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QUÍMICA GERAL DO DELEGADO DA M3

CAPÍTULO I: ESTRUTURA ATÓMICA (PARTE 2)

Prof Msc. Júlio Kuende

Luanda, 2020

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NÚCLEO DE QUÍMICA

TÓPICOS ABORDADOS
1.1 Propriedades Periódicas
1.1.1 Raio Atómico.
1.1.2 Raio Iónico.
1.2 Energia de Ionização.
1.3 Electroafinidade.
TÓPICOS ABORDADOS
1.4 Electronegatividade.
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NÚCLEO DE QUÍMICA

1.4.1 Carácter Metálico.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Moseley, 1913
Propriedades dos elementos estavam relacionadas ao:
➢ número atómico (Z)
➢ Número de electrões na sua camada de valência

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NÚCLEO DE QUÍMICA

TABELA PERIÓDICA
Mandeleev estabelece a lei periódica: as propriedades físicas e químicas dos elementos
variam de uma forma periódica com o peso atómico.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

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NÚCLEO DE QUÍMICA

CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS


ELEMENTOS
Os elementos químicos:
➢ Estão dispostos em ordem crescente de número
atômico (Z);
➢ Agrupam-se em períodos na horizontal (em linhas);
➢ Agrupam-se em famílias ou grupos na vertical (em
colunas)

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NÚCLEO DE QUÍMICA

CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS


ELEMENTOS
➢ A tabela periódica atual é constituída por 18 famílias.
➢ Existem, atualmente, duas maneiras de identificar as famílias ou grupos.
A mais comum é indicar cada família por um algarismo romano, seguido
das letras A e B, por exemplo, IA, IIA, VB. Essas letras A e B indicam a
posição do elétron mais energético nos subníveis.
➢ No final da década de 80, a IUPAC (International Union of Pure and
applied Chemistry ) propôs outra maneira: as famílias seriam indicadas
por algarismos arábicos de 1 a 18, eliminando-se as letras A e B.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS


ELEMENTOS
➢Ao longo do grupo (de cima para baixo), aumenta o número quântico
principal, n, das orbitais da camada de valência; e ao longo do período
aumenta o número de electrões;

➢Ao analisarmos a distribuição electrónica dos átomos dispostos na


tabela periódica e de acordo com o tipo de subcamada que estão a ser
preenchidas, podemos dividir em categorias os elementos em –

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NÚCLEO DE QUÍMICA

elementos representativos, os gases nobres, os elementos de transição


(ou metais de transição), os lantanídeos e os actinídeos.

CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS


ELEMENTOS
➢Elementos representativos têm as subcamadas s ou p de maior número quântico
principal incompletamente preenchidas;

➢Os gases nobres (elementos do grupo 18) têm todos uma subcamada p completamente
preenchida excepção do Hélio cuja configuração electrónica é 1s2.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

➢Os metais de transição são os elementos dos grupos 3 até 12, que têm subcamadas d
não completamente preenchidas. Os elementos do grupo 12 são o Zn, o Cd e o Hg, que
nem são elementos representativos nem metais de transição.

➢Os lantanídeos e actinídeos são por vezes denominados elementos de transição do


bloco f porque têm subcamadas f não completamente preenchidas.

CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS


ELEMENTOS
Família Nome Configuração do N° de electrões do
ou grupo último nível último nível

Metais Alcalinos
1 - IA ns1 1
2 - IIA Metais ns2 2
Alcalinoterrosos
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NÚCLEO DE QUÍMICA

Família do Boro
13 - IIIA ns2 np1 3
Família do Carbono
14 - IVA ns2 np2 4
15 - VA Família do Nitrogênio ns2np3 5

Calcogênios
16 - VIA ns2np4 6
17 – VIIA Halogênios ns2 np5 7

Gases Nobres
18 - zero ns2np6 8

CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS


ELEMENTOS
Observações:

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NÚCLEO DE QUÍMICA

➢ A família 0 recebeu esse número para indicar que sua reatividade nas condições
ambientes é nula.
➢ O elemento hidrogênio (H), embora não faça parte da família dos metais
alcalinos, está representado na coluna IA por apresentar 1 electrão no subnível s
na camada de valência.
➢ O único gás nobre que não apresenta 8 electrões na camada de valência é o He:
1s2 .

CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS


ELEMENTOS
Elementos Central da tabela
➢ Os elementos dessas famílias são denominados genericamente elementos de transição.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

➢ Uma parte deles ocupa o bloco central da tabela periódica, de IIIB até IIB (10 colunas), e
apresenta seu electrão mais energético em subníveis d. Esses elementos também são
conhecidos como elementos de Transição externa, ou seja, todos os elementos cujo életron
de maior energia se encontra na penúltima camada no subnível d. A sua configuração geral é:
ns2(n – 1) d1a10

CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS


ELEMENTOS
Lantanídeos e Actinídeos

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NÚCLEO DE QUÍMICA

➢ A outra parte deles está deslocada do corpo central, constituindo as séries


dos lantanídeos e dos actinídeos. Essas séries apresentam 14 colunas.

➢ O electrão é mais energético está contido em subnível f (f1a14).

➢ Esses elementos são também conhecidos como elementos de Transição


interna, ou seja, todos os elementos cujo electrão de maior energia se
encontra na antipenúltima camada no subnível f, série dos Lantanídeos
ou Terras raras (4f) e Actinídeos (5f).

➢ Configuração geral: ns2(n – 2) f1a14

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NÚCLEO DE QUÍMICA

CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS


ELEMENTOS
O esquema a seguir mostra o subnível ocupado pelo electrão mais energético dos
elementos da tabela periódica.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Propriedades periódicas da tabela


A tabela periódica pode ser utilizada para relacionar as propriedades dos
elementos químicos com suas estruturas atómicas. Essas propriedades dos
elementos podem ser classificadas em dois tipos: propriedades periódicas e
aperiódicas.

➢ As propriedades aperiódicas são aquelas cujos valores variam na medida em


que o número atómico aumenta e que não se repetem em períodos determinados.
Um exemplo de propriedade aperiódica é a massa atómica, que sempre aumenta
com o número atómico (Z). No entanto, as propriedades periódicas são mais
comuns e importantes, de maneira que, daqui para diante, somente elas serão
estudadas com mais detalhes.
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NÚCLEO DE QUÍMICA

Propriedades periódicas da tabela


As propriedades periódicas são aquelas que, na medida em que o número atómico
aumenta, assumem valores semelhantes para intervalos regulares, isto é, repetem-se
periodicamente. Exemplo: o número de electrões na camada de valência.
As propriedades periódicas são: eletronegatividade, eletropositividade, raio
atómico, afinidade eletrónica, potencial de ionização, densidade atómica, volume
atómico, temperatura de fusão e temperatura de ebulição. As quatro últimas
propriedades muitas vezes são consideradas aperiódicas por apresentarem um certo
desordenamento: o volume atómico cresce, no período, do centro para as
extremidades; as temperaturas de fusão e ebulição crescem com o raio atómico nas
famílias da esquerda (1 e 2), e decrescem nas da direita (gases nobres e halogénios).

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Raio atómico

O raio atómico (r) é a metade da distância (d) entre dois núcleos de


átomos vizinhos. Neste caso, considera-se o átomo como uma esfera. Então,
de modo mais completo, podemos definir que o raio atômico (r) de um
elemento é a metade da distância (d) internuclear mínima na qual dois
átomos desse elemento podem estar, sem estarem ligados quimicamente.

Raio Atómico

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Utilizamos dois átomos não ligados, pois a medida do raio de um átomo isolado não
pode ser feita com precisão, uma vez que a eletrosfera não tem um limite determinado.

Representação do raio atómico obtido a partir de uma molécula


diatómica homonuclear.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Raio Atómico

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Raio Atómico

➢ Diminui ao longo do período, devido ao aumento da carga


nuclear.
➢ Aumenta ao longo do grupo, devido ao aumento do número de
níveis de energia preenchidos.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Carga Nuclear efectiva e Efeito de


Blindagem
Em um átomo polielectrónico, cada electrão é atraído simultaneamente pelo núcleo e
repelido pelos outros electrões. A análise exata dessa situação torna-se complicada pela
imensa quantidade de repulsão electrão-electrão presente.
A carga nuclear de um átomo é dada pelo número de protões presentes no núcleo deste
átomo e é chamada número atômico (Z).

Z = carga nuclear = número de protons

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NÚCLEO DE QUÍMICA

A carga nuclear efetiva é a carga sofrida por um electrão em um átomo polielectrónico.


A carga nuclear efetiva não é igual à carga no núcleo devido ao efeito dos electrões
internos.

Carga Nuclear efectiva e Efeito de


Blindagem
Cada electrão de um átomo é protegido (blindado) do efeito de atração da carga nuclear
pelos electrões do mesmo nível de energia e, principalmente, pelos electrões dos níveis
mais internos.
Apenas uma parte da carga nuclear actua realmente sobre os electrões: é a Carga Nuclear
Efetiva (Zef).
A carga nuclear efectiva que atua sobre um electrão é dada por: Zef = Z - S

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Zef = carga nuclear efetiva


Z = carga nuclear (número atómico)
S = constante de blindagem

Carga Nuclear efectiva e Efeito de


Blindagem
➢ Quando aumenta o número médio de electrões protetores (S), a carga nuclear efetiva
(Zef) diminui.
➢ Quando aumenta a distância do núcleo, S aumenta e Zef diminui.

Os electrões externos são atraídos para o núcleo pela carga nuclear mas são empurrados
pela repulsão dos electrões internos. Como resultado, a carga nuclear experimentada

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NÚCLEO DE QUÍMICA

pelos electrões externos é diminuída, e dizemos que os electrões externos sofrem


blindagem da carga nuclear total pelos electrões internos.

Raio Iónico
Raio Iónico: é o raio de um catião ou de um anião.

Quando um átomo neutro é convertido num anião o seu tamanho (ou raio)
aumenta, visto que a carga nuclear permanece a mesma mas a repulsão
resultante do(s) electrão(ões) adicional(ais) aumenta a extensão da nuvem
electrónica. Já o catião é menor do que o átomo neutro, visto que a remoção
de um ou mais electrões reduz a repulsão electrão-electrão mas a carga nuclear
permanece igual, pelo que a nuvem electrónica se contrai.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Iões isoelectrónicos
➢ Átomos e iões com o mesmo número de electrões e, portanto, a mesma
configuração eletrónica, são chamados partículas isoeletrónicas.

Ex: Na+« F-

➢ Na comparação do raio das partículas isoeletrónicas, o efeito predominante


é o aumento da carga nuclear, aumentando a atração entre o núcleo e os
eletrões.

Observe a figura abaixo e comente!!!

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Comparação do tamanho de partículas isoeletrónicas, em picómetros (pm).

Iões isoelectrónicos
➢ Quando se comparam partículas isoeletrónicas, quanto maior for a carga
nuclear menor será o raio iónico.

➢ Em catiões isoelectrónicos: os raios de iões tripositivos (3+) são menores do


que os iões dipositivos (2+) que por sua vez são menores do que os iões
monopositivos(1+); Ex: Al3+ « Mg2+ « Na+.

➢ Aniões isoelectrónicos, verificamos que os raios mononegativos são menores


do que os iões dinegativos e assim sucessivamente.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Energia de Ionização
Energia de Ionização: é a energia mínima necessária para remover um electrão de
um átomo gasoso no seu estado fundamental. A grandeza da energia de ionização é
uma medida do esforço necessário para forçar um átomo a libertar um electrão, ou da

força com que o electrão está preso no átomo. energia X(g) X (g) e

energia + X(g) X+(g) + e- I1 energia + X+(g)

X2+(g) + e- I2 energia + X2+(g) X3+(g) + e- I3

I1 I2 < I3

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Energia de Ionização
➢ Aumenta ao longo do período, devido ao aumento da carga
nuclear.
➢ Diminui ao longo do grupo, devido ao aumento do número de
níveis de energia preenchidos.
➢ Variação da energia de ionização (em kJ mol –1) ao longo dos
grupos e dos períodos da Tabela Periódica.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Afinidade electrónica
Afinidade electrónica: é a variação de energia que ocorre quando um electrão é
captado por um átomo no estado gasoso. É a capacidade para aceitar um ou mais
electrões.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

X (g) e X (g)

Afinidade electrónica

X(g) + e- X-(g) + Energia (exotérmica)


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NÚCLEO DE QUÍMICA

Observações:
1) A afinidade eletrônica numericamente é igual ao potencial de ionização.
2) Os gases nobres apresentam afinidade eletrônica igual a zero.

Electropositividade
Eletropositividade: mede a tendência do elemento em perder
electrões, define o seu caráter metálico.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Fr

Electronegatividade
Eletronegatividade: mede a tendência do elemento em ganhar
electrões, define o seu caráter não metálico.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Fr

Ordem de eletronegatividade: F / O / N /Cl / Br / I / S / P / C / H

Propriedades Periódicas Especiais


➢ Densidade, que, de maneira geral, aumenta das extremidades para o centro da
tabela;

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Os
Obs. O Ósmio é o elemento mais denso.

➢ Volume Atómico: é o volume ocupado por um átomo-grama do elemento no


estado sólido.

Obs. Nas famílias o volume atómico não


obedece a variação da densidade e sim a massa
atómica. Volume atómico, que numa família
aumenta com Z e nos períodos aumenta do
Os centro para as extremidades da tabela;

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Propriedades Periódicas Especiais


Ponto de Fusão e Ebulição:

Observações:

1) O elemento de maior ponto de fusão é o Carbono - C, este não obedece a regra de posicionamento na
tabela.

2) O elemento de maior ponto de ebulição é o Tungstênio - W.

3) Os metais alcalinos e alcalinos terrosos contrariam a regra, o PF e o PE crescem de baixo para cima.

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NÚCLEO DE QUÍMICA

Propriedades Periódicas Especiais


Ponto de fusão e de ebulição, que, nos grupos I e II (famílias
IA e IIA), aumentam de baixo para cima, e, nas demais famílias,
aumenta de cima para baixo. Nos períodos, essas duas
propriedades aumentam das extremidades para o centro da
tabela.
➢ PONTO DE FUSÃO: É temperatura na qual uma substância passa
do estado sólido para o estado líquido.

➢ PONTO DE EBULIÇÃO: É temperatura na qual uma substância


passa do estado líquido para o estado gasoso.
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NÚCLEO DE QUÍMICA

Propriedades Aperiódicas
Massa Atómica

É a unidade usada para pesar átomos e moléculas, equivale a 1/12 da massa


de um átomo isótopo do carbono-12 (C12). Sempre aumenta com o aumento
do número atómico.

Calor Específico

É a quantidade de calor necessária para elevar de 1°C a temperatura de 1g do


elemento. O calor específico do elemento no estado sólido sempre diminui
com o aumento do número atómico.
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