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1ª Edição
2017
Monitoramento dos níveis freáticos do aquífero Bauru (formação
Adamantina) no município de Assis - SP
Rio Claro/SP
Editor: Everton de Oliveira
2017
Monitoramento dos níveis freáticos do aquífero Bauru (formação
Adamantina) no município de Assis - SP
1ª Edição
Monitoramento dos níveis freáticos do aquífero Bauru (formação
Adamantina) no município de Assis - SP
Rio Claro/SP
Editor: Everton de Oliveira
2017
II
Edição: 1ª Edição
Livro - 1a Edição
Editor: Everton de Oliveira
ISBN 978-85-921716-1-2
CDD 551.49
III
APRESENTAÇÃO
PREFÁCIO
recurso não é somente uma herança dos nossos ancestrais, mas também um
autora desta obra foi a primeira tripulante dessa nau, atracada UNESP no Campus
de Ourinhos/SP, e que foi além no mar. Bruna Camargo Soldera foi minha aluna e
A moça de Taguaí-SP deu seus primeiros passos como pesquisadora nesse projeto,
Passos esses que logo a levaram para fora de Ourinhos. A geógrafa Bruna passou a
navegar pelas águas de Botucatu, tendo sido minha primeira orientada no curso de
VI
É uma satisfação poder ver, mesmo que de longe, todo essa trajetória e se
sentir parte de tudo isso. O sucesso dos nossos alunos é o nosso sucesso, já que
cada um deles ao passar por nossa tutela leva um pedaço de nós que o forma não
só como cientista, mas também como cidadão. E com certeza Bruna continuará nos
Canadá. Tenho certeza que com pessoas como a Bruna participando dessa luta
Professor Adjunto
A autora desta obra é geógrafa formada pela Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho” (UNESP) Campus de Ourinhos, mestre em Agronomia pelo
Programa de Irrigação e Drenagem da UNESP/FCA Campus de Botucatu e
doutoranda em Geociências e Meio Ambiente na UNESP/IGCE Campus de
Ourinhos. Editora das Revistas Águas Subterrâneas e Holos Environment.
VIII
LISTA DE FIGURAS
Figura 10: Série temporal para o poço 5, no período de 31 de março de 2008 a 07 de abril
de 2011. ................................................................................................................................. 39
Figura 11: Série temporal para o poço 6, no período de 31 de março de 2008 a 07 de abril
de 2011. ................................................................................................................................. 39
Figura 12: Série temporal para o poço 7, no período de 31 de março de 2008 a 07 de abril
de 2011. ................................................................................................................................. 40
Figura 14: Série temporal para o poço 9, no período de 31 de março de 2008 a 07 de abril
de 2011. ................................................................................................................................. 40
Figura 15: Série temporal para o poço 11, no período de 31 de março de 2008 a 07 de abril
de 2011. ................................................................................................................................. 41
Figura 18: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol
freático (pontos) no poço de monitoramento 1. ...................................................................... 44
Figura 19: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol
freático (pontos) no poço de monitoramento 2. ...................................................................... 44
Figura 20: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol
freático (pontos) no poço de monitoramento 3. ...................................................................... 45
IX
Figura 22: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol
freático (pontos) no poço de monitoramento 6. ...................................................................... 46
Figura 23: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol
freático (pontos) no poço de monitoramento 7. ...................................................................... 46
Figura 24: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol
freático (pontos) no poço de monitoramento 8. ...................................................................... 47
Figura 25: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol
freático (pontos) no poço de monitoramento 9. ...................................................................... 47
Figura 26: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol
freático (pontos) no poço de monitoramento 11. .................................................................... 48
Figura 31: Funções de impulso e resposta ajustadas aos poços 2 e 11. .............................. 55
X
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Medidas de posição amostral calculadas para as séries temporais analisadas. ... 35
XI
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. IV
PREFÁCIO .............................................................................................................................. V
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
4. MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................................. 20
5. 7 Movimento da água no solo e sua relação com a oscilação dos níveis freáticos ....... 51
6 CONCLUSÕES ................................................................................................................... 57
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 58
1 INTRODUÇÃO
A água é um recurso natural fundamental para a nossa sobrevivência, é
responsável por proporcionar o desenvolvimento econômico e o nosso bem-estar social,
além de ser indispensável para os ecossistemas da natureza. É um recurso abundante,
porém limitado, encontrado em diferentes formas, em variados lugares e possui distintas
finalidades, tais como os usos domésticos, usos na agricultura, usos industriais,
abastecimento de cidades e a geração de energia. Pode ser encontrada no estado líquido
que são as águas dos lagos, rios, mares e oceanos, no estado sólido que formam a neve e
no estado gasoso que formam as nuvens. Há também as águas que se infiltram, as
chamadas águas subterrâneas.
Impedir a escassez e a poluição de mananciais hídricos é tarefa fundamental para a
manutenção e continuidade da vida na Terra, e não exclusivamente da água utilizada para a
dessedentação de pessoas e animais, mas a água designada à agricultura, sem a qual não
há produção de alimentos (SEDANO, 2008).
A demanda de água é cada vez maior e as tendências para próximas décadas é
que essa demanda continue a atingir valores cada vez maiores, devido ao avanço
populacional e elevação do nível de vida. Segundo o relatório da FAO-ONU (2003) citado
por Carvalho & Silva (2007) cerca de 70 % da água consumida no mundo é designada à
irrigação e agricultura, 22% para as indústrias e apenas 8% é usada em residências,
hospitais, escritórios e outros. A destinação de água para agricultura é alta em benefício da
crescente necessidade de alimentos e também do desperdício com técnicas de irrigação e
produção antiquadas.
Outro fato que merece atenção é a degradação do recurso hídrico por causa de
despejos domésticos e industriais. O país lança sem nenhum tratamento aos rios e lagoas
cerca de 85% do esgoto que produz, de acordo com dados do IBGE. A baixa qualidade da
água proporciona prejuízos econômicos e perdas inestimáveis. Conforme Sedano (2008,
p.10) “no mundo 10 milhões de pessoas morrem anualmente de doenças transmitidas por
meio de águas poluídas: tifo, malária, cólera, infecções diarreicas e esquistossomose”. A
cada 25 minutos morre no Brasil, uma criança vítima de diarreia, doença proveniente do
consumo de água de baixa qualidade, se o descaso com os recursos hídricos continuar
metade da população mundial não terá acesso à água limpa a partir de 2025 (CARVALHO &
SILVA, 2007). Por meio de medidas simples como a educação ambiental para que haja a
utilização racional, a aplicação de uma adequada legislação e a implantação do saneamento
básico, a qualidade da água pode ser conservada e alterada.
De acordo com sua qualidade e quantidade a água poderá ser usada de diversas
maneiras, são os chamados usos múltiplos. Estes podem ser classificados como uso
2
consuntivo e não consuntivo. O uso consuntivo segundo estudos de Carvalho & Silva (2007)
é aquele onde uma determinada parcela de água é retirada e depois de ser utilizada é
devolvida em menor quantidade e com qualidade inferior, são exemplos o abastecimento e a
irrigação. Já para o uso não consuntivo é retirada uma parte de água do manancial e
devolvida com a mesma qualidade e quantidade, ou mesmo quando água serve como
veículo para certa atividade, são exemplos a pesca e a navegação. Além dos usos
consuntivos e não consuntivos para caracterizar a água, são determinados diversos
parâmetros, os quais representam as características físicas, químicas e biológicas. Esses
parâmetros irão indicar baixas qualidades quando alcançam valores superiores aos
estabelecidos para determinado uso.
Com o aumento da urbanização, a degradação desordenada das águas superficiais
e o desenvolvimento agrícola e industrial, as águas subterrâneas têm ganhado destaque na
sociedade nos últimos anos. Com isto surgem também os efeitos negativos deste processo,
isto é, ações que estão afetando a quantidade e qualidade dos aquíferos, ações que
aumentam a vulnerabilidade, processos que muitas vezes podem se tornar irreversíveis.
Deve-se tomar cuidado na exploração desse tipo de recurso, já que a renovação das águas,
ou recarga do aquífero não se faz na mesma velocidade da extração, podendo resultar em
uma exploração de partes das reservas permanentes do aquífero, quando a captação não é
devidamente monitorada.
De acordo com Wrege (1997) as águas subterrâneas contêm características que
favorecem o seu uso quando comparados com as águas superficiais, de rios ou lagos, pois
nos aquíferos as águas: são filtradas e purificadas naturalmente por meio da percolação no
solo, são excelente qualidade e dispensam tratamentos prévios; não ocupam espaço na
superfície; sofrem menores influências com as variações climáticas; é possível sua extração
perto do local de uso, resultando em custos menores como fontes; e possibilitam a
implantação de projetos de abastecimento de acordo com as necessidades. No Brasil há
muitas cidades, cujo abastecimento público de água é feito totalmente ou parcialmente por
água subterrânea, e de acordo com dados da FIESP (2005) quase 70% dos municípios do
Estado de São Paulo são abastecidos por água subterrânea.
Sabendo da importância que a água exerce para a sociedade, os aquíferos
despertam grande interesse ambiental em relação a sua conservação, e com isso tem
surgido a preocupação de desenvolver o monitoramento das águas subterrâneas, o que até
a pouco só era notado para as águas superficiais (NEIRA et al., 2008). O monitoramento
vem se tornando uma ferramenta fundamental para diagnosticar o atual estado do aquífero,
para tomar as devidas medidas em relação a modificações causadas por efeitos naturais ou
3
antrópicos. Pode ser realizado por meio de medidas de seus níveis freáticos, que irão
fornecer informações sobre a dinâmica do mesmo.
A avaliação do comportamento do aquífero através de seu monitoramento,
principalmente nas áreas de afloramento, fornece dados importantes para sua conservação
e subsídios aos projetos de proteção ambiental e desenvolvimento sustentável (OAS/GEF,
2001) assegurando a qualidade e a quantidade de seu manancial para as futuras gerações.
Através do monitoramento e posteriormente por modelos hidrológicos podemos entender
melhor o comportamento dos aquíferos.
Processos como precipitação, evapotranspiração, infiltração e escoamento em rios,
são dependentes de um grande número de fatores, que dificulta a análise quantitativa e
qualitativa dos mesmos (TUCCI, 2005). Devido a este fato, modelo hidrológico será a
ferramenta que procurará buscar as respostas e entender esses fenômenos. Modelo é uma
representação do comportamento do sistema, são usualmente classificados em: físicos, que
são os que representam o sistema por um protótipo menor; analógicos que se valem da
analogia das equações que regem diferentes fenômenos; e matemáticos que também são
chamados de modelos digitais, representam a natureza do sistema por meio de equações
matemáticas (TUCCI, 2005).
“O modelo por si só não é um objeto, mas uma ferramenta para atingir um objetivo.
A mística sobre o uso de modelos hidrológicos criou uma falsa idéia sobre a sua real
potencialidade ou necessidade” (TUCCI, 2005, p. 20). Quanto menos dados possuir sobre o
objeto que se estuda maiores serão as incertezas, pois os dados têm por objetivo diminuir
dúvidas na estimativa das variáveis hidrológicas.
O processo de utilização do modelo é de acordo com estudos de Tucci (2005)
denominada simulação, e existem três fases, que são classificadas em: estimativa ou ajuste,
é a fase que os parâmetros devem ser apontados; verificação que é a simulação do modelo
com os parâmetros estimados, o qual se examina a legitimidade do ajuste realizado; e a
previsão que é a simulação do sistema pelo modelo com parâmetros ajustados para
quantificação de sua resposta a diferentes entradas, sendo este o objetivo principal, é onde
o modelo depois de ser ajustado e verificado é usado para representar a saída do sistema
para situações desconhecidas. Todas as fases estão conectadas e irão ser dependentes da
disponibilidade de dados históricos, medições de amostras e determinação das
características físicas do sistema, que são obtidas através do monitoramento.
Modelos que representam os sistemas podem ser classificados sob diferentes
critérios, de acordo com estudos desenvolvidos por Tucci (2005). Podendo estes ser
sistemas lineares quando segundo Cheng (1959) citado por Tucci (2005) as propriedades de
superposição e homogeneidade são satisfeitas; contínuos, se são contínuos no tempo, ou
4
2. PROBLEMA EM ESTUDO
2. 1 Definição do problema
O uso da água muitas vezes é feito de maneira contínua, não respeitando as
variações sazonais de modo que afetam a recarga do sistema aquífero. Na região do Médio
Paranapanema, 75% das águas do SAB são utilizadas para abastecimento público (FIESP,
2005). Além disso, destaca-se alguns usos não consuntivos, como por exemplo a geração
de energia elétrica e o lazer relacionado aos reservatórios. A água é caracterizada por
aflorar em 60% da área que compreende o Comitê de Bacia Hidrográfica do Médio
Paranapanema (UGRHI-17), tem extensão regional e constitui-se excelente fonte de
recursos hídricos por possuírem poços rasos que facilitam a extração de água.
Segundo o CBH-MP (2011) a disponibilidade potencial de águas subterrâneas ou
as reservas totais explotáveis na UGRHI-17 são da ordem de 20,7 m³/s, são números que
necessitam ser considerados com precaução e visam somente estabelecer comparações
entre a disponibilidade natural e as extrações, a fim de dar suporte no planejamento racional
do aproveitamento dos recursos hídricos.
Dessa forma, o presente estudo pretende responder as seguintes questões:
• As variações sazonais dos níveis de precipitação e evapotranspiração interferem na
dinâmica do SAB?
• Como se dá a dinâmica do SAB na formação Adamantina, no município de Assis?
• É possível modelar a relação dinâmica entre o saldo hídrico e a variação dos níveis
freáticos a partir de modelos baseados em séries temporais?
• Qual a relação entre a permeabilidade do solo e o nível do SAB?
• Quais os principais elementos que interferem na oscilação dos níveis freáticos no SAB
na área de estudo?
2. 2 Objetivos gerais
• Aplicação de modelos baseados em observações e em séries temporais para
compreensão dos processos que ocorrem durante o ciclo hidrológico e afetam a
disponibilidade dos recursos subterrâneos do Aquífero Bauru.
• Caracterização dos recursos hídricos disponíveis em áreas críticas, afetadas pelas
variações sazonais e onde a utilização da água é feita de maneira contínua.
6
2. 3 Objetivos específicos
• Calibração de modelos de séries temporais fisicamente embasados que consideram os
processos decorrentes do ciclo hidrológico de maneira determinística, levando em
consideração o conhecimento físico sobre o fenômeno e explicando sua dinâmica.
• Entender os mecanismos de recarga em aquíferos livres, afetados principalmente pela
sazonalidade do regime pluviométrico.
• Inferir sobre a dinâmica dos níveis freáticos do Aquífero Bauru, um dos principais
mananciais subterrâneos disponíveis na região do Médio Paranapanema.
Ainda de acordo com Iritani & Ezaki (2008, p. 26) os Aquíferos Fraturados:
Conforme Campos (1993) citado pelo Plano Estadual de Recursos Hídricos (2004;
2007) as águas subterrâneas do território paulista apresentam baixa salinidade; são
bicarbonadas, secundariamente sulfatadas e cloretadas; são essencialmente cálcicas.
Restrições relacionadas ao uso dessas águas são devidas principalmente a ações
antrópicas, há indícios de contaminação bacteriológica em poços rasos e em tubulares,
consequência do descaso com o monitoramento dos mesmos. Na área rural as utilizações
de agroquímicos contribuem para sua poluição.
Os variados tipos de aquíferos estão relacionados às unidades geológica que
ocorrem no Estado, foram formados em diferentes períodos, com diferentes características
13
citado por CBH-MP, 2010, p.12). Representa uma fonte de abastecimento importante para o
Médio Paranapanema, e importante meio de abastecimento público para diversos
municípios. A chuva é a fonte de recarga do aquífero e o aquífero é a fonte de recarga dos
rios da região.
das observações da série. Após a formulação o modelo matemático é utilizado para testar
alguma hipótese ou teoria a respeito do mecanismo gerador do processo e realizar a
previsão de valores futuros da série temporal. A representação adequada da resposta
hidrológica determina um ponto relevante do estudo a ser considerado no planejamento
desses recursos. A utilização de modelos estocásticos apresenta soluções importantes
(HEUVELINK & PEBESMA, 1999), uma vez que esses modelos são capazes de inferir a
distribuição espaço-temporal das variáveis de interesse e refletir nas estimativas dos
processos hídricos em estudo os níveis de incerteza ou de desconhecimento. Associadas as
medidas de incerteza, a avaliação do risco associada das ações de gerenciamento tais
como as outorgas de irrigação e o dimensionamento do volume de água desses sistemas
podem ser incluídos no planejamento dos recursos hídricos, ou mesmo vazões de poços
para abastecimento urbano ou até dimensionamento de complexos industriais.
20
4. MATERIAIS E MÉTODOS
apresentam porosidade total maior que os solos arenosos, pois tem maior número de
pequenos poros que contribuem para uma alta capacidade de retenção de água e baixa
permeabilidade (GROHMANN, 1960).
De acordo com Pinto (2006) é possível se estudar a influência de certos aspectos
do estado do solo e do líquido que irá percolar. Segundo o autor as propriedades que mais
irão influenciar serão a influências do grau de saturação: a) a percolação da água não
remove todo ar existente em um solo saturado, permanecem bolhas de ar que serão
obstáculos para a percolação da água, assim o coeficiente de permeabilidade de um solo
não saturado é menor do que um solo saturado; b)ninfluência da estrutura e ansiotropia: a
permeabilidade não dependerá somente da quantidade de vazios do solo, mas também da
disposição dos grãos, com isso quando o solo compactado mais seco a disposição das
partículas permitirá a maior passagem de água do que se estivesse compactado mais
úmido (estrutura dispersa). Mesmo que ambos possuam o mesmo índice de vazios, e
também pode-se observar que solos sedimentares apresentam em geral, maiores valores
de permeabilidade na horizontal, devido ao fato de suas partículas ficarem com suas
maiores dimensões orientadas na posição horizontal; c) e influência da temperatura: a
permeabilidade será determinada com base em seu peso específico e viscosidade do
líquido, e essas duas propriedades irão variar de acordo com a temperatura.
Com base em estudos de Neves (1987), pode ser determinado o coeficiente de
permeabilidade por diferentes métodos: fórmulas empíricas; ensaios de laboratório (com o
uso de permeâmetros) ou ensaios de campo. No presente trabalho realizaram-se medições
de permeabilidade do solo com o Permeâmetro de Guelph, segundo metodologias
estabelecidas por Reynolds e Elrick (1986). Para o seu uso deve-se abrir um orifício no local
de análise e estacionar o permeâmetro, com cuidado para que o reservatório de água fique
aproximadamente em nível e que a mangueira que conduz a água esteja em declive
constante até a peça que vai dentro do orifício, para impedir que as bolhas de ar não
impeçam o fluxo de água (LOMBARDI NETO et al., 1993). As leituras devem ser feitas em
intervalos de 2 minutos, e até que a condição de fluxo constante seja encontrado, a qual de
acordo com Lombardi Neto (1993) será constatada no campo se ao menos quatro
diferenças entre as leituras consecutivas forem iguais.
4. 3. 2 Séries Temporais
Os estados de variados fenômenos na natureza mudam com o tempo, e a dinâmica
de seu comportamento pode ser descritas por modelos de séries temporais, as quais podem
ser utilizadas para estimar parâmetros específicos. Podem incluir valores esperados em
certos momentos, como no início de uma estação, ou probalidades de níveis críticos serem
excedidos em algumas vezes ou em certos períodos (KNOTTERS, 2004). Assim parâmetros
específicos são estimados com o propósito de obter características que se desenvolvem no
tempo, segundo Knotters (2004) tais características podem, por exemplo, ser exploradas em
situações futuras.
Séries temporais podem também ser chamadas de séries históricas, é uma
sequência de dados que são obtidos em intervalos regulares de tempo em determinados
períodos. De acordo com Latorre (2001, p.148) “ este conjunto pode ser obtido através de
observações periódicas do evento de interesse”. Ainda conforme a autora (2001, p. 148):
i) Identificação;
ii) Estimação (calibração do modelo); e
iii) Checagem do diagnóstico (verificação/validação do modelo).
4. 3. 3 O modelo PIRFICT
O comportamento de um sistema linear de entrada e saída pode ser
completamente caracterizado por sua função de impulso e resposta (IR) (ZIEMER et al.,
1998; VON ASMUTH et al., 2002). O modelo PIRFICT (Predefined Impulse Response
Function In Continuous Time) é uma alternativa a modelos TFN em intervalos de tempo
discretos apresentada por Von Asmuth et al. (2002).
No modelo PIRFICT o pulso de entrada é transformado em uma série de saída por
uma função de transferência em tempo contínuo. Os coeficientes dessa função não
dependem da frequência de observação. Assumindo-se linearidade no sistema, uma série
de alturas de lençol freático é uma transformação de uma série de precipitação excedente,
descontando a evapotranspiração potencial. Essa transformação é completamente
governada pela função IR.
Para o caso de um sistema linear simples, sem perturbações freáticas, que é
influenciado somente pela precipitação excedente, o modelo TFN a seguir (escrito como
31
uma convolução integral) pode ser usado para descrever a relação entre alturas de lençol
freático e a precipitação excedente (VON ASMUTH et al., 2002):
h(t ) = h * (t ) + d + r (t ) (1)
t
h * (t ) = ò p(t )q (t - t )¶t (2)
-¥
t
r (t ) = ò f (t - t )¶W (t ) (3)
-¥
Onde: h(t) é a altura de lençol freático observada no tempo t [T]; h*(t) é a altura de lençol
freático predita no tempo t creditado ao excedente de precipitação relativa a d [L]; d é o nível
de h*(t) sem a precipitação, ou em outras palavras o nível da drenagem local, relativo a
superfície do solo [L]; r(t) é a série dos resíduos [L]; p(t) é a intensidade do excedente de
precipitação no tempo t [L/T];
θ(t) é a função de transferência de impulso/resposta (IR) [-]; f (t ) é a função IR do ruído [-]; e
W(t) é um processo de ruído branco contínuo (Wiener) [L], com propriedades E{dW(t)}=0,
E[{dW(t)}2]=dt, E[dW(t1)dW(t2)]=0, t1 ≠ t2.
O nível da drenagem local d é obtido a partir dos dados como se segue:
N N N
å h(t ) å h (t ) å r (t )
i
*
i i
d= i =0
- i =0
- i =0
(4)
N N N
a n t n -1e -at
q (t ) = A
G(n )
32
(5)
35
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5. 1 Medidas de posição
Podemos observar na Tabela 1 os valores de média, mediana, moda e também a
dispersão interquartil, para as variáveis estudadas (poços, precipitação e
evapotranspiração).
Deste modo podemos observar que as médias, modas e medianas dos dados dos
poços localizados na área de baixada apresentam valores próximos, bem como o primeiro e
terceiro quartil. Isso indica que o comportamento dos dados não apresentou grande variação
em termos de nível para o período estudado. O Poço 11 localizado a montante tem níveis
mais profundos. Já as séries de precipitação e evapotranspiração apresentaram médias
compatíveis com as médias históricas da região de Assis/SP.
5. 2 Medidas de dispersão
Na Tabela 2 podemos vizualizar os resultados das análises de variância, desvio-padrão,
coeficiente de variação, valores máximos e mínimos, e amplitude.
36
5. 3 Medidas de forma
Em relação as medidas de forma, os resultados calculados para as variáveis em
estudo podem ser vistos na Tabela 3.
tempo pode indicar a presença de um componente sazonal ou outro tipo de tendência nos
dados.
Aparentemente, não foram identificadas tendências nas séries de dados
analisadas, apenas variações sazonais, pois ao observarmos as Figuras 19 a 29 verificamos
que nos meses mais secos (meses de inverno) há abaixamento dos níveis freáticos e nos
meses mais chuvosos (primavera e verão) há uma elevação dos níveis freáticos, isto irá
acontecer para todos os poços, com exceção do poço 5 por haver menor número de dados
de monitoramento.
Figura 7: Série temporal para o poço 1, no período de 31 de março de 2008 a 07 de abril de 2011.
Org.: A autora (2011).
Figura 8: Série temporal para o poço 2, no período de 31 de março de 2008 a 07 de abril de 2011.
Org.: A autora (2011).
39
Figura 9: Série temporal para o poço 3, no período de 31 de março de 2008 a 07 de abril de 2011.
Org.: A autora (2011).
Figura 10: Série temporal para o poço 5, no período de 31 de março de 2008 a 07 de abril de 2011.
Org.: A autora (2011).
Figura 11: Série temporal para o poço 6, no período de 31 de março de 2008 a 07 de abril de 2011.
Org.: A autora (2011).
40
Figura 12: Série temporal para o poço 7, no período de 31 de março de 2008 a 07 de abril de 2011.
Org.: A autora (2011).
Figura 13: Série temporal para o poço 8, no período de 31 de março de 2008 a 24 07 de abril de
2011.
Org.: A autora (2011).
Figura 14: Série temporal para o poço 9, no período de 31 de março de 2008 a 07 de abril de 2011.
Org.: A autora (2011).
41
Figura 15: Série temporal para o poço 11, no período de 31 de março de 2008 a 07 de abril de 2011.
Org.: A autora (2011).
Figura 16: Série temporal de precipitação na área de estudo, no período de 31 de março de 2008 a
07 de abril de 2011.
Org.: A autora (2011).
Para o cálculo das ACF e PACF os dados foram organizados em uma frequência
de dados mensal equidistante para aplicar as rotinas disponíveis na biblioteca time series do
software R.
Podemos observar através da visualização dos gráficos gerados (APÊNDICE 2) que
a ACF indica que o grau de dependência ou correlação entre os instantes t1, t2 e t3 é mais
elevado e tende a zero a partir de t4, com valores abaixo do intervalo de confiança de 95%.
Esse comportamento se repete para todos os poços analisados. O poço 5 foi excluído da
análise por insuficiência de dados. Os meses que se encontram dados são de outubro de
2009 a março de 2011, e por esta razão os gráficos não puderam ser gerados, já que na sua
elaboração ocorriam erros.
Assim, conclui-se que existe uma correlação entre instantes subsequentes, mas que
se perde no tempo em função da frequência mensal dos dados. Isso pode ser interpretado
como um processo autoregressivo (AR), já que um instante no tempo é diretamente
dependente de uma ou mais observações prévias.
O fato de a função decair exponencialmente a partir dos passos t2 e t3 indica um
processo autoregressivo de segunda ou terceira ordem. Assim podemos concluir que a
chuva que caiu a um determinado instante passado no tempo tem forte influência sobre a
resposta no nível do aquífero, e que a partir de poucos instante t subsequentes essa
influência vai se perdendo, pois já exerceu seu papel na oscilação dos níveis.
As PACF’s nessa inspeção surgem como um diagnóstico complementar à ACF
quanto a ordem do processo verificado (HIPEL & McLEOD, 1995). Para um processo AR de
ordem p, após a lag p os valores da PACF por definição tendem a zero. Por meio de uma
análise visual verifica-se esse comportamento em todos os poços analisados, com valores
mais baixos a partir do passo 2. É plausível que o processo que governe a oscilação dos
níveis nesses poços seja um processo autoregressivo de ordem 2 (AR (2)) uma vez que se
trata de uma área de aquífero livre, cuja recarga se dá preferencialmente pela precipitação e
seus níveis são superficiais (em torno de 4 metros).
fisicamente, uma vez que tem relação com os fenômenos que controlam a oscilação dos
níveis freáticos (VON ASMUTH et al., 2002). A Tabela 4 reúne as estatísticas das
calibrações dos modelos. As Figuras 40 a 48 mostram os modelos calibrados às
observações.
O modelo PIRFICT apresentou ajustes razoáveis, com uma porcentagem da
variância explicada pelo modelo (EVP) variando entre 65% e 91%. Os erros estimados
(RMSE e RMSI) foram baixos, inferiores a 30 cm. Em séries curtas como as estudadas, é
normal ter ajustes com variações como as observadas, pois a série não possui um grande
número de dados, (monitoramento correspondente a três anos) e com isso inferir na
variação se torna mais difícil pela representatividade dos dados (MANZIONE, 2007). Os
poços localizados na região mais baixa da área apresentam níveis mais superficiais e,
consequentemente, mais sensíveis as variações sazonais da precipitação e
evapotranspiração.
Figura 18: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol freático
(pontos) no poço de monitoramento 1.
Org.: A autora (2011).
Figura 19: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol freático
(pontos) no poço de monitoramento 2.
Org.: A autora (2011).
45
Figura 20: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol freático
(pontos) no poço de monitoramento 3.
Org.: A autora (2011).
Figura 21: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol freático
(pontos) no poço de monitoramento 5.
Org.: A autora (2011).
46
Figura 22: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol freático
(pontos) no poço de monitoramento 6.
Org.: A autora (2011).
Figura 23: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol freático
(pontos) no poço de monitoramento 7.
Org.: A autora (2011).
47
Figura 24: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol freático
(pontos) no poço de monitoramento 8.
Org.: A autora (2011).
Figura 25: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol freático
(pontos) no poço de monitoramento 9.
Org.: A autora (2011).
48
Figura 26: Modelo PIRFICT ajustado (linha) aos dados de observações de alturas de lençol freático
(pontos) no poço de monitoramento 11.
Org.: A autora (2011).
Os anos de 2010 e 2011 foram atípicos. Em 2010 houve um inverno seco, seguido
de uma primavera úmida e o verão de 2011 foi chuvoso. Isso alterou o comportamento dos
poços, refletindo em um fraco ajuste do modelo a esses períodos (Figuras 40 a 47). É
possível perceber também que no início das séries a concordância do ajuste com as
observações é baixa, já que em virtude da abertura dos poços as oscilações podem ter sido
perturbadas.
Optou-se por manter esses dados nas séries devido a escassez de dados e ao
curto período de monitoramento, já que em situações normais eles deveriam ser excluídos.
O poço 11 por sua vez apresenta características distintas. Nele o meio poroso é maior e os
níveis freáticos mais protegidos dessas variações, resultando um ajuste melhor (91,33% de
EVP) quando explicadas as oscilações dos níveis pelos impulsos e resposta de precipitação
e evapotranspiração.
Os parâmetros estimados pelo modelo PIRFICT podem ser vistos na Tabela 5, e
seus respectivos desvios padrões na Tabela 6.
49
resistência a drenagem (ou condutividade hidráulica) que o meio poroso exerce sobre a
frente de molhamento da zona vadosa e da zona saturada até a resposta do aquífero. Esse
parâmetro apresentou valores em torno de 1300 e 1500 dias para os poços 1, 2, 3, 5, 7 e 9,
e acima de 2000 para os poços 6 e 8. Esses valores podem ser interpretados como o tempo
que a água demora a atingir a zona saturada e exercer alguma reação nos níveis.
Como o poço 11 é mais profundo e apresentou valor de 831,5 dias para o
parâmetro A, esperar-se-ia que os valores para os poços da baixada mais superficiais
fossem inferiores, por reagirem mais rápido aos pulsos de precipitação e evapotranspiração.
Entretanto o que se viu foi o contrário, demonstrando que algo além da precipitação e da
evapotranspiração exerce influência na nesses poços da baixada.
Von Asmuth et al. (2008) explica que múltiplos estresses podem causar influência
nos níveis e podem ser considerados no modelo PIRFICT, como um rio próximo ou poços
de bombeamento. Devido à natureza empírica das funções de impulso e resposta utilizadas
na calibração desses modelos, deve-se tomar cuidados para interpretar seus parâmetros
(VON ASMUTH & KNOTTERS, 2004).
Os demais parâmetros também apresentaram valores semelhantes. O poço 11 por
ser mais profundo apresentou valores de n (tempo de convecção/dispersão) maiores, já que
o meio poroso a ser atravessado é maior, e consequentemente um ruído α menor por sofrer
menos interferências externas. Manzione et al. (2009) apresentam um estudo comparando
dois poços distantes 10 metros um do outro, mas em profundidades diferentes, em uma
área de recarga do Aquifero Guarani. Os autores concluem que os parâmetros do modelo
são fortemente influenciados pela espessura do meio poroso a ser atravessado pela água
para que haja alguma resposta do aqüífero.
O parâmetro E, segundo Von Asmuth et al. (2002) não deve ser maior que 3,
ratificando o bom desempenho do modelo nas áreas de monitoramento do Aquífero Bauru
na Formação Adamantina. No caso do poço 5 onde os valores foram negativos se explica
pela falta de dados para representar o fenômeno.
Quanto aos desvios padrões dos parâmetros estimados, pode-se dizer que com
exceção ao poço 5 que a série é mais curta e do poço 11 que apresenta comportamento
distinto, os demais poços apresentam dispersões semelhantes em torno da média estimada
pelo processo estocástico.
5. 6 Análise de Tendências
Para verificar se houveram tendências de elevações ou rebaixamentos sistemáticos
nos níveis freáticos dos poços de monitoramento do SAB foi adicionado ao modelo PIRFICT
51
um parâmetro representando uma tendência linear (PTL) na calibração para cada poço. Os
resultados podem ser observados na Tabela 7.
5. 7 Movimento da água no solo e sua relação com a oscilação dos níveis freáticos
Também procurando entender a dinâmica da água no solo e do aquífero na área de
estudo, foram realizados dois ensaios de permeabilidade, um próximo ao poço 11 e outro
entre os poços da baixada. As Figuras 49 a 52 mostram a preparação e o ensaio para o
poço 11 a montante. Os valores da permeabilidade do solo nas proximidades dos poços
medidos a campo podem ser visualizados na Tabela 8, indicando a velocidade com que a
água se move no solo em cm/s e cm/dia.
R1 = taxa de fluxo constante com carga de 5 cm de coluna d’água; R2 = taxa de fluxo constante com
carga de 10 cm de coluna d’água; K= coeficiente de permeabilidade.
Org.: A autora (2011).
Figura 29: Orifício aberto para locação do Permeâmetro de Guelph.
Fonte: SOLDERA, B. C., 2011
54
Figura 31: Funções de impulso e resposta ajustadas aos poços 2 e 11.
Org.: A autora (2011).
monitoramento e com auxílio dos modelos matemáticos podemos entender melhor o que
está acontecendo com os aquíferos. A partir deste estudo é possível criar melhores
planejamentos e gerenciamentos das águas subterrâneas, e resolver problemas
relacionados à qualidade e quantidade da água.
57
6 CONCLUSÕES
Os aquíferos têm importante participação no que diz respeito às questões
ambientais, sobretudo a sua preservação. Deste modo houve a necessidade de se
desenvolver o monitoramento das águas do Sistema Aquífero Bauru (SAB), pois a
averiguação permite fazer o diagnóstico do estado em que se encontra e intervir para
melhorar tanto a qualidade como quantidade. O uso de forma desordenada acaba por influir
na quantidade de água de um aquífero, por geralmente seu reabastecimento ser mais lento
que o consumo.
As análises estatísticas exploratórias permitiram o conhecimento dos conjuntos de
dados de cada variável envolvida no estudo, e o modelo PIRFICT se ajustou bem aos dados
de monitoramento dos níveis freáticos na Formação Adamantina do Aquífero Bauru. Pôde-
se por meio de um Parâmetro de Tendência Linear (PTL) verificar se houve tendências nas
elevações ou rebaixamento nas alturas do lençol freático, constatando que no decorrer do
monitoramento há um pequeno aumento nos níveis, mesmo tendo os resultados
considerados não significativos para os modelos ajustados. Desta maneira podemos
verificar que é possível modelar a relação dinâmica entre o saldo hídrico e a variação dos
níveis freáticos a partir de modelos baseados em séries temporais.
A chuva é a fonte de recarga do SAB e este contribui para vazão dos rios.
Sabendo desta questão vimos que as variações sazonais, no caso a precipitação e
evapotranspiração refletem na sua dinâmica. Quando ocorre um período mais seco
percebe-se que as alturas dos níveis freáticos são rebaixadas, alterando os
comportamentos dos poços. Observa-se que os poços que se localizam em área de baixada
são mais rasos e mais sensíveis as variações sazonais da precipitação e evapotranspiração.
Já no poço 11, o meio poroso é maior, resultando em menores variações das oscilações dos
níveis aos impulsos de precipitação e evapotranspiração.
O relevo das áreas de estudo condiciona dinâmicas distintas dos poços de
monitoramento do SAB. A região de baixada próxima o curso d’água acaba atuando como
um facilitador do fluxo na área. A condutividade hidráulica a montante é menor que na
baixada.
Com o auxílio do monitoramento dos níveis freáticos do SAB e de modelos
matemáticos pode-se compreender a relação com variações climáticas e outros estímulos
(relevo, oe mesmo outro curso hídrico próximo aos poços), e assim conhecer melhor a
dinâmica do Aquífero.
‘
58
7 REFERÊNCIAS
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