o de apoio dirigida sobre o posto de trabalho. Excluem-
se em regra os candeeiros de mesa porque ofuscam muitas vezes os operadores dos postos pró ximos.
Sã o recomendá veis as armaduras com lâminas ou grelha. A proteçã o dos reflexos que incidem sobre o
ecrã e que resultam das armaduras faz-se tomando medidas apropriadas sobre o pró prio ecrã (proteçã o
antirreflexo, mudança da disposiçã o da sala, etc.).
A radiaçõ es constituem uma forma de energia que, de acordo com a sua capacidade de interagir
com a matéria, se podem subdividir em:
Radiações Ionizantes: as que possuem energia suficiente para ionizaros á tomos e moléculas
com as quais interagem, sendo as mais conhecidas:
Radiações Não Ionizantes: as que nã o possuem energia suficiente para ionizar os á tomos e as
moléculas com as quais interagem, sendo as mais conhecidas:
➱ luz visível;
➱ infravermelhos;
➱ ultravioletas;
➱ microondas de aquecimento;
➱ corrente eléctrica.
Dada a complexidade deste tema, abordar-se-ã o apenas as radiaçõ es que têm aplicaçã o na
indú stria do material eléctrico e electró nico, dando especial ênfase à s aplicaçõ es industriais, possíveis
efeitos negativos para a saú de e medidas de prevençã o e de controlo.
RADIAÇÕ ES IONIZANTES
A matéria é constituída por á tomos que correspondem à s unidades estruturais dos elementos
químicos conhecidos.
De notar que o ser humano tem sempre vivido num mundo radioativo, encontrando-se
continuamente exposto à s radiaçõ es provenientes do espaço có smico, além de que existem
radionuclídeos no solo, á gua, alimentos e até mesmo o corpo humano tem na sua constituiçã o
elementos radioativos.
As radiaçõ es ionizantes têm tido crescente utilizaçã o em inú meras actividades,desde a
medicina à indú stria. Na indú stria de material eléctrico e electró nico têm nomeadamente
aplicaçã o em aparelhos de radiografia para controlo de qualidade, podendo ainda os raios X
ocorrer como emissã o parasita em certos aparelhos (tubos de raios cató dicos, reguladores de
tensã o).
➱ efeitos probabilísticos ou estocá sticos: sã o aqueles que sã o tanto mais prová veis quanto
maior for a quantidade de radiaçã o recebida. Ainda que nã o existam certezas absolutas, aceita-
se que, por muito pequena que seja a quantidade de radiaçã o recebida, poderá ocorrer algum
tipo de efeito, o qual, uma vez que apareça, será sempre grave.
Nestas situaçõ es, sã o induzidas modificaçõ es na estrutura de uma ou mais células do corpo
humano que conduzem a alteraçõ es genéticas (mutaçõ es cromossó micas) e ao aparecimento de
diversos tipos de neoplasias, tais como, leucemia, cancros do pulmã o, pele, estô mago, có lon,
bexiga, mama e ová rio, etc.
Como princípios gerais, todas as atividades que envolvam exposiçã o a radiaçõ es ionizantes,
deverã o processar-se por forma a:
➱ que os diferentes tipos de atividades que impliquem uma exposiçã o sejam
previamente justificados pela vantagem que proporcionam;
➱ que os níveis de exposiçã o sejam sempre tã o baixos quanto possível em cada instante
e sempre inferiores aos valores-limite fixados por lei.
Assim, para determinar o risco e estabelecer as medidas de controlo é necessá rio contemplar
os seguintes aspetos:
➱ determinaçã o das doses limite. A título exemplificativo, poderemos dizer que a dose
equivalente ao limite anual para os trabalhadores expostos é de 50 m Sv *(5 rem1) para
os efeitos estocá sticos e para os nã o estocá sticos é de 500mSv, com exceçã o do globo
ocular (150 mSv); para as pessoas em geral é recomendado que nã o se exceda a dose
anual de 5 mSv (de referir que a radioatividade média anual de origem natural é cerca de
3 mSv);
De cada exame médico resultará a respectiva "Ficha de Aptidã o" nã o devendo em caso algum o
trabalhador exercer funçõ es se o parecer médico for negativo.
Deverã o ainda ser informados acerca dos níveis de radiaçã o a que se encontram sujeitos, bem
como do resultado dos exames médicos de vigilâ ncia de saú de a que sã o submetidos.
Como foi referido na Introduçã o, elas variam em frequência, comprimento de onda e nível
energético, produzindo assim diferentes efeitos físicos e bioló gicos.
RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA
Na indú stria, no que se refere à emissã o deste tipo de radiaçõ es, temos as operaçõ es de
soldadura por corte oxiacetilénico e a soldadura por arco elétrico.
O poder de penetraçã o das radiaçõ es ultravioleta é relativamente fraco, pelo que os seus efeitos
no organismo humano se restringem essencialmente aos olhos e à pele, nomeadamente:
➱ duraçã o da exposiçã o
➱ comprimento de onda
➱ nível de energia.
A vigilâ ncia de saú de é importante na deteçã o precoce de alteraçõ es nos ó rgã os-alvo (por
exemplo, nos olhos refere-se a "sensaçã o de areia", intolerâ ncia à luz, lacrimejo e inchaço das
pá lpebras).
A exposiçã o à radiaçã o infravermelha poderá sempre ocorrer desde que uma superfície
tenha temperatura mais elevada que o receptor, podendo ser utilizada em qualquer situaçã o
em que se queira promover o aquecimento localizado de uma superfície. Na indú stria, este tipo
de radiaçã o poderá ter aplicaçã o nomeadamente na secagem de tintas e vernizes e em processo
de aquecimento de metais.
Assim, é recomendá vel proteçã o adequada (vestuá rio de trabalho, ó culos e viseiras com
filtro para as frequências relevantes).
LASER
➱ meio emissor ou meio laser: gasoso (ex.: CO2) só lido (ex.: cristal de rubi) ou líquido
(ex.: corantes orgâ nicos)
➱ excitaçã o ou "sistema de bombagem": o meio emissor pode ser excitado quer ó ptica,
química ou eletricamente, o que origina emissõ es estimuladas de energia sob a forma de luz;
A utilizaçã o dos lasers pode ter efeitos negativos no organismo humano, nomeadamente a nível
do globo ocular e da pele, de acordo também com a gama de comprimento de onda da radiaçã o
emitida (de infravermelhos a ultravioletas), nomeadamente:
➱ queimadura da có rnea; ➱ lesã o grave da retina (nã o se pode esquecer que o poderoso
feixe de luz do laser é concentrado por focagem cerca de 100.000 vezes na retina)
➱ evitar a exposiçã o directa dos olhos em relaçã o ao feixe laser e aos espelhos;
➱ permanecer alerta durante as operaçõ es de ajustamento, lembrando-se sempre que o
feixe permanece perigoso mesmo a longas distâ ncias;
Será ainda necessá rio outro tipo de precauçõ es uma vez que, aliadas ao processo, existem
outras situaçõ es perigosas, a saber:
➱ riscos eléctricos: dado que sã o sempre necessá rias altas voltagens para excitar o meio
emissor, as operaçõ es de manutençã o deverã o ser feitas por pessoal especializado e sempre
com a corrente desligada;
Ruído
Os especialistas no assunto definem o ruído como todo o som que causa sensaçã o
desagradá vel ao homem. O ruído é pois, um agente físico que pode afetar de modo significativo
a qualidade de vida do trabalhador. O nível de pressã o acú stica mede-se usando um sonó metro,
e a unidade usada como medida é o decibel ou abreviadamente dB, no entanto, este precisa de
um filtro normalizado A, por forma a medir o ruído no ouvido humano, ou seja, dB(A) (unidade
de mediçã o do ruído do ouvido humano – decibel ponderado A).
Notas:
- Para 8 horas diá rias de trabalho, com um ruído na ordem dos 80 dB(A), os EPI já devem
estar disponíveis para o trabalhador;
- O limite máximo de exposiçã o contínua do trabalhador a esse ruído, sem proteçã o auditiva,
é de 1 hora.
Ruído uniforme, quando o nível de pressã o acú stica (técnica relativa ao estudo das vibraçõ es
sonoras, à sua produçã o, sua propagaçã o e seus efeitos) e os espectros de frequência (conjunto
ou gama de frequências de um som ou ruído) sã o constantes durante um certo tempo
relativamente longo, como por exemplo o ruído numa fá brica de fiaçã o;
Ruído intermitente, quando o nível de pressã o acú stica e o espectro das frequências variam
constantemente, como por exemplo numa oficina de mecâ nica;
Ruído impulsivo, quando o nível de pressã o acú stica é muito elevado mas dura pouco tempo
(menos de 1/5 do segundo), como por exemplo um tiro.
As medidas de proteçã o que se podem tomar por forma a eliminar ou minimizar os efeitos
nocivos de exposiçã o ao ruído, passam por:
- Riscos químicos
Certas substâ ncias químicas, utilizadas nos processos produtivos industriais, sã o lançadas no
ambiente de trabalho através de processos de pulverizaçã o, fragmentaçã o ou emanaçõ es
gasosas.
A essas substâ ncias chamam-se de contaminantes ou poluentes químicos, e consistem em toda a
substâ ncia orgâ nica, inorgâ nica, natural ou sintética, que durante a fabricaçã o, manuseamento
ou uso, pode incorporar-se no ar ambiente, e em doses passíveis de apresentar possibilidade de
lesionar a saú de das pessoas que entram em contacto com elas. Fala-se entã o dos fatores de
risco associados a agentes químicos.
Os contaminantes ou poluentes químicos podem apresentar-se nos estados só lido, líquido e
gasoso contidos no ar, á gua ou alimentaçã o. No estado só lido apresentam-se como fumos,
aerossó is, poeiras de origem mineral, animal e vegetal, sendo exemplo a poeira mineral sílica
encontrada na indú stria cerâmica. No estado
gasoso tem-se, por exemplo, o GPL (gá s de petró leo liquefeito) usado como combustível ou gases
libertados nas queimas ou nos processos de transformaçã o das matérias-primas. Quanto aos
agentes químicos no estado líquido, eles apresentam-se sob a forma de solventes, tintas,
vernizes ou esmaltes.
As medidas ou avaliaçõ es dos agentes químicos em suspensã o no ar sã o obtidas por meio de
aparelhos especiais que medem a concentraçã o, ou seja, a percentagem existente em relaçã o ao
ar atmosférico de um determinado poluente químico. A partir dessas mediçõ es estabelecem-se
os Valores Limites de Exposiçã o, que nã o sã o mais do que as concentraçõ es máximas, permitidas
por lei, de diferentes substâ ncias existentes no ar dos locais de trabalho, acima dos quais a saú de
dos trabalhadores pode ser afetada. Abaixo destes valores a exposiçã o contínua do trabalhador
nã o representa qualquer risco para o mesmo.
As substâ ncias químicas quando absorvidas pelo organismo em doses elevadas, e quando
ultrapassam os valores limite de exposiçã o provocam lesõ es nos trabalhadores. Os efeitos no
organismo vã o pois depender da dose absorvida e da quantidade de tempo de exposiçã o a essa
dose.
No âmbito das legislaçõ es comunitá ria e nacional, sã o designados por substâ ncias os elementos
químicos e os seus compostos tal como se apresentam no estado natural ou tal como sã o
produzidos pela indú stria e que contenham, eventualmente, qualquer aditivo necessá rio à
preservaçã o da estabilidade do produto e qualquer impureza decorrente do processo, com
exclusã o de qualquer solvente que possa ser extraído sem afetar a estabilidade da substâ ncia
nem alterar a sua composiçã o; preparaçõ es sã o as misturas ou soluçõ es que sã o compostas de
duas ou mais substâ ncias.
Existem um conjunto de Diretivas que dizem respeito à classificaçã o, embalagem e rotulagem
dos produtos químicos perigosos bem como à limitaçã o da sua comercializaçã o e/ou utilizaçã o.
Segundo aquelas, só se podem comercializar as substâ ncias químicas que sejam notificadas pelo
fabricante ou importador à autoridade competente de cada um dos Estados-membros. De
acordo com esta legislaçã o, a avaliaçã o dos perigos das preparaçõ es e substâ ncias perigosas é
efetuada fundamentalmente sob o ponto de vista das propriedades físico-químicas e efeitos
sobre a saú de. Os produtos químicos perigosos sã o classificados com base na Portaria 732-A/96
de 11 de dezembro, em:
Facilmente inflamá veis – deve-se evitar contacto com o ar, a formaçã o de misturas inflamá veis
gá s-ar e manter afastadas de fontes de igniçã o.
Inflamáveis
Extremamente inflamá veis – deve-se manter longe de chamas abertas e fontes de igniçã o.
Muito tóxicos – a inalaçã o, ingestã o ou absorçã o através da pele, provoca danos à saú de na
maior parte das vezes, muito graves ou mesmo a morte. Deve-se evitar qualquer contacto com o
corpo humano e observar cuidados especiais com produtos cancerígenos ou mutagénicos.
Nocivos – sã o agentes químicos que por inalaçã o, absorçã o ou ingestã o, produzem efeitos de
menor gravidade. Deve-se evitar qualquer contacto com o corpo humano, e observar cuidados
especiais com produtos cancerígenos ou mutagénicos.
Corrosivos – estes produtos químicos causam destruiçã o de tecidos vivos e/ou materiais
inertes. Nã o se deve inalar os vapores e deve-se evitar o contacto com a pele, os olhos e
vestuá rio.
Irritantes – sã o substâ ncias que podem desenvolver uma açã o irritantesobre a pele, os olhos e
sob a via respirató ria. Nã o se devem inalar os vapores e deve-se evitar o contacto com a pele e os
olhos.
Sensibilizantes
Os que provocam efeitos específicos graves para a saú de humana em caso de exposiçã o
prolongada:
Carcinogénicos
Mutagénicos
Os riscos das substâ ncias e preparaçõ es químicas perigosas dependem de:
- Fatores intrínsecos aos pró prios produtos químicos, em consequência das suas propriedades
físico-químicas ou reatividade química determinantes da sua perigosidade;
- Fatores extrínsecos relativos à insegurança com que estes se utilizam, como por exemplo
deficiências da organizaçã o dos equipamentos e das instalaçõ es;
- Vias de exposição
Assim, as principais vias pelas quais os agentes químicos podem penetrar no organismo do
trabalhador sã o a:
Via digestiva: se o trabalhador comer ou beber algo com as mã os sujas, ou se estas estiverem
estado muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substâ ncias químicas serã o
ingeridas com o alimento, atingindo o estô mago e podendo provocar sérios riscos à saú de.
Via dérmica: esta via de penetraçã o é mais difícil, mas se o trabalhador estiver desprotegido e
tiver contacto com substâ ncias químicas, havendo deposiçã o no corpo, estas serã o absorvidas
pela pele.
As lesõ es ou doenças que mais vulgarmente se aplicam a este tipo de agentes e que apresentam
problemas para a saú de do trabalhador sã o:
• Anemias;
• Queimaduras;
• Encefalopatias;
• Ulceraçõ es e perturbaçõ es cutâ neas, etc.
ica;
Os produtos químicos podem ser analisados de acordo com os diferentes tipos de risco e em
especial das suas consequências:
- Riscos de explosã o e de incêndio;
- Riscos de irritaçã o e de queimaduras por contacto;
- Riscos de intoxicaçã o;
- Riscos para o ambiente.
Legenda:
(-) Armazenar separadamente
(+) Podem ser armazenadas em conjunto
(o) Nã o armazenar em conjunto, exceto se implementadas as medidas de
segurança adequadas.
Atmosfera Perigosa
- Efeitos na saú de
Contaminação e Intoxicação
Por definiçã o, contaminaçã o é a presença de agentes ou substâ ncias indesejá veis que
desvaloriza o material onde se encontram ou lhe confere características nocivas ou mesmo
tó xicas.
Intoxicaçã o é o efeito nocivo que é provocado quando uma substâ ncia tó xica é ingerida,
inspirada ou entra em contacto com a pele, com os olhos ou com as membranas mucosas
Para determinar e controlar o fogo, para evitar que o incêndio se produza e para o extinguir é
necessá rio conhecer os fundamentos do fogo, combustã o, combustível, comburente, energia de ativaçã o
e reaçã o em cadeia.
É toda e qualquer substâ ncia que em presença do oxigénio e de uma determinada energia de
activaçã o é capaz de arder.
Comburente
Energia de activação
Estes três componentes formam o Triâ ngulo do Fogo. Esta representaçã o aceitou-se
durante muito tempo. No entanto, muitos fenó menos anó malos que se produziam no
incêndio nã o podiam explicar-se completamente tendo por base este triâ ngulo. A uniã o
sustentada destes três elementos leva ao aparecimento do quarto elemento, a Reacçã o em
cadeia, com o qual se produz a combustã o de maneira continuada. Devido a esse facto,
propô s-se uma nova representaçã o, que compreende as condiçõ es necessá rias para que se
produza um fogo, em forma de tetraedro.
.Formas de combustão
A combustã o torna-se mais fá cil se o combustível possuir algumas características: estado da
divisã o da matéria, por exemplo : uma folha de papel arde mais rapidamente se estiver em pedaços.
Para além disso, se num foco de incêndio dentro de uma sala, fecharmos as portas e as janelas, nã o
renovando o comburente, a velocidade da combustã o diminui. Sendo assim, podemos concluir que a
velocidade da combustã o depende de dois factores: grau de divisã o do combustível e grau de renovaçã o
ou alimentaçã o de comburente.
Combustão espontânea - é uma reacçã o química entre distintas matérias orgâ nicas a
qual é acompanhada de uma elevaçã o da temperatura que pode chegar à temperatura de
igniçã o sem introduçã o de calor externo.
Combustão viva - é aquela em que se produz forte emissã o de luz, com chamas e
incandescência. é uma combustã o viva, em que a velocidade de propagaçã o é inferior à
velocidade do som (340 m/s).
Explosão - A explosã o é, sem dú vida, uma brusca e violenta dilataçã o exercida sobre o
meio em que se dá, destruindo-o e produzindogrande ruído (detonaçã o).
Os fumos e gases libertos sã o muitas vezes mais perigosos para o indivíduo que as pró prias chamas. O
fumo é irritante e pode provocar danos no aparelho respirató rio e/ou irritaçã o nos olhos. Os gases
podem ser tó xicos, sendo o monó xido de carbono o principal causador de vítimas nos incêndios.
calor: é a energia libertada pela combustã o, sendo o principal responsá vel pela
propagaçã o do fogo dado que aquece todo o ambiente, aquecendo ao mesmo tempo os
produtos combustíveis presentes, elevando as suas temperaturas à s temperaturas de
inflamaçã o e possibilitando deste modo a continuaçã o do incêndio.
- Métodos de extinção
Quando ocorre um fogo, é preciso saber como extingui-lo. Como sã o necessá rios quatro
elementos para que exista combustã o, consequentemente terã o de existir métodos que
irã o actuar sobre um ou mais destes elementos para que se actue sobre o fogo de forma a
que seja extinto.
Existem quatro métodos de extinçã o (cada um vá lido para uma ou mais classes de fogo)
Existem vá rios agentes extintores que actuam de maneira específica sobre cada um dos quatro
elementos anteriormente citados (Tetraedro do Fogo), que sã o usados no fabrico dos Meios de 1ª
intervençã o (Extintores Portá teis e Redes de Incêndio Armadas).
-
Meios de primeira intervenção
Riscos elétricos
Eletricidade é um bem essencial, que há muito nos habituamos a tomar como garantido. Já nã o
sabemos viver sem ela, mas será que temos consciência dos riscos que a sua utilizaçã o indevida
pode acarretar?
Esses riscos colocam-se ao nível do utilizador comum e, principalmente, ao nível dos profissionais
que trabalham com a eletricidade.
Nã o vivemos em perigo permanente ao estarmos a usar equipamentos elétricos, é claro: temos,
porém, de tomar uma consciência global do que pode suceder se algo de errado corre:
- a nível humano (consequências físicas que, em ú ltima instâ ncia, podem culminar na morte);
É por isso que, de seguida, iremos escalpelizar os riscos que um trabalhador corre ao laborar
com material elétrico, as suas causas e consequências, bem como propor algumas medidas
essenciais de proteçã o e segurança.
Ao falarmos em riscos eléctricos para as pessoas, temos de ter muito presentes dois conceitos
fundamentais:
electrização - um choque eléctrico que nã o causa um acidente mortal, mas que pode originar
outro tipo de acidentes, com consequências que podem ser mais ou menos graves.
A distâ ncia que vai entre a electrocussã o e electrizaçã o depende de muitos factores. Assim, os
efeitos da corrente eléctrica variam de acordo com:
- O tempo de passagem;
- A intensidade;
- A frequência;
Deste modo, em baixa tensã o, a morte é sobretudo condicionada pela acçã o local da quantidade
de electricidade que atinge o coraçã o. Em alta tensã o, por sua vez, a morte surge devido à
extensã o das queimaduras.
Directas:
Indirectas:
Passando para situaçõ es mais específicas, podemos identificar as causas mais comuns de
acidentes eléctricos com condutores e ligaçõ es eléctricas:
Por seu turno, os acidentes domésticos envolvendo a electricidade devem-se muitas vezes a:
- Restabelecimento da corrente.
Normalmente, a corrente circula das mã os para os pés ou de uma mã o para a outra, situaçã o
esta que configura o maior perigo.
O acidente é ainda mais grave quando a trajectó ria da corrente atravessa o coraçã o, sendo
que o percurso mã o direita-pé esquerdo é o que provoca maiores riscos de fibrilaçã o
ventricular.
Os estados fisioló gico e patoló gico da pessoa influem na receptividade à corrente eléctrica.
Consequentemente, a gravidade do acidente depende:
da fadiga;
da idade:
da saú de;
da sede
Como já aflorá mos anteriormente, existem vá rios tipos de medidas a tomar de forma a utilizar-
se uma eficaz política de proteçã o e segurança contra os riscos elétricos.
Podemos começar com as medidas informativas, essenciais a qualquer situaçã o, e que têm
como objetivo avisar e dar a conhecer a existência dos riscos de eletricidade. Alguns casos deste
tipo de medidas sã o:
- Sinais;
- Instruçõ es;
- Normas de Segurança.
mã os
Por outro lado, se o objetivo for proteger as pessoas de contactos indiretos, existem alguns
tipos de medidas de proteçã o passivas que podem ser empregados:
Além das medidas informativas, deve-se também atentar a outros exemplos de medidas de
proteçã o gerais:
Podemos resumir a informaçã o de segurança em Cinco Regras de Ouro no que toca a trabalhos
em instalaçõ es elétricas:
- RISCOS MECÂNICOS
Principais riscos mecâ nicos decorrentes da utilizaçã o geral de má quinas e respectivas medidas
de prevençã o
Principais Riscos
Os principais riscos mecâ nicos a que estã o expostos os trabalhadores quando maquinam peças
metá licas sã o:
hamento
Localização dos Perigos Mecânicos das Máquinas
Os principais perigos mecâ nicos das má quinas estã o directamente relacionados com os seus
3. Outras partes mó veis: todas as partes que se movam enquanto a má quina trabalha com
movimento recíproco. Ex.: movimentos rectilíneos, girató rios, alternados, mecanismos de
alimentaçã o ou partes auxiliares das má quinas.
Os acidentes quando ocorrem sã o, regra geral, imputados ao operador que desempenha a tarefa.
No entanto as suas verdadeiras causas sã o, na maioria das vezes, originadas por situaçõ es
alheias ao trabalhador mais direto, tais como:
Medidas de Prevenção
Recomendaçõ es Gerais
- As limalhas e aparas resultantes do processo de maquinaçã o nunca devem ser retiradas com as
mã os; para tal deve ser utilizado:
- Nã o utilizar acessó rios durante o trabalho: anéis pulseiras, brincos, colares, etc.
- Os cabelos compridos devem ser usados sempre presos e protegidos por uma touca,
chapéu ou similar
- Os trabalhadores nã o devem utilizar a barba comprida (pode ficar presa em elementos da
má quina dotados de movimento).
Durante o Trabalho
Utilizaçã o de Protetores
Os protetores sã o elementos que podem ser colocados nas má quinas com o objectivo de
proteger o trabalhador de uma determinada zona perigosa através da interposiçã o de uma
barreira material. Estes podem ter vá rias designaçõ es, consoante a sua construçã o: tampa,
porta, resguardo, etc.
Os riscos ergonó micos podem gerar distú rbios psicoló gicos e fisioló gicos, suscetíveis de provocar
sérios danos à saú de do trabalhador e comprometer a sua segurança e produtividade, como, por
exemplo: cansaço físico, perturbaçõ es mú sculo-esqueléticas, hipertensã o arterial, alteraçã o do
sono, doenças nervosas, doenças do aparelho digestivo.
A prevençã o dos riscos ergonó micos comporta a aná lise do posto de trabalho, a identificaçã o dos
perigos e a avaliaçã o dos riscos a ele associados, a implementaçã o de medidas de prevençã o
adequadas a combater os riscos, a vigilâ ncia da saú de do trabalhador afetado, a disponibilizaçã o de
informaçã o e formaçã o adequadas, de modo a permitir que o trabalhador se torne agente ativo
dessa prevençã o, e, finalmente, implica a reavaliaçã o da eficá cia das alteraçõ es introduzidas.
Ao longo do processo produtivo na indú stria do calçado os trabalhadores podem estar sujeitos a
riscos ergonó micos com origem na ausência ou deficiente adaptaçã o ergonó mica dos postos de
trabalho que:
As principais lesõ es
derivadas do transporte
manual de cargas sã o as
relacionadas,
maioritariamente, com a
regiã o dorso – lombar, no
entanto, podemos assinalar
outras, tais como:
• Entorses;
• Esmagamento;
• Cortes;
Sendo assim, a entidade empregadora terá de tomar medidas apropriadas de forma a eliminar
ou minimizar os riscos inerentes à atividade de movimentaçã o manual de cargas. Estas medidas passam
por, se possível, substituir o transporte manual de cargas pelo transporte mecâ nico das mesmas,
introduzir medidas de organizaçã o adequadas ou fornecer aos trabalhadores os meios adequados para a
execuçã o do trabalho em segurança, possibilitar ao trabalhador espaço livre suficiente, nomeadamente
vertical, para o exercício da atividade, segundo uma postura segura e correta, providenciar pavimentos
ou pontos de apoio está veis, providenciar pavimentos regulares e nã o escorregadios, providenciar
temperatura, humidade ou circulaçã o de ar adequadas, proporcionar ao trabalhador períodos
suficientes de descanso e recuperaçã o fisioló gica e providenciar formaçã o e informaçã o aos
trabalhadores.
Iluminação - Para evitar reflexos, as superfícies de trabalho, paredes e pisos, devem ser foscas e o
monitor deve possuir uma ecrã antirreflexo. Evite posicionar o computador perto de janelas e use
luminá rias com proteçã o adequada.
Cores - Equilibre as luminâ ncias usando cores suaves em tons de mate. Os coeficientes de reflexã o das
superfícies do ambiente devem ser e3m torno de 80% para o teto; 15 a 20% para o piso; 60% para a
parede (parte alta); 40% para as divisó rias, para a parede (parte baixa) e para o mobiliá rio.
Acústica - É recomendá vel para ambientes de trabalho em que exista solicitaçã o intelectual e atençã o
constante, índices de pressã o sonora inferiores a 65 dB (A). Por esse motivo recomenda-se o adequado
tratamento do teto e paredes, através de materiais acú sticos e a adoçã o de divisó rias especiais.
Humanização do ambiente - Sempre que possível humanize o ambiente (plantas, quadros e quando
possível som ambiente). Estimule a convivência social entre os funcioná rios.
- Riscos psicossociais
Os riscos psicossociais relacionados com o trabalho têm sido identificados como um dos grandes
desafios contemporâ neos para a saú de e segurança e estã o ligados a problemas nos locais de trabalho,
tais como o stress, violência, assédio e intimidaçã o no trabalho.
Cerca de metade dos trabalhadores europeus considera o stresse uma situaçã o comum no local
de trabalho, que contribui para cerca de 50% dos dias de trabalho perdidos. À semelhança de muitas
outras questõ es relacionadas com a saú de mental, o stresse é frequentemente objeto de incompreensã o
e estigmatizaçã o. No entanto, se forem abordados enquanto problema organizacional e nã o falha
individual, os riscos psicossociais e o stresse podem ser controlados da mesma maneira que qualquer
outro risco de saú de e segurança no local de trabalho.
Os riscos psicossociais decorrem de deficiências na conceçã o, organizaçã o e gestã o do trabalho, bem
como de um contexto social de trabalho problemá tico, podendo ter efeitos negativos a nível psicoló gico,
físico e social tais como stresse relacionado com o trabalho, esgotamento ou depressã o. Eis alguns
exemplos de condiçõ es de trabalho conducentes a riscos psicossociais:
Uma sondagem de opiniã o de âmbito europeu conduzida pela EU-OSHA concluiu que mais de
metade dos trabalhadores considerava o stresse como uma situaçã o comum no local de trabalho. As
causas mais comuns do stresse relacionado com o trabalho referidas foram a reorganizaçã o do trabalho
e a insegurança de emprego (indicadas por cerca de 7 em cada 10 inquiridos), acréscimo das horas de
trabalho, carga de trabalho excessiva, assédio ou intimidaçã o no local de trabalho (cerca de 6 em cada
10 inquiridos). A mesma sondagem demonstrou que cerca de 4 em cada 10 trabalhadores consideram
que o stresse nã o é tratado de forma adequada no local de trabalho.
Com a abordagem correta, os riscos psicossociais e o stresse relacionado com o trabalho podem
ser prevenidos e geridos com sucesso, independentemente da dimensã o ou tipo de empresa. Nesse
sentido, podem ser tratados da mesma forma ló gica e sistemá tica que outros riscos de saú de e
segurança no local de trabalho.
Além disso, o Pacto Europeu para a Saú de Mental e Bem-Estar reconhece a mutaçã o das
solicitaçõ es e a intensificaçã o das pressõ es no local de trabalho e incentiva as entidades empregadoras a
implementar medidas voluntá rias suplementares para a promoçã o do bem-estar mental.
A sinalizaçã o de segurança tem por objetivo chamar a atençã o das pessoas, de forma rá pida e
inequívoca, para as situaçõ es que, nos espaços onde elas se encontram, comportem riscos para a
sua segurança.
A sinalizaçã o de segurança deverá existir em todos os locais de trabalho, qualquer que seja a
atividade, para abranger quer os trabalhadores quertodos aqueles que temporariamente aí se
encontrem (ex.: visitas, fornecedores, prestadores de serviços externos), mas também nos locais
que habitualmente se encontram abertos ao pú blico.
A sinalizaçã o de segurança e saú de reveste vá rias formas - sinais coloridos; acú sticos; verbais;
gestuais - adaptando-se à situaçã o que pretendem prevenir, mas de certo modo, todas elas se
complementam entre si.
. Tipos de sinalização
➱ Sinais coloridos (pictogramas ou luminosos) para assinalar riscos ou dar indicaçõ es;
➱ Comunicaçã o verbal;➱ Sinais gestuais para que, quando a comunicaçã o de viva voz nã o
seja possível, se possam dar as indicaçõ es necessá rias.
2.1 SINAIS COLORIDOS (PICTOGRAMAS)
A forma geométrica e o significado dos sinais de segurança, bem como a combinaçã o das formas e
das cores e seu significado nos sinais estã o indicados nos quadros 1 e 2.
mente os sinais relativos à sinalização de segurança e saúde. De qualquer forma, existem disponíveis no mercado alguns outros sinais q
SINAIS DE PROIBIÇÃO
A sinalizaçã o de obstá culos e locais permanentemente perigosos, tais como degraus de escadas,
buracos no pavimento ou locais que apresentem um risco de choque, quedas ou passos em falso, ou
ainda risco de queda de materiais, deverá ser feita com a ajuda de faixas preto/amarelo ou entã o
vermelho/branco.
A sinalizaçã o referida deverá ser feita tendo em conta as dimensõ es do obstá culo ou do local
perigoso.
Os recipientes que contenham substâ ncias ou preparaçõ es perigosos, tal como definidos na
Portaria n.º 1152/97 de 12 de Novembro, bem como as tubagens visíveis que os contenham,
deverã o estar rotulados sob a forma de pictogramas sobre fundo colorido, como indicado no
referido diploma, ou sinalizados por meio de placas com o sinal de aviso adequado e informaçã o
complementar, nomeadamente a fó rmula química da substâ ncia ou preparado perigoso e
pormenores sobre os riscos.
Quando a proteçã o dos trabalhadores o exija, as vias de circulaçã o de veículos deverã o ser
identificados com faixas contínuas que podem ser brancas ou amarelas, localizadas de modo a
garantir as distâ ncias de segurança necessá rias, quer entre os veículos e trabalhadores, quer entre
SINAIS ACÚSTICOS
SINAIS LUMINOSOS
SINAIS GESTUAIS
Na general idade, os EPI devem ser util izados quando os riscos existentes nã o puderem ser evitados
ou suficientemente l imitados por meios técnicos de proteçã o coletiva ou por medidas, métodos ou
processos de organizaçã o do trabalho. Para além de um estudo prévio, que deve envolver os
trabalhadores na escolha do EPI mais adequado à tarefa a executar, devem sensibilizar-se os
trabalhadores que têm a necessidade de utilizaçã o dos EPI para:
Os EPI sã o uma ferramenta ú til, mas que deve ser bem estudada para que a sua açã o seja
efetivamente preventiva e nã o prejudicial ao trabalhador quando a util iza, quer por pô r perigo a sua
condiçã o, ou por nã o permitir que execute com eficiência e conforto a sua tarefa. Os EPI mais
frequentemente utilizados estã o descritos a seguir, bem como a sua utilidade.
Além da proteçã o para os pés e botas/sapatos de segurança, as calças (por ex,. couro, fibra têxtil
aluminizada, ou outro material apropriado) podem ajudar a prevenir lesõ es ao proteger trabalhadores
de perigos como queda ou objetos rolantes, objetos afiados, superfícies hú midas e escorregadias, metais
fundidos, superfícies quentes e perigos elétricos.
Além dos ó culos de proteçã o, os EPI, como capacetes especiais ou bl indagens, ó culos com
proteçã o lateral e proteçã o para o rosto podem proteger trabalhadores de fragmentos perigosos ou
voadores, lascas grandes, faíscas quentes, radiaçã o ó tica, derrame de metais fundidos, bem como
objetos, partículas, areia, vapores, pó s e faísca.
Usar tampõ es ou protetores auriculares pode ajudar a prevenir um dano auditivo. A exposiçã o a
altos níveis de ruído pode provocar perda auditiva irreversível ou deficiência além de stresse físico e
psicoló gico. Os tampõ es auriculares feitos de espuma, algodã o encerado, ou lã de fibra de vidro ajustam-
se automaticamente e geralmente encaixam bem. Um profissional deve verificar individualmente os
protetores auriculares moldados ou pré-fabricados dos trabalhadores. Os protetores auriculares devem
ser l impos regularmente e substituídos quando nã o podem ser l impos.
Os trabalhadores expostos a substâ ncias perigosas através da absorçã o pela pele, cortes severos
ou laceraçõ es, abrasõ es severas, queimaduras químicas, queimaduras térmicas e temperaturas
extremas perigosas beneficiarã o da proteçã o para as mã os.
Em alguns casos, os trabalhadores devem proteger a maior parte do corpo contra perigos no
local de trabalho, como exposiçã o ao calor e radiaçã o além de metais quentes, líquidos escaldantes,
fluídos corporais, materiais perigosos ou dejetos e outros perigos.
Além de roupa resistente ao fogo e algodã o resistente ao fogo, os materiais usados nos EPI que
cobrem todo o corpo incluem borracha, couro, sintéticos e plá stico.
Proteção respiratória
Quando nã o é possível uma situaçã o de aspiraçã o/el iminaçã o de materiais que ponham em
risco a saú de respirató ria, os trabalhadores devem usar respiradores apropriados que os protejam
contra efeitos de saú de adversos causados por respirar ar contaminado como pó s perigosos, névoas,
fumos, vapores, gases ou líquidos pulverizados. Os respiradores geralmente cobrem o nariz e a boca ou
todo o rosto ou cabeça e ajudam a prevenir doenças e lesõ es. Contudo, é essencial um encaixe adequado
para os respiradores serem eficientes.
CONCLUSÃO
Na sociedade em que nos inserimos, urge cada vez mais agir no presente, para garantir o futuro,
sendo esta filosofia, a que melhor define o desenvolvimento sustentá vel. Nã o apenas consciencializar é
importante, mas também agir e saber como agir, começando por conhecer os nossos direitos e deveres
enquanto cidadã os.
A segurança e saú de no trabalho é um direito de todas as pessoas que exercem uma atividade
profissional. O cumprimento das regras de segurança é um dever de todos.
Para isso, é essencial que os trabalhadores estejam sensibilizados para os riscos que correm e
para as formas que existem para os combater, protegendo a sua integridade e a sua capacidade,
contribuindo para um aumento da produtividade e qualidade dos serviços prestados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GUERRA, Antó nio Matos- Segurança e Proteçã o Individual, Vol. VIII: Manual de Formaçã o Inicial do
Bombeiro. Sintra: Escola Nacional de Bombeiros, 2002,87 pag.
GUERRA, Antó nio Matos- Fenomenologia da Combustã o, Vol. VII: Manual de Formaçã o Inicial do
Bombeiro. Sintra: Escola Nacional de Bombeiros, 2002, 75pag.
incêndio Portá teis . NP 3064: Instituto Português da Qualidade. Lisboa: Certitecna, 1989, 9 pag.
Civil – Plano de emergência para estabelecimentos de ensino. Lisboa: SNPC, 1995, 48 pag.
GOMES, Artur – Ventilaçã o táctica, Vol. XII: Manual de Formaçã o inicial do Bombeiro. Sintra: Escola
Nacional de Bombeiros, 2002 62 pag.
CHIAVENATO, Adalberto- Recursos Humanos, 4ª Ed. Sã o Paulo: Ed. Atlas, 1997 643 pag.