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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA

VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE ANICUNS DO ESTADO DE GOIÁS

LIALDINO LOPES TOLEDO, brasileiro, casado em regime de comunhão


universal de bens, encarregado de produção, RG nº 2293368 SSP-GO, CPF
nº589552831-72 , residente e domiciliado na Rua 2, quadra 8, lote 1-A, Setor Sul,
Sanclerlândia-GO, CEP 76160-000, endereço eletrônico: lilldino@hotmail.com ,
representado por sua advogada(procuração em anexo) DAMIANA BATISTA DOS
SANTOS, brasileira, união estável, inscrita da OAB nº 48.684, e CPF nº
701.327.571.92, com escritório na Rua 5, quadra 4, lote 17, Setor Cerrado Alegre,
Sanclerlândia-GO, CEP nº76160-000, endereço eletrônico: dami952125@Gmail.com ,
vem perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 693, Parágrafo Único do
Código de Processo Civil e artigos 13 e 15 da Lei 5.478/68, propor:

AÇÃO DE REVISÃO E EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS

em face de Sabrina Mendanha Lopes, menor, representada por sua genitora Ivone
Mendanha Cunha, CPF n° 00911791140, residentes e domiciliadas na Rua Flor de
Maio, quadra 4, lote 1-A, Setor Afonso Pena, próximo à Igreja Presbiteriana IPA ,
Anicuns-Go, CEP 76170-000, como base nos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I-DA INEXISTÊNCIA DE ENDEREÇO ELETRÔNICO DA PARTE RÉ

Não foi encontrado endereço eletrônico da alimentanda, motivo pelo qual não
consta em sua qualificação. No entanto, a falta não torna impossível a citação, até
mesmo pelo fato de a parte requerida e sua genitora residirem próximo ao fórum desta
comarca.
II-DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

A parte autora opta pela audiência de conciliação e mediação nos termos do


artigo 694 do Código de Processo Civil.

III-DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

O requerente não tem condições de arcar com as custas do processo sem


comprometer o seu sustento e de sua família, diante disso faz-se necessário os
benefícios da gratuidade da justiça nos termos do artigo 98 do Código de Processo
Civil.

IV-DOS FATOS E FUNDAMENTOS

O requerente foi casado com a genitora da requerida. Há aproximadamente


5(cinco) anos se divorciaram. Na partilha dos bens o imóvel ficou com a ex-cônjuge, e
as filhas, ambas menores na época, Keyte Mendanha Lopes, que conta com
19(dezenove) anos, casada atualmente, e Sabrina Mendanha Lopes, 14(catorze) anos.

Quanto aos alimentos ficou acordado que o requerente pagaria um valor


aproximado de R$300,00 às filhas( observação: Recurso Inominado que declarou
procedente o pedido de Benefício Assistêncial-BPC/LOAS, cosnta o valor da pensão
alimentícia percebida no valor de R$300,00). Atualmente, Keyte, a filha mais velha,
não percebe mais a pensão por ter se tornado maior de idade e se casado.

O requerente passou a viver em união estável com Daiane Cristina de Oliveira


Lopes Toledo, que já possuía duas filhas Jennifer de Oliveira Araujo(Carteira de
Identidade em anexo), nascida em 28(vinte e oito) de maio de 2001(dois mil e um) e
Janily Vitoria de Oliveira Martins, nascida em 10(dez) de fevereiro de 2004(dois mil e
quatro) (certidão de nascimento em anexo), que não residem com a mãe, no entanto, às
vezes o próprio requerente presta auxilio financeiro às enteadas. Os até então
conviventes, se casaram em 05(cinco) de maio de 2014(dois mil e catorze) sob o
regime de comunhão universal de bens(certidão de casamento em anexo).

O requerente e a atual esposa eram proprietários de uma empresa de cerâmica,


produzindo tijolos na cidade de Bom Jardim de Goiás-GO. Nesse período o casal tinha
uma renda de aproximadamente R$4.000,00.

Em razão disso, o requerente depositava valores acima do acordado, em média


R$500,00(quinhentos reais) por mês, bem como arcava com despesas como material
escolar, vestuários e medicamentos para a filha menor, que sofre de transtornos
mentais(comprovante de depósito bancário, recibo e nota fiscal de compras em anexo)
Em razão disso, a mesma passou a receber o Benefício de Prestação
Continuada(LOAS), como foi deferido em recurso dando provimento ao pedido do
benefício assistencial em nome da alimentanda, com acórdão proferido em 19 de março
de 2015, com termo inicial do benefício em 20 de abril de 2012, como consta no
acórdão em anexo.

O requerente e a esposa, adotaram o menor Davi Emanuel Oliveira Lopes


Toledo(certidão de nascimento em anexo), em dezembro de 2014, portador de má
formação congênita do membro superior direito e do membro inferior esquerdo(laudo
médico em anexo). Foi expedido termo de guarda definitiva em 27(vinte e sete) de
setembro de 2016(dois mil e dezesseis), pelo Juizado da Infância e da Juventude de
Barra do Garças-MT (termo de guarda definitiva em anexo).

Ocorre que no início do ano de 2016(dois mil e dezesseis) a empresa de


cerâmica passou por uma queda brusca nas vendas, acumulando dívidas, vindo a ser
fechada em novembro de 2016.

A partir daí o casal se mudou para General Carneiro-MT, onde residiram por
cerca de 9(nove) meses, o requerente trabalhava como autônomo e conseguia obter uma
renda inferior a um salário mínimo para sustentar a si, a esposa e o filho, vivendo e
situação de quase miséria.

No mês de junho deste ano o requerente e a família se mudaram para


Sanclerlândia-GO, em julho o requerente passou a trabalhar como encarregado de
produção na CERÂMICA JM ARTEFATOS LTDA ME, inscrita no CNPJ
n°15576773/0001-98, estabelecida na rodovia Go-326, KM 78, esquerda, Setor
Industrial, na Cidade de Sanclerlândia-GO, obtendo rendimento de R$2.000,00(três mil
reais) por mês(declaração e recibos em anexo).

Nota-se que a princípio o requerente vivia em razoável situação econômica, a


ponto de sustentar a si, a esposa, o filho, prestar alimentos às filhas mais velhas, e ainda
prestar ajuda financeira as filhas de sua esposa.

Ocorre que tal condição mudou, sendo que desde a última prestação alimentícia
vencida e não paga, em junho de 2016 até o mês de julho de 2017 o mesmo contava
com uma renda informal e variável de menos de um salário mínimo, não tendo
condições de efetuar o pagamento dos alimentos.

Ademais, nesse momento a alimentanda já recebia e ainda recebe o benefício de


prestação continuada(LOAS), no valor de R$937,00(novecentos e trinta e sete reais).
Desse modo, de maio de 2016 até julho de 2017(dois mil e dezessete) a alimentanda
recebia um valor igual, ou até mesmo superior que o alimentante. Além disso, a
alimentanda já vivia com a mãe, o padrasto, o cunhado e a irmã, sendo que dentre estes,
somente a irmã não realiza atividade laboral remunerada para resguarda o sustento da
família.
Assim, em certo momento, a alimentanda estava em situação econômica mais
favorável que o alimentante.

Diante disso, cabe observar que é pressuposto da obrigação de alimentar, a


proporcionalidade e a razoabilidade no termos do artigo 1695 do Código Civil, que
assevera: “São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes,
nem pode os prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se
reclamam, pode fornecê-lo, se, desfalque do necessário ao seu sustento”.

Diante dos fatos, fica nítido que do mês de junho de 2016 a julho de 2017, o
requerido não podia arcar com os alimentos destinados à alimentanda, sem desfalcar o
necessário ao seu sustento. A alimentanda tinha nesse momento, e ainda tem meios de
prover o seu sustento, tendo em vista que faz jus ao benefício assistencial no valor de
um salário mínimo, além do conta com o apoio financeiro de sua família.

Atualmente o alimentante perfaz uma renda de menos da metade que tinha


anteriormente (R$2.000,00), quando da estipulação dos alimentos, dessa forma, houve
uma mudança na situação financeira. Assim, nos termos do artigo 1699 do Código
Civil: “Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os
supre , ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz , conforme as
circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo”.

Dada a mudança na situação financeira do requerente, faz-se necessário a


exoneração da obrigação de prestar alimentos já vencidos referentes ao mês de junho de
2016 a julho de 2017, tendo em vista que a exigência à prestação alimentícia gera uma
falta de proporcionalidade e razoabilidade, necessárias em tal situação, pois, neste
período o requerente não tinha meios de prover os alimentos sem por em risco o
sustento de sua família, ademais há que se observar a vida digna não só de quem recebe,
mas também de quem paga.

Ademais, além da falta de condições de prestar, momentaneamente, os


alimentos, deve-se observar que o alimentante tem o encargo de uma nova família, que
o mesmo é o responsável pelo sustento da atual esposa e do filho, que mesmo sendo
adotivo, tem igualdade de condições resguardada pela Constituição Federal em seu
artigo 227, §6°.

Observa-se que a alimentanda faz jus ao Benefício de Prestação Continuada no


valor de R$937,00(novecentos e trinta e sete reais); adquire gratuitamente os
medicamentos para o tratamento dos transtornos mentais; vive com a irmã, a mãe, o
padrasto e o cunhado, sendo que os últimos trabalham para sustentar a família; note-se
que a casa que a família reside atualmente é própria, foi adquirida a partir da venda do
imóvel que o requerente deixou para a ex-esposa e as filhas, dessa forma, o grupo
familiar não paga aluguel.

De outro lado, o alimentante recebe pelos serviços prestados como encarregado


de produção um salário mensal no valor de R$2.000,00; tem esposa e filho de três anos
de idade que necessita de cuidados especiais, impossibilitando a mãe de trabalhar fora,
tendo em vista que é portador de má formação congênita, faz acompanhamento médico
mensal na cidade de Trindade-GO na Vila São Catolengo(documentos médicos e
carteira da Vila São Catolengo em anexo), gerando um gasto de cerca de R$300,00, e
ainda a criança precisa passar por cirurgia para colocação de prótese no membro inferior
esquerdo; a família não tem casa própria, desse modo, paga aluguel no valor de
R$500,00(recibo de locação de imóvel em anexo); e ainda existem as demais despesas
com alimentação, água, energia(boletos em anexo), gás, vestuário, medicamentos, os
quais totalizam mensalmente um valor de cerca de R$1.000,00.

Diante de todo o exposto, é necessário a revisão do valor da pensão alimentícia a


ser paga, pois, deve-se observar o binômio necessidade/possibilidade, constante no
artigo 1.694, §1° do Código de Processo civil, que assevera: “Os alimentos devem ser
fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa
obrigada”.

Assim, visto as necessidades da alimentanda, observa-se que a mesma, dentro


da sua situação econômica e de sua família, já tem condições de ter resguardada sua
subsistência, com alimentação, vestuário, educação, dentre outros. Dessa forma, não há
necessidade extrema de prestação alimentícia.

Já, analisando a situação financeira do alimentante, vê-se que suas possibilidades


de prestar alimentos são limitadas, sendo necessária a revisão de tal obrigação, até
mesmo pelo fato de que a inadimplência da prestação possa gerar a restrição à
liberdade do mesmo.

Visto isso, diante das condições do requerente, o mesmo tem condições de pagar
cerca de R$200,00(duzentos reais) a título de pensão alimentícia, sem que seja
desfalcado o necessário para o seu sustento e de sua família, com vencimento no dia
25(vinte e cinco) de cada mês.

III-DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto requer:

a) a concessão da gratuidade da justiça nos termos do artigo 98 do Código de


Processo Civil;
b) a exoneração da obrigação de pagar as prestações vencidas desde o mês de junho
de 2016 até julho de 2017 nos termos do artigo 1.699 do Código de Processo
Civil;
c) que seja revisada a obrigação de prestar alimentos estipulando o pagamento no
valor de R$200,00(duzentos reais), com vencimento no dia 25 de casa mês;
d) que a alimentanda seja citada na pessoa de sua genitora para responder a
presente ação;
e) que seja marcada audiência de conciliação e mediação nos termos do artigo 694
do Código de Processo Civil;
f) que seja a requerida condenada ao pagamentos das custas processuais e dos
honorários de sucumbência;
g) que seja notificado o membro do Ministério Público.

Protesta provar o feito com todas as provas admitidas em direito, especialmente


por meio de provas documentais e testemunhais.

Nestes termos, pede e espera deferimentos.

Dá-se a causa o valor R$2.400,00

Sanclerlândia, 20 de setembro de 2017

Damiana Batista dos Santos


OAB n°48.684

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