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Garrancho

o álcool, em especial
o vinho, mas também
a cerveja e qualquer
outra bebida inebriante
me deixam metafísico

mas a metafísica, muitas


vezes (na maioria das
vezes) não supre a melancolia
qu'existe em mim, a metafísica
não seca meus olhos, consola
mas não me acalma

daí eu vejo você, observo


você, eu tento te sentir
mas não adianta
tudo isso é em vão

olho para o céu, vejo a


lua minguando, vejo a luz
de umas poucas estrelas
e as nuvens claras da noite

mas nenhuma delas, por


mais que pareçam e mesmo
m'enganem, é você

até porque, cada vez


mais, imagino que você
é algo que não existe
você é fruto de algo
que eu (ainda?) não sei
e a próxima frase
não consigo ler

— o álcool me torna um garrancho

bagadefente
20.11.XIII

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