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Lista de Figuras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. iv
Lista de Tabelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. v
Lista de Siglas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. vi
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 1
2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 2
3 Revisão bibliográfica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 3
3.5 Sensores/trandutores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 11
3.5.1 Medição de deformação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 12
3.6.6 Filtros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 27
3.6.7 Modulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 27
4 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 29
5 Resultados e conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 32
Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 33
6 Anexo I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 35
6.1 Cronograma de Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 35
Lista de Figuras
PW Ponte de Wheatstone
AL Anderson Loop
FI Faixa de indicação
FN Faixa nominal
FM Faixa de medição
ID Incremento digital
R Resolução
S Sensibilidade
CE Curva de erros
H Histerese
TR Tempo de resposta
Td Tendência
C Correção
Re Repetitividade
Rp Reprodutibilidade
EL Erro de linearidade
VD Tensão diferencial
VMC tensão de modo comum
GD ganho diferencial
ac corrente alternada
l comprimento
A área
ρ resistividade
R resistência
F força mecânica
σ tensão mecânica
E módulo de Young
ε deformação mecânica
GF Gage Factor
1
1 Introdução
Sendo assim, é necessário realizar a reunião de informações, hoje esparsas, sobre o módulo
inicial de qualquer medição: o conjunto sensor mais condicionador de sinais e todos os efeitos
internos e externos influentes neste binômio. E, para certificar os dados, é indispensável análise
matemática criteriosa para obtenção das incertezas previstas para cada conjunto.
Este projeto apresenta primeiramente seus objetivos gerais e específicos (Capítulo 2), se-
guido de uma breve revisão bibliográfica (Capítulo 3). O capítulo 4 apresenta o método de
pesquisa do problema, que comtempla os estudos teóricos, matemáticos e experimentais pre-
vistos. Com isto, busca-se chegar a alguns resultados (Capítulo 5). O cronograma de atividades
é apresentado no Anexo I.
2
2 Objetivos
Busca-se dissertar sobre os conjuntos sensores mais condicionador de sinais para medição
de temperatura e deformação. Esta descrição científica destes conjuntos compõe análise me-
trológica para indicação do melhor conjunto para cada aplicação e a formação de conjuntos
ótimos, ou seja, quais condicionadores são mais indicados para cada tipo de sensor.
Em especial, dois condicionadores de sinal se destacam entre as variadas opções, um por sua
aceitação histórica, o condicionamento por ponte de Wheatstone (PW) e outro por ter excassa,
para não dizer inexistente, pesquisa publicada, além daquela realizada pelo seu desenvolvedor,
Karl Anderson, que é o condicionamento por Anderson Loop (AL). O último se auto apresenta
como solução simplificada e inteligente às limitações do primeiro, mas pouco se sabe sobre
suas características e sobre as possível limitações que desenvolve.
3 Revisão bibliográfica
Nesta seção do projeto, uma breve revisão bibliográfica é apresentada. Esta será dividida
nos seguintes tópicos:
• Teoria da medição;
• Sistemas de medição;
• Sensores;
• Condicionadores;
A medição forma a ligação essencial entre o mundo empírico e o teórico (imagem abstrata
do mundo). Neste sentido, as medições são consideradas como sendo a representação de uma
grandeza empírica. Medir é mapear os elementos de uma fonte, pertencente a um domínio
empírico, sobre os elementos de uma imagem, parte do espaço abstrato. Em outras palavras,
os elementos da fonte representam as características dos estatos e os fenômenos do ambiente;
e, os elementos da imagem são símbolos de uma imagem abstrata. Estes símbolos podem ser
números (quantitativa) ou nomes (qualitativa).
• Controlar De natureza ativa, a operação visa manter uma ou mais grandezas ou processos
dentro de limites predefinidos;
• Investigar Exige qualidade dos sistemas de medição, por envolverem descoberta e com-
preensão de novos fenômenos naturais.
Para frisar a importância dos termos técnicos metrológicos para a correta transmissão de
informações de qualquer sistema de medição, alguns conceitos básicos do VIM (Vocubulário
Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia) (5) são descritos abaixo:
• Transdutor de medição Dispositivo que fornece uma grandeza de saída que tem uma
correlação determinada com a grandeza de entrada;
Os erros estão sempre presentes em uma medição. Compete a quem a realiza reduzi-los a
níveis aceitáveis ou, ao menos, conhecê-los para validar a confiabilidade de seus dados.
Vários fatores podem, agindo sobre o processo de medição, originar erros de medição. Estes
fatores são chamados de fonte de erros. A gênese dessas fontes pode ser interna ao aparato de
medição, externas, decorrer das interações entre o sistema de medição com o mensurando ou
com o operador.
Interações e retroações
Influência do operador
A leitura do resultado de medição, tanto analógico quanto digital, é feita por um operador
que possui sua própria percepção do resultado, podendo este ser interpretado de forma distinta
por outro operador.
A teoria de erros utiliza a estatística, comumente, para expressar o erro relativo a uma
medição através dos conceitos já reconhecidos de erro, erro relativo, média, desvio padrão,
variância. É indispensável frisar a diferença entre erro e incerteza. Erro se refere a diferença
entre o valor verdadeiro do mensurando e o resultado da medição. Já a incerteza expressa dúvida
quanto ao resultado da medição. Os erros sistemáticos podem ser corrigidos, já as incertezas
devem ser estudadas para que suas fontes sejam reduzidas ao máximo possível.
"Aparelho, objeto ou utensílio que serve para executar uma obra ou levar a
efeito uma operação mecânica em qualquer arte, ciência ou ofício. Todo meio de
conseguir um fim, de chegar a um resultado."
3.3 Sistema de Medição 7
Por outro lado, o VIM (5) reconhece a utilização de vários termos para descrever os artefa-
tos utilizados nas medições, porém ele conceitua apenas Sistema-"Conjunto completo de instru-
mentos de medição e outros equipamentos acoplados para executar uma medição específica."-
e Instrumento -"Dispositivo utilizado para uma medição, sozinho ou em conjunto com disposi-
tivo(s) complementar(es)."
Neste trabalho, para evitar a repetição excessiva dos termos, são utilizados vários termos in-
discriminadamente. Os casos específicos em que a sinonimização não seja devida, são relatados
com cautela.
impedância e outras. O VIM (5) não faz referência a qualquer elemento que possa estar entre o
transdutor e o dispositivo mostrador. Segundo ISA (8), condicionador de sinais é: "Um módulo
que desloca, atenua, amplifica, lineariza e/ou filtra o sinal." Em geral, o termo é utilizado na
literatura para designar todo e qualquer dispositivo eletrônico utilizado para formatar o sinal de
maneira que este seja melhor digitalizado pelo conversor analógico digital.
Faixa de indicação (FI) Compreende o intervalo entre o menor e o maior valor que podes ser
indicado pelo dispositivo mostrador do sistema de medição;
Faixa nominal (FN) Válido quando o mostrador possui várias escalas, sendo possível escolher
a faixa ativa. Cada uma destas faixas é uma faixa nominal;
Faixa de medição (FM) Representa o conjunto de valores do mensurando para a qual o sis-
tema foi desenhado para operar.
Valor de uma divisão (de escala) (VD) Nos instrumentos analógicos, corresponde à diferença
entre os valores da escala entre duas marcas sucessivas;
Incremento digital (ID) Corresponde à menor variação da indicação direta possível de ser
apresentada por um dispositivo mostrador digital;
Resolução (R) Representa a menor diferença entre indicações que pode ser significativamente
percebida. Nos instrumentos digitais, é equivalente ao incremento digital; nos mostrado-
res analógicos pode ser considerada igual ou uma fração de VD.
Curva de erros (CE) É um gráfico que representa os erros apresentados pelo sistema de me-
dição como função da sua indicação; revelando a forma em que os erros se manifestam;
3.3 Sistema de Medição 9
Tempo de resposta (TR) É o intervalo de tempo entre o instante em que o sistema é submetido
a um estímulo com uma variação brusca e o instante em que a resposta atinge e permanece
dentro de limites especificados em torno do seu valor final estável.
Tendência (Td) É uma estimativa do erro sistemático cometido por um sistema de medição,
calculada a partir da media das medições repetitivas efetuadas, da qual é subtraído o valor
verdadeiro convencional do padrão medido;
Correção (C) É o valor que somado ao resoultado naõ corrigido de uma medição compensa o
erro sistemático, corresponde numericamente à tendência com sinal invertido;
Repetitividade (Re) Exprime a intensidade com que agem os erros aleatórios em repetidas
medições do mesmo mensurando, efetuadas sob as mesmas condições de medição;
Reprodutibilidade (Rp) Exprime a intensidade com que agem os erros aleatórios em repetidas
medições do mesmo mensurando, efetuadas sob condições variadas de medição;
Erro de linearidade (EL) Exprime o quanto a curva característica de resposta real se afasta da
linha reta ideal;
Erro máximo (Emáx) É o valor absoluto do maior valor de erro de medição que pode ser
cometido pelo sistema de medição em toda a sua faixa de medição e nas condições ope-
racionais em que é avaliado;
Deriva É a taxa de variação de uma característica que ocorre de maneira lenta e uniforme com
o tempo ou outra grandeza de influência.
Vale lembrar que precisão e exatidão são termos qualitativos e não devem ser utilizados
como parte do termos acima descritos que, por sua vez, descrevem quantitativamente os instru-
mentos de medição.
3.4 Sistemas de aquisição de sinais 10
Flesch (10) argumenta que a modularização exige que o usuário conheça melhor as espe-
cificações de cada módulo do SAS e, ainda, que a técnica de propagação/combinação de erros,
utilizada para calcular a incerteza do SAS com um todo, é falha. Segundo ele, a solução seria
a técnica da modelagem, que é extremamente dificultada pelo fato comprovado que a maioria
dos fabricantes de módulos de SAS não fornecem as especificações necessárias para a estima-
tiva da incerteza de medição. O autor também explica que o motivo do não fornecimento das
especificações advém do fato de os usuários não as exigerem ou não saberem aplicar seus dados
(quando fornecidos).
Uma exemplificação do problema relatado pode ser apreciada pelos dados fornecidos pelo
fabricante HBM (11) sobre seu SAS mais reconhecido, o MGCPlus. Frisa-se o descuido do fa-
bricante com a língua portuguesa, os termos em inglês foram adaptados pelo uso de formatação
itálica.
Sistema MGCPlus:
Conversão A/D: conversor individual por canal de 24 bits - resolução de ±
7.680.000 steps.
Erro combinado máximo (linearidade, ruído, drift térmico, etc) - accuracy class:
Taxa de transferência:
Outros detalhes:
Por outro lado, há a opção de projetar um SAS dedicado à necessidade, o que, por expe-
riência e por literaturas científicas, leva a crer que esta escolha resulta em dados com menor
incerteza, embora resultem em dispositivos limitados em funções e ampliações.
3.5 Sensores/trandutores
Este texto fará uso do termo sensores para englobar dispositivos sensores e transdutores, já
que a base funcional de um transdutor é o sensor. Assim como os sistemas de medição como
um todo, os sensores possuem suas características, algumas delas são:
• dimensões;
• resolução;
• exatidão;
• confiabilidade;
3.5 Sensores/trandutores 12
• estabilidade;
• largura de banda;
• tempo de resposta;
• impedância de entrada;
• impedância de saída;
• grandezas de interferência;
• grandezas de alteração;
Classificam por grandeza afetada na medição, as seguintes obras pesquisadas: Signal and
Systems Conditioning (1) e Introduction to Instrumentation and Measurements (12); e por fun-
ção as obras: Electronic Measurement and Instrumentation (3), Introduction to Mechatronics
and Measurement Systems (13), Mechanical Measurements (9), Instrumentation and Control
(14), Handbook of Transducers for Electyronic Measuring Systems (15), Instrumentation for
Engineering Measurements (16), Measurement Systems (17).
Seguindo a tendência, esse texto apresenta uma classificação for função exercida, assim,
a seguir consta uma breve introdução aos sensores para medição de deformação mecânica e
temperatura.
Extensômetros piezoresistivos
Podem ser de material condutor, para extensômetros metálicos; ou semicondutor, para extensô-
metros semicondutores. Estes últimos têm características bastante distintas ao primeiro, ainda
pouco explorados na literatura.
A resistência elétrica do fio de comprimento ‘l’, área ‘A’ e resistividade ‘ρ’ é dada por:
R = ρ ∗ l/A (3.1)
Quando um fio é tensionado longitudinalmente, cada uma das três variáveis, que afetam a
resistência, mudam e logo também ’R’, resultando na diferencial abaixo:
dR dρ dl dA
= + + (3.2)
R ρ l A
Além disso, a alteração no comprimento resultante quando é aplicada a força ‘F’, dentro do
limite de comportamento elástico, é dado pela Lei de Hooke:
F dl
σ= = E ∗ε = E ∗ (3.3)
A l
sendo ‘σ ’ a tensão mecânica, ‘E’ o módulo de Young e ‘ε’ a deformação mecânica, usual-
mente dada em "microstrain", que equivale a: 1 "microstrain" = 1 µε = 10−6 m/m.
Outro conceito básico é necessário, o do Gage Factor, ‘GF’, que nada mais é do que a
sensibilidade do sensor, ou seja, relaciona a variação do dado de saída (resistência elétrica) com
a variação do dado de entrada (deformação mecânica). Sua fórmula é apresentada na 3.4.
∆R/Ro
GF = (3.4)
ε
Extensômetros metálicos
Nestes sensores, uma tensão trativa, aumenta seu comprimento ‘l’ e diminui sua área ‘A’,
relacionando as duas grandezas pelo coeficiente de Poison ‘ν’. Dá-se preferência a materiais
com baixo coeficiente de Poison para que a sensibilidade transversal possa ser desprezível.
Extensômetros semicondutores
Semicondutores são materiais que, diferentemente dos metais, possuem apenas poucos elé-
trons livres para circulação de corrente elétrica. Quando um desses elétrons se move, deixa
no lugar de origem uma lacuna, a qual se move em direção oposta ao elétron. Lacunas e elé-
trons contribuem para a circulação de corrente no material. O número de portadores de carga
(elétrons e lacunas) em um semicondutor é fortemente dependente da temperatura ‘T’.
Uma das desvantagem dos semicondutores é que, devido às pequenas dimensões, é difícil
colá-lo à peça e manuseá-lo. Após a colagem, é dificil ratificar visualmente se este processo foi
realizado corretamente. Sem dúvida, esta tecnologia de sensores exige habilidade e paciência
do usuário.
Extensômetros piezoelétricos
São utilizados para medições dinâmicas. Seu principio de funcionamento se baseia no fato
de que cargas elétricas são alteradas, em certos materiais (como o quartzo), quando submetidas
à tensão mecânica. Este efeito é reversível.
A vantagem deste sensor em relação aos já descritos resistivos é que estes são insensíveis
a variações de resistência nos fios de ligação, porém são sensíveis à temperatura, pela dilatação
3.5 Sensores/trandutores 17
térmica do fio. Uma importante característica desta tecnologia é que esta detecta deformações
não planares.
Fibras ópticas
Uma característica importante que torna a fibra óptica indispensável em muitas aplicações é
o fato de não ser suscetível à interferência eletromagnética, vantagem sobre outros tipos de meio
de transmissão que empregam o fios metálicos, como o cobre. Esta característica motivou o
estudo das fibras para efeitos de sensores. Neste âmbito, medições de deformação e temperatura
são possíveis através do uso de fibra óptica como elemento sensor.
Quando uma força ou pressão produz uma microdeformação na fibra, a curvatura desta
se modifica, diminuindo o ângulo de incidência e também o crítico. Assim, ocorre a reflexão
apenas parcial da luz, causando perdas que aumentam com deformações maiores. Através da
medição dessa perda de transmissão, se pode medir a deformação existente.
Estima-se que 15% dos transdutores utilizados na indústria e em laboratórios são de tempe-
ratura. Destes, de 70 a 80 % são termopares e sensores resistivos (10). Esta grandeza é de suma
importância, inclusive como medição secundária para compensação em outras medições.
Os transdutores elétricos mais comuns são os termopares, como já citado, seguido dos
resistivos (termorresistor e termistor) pela capacidade de aquisição automatizada. O termopar é
o mais versátil de todos por ser mais simples fisicamente, de fácil instalação e manuseio e não
requerer alimentação (sensor ativo). Além disso, possui boa resposta dinâmica e ampla faixa de
3.5 Sensores/trandutores 18
operação. Como desvantagens, tem-se o alto erro (em média, de 1◦ C) e a resposta não-linear.
Termopares
Assim, em um circuito aberto constituído por uma única junção formada por dois fios existe
uma tensão que depende dos metais dos fios e da temperatura da junção. Esta tensão termoelé-
trica gerada não pode ser medida por voltímetros, já que formaria nova junção a conexão com
o este instrumento.
São bastante difundidas as cinco leis para circuitos envolvendo termopares. São elas:
• Se a força eletromotriz térmica dos metais A e C é VAC , a dos metais BC é VCB , então a
tensão térmica dos metais A e B, vale VAC +VCB ;
A ISA (International Standard for Automation)(8) determina os tipos mais comuns de ter-
mopares: J, K, E, S, R, B e N; cada um com faixa de medições e erros máximos admissíveis
especificados por normas ANSI e DIN (20).
3.5 Sensores/trandutores 19
Termorresistores
Como vantagem, pode-se citar a boa estabilidade (em torno de 0,38 Ω/◦C), a linearidade
por intervalos e a elevada exatidão; já como desvantagens, constam o relativo alto custo, auto-
aquecimento e a necessidade de excitação (transdutor passivo). A identificação destes sensores
é padronizada, pelo símbolo do material de fabricação e pela sua resistência a 0◦ C. Assim, o
mais comercialmente conhecido Pt100 é um termorresistor de platina que tem resistência de 100
Ω a 0◦ C. Comercialmente, os termorresistores são chamados de RTD - Resistance Temperature
Detector. A norma DIN 43760 estabelece os erros máximos tolerados para estes sensores (20).
Termistores
A utilização freqüente desse tipo de sensores se deve ao seu baixo custo, pequenas dimen-
sões e seu coeficiente de temperatura, que é bem maior do que o do termorressistor de platina.
Devido à alta sensibilidade são mais convenientes para medição de pequenas faixas de tempe-
raturas.
Fibras ópticas
Assim como no item 3.5.1, as perdas de transmissão podem ser funções de transferência,
caracterizando as fibras ópticas como sensores. A variação de temperatura provoca mudança no
índice de refração da fibra, provocando perdas na transmissão.
3.5 Sensores/trandutores 20
Sensores piroelétricos
RFID
O funcionamento começa pelo envio de uma onda eletromagnética pelo leitor. A etiqueta
3.5 Sensores/trandutores 21
recebe essa onda e, de acordo com sua estrutura única, modula essa onda. A onda modulada
- pela distância entre pulsos - é percebida pelo leitor, que identifica a identidade única da tag
através da modulação. Esse funcionamento faz com que essa tecnologia seja a substituta do
código de barras. Comercialmente, as pequenas etiquetas são compradas por centavos de dolar,
mas o leitor/transmissor é, ainda, muito caro. A grande vantagem dessa técnica é dispensa de
qualquer alimentação da etiqueta (o sinal e a alimentação são a onda enviada pelo transmissor)
e a não utilização de fios, já a desvantagem é que o sensor (etiqueta) não possui inteligência
alguma.
Como sensor, as etiquetas modulam recebido pela antena de acordo com sua temperatura
ou deformação no momento. Ou seja, a separação entre os pulsos, que corresponde a identidade
do sensor, se altera de acordo com a temperatura e deformação. Esta tecnologia é bastante nova,
assim, os dados metrológicos das medições com as etiquetas não foram encontradas.
Sensores wireless
Sensores sem fios para medição de temperatura e deformação já são realidade. Além disso,
eles possuem várias facilidades embarcadas: condicionamento de sinal, memória, padrão de
comunicação wireless, antena, identidade própria etc. Geralmente utilizam a freqüência aberta
de 2,4 GHz e são capazes de se comunicar com o concentrador com distância em torno de
70 m. Comercialmente, assim como a tecnologia RFID, os sensores apresentam baixo custo,
porém os concentradores são muito caros, em torno de dezenas de milhares de dólares. Uma
desvantagem é que necessitam bateria. Exemplos de solução comercial são apresentados no
sítio da MicroStrain
c (21)
Muitas vezes o objeto de medição está distante do concentrador, que agrupa os dados de
vários sensores e o processa digitalmente em um microcomputador. Esta situação, muito co-
mum, exige o estudo de técnicas para transmitir o sinal da fonte ao receptor dos dados, de modo
a não perdê-los. A solução mais barata é a utilização de fios (par trançado, cabos coaxiais e
fios de telefone). Contudo, estes meios têm largura de banda e velocidade limitadas. As fibras
ópticas sobrepões estas limitações e são imunes a interferência eletromagnética, porém são de
custo elevado.
Outra solução para distâncias curtas é a conversão do sinal do sensor em uma corrente pro-
porcional que é transmitida por um par trançado. O receptor, então, detecta esta corrente através
da queda de tensão causada por esta em um resistor. Valores padrões de corrente são utiliza-
dos, o mais comum é do de (4 a 20) mA. A telemetria por corrente é insensível a termopares
3.5 Sensores/trandutores 22
Para distâncias maiores, a antiga solução de transmissão RF, usando modulação, foi quase
que totalmente substituída pela tecnologia wireless, descrita no item 3.5.6
Existem muitos circuitos integrados de baixo consumo que são apropriados para redes de
sensores sem fio e implementam sua camada física, responsável pela definição da freqüência
de operação, do esquema de modulação e da interface de hardware do sistema . Fabricantes
como Atmel, MicroChip e ChipCon são alguns exemplos de produtores de tais circuitos. Se
possível, deve-se utilizar um link de rádio que esteja baseado em uma norma. Isto permite a
interoperabilidade entre circuitos integrados de diversos fabricantes. Os padrões mais utilizados
para comunicação sem fio são:
• IEEE 802.11x Um padrão utilizado para redes locais com alta taxa de transferência de
dados entre computadores e outros dispositivos. A taxa de transferência varia de 1 Mbps
a 50 Mbps. Tipicamente, o raio de abrangência é de 90 m com antenas padrão; sendo que
este raio pode ser extendido com o uso de antenas direcionais ativas. Dentre os esquemas
de modulação possíveis para esta norma estão a do espectro espalhado direto e alternado.
Enquanto que as taxas de transferência são mais que suficientes para a aplicação em
redes de sensores sem fio, os requisitos de consumo de energia impedem sua aplicação
em sensores sem fio;
• Bluetooth (IEEE 802.15.1 e .2) Um padrão para redes pessoais, consumindo menos ener-
gia que o padrão 802.11. Foi especificada originalmente para tranferência de dados entre
computadores pessoais e periféricos como telefones celulares ou PDAs (Personal Digi-
tal Assitants). O bluetooth funciona sobre uma topologia do tipo estrela e suporta até
sete dispositivos remotos com um único concentrador. Algumas desvantagens estão na
relação potência de sinal versus raio de alcance, número pequeno de dispositivos remo-
tos por concentrador e latência elevada durante sincronização entre dispositivo remoto e
concentrador;
• IEEE 802.15.4 Esta norma foi especificamente desenvolvida para atender os requisitos
das aplicações de sensores sem fio. O padrão é flexível, como taxa de transmissão va-
riável e multiplas freqüências de transmissão. Os requisitos de consumo de energia são
baixos, entretanto o hardware foi desenvolvido para permitir que o link de comunicação
possa ser desligado (sleep mode) remotamente, reduzindo o consumo ao mínimo. Su-
porta topologia do tipo estrela e malha, possui encriptação de dados, indicador de nível
de qualidade do sinal e modulação de espectro espalhado direta;
3.6 Condicionadores de sinal 23
• ZigBee Uma associação de companhias que trabalham para criar produtos confiáveis,
de baixo custo e consumo de energia, para monitoramento e controle em redes sem fio.
Este padrão suporta topologias estrela e híbridos estrela/malha. Este padrão está baseado
na IEEE 802.15.4, mas expande seu escopo na especificação da rede e na interface de
aplicação;
A equação geral para um sensor cuja resistência varia segundo um fator ’x’ em resposta a
um mensurando é R = Ro ∗ f (x), assumindo-se f (0) = 1. Para sensores lineares tem-se R =
Ro ∗ (1 + x).
O intervalo de valores que pode apresentar a variável ’x’ é fortemente dependente do tipo
e das dimensões do sensor. Existem dois requisitos básicos para condicionamento de sinais.
Primeiramente, o condicionador deve fornecer tensão ou corrente elétrica para obter sinais de
saída, porque a variação de resistência não é, por si só, um sinal. Segundo, esta alimentação -
cuja magnitude afeta o sinal de saída - deve ser limitada pela máxima dissipação de potência
dos sensores.
Alguns sensores requerem circuitos especiais. Por exemplo, termistores necessitam lineari-
zação, extensômetros exigem cancelamento das grandezas secundárias de interferência. Além
disso, sensores que fornecem baixos sinais de saída precisam melhorar sua relação sinal-ruído
para melhor aproveitar a faixa de operação do conversor analógico digital. Condicionadores
devem, também, ser insensíveis aos fios de ligação ou compensá-los. Um método de reduzir
a influência dos fios é a técnica de medição por quatro fios, também chamada de circuito de
Kelvin.
Variações da saída causadas por variações de temperatura, manipulação dos sensores e ou-
tros tantos fatores causam erros de zero que devem ser anulados. Estes sinais não nulos pré
variação do mensurando são chamados de erro de offset. A zeragem das tensões de offset tam-
bém é função do condicionador de sinais.
3.6 Condicionadores de sinal 24
Método para medição de resistência, é comumente usado para medir altos valores de re-
sistência. Sua aplicação emgloba os sensores resistivos de grande sensiblidade e também os
não-lineares, como os termistores, porque a não-linearidade da relação entre a tensão de saída
e a resistência do sensor permite a linearização do termistor: R = Rr ∗V /(Vr −V ).
R3 R4
vo = Vr ∗ ( − ) (3.5)
R2 + R3 R1 + R4
O loop de Anderson nada mais é do que uma ponte de Wheatstone aberta e alimentada
por uma fonte de correte, ao invés de uma fonte de tensão. Seu desenvolvedor propõe sua
criação como uma substituição a PW, o que não ocorreu. Como limitações que motivariam essa
substituição, ele cita (22):
• Metade do sinal de cada elemento ativo é atenuado pelo sinal do elemento adjacente na
ponte;
• O sinal de saída é usualmente uma função naõ linear da variação da impedância por ramo
individual da ponte;
• Para garantir-se uma alimentação confiável, seriam necessários nove fios de ligação por
ponte;
• Quando a alimentação é feita por tensão contínua, é difícil separar a tensão termoelétrica
daquela gerada pela variação de impedância (desejada).
Uma desvantagem, já conhecida, é que se um dos sensores abrir no laço, todas as medições
dos outros sensores serão desabilitadas, característica de qualquer circuito série. Outra desvan-
tagem é que ainda não existem estudos metrológicos sobre o assunto, somente a descrição de
funcionamento e facilidades, descritas pelo autor.
3.6 Condicionadores de sinal 26
Amplificadores diferenciais
• Tensão de modo comum (VMC ) Corresponde a média dos valores das tensões de entrada
do amplificador;
• Ganho de modo comum (GMC ) Define o ganho sobre a tensão de modo comum;
• Razão de rejeição de modo comum (RRMC) Expresso em dB, demonstra a relação entre
o ganho diferencial e o ganho de modo comum do amplificador.
GD
Vs = VD ∗ GD ±VMC ∗ (3.7)
RRMC
A RRMC em amplificadores reais está na faixa de 80 a 140 ou até 160 dB. Este valor, apa-
rentemente alto, em aplicações práticas, pode ser extremamente crítico em função de o sinal
de saída dos transdutores (tensão diferencial) ser muito menor do que a tensão de modo co-
mum. A razão de rejeição também é importante do ponto de vista de rejeição das interferências
provenientes da rede de 60 Hz.
Amplificador de instrumentação
alta impedância de entrada, ganho facilmente ajustável (geralmente um resistor estável, também
vulgarmente chamado de resistor de precisão), tensão de saída pouco influenciada pela tensão
de modo comum. A particularidade é uma etapa de pré-amplificação antes da amplificação
diferencial.
3.6.6 Filtros
Filtro é um elemento projetado para apresentar uma função de transferência com caracterís-
ticas de dependência da freqüência do sinal de entrada. Assim, é possível isolar as freqüências
desejáveis das indesejáveis. Existem basicamente dois tipos principais: passa-altas e passa-
baixas. A partir destes dois modelos fundamentais podem ser implementados outros, como os
filtro passa-faixa e rejeita-faixa. As freqüência delimitantes do espectro do sinal de saída são
chamadas freqüência de corte. A escolha desta freqüência precisa ser feita com cuidado, uma
vez que seu comportamento não é ideal. É usual, embora não possa ser considerado como regra
geral, a adoção de um afastamento de pelo menos uma década entre a freqüência de corte do
filtro e a freqüência de interesse. Outra ferramenta são os gabaritos apresentados em (24).
3.6.7 Modulação
Esta técnica consiste em modular uma portadora ac com o sinal de entrada (sinal de sensores
resistivos), então, amplificar este sinal - o que torna o erro de zero irrelevante, e, finalmente,
demodular o sinal. Assim, se pode separar o sinal desejado dos ruídos.
Este amplificador é análogo a técnica de modulação, porém é válido para sensores ativos.
Neste caso, o sinal dos sensores modula uma onda quadrada gerada a partir de um chaveamento
repetitivo. Esse chaveamento, conecta a o sinal do sensor à entrada de um amplificador ac. O
sinal resultante é amplificado e depois demodulado e filtrado por um filtro passa-baixa.
3.7 Método UAEMS 28
A maioria dos amplificadores operacionais apresenta uma pequena deriva causada por me-
dições periódicas. Esse efeito é negligenciado quando a entrada é zerada e o circuito posto em
operação, mas esta operação é trabalhosa em amplificadores comuns. Os amplificadores de auto
zero possuem chaves, que se acionadas, realizam a função de conectar as entradas à referência
para anular a deriva causada pela memória das medições anteriores.
Peter Stein desenvolveu um método para engenharia de medição o qual chamou de Uni-
fied Approach to the Engineering of Measurement Systems - UAEMS(25) e (2). Neste método
ele classifica sensores, sistemas de medição e, principalmente, aprofunda a análise da medi-
ção, validando-a ou não. O método parte do princípio que toda medição envolve transferência
não só de informação, mas também de energia. Ainda frisa que essa transferência de energia,
geralmente negligenciada por quem realiza a medição, altera a transferência de informação.
Cada sensor, segundo Stein, possui uma grandeza de entrada principal - deformação para os
extensômetros, mas também grandezas de entrada secundárias que correspondem à variação da
resposta do sensor pela influência de outras grandezas - como por exemplo, a temperatura para
os extensômetros. Para testar os sistemas de medição, são propostos vários testes e técnicas
para estudar aprofundadamente o comportamento do sistema de medição. Considerado um tra-
balho impar por várias referências o método trata da medição como nenhuma outra bibliografia,
desmistificando vários conceitos. Por este motivo, busca-se colocar este trabalho de pesquisa
nos moldes das classificações de Stein.
29
4 Metodologia
• Análise teórica;
• Análise matemática;
• Análise experimental;
• Método de seleção.
A revisão bibliográfica necessita ser lapidada e concentrar sua atenção no conjunto sensor
mais condicionador. Vários aspectos pouco divulgados de cada uma das tecnologias dos sen-
sores devem ser buscados para enquandrá-los nas classificações de Peter Stein. Ainda, todo
o método deste cientista, exaustivamente revisado, guiará muitas dúvidas e investigações em
torno dos sensores e condicionadores.
A partir dos dados gerados, busca-se chegar a diagramas apresentando os dois módulos
(sensor e condicionador), bem como os fatores internos, externos e entre canais que influenciam
no conjunto. O modelo desejado tem a forma apresentada na figura 4.1.
A primeira etapa da análise matemática é a modelagem dos caminhos possíveis, por exem-
plo:
4.3 Análise experimental 31
Com esta etapa será possível determinar os melhores conjuntos sensor mais condicionador,
que continuarão sendo estudados nas fases seguintes.
Um modelo conceitual será proposto para seleção dos conjuntos sensor mais condicionador
de sinais, para usuários não especializados. Este método de seleção consiste em o usuário forne-
cer dados sobre sua aplicação - os que possuir - e através de uma ponderação das características,
chegar-se a um aconselhamento sobre qual conjunto utilizar.
Espera-se utilizar três problemáticas interessantes para validar o método de seleção, são
estes:
5 Resultados e conclusões
Os resultados que se almejam são aqueles que permitirem auxiliar usuários não especializa-
dos na escolha de um conceito de sensor e condicionador de sinais. Já para os usuários avança-
dos, busca fornecer-lhes uma ferramenta bem desenvolvida de cálculo de incerteza e análise de
sistemas de medição. Com sorte, chegar-se-á a novas propostas de sensores e condicionadores,
utilizando grandezas e funções secundárias dos mesmos.
Ao fim deste trabalho, será possível conhecer a fundo todas as variáveis que circundam a
medição de deformação e temperatura, no âmbito analógico, que é o mais suceptível a erros.
O material aglutinado e a discussão realizada poderá servir de base para trabalhos futuros,
expandindo a análise a outros módulos dos sistemas de aquisição, como a conversão analógica
digital, multiplexação, comunicação com microcomputadores etc.
33
Referências Bibliográficas
1 PALLÀS-ARENY, R.; WEBSTER, J. G. Sensor and Signal Conditioning. 2. ed. [S.l.: s.n.],
2000.
18 DFE - Dover Flexo Electronics Inc. Tension Transducer Strain Gages: which technologyis
better? 20 jan. 7. Internet: http://www.dfe.com/straingage.html.
Referências Bibliográficas 34
23 ANDERSON, K. F. The new current loop: NASA’s successor to the Wheatstone brigde.
ISA Transactions, v. 36, n. 4, p. 351–356, 1998.
25 STEIN, P. K. The Unified Approach to the ENgeneering of Measurement Systems for Test
and Evaluation. 9 ed.. ed. [S.l.: s.n.], 1998.
26 ISO. ISO GUM -Guia para a Expressão da Incerteza de Medição. 3 ed.. ed. [S.l.: s.n.],
2004.
6 Anexo I