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Apático, neutro, distante, indiferente, insatisfeito, assim me sinto diante do estranhamento constante de

existir, queria poder viver, apenas existir me sufoca, mas o que me impede?

A sensação de não pertencimento me instiga , mas em alguns momentos, breves, mas intensos, me
sinto eterno e vivo, o simples fato de ter consciência de mim diante do mundo já me transborda de tal
maneira que qualquer incerteza se desfaz em sua insignificância, o que sempre permanece é a
existência de deus, ou melhor, a vivência dele em mim, através dele encontro a capacidade de me conter
diante de tamanha intensidade. Mas por que não me é permitido o equilíbrio?

Pensando bem, o equilíbrio é a constância, então prefiro não encontrá-lo, afinal cairia no mesmo
descontentamento da estabilidade, mas se o intenso só existe em sua condição de curta duração, afinal
de outra forma seria diluído em tempo, o que me resta? Me resta procurar entender, me resta procurar,
me resto? talvez encontre neste caminho um fim, talvez encontre um fim, no momento fico com este
instante, instante no qual tento descrever com palavras que não exprimem nem preenchem esse vazio,
um vazio que encontra em sua condição o seu sentido, o de ecoar, ao menos ele, já eu continuo
procurando, talvez encontre uma resposta, talvez encontre a resposta, mesmo o caminho se expandindo
a cada passo, mesmo as bifurcações se ampliando em cada esquina, não tem problema, afinal tenho
toda a eternidade desse dia.

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