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EBOOK

Novas formas de
resolver problemas
Conheça o Design Thinking,
Lean UX e Agile UX
ESCOLA DESIGN THINKING
FORMANDO A NOVA GERAÇÃO de inovadores

Criada em 2012 pela Echos – Laboratório de Inovação, a EDT é uma escola de


inovação na prática. Com um portfólio de cursos que vai muito além do design
thinking, queremos ser protagonistas na construção de um mundo melhor e na
criação de impacto positivo na sociedade.

NOSSO PROPÓSITO
Queremos formar a nova geração de inovadores e fomentar a cultura de inovação
no Brasil e do mundo. Acreditamos que inovação significa estar na fronteira e
na vanguarda da tecnologia, dos negócios e do desenvolvimento social para
transformar as pessoas e, porque não, também um pouquinho do mundo!

NOSSO MODELO DE APRENDIZAGEM


Quando falamos sobre escola, pensamos imediatamente em sala de aula,
professor e aluno. Mas precisa mesmo ser assim? Acreditamos que aprender a
inovar deve ser uma experiência impactante, que gera desconforto e revigora.
O aprendizado precisa ser sistêmico, mas pode também, ser divertido. “Learn
by doing” ou “aprender fazendo” significa, para nós, colocar a mão na massa
e descobrir os caminhos, aprendizados e conhecimentos durante o processo.

“Estamos aqui para fazer coisas que nunca fizemos antes.”


- Juliana Proserpio

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O QUE SIGNIFICA INOVAR NOS NEGÓCIOS?

Provavelmente a primeira palavra que Do ponto de vista abstrato, o risco leva a 20 de certa forma foi gradativamente
está associada ao ato de empreender buscar outras referências, ideias, a pen- “matando” esse espírito. Isso porque,
é risco. Negócios apenas se tornam ne- sar fora da caixa. Do ponto de vista con- especialmente no século passado, o
gócios a partir do momento em que al- creto, arriscar representa tirar as ideias objetivo dos negócios foi a busca in-
guém ou um grupo de pessoas decidiu da cabeça e validá-las no mundo real. cessante por eficiência: produzir mais
tirar uma ideia, arriscar-se e colocá-la ao menor custo. Ganhos de escala e de
em prática. Assumir risco faz parte do No entanto, a lógica industrial que nor- escopo eram pontos-chave, assim como
DNA de qualquer empreendedor. teou os modelos de negócios e os em- estruturas hierarquizadas e rígidas.
preendedores durante os séculos 19 e

“ Insanidade é continuar fazendo sempre a


mesma coisa e esperar resultados diferentes.


– Albert Einstein

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Nesse contexto organizacional, a inovação surge em grande parte sob a ótica incremental. O que significa dizer a inovação é re- As empresas ao não se questionarem sobre as necessidades das pessoas e por focarem exclusivamente na melhoria técnico-fi-
presentada por pequenas e contínuas melhorias em produtos ou em linhas de produtos. Geralmente, são pequenos avanços em nanceiro de seus produtos, acabam descobrindo após meses ou até mesmo anos de que aquilo que criaram não possui a menor
termos de benefícios percebidos pelo consumidor e não modificam de modo expressivo a forma como o produto é consumido aderência no mercado.
ou do modelo de negócio subjacente.
A consequência são altas taxas de fracasso quando se trata de lançamento de novos produtos. Não conseguindo levar pro-
Assim, as empresas do século 20 foram desenhadas para alcançarem excelência nas mesmas coisas. Na hora de inovar, o ponto dutos/serviços relevantes, a consequência é ainda maior e leva ao próprio fracasso dos negócios: mais da metade deles não
de partida está naquilo que passível de fácil reprodução, aquilo que se consegue produzir com a estrutura vigente. sobrevivem após quatro anos, segundo IBGE.

Essa visão provém do pensamento linear, cartesiano. Só se considera aquilo que se consegue reproduzir, o que é imediatamente
rentável para o negócio. Ao fim, o mundo dos negócios se restringe a dois pressupostos: aquilo que é tecnicamente possível e o
que é financeiramente viável. Não há, dentro do processo de desenvolvimento do produto na empresa, a preocupação sobre o
que as pessoas realmente desejam.

No processo de P&D tradicional, as empresas gastam meses e as vezes anos no desenvolvimento de um novo
produto, sendo que apenas conseguem validá-lo no mercado no momento do lançamento. Além de aumentar
substancialmente a chance de fracasso do produto, há um dispêndio de recursos desnecessário.

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QUANDO O JOGO MUDA: NEGÓCIOS, PRODUTOS E SERVIÇOS
FEITO PELAS PESSOAS E PARA AS PESSOAS
Grande parte dos negócios, ainda hoje, vivem Utilizando-se de um modelo mental mais
nesse paradigma. Por pensarem de modo colaborativo e humano, as empresas estão
cartesiano, focam, como dito, suas energias conseguindo acessar camadas de soluções
na melhoria de processos ou produtos. muito mais profundas e desse modo pro-
pondo soluções a partir de necessidades
No entanto, novos pensamentos nos negó- e problemas reais presentes na vida das
cios estão rompendo a inovação voltada pessoas ou da sociedade.
para produto para a inovação voltada para
as pessoas. Valem-se de uma visão mais Nesse processo de inovação, primeiro são
holística a respeito da inovação. Soluções e compreendidas as reais necessidades dos
negócios são criados em um novo patamar. usuários. Somente depois e durante o
O foco passa a ser o ser humano. Assim, to- processo são integrados os fatores finan-
ma-se como ponto central o que é desejável ceiros e técnicos. Diferentemente do que
pelas pessoas. acontecia na inovação focada em produto,
a viabilidade financeira e técnica funcio-
É com esse olhar que surge o “Human-Cen- na como um frame, um molde necessário
tered Design” (HCD) ou Design Centrado no para que a solução desenhada ganhe con-
Ser Humano que funciona como um amplo cretude e seja reproduzível e escalável.
processo ao mesmo tempo em que oferece
uma série de ferramentas para construir no-
Inovação pelas pessoas
vos produtos, serviços, ambientes, organiza-
e para as pessoas
ções ou até mesmo sistemas considerando
necessidades reais. Assim, a lógica dos ne-
gócios muda.

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AS EMPRESAS DO SÉCULO 21: AS STARTUPS

Ao mesmo tempo, o erro, aliado a uma cultu- Abordagens essas em sintonia com a nova
Enquanto os modelos de gestão tradicio- Assim, as startups conseguem endereçar Além disso, as empresas do século 21 con- ra de teste, representa um ganho de tração e visão apresentada. Todas elas possuem
nais almejam direcionar e disciplinar a in- essa nova lógica, pautada na criação e não seguem inovar de outra maneira, mais pro- agilidade ao negócio nunca antes visto. Não o foco em propor soluções para as pes-
teração, esses novos modelos usam a inte- mais na administração de valor. Conseguem funda e disruptiva, muita mais enxuta e ágil. por acaso, cada vez mais negócios estão po- soas, ajudando os empreendedores, em-
ração para testar, errar, aprender e evoluir. também enxergar que a vantagem compe- Valem-se do lema “Falhe rápido para falhar tencializando seu alcance e atingindo níveis presários ou qualquer pessoa que queira
Por isso, os novos modelos de organização titiva vai muito além da melhoria de pro- cedo”. Adotam uma visão lean, enxuta de de crescimento em uma velocidade nunca buscar soluções ou negócios que façam
emergentes buscam criar um modelo de ne- cessos ou produtos. Consiste em mapear negócios. A partir de um olhar experimental, antes vista. As empresas estão compreen- sentido no futuro em que queremos viver.
gócio ideal, enquanto o negócio tradicional necessidades e entregar uma proposta de encaram tanto o risco como o fracasso como dendo que é preciso testar a ideia com po- Nesse contexto, serão apresentadas as
tenciais clientes ou usuários para obter um três principais: Design Thinking, Lean UX
busca eficiência para um modelo já exis- valor relevante para as pessoas. ativos importantes no ato de empreender. O
feedback e ajustar o produto/serviço de e Agile UX.
tente. O símbolo da emergência desse novo erro representa uma fonte de aprendizado.
acordo com esse retorno.
paradigma na inovação são as startups.
Na primeira parte, elas serão apresenta-
O que se nota, em ritmo mais intenso, é que das de modo individual, para que possa
a inovação neste século - ou pelo menos nos compreender cada uma delas. Na segun-
próximos anos - será conduzida pela inter- da parte, iremos apresentá-las juntas para
secção entre o que as pessoas realmente que possa entender os seus pontos fortes,
desejam e formas rápidas de validação de avaliar suas principais vantagens e, caso
INOVAÇÃO DISRUPTIVA: LEAN STARTUP OU STARTUP ENXUTA
ideias e de formatação em negócios. deseje, poder utilizá-las de maneira inte-
Caso esteja se perguntando como, do pon- grada desde a concepção da sua ideia até
• Representa uma mudança drástica na maneira que • Conjunto de práticas para criação de novos negó- to de vista prático, as organizações estão a criação do negócio.
inovando nesse contexto, existem algumas
o produto ou serviço é consumido. Geralmente, traz cios de forma ágil, com baixos custos e orientada às
abordagens disponíveis que direcionam o
um novo paradigma ao segmento de mercado que necessidades dos clientes.
processo de inovação.
modifica o modelo de negócios vigente.

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DESIGN THINKING

Design Thinking é um modelo mental de na- Pela abordagem, o momento de gerar solu- mento sobre as pessoas e estimula a criati-
tureza iterativa e flexível. Um processo no ções se inicia apenas depois de vasta com- vidade.
qual o erro é visto como parte integrante e preensão de contexto e ressignificação de
valiosa da jornada. um desafio e é apenas parte da jornada. Em etapas exploratórias de um projeto ou de
Afinal, a jornada continua, visto que, após o desenvolvimento de uma ideia, em que se faz
Existem momentos alternados de divergên- momento de geração de ideias (ideação), o necessário conhecer o universo sobre o qual
cia e convergência de pensamento, base- Design Thinking também estimula os grupos se quer trabalhar, o que pensam, sentem, ou-
ados no processo de inovação conhecido de trabalho a irem às ruas validar suas ideias vem, fazem e falam, o Design Thinking repre-
como Duplo Diamante (Double Diamond, no e testá-las. senta uma abordagem fundamental.
original), mapeado pelo Design Council UK
em 2005. Em essência, o Design Thinking é uma abor- Como processo, o Design Thinking pode ser
dagem que possibilita o profundo entendi- dividido em 7 etapas1:

No caso do processo de desenvolvimento de produtos nas empresas do século 21, são realizados vários lançamentos ao longo de seu
desenvolvimento para que não só as possíveis falhas detectadas e as melhorias incorporadas, mas principalmente verificar se o produto
terá aderência no mercado. Com esse processo de validação constante, a cada lançamento os produtos em desenvolvimento não apenas
tem menor chance de fracasso, como também ao final são qualitativamente melhores e mais relevantes para as pessoas se comparado
ao processo tradicional visto anteriormente.

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1
A quantidade de etapas varia de acordo com a perspectiva teórica sobre o assunto. 13
ENTENDIMENTO OBSERVAÇÃO PONTO DE VISTA IDEAÇÃO
momento de divergência de pensamento momento de convergência de olhar e empatia momento de convergência de pensamento momento de geração de ideias!

Representa um momento de buscar a maior quantidade Representa uma “etapa-campo”. A partir do que foi levan- Seguindo com o momento de convergência de pensamento, nessa etapa, o construímos soluções para os problemas e
possível de informação sobre o desafio proposto, ao mesmo tado na etapa anterior, são feitas idas a campo exatamente o ponto de vista é provavelmente um dos momentos mais dilemas encontrados na fase de Ponto de Vista. Com uma
tempo em que serve para nivelar o conhecimento do grupo para conversar com pessoas, escutá-las e observá-las, bus- difíceis do processo de inovação. Após gerar grande quan- nova perspectiva sobre o problema, é possível explorar no-
de trabalho. É hora de [des]entender o problema a ser so- cando compreender como, onde e porque vivenciam deter- tidade de dados, insights e novas compreensões, é preciso vos caminhos criativos para de fato resolvê-lo. É nessa hora
lucionado. minado problema ou possuem determinada necessidade. É navegar na complexidade gerada. Mais do que refrasear o que quantidade importa! Deixar as ideias fluírem e sem jul-
hora de explorar o fator humano, olhando para todos os as- desafio inicial, é o momento de amarrar nos pontos e che- gamentos a fundamental para que o grupo consiga dar um
pectos: físico, cultural, sociológico e psicológico; e também gar a um novo entendimento sobre a problemática. A ne- salto qualitativo nas propostas.
sob diferentes perspectivas: ver, sentir e ouvir as pessoas. cessidade de fechamento neste momento é diretamente
proporcional à abertura gerada nas fases anteriores.

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PROTOTIPAGEM TESTE ITERAÇÃO A IMPORTÂNCIA DO DESIGN
THINKING
momento onde as soluções ganham vida momento de validar sua solução! momento de refinar a solução!

• Os valores que guiam a abordagem – empatia, colaboração


e experimentação – oferecerem uma perspectiva mental mui-
Assim com a etapa anterior, a prototipagem é um momento Com protótipo em mãos, essa é a etapa de voltar a campo Após colher os feedbacks da etapa anterior, a iteração é a to mais ampla. Mais do que um conjunto de ferramentas, o
de divergência do pensamento, para ampliar a compreen- e obter reações das pessoas. Com certeza, uma vez intera- oportunidade de refinar as nossas soluções e torná-las me- Design Thinking permite com que pessoas pensem e ajam de
são sobre a solução. Protótipos são uma forma poderosa de gindo o protótipo com os outros, surgirão pontos positivos, lhores, levando-as a um próximo nível. O que foi extraído forma diferente, de forma mais colaborativa e disposta a errar.
comunicação que nos forçam a pensar realisticamente so- negativas, dúvidas e até mesmo novas oportunidades ou será fundamental para entender o que precisa ser melhora-
bre a maneira como as pessoas irão interagir com o conceito novos usos. do no protótipo e entender se há necessidade de retomar e
• O Design Thinking se vale de equipes multidisciplinares e
projetados, ao mesmo tempo que força o próprio grupo de aprofundar alguma etapa do processo, inclusive do início, já
da inteligência coletiva para criar soluções desejáveis para
trabalho a tangibilizar as próprias ideias. A única regra neste que o processo não é obrigatoriamente linear.
momento é que todo protótipo – além de ser algo rápido, as pessoas.
sujo e barato – deve ser capaz de gerar sensações e reações
em alguém antes mesmo da solução final ou negócio existir. • Esse modelo mental aliado a um conjunto de ferramentas
possibilita acessar um alto nível de profundidade sobre as
pessoas, seus problemas e necessidades. Com a abordagem,
é possível compreender as pessoas como pessoas - o que
elas sentem, ouvem, pensam - e não como apenas um clien-
te ou usuário.

Use o Design Thinking para explorar seu entendimento so-


bre o problema e a exercitar sua criatividade. A abordagem
oferece suporte para aprofundar o conhecimento sobre um
problema.

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LEAN UX 1. Construir: consiste em criar um MVP (Mini-
mum Variable Product). Um MVP seria um protótipo
com o conjunto mínimo de funcionalidades para que
se possa validar um modelo de negócio. Como aponta
A abordagem Lean UX pode ser descrita O objetivo principal da abordagem Lean é
como um conjunto de metodologias e for-
mas práticas dentro do ambiente de startup
construir algo - no caso um protótipo ou um
MVP (Minimum Variable Product) - para va-
Blank, MVP não é sinônimo de uma versão mais barata
ou menor da sua solução. Em sua palavras, seria “a for-
CONSTRUIR
ma mais simples para mostrar aos clientes com a qual
enxuta. Reúne os vieses de desenvolvimen- lidar hipóteses junto aos clientes, com base
se possa obter a maior quantidade e aprendizado”. Ao
to (TI) e de negócios promovendo constante na experimentação. Diz-se hipótese porque
cabo, significa criar um conjunto de mecanismos com
experimentação e mensuração a partir de se pressupõe um aprendizado prévio - uma
os quais se possa validar a hipótese por de trás do seu
círculos de aprendizado (construir – medir ideia, um conceito - que precisa ser validado
negócio - hipótese, diferentemente de ideia, requer ex-
– aprender). O objetivo dessa abordagem é no mercado o mais rápido possível.
perimentação e dados para ser validado ou invalidado.
obter respostas mais rápidas sobre o que os
usuários buscam e querem. O importante é a testar rápido para aprender
rápido. 2. Medir: ponto-chave do processo, serve para
Por ter nascido em ambientes de startups, entender ao máximo os porquês o mvp funcionou, não

MEDIR APRENDER
em que há uma proximidade com o cliente, Como principal vantagem, é um processo funcionou, gerou dúvidas e ou abriu margem para no-
o dia a dia e o contato direto permitem com simples e cíclico para implementar suas vas oportunidades e usos. Com essas questões é pos-
que algumas ideias possam ser facilmente ideias e produtizá-las rapidamente. Ao fi- sível levantar uma quantidade significativa de dados
prototipadas e testadas. nal e após passar inúmeras vez pelo círculo que servirão de parâmetros e de guia para o próximo
LEAN, ganham corpo e podem se tornar um protótipo.
negócio.
3. Aprender: uma vez internalizados os feedba-
De acordo com Steve Blank, a abordagem cks o processo pode e deve ser aplicado quantas vezes
LEAN é composta por três grandes pilares: forem necessários. Trata-se de um processo contínuo,
porque mesmo que se chegue em uma solução, ela
pode ser sempre melhorada.

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A IMPORTÂNCIA DO LEAN UX AGILE UX

• Sair da cadeira: permite que rapidamente • Sair do prédio: muitas empresas perdem • Velocidade: a partir de uma abordagem A abordagem Agile UX, que nasceu no am-
uma ideia interaja e seja validada pelo mun- oportunidades de ouro de interagir com rápida e cíclica de experimentação e men- biente de startups, representa a combinação
do real. Com o mesmo tempo em que nor- quem realmente importa: seus clientes. Apro- suração, é possível reduzir drasticamente o entre a metodologia Agile de software com
malmente se gasta com reuniões e discus- veitar esse espaço inicial de desenvolvimento tempo e os custos de P&D, exponencializan- as práticas de UX Design para o desenvolvi-
sões intermináveis, é possível tornar ideias de produto para colher feedbacks e aprimo- do resultados. mento de softwares. [Preocupa-se em de-
em uma proposta de valor que faça sentido rar o protótipo é fundamental para ao final ter senvolver e testar com maior profundidade
para as pessoas. um produto que seja desejável pelas pessoas. as funcionalidades, interfaces], navegação e
interação do produto com os usuários. Assim,
em um curto espaço de tempo, pequenos con-
juntos de funcionalidades de software são en-
tregues para que sejam testados e validados

A abordagem LEAN é recomendada para a implementação de ideias de forma rápida e de baixo com os usuários.

custo, especialmente quando já se possui entendimento sobre o problema do seu usuário. O que significa dizer que essa abordagem tem
como principal objetivo dar o devido acaba-
mento e testar com maior fidelidade o seu
MVP para torná-lo uma solução ou em um
negócio de fato.

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METODOLOGIA WATERFALL
Dada a velocidade com que as entregas são Cascata ou Waterfall, na abordagem ágil, há Isso porque, as diferentes áreas são coloca-
OU CASCATA
estabelecidas, além de valorizar a integra- intensa integração entre as áreas ou espe- das, muitas vezes literalmente, na mesma Forma de gerir um projeto em que cada eta-
ção entre designers e desenvolvedores, a cialidades no processo de desenvolvimento mesa para que possam opinar e tomar deci- pa é subsequente a outra, como se fosse
abordagem Agile também se preocupa em de um produto, com o objetivo de eliminar sões em conjunto. uma linha de produção. Somente se passa
estabelecer uma intensa comunicação entre qualquer fricção entre as áreas e, especial- para o passo seguinte se houver a aprova-
todas as partes envolvidas em um um proje- mente, entre as pessoas. O objetivo é reduzir drasticamente a necessida- ção anterior. A grande questão é que por
to. Em contraposição à dinâmica tradicional de de circulação de documentos, assim como ser um sistema linear, não há comunicação
eliminar as etapas do próprio desenvolvimento. e interação entre as áreas, o que gera ruído
e entraves no desenvolvimento de um pro-
duto. Cada área apenas verifica os requisitos
inerentes da sua especialidade e não verifica
o todo. Assim, muitas vezes é necessário re-
tomar a uma etapa anterior e refazer o pro-
cesso. O resultado são processos muito mais
demorados desde a ideia até o lançamento.

METODOLOGIA AGILE
Em contraposição à metologia Waterfall, o
desenvolvimento de um produto se dá de
modo integrativo em que todas as áreas
trabalham em conjunto, não havendo bar-
reiras de comunicação entre elas. Qualquer
entrave, dúvida ou melhoria são rapidamen-
te discutidos, resolvidos e incorporados se
fizerem sentido. Assim, existe um trabalho
colaborativo e mais eficiente desde a ideia
até o lançamento.

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Assim, a metodologia ágil requer a intensa co-
laboração entre as pessoas e o exercício cons-
1. Investigação: Etapa de pesquisa e entrevista com os
usuários a fim de investigar suas necessidades e entender o domí-
tante da empatia. Segundo o Manifesto Ágil a nio, o contexto e as limitações do usuário referente a ferramenta
abordagem segue os seguintes princípios:
proposta.
• Indivíduos e interações são mais importan- A IMPORTÂNCIA DO AGILE UX
tes do que processos e ferramentas; 2. Testes internos: Constrói-se um protótipo de baixa fi-
delidade com o objetivo de testá-lo com usuários internos da empresa.
• Softwares funcionais são mais importantes • Ajuda a lidar com ambientes, empresas e negócios que estão
do que documentação e processo; 3. Testes externos: Construção de um protótipo de em constante mudanças;
alta fidelidade para que seja levado às ruas para que se possa en-
• Colaboração entre as pessoas é mais im- tender a experiência de uso e interação com a solução, obtendo-se • Promove a integração não apenas entre áreas, mas entre
portante do que negociar contratos; os feedbacks. pessoas, com equipes multidisciplinares e enxutas;

• Responder às mudanças ao invés de se Apesar de apresentar um ciclo de desenvolvimento de produto se- • Elimina drasticamente a necessidade de documentação de
manter a um plano. melhante ao que a abordagem LEAN propõe, o grande destaque projeto, assim como etapas desnecessárias.
da abordagem AGILE é que possibilita o refinamento de uma solu-
Ao integrar designers e desenvolvedores, ção e da experiência do usuário ao integrar designers e desenvol-
bem como outras especialidades, permite- vedores, além de contribuir para o devido acabamento a uma solu- Ao integrar designers e desenvolvedores permite que ao lon-
-se que ao longo do desenvolvimento de um ção ou negócio, visto que consegue integrar de maneira eficiente e go do desenvolvimento de um produto seja possível construir
produto seja possível construir e testar com colaborativa todas áreas de uma empresa uma empresa ou todas e testar com propriedade e com alta fidelidade as funciona-
propriedade e com alta fidelidade as funcio- as especialidades de uma equipe. lidades, interfaces, navegação e interação do produto com o
nalidades, interfaces, navegação e interação usuário, refinando e tornando rapidamente um protótipo em
do produto com o usuário. um produto final.

Essa abordagem também propõe um proces-


so bastante similar ao do Lean UX, que pode
ser dividido em três etapas:

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AFINAL, COMO ESSAS ABORDAGENS SE INTEGRAM?
Se você atua em uma empresa (startup ou DESIGN THINKING LEAN UX AGILE UX
não) ou deseja empreender, o ponto de par-
tida é sempre o mesmo: “preciso inovar, mas • Habilidade de testar uma ideia e validá- • Promove alto nível de interação en-
• Capacidade de entender em profundi-
como?”. Como visto, a inovação hoje está -la no mercado rapidamente. tre as pessoas e reduz drasticamente a
dade as pessoas para as quais se quer
pautada nas pessoas. Assim Design Thinking, quantidade de documentos no proces-
projetar uma solução.
Lean UX e Agile UX são abordagens capazes de so, evitando retrocessos desnecessários.
• Recomendada quando se quer validar
resolver problemas com foco no ser humano.
• Você entenderá com profundidade as uma hipotese ou uma ideia de um pro-
Do mesmo modo, são isoladamente uma nova • Ao integrar especialistas em design e
necessidades das pessoas. O Design duto. A partir de um MVP, você poderá
forma de pensar quando se está desenvolven- desenvolvedores, a abordagem Agile per-
Thinking, especialmente em suas etapas levar a campo e testar as funcionalida-
do uma solução, como um processo de inova- mite o refinamento e o acabamento ne-
de entendimento e observação, é extre- des essenciais que a sua ideia oferece,
ção com começo, meio e fim. cessário para que uma ideia se torne uma
mamente poderoso quando se está no receber feedbacks, medir com maior
estágio inicial do desenvolvimento de exatidão o que funciona ou não quantas solução ou negócio.
No entanto, cada abordagem possui pontos vezes for preciso.
uma ideia e busca uma compreensão
fortes característicos. Em linhas gerais, o De-
profunda da realidade.
sign Thinking oferece como vantagem o supor-
te necessário para entender com profundida-
de as pessoas; o LEAN UX, a partir da sua visão
cíclica e analítica, possibilita testar e validar
qualquer hipótese; ao passo que a abordagem
No entanto, assim comos são válidas quando aplicadas de maneira separada, essas abordagens podem ser utéis se colocadas em conjunto. Consi-
AGILE UX ao integrar designers e devolvedores,
derando os pontos fortes de cada abordagem, elaboramos um fluxo, desde o estágio inicial de desenvolvimento de uma solução até a sua efetiva
bem como todas as áreas da empresa permite
entrega, apontando como cada abordagem pode ser melhor utilizada nesse processo para que você possa entender de forma visual como um
desenvolver, testar com maior fidelidade sua
processo de inovação pode acontecer. Mais uma possibilidade para que possa inovar!
ideia, refinando e entregando de modo ágil
novos produtos.

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Lean UX: Agile UX:
INOVE! COMO VOCÊ PODE CONSTUIR UMA
SOLUÇÃO UTILIZANDO DESIGN THINKING, de captar e compreender o que as pessoas
sentem, veem, sentem e agem em relação ao
Com ideias em mãos e com uma compreen-
são profunda do seu cliente, a abordagem
Uma vez aplicado a abordagem LEAN, a sua
ideia está mais perto de uma solução real,
LEAN UX E AGILE desafio proposto. LEAN ajudará a dar o próximo passo, vali- visto que depois de testar e mensurar suas
dando suas ideias. A partir das ideias pro- hipóteses, saberá qual o melhor caminho a
DEFINA (etapa de ponto de vista): a partir da posta selecione qual hipótese mais faz sen- seguir. Depois de testar diversas vezes seu
Design Thinking: MVP, você saberá o que seus futuros clientes
extensa pesquisa realizada é o momento de tido levar em frente. A partir disso, utilize a
buscar por insights e definir um novo enten- abordagem LEAN e: realmente desejam e sob qual formato.
Para dar o primeiro passso, o Design
dimento sobre o desafio. Agora, utilizando a abordagem Agile, você
Thinking é uma abordagem poderosa. Ela
CONSTRUA (etapa Construir) um protótipo poderá dar o próximo passo.
ajudará você a entender com profundidade
IDEALIZE (etapa de ideação): hora de deixar com as funcionalidades que sejam essen-
a real necessidade das pessoas, passando
as ideias fluirem e pensar em novas propos- ciais para que possa interagir com as pes- REFINE: a partir do MVP, reuna as pessoas,
pelas etapas de entendimento a ideação
tas de solução para o desafio. Lembrando soas. Vá às ruas ou internament e e TESTE áreas e especialidades para refinar o proto-
propostas pela abordagem.
que quantidade é mais importante do que (etapa Testar) considerando a hipótese le- tótipo. Você continuará testando e prototi-
qualidade. vantada. Também estabeleça critérios para pando, mas, agora, envolvendo outras áreas,
ESTABELEÇA para começar é necessário es-
medir o que se está querendo testar e obser- você poderá testar com maior profundidade
tabelecer um ponto de partida, assim defina
ve as reações. e de forma integrada eliminando fricção com
sobre qual desafio se deseja trabalhar.
outras áreas e especialidades. Imagine áreas
APRENDA (etapa Aprender), uma vez ido como jurídica, marketing, operações contri-
ENTENDA (etapa de entedimento): o univer-
a campo e testado, é preciso reunir os fee- buindo no desenvolvimento do produto e
so no qual está inserido. Pesquise e compar-
dbacks com os dados mensurados para que auxiliando na incorporação dos feedbacks
tilhe tudo que está disponível referente ao
possam ser incorporados. A partir dos apren- oriundos do campo, ao mesmo tempo apoia-
desafio inicial.
dizados, parte-se para o aprimoramento do do por especialistas em desenvolvimento de
protótipo e a possibilidade de se continuar produto. Como resultado, você será capaz de
OBSERVE (etapa de observação): uma vez
testando com o objetivo de obter novos insi- refinar seu protótipo e testar funcionalida-
obtido um alinhamento do conhecimento,
ghts e/ou testar novas hipóteses. des especificas com alta fidelidade chegando
é preciso ir a campo colher informações, en-
trevistar, observar e interagir com o objetivo cada vez mais próximo da versão final.

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REFERÊNCIAS SUGESTÕES PARA APRENDER MAIS

LIVROS O programa Business Design se baseia em uma abordagem orientada ao cliente, que
permite acelerar o processo de desenvolvimento de negócios através da experimen-
A Startup Enxuta: Como Os Empreendedores Atuais Utilizam a Inovação Contínua para Criar Empresas Extremamente Bem-Sucedidas - Eric
tação. A partir da teoria e prática, os alunos aprendem sobre as formas mais moder-
Ries
nas de modelagem de negócio.
The Innovator’s Method: Bringing the Lean Start-up into Your Organization - Nathan R. Furr e Jeffrey H. Dyer
O curso tem como objetivo capacitar os participantes a pensar de forma criativa e a
Toolkit Design Thinking - Escola Design Thinking desafiar o status quo dos negócios, identificando as oportunidades existentes. Em
três dias intensos, os participantes serão desafiados a desenvolver um projeto de
Business Design: como o design pode mudar a forma de criar negócios - Escola Design Thinking
negócio a partir de um desafio real de mercado, aprendendo sobre os conceitos e
Why Build, Measure, Learn – isn’t just throwing things against the wall to see if they work – the Minimal Viable Product - Steve Blank ferramentas de forma prática. Saiba mais.

O Design Thinking é um programa de 3 dias intensos que lhe dará uma grande com-
preensão sobre os princípios do design thinking, as principais ferramentas e as me-
todologias para aplicação. O foco deste curso é a mão na massa. Você aprende fa-
zendo!
Em dois projetos reais de inovação, os participantes aprendem como o design
thinking permite encontrar soluções para os desafios tendo as pessoas impactadas
em primeiro lugar. É a oportunidade de você vivenciar e aprofundar os conteúdos
que adquiriu com este material. Saiba mais.

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Se você está querendo empreender ou já empreende e está precisando de ferramen-
tas, inclusive sobre as metedologias apresentadas aqui, a Descola preparou essa Tra-
ck para você!

São 3 cursos em 1. O primeiro é um curso inspirador com 3 empreendedores dando
dicas para quem está começando; no segundo é abordado a metodologia “Fail fast”,
uma mentalidade sobre como falhar o mais rápido possível para validar ou invalidar
suas ideias; e por m, você fará um curso dedicado a uma das mais importantes ferra-
mentas dos empreendedores, o Business Model Canvas. Com ela você vai colocar em
uma cartolina todos os aspectos do seu negócio e conseguirá entender onde deve
focar seus esforços e quais são os pontos fortes e fracos do seu negócio que farão
com que ideias tornem-se negócios de forma sistemática. Saiba mais.

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