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01’momento 02’sempre: 03’uma loucura de anjo, 4.

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uma espécie de céu, 4.43 o espaço vazio, 5.17 (Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa)
(Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa) (Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa)
E de repente
Uma espécie de céu, Deixei as palavras A porta abriu-se,
Um pedaço de mar, Devorar-me os segredos, O mar entrou
Uma mão que doeu, Abracei a cidade Quando eu te disse: «Louco...».
Um dia devagar. E prendi-a entre os dedos. E num instante
Um Domingo perfeito, Cansei-me das ruas, O mundo pára,
Uma toalha no chão, Das luzes de prata, O sono agarra
Um caminho cansado, Escondi-me nas portas Os teus passos de Anjo,
Um traço de avião. Em vertigens de faca. Como se fossem silêncio,
Abri as janelas Os teus passos de Anjo.
Uma sombra sozinha, Sobre praças divinas,
Uma luz inquieta, E fechei-te nos braços E num momento
Um desvio na rua, Sob a luz das cortinas. Invento histórias,
Uma voz de poeta. Mergulhei no abismo Conto mentiras
De um olhar tão urgente, Já sem memória.
Uma garrafa vazia, E beijei-te sem pressa E só o sangue
Um cinzeiro apagado, Pedindo-te o sempre. Esconde as palavras
Um Hotel numa esquina, Que o sono empurra para
Um sono acordado. A vida é só este espaço vazio, Os teus dedos de Anjo,
Um secreto adeus, Um instante demente Como se fossem segredo,
Um café a fechar, Entre as margens de um rio. Os teus dedos de Anjo.
Um aviso na porta, Pedaço de tempo,
Um bilhete no ar. mentiras eternas, Adormeces então devagar,
Uma névoa de gente E nos teus braços
Uma praça aberta, De esperanças pequenas. Há sempre lugar.
Uma rua perdida, Deito-te comigo neste chão,
Uma noite encantada Foi então que sonhei Sinto que respiram
Para o resto da vida. Que não tinhas partido, Por entre as mãos
Que as mãos eram céu Os teus olhos de Anjo,
Pedes-me o momento, E as noites comigo. Como se fossem eternos,
Agarras as palavras, Acordei num abraço Os teus olhos de Anjo,
Escondes-te no tempo Sereno de ti, Os teus olhos de Anjo.
Porque o tempo tem asas. E foi preso no nada
Levas a cidade Que no sonho morri. A cada minuto
Solta no cabelo, Disseste que o quarto O tempo foge,
Perdes-te comigo Te fugia das mãos, Quero dizer-te
Porque o mundo é um momento. Eu perdi-me no medo Que não demores.
Que tivesses razão. Rimos os dois,
Uma estrada infinita, Mata-me a saudade Como quem ri da tristeza,
Um anúncio discreto, Agarra-me para sempre… Em cada abraço
Uma curva fechada, A vida é só este espaço vazio, Uma loucura de Anjo,
Um poema deserto. Um instante demente Como se fosse sagrada,
Uma cidade distante, Entre as margens de um rio. Uma loucura de Anjo.
Um vestido molhado, Pedaço de tempo,
Uma chuva divina, mentiras eternas, Por essa estrada
Um desejo apertado. Uma névoa de gente Não vejo o chão,
De esperanças pequenas. Vejo que a noite
Uma noite esquecida, Cresce na mão.
Uma praia qualquer, E se isso é céu,
Um suspiro escondido E estrelas do mar,
Numa pele de mulher. Então sou teu
Nesse choro de Anjo,
Um encontro em segredo, Como se fosse secreto,
Uma duna ancorada, Esse teu choro de Anjo.
Dois corpos despidos,
Abraçados no nada. Adormeces então devagar,
Uma estrela cadente, E nos teus braços
Um olhar que se afasta, Há sempre lugar.
Um choro escondido Deito-te comigo neste chão,
Quando um beijo não basta. Sinto que respiram
Por entre as mãos
Um semáforo aberto, Os teus olhos de Anjo,
Um adeus para sempre, Como se fossem eternos,
Uma ferida que dói, Os teus olhos de Anjo,
Não por fora, por dentro. Os teus dedos de Anjo,
Como se fossem silêncio
Pedes-me o momento, Os teus passos de Anjo,
Agarras as palavras, Como se fossem sagrados,
Escondes-te no tempo Nesse teu choro de Anjo,
Porque o tempo tem asas. Como se fosse secreto...
Levas a cidade
Solta no cabelo,
Perdes-te comigo
Porque o mundo é um momento.
04’diabo no corpo, 4.18 06’tu não sabes, 4.10
(Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa) 05’deixas em mim (Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa)
tanto de ti, 3.55
Corpo, (Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa) Tu não sabes
Como um mapa sagrado, Quanto tempo vais poder
A noite não tem braços
Em ti desenho o pecado. Dizer: «Este sou eu»,
Que te impeçam de partir, Gritar que o chão é teu,
Escrevo o mundo no meu Nas sombras do meu quarto
Corpo, Tu não sabes,
Há mil sonhos por cumprir. Que o céu chama por ti,
Com um toque divino,
Faço da pele o destino. Quando à noite te sorri,
Não sei quanto tempo fomos, Quando as pétalas se abrem
Sente nas mãos este meu Nem sei se te trago em mim,
Corpo, Só por si,
Sei do vento onde te invento, assim. Tu não sabes.
Uma estátua ardente, Não sei se é luz da manhã,
E a cada toque teu, Tu não sabes
Nem sei o que resta em nós, Quanto tempo irás pedir
Sei das ruas que corremos sós, Quando o sangue te fugir,
Até a passerelle devagar Porque tu,
Se vai abrir por ti, Quando o punho se fechar
E toda a música que ouvires Sobre ti,
Deixas em mim Tu não sabes,
Irá ser por existires Tanto de ti,
Sempre que digo: Que o sonho não morreu
Matam-me os dias, Quando o beijo se perdeu,
As mãos vazias de ti. Que a manhã não acabou
Uhuuu, tenho o Diabo no Corpo,
Uhuuu, tenho o Diabo no Corpo. Só por nós,
A estrada ainda é longa, Tu não sabes.
Cem quilómetros de chão,
Leva o meu Quando a espera não tem fim,
Corpo, Que palavras vais usar
Há distâncias sem perdão. Quando o sono não vier,
Por um momento eterno,
Fazes-me a vida um inferno. Quando a noite te disser:
Não sei quanto tempo fomos, «Vem comigo».
Escondo um louco no meu Nem sei se te trago em mim,
Corpo, Que loucura irás dizer
Sei do vento onde te invento, assim. Quando a mão que te apertar
Um infinito prazer, Não sei se é luz da manhã,
Por isso: «Qu’est-ce qu’on va faire?». Te pedir para ficares
Nem sei o que resta em nós, Só mais um dia,
Só tenho tempo para o meu Sei das ruas que corremos sós,
Corpo, Tu não sabes,
Porque tu, Tu não sabes,
Como uma sombra inquieta,
E nessa voz discreta, Tu não sabes.
Deixas em mim
Tanto de ti, Tu não sabes
Até a passerelle devagar Matam-me os dias,
Se vai abrir por ti, Quantos rios se vão deter,
As mãos vazias de ti. Quantos olhos vão beber
E toda a música que ouvires
Irá ser por existires Nas palavras que colaste
Navegas escondida, Junto ao peito,
Sempre que digo: Perdes nas mãos o meu corpo, Tu não sabes,
Beijas-me um sopro de vida, Que os teus dedos são já meus,
Uhuuu, tenho o Diabo no Corpo, Como um barco abraça o porto.
Uhuuu, tenho o Diabo no Corpo. Que se vão fechar nos teus,
Quando os barcos se despedem
Porque tu, Na maré,
Deixas em mim Tu não sabes.
Tanto de ti,
Matam-me os dias, Que palavras vais usar
As mãos vazias de ti. Quando o sono não vier,
Quando a noite te disser:
«Vem comigo».
Que loucura irás dizer
Quando a mão que te apertar
Te pedir para ficares
Só mais um dia,
Tu não sabes,
Tu não sabes,
Tu não sabes,
Tu não sabes….
08’hoje é tudo 09’um mágico
07’mais uma noite ou nada, 3.41
(Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa)
no peito, 4.31
(Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa)
a vencer, 4.52
(Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa) Acordas longe de ninguém, Um dia tudo acaba
Sentes que ontem foste além, Sem perceberes porquê,
Partiu na madrugada,
Nas mãos um mundo que morreu, Num acorde de guitarra
Sem se deixar fazer canção.
Lá fora um outro que não é teu. Vês o mundo
De mão aberta se fez à estrada,
Na estrada o carro não parou, Mas ninguém te vê.
Traçando sonhos pelo chão.
Talvez alguém que não acreditou As sombras
«Nesta cidade faz sempre frio»
Que o corpo serve para voar, Que falam,
Disse o taxista que a apanhou,
Sempre que a dor se deixe amar Te ouvem
Sem reparar no olhar vazio
E dizem:
E no corpo que o habitou.
E dizes que hoje vais mudar de vida, «Eu sou a noite».
Mas só mais uma para te mostrar onde é a
Da janela vê-se
saída, Então sentes o frio
Um lugar bem melhor.
Duma qualquer cidade aberta,
Esta casa,
Que é Tudo ou Nada, Sabes que as ruas estão contigo,
Esta esquina,
Que hoje é Tudo ou Nada, Só o teu corpo está em parte incerta.
Ou seja onde fôr.
Que hoje é Tudo ou Nada, O vento
“Tenho que parar”- pensou,
Que hoje é Tudo ou Nada… Que gritas,
E tentou não dormir.
Mais alto
Os sonhos já são de papel, Que o nome,
Porque tudo o que queres
As noites um sonho cruel, Que o medo de ti...
É alguém para amar.
Em cada porta alguém ausente,
Uma sombra,
Um som distante, um céu diferente. Desenhos,
Um chão devagar.
O alcatrão a mil à hora, Desejos,
E tudo o que tens
Um instante que demora, Nos lábios,
É um nada a perder.
A luz corta como metal, No sangue
Um segredo,
A terra tem um sabor banal. Duma parede qualquer.
Mais uma noite a vencer.
E dizes que hoje vais mudar de vida, E sobre a mesa um mar fechado,
Mas só mais uma para te mostrar onde é a Uma aguarela feita de luz,
O silêncio louco da cidade
saída, Um passado nunca acabado,
Apanhou-a desprevenida.
Que é Tudo ou Nada, E um beijo que alguém depôs.
Entrou num bar em tons de roxo
Que hoje é Tudo ou Nada,
E no azul de uma bebida.
Que hoje é Tudo ou Nada,
Atravessou o rio
Que hoje é Tudo ou Nada… Palavras,
Uma última vez,
Traídas,
Pela ponte inexistente.
Que fogem
Foi encontrada junto ao cais,
E dizem:
Vestindo uma nudez diferente.
«Não me deixes nunca».
Agora já tens tempo
Aqui o tempo não é tempo,
Para rir das estrelas,
É só um chão que ninguém pisou,
Como gostavas
Trazes um louco no pensamento
E fazias com elas.
E um Verão que se eternizou..
E nos cinemas,
Estradas
Era a tua voz no ecrã.
Que soltas
Uma bandeira,
Dos olhos,
Uma maneira
Dos mundos
De beijares a manhã.
Que trazes em ti...
Porque tudo o que queres
Desenhos,
É alguém para amar.
Desejos,
Uma sombra,
Nos lábios,
Um chão devagar.
No sangue
E tudo o que tens
Duma parede qualquer.
É um nada a perder.
Um segredo,
Há um mágico
Mais uma noite a vencer.
Que não cabe nas tuas mãos,
Trá-lo no peito
Com a força do trovão.
E cada passo
É mais distante do que o que vês,
Talvez bastante,
Talvez discreto
Para mostrar quem tu és.

Mágico……..
10’outra noite 11’ eu não sei quem te perdeu, 3.10
12’ecos de uma asa
perfeita, 3.46 (Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa)
(Pedro Abrunhosa / Pedro Abrunhosa) que voa, 1.24
Quando veio, instrumental
Escondo-me noutra pele (Pedro Abrunhosa)
Mostrou-me as mãos vazias,
E passeio sem ninguém me ver, As mãos como os meus dias,
Acelero ao sinal vermelho Tão leves e banais.
E regresso para me perder. E pediu-me 13’sempre:
Os olhos na estrada, Que lhe levasse o medo, um instante demente , 4.14
O corpo no vazio, Eu disse-lhe um segredo: instrumental
Nas mãos um volante de fogo, (Pedro Abrunhosa)
«Não partas nunca mais».
E a cada néon um cigarro,
Um prazer demorado e longo. E dançou, 14’faixa multimédia
Rodou no chão molhado, inclui:
Põe o teu corpo perto de mim, Num beijo apertado — apresentação
Deixa que o chão nos engula a sombra, — curta-metragem "Momento"
De barco contra o cais.
realizada por Manoel de Oliveira
Não pode haver engano num momento assim,
— letras
E de repente a tua voz na minha: E uma asa voa — fotografias
A cada beijo teu, — créditos
Noite perfeita, Esta noite
Tu és perfeita. Sou dono do céu,
Noite perfeita, E eu não sei quem te perdeu.
Tu és perfeita.
(Sempre te soube perfeita). Abraçou-me
Como se abraça o tempo,
Aperto o deserto nos dedos A vida num momento
Como se fosses um corpo de areia, Em gestos nunca iguais.
Ao longe os comboios são loucos, E parou,
E louco é o meu olhar que vagueia. Cantou contra o meu peito,
Os braços no capôt, Num beijo imperfeito
As pernas contra o chão, Roubado nos umbrais.
Não há desejo pior que a vontade,
E nos faróis escondes o medo E partiu,
De quereres esta liberdade. Sem me dizer o nome,
Levando-me o perfume
Põe o teu corpo perto de mim, De tantas noites mais.
Deixa que o chão nos engula a sombra,
Não pode haver engano num momento assim, E uma asa voa
E de repente a tua voz na minha: A cada beijo teu,
Esta noite
Noite perfeita, Sou dono do céu,
Tu és perfeita. E eu não sei quem te perdeu.
Noite perfeita,
Tu és perfeita.
(Sempre te soube perfeita).

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