Você está na página 1de 3

Dirty Love (ou sócio-solitária noite besta) por bagadefente

Dirty Love (ou sócio-solitária noite besta)

IV
então eu olho para o lado
& vejo o velho Tom &
sua eterna lágrima negra
pendendo sob seu
olho esquerdo

eu olho para seus olhos


com carinho
ele olha nos meus olhos
com ternura

(dizem
que jamais se deve encarar
um cão no fundo dos
olhos mas essa troca de
olhares fez valer minha
sócio-solitária noite besta)

III
quanto mais a lua
cresce mais para fora
ela me expele calço
botinas desgastadas que
tanto já me acompanharam
lama
lá fora chove (aqui
dentro também chove mas
isso é outra estória mas)
as ruas estão molhadas a
terra úmida

nada.art.br
Dirty Love (ou sócio-solitária noite besta) por bagadefente

poças

é sexta-feira killing
me softly with her song

II
me dá?
o q?
seu sujo amor =)
pq vc é assim tão lindo?
sabe qual a vantagem de um amor sujo?
qual?
vc pode chutar ele na sarjeta
abandoná-lo numa lata de
lixo fedida & embolorenta
vc pode até rolar ele na lama
que ele continuará lindo

I
então caminhando de
volta pra casa eu me
lembro de um poema
que escrevi há mais de
dez anos que terminava
mais ou menos assim:

corro perplexo pelos campos


devoro as almas que encontro
torturo palavras em minha mente
solto os freios que me prendem
cacarejo quando nasce a lua
discorro sobre as cataratas:
amo

nada.art.br
Dirty Love (ou sócio-solitária noite besta) por bagadefente

no desconcerto do
mundo

(faltavam 3 dias para a lua cheia


— agora não falta mais)

nada.art.br

Você também pode gostar