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APLICATIVO(APP) PARA A GESTÃO DO DESCARTE DE RESÍDUOS

SÓLIDOS

APPLICATION (APP) FOR THE MANAGEMENT OF DISPOSAL OF SOLID


WASTE

Joel Baia da Silva1


Murilo de Oliveira Araújo2
Alexandre Coelho Santos3

Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de aplicativo para dispositivos
eletrônicos móveis, que ajude os moradores da Grande Vitória, Espírito Santo no descarte e
tratamento dos resíduos sólidos tipo Classe I. Inicialmente foi elaborado uma pesquisa bibliográfica,
na sequência foi levantado os tipos de resíduos e componentes eletrônicos, em seguida os locais de
coleta dos resíduos na região da Grande Vitória/ES, uma pesquisa sobre as linguagens de
programação para cada ambiente nas quais será construído o aplicativo para testes e por último, uma
análise de viabilidade dos resultados. Após o cumprimento destas etapas, espera-se que o aplicativo
promova uma conscientização na população para fazer o descarte correto dos resíduos sólidos em
seus respectivos pontos espalhados pela cidade. Desta forma contribuindo para melhorar e preservar
o meio ambiente, e consequentemente gerando menos gastos governamentais para lidar com este
tipo de problema, fazendo com que esse dinheiro possa ser redirecionado para outras áreas, a
exemplo da educação, saúde e segurança.

Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável, Gerenciamento resíduos sólidos, lixo eletrônico e


Protótipo de aplicativo.

Abstract: This work aims to present a proposal for an application for mobile electronic devices, which
helps the residents of Grande Vitória, Espírito Santo in the disposal and treatment of Class I solid
waste. Initially, a bibliographic research was elaborated. waste and electronic components, then the
waste collection sites in the Greater Vitória / ES region, another survey on the programming
languages for each environment in which the application for tests will be built and, finally, an analysis
of the results viability . After completing these steps, it is expected that the application promotes
awareness among the population to correctly dispose of solid waste at their respective points
throughout the city. In this way contributing to improve and preserve the environment. And
consequently generating less government spending to deal with this type of problem, making it
possible for this money to be redirected to other areas, such as education, health and safety.

Keywords: Sustainable development, Solid waste management, Environmental legislation,


Application prototype and electronic waste.

1 INTRODUÇÃO

1
Joel Baia da Silva, joelbaiadasilva@gmail.com
2
Murilo de Oliveira Araújo, muriloaraujo11@hotmail.com
3
Alexandre Coelho Santos, alexandre.coelho@estacio.br
A população mundial vem aumentando de forma acelerada, haja vista que já
ultrapassa a marca dos sete bilhões, num crescimento de dois bilhões em apenas 25
anos. Com isso a sociedade em que vivemos tornou-se mais consumista, onde se
produz mais, se consome mais e, por consequência geram-se mais resíduos. Estes
resíduos quando coletados ou descartados de forma inadequada, trazem relevantes
transformações negativas ambientais, que têm se tornado um dos maiores desafios
do planeta (GODECKE E SGADERLA, 2012).

Esta situação contribuiu para a degradação do meio onde vivemos, e uma


gestão correta dos resíduos ganhou destaque do ponto de vista ambiental e de
saúde pública. No Brasil e em outros países em desenvolvimento as técnicas de
produção mais limpa e gerenciamento de resíduos sólidos aparecem como uma das
alternativas para soluções aos problemas ambientais.

Em 2010, foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº


12.305/2010, que reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes,
metas e ações adotadas pelo Governo Federal, com vistas à gestão integrada e ao
gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos.

De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e


Resíduos Especiais (ABRELPE, 2019) em 2018 o Brasil produziu 79.000.000 de
toneladas de lixo, dos quais 40% desse total foram para lixões ou aterros
inadequados.

A tecnologia trouxe grandes conquistas para a humanidade, a partir do


avanço do conhecimento científico, mas também exponenciou a fabricação de
aparelhos eletroeletrônicos. Atualmente as pessoas passam muito tempo
conectadas aos computadores, tablets, celulares ou mesmo em frente aos seus
televisores, e os lares são repletos de aparelhos modernos que desempenham
atividades que facilitam a vida das pessoas. Porém são máquinas que sofrem danos
físicos, ficam obsoletas e são descartadas, e na maioria das vezes trocadas por
outras com tecnologias mais avançadas.

Além disso, os aparelhos tecnológicos são produzidos, em sua maioria, com a


utilização de matérias primas retirados da natureza, ou seja, de fontes esgotáveis.
Esses aparelhos quando não descartados adequadamente polui o meio ambiente,
estes fatos indicam que tecnologia e desenvolvimento sustentável deveriam andar
lado a lado, mas sabe-se que isto não acontece. Inúmeros equipamentos, máquinas,
peças e resíduos sólidos são descartados no meio ambiente, quando poderiam ser
reciclados e/ou reutilizados.

Algumas empresas já desenvolvem programas de logística reversa ou de


descarte consciente, assim ficam responsáveis por seus resíduos sólidos ou
tecnológicos. No Brasil, foi sancionada a Lei nº 12.305/2010 que trata da Política
Nacional de Resíduos Sólidos, mas nem toda a população brasileira conhece a lei, e
não há uma cobrança rigorosa sobre o descarte de produtos eletrônicos em todo o
território nacional.

Os resíduos sólidos, quando destinados de forma inadequada produzem


grandes impactos ambientais, causando poluição das águas superficiais e
subterrâneas, contaminação dos solos e do ar e a proliferação de doenças; não
constituem somente um problema de ordem estética, mas representam também uma
séria ameaça ao homem e ao meio ambiente, diminuindo consideravelmente os
espaços úteis disponíveis (TENÓRIO; ESPINOSA, 2004; SCHALCH et al., 2002).

Entretanto, os resíduos sólidos quando destinados adequadamente


apresentam extrema importância no que se refere a qualidade de vida dos
indivíduos na sociedade e redução aos riscos à saúde pública. O tratamento nunca
constitui um sistema de destinação final completo ou definitivo, pois sempre há um
remanescente inaproveitável. As vantagens decorrentes dessas ações, tornam-se
mais claras após o equacionamento dos sistemas de manejo e de destinação final
dos resíduos (SCHALCH et al., 2002).

O objetivo geral deste trabalho é apresentar uma proposta de um aplicativo


para dispositivos móveis, como por exemplo celulares, tablets, smartwatch, que visa
facilitar a vida do usuário na hora de escolher o destino correto para descartar o seu
resíduo. Isso se dará através de uma investigação e conhecimento dos locais de
coleta e descarte de eletroeletrônicos na cidade de Vitória – ES, da identificação dos
pontos de coleta seletiva e reciclagem na cidade e na identificação, classificação e
levantamento da quantidade de tipos de resíduos sólidos existente na cidade.

2 CONCEITUALIZAÇÃO TEÓRICA
2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, 2010) em


seu art. 3º, inc. XVI, define resíduos sólidos como:

[...] material, substância, objeto ou bem descartados resultantes de


atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se
propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou
semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível
(BRASIL,2010).

Agora, como bem de utilidade pública, os resíduos sólidos se apresentam


com valores econômicos, ambientais e sociais. O reaproveitamento desses materiais
no próprio processo produtivo, ou como matéria-prima para novos produtos, garante
benefício a todos os envolvidos: os recursos naturais renováveis e não renováveis,
as cooperativas de materiais reutilizáveis e recicláveis e os fabricantes de novos
produtos.

2.2 A PROBLEMÁTICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Segundo Cunha (2016), o lixo durante muito tempo não recebeu muitos
recursos, já que as prioridades sempre foram o abastecimento de água e o
tratamento do esgoto. Porém, nos últimos anos o panorama da destinação dos
resíduos veio mudando principalmente com a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
criada pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010.

A importância que vem sendo dada ao descarte correto de resíduos sólidos é


consequência dos aspectos ligados à veiculação de doenças e, portanto, à saúde
pública; a contaminação de cursos d'água e lençóis freáticos, na abordagem
ambiental. A coleta, o tratamento e a disposição final dos resíduos sólidos,
entretanto, constituem-se ainda como sendo um dos grandes problemas das cidades
brasileiras.

2.3 CLASSIFICAÇAO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Considerando a PNRS e a Associação Brasileira de Normas Técnicas


(ABNT), seguem abaixo conceitos acerca da periculosidade e da origem dos
resíduos conforme a NBR 10004 (ABNT, 2004, p.71):
Classe I – Resíduos Perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde
pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em
função de suas caraterísticas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade e patogenicidade. Como exemplo, tem-se os radioativos,
inflamáveis, com risco químico, infectantes, etc.

Classe IIA – Resíduos Não Inertes: são os que podem ter propriedades tais
como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. Os
resíduos domésticos são exemplo dessa Classe.

Classe IIB – Resíduos Inertes: são aqueles que, submetidos a um contato


estático ou dinâmico com a água destilada ou deionizada, à temperatura
ambiente, não têm nenhum de seus componentes solubilizados em
concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. A exemplo,
tem-se os resíduos de construção civil.

2.4 GESTÃO E GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS

A PNRS (2010) conceitua gestão integrada de resíduos sólidos como o

[...] conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos


sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental,
cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento
sustentável (BRASIL, 2010).

Já o gerenciamento de resíduos sólidos é definido na mesma lei da PNRS


(2010) como:
[...] conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de
coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente
adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada
dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de
resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos
(BRASIL, 2010).

O gerenciamento ambiental promovido por uma organização traz:


conhecimento exato da situação, segurança no cumprimento da legislação, controle
e tratamento das emissões para o meio ambiente; mecanismos e programas de
melhoria contínua da atuação ambiental, minimização de impactos; melhoria na
imagem e prestígio frente a colaboradores, administração e sociedade em geral,
além da economia de recursos financeiros no controle de gastos e análise de
desperdício. (FRANKENBERG, 2000).
2.5 LEGISLAÇÃO

Muitas determinações legais surgiram com a conscientização de preservação


ambiental, sendo estas fundamentais para haver uniformidade de conceitos, e
consequentemente, cumprimento por parte de todos cidadãos e empresas. O
primeiro registro oficial relatando a necessidade de preservar o meio ambiente foi na
constituição federal de 1988 e desde então, resoluções, portarias e leis foram
criadas para aumentar o controle ambiental diante da ação humana com o
crescimento populacional e industrial (BIDONE, 2010).

2.5.1 Leis Federais

Algumas leis e resoluções foram criadas para classificar e identificar os


resíduos, bem como determinar os meios proibidos e os recomendados para
tratamento.

- Lei federal 2.312, de 1954, estabelece que a coleta, transporte e destino final dos
resíduos devem ocorrer em condições que não provoquem inconvenientes à saúde
e ao bem-estar público (BRASIL, 1954).

- Lei 12.305, de 2010, estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL,


2010).

- Lei 9.605, de 1998, trata de crimes ambientais (BRASIL, 1998).

2.5.2 Resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA)

A gestão de resíduos tem como base as resoluções do CONAMA, nas quais


constam exigências e instruções importantes para os geradores de resíduos
administrarem adequadamente a destinação desses.

Diversas dessas resoluções orientaram o presente trabalho, são elas:

- Resolução CONAMA 002, de 22-08-1991, dispõe sobre o destino final de cargas


deterioradas, contaminadas, fora de especificação ou abandonadas (CONAMA,
1991).

- Resolução CONAMA 307, de 17-07-2002, estabelece diretrizes, critérios e


procedimentos para a gestão de resíduos da construção civil (CONAMA, 2002).
- Resolução CONAMA 401, de 04-11-2008, estabelece os critérios e padrões para a
gestão ambientalmente adequada (CONAMA, 2008).

2.5.3 Legislação Estadual

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEAMA) e o


Instituto de Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) do Espirito
Santo, instituiu diversas instruções normativa para aumentar a fiscalização e o
controle ambiental, podendo ser conferido abaixo:

- Instrução normativa 006, de 13-01-2005, tem como objetivo a fiscalização e o


licenciamento ambiental dos sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos
urbanos e da construção civil dos municípios (IEMA, 2005).

2.6 LIXO ELETRÔNICO

Natume e Sant’Anna (2011) afirmam que estudos realizados com a população


mundial, em média um indivíduo produz 1 kg a 1,5 kg de lixo por dia. Em meio a
essa exagerada quantidade produzida e descartada pelas pessoas, um tipo de
material específico merece mais atenção, pela sua alta capacidade de contaminação
e periculosidade ao meio ambiente, são os chamados Resíduos de Equipamentos
Elétricos e Eletrônicos (REEE), também conhecidos como e-lixo ou lixo eletrônico.

Doyle (2007), citado por Natume e Sant’Anna (2011), apresenta dados que
indicam a desenfreada produção de lixo eletrônico em todo o mundo, atingindo a
marca de 40 milhões de toneladas por ano. A maioria oriundo de componentes
elétricos e eletrônicos. Considerados uma categoria de lixo com maior crescimento
no mundo,

Segundo informações do Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de


Informática (CEDIR), aparelhos que contém baterias, placas eletrônicas e fios
possuem algum material contaminante, e esse tipo de material é acumulativo, e
causa danos ao meio ambiente e à saúde humana, animal e vegetal.

De acordo com a empresa Italiana Geodis Logistics, 94% dos componentes


do computador podem ser reaproveitados, já que 40% do computador é plástico,
37% formado por metais, também incluso nesta lista de metais os metais nobres, 5%
de dispositivos eletrônicos, 1% de borracha e 17% de outros materiais diversos
(BONASSINA; GLITZ; PASCOAL, 2006).

A legislação brasileira conta com a Lei nº 12.305/2010, para regulamentar a


situação dos resíduos sólidos, e nela consta no art. 33, que os fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes são obrigados a estruturar e
implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o
uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e
de manejo dos resíduos sólidos.

O inciso II, cita pilhas e baterias e o VI, produtos eletroeletrônicos e seus


componentes.

§ 5º Os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a devolução aos


fabricantes ou aos importadores dos produtos e embalagens reunidos ou
devolvidos na forma dos §§ 3º e 4º. § 6º Os fabricantes e os importadores
darão destinação ambientalmente adequada aos produtos e às embalagens
reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito encaminhado para a disposição final
ambientalmente adequada, na forma estabelecida pelo órgão competente
do Sisnama e, se houver, pelo plano municipal de gestão integrada de
resíduos sólidos (BRASIL, 2010).

2.6.1 Reciclagem do Lixo Computacional


Para Calvão (2009), muito se ouve falar em reciclagem de componentes
eletrônicos, mas é preciso entender que este não é um processo simples. Sabe-se
que grande parte dos resíduos provenientes do lixo eletrônico é reciclável. Por
exemplo, o alumínio, o ferro, o cobre e até mesmo o ouro podem ser extraídos dos
computadores velhos e reutilizados em modelos novos, mas são mínimos os países
que têm o domínio desta tecnologia de separação destes materiais.

Segundo Calvão (2009), o que acaba por acontecer na prática é que a


reciclagem está atrelada a finalidade de obter. Quase todo material de lixo eletrônico
proveniente dos EUA é enviado para o terceiro mundo, para a separação de
componentes que contém metais nobres.

2.6.2 Composição do Material Reciclado

A grande parte dos materiais usados na construção de um computador pode


ser recuperada no processo de reciclagem para uso futuro. Como exemplo o latão,
ferro, alumínio e diversos tipos de plásticos – todos estes materiais existentes em
computadores obsoletos – a reciclagem pode reduzir o custo de construção de
outros computadores. Além disso, os materiais existentes no hardware
frequentemente contêm materiais valiosos. Em contrapartida vem com uma gama de
substâncias tóxicas como as dioxinas, policlorobifenilos (PCBs), cádmio, crômio,
isótopos radioativos e mercúrio.

2.7 PLATAFORMA PARA DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVO

App Inventor criado e mantido pelo Massachussets Institute of Technology


(MIT), USA, que nos últimos anos concentrou esforços a aplicativos educacionais,
baseados na codificação em blocos, que possibilita a aprendizagem de conceitos
elementares de programação ocorra de forma significativa, uma vez que os
conceitos são trabalhados de modo intuitivo e motivador. A plataforma fornece a
possibilidade dos profissionais e estudantes praticarem conceitos de algoritmos para
elaborarem aplicativos que serão utilizados em seus dispositivos móveis.

Ele permite que o usuário conecte o smartphone ao computador e, à medida


que a aplicação vai sendo construída, acompanhe as modificações, testando no
dispositivo em tempo real e recebendo um feedback imediato. Através disso, o aluno
pode aprimorar suas percepções de lógicas de programação e observar se as ações
executadas ocorreram conforme desejado.

O mesmo dispõe de um site, que contém diversas informações sobre a


plataforma. As informações estão organizadas em tutoriais de aprendizado e
técnicas de ensino de programação para professores e fóruns de discussão, blogs,
notícias e eventos relacionados à utilização da plataforma em todo o mundo.

3 METODOLOGIA

A metodologia adotada será caracterizada primeiramente por uma pesquisa


bibliográfica exploratória, descritiva e explicativa. Será feito este levantamento
bibliográfico sobre resíduos eletrônicos, junto aos órgãos competentes da Grande
Vitória, Espírito Santo. Esse levantamento, será uma etapa primordial para o início
do nosso trabalho, que terá como base a quantificação e especificação dos resíduos
predominantes, os pontos de coletas seletivas, pontos de coletas de resíduos
especiais, informações sobre depósitos, cooperativas, pontos de coletas de
materiais, tratamento, acondicionamento, segregação e destinação final para as
diferentes classes de resíduos, identificação dos transportadores e destinadores. Em
seguida as informações coletadas serão transferidas para o banco de dados do
aplicativo.

3.1 DESCRIÇÃO DA PLATAFORMA PARA DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVO

Para este trabalho serão realizadas pesquisas de ambientes disponíveis para


construção de um aplicativo, a identificação de qual ou quais plataformas são
convenientes para o desenvolvimento do aplicativo. Identificando a linguagem mais
adequada para cada tipo de ambiente escolhido, assim com aparências e aspectos
de interface do aplicativo.

O aplicativo será construído e codificado em blocos, por ser uma maneira fácil
e rápida de desenvolvimento para pequenos projetos. Para a criação da interface
gráfica e dos códigos, será utilizado o App inventor. O App inventor possui um
ambiente de desenvolvimento completo, bastando apenas que o computador esteja
conectado à internet, sendo sua implementação totalmente feita através do
navegador web.

3.2 BANCO DE DADOS

Para o armazenamento dos dados, será utilizado o sistema de gerenciamento


de banco de dados (SGBD) mysql 5.5, que é gratuito e livre, utilizando o
PHPMyAdmin. Por se tratar de uma proposta de aplicativo desenvolvido no campo
acadêmico, não seria viável a utilização de um SGBD comercial, o que aumentaria o
custo do produto final.

3.3 LINGUAGENS WEB

A proposta de linguagem é a PHP por ser gratuito. Distribuído sobre uma


licença em que usuários não precisam publicar seus códigos e sua boa
adaptabilidade com as demais linguagens e bancos de dados. Juntamente com o
HTML que é utilizado por ser uma linguagem na construção de páginas web.

3.4 IMAGENS E ÍCONES

As imagens utilizadas como planos de fundo para o aplicativo será buscadas


através da ferramenta de buscas Google imagens, na qual em ferramentas de
pesquisas, direitos de uso, é selecionado as imagens marcadas para reutilização
não comercial, ou seja, são imagens permitidas para a utilização e modificação,
desde que fora do uso comercial (creative commons).

3.5 BLOGGER

Essa ferramenta é proposta devido a sua facilidade de criar e armazenar os


conteúdos, postando na rede, em servidores da Google, com a vantagem de poder
ter um domínio registrado e gratuito. Sua fácil utilização tanto por iniciantes, quanto
por profissionais, permite a criação e edição de materiais de maneira rápida e
satisfatória.

3.6 GOOGLE MAPS

Para a visualização dos locais de descarte na cidade de Vitória/ES, foi


escolhido o uso da ferramenta da Google, por ser de fácil utilização e confiável para
a finalidade pretendida neste trabalho.

3.7 MÉTODO

Na elaboração de um software, é importante percorrer uma série de passos


previsíveis (um protocolo) que resulte num trabalho de alta qualidade. Quando este
produto é um software, tal roteiro é denominado “processo de software”, que produz
uma variedade de programas, documentos e dados, e que nos fornece estabilidade,
controle e organização no seu desenvolvimento (PRESSMAN, 2002). Na sequência
será apresentado o processo utilizado no desenvolvimento desta ferramenta, o Open
UP.

3.7.1 Open Up ou Processo unificado aberto

O Open UP (Processo unificado aberto), teve sua criação com o propósito de


ser uma versão ágil, por este motivo foi proposto neste trabalho. Estando em
conformidade com os princípios do Manifesto do Desenvolvimento de Software Ágil,
por ser um processo de modo iterativo e incremental não necessita muito trabalho e
documentação. O Open UP (Figura 1) é um processo considerado Mínimo,
Completo e Extensível, valorizando a colaboração entre a equipe e os benefícios
aos interessados ao invés da formalidade e entregáveis desnecessários.
Figura 1- Modelo de estrutura do método Open UP

Fonte: http://open2up.blogspot.com.br/

O ciclo de vida do projeto é dividido em quatro fases:

1. Iniciação - fase em que se enfatiza o processo de análise de negócios e


análise de requisitos, dando ênfase menor a arquitetura e implementação;

2. Elaboração - fase em que se enfatiza o processo de desenvolvimento da


análise arquitetural da solução proposta;

3. Construção - fase em que se enfatiza o processo de implementação da


solução proposta, bem como, testes e integração;

4. Transição - fase em que se enfatiza o processo de implantação do release,


com importante foco na realização do teste beta e reconfiguração necessária do
sistema, além de foco no processo de treinamento do usuário e conversão dos
dados legados.

4 RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se com a proposta desse aplicativo, gerar um impacto positivo,


diminuindo e/ou eliminando a quantidade de resíduos de Classe I descartados no
meio ambiente na região da Grande Vitória.

Um impacto científico e social positivo também é expectável, por


visualizarmos um aplicativo com conceito de fácil utilização e praticidade na sua
utilização. Com a criação do aplicativo, é provável que mais pessoas pesquisem
mais sobre esta área e motivem-se a criar aplicativos semelhantes que ajudem a
solucionar ou mitigar um dos maiores problemas ambientais no estado e em outras
regiões do país. Por isso, é válido dizer que essa pesquisa é um motor primário que
pode dar movimento a outras séries de inovações tecnológicas que poderão também
vir a contribuir com a preservação do meio ambiente.

Esperamos que este aplicativo traga uma maior conscientização as pessoas


para realizar o descarte dos resíduos sólidos e lixos eletrônicos em locais corretos.
Pois com esta ferramenta, poderão encontrar os pontos de descarte de maneira
descomplicada e prática. Já que atualmente as únicas alternativas para o descarte
de lixos de Classe I são os pontos de coleta na cidade, e são feitos através de
agendamentos telefônicos, um método pouco conhecido pelos moradores em geral.

Nessa perspectiva, o aplicativo pode gerar impactos econômicos indiretos,


visto que existirá menos resíduos tóxicos de Classe I sendo descartados em meio
ambiente. Paralelamente haverá menos gastos governamentais para lidar com este
tipo de problema, fazendo com que esse dinheiro possa ser redirecionado para
outras áreas, a exemplo da educação e outros ramos de necessidades mais
urgentes como saúde e segurança.

Com o aplicativo temos a intenção de não o transformar apenas mais um


método de descarte, mas sim para ser um método inclusivo, já que nos tempos de
hoje os smartphones são ferramentas utilizadas por todos. Além de ser inclusivo
esperamos um aplicativo prático, para que possamos reduz os custos da população
com descarte de lixo Classe I, haja vista que a população, no geral, tem mais acesso
à internet, já que o usuário pode marcar o descarte dos resíduos no conforto de
casa, utilizando apenas o celular. Além do mais, o aplicativo pode ser vendido para
empresas locais, já que é uma alternativa sustentável para o meio ambiente e isto
também pode gerar uma imagem positiva da empresa.

5 CONCLUSÕES FINAIS

Durante a realização deste trabalho, o artigo se limitou a apresentar a


proposta de um projeto de aplicativo que auxiliasse no descarte correto de resíduos
sólidos e incentivasse o ato da coleta seletiva. O objetivo inicial foi alcançado com a
ideia do aplicativo que auxiliará no incentivo a boas práticas, mas ressalta-se que
este ainda é passível de testes de ferramentas para a criação do APP. Finda-se esta
etapa com a sensação de que, ainda que pequeno, foi dado mais um passo para
uma melhor gestão dos resíduos sólidos em Vitória/ES, e que um número maior de
pessoas ficarão conhecendo e inteirados sobre a questão da coleta seletiva visto a
existência da ferramenta tecnológica que irá auxiliar com esta prática.

6 REFERÊNCIAS

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ESPECIAIS. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2018/2019. ABRELPE:
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