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Atualmente, sabemos por meios científicos, que o melhor método para a venda de
legumes saudáveis e com sabor apurado é colhê-los envoltos em terra. Uma vez retirada
a terra, eliminamos a comunidade de micróbios protetores. Portanto, devemos limpá-los
somente no momento do uso.
Devemos registrar também que o atual sistema de segurança dos alimentos foi
padronizado por meio de estudos em alimentos industrializados. Portanto, os padrões
não são bons para os artesãos ou pequenos produtores. Necessitamos corrigi-los.
Prevenção
A nova lei americana, o Food Modernisation Act (FMA) foi implementada pelo
Congresso, com o objetivo de integrar acordos internacionais. Assim, o Food and Drug
Administration (FDA) está realizando uma revisão dos procedimentos atuais para avaliar
suas bases científicas.
Um grupo de senadores dos Estados Unidos enviou também uma carta para o FDA com
a seguinte recomendação: “Essa pausa será uma oportunidade para desenvolver a
implementação das novas regras científicas. Continuamos preocupados com práticas,
realizadas, anteriormente, que não implicam em melhorias para a saúde pública”.
A regra dos 60 dias de envelhecimento dos queijos feitos de leite cru para eliminar
riscos bacterianos antes da comercialização também foi colocada sob suspeita. Quando
assessores científicos do FDA verificaram a base científica da regra com a finalidade de
comercializar queijos feitos de leite cru, concluíram que a escolha do número 60 foi
pontuale não científica (3). Ela surgiu de uma necessidade de resposta devido a um
surto tifoide emleite em 1933 (4). Discussões estão acontecendo nos EUA com a ideia
de substituir a regra de 60 dias por prevenção e melhoria dos processos.
Uma pesquisa divulgada em setembro de 2016, pelo FDA, que analisou amostras de
queijos artesanais maturados feitos de leite cru de todos tipos adquiridos em mercados
populares, não detectou ameaças à saúde.
Atualmente, o Center for Disease Control (CDC) Americano estima que por volta de
9.400.000 pessoas bebam leite cru regularmente nos Estados Unidos. Em média
estatística, apenas uma dessas pessoas, a cada 4 anos, deve morrer por
intoxicação alimentar causada por leite cru. Por uma questão de curiosidade,
citaremos aqui uma outra comparação estatística também realizada pelo National Safety
Council (NSC):o risco de morte ao cair da cama ou outros móveis nos EUA é milhares
de vezes maior do que o de morrer bebendo leite cru.
No que tange à pasteurização, esta tem como objetivo controlar riscos naturais,
passando uma forte segurança ao consumidor, apesar de não ser uma fórmula
mágica.
Eu sabia que algumas grandes empresas de queijos feitos com leite pasteurizado
estavam tendo o mesmo problema. A hipótese dos pesquisadores foi a de que o agente
causador das explosões era uma mutação de coliforme fecal, que desenvolveu a
habilidade de sobreviver à pasteurização. Então, foi um problema generalizado e não
particular do meu cliente, que usava o leite cru. Assim, a minha pergunta foi: em que
passo, ou passos, do processo essa mutação estava contaminando o leite? O processo
natural é representado por uma senoide, como vemos na Figura 1.
Figura 1
Mas, aconteceram novos picos na contagem de coliformes totais. Portanto, parecia que
o problema estava acontecendo após a ordenha. Mas, mesmo assim, prosseguimos
na nossa análise e retiramos as tampas dos tanques e as válvulas dos tubos para
inspecionar por dentro. Encontramos bolsas de uma substância que parecia iogurte,
especialmente na válvula do tanque de armazenamento. Quando perguntado, o
funcionário responsável disse que a última vez que ele tinha limpado a válvula havia
sido há 5 anos. Ninguém prestou atenção, porque o leite era pasteurizado e os
exames eram bons.
De fato, quando perguntaram ao fiscal do estado porque ele não fiscalizou a máquina
durante 5 anos, ele respondeu que “tudo estava em conformidade e que o leite estava
sendo pasteurizado”.
Conclusão
Precisamos parar de acreditar na aplicação de pílulas mágicas. O objetivo precisa ser a
melhoria contínua da qualidade de produção do leite. Para isso, deve-se trocar o
policiamento por esforços colaborativos, introduzindo boas práticas como o ponto
de partida para programas de _Melhoria Contínua dos Processo_s. Devemos também
adaptá-los aos pequenos produtores.
É importante coletar e analisar dados empíricos sobre o que está acontecendo com os
processos nas fazendas, efetuar o mesmo com dados epidemiológicos que
identificam o tamanho real do problema e, finalmente, otimizar os processos para
melhor uso dos recursos limitados.
Referências citadas:
The Pernicious Practice of Feeding Distillery Slop to Dairy Cows. T.E.C. Jr., Journal of
the American Association of Pediatrics, December, 1981, Volume 68, Issue 6
http://pediatrics.aappublications.org/content/68/6/780