Quais serão as propostas da Igreja em Portugal para a segunda fase do Coronavírus?
Já é tempo de retomarmos a vivência de fé nas comunidades cristãs. Para definir um
caminho menos condicionado ao acesso às celebrações litúrgicas para os fiéis, é importante aprofundar o diálogo que hoje foi iniciado entre o Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e o Primeiro Ministro de Portugal, Sr (Dr). António Costa. Como sabemos, as restrições às celebrações religiosas serão levantadas em maio. Espera-se que, nestas duas semanas que restam de estado de emergência, sejam encontrados os melhores meios para voltarmos a ter a assistência do povo de Deus às missas, e por isso a necessidade de dialogar. Será uma nova fase que, como outras da história da Igreja, será guiada pelo Espírito Santo para o bem de todos. Claro, não faltarão os “policiais” da Igreja, que geralmente são pessoas que não se envolvem nem participam em nenhuma comunidade cristã e muito menos ajudam, mas que vigiam cada passo da Igreja, sempre preparados com paus e pedras; para isso, os senhores bispos deverão de estar convictos das medidas acordadas, para não cederem à pressão desses “policiais”, que não são muitos, mas que fazem muito barulho. (eu tirava este parágrafo) As medidas de precaução a serem adotadas devem de (tirar o de) seguir a direção de uma religião que habita o quotidiano. Fazer escolhas, dar indicações que não alimentem o pânico, mas, pelo contrário, procurem tornar o caminho das paróquias mais praticável. Naturalmente, a partir da missa dominical, o coração semanal da vida comunitária. Mas, na prática, como isso será possível? É claro que os princípios fundamentais devem de(tirar o de) permanecer: o respeito às(em vez de às, pelas) distâncias, a higienização ou desinfeção dos lugares de culto, o uso de produtos como álcool em gel, máscaras e luvas nos casos que forem necessários (ou, se for possível, disponibilizá-los aos fiéis). As medidas que já tinham sido aconselhadas antes da quarentena devem de permanecer: não cumprimentar-se(nos cumprimentarmos) à entrada e à saída da igreja, receber a comunhão na mão, evitar o abraço da paz. Principalmente, será exigido dos padres das paróquias um maior sacrifício, por exemplo, no aumento do número de missas. Isso porque nos bancos haverá limite de pessoas, conforme a distância de um metro, e nem todos serão ocupados; o ideal é se sentarem “banco sim, banco não”, um banco ocupado e o outro de trás vazio. Além disso, talvez seja aconselhável utilizar outros espaços para as missas, para que a higienização dos mesmos seja mais eficaz. Além do templo paroquial, podem ser celebradas missas no salão paroquial, por exemplo, ou alguns edifícios que possam acolher um número significativo de pessoas, sempre que proporcionarem o respeito à(pela) distância. De facto, eu conheço algumas comunidades cujas capelas são muito pequenas, porém têm salões com amplo espaço, onde seria mais seguro celebrar. É claro que tudo isso implicará o envolvimento de mais fiéis que ajudarão não só na preparação dos espaços e na liturgia em si, mas também na higienização para uma maior segurança e tranquilidade. É mais trabalho, é verdade, mas é muito mais seguro e prudente. No caso dos nossos idosos, é aconselhável que continuem a assistir as missas pela TV ou pela internet. Penso que todos compreenderão isso. Certamente o resto da vida da paróquia será repensado: as reuniões tão necessárias (conselho pastoral paroquial, conselho económico, etc.), as formações, etc. Sempre se poderá contar com a internet, mas o ideal é passar do virtual para a vivacidade da presença; passar do “ver” para o “viver”. Nisso, a catequese será um desafio, e talvez terminará (deva terminar) o ano pastoral via internet. Talvez a maior preocupação seja com os funerais. Não podemos deixar que uma geração inteira e suas famílias sejam privadas do conforto e do afeto sacramental. Não se deve abrir mão de celebrar os funerais, mesmo que a participação seja reduzida aos familiares mais próximos. Há muitas pessoas que manifestaram muito sofrimento, pois sentem que a morte de um ente querido é hoje como um sequestro, sem nenhum cuidado ou acompanhamento humano e espiritual. (Eu tenho feito os funerais; tem sido proibido estarmos?) Não se trata de distorcer nada, muito menos de sacramentos como a Confissão, mesmo que talvez seja feito um uso mais amplo da máscara. Aqui a vontade é restaurar a vida de fé para as pessoas. Normalidade? Talvez quando voltarmos a trocar um sinal de paz. Aquela paz que agora deve inspirar a lenta e paciente jornada de nossas comunidades. Olhando para o futuro, mas sem esquecer como vivíamos antes. Certamente, sacerdotes e leigos farão isso de bom grado, por amor ao mistério de Cristo que deve ser celebrado.