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EDI

TOR CHEFE
AlexZani

REVI
SÃO
AnaCMoura
AnaMendes
Hebert
onBapti
stel
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GN &DIAGRAMAÇÃO
Al
exZani

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LUSTRAÇÃO CAPA
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ILUSTRAÇÕES
VÊNUS
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aKubiaki
,p.1
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LEI
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GRAVI DADE
Bár
bar
aPiazza,págs.1
6e1
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NARRATI
VASDERESISTÊNCI AEBELEZA
GeovanaMor
ais,p.1
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ADANÇADO UNICÓRNIO TRI


STE
BagaDefent
e,p.25

SEM TÍTULO
Rodr
igoGoldacker,p.39

PALI
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VOS
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losHenr
iGomes,p.68

VENTI
LANDO
Angel
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aGuesser
,p.69

DIADESANTO
Debor
aCost
a,págs.72e73
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ANTOLOGI
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AÇÃOEM CONJ
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1ªEDIÇÃO
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embr ode2020

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AlexZani
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CONSIDERAÇÕESPOÉTI
CAS. 1
2
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Ana,AnaeHeber
ton

TUDOOQUECABENUMPOEMA 20
Al
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&AnaMour
a

ENVERGADURADOINTANGÍVEL 22
AnaMendes&Heber
tonBapt
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a

HORIZONTE 24
Angel
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ADANÇADOUNICÓRNIOTRISTE 26
BagaDef
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GRAVI
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UMAFANTASIADECARNAVAL 30
Car
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osEduar
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DEVANEIOSDEAMOREMI SOLAMENTO 32
Car
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i&BecaCas
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POESI
ATEMFIODECONTASEGUIAS 34
Debor
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RECORTES 36
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SERMÃODASOITO 42
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OSINODOSDIAS 44
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ÁLOGOS 46
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ESTILHAÇOS 48
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POETAS 70

SOBREAF
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APOESI
A 71
nãofosseissoeer
amenos
nãofossetantoeeraquase
Paul
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nski
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der
ações
poét
icas
DOSEDI
TORES
NADAmer estasenãoapoesi a.Nãoé Definiti
vament e não.E foipori sso
novidadepar aninguém quenosúl ti
- quenem t odossesent i
ram àvontade
most empost em si do di

cilencon- parapar t
ici
par.Sabemosqueopr o-
tr
arbrechaspar aapoesi a.Édifí
cilser cesso cri
ati
vo,mui tasvezes,é algo
brasi
lei
ro,eusei ;temosum desgov- extremament epessoal.Noent anto,
erno em andament o,a r
ealidade é aosquesepr onti
ficaram,or esul
tado
cadavezmai sconf undí
velcom oes foiexcelente:poemas com mui ta
petáculo e a cada di a que passa cargacriati
vaemui toaseobser var
acordamos pr eparados para o pi or
. além doqueest áescr i
to.
Mas,damesmaf or maquenem t udo
sãof l
ores,nem t udot ambém ées- Desejo avocê,pessoa,uma l eit
ura
pinho. prazerosa e regada de estímulos
poéticos.Espero que você si
ntaa
Aqui,naFaziaPoesi a,recebemosse- nossapoesia.
manal mentemensagensdepessoas
desmot i
vadas de escr evere de se
mant ernocir
cuitoliterári
o.E,defato,
não é fáci
lserl ido.Ei s,então,que
apóssemanasesemanas,consegui -
mospensarem umaúni caaçãoque
pudesse r esolver t odas as t r
ês
maioresdifi
culdadesdaFazi aPoesi
a
em 2020 e,assi m,uni sseospoet as
daequi peint
erna,i ncent i
vasseaes-
cri
tade poemase mant i
vesse aFP
vi
va.

Aant ologiaFi
zemosé,ant esdemais
nada,um exer cíciodecr i
açãopoéti
-
ca;umaexper i
ment ação,comovocê
poder á observar.Oferecemos para Poet
icament
e,
ospoet asdeequi peinternaaopor-
tuni
dadedeser euni
rem em duplas AlexZani
e,ent ão,escr
ever em um poemaem Edi
tor
-chef
edaFazi
aPoesia
conjunto.Simples,não

1
2
A Fazia Poesi a sempr er epresent ou A Fi zemos,pr imei
ra ant ol
ogi a da
parami m um l ugardepossi bili
dades. Fazia Poesia,r epresenta essa força.
Possibil
idadecomopardedançada “Pela l ei nat ural dos encont r
os”.
li
berdade,daexpr essão,dacr i
ação, Apesarde.É o r esult
ado depoet as
da diversidade,do acol himento.As queseencont rar
am,equeant esfiz-
vozesqueecoam nopor t
alsãomui to eram oexer cí ciodecompr eenderas
diversas,possuem cami nhosdi st
in- própr i
asvozeseafini dades,equeem
tos e at ravessam r elações e per - segui dacapt aram com sensi bil
idade
cepções múl tiplas acerca do f azer af r
equênci adeout r
asvozes,out r
as
poético.O pont ocomum queconec- afinidades,avi brarem si
nt oniapar e-
tat r
ajetóriastão diferentesé just a- cida.Adi sposi çãodeseamal gamar ,
ment eoquesechamaem l i
teratura decooper ar,deconj ugar.
de“ poesi acont empor ânea”,essefio
condut or,essabússol a,essaest ação Fi
zemos. Na pr i
meira do pl ural
de trem,l ugarde passagem,movi - porquejuntomesmo.Amui tasmãos
ment oefluxoi ncessante,et ambém e palavr
as.Um br i
nde às possi
bil
i-
deencont ros. dades,às di ver
sidades,às plural
i-
dades.Um br i
ndeaosencont roseàs
Aliás,tenho par ami m que falarem belassurpresasqueporvezesr ever-
encont ros di z mui to do pr opósito beram deles.
cent raldest a antologi
a.Ai nda mai s
em t emposdepr ecari
edades,agr a-
vament os, exaust ões, suspensões,
distanciament os compul sórios e
todas r eticências que se podem
puxardi sso.São t antas ausências,
tant as perdas.Cel ebrar encontros,
aquieagor a,potenciali
zaapot ência
daexpl osãoi nerenteat odososen-
cont ros–mesmoque,porenquant o,
eles venham adapt ados ( e at é Poet
icament
e,
par eçam mei o est r
anhos,e o são
mesmo,em al gumamedi da)aoque AnaCMoura
consegui mosf azernomoment o. Edi
tor
adePr
ojet
osdaFazi
aPoesi
a

1
3
Se j á é di f
ícilescr everi ndividual - um l i
vro assi
m si gnifica,cabe aos
ment e,escr everem dupl a,ent ão, olhosquel er
em est aantol ogiaimpr i
-
pareceai ndamai sdificultoso.Por ém, mirna l acuna dest es t extos seus
se enf r
entar sozi nho a f olha em própri
ossignificadosesi gnificâncias,
brancoéum f ardoquet odoescr itor seusprópriossentidoseper cepções,
tem de car r
egar ,com um compan- suavisãopar ti
culareseuj uízoindi-
heiroaol adoessef ardosedi videe vi
dual,paraqueot ext
o,ent edent ro,
set ornamai sl eve.Eisaíal i
çãoque possasercompl etadoecont empl a-
ti
rei dest a ant ol
ogi a, exer cício dopel oentefora,ol ei
tor.
li
terárioque,par ami m,cumpr iuseu
objetivo:odemeapr oximarhumana
el it
er ar
iament e de mi nha par ceira,
ami ga, semel hante e cúmpl i
ce
desses“ cr i
messuavesqueaj udam a
viver”
,apoesi aeseuspoemas.

Entrel ei
tur asel eit
or es,text
osecon-
textos,ci rcui t
os literár
ios e circun-
stânciaslíricas,aFazi aPoesiatem me
present eado com esses moment os
em queaar teinundaanossavi dain-
teir
a,f azendo com que em t empos
trágicos,sini str
osepessi mi
stasf ei
to
estesnosquai svi vemos,possamos
nossent i
rai ndapar tedeal gomai or
,
algoquenosul trapassa,nosat raves-
saenosuneem vozesque,pormai s
dissonant esquesej am,soam em un-
í
ssono.I nst antes que nem o ver bo
nem a pal avra conseguem t r
aduzir
em suadi mensãodesent i
do. Poet
icament
e,

Se o i
nst
ant
e não pode t
raduzi
rem Hebert
onBapti
stel
a
fr
aseouversooquef azerpart
ede Edi
tor
-ger
aldaFazi
aPoesi
a

1
4
AFaziaPoesiatem sidopar ami m um
pontodeper manênci anoat odaes-
cri
taedal ei
tur
a,um l ocal(aindaque
não fí
si
co)par a pensar ,dialogare
cri
arpoesia,além,é cl aro,de dar
espaçodevoz( eleitur
a)par atantos
poetascontempor âneos.Possodi zer
que,pessoalmente,aFPmesi gnifica
oprópri
odeat odei nsi
stirnapoesi a,
diaapósdia.

E,sealit
eraturanoshumani za,como
pontuou o Prof
essorAnt oni o Candi
-
do,aescrit
a,especi al
ment eessaem
conjunt
o,nosconect a.Em boapar t
e
dotempo,escr everéumaat i
vidade
deverassolit
ári
a.Mas,di antedode-
safiodecr i
arumapoesi aem conj un-
to, nos conect amos, não apenas
como poet as,mas como pessoas,
nos depar amos com nossas l im-
i
taçõese nossaspossi bi
lidades.Em
meioai sso,as i deias fluem,e a
poesiaseconcr eti
za.

Então,possodizerqueéumaalegri
a
poderfazerpartedoqueest
aantol
o-
gi
ar epresent
aenquantoconst
rução
l
it
erári
aehumana.
Poet
icament
e,

AnaMendes
Edi
tor
adeComunicação
daFazi
aPoesia

1
5
poemas
TUDOOQUECABENUM POEMA
Al
exZani&AnaCMour
a

cor poasagr avidade


artepapelcanet a
movi ment opal avraut opia
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ist
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saudadeaf etor ua
câmer afilmespdf s
oxigêni odi aoceano
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anál iseol hosj ulgament o
cabel osr otaexí li
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ezar ealezasent iment os
dúvi dadesvi ofissur a
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achosi nusite
salal aúdebei j
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ot empest ade
sotaquepor tapor tão
cotidi anomar gem er ro
bat ent ebat idaaci dent e
chuvi scopr essaquase

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vonegat ivoapar ente
rasgosolal iment o
músi cacant i
gacanção
quedascai scacos
violavi olinovi olão
féloucur amet ade
preceest rofer efrão
revol uçãot empopoei ra
rezaat eí smopagão
oásisr itualor if
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ciover ão
céuunhaveneno
acampament oment i
rafamíl
ia
seivapel ei nferno
printsáudi osf otos
mundodedossangue
bandei radadosanéi s
i
sol ament opr esi dentebobão
ampl i
dãomedoguer racomeço
desconfiançaami zadetrai
ção
areiapai sagem par aísomeio
cost urapazsol it
udefim.

21
Vozesdasaves.
Nessashoras,um poet
a
nãotem maismundo.
-MatsuoBashô

ENVERGADURADOI
NTANGÍ
VEL
AnaMendes&Heber
tonBapt
ist
ela

Nomei odoazul ,umaplumasozi


nha
pesamai squeasduasasas
j
untas.
Nomei odoazul
espi
caçaumasaudade
rápi
da,
masaimpet uosaave
nãodesistedaleveza.

Seéum canári
o,umaarara,um abut
re,
nãol
heseinomear ,
massebateapl umagem
ovooquebraspassaamedidadoshomens.

Nasvolt
asdobico
demarcaum sor
ri
so
úni
co?primi
ti
vo?ancest
ral
?

Dequalpol
ovem ovento
quesopr
aaengrenagem ani
ldesuaspenas?

22
Seéum galo,um pat
o,um pombo,
Nãoseibat
izar
..
.
massuavozescapaaoseucanto.

Nopol icromáticoespet ácul


o
noqualnat ur
ezaseor quest
ra,
asavesdecant omai sbelo
sãohar pasdepl umas?
Violi
noscom bi cos?
Pianoscom asas?
Quiçásabi ásdet eclas?
Canárioscom cor das?
Bem- te-vi’
sdesopr o?

Umaaveémaisdoquecor
es,
mai
squeplumas,
mai
squegorj
eios,
epori
ssomeinquiet
a.

Seuvoo,um ver
soescr
it
o
sobr
easnuvens

eela,aver
dadei
ra
poeta.

23
HORI
ZONTE
Angel
i
taGuesser&HuggoI
ora

Nossodur
ocami
nhoper
cor
rosozi
nha,

Com passoscalmos,dedifí
cilcompasso.
Meucoraçãodeamort ãoescasso
Melevaaflut uaral
ivi
ado.

Entr
ecéuet er
radeandori
nha
Nossohor
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eéportosem fr
acasso,
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odami nhahi
stór
iateenlaço
Longedoadeusquetuaescuraf acecont
inha.

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xomeucor poviaj
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Quem sabenasol
idãodeum abr
aço
Àderi
vanomar.

Mas,r
etidonacáli
datênuel
inha,
Teret
ir
odasolidão,
Dasoli
dãodenãoamar .

24
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poisseiqueopoemanãoseescr ever
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nem brotar
ádapeleressequi
dadacriançamorta

porent
reácaros&átomos
cor
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27
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Ol egadodestahistór
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Tocoumi nhascurvasdramáti
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Troteiem seucuspe,arr
ancoumeuscabelos;sem rédeas,aéguadeuum coi ceno
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28
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e,oPoder
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ênio,met
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Amúsi ca
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Seuslábios
Apurpur i
nabri
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e
Seusol hos
Abati
dadot ambor

Quandotevi
Meupulsarficounomesmor
it
mo
Tur
ututuru
Tur
ucutá

Depoisdeci
ncomeses
Sem sai
rdemeular
,
Mefezsorr
ir
,
quer
erdançar

30
Nãoimaginei
Queseri
acomoum j ant
ar
Àmei al
uz
Em meioaocaos
Com meiataça
Devinhoportuguês

Essaer ami nhaembr i


aguez
Lembr ar,sonhar,t
eamar
Mef altavasensatez
Em mi nhacabeçaaecoar
Amar ,amar ,amar.

Agor
aot empopassadi fer
ent
e
Merecordocom fervor
Danossanoitedeamor
Queimortal
izeiem umaimagem

Queem al gumasnoi t
espareceumami ragem
Nãoameassust ar,masmef azendosonhar
Carnaval
,foli
a,blocoepai
xão
Deixeimeucor açãoem t
uasmãos
Agora,em sil
ênciovouestar
Olhandosuaf otonomeucel ular

Vênus,Eva,opecado,aflor
Eraoqueeuchamavapar anãodi zermeuamor
Ehojeaomer ecordar
Bebomai sumat açaparacelebr
ar
Alembr ançaquenãoquer oapagar

Esseanonãovouf est
ejar
Nãovoul amentar
Apenasvoumel embr
ar
Domel horbei
joquepudeprovar

31
DEVANEI
OSDEAMOREM I
SOLAMENTO
Car
losHenr
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Hoj
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eicom medoenãoéapr i
meiravez
Seurost
otem marcasdemáscar as.Meupei
toagoraj
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Nãoéapr
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emeaf astadevocê
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oem seusolhoscansaçoeasombr adadesesper
ança

Hojeeumedei t
eicom medoenãoéapr imeir
avez
Encaroansiosaateladocel ularem mi
nhamão
Nãoéapr i
meiravezquesintomedodamor teem nossal igação
Observocom caut
elaqualquersinaldecansaçoem suaf ei
ção
Vocêconseguesenti
rqueestoumaisfri
o
Vejoem seusolhosapr eocupaçãoquenãodiz
Tal
vezeuestej
ameaf undando
Osdi assem vocêsear r
ast
am sem fim
Nãosei
Nãosei

Nasmilhorasdeplantãonohospitaleumei soloem mi nhaprofissão


Acasa,queant espr otegia,agoraparecemai sumapr isão
Aexaust
ãodet ocarinúmeroscorpossem vida
Ocor po,queantesabr igavaseusabr aços,agoraest
ávazi o
Aimpossi
bili
dadedenost ocaraovivo
Seiqueéi mpossível,quepr ecisamosnosmant erdi
stantes
Temosapenasot oquedocel ul
ar
Masansei ourgent ementeot oquedesuamão

32
Si
ntosuaausênci atantoquantosi nt
oqueest ouondedever iaestar
Suapr esençamef azfalt
a,nãodevo,nãopossoenem quer onegar
Sãotantasaspessoasper dendopossi bil
idadesdeamar
Adi stânci
aénecessár i
aparaquecom vi dapossamosnosr eencontrar
Amor t
eéconsequênci adapol í
tica
Observoar eali
dadecr uaeamar ga
Assi
m comoaf altadeamoréconsequênci adapol ít
ica
Apol ít
icadeext ermíni
oanunciada
Seodireit
oàvidanãof orpreservado
Esperançaagoni zante,amordesolado
Odirei
toaoamort ambém ser ádestroçado
Um show dehor rorestel
evi
sionado

Esper
oqueamor
tenãonossepar
e
Temotodososdi aspelofuturo
Ai
ndaquer oficarvel hinhocom vocênapr aia
Meper guntosetereiachancedeverseucabel ogrisalho
Meusonhodefini tudeéamor t
eem seusbr aços
Seaquelessonhosserãoconcreti
zados
Masant esqueri
avi veraoseul ado
Seai
ndapodereiviveraseulado
Abraçadosnasár voresenospoemasqueamamos
Sorri
oparaacâmer aefaçooquepossopar aani
má- l
o
Oscorposentrelaçadoscom nossanat ur
ezal i
vre
Alutaserálonga,masagr adeçoporai
ndatet eraomeul ado

33
POESI
ATEM FI
ODECONTASEGUI
AS
Debor
aCost
a&Her
mesVer
as

um quartodemim
um quartomuit
opequeno
seri
aumaquar ti
nha?
todatrabal
hadaem bar
ro
recebendoágua
bebendoágua

umacabeçaquetocaochão
quesaúdaochão
chãosagr
adoonderoda
sant
oseguias
epésdesolassuj
as

osant
ocomeehoj
etem f
est
a

em meucor po
ter
ri
tóriodeout r
os
consagr açãodepassos
daout roradel onj
urasout
ras
porissohoj etem fest
a
eant esépr ecisofirmar
ponto/l uz/pés
queaf or çavem debaixo

34
lançainvi
sívelaolhogrosso
cer t
eir
anamãodeCabocl o
preparasolodosant o
gingaMal andracelebraf
eitur
a
naabadaf estatem samba
ef echanagi radasmoças
girando(n)oastral
Exuquet ambém gi ra
giracapa,giramundo

et em ossantosquerodam
et em ossantosquedançam
adêor namentaacasa
d'orixáquenasceu
naf estadosantofei
to
satisfeit
amainhaestá

&amãedocor po,mãedet udo,


mãe- poesia, versoqueéogui a
fazgirararodadomundo
eomundof azgi r
ararodadagi ra
enquant otiverdemanda
nãofal t
arámo
m t ivoprasolt
arfumaça
curarcom cachaça
elavarapal avracorpo
com águadeer vascheirosas

ver
soégui
a.

35
RECORTES
DeniMal
i
ska&Ri
car
doCunha

Recort
ei
Todasasl
embranças
Queapenasqueri
am memat
ar

Psiquê
I
magi nári
a,oui r
real
?
Elaaprofundavamai semai s
Sobr eoqueéser
Ounãoser ?
Porentremí st
icosrelances
Mer gul
har,quase

Fi
nalmente
Per
cebiquesofr
er
Édádivasomente
Dequem nasceupoet
a

...

Apart
equemef alt
amecompl eta,
Port
ersi
do,afinal,f
art
orecor
te.
Otal
hoquesofrinãofoidemorte
Masmelevouapar temaisdi
leta.

Defact
oocor açãosef ezascet
a;
I
ncapazdeent r
egar-seàprópri
asort
e.
E,emborarecordarpoucoconfort
e,
Reavê-
lapermanecesuamet a.

36
Apart
equecorteidemi nhavida
Par
eceseocul
tarnofim domundo
Dei
xandoumadorl úci
daei nconti
da.

Restava-
me,porém,domai spr
ofundo,
Comof osseout
rapáginaperdi
da,
Longeum recor
teinút
il,
vagabundo.
..

37
POENTE
El
derMal
aqui
as&Bar
bar
aRufina

um cal
orimaginado
eapenasapoei r
apelovãodapor
ta
amigosnãochegam
pesadelosnãoseencurt
am
masDr ummondavisaqueumaflornasceunar
ua

prevej
oem car tasachegadadoamor
eomaqui nár
ioquecorróificounosolat
éenf
err
ujar
dosoloesqueci doumar aí
zapontou
i
rrompendoal ásti
ma
rel
embr andoavi da

dosli
vrosrecolhi
dos
exponhoasi dei
assufocadas
deum ontem infinit
o
nohomequeseguesem ooffice
com oamar godasaudadeent r
eochãoeocéudaboca

lembrançasl
ançadasnamente
rompendoamonot oni
adanoite
comoumaest rel
acadente
ocigarr
oapagadobail
andoentreosdedos
ashorasmarcadaspel
aletar
giadoconcr
eto

aamoreiracolocouseusfrut
osnomundo
eesverdeou
ospássarosvêm evãonobat ent
edavar
anda
eseguem
amesmasor teosdiasdissoquepomposament
e
cal
houdesedenomi nar
:novonormal
.

38
VI
VERVES
Fel
i
peMor
eno&Rodr
igoGol
dacker

Lugarl
abor ator
ial
,dist
ant edocaos,
Aoshomensdasci ênciasserveder edut
o,
Assépt
ico,ali
enado,nadaoi nf
ectaouafeta,
Engenheir
osbr i
ncam,t ranquil
os,
Em belassalascom ar-condicionado
Enquantoláforaseusinovador esprodut
os
Arr
ebentam omundo;
sem flor
est
a
di
zoúl t
imoxamã
nadanosrest
a
Nocondomí ni
o,nadaacontece,
Lánãoent rapobreza,nem fome,
Ninguém mor re,
Nenhumamudançaflor esce,
Cri
ançasrosadasbr i
ncam alegr
es
Enquanto,bem longe,
Um molequedesnut ridoadoece;
bunkers:
últ
imosref
úgios
doshomensbrancos
Tudopar ecemaisfrági
ldoqueé,
Excetooshomens,
Estesladram,gri
tam,guerr
eiam,
Masdepoi srendi
dos,encolhi
dos,
Deum j ei
toouout r
o,despr
eparados,
Mor r
em;

40
obambubal ança
fingequefarf
alha
naverdade,dança
Pessoafel
izéaquelacapaz
Deaceit
arabagagem quet r
az
Eaindaterlevezanum diaqualquer
Paraem qualquerbel
ezinhasingela
Buscarmais;
devagar
,sem af
ã
aborbol
etadi
vaga
pel
oardamanhã
Énobreu
Quebri
lhamaisaluz,
Nocamposem lâmpadas
Queestr
elasper
dem ati
midez;
exi
steum pacto
entr
eoanoitecer
easflor esdocacto
Enãohápalavracapazdequal quercoisa,
Nãohácoisamenorqueasmai oresideias,
Nenhum di
scursosuperadiscursonenhum,
Apoesi
amai sli
nda
Est
ánumaf olhaem branco;
sensí
velaomomento
escut
aosil
ênci
o
etatei
aovent
o

41
SERMÃODASOI
TO
Gabr
ielCost
a&Vant
uirBechmann

Um padremineir
o,
debarbabranca
eunspoucoscabeloscal
vos,
di
ssequeavi daapósamorteer
aumamet
áfor
a.

Eunãoentendimuit
obem omot i
vo,
j
áqueopadr e,debati
naeterço,
davaoser
mãocom t odogarboqueseénecessár
io.

Ohomem aomeul adosaiudaigr


ejadiant
edoser
mão.
Pegouseuchapéudeabal ar
ga,
suaenxada,esai
usem dizerumapalavra.

Dooutrol
adodosal ão,
um homem deternoegr avata,
quefoiài
grej
alevaroseufil hocomocast
igopornãof
azerosdever
esdecasa,
encar
aosujei
toquesai.

Ohomem dar oça,obvi


ament e,
quest
ionaparasi
:
oqueopadr esabedamor te,senuncamor r
eu?
Sabetambém quemet áfor
as
ser
vem apenasparaconfundirpessoasi
guai
saele.

Por
queem geral,otr
abalhadornãotem mui
totempoparapensarnamor
te.
Ouref
ormulando,nãotem muitotempoparapensarnavi
da,
Jáqueest
ásempr etrabal
hando,fugi
ndodamor t
ereal
-porf
ome.

42
Metáfor
aounão,reali
dadeoufant
asia,
morreréumacerteza,
enquantooquevem depoisdel
aél uxo.

Éluxosepr
eocupar
tant
ocom oquenãocontr
olamos,
quandosehádefazert
ant
oesforçopar
avi
ver
.

Sabendodisso,depoisdepensarnoser
mão
erefleti
rsobreoqueacont eceu,
melevantocomodepr axe.
Façomeusi naldacruz,
peçoperdãopel osmeuspecados
esaiopelaportadafrente,
abençoado.

Nodiaseguint
e,avidavaisegui
rseucur
so.
Vi
vo,morto,ousej
alácomof or.

Nãot
enhoporquepensarni
sso.

43
OSI
NODOSDI
AS
GeovanaVi
ei
ra&Eduar
doFr
eit
as

Bom dia
São6hor asdamanhã
Bom diapr aquem?
Ossinosnuncaer ram
Aconcr etudedossi nosnaminhacabeça
Estal
ando
Levanta,vem viverodia
Comoquem sedesesper apravi
vertudo?
Jáviláforaoamanhã
Vidasindoevi ndo,enquantovêm evão
Em vão
Eeumevouporaquinum r etrat
odedent r
o

Outrafolhaem branco:
Memul t
ipl
iconovaziobuscandootempo
Omesmoquef ogedasmi nhasi
ncoer
ênci
as
Ossinosnuncaer ram?
Mepenso
Mepegopensando
Medemor oum mi nut
oemei o
Parapassar
Medemor oumavi daint
eir
a
Praviverminut
osdepaz

44
Nomai s,
Asmudançascont inuam,abst
rat
as
Inevi
tavel
ment e
Porquenãomeconcl uo?
Levantarcedoaodespertar
,concret
o
Nãomesat i
sfaçoquandosou
Tampoucoquandonãosou

Resisto!
Sevi vodevagar
Vivomai s
Aiseeupudesseserum só. .
.
Enfrentoossi nos
Com apot ênciai
ncongruent
e
Dasmi nhasversões
Sãoasf orçascontr
ári
asquequal
ificam oel
o
Resista!

45
46
1.
PhotobyKir
il
lBal
obanovonUnsplash
2.Phot
obyEri
nWi l
sononUnsplash
3.Phot
obyFrameHarir
akonUnsplash
4.Phot
obypawelszvmanskionUnsplash.
5.Phot
obyTati
anaRodri
guezonUnspl ash
6.Phot
obyDrew BeameronUnsplash

47
ESTI
LHAÇOS
Jeffer
sonHenr
ique&Ai
mêSt
efany

48
49
VEJOMEUFUTUROEM TEUPASSADO
Jessi
caWol
far
t&Kar
inaSgar
bi

Tem gente
quefazagente
lembrardagente
fei
toumacorrente
i
mpassíveldequebra

vó,
eutenhosaudades,
nãodaquel ascoisasnormai
s
quetodasasavósf azem,
masdeol harpr ati
pratuahistóri
a
everofut uroquemeaguar da
eserfel
izpori sso,t
ambém


mesintoumaf ol
haem br
anco
com um pincelchei
odecoresnamão,
um botãodepar adaquenãotem essa
opção,
saberdetimei nspi
ra

vó,
osdias,aqui
,
andam complicadosdemai
s
euàsvezesachoquenãovoudarcont
a
euàsvezesachoqueavi daédur
a
demais
eot emponãopar a

50
vó,
eunãosoumaismeni na,
masaindagost
odedocedefigo
nopãocom margari
na
eaindasi
ntooteubraço
aoladodomeu
semprequeavidadesafina


lembro-meinocent ecri
ança
com olhosbri
lhant es
aoouvirsuashistórias
guiadaspeloi
mpr oviso
umabagagem i nsanadel embr
anças
eot euli
ndosor r
iso

51
NOTASFALSASDEAMOR
JonasÍ
car
odoNasci
ment
o&Mar
iaEduar
daSei
xas

Nãoserve,nãocabe.
Talsent
iment
oocodei
njust
içaél
oucoi
nsat
isf
eit
o,ét
osca
euf
ori
a.Oamordenadaval e.

Énít
idoquetuachaspouco;tudoét ãol
eveàquel
equenãoseabr
e.Dest
ina-
seo
l
eit
oparatuaal
egria.Sem si
ntoni
a,oamordenadaval
e.

Sãopalavrasbêbadasastuasprof
anadas.Sem f
ormaoufir
meza.
Amornãoé
foguei
ra,étochamurcha,cent
elhaesbr
anquiçada.

Entendo.Minhaspoesiasnãomai
steabraçam,nãomaisrel
uzem t
alessênci
a
embr i
agada.Teuolharéchamaapagada.Os"euteamo"nosfor
çam enãomai s
acendem brasas.

Ora,éport
almot
ivoj
ust
o,queàscl
arasl
hej
ogo:amaréal
tocust
o,eeul
hedevo
sem remor
so.

Sem j
uros,nem j
urasdeamor,teuser
viçosem val
oré-
meopost
o,escár
nio;és
tudooquemecust a.Souébr
iodoteuamordesnecessár
io.

Aconclusãoquet
omamos,poi
s,éacal
entopar
amim.Sem r
ecei
odef
eri
r,r
ogo:t
eu
amortelevaaofim.Nãohámaisnadaquesej
anosso.

52
ECO
JonedsonRi
os&Br
unaRei
s

Ovazionum cí
rcul
oaesmo
umavol t
acompleta
aoeternodomesmo.
ro
en
tor

53
OCORPODESÁGUAEM POESI
A
Josei
l
doHenr
ique&Tul
i
oGomes

dasminhasmui tasl
imit
ações
tal
vezamai or
sej
aai ncapaci
dadedet ransf
ormar
abelezadossonsqueouço
em palavrasqueacalmem oespí r
ito
quantoavozdeSeuMat eusAl el
uia.

porissomeudesafio
éousarumaescr it
acant ada
cuj
acadênci adescompassada
eraciocíni
osquebr ados
nosconduzaai nventaroutr
osmundos
asuscitaroutr
ospossí vei
s
arespirar
edesacel er
aromundo.

dasvezesquetenhosucesso
romanti
zam meuprocesso
opoetaésómai sum i
nstr
ument o
horaououtraal
guém escrever
ia
essedescompasso.

perdiascontasdequant asvezesj
áchor
eir
ios
emer gul
heiospapéi sencardi
dos
naspoçastranslúci
das
for
madasem meuspés
natentat
ivadeumedecê- l
os
em senti
ment ospuros.

54
daprofundezadasgavet as
escondidasnosnão- lugaresdami
nhaalma
recol
hiosf ragmentos
quemer eduziam apartes
ecostureifractai
s
quemet ornam um todocom apal
avra.

um Gregóri
oquesent eodesej o
equeporvezesf al
taosof r
iment olat
ent
e
masquepenandoporum r ecor t
e
porum conjunt
o
porconexõesquel i
guem ot odo
oencontraem recantossoturnos.

équedet udoquemeper tence


equef azdemi m quem eusou
minhaescr i
taéquem tem amarca
orit
ornel oquedelimit
a
ami nhaessência
oest r
ibil
ho.

minhaexi
stênci
agri
tasocorr
o
acalmavem quando
ocorpodeságuaem poesia.

55
AMOREM MEI
OAOCAOS
KauêSeoane&Raí
ssaMar
ques

Quandot udoi
ssocomeçou
meviaindamaisli
gadaati.
Nãosabiaquantotempoir
iadur
ar
maser abom ol
harprol
adoeverqueestavaal
i
ent
relaçadoem meusernomeiodanoit
e,
nosil
ênciodequandotodossecal
avam.

Eassim,diasafiopassavam.
Muitosseper di
am,
masnósper manecí amos,i ndivi

veis.
Nãoer adif
íci
ldenot ar
teucheiroconstantement eem mi nhapel e.
Em mei oaum mardei ncert
ezas
roupasporpassarel ençói sportrocar,
nós.
Em nossasimplici
dadeescancar ada.
Naf al
tadeper f
eiçãoj amaisimagi nada,
em mei oàsexpect ativasdespedaçadas
nós.
Eraum (nó)sfor
te,mai sdoqueeusaber i
adizer
.
Um nósqueeuj uravaconhecer ,
eraeuevocê.

Um di
aamai s.
Um bei
jocedo,
umacervejanojant
ar
Eacadadiaredescobr
indo
oquerealmenteéamar.

56
Aessaaltur
anãohavi aviagens,
passei
osoujantar
esquepudéssemosf azer
.
Mashaviamuitosolhareset r
ansbor
davaprazer
.
Minharot
inasetornouamarvocê

em nossomundof echadodet odomundo.


Nãoporescol haesim porf al
tadeopção.
Masacadanovodi aeudescobr ia
quem éramos,nopl ural.
Um pluralnadaper f
eit
o
eaomesmot empoper fei
tamentenormal
.
Esperoquedepoi sdet odosessesmeses
nossoamorcont i
nuesendot ambém
sobrenatur
al.

57
PEQUENOSRUÍ
DOSDOSI
LÊNCI
O
Mar
aVanessa&Tayar
aCausani
l
has

sil
ênci os,sussurr
o
vazio
nãoháquem nãoouçami nhavoz
nai mensi dãodest equar to
de20m²
senãoeu,quandocal ada
passoum caf é
pel opr azer— único
i
nigual ável—
doar oma
nasnot ascítr
icasinexistentes,
mel evanto.
circundo- medemi m e,
tãol ogocai o,nãoemi t
osons:
nãohápor queemi ti-l
os
oi ncômododasnot asquepodem
virai nvadiro— úni co
i
nigual ável—
lugardepazqueset ornou
i
ndi ssociável
daquel aquesevi unocaosdosécul o
fechadaem si
eencl ausurada
damel hormaneirapossí vel
em pensament osque,r uidosos,t
ornar
am-
se:
bat erdeasas
prat oquequebr a

58
vent oquepassa
vidroqueest ilhaça
ônibusquet r
af ega
apitoquechama
pássar oquecant a
roupaqueseca
sonsdecor possemexendo
nopapel ,nat ela,nascor das
nacabeçachei adei deias
nomi adodogat oqueber r
a
atrásdoespel ho
bor r
adopel ocal or
pequenosr uídos
com apr ópriavoz
sil
ent e
atent ament e
apaixonadament e
alucinantement e
cadapequenomovi ment o
mi núsculos
grãosdear eia
rastrosdef umaça
águaqueevapor a
e,encl ausurada
daúni camanei rapossível
em pensament osque,
det ãor uidosos,t ornaram-sepaz.

59
CORPO
Mar
iaJul
i
ana&Í
si
sCunha

corpogr andeedobr ável


órgãosem or dem sãoor igami s
alinguagem édesdobr ament o
douàl uzpel abocaaum seri nfini
to:
panoar t
ístico
minhacr iaet ambém bal ançopar aoacrobat
a,um fio
— cordabamba,omundopodeandarem mi m
acadavol ta,segredost r
ocados
demat erialfér r
eoeem f ogar éu
bambol êf oimeupr imeir
ocí rculoaterfim
em partes,at ravesseii
nteira
nfini
i taéoquechamaum sersem ei raenem bei
ra

corpolisoeel ást
ico,
nacabeça,apont adeum avesso,
mer oscomunsnosubi rdai ncert
eza,
sedapar aosquet êm sede:escalada,
meumedot em ordem ecaos,
minhadort em prazoeor i
gem,
um universo,quedal i
vre,
omundopedeum ol haraovoo,
aotodononódeum f utur
ol açado,
teci
dof oiader medomeucui dado

60
corpovi voetempor ári
o
guar dal ágri
masemágoa,
daenchent eàseca
difí
cilmensur arof rágilpesodaliber
dade,
ougost odoour o,
essepót ambém i mpur o,
acessí velaoout ro,al mejoàvontade,
ami údedeum qui lat
e,
osor risoabreef echa,convi daeespera
elosf eit
ospar aor gani zarodesespero
aceitoai mprevisívelmagi adaáguaem mar éal
ta,
met enhomar ,nado,
eassi m nadamef alt
a.

61
AUSÊNCI
A
SofiaLagauche&Gabr
ielBer
nar
do

nãomevejo
noquesobroudemi
m

senãomeenxergo
quem ver
ápormim

seaausênci
atomoucont
a
j
ánãoháum euaqui

mudasderoupanoquarto
pl
acebosper
didosnoespelho

nãoseimai
sondeenfiart
ant
asangúst
ias,
masquem dir
ápormim?

tenhodi
toaotempoqueesper
e
hánecessi
dadesquedi
ver
gem depr
azer
es

hojecedonãoviosolnascer
também nãoovidormir

asol
idãonessel
ugar
éum confli
todeint
eresses

desej
otant
onãosenti
rapego
at
émedespr endidemim

62
per
cebienfim

quenuncaf uiaquil
oqueacredi
teiser
,
equenasmar gensdomeusent i
r
surgi
ram l
embr ançasdomeuexisti
r
ti
vetantomedodi ssoum di
a,
ecáestou,ausentedesi.

63
ÀMARGEM,CI
NZA
Vi
ni
ci
usMassadCast
ro&Fabi
anoCost
a

Paronaesquinaol
handoaquel amãodel
uzver
mel
ha.
Elabl
oqueiaminhapressa,
el
amedevol veovíci
odat ela,
el
amei r
rit
a..
.

Enfim overde.Cruzo.
Branco,ci
nza,br
anco..
.Par
o.
Doout r
oladoum cheirohorrendo
quefalaalgo,
queestendeamãoem car ência.

Àmar gem oposta,aironiatri


stedohumano
Desnudo,desumanoci nza-ci
dade,
abandonadoaochei r
odesuoref ossa
supli
candode( por?)verdade,
com osolhosdesviantesqueseescondem
antesdeserem violadoscom anossapi edade.

Pri
meirochoque:asco.
Segundo,aiminênciadotoque:casca.
Ter
ceir
o,oderradeiropassonadi r
eçãoopost
a,
comoseoescapef ossear espost
a,
quecobredepazapar ent
e,
adordanecessidadeur gente.

64
Masosentimentomai shumanoéoconfli to.
Deum ladoapr oteçãodopróprioumbi
go
edoladodedent ro,noremexerdasentr
anhas,
ool
hoenxer gaalém dosdetri
tos.
Ooutroévistoem senti
mento.

Ocami nhonãoémai somesmo.


Um sopronoespír
itosuspendeor umo
pelasi
dasevindasdar ot
inachumbo.
Éfazendoentãoum outropercur
so,
queenfim chegohoje
aosombr i
oconfor
todomeudest i
no.

Opr of
undoconflito:
onossohumanoqueomundonãodei xasenti
r.
Coraçãoquenãopodesangrar
,apenassor
ri
r.
Massor r
irdeafli
toéapenasaf
ebredoenfermo.
Refleteum mundodoente:omundoem grit
o.

Rápidovaiparaaioga.
Ouvaipraigrejadaféem voga.
Oupar aqualqueroutradroga
al
ienantedavisãodanecessidadepremente
depessoasque( sobre)vi
vem i
nvi
si
velment
e

Olhevocêpar aolado,por r
a!
Ajudeasal mascarentes!
Olhepar aoladooumor r
a
valor
izandooseuf el
izvazio
deum pr opósi
toapenasl atent
e.

65
CONVERSASDI
FÍCEI
S
Vi
tór
iaLi
ma&Fer
nandaChar
ret

àst
rêsdatar
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66
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67
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FábioLuí sGaspar ell
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a.A FaziaPoesiaé a pias pol í
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cas; em t empos de
poesia.
AFaziaPoesia;assi
m mesmo, recomendação par a não beij
ar,não
nofeminino. abraçar,não cumpr i
ment ar,não se
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ar,nãosairdecasa, nãoviaj
ar,
Cri
ada em 25 de mar ço de 2016,a etc,aindanosr estaaopor tuni
dadee
Fazi
a Poesiajáreuniu maisde 400 aliberdadedal eit
uraedaescr i
ta.
poetas e ultr
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harde
postagenscom cunhopoét i
co.Atual
- Nósacr edi
tamosnoespí r
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ocolabo-
ment e,com maisde1 00poet asem rat
ivo,noespíri
todauniãoedapar -
suaequi pe,
aFazi
aPoesiaé, orgul
ho- ceri
a.Acredit
amosquesozi nhosnão
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cação de chegaremosal ugarnenhum.
poesia contemporânea do Medi um
em por t
uguês. Poesiaépossibil
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municação.A poesi a é necessári
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Uma vez por ano,at uali
zamos a porquealeitur
aéum di rei
to;porque
nossaequi pe de poet asat r
avésde apoesiaér esist
ência.Nósfazemos
umachamadapúbl icaafim desel e- poesiaporqueamamosapoesi a.
ci
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nhadas com o per filedi t
ori
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FaziaPoesia.Em suma,nossaequi pe
é uma mi stura boa de cul t
ura,ex-
periênci
aeconheci ment o,com pes-
soasdei dadesvar i
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ste,senãoporum
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71
•AimêSt efanyAl vesdaFons eca• AlexZani •
• AnaCMour a• AnaRaquel Mendes•
•Andr éEduar dodePaul aFr eitas• Angel i
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•BagaDef ent e• Bár baraPi az zadosRei s•
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nedaCos ta• Deni seMal iskaGui mar ães•
•ElderMal aqui asdosSant os• Fabi anoGui mar ãesCos t
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•FábioLuí sGas par ell
oMar colino• FelipeMor eno•

FernandaCar dos oChar r
et• Gabr i
el Ber nar doMachadodaSi lva•
•Gabr iel Fari
adaCos t
a• GeovanaDeMor ai
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•HuggoI ora• ÍsisCunhaOl i
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JessicaMayar aWol fart• JonasÍ carodoNas ci
ment oLemos•
•Joneds onCos taRi os• JoséTadeuGobbi •
•JoseildoHenr iquedaConcei ção• Kar i
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KauêSeoaneSouz a• Mar aVanes saTor resdeMenez esFederico•
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•RebecaCas al Leite• RicardoCunhaCos ta•
•Rodr igoGol dacker• SofiaLagauche•
•TayaraCaus anilhas• TulioHenr iqueGomesdaSi l
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•Vantui rBechmannSal danha• VictóriaKubi aki •
•Vi
ní ciusMas s adCas tro• VitóriaLi maCol ares•

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