Você está na página 1de 14

ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA

http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac

ESTUDO DAS ESCOLAS CONTÁBEIS:


PERSONALISTA, CONTROLISTA E MATEMÁTICA

Andressa Duarte1
Suelem Zucatti2
Vanessa Alves3
Vivian Silveira4

RESUMO

O presente trabalho vem mencionar uma pequena parte da história contábil.


Nosso enfoque será sobre a escola Personalista, Controlista e Matemática.
Tendo por objetivo comparar as teorias utilizadas no passado e suas aplicações
nos dias atuais. Nossa pesquisa foi fundamentada em livros que relatam o
conhecimento de diversos autores sobre a evolução da Contabilidade.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho mostra a importância de cada escola na história da


Contabilidade no qual tiveram vários pensadores, alguns se destacando mais.
Nosso estudo foi centralizado na Escola Personalista, Controlista e Matemática.
Nossas pesquisas foram feitas no início da Contabilidade, passando por todas
as teorias usadas e até aplicação atual.
O surgimento da Contabilidade da devido ao homem necessitar de um
instrumento de controle do crescimento do seu patrimônio, no passado eram
utilizadas fichas de barro e pedras, depois passando para a escrita. Sua
modernização foi motivada pelos grandes centros comerciais que se formavam
na Europa.

1
Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis Cesuca-Faculdade Inedi, disciplina de Teoria da
Contabilidade e História do Pensamento Contábil, prof. Cleber Nascimento – 2012/2.
2
Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis Cesuca-Faculdade Inedi, disciplina de Teoria da
Contabilidade e História do Pensamento Contábil, prof. Cleber Nascimento – 2012/2.
3
Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis Cesuca-Faculdade Inedi, disciplina de Teoria da
Contabilidade e História do Pensamento Contábil, prof. Cleber Nascimento – 2012/2.
4
Acadêmico do Curso de Ciências Contábeis Cesuca-Faculdade Inedi, disciplina de Teoria da
Contabilidade e História do Pensamento Contábil, prof. Cleber Nascimento – 2012/2.

Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012)


112
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA
http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac

Luca Paccioli, grande pensador e criador do método das partidas


dobradas, com isso deram-se inicio ao surgimento de várias escolas e muitas
teorias.
A Escola personalista surgiu em reação ao Contismo, para dar
personalidade às contas, explicando as relações de direitos e obrigações.
Para a Escola Controlista, todos os mecanismos representavam uma forma de
controle da riqueza dos organismos econômicos.
Já a Escola Matemática, as contas contábeis poderiam ser representadas
por elementos matemáticos e agrupadas em duas seções, uma do deve e outra
do haver.

REVISÃO DA LITERATURA

ESCOLA PERSONALISTA

A Escola Personalista também denominada por alguns estudiosos de


Contabilidade como logismográfica, jurídico-personalista ou toscana, fundada
durante a segunda metade do século XIX em 1867, no qual seus principais
seguidores foram: Michele Riva, Francesco Bonalumi, Clitofonte Bellini, e em
especial, Franchesco Marchi, o iniciador da escola, Giuseppe Cerbon, o
construtor da teoria personalista e Giovani Rossi (Schmidt e Santos 2006).
Foi uma corrente de pensamento contábil que surgiu em reação ao Contismo
(teoria das contas), dando personalidade ás contas para explicar as relações do
direito e obrigações (Hamilton, 1997).
Para os estudiosos do personalismo as contas deveriam ser abertas a
pessoas físicas e jurídicas e o dever e o haver representavam débitos e créditos
das pessoas a quem as contas pertenciam (Schmidt e Santos 2006).
A contabilidade personalista tem por objeto o estudo e a relevação das relações
jurídicas que, nas unidades econômicas, se estabelecem entre o proprietário e
os agentes e correspondentes (Sá, 1997).
Nesta teoria as contas representam pessoas, fundamenta-se no fato
jurídico dos direitos e obrigações, no qual, direito é crédito, obrigação é débito,

Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012)


113
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA
http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac

diminuição de direito é débito e diminuição de obrigação é crédito (Iudícibus,


Marion e Farias, 2009).
Segundo Marchi, toda entidade tem um proprietário, a entidade é totalmente
confiada ao administrador, pois ele é o responsável por todo ativo e passivo,
inclusive as próprias contas do proprietário, no qual classificou as contas em
quatro categorias: consignatários, correspondentes, administradores e
proprietários (Schmidt e Santos 2006).
 O Personalismo de Francesco Marchi
Francesco Marchi nasceu em Pescia (Itália) em 1822, onde desenvolveu
todo o seu trabalho, devido a condição precária que sua família vivia, não teve
muita liberdade de movimento durante sua vida (Schmidt e Santos 2006).
Sua obra era considerada valorosa devido a seu caráter, um jovem que
tinha sobre seus ombros a responsabilidade e uma família numerosa, órfão
desde cedo, dedicava-se sua capacidade ao trabalho, faleceu aos 49 anos. (Sá,
1997).
Em 1867 publicou sua primeira obra, a segunda veio em 1868 publicadas
na cidade de Prato, dedicou o seu trabalho com Contabilidade e Administração
em empresas locais, criticava à teoria das cinco contas, criada por Deranges,
mercadorias, dinheiro, efeitos a receber, efeitos a pagar e lucros e perdas, dizia
que a teoria francesa tinha se equivocado nesta criação, pondo-se contra,
dizendo que as cinco contas demonstravam erro, não representavam o
negociante, pois apenas as contas de resultado retratavam o negociante, sendo
que as contas de mercadorias e caixa referiam-se a coisas, as contas efeitos a
pagar e a receber a pessoas e na prática era aberta outra conta chamada conta
de capital, Marchi acreditava que, para o funcionamento das partidas dobradas
bastariam apenas duas contas: uma de titularidade do proprietário e outra de
terceiros, assim o débito de um corresponderia ao crédito de outro e vice-versa.
Considerava o administrador responsável por toda entidade, portanto devedor
de todo ativo e credor de todo passivo perante o proprietário.
A teoria de personificação das contas, todas pessoais, teve tanto sucesso
na época, que substituiu completamente a teoria francesa das cinco contas, não
se preocupou com a parte formal da doutrina contábil, sua visão da vida

Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012)


114
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA
http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac

empresarial não foi suficientemente ampla para caminhar no campo filosófico


doutrinal, deixou sem base as teses contistas.
O estudo desse valente cientista teve, além do mérito de sua contribuição,
a grande vantagem de iniciar um período de grande agitação nos estudos, no
campo da ciência contábil, sua teoria ficaria em quatro grandes grupos:
(1) contas do proprietário;
(2) contas dos gerentes ou administradores;
(3) contas dos consignatários;
(4) contas dos correspondentes.
Destas se resumiam em (a) contas patronais, (b) contas dos agentes e (c)
contas pessoais ou dos correspondentes (Sá, 1997).
 Personalismo de Giuseppe Cerboni
Nasceu em 1827 em Porto Azzurro, ilha de Elba, com 16 anos entrou para
Administração Militar Toscana como aprendiz do seu pai, que era oficial do
Comissariado de Guerra, em 1847 foi transferido para a artilharia, onde passou
a ser encarregado dos Comandos Gerais, em 1848 foi promovido a capitão do
Estado Maior, em 1860 foi para Torino, para reorganizar.
O serviço administrativo do Ministério da Guerra, onde se aprofundou nos
conhecimentos administrativos, em 1865 implantou o sistema das partidas
dobradas pra registro das atividades do Ministério (Schmidt e Santos 2006).
Publicou uma pequena obra sobre a organização da Contabilidade Estatal, no
qual foi convidado a participar de uma comissão de um estudo de uma nova lei
para esta organização, onde ocupou o cargo de relator, devido sua competência
montou um projeto que serviu de base para a lei da Contabilidade Italiana
(Schmidt e Santos 2006).
Atuou de 1876 á 1891 como Contador Geral do Estado, onde
logismografia criada por Cerboni entrou oficialmente na administração do
Estado, passou a Conselheiro do Tribunal de Contas, onde em 1898 abandonou
o serviço público (Schmidt e Santos 2006).
Para Cerboni, o raciocínio de tudo que ocorre na empresa ou na entidade
motiva direitos e obrigações e que essas relações são importantes para as
aziendas, estabeleceu que as disciplinas que apresentava para as funções
aplicavam-se a qualquer tipo de empresa e de instituição, tivesse a dimensão

Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012)


115
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA
http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac

que tivessem, adotou o Principio da Similaridade e a ele acrescentou o da


Periodicidade Anual (Sá, 1997).
Um agregado de conhecimentos se reunia em torno das aziendas e se
caracterizava em quatro grupos:
 Estudo das funções da administração econômico-aziendal, tendo por
objeto as leis que regulavam a vida das aziendas e como estas se
explicam;
 Estudo da Contabilidade, que tem por fim a organização e a disciplina
interna das aziendas;
 Estudo da computação, que compreende a aplicação da matemática
aos fatos administrativos e demonstração dos mesmos;
 Estudo da logismografia, que é o método para coordenar e representar
os fatos administrativos, corrigir os efeitos específicos e os
procedimentos, jurídicos e econômicos dos mesmos, sob a ótica de
uma contínua equação.
Fundamentou-se o Personalismo de Cerboni e de seus seguidores e seus
axiomas.
 AXIOMA – Toda azienda deve ser administrada, todas possuem um
ou mais proprietários e estes na podem conseguir a gestão se não
entrarem em contato com agentes e correspondentes;
 AXIOMA – Uma coisa é desfrutar a propriedade e outra é administrar;
 AXIOMA – Uma coisa é administrar a azienda e outra é custodiar sua
substância por ela responder materialmente;
 AXIOMA – Não se pode criar um devedor sem, simultaneamente, criar-
se um credor e vice-versa;
 AXIOMA – O proprietário administrando ou não a azienda e, de fato,
credor da substância e devedor das passividades pertinentes aquela,
ao contrário do que ocorre com os agentes e com os correspondentes;
 AXIOMA – O débito e o crédito do proprietário não variam senão em
razão de perdas ou lucros, ou ainda, por acréscimos ou reduções do
capital originário (Sá , 1997).
 Filosofia de Giovani Rossi

Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012)


116
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA
http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac

Giovani Rossi nasceu em Regio Emilia (Itália), em 1845, vinha de uma família
de uma modesta condição econômica, quando tinha 16 anos parou de trabalhar
no estabelecimento comercial de seu pai para estudar, ingressou em um instituo
técnico, na seção de Agrimensura, Contabilidade, Física e Matemática. Ensinou
Matemática e Contabilidade nesse mesmo instituto, exerceu o cargo de contador
da comunidade de Reggio Emilia e Macerata, e após, colaborador de Cerbino na
Contadoria Geral do Estado Italiano, em 1916 passou a contador da comunidade
de Macerata até 1921 onde faleceu (Schmidt e Santos 2006).
Rossi assumiu cargos importantes na carreira pública, sendo um
importante escritor, com várias obras editadas e fundador de uma revista, criador
da Teoria Algébrica das Contas, em 1895, defendeu a tese de que a partida
dobrada já existia no Império Romano, é admirável como em pouco mais de 40
anos a Contabilidade, na Itália, se desenvolveu. São objetos de estudo em nossa
disciplina:
1. Os bens patrimoniais que se encontram à disposição;
2. Os fins a que se propõe a entidade;
3. As necessidades;
4. As influências ou condições em meio à sociedade;
5. As relações com terceiros;
6. Os meios ou os modos com os quais se procede no curso da vida.
Sobre essas funções que são essenciais para a entidade, ele produziu um
enunciado quando afirmou “as condições econômicas serão tanto mais perfeitas
quanto mais prefeitos foram os exercícios de tais funções.”
A profundidade do alcance filosófico de Rossi ultrapassou os limites
personalistas de uma doutrina criada apenas de bases jurídicas, tinha uma visão
completa do fenômeno patrimonial, administrativa e burocrática que envolvem a
área pública á qual estava vinculado.
Conforme o mestre “A vida da entidade pode comparar-se à de um círculo
perfeito, que sempre se fecha e sempre recomeça: tem origem nas necessidades
e todos os seus atos, todas as suas manifestações, devem terminar na
satisfação daquelas mesmas necessidades”.
No ponto de vista de Giovani Rossi, a Economia era diferente da
Contabilidade, muitas coisas que são economicamente boas, para a
Contabilidade são más e vice-versa, tentando abranger os aspectos jurídicos,
Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012)


117
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA
http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac

econômicos e administrativos, Rossi busca tudo enfocar nas aziendas, mas falta,
isolar o objeto patrimonial com fundamental (Sá, 1997).
 Personalismo empírico e eclético de Francisco Castaño Dieguez
Devido não ter critérios científicos, trouxe sua contribuição histórica para
a Contabilidade com ênfase na teoria Personalista, Contista e Materialista, a obra
deste espanhol, seria um ponto de conciliação de uma doutrina híbrida entre o
que pretendia Cerboni com sua teoria personalista e Villa cm sua teoria
materialista, em razão disso
Classificou as contas em três grupos:
1. Contas representativas do comerciante, ou seja, de capital e de suas
variações;
2. Contas de pessoas;
3. Contas de espécies ou materiais.
Devidos a esses estudos vindos da Espanha e da Itália com divergências de
pensamentos, debates e análises a Contabilidade montou sua evolução, no qual
todas as teorias tiveram sua importância (Sá, 1997).

ESCOLA CONTROLISTA

A escola Controlista, que também foi conhecida por Escola Veneziana,


pois Besta que foi o principal mentor desta escola, desenvolveu suas principais
obras na cidade de Veneza. Seus principais estudiosos além de Fabio Besta,
foram Vittorio Alfieri, Carlo Ghidiglia, Francesco De Gobbis, Pietro Rigobon,
Pietro D’Alvise e Benetto Lorusso (Schimidt e Santos, 2006).
O controlismo surgiu em oposição ao Personalismo, em 1880, no discurso
de inauguração do ano acadêmico em Veneza, ministrado por Fabio Besta, que
já havia promovidos debates muito entusiasmados em publico na cidade italiana,
tais divergências de idéias contribuíram positivamente para o pensamento
humano, assim Besta cria uma nova idéia de pensamento. Para Besta o
controlismo tinha como objeto do seu estudo o controle econômico, ou controle
da riqueza aziendal (Sá, 1997).
Segundo Schmidt e Santos (2006) para Besta o que caracterizava a
escola controlista era a diferença do conceito de Administração geral que a ação

Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012)


118
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA
http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac

de administrar, e a da Administração econômica que é a de administrar o


patrimônio da empresa tendo seu objetivo de trazer mais riquezas, e assim
considerada uma riqueza econômica. A contabilidade de Besta era uma
contabilidade de controle econômico, assim o seu estudo era voltado para as
causas e efeitos que esta administração econômica era revelada.

A administração ecomonica de Besta compreende três series de


esforços:
Gestão: que visa a administração do patrimônio;
Direção: que busca a harmonia entre administração econômica e as
relações internas e externas da entidade;
Controle: que visa impedir o desperdício, antes, durante e depois
(papel da contabilidade) (Schimidt e Santos, 2006, pag. 59).

Para os controlistas, os balanços, as contas, os orçamentos e as


demonstrações de resultado, etc. representam uma forma de controle da riqueza
dos organismos econômicos, sendo que estes organismos têm a função de
fiscalizar a situação econômica da empresa, mas as pessoas que optam por este
controle só podem exercer a sua atividade sob a maneira que o administrador
vise ser mais lucrativo (Schimidt e Santos, 2006).
Schimidt e Santos (2006) afirmam que Besta classificou as funções de
controle econômico de acordo com que se efetuam como:
 Antecedentes que precisam ser antecipadamente limitadas em forma de
estatutos, contratos, regulamentos, atas, escrituras publicas e outras
formas que registrem cada fase da operação a ser realizada.
 Concomitantes caracterizam-se pela vigilância das tarefas determinadas,
essas pessoas precisam ser estimuladas e supervisionadas enquanto
executa suas tarefas, isso devendo ser executada por pessoas de
autoridade direta dentro do quadro de funcionários e/ou por
administradores.
 Subsequentes caracteriza-se pela analise dos fatos em seus aspectos
jurídicos e econômicos, fazendo o confronto referente ao que deveria ser
efetuado e o que realmente foi efetuado, tendo como base os
documentos das outras duas funções de controle.
Besta afirmava que era necessário que os fatos administrativos teriam que
ser registrados contabilmente, através das escriturações em livros adequados

Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012)


119
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA
http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac

para esse fim, e este sistema de escrituração tem um fundo constituído por
elementos ativos e passivos do patrimônio (Schimidt e Santos, 2006).
Outras contribuições ao estudo de Besta, veio por meio de Vittorio Alfieri
que tinha como visão principal a avaliação das entidades por meio de extinção
destas, esta avaliação deve ser baseada em uma estimativa verdadeira quando
referidas as entidades com processo de continuozidade esta estimativa deve ser
com base nos valores contábeis, de acordo com os lucros e os custos. Já para
Carlo Ghidiglia, que diferente do estudo de Besta acreditava que a Contabilidade
deveria estudar os fenômenos e não as leis do controle econômico, pois afirmava
que os fenômenos econômicos vistos em conjunto era possível analisar melhor
o todo. E por sua vez Pietro D’Alvise optou por não seguir a linha de Besta e dos
outros estudiosos e deixou o conceito de controle econômico, pois para ele este
controle econômico só era possível com um processo contábil bem
desenvolvido. (Schimidt e Santos, 2006).

 O Controlismo e seus Principais Pensadores


 Fabio Besta
Fabio Besta nasceu em Valtellina, quase divisa da Itália com a Suíça, em
17 de Janeiro de 1845. No ano de 1868, Besta graduou-se contador, e no ano
de 1872 conseguiu se dedicar a docência na Escola Superior de Comercio de
Veneza.(Schimidt e Santos, 2006).
No discurso em outubro de 1879, onde Besta defendeu o método
tradicional de escrituração contábil das partidas dobradas, começou sua linha de
estudo, pois neste debate estavam Cerbori e Rossi os principais pensadores do
personalismo, que defendiam o método logismográfico, personalização das
contas (Schimidt e Santos, 2006).
Besta escreveu muitas obras, mas a primeira que se tem noticia é a que
venceu o concurso de matemática financeira em 1872, intitulada: “Sulla
capitalizzazione continua degli interressi” (Schimidt e Santos, 2006).
Besta faleceu aos 77 anos de idade na sua cidade natal em 1922,
deixando muitos ensinamentos e idéias para a nossa contabilidade, hoje vemos
esta contabilidade de uma forma diferente de Besta, pois sua idéia era uma
contabilidade voltada para a administração e o controle econômico, e sabemos
que esta contabilidade de hoje não se limita somente a isso.

Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012)


120
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA
http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac

 Vittorio Alfieri
Alfieri nasceu em Turim, em 1863, estudou e formou-se contador e perito
comercial nesta mesma cidade. Foi professor, e durante sua carreira frequentou
um curso de magistério para a formação e professores de contabilidade,
ministrado por Besta (Schimidt e Santos, 2006).
Segundo Schimidt e Santos(2006) Vittorio Alfieri foi considerado o mais
fiel discípulo e interprete do pensamento de Besta, publicou varias obras no
campo da contabilidade e também colaborou com a revisão e ampliação da obra
máxima de Besta.
Também se destacou por desenvolver as leis de controle econômico e as
teorias sobre a organização das entidades, além de apresentar vários trabalhos
que mostraram as avaliações e problemas na formação de balanços. (Schimidt
e Santos, 2006).
 Carlo Ghidiglia
Carlo Ghidiglia nasceu na Toscana em 1870 e dedicou sua vida ao
ensinamento da Contabilidade. Assim como os outros pensadores colaborou
com Besta na revisão e no complemento de sua obra (Schimidt e Santos, 2006).
Ghidiglia estudou o histórico da Contabilidade publica, com problemas do ensino
em escolas secundarias e superiores, também foi um pesquisador e teórico da
doutrina defendendo o conteúdo cientifico d contabilidade (Schimidt e Santos,
2006).
Para Sá (1997) Carlo Ghidiglia foi o mais ilustre estudioso dos discípulos
de Besta, com um valoroso conhecimento intelectual. Sua principal teoria é o
estudo da riqueza, estudo das funções da riqueza e o estudo dos agregados da
riqueza (fenômenos patrimoniais).
 Pietro Rigobon
Rigobon nasceu em Veneza em 1868, e como os outros estudiosos
dedicou a sua vida a docência. Teve contato com Besta na Escola de Comercio
de Veneza onde lecionava, também colaborou na principal obra de Besta
(Schimidt e Santos, 2006).
A obra mais histórica de Pietro Ribogon foi o discurso pronunciado, na
inauguração do ano acadêmico de 1901-1902 da Escola Superior de Comercio
de Bari, apresenta uma completa resenha do processo de formação do estudo

Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012)


121
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA
http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac

da técnica de comercio, teorias e fatos sobre o comercio (Schimidt e Santos,


2006).
 Pietro D’Alvise
D’Alvise nasceu em Rivignano no ano de 1860. Para muitos
pesquisadores contábeis, foi o discípulo predileto de Besta e contribuiu muito
com seus escritos e atividades das obras de seu mestre (Schimidt e Santos,
2006).
Para Schimidt e Santos (2006) Pietro D’Alvise escreveu varias obras como a
trajetória pela Escola Controlista como um dos escritores mais elegantes desta
escola, avaliação de balanços.
 Francesco de Gobbis
Nasceu em Trevisto no ano de 1863, foi o primeiro a divulgar a doutrina
de Besta em 1889 em sua obra “Regioneria Generale”, e teve muito sucesso.
Sua ideia seguia linha de Besta. Para Gobbis a perda é um conceito especifico
e significa a diminuição da riqueza derivada da troca dos bens patrimoniais (Sá,
1997).

ESCOLA MATEMÁTICA

A Escola Matemática, também conhecida como Teoria matemática, não


tem a mesma significância das demais escolas, sua classificação se faz contrária
a Contabilidade como uma ciência social (Schmidt e Santos, 2006).
A Contabilidade tendo suas origens em simultânea com as primeiras
manifestações de calculo, somente em 1790 com a obra de Forni foi a editada
uma demonstração matemática a respeito da concepção patrimonial (Iudícibus,
Marion e Farias 2009).
Giovanni Rossi, embora conhecido como grande colaborador da escola
Personalista, apresentou os primeiros ensaios sobre a concepção matemáticas
das contas. (Schmidt e Santos, 2006).
Os autores têm essa escola como uma ciência matemática, fazendo
comparações com ciências aplicadas, que estudam métodos da matemática
(Schmidt e Santos, 2006).
Débito é quantidade positiva e crédito negativa, em relação a cada
elemento ativo e o mesmo ocorre em cada elemento passivo, podemos ainda
Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012)


122
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA
http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac

dizer que débitos e os créditos podem ser substituídos pelos sinais de – e +,


transformando as funções em operações aritméticas (Iudícibus, Marion e Farias
2009).
As contas contábeis, para os teóricos desta escola, são fundamentais,
pois representam o elemento de evidenciação da Contabilidade. As contas
devem ser analisadas abstratamente, pois,

[...] assim como a Geometria tem por objeto de estudo a forma, a


extensão e a propriedade das figuras (lineares, superfície e
volumétricas), assim a Contabilidade tem por objeto a forma, a
extensão e as propriedades das contas da gestão, que são entidades
matemáticas” (ROSSI, apud ESTRADA, 1976, p. 18).

Para os estudiosos desta teoria o ponto central de interesse são as


grandezas matemáticas e não o que elas representam, também é defendido que
não é possível somar valores de naturezas diferentes, para esse fato seria
preciso que os elementos fossem representados em valores, assim
possibilitando a adição ou subtração, visando que o valor é uma quantidade
homogenia.Para as operações de divisão e multiplicação das contas, eram
determinadas quantidades abstratas, as contas nada mais eram quem
elementos com significado teórico (Schmidt e Santos, 2006).
Segundo Bellini (1910, citado Iudícibus, Marion e Farias, 2009), “qualquer
que seja o conceito de conta, em seu significado concreto, é sempre o de uma
entidade matemática, isto é, uma grandeza, pondo em evidência o valor de uma
coisa e as variações nele havidas”.
Nesta teoria o balanço pode ser representado em conceitos variados, não
necessariamente por demonstração patrimonial, para eles o confronto de duas
unidades de qualquer espécie pode ser considerado como balanço. (Schmidt e
Santos, 2006).
Schmidt e Santos (2006) explica que da mesma forma que a Matemática
e a Estatística são utilizadas por outras ciências com várias finalidades, por
exemplo, em pesquisa, a Contabilidade também deve ser vista como um
instrumento auxiliar a serviço da Economia e de outros ramos de conhecimento
(p. 114).
A Escola Matemática foi muito criticada Besta, Zappa e Masi. A principal
crítica surgia de esta escola tentar colocar a Contabilidade como simples
instrumento de escrituração e que poderia ser aplicado a qualquer disciplina. Já
Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012)


123
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA
http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac

para os defensores desta escola, a mesma servia para o registro matemático


sem vinculo com a gestão (Schmidt e Santos, 2006).

CONCLUSÃO

A Contabilidade passou por diversos estágios onde cada uma das escolas
contribuiu e influenciou sua atual apresentação.
Os principais resultados encontrados só reforçam a idéia, de que mesmo
com a constante evolução, a Contabilidade atual mantém a essência das teorias
do passado.
O pensamento Contábil tem inicio fundamentado com Luca Paccioli e sua
evolução seguiu com os pensadores de cada escola.
A Escola Personalista surgiu para dar personalidade as contas e explicar
as relações dos direitos e obrigações, dando uma melhor estrutura e
visualização.
A Escola Controlista idealizava o objetivo da Contabilidade como controle
da riqueza administrativa.
A Escola Matemática tinha como idéia central de que a Contabilidade não
era uma ciência social e sim uma ciência matemática, suas contas deveriam ser
analisadas abstratamente e os balanços poderiam ser estruturados em qualquer
contexto de valores.
Desta forma, contribuiu positivamente para o crescimento e
aprimoramento das técnicas atualmente utilizadas.

REFERÊNCIAS

FAVERO, Hamilton Luiz; LONARDONI, Mário; SOUZA, Clovis de; TAKAKURA,


Massakuza. Contabilidade. Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997. v.1.

IUDÍCIBUS, Sergio de; MARION, José Carlos. Introdução à Teoria da


Contabilidade. Para o Nível de Graduação. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
IUDÍCIBUS, Sergio de; MARION, José Carlos; FARIA, Ana Cristina. Introdução
à Teoria da Contabilidade. Para o Nível de Graduação. 5.ed. São Paulo: Atlas,
2009.

SÁ, Antonio Lopes de. História Geral e das Doutrinas da Contabilidade. Ed.
Atlas 1997.

Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012)


124
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA
http://ojs.cesuca.edu.br/index.php/mostrac

SCHMIDT, Paulo; SANTOS, José Luiz. História do Pensamento Contábil.


Coleção Resumos de Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2006. v.8.

Rua Silvério Manoel da Silva, 160 – Bairro Colinas – Cep.: 94940-243 | Cachoeirinha – RS | Tel/Fax. (51) 33961000 | e-mail: cesuca@cesuca.edu.br

ANAIS DA VI MOSTRA CIENTÍFICA DO CESUCA v.1, n. 6 (2012)


125

Você também pode gostar