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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
2017
COMPARAÇÃO EM SOLUÇÕES DE DIVISA: SAPATAS E
VIGAS DE EQUILÍBRIO
2017
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Curso de Engenharia Civil
elaborado por
Eduardo Deufel Steindorff
COMISSÃO EXAMINADORA
1 INTRODUÇÃO ....................................................................... 11
1.1 Objetivos ................................................................................................. 13
1.1.1 Objetivo geral ........................................................................................... 13
1.1.2 Objetivos Específicos ............................................................................... 13
1.2 Estrutura do trabalho ............................................................................. 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................. 15
2.1 Investigação do Subsolo ....................................................................... 15
2.1.1 Standard Penetration Test - SPT.............................................................. 16
2.2 Sapatas .................................................................................................... 20
2.2.1 Sapata isolada rígida com carga excêntrica ............................................. 23
2.2.2 Sapata de divisa ....................................................................................... 37
2.3 Viga de Equilíbrio ................................................................................... 43
2.3.1 Primeiro caso: sapata integrada à viga alavanca ..................................... 44
2.3.2 Segundo caso: sapata não integrada à viga alavanca ............................. 53
3 METODOLOGIA .................................................................... 56
3.1 Apresentação do projeto ....................................................................... 56
3.2 Software Eberick .................................................................................... 57
3.3 Considerações Iniciais ........................................................................... 60
4 RESULTADOS E ANÁLISES ................................................. 67
4.1 Sapata na divisa ..................................................................................... 67
4.2 Viga de equilíbrio.................................................................................... 78
4.3 Comparação ............................................................................................ 88
5 CONCLUSÕES .................................................................... 101
6 REFERÊNCIAS .................................................................... 102
11
1 INTRODUÇÃO
Outra solução para edificações sob a divisa seria utilizar uma viga de
equlíbrio, que recebe a carga do pilar e transmite para a sapata localizada
proximamente. Viga de equilíbrio, também chamada de viga alavanca, é o “elemento
estrutural que recebe as cargas de um ou dois pilares (ou pontos de carga) e é
dimensionado de modo a transmiti-las centradas às fundações. Da utilização de viga
de equilíbrio resultam cargas nas fundações diferentes das cargas dos pilares nela
atuantes”. (NBR 6122, 2010).
Portanto, quando o pilar encontra-se sob a divisa há duas possibildades de
fundação direta: sapata de divisa ou a viga de equilíbrio. Obviamente ainda pode-se
optar por estacas, ou outra solução plausível, porém foge do assunto pertinente a
este trabalho tais soluções.
1.1 Objetivos
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
parafina, para não perder a umidade natural, após isso são enviadas ao laboratório
onde são analisadas permitindo obter informações muito precisas sobre as
características do solo. Destaca-se ainda que essa prática não é muito comum,
utilizada somente quando o projeto de fundações exigir informações muito precisas.
Investigações como, por exemplo, o SPT retiram somente amostras deformadas,
que não é possível realizar alguns ensaios específicos em laboratório.
Hachich et al. (1998) afirma que o ensaio SPT, também chamado de
sondagem de simples reconhecimento a percussão, é de longe, o mais utilizado,
tanto no Brasil, como internacionalmente, mesmo não sendo perfeito, mas sendo de
fácil execução. Porém, nos úlimos anos, a tendência é substituí-lo pelo SPT-T, mais
completo e mantém praticamente o mesmo custo. Portanto o próximo item analisará
as diversas características do ensaio SPT.
𝜎𝑎𝑑𝑚 = √𝑁 − 1 (1)
Sendo:
𝜎𝑎𝑑𝑚 – tensão admissível à compressão do solo em kgf/cm²
𝑁 – número de golpes para cravar os últimos 30 cm (SPT)
19
A relação acima não leva em conta o tipo de solo, o que, de acordo com
Rebello, é uma falha, pois apesar do SPT em uma areia ser maior que na argila,
devido ao atrito na penetração do amostrador, a sua resistência pode ser menor. Por
isso há outras equações empíricas que ajudam o engenheiro a achar uma
resistência mais próxima da realidade. As Equações 2, 3 e 4 retiradas da bibliografia
Rebello (2008), encontram-se abaixo, as unidades são as mesmas de
anteriormente.
𝑁
argila pura: 𝜎𝑎𝑑𝑚 = (2)
4
𝑁
argila siltosa: 𝜎𝑎𝑑𝑚 = (3)
5
𝑁
argila areno siltosa: 𝜎𝑎𝑑𝑚 = (4)
7,5
0a2 0 a 0,25
3a5 0,5 a 1
Argila 6 a 10 1,5 a 3
11 a 19 3a4
>19 >1
profundidade igual a 1,5 vezes a maior largura da sapata. A tensão admissível fica
em kgf/cm², de acordo com Rebello (2008):
𝑁𝑚é𝑑𝑖𝑜
𝜎𝑎𝑑𝑚 = (5)
5
2.2 Sapatas
hipotético de punção, e são válidas para os terrenos que possuem boa resistência
próximo a superfície, caso ideal de uso de sapatas. De acordo com a NBR 6118
(2014) “quando se verifica a expressão a seguir, nas duas direções, a sapata é
considerada rígida, caso contrário a sapata é considerada flexível:”
(𝑎−𝑎𝑝 )
ℎ≥ (6)
3
Sendo:
ℎ – altura da sapata;
𝑎 – dimensão da sapata em uma determinada direção;
𝑎𝑝 – dimensão do pilar na mesma direção.
7.7.3 Latro
Todas as partes da fundação superficial (rasa ou direta) em contato com o
solo (sapatas, vigas de equilíbrio, etc.) devem ser concretadas sobre um
lastro de concreto não estrutural com no mínimo 5 cm de espessura, a ser
23
ℎ
ℎ0 ≥ { 3 (7)
15 𝑐𝑚
𝛼∙𝑁𝑘
𝐴= (8)
𝜎𝑎𝑑𝑚
Sendo:
𝑁𝑘 – força nominal do pilar;
𝜎𝑎𝑑𝑚 – tensão admissível à compressão do solo;
𝛼 – coeficiente que leva em conta o peso próprio do sapata, normalmente 1,05 em
sapatas flexíveis e 1,10 em sapata rígidas.
𝑎𝑝 − 𝑏𝑝 (𝑎𝑝 − 𝑏𝑝)²
𝑎= +√ +𝐴 (9)
2 4
𝐴
𝑏= (10)
𝑎
ℎ > 𝑙𝑏 + 𝑐 (11)
26
Sendo:
𝑙𝑏 – comprimento de ancoragem;
𝑐 – cobrimento.
𝑁 6𝑒𝐴 6𝑒𝐵
𝜎= ∙ ⌊1 ± ± ⌋ (12)
𝐴∙𝐵 𝐴 𝐵
ℎ
≤ 𝑥 ≤ 2ℎ (13)
2
Bastos (2016) ainda afirma que se x>2h a sapata pode ser considerada como
viga ou como placa, e se x<h/2 em qualquer direção se trata de um bloco de
fundação, sendo o dimensionamento de armadura a flexão para sapatas não
aplicável.
Segundo Bastos (2016) “o momento fletor relativo a uma seção de referência
S1 é calculado considerando a reação do solo que age na área da base da sapata,
limitada pela seção S1 e a extremidade da sapata mais próxima de S1”. Bastos
(2016) conclui que “as duas direções devem ser consideradas, e o menor momento
fletor deve ser pelo menos 1/5 do maior momento fletor, isto é, a relação entre a
armadura de flexão menor e a maior na direção ortogonal deve ser ≥ 1/5”. Bastos
(2016) ainda revela que o cálculo da armadura de flexão é feito como nas vigas à
flexão simples, considerando as características geométricas da seção referência S1.
Bastos (2016) salienta que na avaliação do momento fletor não devem ser
consideradas cargas que não causem flexão na sapata, como, por exemplo, o peso
da sapata e do solo acima dela. Bastos (2016) ainda destaca que “se o momento
29
fletor que resultar for negativo, deverá existir uma armadura negativa na parte
superior da sapata”. Bastos conclui que os momentos fletores são calculados nas
seções de referência S1x e S1y , relativas respectivamente aos lados “a” e “b” da
sapata. A seguir serão apresentados as equações para encontrar o momento fletor
para uma sapata de dupla excentricidade, com a ajuda das Figuras 5 e 6 que
estarão abaixo, retiradas das notas de aula de Alva (2007).
(𝑎−𝑎𝑝 )
𝐿𝑎 = + 0,15𝑎𝑝 (14)
2
(𝑏−𝑏𝑝 )
𝐿𝑏 = + 0,15𝑏𝑝 (21)
2
1,4𝑀𝑆1𝑥
𝐴𝑠𝑥 = (28)
0,85𝑑∙𝑓𝑦𝑑
1,4𝑀𝑆1𝑦
𝐴𝑠𝑦 = (29)
0,85𝑑∙𝑓𝑦𝑑
ϕ
𝑑 = ℎ − (𝑐 + ) (30)
2
ou duas direções, pode-se admitir, para todos esses casos, uma taxa de armadura
mínima igual a 0,15% (em relação a área bruta)”.
Alva (2007) lembra que “as barras longitudinais não devem ter diâmetros
superiores 1/8 da espessura da laje (sapata). O espaçamento máximo entre elas
não deve ser superior a 20 cm nem 2h, prevalecendo o menores desses dois
valores.” Bastos (2016) recomenda que o espaçamento entre as barras esteja entre
10 cm a 20 cm, a fim de evitar possíveis problemas de preenchimento do concreto
na fôrma e entre as barras, além de diminuir a possibilidade de fissuras. A NBR
6118 (2014) diz que “a armadura de flexão deve ser uniformemente distribuída ao
longo da largura da sapata, estendendo-se integralmente de face a face da sapata e
terminando em gancho nas duas extremidades”.
O próxima passo é verificar as tensões de cisalhamento, ou seja, se para a
altura adotada não há problema de punção (tração diagonal) ou compressão
diagonal do concreto. Como já foi comentado, sapatas rígidas não sofrem punção
devido a sapata encontrar-se totalmente dentro do cone hipotético de punção.
Porém deve-se verificar a ruptura por compressão diagonal. Além dessa verificação,
ainda deve ser realizado a verificação da dispensa de armaduras transversais para
força cortante e a verificação da tensões de aderência. Segundo Alva (2007) é
desejável evitar a colocação de armadura transversal em sapatas, bem como em
lajes. Alva (2007) ainda ressalta que em algumas situações a altura da sapata
calculada com as equaçõs anteriores não é suficiente para dispensar essa
armadura, dessa forma, em alguns casos, convém iniciar o dimensionamento
estrutural com a verificação da dispensa de armadura transversal para força
cortante, antes do cálculo das armaduras longitudinais para momento fletor.
Conforme Alva (2007) “a verificação da ruptura por compressão diagonal se
faz na ligação sapata-pilar, na região correspondente ao perímetro do pilar (contorno
C)”. A condição que deve ser satisfeita é a Equação 31 abaixo:
Sendo:
𝜏𝑆𝑑 – tensão solicitante (contorno C);
33
𝐹𝑆𝑑
𝜏𝑆𝑑 = (32)
𝑢∙𝑑
𝑓𝑐𝑘
𝜏𝑅𝑑2 = 0,27 ∙ (1 − ) ∙ 𝑓𝑐𝑑 (33)
250
Sendo:
𝐹𝑆𝑑 – reação vertical de cálculo (aplicada pelo solo à sapata);
𝑢 – perímetro do contorno C, igual ao perímetro da seção do pilar;
𝑑 – altura útil média;
𝑓𝑐𝑘 – resistência característica do concreto à compressão (MPa);
𝑓𝑐𝑑 – resistência de cálculo do concreto à compressão.
Na Figura 7, sendo:
𝑑 – altura útil média da sapata (junto à face do pilar);
𝑑𝑆2 – altura útil média da sapata na seção S2 na direção analisada;
𝑏𝑆2 – largura da seção S2 na direção analisada;
𝐿2 – vão do balanço onde atuam as cargas distribuídas associada às pressões do
solo sobre a sapata.
Sendo:
𝜏𝑅𝑑 – tensão resistente de cálculo do concreto à força cortante (Equação 36);
𝑘 – coeficiente que depende da altura útil na seção S2 (Equação 37);
35
2
𝜏𝑅𝑑 = 0,0375 ∙ 𝑓𝑐𝑘 3 (36)
𝑘 = |1,6 − 𝑑𝑆2 | ≥ 1,0 (37)
𝐴𝑠
𝜌1 = (38)
𝑏𝑆2 ∙𝑑𝑆2
Sendo:
𝐴𝑠 – área de armadura longitudinal de flexão na direção analisada;
𝑓𝑐𝑘 – resistência característica do concreto à compressão (MPa).
Sendo:
𝜏𝑏𝑑 – tensão de aderência solicitante (Equação 40);
𝑓𝑏𝑑 – a resistência de aderência de cálculo (Equação 41).
𝑁𝑑 (𝑎−𝑎𝑝 )
𝜏𝑏𝑑 = × (40)
2∙𝑑∙(𝑛∙𝜋ϕ) 𝑎
Sendo:
𝑁𝑑 – força normal de cálculo do pilar;
𝑑 – altura útil da seção;
𝑛 – quantidade de barras em uma das direções;
ϕ – diâmetro das barras de aço utilizadas;
𝑎 – lado da sapata na direção analisada;
𝑎𝑝 – lado do pilar na direção analisada.
Sendo:
𝑓𝑐𝑡𝑑 – resistência à tração de cálculo do concreto (Equação 42);
𝜂1 – coeficiente igual a 2,25 p/ barras nervuradas, 1,4 p/ barras dentadas e 1,0 p/
barras lisas;
𝜂2 – coeficiente igual a 1,0 p/ situações de boa aderência e 0,7 p/ situações de má
aderência;
𝜂3 – coeficiente que depende do diâmetro da barra utilizada (Equação 43).
2/3
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,15 ∙ 𝑓𝑐𝑘 (42)
1,0 𝑠𝑒 ϕ < 32𝑚𝑚
𝜂3 = {132−ϕ (43)
𝑠𝑒 ϕ > 32𝑚𝑚
100
Sendo:
𝑓𝑐𝑘 – resistência característica do concreto à compressão (MPa);
ϕ – diâmetro das barras de aço utilizadas.
37
Bastos (2016) recomenda que para não ocorrer tração na base da sapata, a
largura B deve ser escolhida deve respeitar as Equações 44 e 45:
𝐵 ≤ 1,5𝑏𝑝 (44)
𝐴 ≤ 2𝐵 (45)
funciona como o pilar. Rebello (2008) destaca ainda que se a dimensão “B” for muito
grande a sapata pode perder rigidez e tornar-se ineficiente, como se fosse um pé de
pato, isto é, a transmissão das tensões não se faz em toda a extensão da sapata.
Porém, cita Rebello (2008), para aumentar a rigidez da sapata e garantir a
distribuição de tensões em toda área da sapata, deve-se aumentar a sua espessura,
o que provoca um grande aumento de consumo de concreto, por isso que é adotado
a viga alavanca que será vista posteriormente.
Existem três casos para o cálculo das tensões na base da sapata que
dependem da excentricidade da carga vertical do pilar (N), que serão apresentados
em seguida.
O primeiro caso ocorre quando B<1,5𝐵𝑝 , ou seja, quando a excentricidade é
menor que B/6 (e < B/6), estando a carga dentro do núcleo central. A Figura 9 ajuda
a representar esta situação, as Equações 46 e 47 das tensões na base da sapata
encontram-se após a Figura 9:
40
𝑁 6𝑒
𝑝𝑚á𝑥 = (1 + ) ≤ 1,3𝜎𝑎𝑑𝑚 (46)
𝐴∙𝐵 𝐵
𝑁 6𝑒
𝑝𝑚í𝑛 = (1 − ) (47)
𝐴∙𝐵 𝐵
2𝑁
𝑝𝑚á𝑥 = ≤ 1,3𝜎𝑎𝑑𝑚 (48)
𝐴∙𝐵
2𝑁
𝑝𝑚á𝑥 = 𝐵 ≤ 1,3𝜎𝑎𝑑𝑚 (49)
3𝐴∙( −𝑒)
2
Bastos (2016) salienta quando ocorre a situação onde A>2B, pode-se criar
uma viga associada a sapata excêntrica de divisa, e para não ocorrer torção nessa
viga convém coincidir o centro da viga com o centro do pilar.
Para encontrar a área de aço da sapata de divisa, basta seguir o
dimensionamento da sapata isolada já descrito anteriormente.
43
“transportando-a para que desça à fundação aravés de uma sapata isolada, com
carga centrada”.
Carvalho e Pinheiro (2009) afirmam que o cálculo das sapatas alavancadas
não introduzem nenhum novo conceito do que já foi apresentado, a novidade é
apenas o dimensionamento da viga sob flexão. Para o dimensionamento é
necessário arbirtar-se valores para os lados das sapatas e verificar se com esses
valores a tensão na sapata é menor que a tensão no solo. Para isso tem-se algumas
recomendações que devem ser seguidas. Serão apresentandos os dois casos que
foram comentados anteriormente, sendo o primeiro caso um pouco mais complexo,
pois é calculado por iterações.
𝑁1 ∙𝑠+𝑀1 +𝑀2
𝑅1 = ( ) (50)
𝑠−𝑒
Porém como pode ser visto na equação acima, a reação (R1) depende da
excentricidade, a qual depende das dimensões da sapata. Para resolver esse
problema adota-se o valor de R1 conforme Equação 51, segundo Bastos (2016):
46
𝑅1 = 1,2𝑁1 (51)
Campos (2015) diz que para o R1 deve-se adotar entre 20% a 30% uma
carga superior ao do pilar de divisa (N1), Bastos (2016) adota apenas 20%. Esse
aumento da carga é proporcional a duas parcelas, afirma Campos (2015): A primeira
parcela que varia de 15% a 20% deve-se à excentricidade do pilar da divisa em
relação ao centro da sapata; a segunda parcela corresponde ao acréscimo de carga
na fundação pelo peso próprio da sapata.
Escolhendo-se o valor da reação (R1), pode-se calcular as dimensões da
sapata, respeitando as recomendações de dimensionamento dadas por Bastos
(2016), dada pela equação abaixo (Equação 52). As recomendações das dimensões
também podem ser encontradas em Campos (2015) (Equação 53) e Alva (2007)
(Equação 54):
𝑎1 ≤ 3𝑏1 (52)
𝑎1 = (2 𝑎 2,5)𝑏1 (53)
𝑎1 = (1,5 𝑎 2,5)𝑏1 (54)
𝑅1
1,05∙
𝑏1 = √
𝜎𝑎𝑑𝑚
(55)
𝑘
𝑏1 𝑏𝑝1
𝑒= − (56)
2 2
47
𝑁 ∙𝑠+𝑀1 +𝑀2
( 1 )
1,05∙ 𝑠−𝑒
𝜎𝑎𝑑𝑚
𝑎1 = (57)
𝑏1
𝑁1
𝑞1 = (58)
𝑏𝑝1
𝑅1
𝑝1 = (59)
𝑏1
Algumas recomendações são dadas por Bastos (2016) para definir a largura
(𝑏𝑤 ) e altura da viga alavanca, as incógnitas seguem as da figura 12, que são dadas
pelas Equações 65 a 67:
ℎ𝑣𝑖𝑔𝑎 ≥ ℎ (66)
𝑑𝑣𝑖𝑔𝑎 ≥ 𝑙𝑏 (67)
𝑎1 −𝑏𝑤
ℎ≥ (68)
3
O momento fletor que atua na sapata deve ser calculado, assim como no
caso da sapata isolada, numa seção S1, como pode ser verificado pela Figura 14:
50
𝑎 −𝑏 2
𝑅1 ( 1 𝑤+0,15𝑏𝑤 )
2
𝑀1 = ∙ (69)
𝑎1 2
0,2 𝐴𝑠1
𝐴𝑠,𝑑𝑖𝑠𝑡𝑟 ≥ { , 𝑐𝑜𝑚 𝑒𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ≤ 33𝑐𝑚 (70)
0,9 𝑐𝑚²/𝑚
𝑓𝑐𝑘
𝑉𝑅𝑑2 = 0,27 ∙ (1 − ) ∙ 𝑓𝑐𝑑 ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑𝑣𝑖𝑔𝑎 > 𝑉𝑠𝑑 (73)
250
Sendo:
𝑓𝑐𝑘 – resistência característica do concreto à compressão (MPa);
𝑓𝑐𝑑 – resistência de cálculo do concreto à compressão.
23
𝑉𝑐 = 0,09 ∙ √𝑓𝑐𝑘 ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑𝑣𝑖𝑔𝑎 (75)
𝐴𝑠𝑤
𝑠= ∙ 0,9 ∙ 𝑑 ∙ 𝑓𝑦𝑑 (77)
𝑉𝑠𝑤
52
Sendo:
𝑓𝑦𝑑 – resistência de cálculo ao escoamento do aço de armadura passiva.
A NBR 6118 (2014) ainda afirma que para vigas com altura superior a 60 cm
deve ser utilizada uma armadura de pele, que é uma armadura que vai nas faces
laterais da viga. A NBR 6118 (2014) ainda indica que o espaçamento dessa
armadura deve ser inferior a 20 cm. A Equação 80 para encontrar a armadura de
pele é:
Bastos (2016) diz que ainda é necessário uma armadura de costura a qual é
colocada na extensão da largura da sapata de divisa (b1), abaixo da armadura
longitudinal negativa e ao longo da altura da viga, e tem a finalidade de aumentar a
resistência e ductilidade da viga alavanca. A Equação 81 para encontrá-la é:
Campos (2015) afirma que devido a viga alavanca, a sapata que está no
interior da edificação sofre uma redução da sua carga, ou seja, é aliviada. O alívio
(∆𝑃2 ), pode ser calculado como mostra as Equações 82 e 83, e devido a segurança
apenas metade deste alívio é transportado para a nova carga do pilar interior (𝑁2 ′):
∆𝑃2 = 𝑅1 − 𝑁1 (82)
∆𝑃2
𝑁2′ = 𝑁2 − (83)
2
Esse caso é mais simples que o caso anterior, pois segundo Campos (2015),
trata-se de simplesmente dimensionar uma viga em balanço, necessitando de altura
e rigidez suficientes para absorver o momento e tensões tangenciais, bem como
reduzir as deformações no balanço. Nesse caso a sapata que ficava nos limites do
terreno é puxada um pouco para dentro, sendo feito uma sapata isolada com uma
viga em balanço.
A viga alavanca nesse caso funciona semelhante a uma viga de transição, ou
seja, uma viga que suporta pilares. A carga excêntrica do pilar é transmitida através
da viga alavanca a uma sapata, que não é mais excêntrica. Esta viga alavanca
comporta-se como uma viga em balanço biapoiada, onde no balanço está apoiado o
pilar de divisa, criando um efeito alavanca, que tende a aliviar o apoio do lado oposto
ao do balanço. (REBELLO, 2008)
A viga alavanca exige sempre um apoio extremo, no qual ela pode ser
alavancada, tal apoio normalmente é a sapata do pilar interno localizado
proximamente. Rebello (2008) afirma que a posição do pilar de apoio da alavanca
pode ser qualquer, o importante é que a linha de eixo que liga os centros dos pilares
54
coincida com o eixo da viga alavanca e que esse eixo passe pelo centro de
gravidade da sapata do lado da divisa.
Como praticamente todas as vigas, a viga alavanca sofre de momento fletor e
esforço cortante. Rebello (2008) ressalta que o momento fletor da viga varia de zero
no balanço, à máximo no centro de gravidade da primeira sapata, voltando a se
anular na extremidade oposta (centro de gravidade da sapata interior). A Figura 15
representa o diagrama de momento fletor, deprezando-se o peso próprio da viga, e
indica a representação da viga alavanca:
Então como pode ser observado na Figura 15, o momento máximo já está
representado, e as Equações 84 e 85 para encontrar a armadura de flexão da viga
são:
2
𝑏𝑤 ∙𝑑𝑣𝑖𝑔𝑎
𝐾𝑐 = (84)
1,4∙𝑃∙𝑒
1,4∙𝑃∙𝑒
𝐴𝑠,𝑣𝑖𝑔𝑎 = 𝐾𝑠 ∙ (85)
𝑑𝑣𝑖𝑔𝑎
55
3 METODOLOGIA
Como já foi citado anteriormente, este trabalho consiste em fazer uma análise
de um projeto no software Eberick, portanto neste capítulo será feito uma
apresentação do projeto utilizado, uma pequena revisão do funcionamento do
programa e também considerações iniciais, ou seja, alguns itens que devem ser
adotados para o dimensionamento da edificação. Salienta-se que o projeto será feito
duas vezes no eberick, uma vez usando vigas alavanca e na outra sapatas de
divisa.
O Eberick foi produzido pela AltoQi, uma empresa nacional que tem como
atividade principal o desenvolvimento e a comercialização de “softwares” para
Engenharia. A versão utilizada será a V8 Gold.
O programa computacional AltoQi Eberick V8 Gold é um software destinado
ao projeto de edificações em concreto armado usando as prescrições da NBR
6118:2014. Possui um poderoso sistema gráfico de entrada de dados, associado à
análise da estrutura através de um modelo de pórtico espacial e a diversos recursos
de dimensionamento e detalhamento dos elementos estruturais, como lajes, vigas,
pilares, blocos sobre estacas e sapatas.
A estrutura da e dificação é definida através de pavimentos, que representam
os diferentes níveis existentes no projeto arquitetônico. O lançamento dos elementos
é feito de forma gráfica, diretamente sobre a planta arquitetônica, permitindo definir
diversas hipóteses na análise do modelo. O programa possibilita a visualização da
estrutura completa em 3D e os resultados são fornecidos através de janelas de
dimensionamento em forma de planilha. O detalhamento dos elementos segue as
práticas usuais do mercado brasileiro e as normas pertinentes.
58
revestimento que serão colocados nela, e outros parâmetros que depende do tipo de
laje escolhido, se for maciça por exemplo, pede qual a espessura utilizada, se for
vigota protendida, exige qual o preenchimento (EPS ou bloco cerâmico), se será
simples ou dupla e a altura (existe uma lista das opções no programa).
O Eberick detecta a situação em que a tensão de cisalhamento máxima pode
ser resistida pelas lajes sem a necessidade de armadura transversal porém não
calcula ou detalha lajes com estribos. Caso a situação ocorra, o programa emite
uma mensagem ao usuário, informando-o sobre a necessidade de armadura de
cisalhamento.
As vigas e os pilares da edificação constituem um sistema reticulado de
Pórtico Espacial, do qual se obtém os esforços internos resultantes, que são
utilizados para o dimensionamento dos elementos estruturais.
O programa permite que a seção das vigas sejam: retangular, seção T, seção
T invertido, seção I, seção L, seção L invertido. Quando adiciona-se a viga o
programa permite escolher se ela será de ambiente externo ou interno, isso interfere
no cobrimento da armadura, por segurança recomenda-se colocar sempre ambiente
externo. O programa permite que sejam adicionadas as cargas no momento da
adição da viga, sejam essas cargas de paredes ou cargas extras, mas essas cargas
podem ser adicionadas depois da colocação das vigas acessando as propriedades
da viga com duplo clique. Há ainda mais um dado que pode ser alterado na adição
da viga, que é a elevação que ela terá em relação ao pavimento que esta sendo
analisado, por exemplo, a parte do estacionamento terá uma elevação de -5 cm em
relação a parte interior da loja. Obviamente também deve-se colocar as dimensões
da viga antes de adicioná-la.
Para os pilares o programa permite seção: retangular, retangular vazada,
seção L, seção T, seção I, seção U, seção +, seção circular e seção L aberto. Como
na viga, pode-se escolher se o ambiente é externo ou interno, assim como a
elevação em relação ao pavimento atual. Também deve-se escolher um vínculo,
sendo possíves vínculos engastados, rotulados ou semi-rotulados, ou seja, apenas
MB ou MH. Como na viga, deve-se escolher as dimensões do pilar antes de colocá-
lo, se for retangular, a dimensão “b” deve ser sempre menor ou igual a dimensão “h”.
60
• Lajes – 25 mm
• Lajes, face superior quando revestimento final seco – 15 mm
• Vigas e Pilares – 30 mm
• Elemento em contato com solo – 30 mm
• Pilares em contato com o solo junto aos elementos de fundação – 45 mm
O peso específico das paredes que será adotado é de 1340 kgf/m³, e todas
elas possuem 15 cm de espessuras, onde tiver abertura a carga será reduzida.
Para esse projeto serão utilizados aço CA-50 e CA-60, dependendo a bitola
que resultará.
Segundo a NBR 6118:2014, no item 11.4.1.2 ação do vento deve ser
considerada. A edificação será considerada na categoria III, velocidade básica do
vento de 45 m/s e devido a uma dimensão horizontal ser maior que 20 m, classe B.
Os fatores S1 e S3 serão 1,0 e o fator S2 é calculado por pavimento, e o Eberick faz
isso automaticamente. As configurações adotadas para o vento podem ser vistas na
Figura 17:
63
A sobrecarga sobre as lajes respeitarão a NBR 6120 (1980), que define que
a carga mínima para lojas é de 400 kgf/m². Ainda vai ser considerado 100 kgf/m² de
revestimento. Nas lajes da cobertura será considerado 50 kgf/m² de sobrecarga mais
o revestimento de 100 kgf/m², o mesmo vale para as lajes da cobertura sobre o
estacionamento.
Não se tem qualquer informação sobre o solo onde o projeto será realizado,
portanto será adotado um solo argiloso com tensão admissível de 2,4 kgf/cm², uma
coesão de 0,5 kgf/cm² e peso específico de 1600 kgf/m³. Foi considerado um SPT
médio de 12 para a tensão admissível. As configurações adotadas para o solo, bem
como outras configurações do dimensionamento da sapata, podem ser vistas na
Figura 18:
64
A obra conta com 5 pavimentos no Eberick, sendo eles conforme a Figura 20:
4 RESULTADOS E ANÁLISES
Como pode-se perceber pelos momentos fletores da Figura 22, a viga mais
solicitada é esta mais próxima, que seria a V11. As seções a armaduras
encontradas em todas as vigas estão na Tabela 3:
Fonte: Do autor
Como pode ser observado, alguns avisos foram gerados pelo programa. Eles
não são avisos que proibem o detalhamento porém devem ser revisados. O aviso 12
presente na viga diz que a armadura de espera do pilar está representada numa
viga perpendicular a esta, ou seja, não há motivo para rever a estrutura. O aviso 4 é
semelhante ao 12, porém relata que o pilar nasce na viga e a armadura de espera
está detalhada nesta viga. O aviso 26 expressa que esta viga possui uma
possibilidade de instabilidade lateral. O aviso 19 expõe que a viga está com flexão
oblíqua não considerada no dimensionamento, ocorreu na V7 devido a escada. O
aviso 38 alega que deve ser verificado a condição de apoio e ocorre, na maioria das
vezes, quando a largura da viga não estiver contido no pilar, ou este está
rotacionado em relação a viga. Todas as vigas do pavimento térreo passaram com
71
uma flecha menor que a permitida por norma, o modelo dos deslocamentos pode ser
observado na Figura 23:
Tabela 4 – Relação de aço por bitola das vigas do térreo com sapata na divisa
Fonte: Do autor
Tabela 5 – Relação de aço e concreto das vigas do térreo com sapata na divisa
Peso total (kg) Vol. concreto total (m³) Área de forma total (m²)
CA50 571.6 C-30 11.0 172.46
CA60 177.6
Fonte: Do autor
Fonte: Do autor
Alguns pilares estão com carga negativa, sendo tracionados, como por
exemplo, o P1, P4, P29 e P31. O Eberick não detalha pilares com carga negativa, a
não ser que o usuário permita, e isso que se fez. Nestes casos o concreto do pilar
serve apenas como proteção para o aço e ele funciona como um tirante.
Faltam apenas as dimensões e armaduras das fundações, no caso deste
projeto foi escolhido sapatas. As sapatas de divisa foram consideradas com vínculo
apoio engastado, mesmo o Eberick recomendando que seja rotulado, isso foi
decidido juntamente com o orientador deste trabalho. As dimensões e armaduras
das sapatas podem ser conferidas na Tabela 7, e a planta de locação das sapatas
encontra-se no Anexo 4:
74
S21 0.00 1.42 22.10 150.00 50.00 11 ø 12.5 c/12 12 ø 12.5 c/13
0.00 0.40 27.81 130.00 80.00 (13.50 cm²) (14.73 cm²)
S22 0.00 0.16 2.07 60.00 20.00 6 ø 10.0 c/10 6 ø 10.0 c/10
0.00 0.68 2.94 60.00 30.00 (4.71 cm²) (4.71 cm²)
S23 560.92 0.44 9.98 85.00 25.00 10 ø 6.3 c/8 10 ø 6.3 c/8
317.91 0.26 11.80 85.00 25.00 (3.12 cm²) (3.12 cm²)
S24 0.00 0.39 5.30 70.00 20.00 8 ø 8.0 c/8 8 ø 8.0 c/8
0.00 0.57 6.52 70.00 35.00 (4.02 cm²) (4.02 cm²)
S26 0.00 0.91 29.21 140.00 50.00 10 ø 16.0 c/19 12 ø 12.5 c/12
0.00 1.90 36.63 180.00 85.00 (20.11 cm²) (14.73 cm²)
S27 0.00 0.61 55.35 200.00 70.00 18 ø 16.0 c/13 15 ø 16.0 c/13
0.00 3.32 70.45 235.00 125.00 (36.19 cm²) (30.16 cm²)
Fonte: Do autor
Não será apresentado as vigas e lajes dos pavimentos restantes, pois o foco
do trabalho é justamente as fundações, porém o resumo dos materiais será de toda
a estrutura, que pode ser conferido na Tabela 8, 9 e 10:
76
Fonte: Do autor
Fonte: Do autor
77
Fonte: Do autor
Tabela 11 – Resumo de aço por bitola das sapatas com sapatas na divisa
Fonte: Do autor
Peso total (kg) Vol. concreto total (m³) Área de forma total (m²)
CA50 2206.8 C-30 34.3 109.43
CA60 50.9 C-35 2.3
Fonte: Do autor
78
Pode-se notar diferenças com a Figura 21, apresentado no item anterior, pela
posição das sapatas, porém poucas diferenças em relação aos outros pavimentos.
O software Eberick também mostra os diagramas de momentos fletores, esforço
cortante e deslocamento de toda a estrutura. O diagrama de momento fletor do
pavimento térreo pode ser conferido na Figura 25:
79
-598.10 2 ø 8.0
V5 15 40 671.33 2 ø 8.0 -3730.49 3 ø 12.5 Avisos 26, 4
490.69 2 ø 8.0
V6 15 30 285.93 2 ø 8.0 -564.78 2 ø 10.0
-524.27 2 ø 10.0
V7 20 75 7295.09 3 ø 12.5 -39775.25 14 ø 12.5 Avisos 26, 4,
38197.6 8 ø 16.0 -10266.38 3 ø 12.5 12, 19
3
0.11 3 ø 10.0 -3836.26 2 ø 12.5
1568.29 3 ø 10.0
V8 15 50 2281.49 3 ø 8.0 -553.92 3 ø 8.0 Avisos 26, 12
-1655.36 3 ø 8.0
V9 15 40 804.81 2 ø 8.0 -3396.85 2 ø 12.5 Avisos 26, 4
639.94 2 ø 8.0
V10 15 30 0.11 2 ø 8.0 -236.95 2 ø 8.0 Aviso 12
309.46 2 ø 8.0 -379.72 2 ø 8.0
-50.51 2 ø 8.0
V11 25 50 4791.37 4 ø 10.0 -3806.10 3 ø 12.5 Avisos 4, 12
1540.85 3 ø 10.0 -8424.89 4 ø 12.5
8188.93 6 ø 10.0 -4133.25 2 ø 12.5
-10161.24 5 ø 12.5
V12 20 60 5929.77 2 ø 12.5 -24342.94 6 ø 16.0 Avisos 26, 4
6893.60 3 ø 12.5
V13 25 50 3014.70 3 ø 10.0 -20674.68 6 ø 16.0 Aviso 4
4296.09 3 ø 10.0
V14 15 40 1903.21 3 ø 8.0 -4400.92 7 ø 8.0 Avisos 26, 12
-2749.45 4 ø 8.0
V15 20 65 18035.2 4 ø 16.0 -10143.62 4 ø 12.5 Avisos 26, 12
0
V16 20 60 6650.45 4 ø 10.0 -35850.73 11 ø 16.0 Avisos 26, 4
4538.74 6 ø 10.0
V17 20 50 4993.72 4 ø 10.0 -21412.44 12 ø 12.5 Avisos 4, 38
5850.41 6 ø 10.0 -3017.29 3 ø 12.5
V18 15 40 34.73 2 ø 8.0 -3385.50 2 ø 12.5 Aviso 26
V19 20 50 4550.50 2 ø 12.5 -13687.46 7 ø 12.5 Avisos 4, 38
4370.98 3 ø 12.5 -2307.93 2 ø 12.5
-278.93 2 ø 12.5
V20 20 60 2485.31 4 ø 8.0 -272.43 2 ø 12.5 Avisos 26, 4
2378.19 4 ø 8.0 -21322.18 9 ø 12.5
V21 15 30 216.31 2 ø 8.0 -574.58 2 ø 8.0 Aviso 12
-1.89 2 ø 8.0
V22 15 30 7.41 2 ø 8.0 -1090.33 2 ø 8.0
426.71 2 ø 8.0 -533.32 2 ø 8.0
V23 15 30 0.11 2 ø 8.0 -3.26 2 ø 8.0 Aviso 12
425.04 2 ø 8.0 -742.74 2 ø 8.0
81
-593.52 2 ø 8.0
V24 25 50 73.00 3 ø 10.0 -5.47 2 ø 12.5 Avisos 4, 38
12544.5 9 ø 10.0 -11026.30 5 ø 12.5
0
V25 25 65 1736.65 2 ø 12.5 -838.12 2 ø 16.0 Avisos 26, 4, 38
10258.4 4 ø 12.5 -20839.37 5 ø 16.0
1
V26 25 65 3718.81 2 ø 12.5 -20666.60 7 ø 12.5 Avisos 26, 4
21596.5 3 ø 20.0
4
V27 20 40 1854.05 2 ø 10.0 -8738.35 2 ø 20.0 Aviso 4
3410.31 3 ø 10.0
V28 25 50 3815.47 4 ø 12.5 -824.91 2 ø 16.0 Aviso 4
2913.95 2 ø 12.5 -27110.25 10 ø 16.0
V29 25 45 4902.98 6 ø 8.0 -24231.38 6 ø 20.0 Aviso 4
6621.78 7 ø 10.0
V30 15 40 859.55 2 ø 8.0 -2067.61 3 ø 8.0 Avisos 26, 4
715.12 2 ø 8.0 -599.36 2 ø 8.0
V31 20 50 1488.06 2 ø 10.0 -18499.22 4 ø 20.0
3746.23 4 ø 10.0
Fonte: Do autor
Tabela 14 – Relação de aço por bitola das vigas do térreo com viga de equilíbrio
Fonte: Do autor
Tabela 15 – Relação de aço e concreto das vigas do térreo com viga de equilíbrio
Peso total (kg) Vol. concreto total (m³) Área de forma total (m²)
CA50 1871.8 C-30 18.3 227.51
CA60 240.5
Fonte: Do autor
Fonte: Do autor
Diferente do caso anterior, apenas o P31 que está com carga negativa, sendo
o pilar de 12x30, uma pequena dimensão, não se tem muita perda de concreto
85
nesse quesito. Falta apenas definir as dimensões das sapatas do térreo, que podem
ser encontradas na Tabela 17, a planta de locação das sapatas está no Anexo 6.
SF8 1245.24 0.53 6.11 105.00 25.00 13 ø 6.3 c/8 13 ø 6.3 c/8
949.94 0.70 8.82 105.00 25.00 (4.05 cm²) (4.05 cm²)
SF9 1919.43 1.37 37.99 260.00 30.00 15 ø 16.0 c/13 29 ø 16.0 c/9
5462.09 14.73 51.82 190.00 75.00 (30.16 cm²) (58.31 cm²)
SF10 2134.76 1.97 33.95 210.00 30.00 14 ø 12.5 c/11 15 ø 16.0 c/14
4685.29 9.36 42.53 150.00 60.00 (17.18 cm²) (30.16 cm²)
SF11 672.73 0.24 22.40 130.00 20.00 14 ø 8.0 c/9 14 ø 8.0 c/9
2692.33 4.32 26.73 130.00 35.00 (7.04 cm²) (7.04 cm²)
SF12 3568.07 11.97 50.61 190.00 20.00 14 ø 16.0 c/15 19 ø 12.5 c/10
6014.92 7.89 61.31 210.00 60.00 (28.15 cm²) (23.32 cm²)
SF13 973.62 1.39 3.60 115.00 20.00 11 ø 8.0 c/10 11 ø 8.0 c/10
359.29 0.45 7.01 115.00 35.00 (5.53 cm²) (5.53 cm²)
SF14 477.59 0.26 5.51 70.00 25.00 8 ø 6.3 c/8 8 ø 6.3 c/8
215.00 0.66 6.63 65.00 25.00 (2.49 cm²) (2.49 cm²)
SF15 407.21 0.56 35.53 135.00 20.00 15 ø 10.0 c/10 12 ø 10.0 c/11
1867.59 4.54 40.84 150.00 45.00 (11.78 cm²) (9.42 cm²)
SF16 2932.46 7.90 34.80 150.00 20.00 15 ø 12.5 c/12 16 ø 10.0 c/9
1920.49 3.31 41.88 180.00 50.00 (18.41 cm²) (12.57 cm²)
SF17 746.78 0.62 25.35 145.00 20.00 13 ø 10.0 c/11 13 ø 10.0 c/11
2290.63 6.17 30.77 145.00 40.00 (10.21 cm²) (10.21 cm²)
Fonte: Do autor
As sapata com denominadas com “SF” são aquelas que estão sob vigas de
equilíbrio, as restantes são sapatas já geradas da prumada dos pilares. Como no
caso anterior não será apresentado as vigas e lajes dos outros pavimentos, porém o
resumo de materiais será da estrutura inteira, que pode ser visto abaixo, Tabelas 18,
19 e 20:
Fonte: Do autor
Fonte: Do autor
Fonte: Do autor
88
Tabela 21 – Resumo de aço por bitola das sapatas com viga de equilíbrio
Fonte: Do autor
Peso total (kg) Vol. concreto total (m³) Área de forma total (m²)
CA50 1790.8 C-30 20.2 79.15
CA60 69.7 C-35 3.1
Fonte: Do autor
4.3 Comparação
mesma seção, as seguintes vigas contam com a mesma armadura: V4, V6, V10 e
V23. Das vigas de mesma seção, a grande maioria delas conta com uma maior taxa
de armadura na solução com viga de equilíbrio, sendo que a maior taxa de armadura
é observada na solução com sapata na divisa, a diferença é pequena, como pode-se
ver comparando as vigas V14 e V22.
Das vigas que ainda não foram discutidas, apenas a V1, V8, V11, V15 e V21
não são vigas de equilíbrio, sendo que a grande maioria possui seções e armaduras
próximas, a V1, por exemplo há uma diferença de 10 cm na altura da viga, sendo a
solução com sapata na divisa superior. Algumas vigas tiveram a sua seção
aumentada apenas para ser possível detalhar a armadura de espera do pilar, foi isso
que ocorreu nas vigas V1, V8 e V21.
As vigas V11 e V15 nos dois casos existem pilares em balanço nelas, ou seja,
uma alta carga concetrada na ponta, devido a isso nas duas soluções apresentadas,
resultaram em vigas com seções superiores a maioria, sendo que a V11 sofria uma
grande carga de torção, obrigando a aumentar a sua largura. As duas vigas, tanto a
V11 quanto a V15, possuem seções superiores na solução com viga de equilíbrio,
assim como armaduras.
Todas as vigas restante são vigas da equilíbrio, possuindo assim uma maior
seção e armadura devido ao balanço do pilar, como pode ser observado na V16, por
exemplo, obrigando-se a usar uma seção de 20 x 60 cm e 11 ø 16.0 na solução com
viga de equilíbrio, comparando com uma seção de 15 x 30 cm e 2 ø 8.0 na solução
com sapatas de divisa é uma grande diferença, cerca de 21,1 cm² de aço. Nas
outras vigas consideradas de equilíbrio também pode ser percebida esta diferença.
Comparando os momentos negativos da V26, percebe-se que o momento da
solução com viga de equilíbrio é superior a 10 vezes o da outra solução,
consequentemente, gerando uma armadura muito maior. Todos essas armaduras na
solução com vigas de equilíbro ocorre exatamente devido a alta carga que o pilar
gera na viga, elevando em muitos vezes o momento fletor.
Comparando as Tabelas 4 e 14 percebe-se com grande clareza os resultados
apresentados anteriormente, dizendo que as vigas da solução com viga de equilíbrio
precisam de uma quantidade de concreto e armadura maior que na solução com
sapatas na divisa. Para representar melhor essa diferença, construiu-se tabelas
90
Tabela 23 – Comparação dos custos de aço das vigas do térreo entre as duas
soluções
Fonte: Do autor
Tabela 24 – Comparação dos custos de concreto das vigas do térreo entre as duas
soluções
Fonte: Do autor
dimensões, são os sequintes: P4, P8, P11, P13, P14, P15, P18, P21, P23, P24, P25,
P30 e P31. Os pilares P30 e P31 são os que possuem as menores seções de 12 x
30 e foram criados somente para apoiar o reservatório superior, possuem a mesma
amardura nas duas soluções. Dentre os pilares de mesma seção, os P11, P14 e P25
utilizam a mesma armadura em ambas soluções. Ainda apontando sobre os pilares
de mesma seção, os pilares P8, P13 e P23 não são pilares de divisa. O P23 resultou
uma armadura maior na solução com sapata de divisa, os P8 e P13 a armadura
maior foi na solução com vigas de equilíbrio. O P4 nas duas soluções é usada a
mesma quantidade de armadura, porém na solução com viga de equilíbrio o primeiro
lance não existe, ou seja, é usado 8 ø 12.5 no segundo lance, enquanto a outra
solução tem-se 3 lances com 4 ø 12.5. Os P15 e P24 usam uma quantidade maior
de armadura na solução com sapatas na divisa. Do contrário, considerando o 2º
lance, os pilares P18 e P21 possuem uma quantidade maior de armadura na
solução com viga de equilíbrio, se for considerar o lance 2, porém se for considerar
toda a prumada, a solução com sapata de divisa é mais armada.
Dentre os pilares restantes, o P1, P2, P6, P10, P16, P20 e P26 possuem
dimensões maiores na solução com sapata na divisa, foi considerado a área para
essa comparação. Os pilares P10 e P16 são pilares centrais, considerando todos os
lances, o P10 usa mais armadura na solução com viga de equilíbrio, enquanto o P16
usa mais armadura na solução com sapata na divisa. Dos pilares ainda não
comentados que foram supracitados, considerando toda a prumada, todos os eles
possuem uma quantidade maior de aço na solução com sapata na divisa, pois nesta
solução há um lance a mais, visto que todos estes pilares são de divisa.
Ainda há 11 pilares “P” a serem comentados, destes 7 são pilares de divisa, o
P3, P5, P7, P19, P22, P27, P28 e P29, os outros são pilares centrais, P9, P12 e
P17. O P22 existe apenas na solução com sapata na divisa, foi substituído por F13,
é um pilar pequeno sem grande concetração de carga, resultando em baixa taxa de
armadura. Todos os pilares supracitados neste parágrafo possuem uma seção maior
na solução com viga de equilíbrio. O P28 usa a mesma armadura nas duas
soluções, este pilar sustenta apenas a escada, não sendo muito solicitado. Dos
pilares centrais, o P9 e o P17 usam mais armadura na solução com viga de
equilíbrio, mas o P12 é mais armado na outra solução. O P29 é um pilar com duas
92
divisas, ou seja, não sendo possível transformá-lo em sapata, nas duas soluções
encontra-se em balanço, resultou em uma armadura maior na solução com sapata
na divisa. O P19 acontece o mesmo que no P4, a armadura total é a mesma, porém
não existe o primeiro lance na solução com viga de equilíbrio, resultando o dobro de
armadura no segundo lance. Nos pilares P3, P7, P27, considerando toda a
prumanda, possuem uma maior taxa de aço na solução com sapata de divisa,
devido a ter um lance a mais, porém o P5 é um caso especial, mesmo sendo um
pilar de divisa com um lance a menos, contém maior quantidade de armadura na
solução com viga de equilíbrio.
Faltam analisar todos os pilares denominados “F”, que existem apenas na
solução com viga de equilíbrio. Todos estes pilares foram considerados quadrados e
em alguns deles resultou numa armadura bem alta, como, por exemplo, no F2. Isto
pode prejudicar economicamente a solução com vigas de equilíbrio, portanto, como
foi realizado com vigas, serão colocadas tabelas comparando os custos apenas dos
pilares. Nas Tabelas 25 e 26 representam os custos dos pilares de toda a estrutura.
Tabela 25 – Comparação dos custos de aço dos pilares entre as duas soluções
Fonte: Do autor
Tabela 26 – Comparação dos custos de concreto dos pilares entre as duas soluções
Fonte: Do autor
93
c/12 c/13
180 50 (18.41 (12.27 180 50 (18.41 (15.95
cm²) cm²) cm²) cm²)
S17 180 20 16 ø 12.5 16 ø 12.5 S17 205 20 13 ø 13 ø
c/11 c/11 16.0 16.0
c/16 c/16
180 55 (19.63 (19.63 205 60 (26.14 (26.14
cm²) cm²) cm²) cm²)
S18 225 80 20 ø 16.0 19 ø 16.0 SF12 190 20 14 ø 19 ø
c/12 c/12 16.0 12.5
c/15 c/10
245 140 (40.21 (38.20 210 60 (28.15 (23.32
cm²) cm²) cm²) cm²)
S19 135 45 13 ø 12.5 11 ø 12.5 SF9 260 30 15 ø 29 ø
c/13 c/12 16.0 16.0 c/9
c/13
165 80 (15.95 (13.50 190 75 (30.16 (58.31
cm²) cm²) cm²) cm²)
S20 175 60 14 ø 12.5 11 ø 16.0 SF10 210 30 14 ø 15 ø
c/11 c/16 12.5 16.0
c/11 c/14
150 95 (17.18 (22.12 150 60 (17.18 (30.16
cm²) cm²) cm²) cm²)
S21 150 50 11 ø 12.5 12 ø 12.5 SF11 130 20 14 ø 8.0 14 ø 8.0
c/12 c/13 c/9 c/9
130 80 (13.50 (14.73 130 35 (7.04 (7.04
cm²) cm²) cm²) cm²)
S22 60 20 6 ø 10.0 6 ø 10.0 SF13 115 20 11 ø 8.0 11 ø 8.0
c/10 c/10 c/10 c/10
60 30 (4.71 (4.71 115 35 (5.53 (5.53
cm²) cm²) cm²) cm²)
S23 85 25 10 ø 6.3 10 ø 6.3 S23 85 25 10 ø 6.3 10 ø 6.3
c/8 c/8 c/8 c/8
85 25 (3.12 (3.12 85 25 (3.12 (3.12
cm²) cm²) cm²) cm²)
S24 70 20 8 ø 8.0 8 ø 8.0 SF14 70 25 8 ø 6.3 8 ø 6.3
c/8 c/8 c/8 c/8
70 35 (4.02 (4.02 65 25 (2.49 (2.49
cm²) cm²) cm²) cm²)
S26 140 50 10 ø 16.0 12 ø 12.5 SF15 135 20 15 ø 12 ø
c/19 c/12 10.0 10.0
c/10 c/11
180 85 (20.11 (14.73 150 45 (11.78 (9.42
cm²) cm²) cm²) cm²)
S27 200 70 18 ø 16.0 15 ø 16.0 SF16 150 20 15 ø 16 ø
c/13 c/13 12.5 10.0 c/9
c/12
235 125 (36.19 (30.16 180 50 (18.41 (12.57
96
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Tabela 28 – Comparação dos custos de aço das sapatas entre as duas soluções
Fonte: Do autor
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Tabela 30 – Comparação dos custos de fôrma das sapatas entre as duas soluções
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material nas fundações. Considerando apenas os gastos com aço, a solução com
viga de equilíbrio economiza 16,72%. Analisando somente os gastos com concreto,
essa diferença aumenta ainda mais, a solução com viga de equilíbrio poupa 36,18%
em relação a sapata na divisa. Além do mais, comparando apenas os gastos com
fôrmas, a solução com viga de equilíbrio tem uma economia de 27,67%.
A solução com viga de equilíbrio se tem um gasto total de R$ 17046,81
enquanto a solução com sapata na divisa custa R$ 23830,93, ou seja, a solução
usando vigas de equilíbrio economiza 28,47% no custo total das fundações.
Ainda é necessário comparar os custos de toda a estrutura, para finalmente
concluir qual a melhor solução a ser adotada. As Tabelas 31, 32 e 33 apresentam os
custos de aço, concreto e de madeira para as fôrmas de toda a estrutura nas duas
soluções.
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5 CONCLUSÕES
6 REFERÊNCIAS
_____. NBR 6122: Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 2010. 103 p.
HACHICH, W. (Coord). Fundações Teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Pini, 1998.
762p.