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Apoio:
Fundação Cecierj / Consórcio Cederj
www.cederj.edu.br
Presidente
Gilson Rodrigues
Vice-presidente
Masako Oya Masuda
Coordenação do Curso de Matemática
Matemática (UFF) - Marcelo da Silva Corrêa
Matemática (UNIRIO) - Luiz Pedro San Gil Jutuca. Vice: Marcelo Rainha
Material Didático
Elaboração de Conteúdo Coordenação Coordenação de Produção
Mario Olivero da Silva de Programação Visual Fábio Rapello Alencar
Nancy de Souza Cardim Marcelo Freitas
Assistente de Produção
Revisão de Conteúdo Programação Visual Bianca Giacomelli
Juan Bautista Limaco Ferrel Marcelo Freitas
Capa
Nilda Lopes
Biblioteca Vinícius Mitchell
Raquel Cristina da Silva Tiellet Ilustração
Produção Gráfica
Simone da Cruz Correa de Souza André Dahmer
Ulisses Schnaider
Vera Vani Alves de Pinho
S586c
Silva, Mario Olivero da.
Cálculo III
Cálculo III. Volume único. 2. ed. / Mario Olivero da silva, Nancy de
Souza Cardim. – Rio de Janeiro : Fundação cecierj, 2016.
380 p.: 19 x 26,5 cm
ISBN: 978-85-458-0098-9
Instituições Consorciadas
CEFET/RJ - Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca
Diretor-geral: Carlos Henrique Figueiredo Alves
Aula 7 • Limites�����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������101
a 1
F UNÇ ÕES V ETORIAIS DE UMA VARI ÁVEL
acements
R EAL
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
I NTRODUÇÃO
Até agora você estudou as funções reais de uma variável real.
As equações envolviam apenas duas variáveis, uma dependendo
da outra, geralmente denotadas por x e y.
Você aprendeu a esboçar gráficos de funções tais como
x
f (x) = x ex ou g(x) = , a derivar implicitamente y como
1 + x2
uma função de x determinada por equações tais como
x2 + y2 − 2x = 0.
Tudo isso está prestes a mudar, a partir desta aula. Vamos
decolar para dimensões mais altas. Mas, tudo a seu tempo.
Começaremos estudando as funções vetoriais de uma variá-
vel real. Essas funções são assim chamadas porque o resultado
da função não é mais um número, mas um vetor. Neste curso,
esses vetores serão sempre vetores do plano ou do espaço tri-
dimensional. Isto é, nossas funções terão Rn , com n = 2 ou 3,
como contra-domı́nio. No entanto, as ideias e conceitos aqui a-
presentados podem ser generalizados, de maneira muito natural,
para outros espaços vetoriais, com dimensões mais altas, porém
finitas.
Denotaremos essas funções por letras gregas minúsculas. E-
las também podem ser denotadas por letras maı́usculas, como
F, ou ainda, com uma setazinha sobre a letra, para indicar a sua
natureza vetorial, como ~
F.
Exemplo 1.1.
blablabl
8 CEDERJ
i i
i i
1 1 MÓDULO 1
mos a notação
α (t) = (x(t), y(t))
ou
α (t) = (x(t), y(t), z(t)),
dependendo do caso. Assim, x(t), y(t) ou z(t) são as funções
AULA
coordenadas.
Exemplo 1.2.
blablabl
α : A ⊂ R −→ Rn , n = 2 ou 3,
α (A) = { α (t) ∈ Rn ; t ∈ A },
de traço da função.
Exemplo 1.3.
blablabl
CEDERJ 9
i i
i i
x = 2 (1 − y) + 1 = 3 − 2y.
y
3
2 Assim,
x
3
x + 2y = 3,
que é a equação de uma reta.
Esse exemplo se generaliza da seguinte maneira:
10 C E D E R J
i i
i i
z
3
1 1 MÓDULO 1
1 y
1 3
AULA
x
α (t) = (1 − t) A + t B,
onde A e B são dois vetores dados tem por traço a reta deter-
minada por esses vetores, caso A 6= B.
Além disso, α (0) = A e α (1) = B.
Note que os produtos (1 − t) A e tB são produtos de esca-
lares (números) por vetores e o sinal + indica a soma vetorial.
Mais ainda, se restringirmos o domı́nio ao intervalo [0, 1], a
imagem α ([0, 1]) é, precisamente, o segmento de reta que une
A e B.
Além disso, podemos reescrever a equação de α (t) da se-
guinte maneira:
α (t) = (1 − t) A + t B = A − t A + t B
= A + t (B − A)
α (t) = t~v + A.
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i i
i i
Exemplo 1.5. blablabl
1 1
1
2 y
2
x x x
1 1
a. b. c.
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i i
i i
1 1 MÓDULO 1
Note que o segmento de reta que une β (0) a β (1) é para-
lelo ao eixo Oy. Algebricamente isso é indicado pelo fato de a
primeira função coordenada da função β ser constante.
Exercı́cio 1.1.
Determine a equação da função vetorial α tal que
AULA
α (0) = (1, −1) e α (1) = (2, 3), cujas coordenadas são funções
afins.
cos2 t + sen2 t = 1,
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i i
i i
Exercı́cio 1.2.
Descreva a imagem da função β (t) = (2 sen t, 3 cos t).
PARAMETRIZAÇ ÕES
Usa-se dizer que a função vetorial α (t) é uma parametriza-
ção da curva que é a imagem da função.
Veja que a mesma curva pode ser parametrizada de muitas
maneiras. Ou seja, há muitas funções vetoriais que têm a mesma
curva imagem.
Exemplo 1.7.
blablabl
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i i
i i
1 1 MÓDULO 1
Exercı́cio 1.3.
Mostre que as funções α (t) = (4 − 4t, 2t) e
β (t) = (2 + 4t, 1 − 2t) são parametrizações diferentes da mesma
curva.
AULA
T RANSLAÇ ÕES
A caracterı́stica geométrica das curvas que é simples de ser
detectada na parametrização é quando ela é uma translação de
outra curva. Veja o exemplo a seguir.
Exemplo 1.8.
blablabl
i i
i i
Exemplo 1.10.
blablabl
y = x2/3 .
A curva
γ (t) = (cos 2π t, t, sen 2π t),
definida para todos os valores reais de t, quando projetada no
plano y = 0, corresponde à circunferência do cı́rculo de raio 1 e
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i i
i i
1 1 MÓDULO 1
centro na origem, parametrizada por α (t) = (cos 2π t, sen 2π t).
A função coordenada y(t) = t, da função γ , garante que, na me-
dida em que t varia, o ponto γ (t) se afasta do plano y = 0.
Essa curva está contida no cilindro x2 + z2 = 1 e é chamada
de helicóide, pois descreve o movimento de um ponto de uma
hélice que se desloca sobre o eixo Oy.
AULA
z
Exemplo 1.13.
blablabl
x2 − y2 = 1.
cosh2 t − senh2 t = 1.
et + e−t
cosh t = ≥ 1,
2
α parametriza apenas o ramo da direita da hipérbole. Note
et − e−t
também que a função f (t) = senh t = é bijetora e,
2
assim, α (t) recobre toda a extensão desse ramo de hipérbole.
Para parametrizar o outro ramo, basta considerar
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i i
i i
Agora, os exercı́cios.
Primeiro, aqueles que foram propostos ao longo da aula.
Exercı́cio 1.1
Determine a equação da função vetorial α tal que α (0) =
(1, −1) e α (1) = (2, 3), cujas coordenadas são funções afins.
Solução:
Basta usar a fórmula α (t) = (1 − t) A + t B, com A = (1, −1) e
B = (2, 3).
Assim,
Exercı́cio 1.2
Descreva a imagem da função β (t) = (2 sen t, 3 cos t).
Solução:
A equação que define a função satisfaz a
x2 y2
+ = 1,
4 9
que é a equação de uma elipse centrada na origem, com eixos paralelos
aos eixos Ox e Oy.
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i i
i i
1 1 MÓDULO 1
Exercı́cio 1.3
Mostre que as funções α (t) = (4 − 4t, 2t) e
β (t) = (2 + 4t, 1 − 2t) são parametrizações diferentes da mesma
curva.
Solução:
AULA
As funções coordenadas de α são x = 4 − 4t e y = 2t. Eliminando
o parâmetro t, ganhamos a equação cartesiana x = 4 − 2y.
1−y
x = 2+4 =
2
= 2 + 2 (1 − y) =
= 2 + 2 − 2y =
= 4 − 2y.
Exercı́cio 1.4.
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i i
a. x − 3 = (y + 1)2 ;
b. (x + 3)2 + (y − 4)2 = 4;
c. y2 − 4x2 = 1 (ramo superior);
d. 9(x − 1)2 + 4(y + 2)2 = 36.
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a 2
acements
L IMITE E C ONTINUIDADE
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
I NTRODUÇÃO
Épsilon e delta são No curso de Cálculo I você aprendeu uma definição de li-
os nomes de duas mite de uma função real de uma variável real em termos de
letras gregas, ε e δ , sequências de números. Agora você aprenderá uma outra de-
respectivamente. finição desse conceito, que é equivalente à que você conhece, e
que chamaremos de definição com épsilon e delta.
Essa definição evita a introdução da noção de sequência e,
além do mais, ela será generalizada para o caso das funções ve-
toriais, objeto de nosso estudo atual, e das funções de várias
variáveis, que passaremos a estudar em breve.
Veja a nota sobre A definição de limite com épsilon e delta foi estabelecida por
Weierstrass na Karl Weierstrass e é uma pérola da Matemática.
Aula 28, de
Veja, o nosso objetivo é estabelecer, rigorosamente, o que
Cálculo II.
queremos dizer quando escrevemos
lim f (x) = L.
x→a
D EFINIÇÃO DE L IMITE
Vamos supor que A ⊂ R é uma união de intervalos quaisquer
e que a ∈ A ou a é um dos extremos de algum desses intervalos.
Por exemplo, A = (−2, 0) ∪ (0, 3) e a = 0; A = (−1, 1) e
a = −1; A = (−1, 3] e a = 2.
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2 1 MÓDULO 1
Definição 2.1. blablabla
lim f (x) = L
x→a
se, e somente se, para cada ε > 0, existe δ > 0 tal que, se
AULA
x ∈ A e 0 < |x − a| < δ , então | f (x) − L| < ε .
Usando a simbologia matemática, temos
Vamos agora mostrar que essa simbologia toda nos diz que,
x3 + 1
para valores de x próximos de −1, os valores f (x) =
x+1
estão próximos de 3.
Para desvendarmos esse segredo devemos avançar passo a
passo. O primeiro deles consiste em entender como a noção
‘próximo de’, ‘tende a’ está estabelecida na definição. A chave
para isso é a noção de distância, dada pela função módulo ou
valor absoluto.
A distância entre x e a é igual a |x − a|. Assim, quando
dizemos |x − a| < δ , queremos dizer que a distância entre x e
a é menor do que δ , um certo valor positivo.
Por exemplo, a inequação
|x − 3| < 2
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i i
0 < |x − a| < δ .
L+ε
L
L−ε
a−δ a a+δ
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2 1 MÓDULO 1
‘∀ε > 0, ∃ δ > 0 tal que . . . ’ Isto é, ‘para cada ε > 0, existe
um δ > 0 (que depende de ε ) tal que . . . ’
Aqui usamos dois quantificadores: o quantificador universal,
usado no épsilon e o quantificador existencial, usado nos delta.
Esses quantificadores animam a definição. Isto é, para cada
ε > 0 devemos arranjar um δ > 0 tal que, para todos os va-
AULA
lores de x que estão δ -próximos de a, porém diferentes de a, os
valores correspondentes f (x) estão ε -próximos de L.
Veja, não é suficiente arranjar um valor para δ , digamos
δ = 0, 0001, que torne a frase ‘0 < |x − a| < δ =⇒ | f (x) − L| < ε ’
verdadeira para um certo valor de ε , digamos ε = 0, 0003. Preci-
samos seguir determinando valores de δ correspondentes a valo-
res de ε ainda menores. Pelo menos aqui temos uma boa notı́cia.
Apesar do quantificador universal que usamos com ε , na ver-
dade, basta que nos preocupemos com os valores pequenos de
ε . Isso por que, se encontramos um valor de δ que funcione
para um certo valor de ε , digamos ε = 1, esse mesmo valor de
δ também serve para todos os valores de ε maiores do que 1.
Em termos mais simples, para que lim f (x) seja L, não basta
x→a
que a frase
L L L
a a a
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Exemplo 2.1.
blablabl
2x2 − 2
lim = 4
x→1 x−1
é verdadeira.
A grande dificuldade que, geralmente, os alunos têm ao li-
dar inicialmente com a definição que apresentamos é a seguinte:
como descobrir os valores de δ , em função dos valores de ε que
tornem a frase verdadeira? Bem, o segredo é o seguinte: em
geral, fazemos certas contas de antemão, num rascunho, para
depois apresentar o resultado, que então surge como que tirado
de uma cartola. Mas hoje é o seu dia de sorte! Você não preci-
sará preocupar-se com esse tipo de coisa, ainda. Isso é assunto
do curso de Análise. Tudo a seu tempo.
Vamos começar com o nosso exemplo observando que o
2x2 − 2
domı́nio da função f (x) = é o conjunto A = R − {1} =
x−1
(−∞, 1) ∪ (1, ∞).
Vamos lá! Lembre-se: para cada ε > 0 devemos arranjar um
δ tal que
ε
Surpresa! Para cada ε > 0, tome δ = .
2
Veja, se x 6= 1, então
2x2 − 2 2(x − 1)(x + 1)
| f (x) − 4| = − 4 = − 4 =
x−1 x−1
= |2x + 2 − 4| = |2x − 2| = 2|x − 1|.
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2 1 MÓDULO 1
Logo, para cada ε > 0, se 0 < |x − 1| < então | f (x) − 4| <
2
ε . Isso é, lim f (x) = 4.
x→1
Exemplo 2.2. blablabl
AULA
Vamos usar ε e δ para mostrar que lim x2 = 4.
x→2
3 < x + 2 < 5.
i i
i i
Exemplo 2.3.
blablabl
u
2
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2 1 MÓDULO 1
Logo, o nosso candidato ao valor de ε que não satisfará a
definição é 1.
Realmente, para ε = 1 e um δ > 0 qualquer, escolha um x0
tal que 1 − δ < x0 < 1 e 1/2 < x0 < 1.
A primeira condição garante que
AULA
0 < |x0 − 1| < δ
| f (x0 ) − 2| = |x0 − 2| ≥ 1.
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i i
i i
Demonstração
Veja, estamos Como lim f (x) = 0, sabemos que para cada ε > 0, existe
usando ε 0 e δ 0 para δ > 0 tal que, se x ∈ V e
enfatizar que esses
valores dizem 0 < |x − a| < δ , então | f (x)| < ε . (I)
respeito à função
f (x)g(x), enquanto Queremos mostrar que lim f (x) · g(x) = 0. Isto é, para cada
x→a
que ε e δ dizem
ε 0 > 0, existe δ 0 > 0 tal que, se x ∈ V e
respeito à função
f (x). Isso é um 0 < |x − a| < δ 0 , então | f (x) · g(x)| < ε 0 .
detalhe importante.
ε0
Muito bem, dado ε 0 > 0, fazemos ε = e escolhemos para
M
δ o mesmo δ que corresponde ao ε e torna a afirmação (I)
0
CQD
Vamos calcular o
1
lim x2 cos .
x→0 x
1
Note que a função f (x) = x2 cos não está definida no
x
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i i
i i
2 1 MÓDULO 1
1
ponto x = 0. Além disso, o limite de h(x) = cos , quando x
x
tende a zero, não está definido. Veja o seu gráfico na figura a
seguir.
AULA
1
0.5
–2 –1 0 1 2
x
–0.5
–1
1
lim x2 cos = 0.
x→0 x
1
Veja o gráfico da função f (x) = x2 cos , numa pequena
x
vizinhança da origem:
C ONTINUIDADE
O conceito mais diretamente ligado ao limite é a continui-
dade. Veja como a definição de limites que acabamos de apre-
sentar se reflete na definição de continuidade.
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i i
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2 1 MÓDULO 1
Se v ∈ Rn é dado por v = (x1 , x2 , . . . , xn ), então
O sı́mbolo <, >
√ q representa o
kvk = < v, v > = x21 + x22 + · · · + x2n . produto interno ou
produto escalar.
Por exemplo, se
v1 = (x1 , y1 ) e
A norma faz em Rn o papel que o valor absoluto faz em R, v2 = (x2 , y2 ), o
AULA
para estabelecer a distância. Veja, se v1 = (x1 , y1 ) e v2 = (x2 , y2 ), produto interno de
v1 por v2 é
em R2 , por exemplo, a distância entre v1 e v2 é dada por denotado por
q < v1 , v2 >∈ R e
kv1 − v2 k = (x1 − x2 )2 + (y1 − y2 )2 . definido por
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i i
Este teorema nos diz que, para estudar o limite das funções
vetoriais, basta estudar, um a um, os limites das funções coorde-
nadas.
Exemplo 2.5.
blablabl
t 3 − 1 sen (t − 1)
α (t) = , , ln t .
t2 − 1 t −1
t3 − 1 3t 2 3
a. lim 2
= lim = ;
t→1 t −1 t→1 2t 2
sen (t − 1)
b. lim = 1;
t→1 t −1
c. lim ln t = 0.
t→1
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i i
i i
2 1 MÓDULO 1
Assim,
lim α (t) = (3/2, 1, 0).
t→1
AULA
Apresentamos aqui a prova do Teorema 2.2, por razões de
completicidade. No entanto, você já experienciou uma boa dose
de ε e δ e é recomendável que você a estude agora apenas no
caso de ter uma boa folga na sua agenda. Caso contrário, você
pode usar o teorema para resolver os problemas e poderá reto-
mar a demonstração no devido tempo. No entanto, não deixe de
estudá-la, pelo menos em algum momento.
para ambos i = 1 e i = 2.
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i i
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i i
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2 1 MÓDULO 1
dade de funções vetoriais de uma variável real. Basta considerar
a situação coordenada a coordenada, segundo o enunciado do
Teorema 2.2 e exemplificado em 2.5.
Aqui estão alguns exemplos para você experimentar os seus
progressos:
AULA
Exercı́cio 2.1.
a. |x − 3| = 5;
b. |x − 1| ≤ 1/2;
c. 0 < |x − 2| < 4;
d. |x + 3| > 2;
e. 1 < |x + 1| < 2;
√
f. k(x, y)k = 2;
g. 0 < k(x, y) − (1, 0)k ≤ 2;
h. k(x, y) − (2, 2)k > 4;
i. 1 < k(x, y) − (2, 0)k < 2;
j. k(x, y, z) − (1, 0, 0)k < 1.
seja contı́nua.
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a 3
acements
D ERIVADAS DE F UNÇ ÕES V ETORIAIS
Objetivo
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
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I NTRODUÇÃO
A derivada de uma função f : I ⊂ R −→ R, em um ponto
x = a ∈ I, é o limite do quociente de Newton
f (x) − f (a)
f 0 (a) = lim
x→a x−a
e a sua interpretação geométrica é a seguinte: o número f 0 (a)
f HxL é a inclinação, o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico
f HaL de f , no ponto (a, f (a)).
a x
y=fHaL+f'HaLHx-aL
O termo
f (x) − f (a) y=fHxL
é
x−a
conhecido como o fHaL
quociente de
a
Newton. Ele está
definido sempre
que x 6= a e é a
inclinação da reta
determinada pelos
pontos (a, f (a)) e
(x, f (x)). Esta reta Em particular, se a função s = s(t) descreve a posição de
é ‘secante’ ao uma partı́cula em movimento sobre uma trajetória retilı́nea, a
gráfico de f . derivada de s em t0 ,
s(t) − s(t0)
s0 (t0 ) = lim ,
t→t0 t − t0
é o limite, quando t tende a t0 , das velocidades médias
s(t) − s(t0)
vm = .
t − t0
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3 1 MÓDULO 1
D ERIVADA
AULA
Dizemos que α tem derivada em t = a se o limite
α (t) − α (a)
lim
t→a t −a
existe. Neste caso, ele será denotado por α 0 (a) ∈ Rn .
Lembre-se de que o limite anterior é um limite vetorial. Na
verdade, ele poderia ser escrito na forma
1
lim (α (t) − α (a)),
t→a t −a
pois o termo t − a é um número e α (t) − α (a) é um vetor.
A notação
dα α (t) − α (a)
(a) = lim
dt t→a t −a
também é usada.
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i i
i i
Demonstração
A prova desse teorema é quase imediata, se lembrarmos do
teorema que descreve o limite das funções vetoriais, apresentado
na aula anterior.
Realmente, a prova para n = 2 é a seguinte:
α (t) − α (a)
α 0 (t) = lim =
t→a t −a !
α1 (t) − α1(a) α2 (t) − α2(a)
= lim , =
t→a t −a t −a
!
α1 (t) − α1(a) α2 (t) − α2(a)
= lim , lim =
t→a t −a t→a t −a
= (α10 (t), α20 (t)).
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i i
i i
3 1 MÓDULO 1
I NTERPRETAÇ ÃO G EOM ÉTRICA
AULA
um multiplo de (α (t) − α (a)). Portanto, eles são paralelos. Veja
a figura a seguir.
ΑHaL
ΑHtL-ΑHaL
ΑHtL
α (t) − α (a)
α 0 (a) = lim
t→a t −a
pode ser interpretado como o vetor tangente ao traço de α no
ponto α (a).
Α'HtL
ΑHaL
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i i
Exemplo 3.2.
blablabl
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i i
i i
3 1 MÓDULO 1
Portanto, traços de curvas diferenciáveis podem apresentar, even-
tualmente, dobras ou quinas.
Está na hora da famosa pergunta: o que ocorre com a inter-
pretação geométrica da derivada num caso como este?
Lembre-se do que dissemos anteriormente: a derivada α 0 (t0 )
AULA
é o vetor tangente ao traço da curva no ponto α (t0 ). Como pode-
mos achar um vetor tangente à curva α (t) = (t 3 , t 2 ), no ponto
(0, 0)? Isso é possı́vel se o vetor for nulo. E isso realmente
ocorre: como α 0 (t) = (3t 2 , 2t), α 0 (0) = (0, 0).
Note que
3t 2 = 0
α (t) = (0, 0) ⇐⇒
0
⇐⇒ t = 0.
2t = 0
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i i
A cada ponto
Assim, os pontos α (2kπ ) = (2kπ , 0) são aqueles nos quais
P = (a, b) da
a derivada é igual ao vetor nulo. Estes são os pontos onde o traço
circunferência do
da função toca o eixo Ox, de maneira análoga à cúspide, quando
cı́rculo de raio 1,
esta toca o eixo Ox, a origem.
centrado na Vamos, agora, considerar a função
origem,
corresponde uma f (t) = kα 0 (t)k2 = 2 − 2 cos t.
famı́lia de ângulos
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i i
i i
3 1 MÓDULO 1
disso, nos instantes t = (2k + 1)π , essa velocidade assume o seu
comprimento máximo. Esses pontos ocorrem no ponto mais alto
de cada arco da ciclóide, onde a velocidade é um vetor paralelo
ao eixo Ox.
R ETAS TANGENTES
AULA
Na Aula 1, você aprendeu a determinar uma equação para-
métrica da reta r que contém o ponto P e é paralela ao vetor
~v 6= ~0. Ela é dada por
r(t) = t~v + P.
i i
i i
1
α0 = (− 2π , 0, 1).
4
Exemplo 3.6. blablabl
x = 0 ⇐⇒ t 3 − t = t(t 2 − 1) = 0.
y = 0 ⇐⇒ t 2 = 0.
48 C E D E R J
i i
i i
3 1 MÓDULO 1
As equações das retas serão dadas pela fórmula
AULA
a=0 r(t) = t (−1, 0) + (0, 0) = (−t, 0);
a=1 r(t) = t (2, 2) + (0, 1) = (2t, 1 + 2t).
2
1.5
1
0.5
C E D E R J 49
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r = r(θ ),
Exemplo 3.7. blablabl
50 C E D E R J
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i i
3 1 MÓDULO 1
α 0 (θ ) = (−2 sen θ cos θ − (1 + 2 cos θ ) sen θ , −2 sen2 θ + (1 + 2 cos θ ) cos θ )
√ √ √3 2
0 π
3 1 1 3 11
α = −2 . . − 1+2 . , −2 + 1 + 2. =
3 √ 2 2 2 2 2 2 2
3 1
= − 3. ,− .
2 2
AULA
√
Ou seja, a reta que√queremos contém o ponto (1, 3) e é
3 3 1
paralela ao vetor − ,− .
2 2
Uma equação paramétrica é dada por
√
3 3
x(t) = 1 − 2 t
√
y(t) = 3 − t .
2
–1 1 2 3
–1
C E D E R J 51
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i i
Resumo
Nesta aula, você aprendeu a calcular a derivada de funções
vetoriais e como usá-la para determinar retas tangentes a cur-
vas. Do ponto de vista prático, os exercı́cios não são muito
difı́ceis, pois essencialmente derivamos coordenada a coor-
denada. A parte mais complicada é, realmente, traçar as cur-
vas a partir das equações. Mas essa parte foge do escopo
de nosso curso. Além disso, você já deve ter acumulado al-
guma experiência com as aulas sobre curvas que já vimos,
bem como aquelas vistas ou as que serão vistas, na Geome-
tria Analı́tica.
Agora é hora de você praticar o que aprendeu.
Exercı́cio 3.1.
52 C E D E R J
i i
i i
3 1 MÓDULO 1
a. Solução:
Para que a reta tangente à curva α (t) seja paralela à reta
(3t +3,t −4), é preciso que a derivada de α (t) seja um múltiplo
não-nulo do vetor diretriz (3, 1) da reta r. Isto é, basta que exista
um número λ tal que
AULA
Como α 0 (t) = (3t 2 + 3, 2t + 4), isso significa que queremos
resolver o sistema
2
3t + 3 = 3 λ
.
2t + 4 = λ .
Podemos fazer isso eliminando λ , substituindo λ = 2t + 4 na
primeira equação:
3t 2 + 3 = 3(2t + 4) =⇒ t 2 − 2t − 3 = 0.
Essa equação admite as soluções t = −1 e t = 3. Portanto, os
pontos pedidos no exercı́cio são α (−1) = (−4, −3) e α (3) =
(36, 21).
A figura não é, exatamente, interessante. No entanto, aqui está.
25
20
15
10
5
–10 10 20 30 40 50
–5
a. α (t) = (t 2 , 3t + 1), t = 1;
1
b. β (t) = , t, t 2 , t = −1;
t
c. γ (t) = (t, cos t, sen t) t = π /6;
d. µ (t) = (sen 3t, sen 2t), t = π /2.
C E D E R J 53
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i i
54 C E D E R J
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a 4
acements
F UNÇ ÕES V ETORIAIS – I NTEGRAIS
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
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s(t) = (t 2 + 1, 1 − 2t 2 , t).
56 C E D E R J
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4 1 MÓDULO 1
Como s(t) = ~i + ~j, temos C1 = 1, C2 = 1 e C3 = 0.
Portanto,
AULA
Ao longo desta aula, estaremos sempre considerando funções
que sejam, pelo menos, contı́nuas.
Realmente, se quisermos calcular Za integral de uma função
vetorial α (t), que será denotada por α (t) dt, basta que inte-
gremos coordenada a coordenada. Em particular, se
Exercı́cio 4.1.
d~v
~a(t) = (t) = 12 cos 2t~i − 8 sen 2t~j + 12t ~k.
dt
C E D E R J 57
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|~
v1 + v~2 + · · · + v~n | ≤ |~
v1 | + |~
v2 | + · · · + |~
vn |.
Portanto,
Z
1
r √
1 5
α (t) dt = 1 + =
.
0 4 2
Agora, vamos
√ calcular o outro termo da inequação. Ora,
como |α (t)| = 1 + t 2 , temos
58 C E D E R J
i i
i i
4 1 MÓDULO 1
Z 1 Z 1p
Para resolver esta
|α (t)| dt = 1 + t 2 dt integral, usamos a
0 0
substituição trigo-
1 p p 1
nométrica t = tg θ .
AULA
= t 1 + t 2 + ln |t + 1 + t 2 | =
2
0
1 √ √
= 2 + ln (1 + 2) .
2
Z 1
√ Z 1
5
α (t) dt |α (t)| dt
= ≈ 1, 1180 <
0 2 0
1 √ √
= 2 + ln (1 + 2) ≈ 1, 1478.
2
Seja ~
F(t) uma força que atua sobre uma partı́cula. Chama-se
o impulso de ~F no intervalo [t1 ,t2 ] o vetor
Z t2
I = ~F(t) dt.
t1
C E D E R J 59
i i
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L(P) = |α (t1 )− α (t0 )|+|α (t2 )− α (t1 )|+· · ·+|α (tn )− α (tn−1 )|.
60 C E D E R J
i i
i i
4 1 MÓDULO 1
Veja uma dessas parcelas:
q
2 2
|α (ti )− α (ti−1 )| = α1 (ti) − α1 (ti−1 ) + α2 (ti) − α2 (ti−1 ) .
AULA
α1 (ti) − α1 (ti−1 ) = α10 (ξi ) (ti − ti−1 )
α2 (ti) − α2 (ti−1 ) = α20 (ζi ) (ti − ti−1 ).
Assim,
q 2 2
|α (ti ) − α (ti−1 )| = α10 (ξi ) (ti − ti−1 ) + α20 (ζi ) (ti − ti−1 ) =
q
2
= α10 (ξi ) + α20 (ζi ))2 |ti − ti−1 | =
q
2
= α10 (ξi ) + α20 (ζi ))2 ∆ti.
q 2
Como |α 0 (t)| = α10 (t) + α20 (t))2 , a equação acima
nos motiva a usar a seguinte definição para o comprimento do
traço da curva α , sobre o intervalo [a, b]:
Z b
L(α ) = |α 0 (t)| dt.
a
C E D E R J 61
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Exemplo 4.3.
blablabl
q
2
|α (t)| =
0
α10 (t) + α20 (t))2 =
p
= r2 sen2 t + r2 cos2 t = r.
como sabemos.
Exercı́cio 4.2.
Calcule o comprimento da curva α (t) = (cos t, sen t, t), com
t ∈ [0, 2kπ ].
62 C E D E R J
i i
i i
4 1 MÓDULO 1
Derivando estas equações em relação a θ , obtemos
dx dr
dθ = cos θ − r sen θ
dθ
dy dr
= sen θ + r cos θ .
dθ dθ
AULA
Assim,
dx 2 dy 2 dr 2 2 dr
+ = cos θ − 2r cos θ sen θ + r2 sen2 θ +
dθ dθ dθ dθ
dr 2 2 dr
+ sen θ + 2r sen θ cos θ + r2 cos2 θ =
dθ dθ
dr 2 2 dr 2 2
= cos θ + sen θ + r2 cos2 θ + r2 sen2 θ =
dθ dθ
dr 2
= + r2 .
dθ
Z b r
dr 2
L = + r2 d θ .
a dθ
C E D E R J 63
i i
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s
Z 2π
1 θ2
L = + dθ =
0 4π 2 4π 2
1 2π p
Z
= 1 + θ 2 dθ =
2π 0
√ √
1 + 4π 2 ln 2π + 1 + 4π 2
= + ≈ 3, 383044285.
2 4π
Z p
Observe que para integrar 1 + θ 2 d θ usamos uma subs-
tituição trigonométrica. De um modo geral, o cálculo do com-
primento de curvas acaba dando em integrais que demandam
muito trabalho. No entanto, o próximo exercı́cio não demandará
muito esforço.
Exercı́cio 4.3.
Use a fórmula do comprimento de curvas dadas em coorde-
nadas polares para calcular o comprimento da circunferência do
cı́rculo de raio R.
64 C E D E R J
i i
i i
4 1 MÓDULO 1
Observe que a área do setor circular de raio r correspondente
a uma variação ∆θ = θ2 − θ1 é Θ2
r 2 ∆θ
,
2
devido à proporcionalidade com π r 2 , a área total do cı́rculo.
AULA
Θ1
Procedemos como antes, em casos semelhantes, tomando
uma partição P de [a, b]: a = θ0 < θ1 < θ2 < · · · < θn = b.
Se ∆θi = θi − θi−1 é suficientemente pequeno, e ξi ∈ [θi−1 , θi ],
a área do setor limitado por 0 ≤ r ≤ r(θ ), θ ∈ [θi−1 , θi ] é apro-
ximada por
1
Ai = r(ξi )2 .
2
Z b
1
A = r(θ )2 d θ .
2 a
C E D E R J 65
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1 + 2 cos θ
1 + cos θ
Z b Z b Z b Z b
α (t) dt = α1 (t) dt ~i + α2 (t) dt ~j + α3 (t) dt ~k
a a a a
66 C E D E R J
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4 1 MÓDULO 1
e
Z b Z b
α |α (t)| dt
(t) dt ≤
a a
AULA
mento do traço de α é
Z b
L(α ) = |α 0 (t)| dt.
a
Z b
1
A = r(θ )2 d θ
2 a
Z b r
dr 2
L = + r2 d θ .
a dθ
Exercı́cio 4.4.
d~v
~a(t) = (t) = 12 cos 2t~i − 8 sen 2t~j + 12t ~k.
dt
C E D E R J 67
i i
i i
Solução:
d~v d2s
Veja, ~a(t) = (t) = 2 (t).
dt dt
Portanto, obtemos ~v(t) integrando ~a(t):
Z Z Z
~v(t) = 12 cos 2t dt~i − 8 sen 2t dt~j + 12t dt ~k =
Z Z Z
s(t) = 6 sen 2t dt~i + (4 cos 2t − 4) dt~j + 6t 2 dt ~k =
Solução:
Esta curva é uma helicóide que, quando t percorre o intervalo
[0, 2kπ ], gira k voltas sobre seu eixo de rotação.
Para calcular o comprimento desta curva, calculamos inicial-
mente a norma de sua derivada:
q √
|α 0 (t)| = (− sen t)2 + (cos t)2 + 12 = 2.
68 C E D E R J
i i
i i
4 1 MÓDULO 1
3. Use a fórmula do comprimento de curvas dadas em coor-
denadas polares para calcular o comprimento da circun-
ferência do cı́rculo de raio R.
Solução:
A equação do cı́rculo de raio R em coordenadas polares é r = R
AULA
(isto é, o raio é uma constante). Para completar a circunferência
temos que fazer θ ∈ [0, 2π ].
dr
Portanto, = 0 e o comprimento fica
dθ
Z 2π p Z 2π
L = 02 + R2 d θ = R d θ = 2π R.
0 0
C E D E R J 69
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x 1
No item d.: use a identidade cos2 = (1 + cos x).
2 2
70 C E D E R J
i i
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4 1 MÓDULO 1
10. Esboce a região definida em coordenadas polares pela
inequação
1 ≤ r ≤ 2 cos θ .
AULA
pétalas. Veja a figura. Calcule a área de uma de suas
pétalas.
C E D E R J 71
i i
i i
72 C E D E R J
i i
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a 5
acements
F UNÇ ÕES R EAIS DE V ÁRIAS VARI ÁVEIS
Objetivo
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
I NTRODUÇÃO
A partir desta aula, até o fim do semestre, o foco de nossas
atenções será as funções de várias variáveis. Você já estudou
as funções reais e vetoriais de uma variável que servem para
descrever fenômenos que dependem de um único parâmetro ou
variável. Como exemplos, você pode tomar a posição de uma
partı́cula, a sua velocidade e a sua aceleração. Nesses casos, os
fenômenos variam em função do tempo. No entanto, há diversas
situações nas quais o resultado depende de mais de uma variável.
Vamos a um exemplo.
Podemos usar uma função para descrever as diversas tempe-
raturas em diferentes pontos de uma dada placa de metal. Isto
é, a cada ponto P da placa associamos a sua temperatura T (P),
dada em graus Celsius, digamos.
Muito bem; para determinarmos um ponto em uma placa,
precisamos de duas informações: uma latitude e uma longitude.
Isto é, necessitamos de duas coordenadas. Ou seja, T é uma
função de duas variáveis.
Veja uma outra situação. Dado um corpo com a forma de
um paralelepı́pedo, podemos associar a cada um de seus pon-
tos P a densidade δ (P) do objeto nesse exato ponto. Isso nos
dá uma função δ , que depende de três variáveis, uma vez que,
para localizar um ponto no paralelepı́pedo, necessitamos de três
informações: altura, largura e profundidade.
Você seria capaz de imaginar uma situação que demandasse
uma função de quatro variáveis para descrever um determinado
fenômeno?
f : A ⊂ R2 −→ R,
z = f (x, y).
74 C E D E R J
i i
i i
5 1 MÓDULO 1
Isto é, x e y são as variáveis independentes. O subconjunto
A de R2 é o domı́nio da função.
Exemplo 5.1. blablabl
AULA
Este exemplo é bem simples. Esta função de duas variáveis
é chamada, na Álgebra Linear, de um funcional linear.
As funções de duas variáveis têm um papel importante no
nosso estudo de funções de várias variáveis, pois podemos es-
boçar seus gráficos. Em geral, o gráfico de uma função de duas
variáveis é uma superfı́cie em R3 . No caso em questão, esta
superfı́cie é um plano que contém a origem. Sua interseção com
o plano xOz é a reta z = x e com o plano yOz é a reta z = 2y. É
claro que na figura representamos apenas parte do plano. Veja a
seguir.
x y
i i
i i
p
f (x, y) = x2 + y2 g(x, y) = 1 − x 2 − y2
76 C E D E R J
i i
i i
5 1 MÓDULO 1
o domı́nio de g é o conjunto
A = { (x, y) ∈ R ; x2 + y2 ≤ 1 }, 1 x
AULA
Exercı́cio 5.1.
Determine o domı́nio de f (x, y) = ln (x + y − 2) e faça um
esboço, representando-o.
2
x
C E D E R J 77
i i
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Exercı́cio 5.2.
Determine o domı́nio da função
p √
g(x, y, z) = x2 + y2 − z2 − 1 + z
y
O domı́nio é determinado pela condição 36 − 9x2 − 4y2 ≥ 0,
equivalente à inequação
x
x2 y2
2 + ≤ 1,
4 9
que corresponde ao interior de uma elipse, incluindo o seu bordo.
3
Agora, o gráfico da função. Para determinarmos o gráfico
de f , podemos observarp que os pontos cujas coordenadas satis-
fazem a equação z = 36 − 9x2 − 4y2 também satisfazem a
78 C E D E R J
i i
i i
5 1 MÓDULO 1
equação
x 2 y 2 z2
+ + = 1,
4 9 36
que determina um elipsóide com centro na origem. O gráfico é a
parte do elipsóide que está contida no semi-espaço determinado
por z ≥ 0:
AULA
6
2 3
Exercı́cio 5.3.
Esboce o gráfico da função f : R2 −→ R, definida por
p
− x2 + y2 − 1, se x2 + y2 ≥ 1,
f (x, y) = p
1 − x 2 − y2 , se x2 + y2 ≤ 1.
C E D E R J 79
i i
i i
y
x y x
z
z
x y
y
x
z = h(x, y) = x2 z = k(x, y) = |y|
z = f (x, y) = g(x2 + y2 ),
f (x1 , y1 ) = f (x2 , y2 ).
80 C E D E R J
i i
i i
5 1 MÓDULO 1
Portanto, os gráficos de tais funções são superfı́cies de revo-
lução em torno do eixo Oz.
Para esboçar o gráfico de alguma dessas funções, basta esboçar
o gráfico da função
z = f (x, 0),
AULA
por exemplo, e girar esta curva sobre o eixo Oz. A superfı́cie
obtida será o gráfico da função z = f (x, y). O parabolóide e a
semi-esfera apresentados no Exemplo 5.2 ilustram essa situação.
Vejamos um outro exemplo.
Exemplo 5.6. blablabl
C E D E R J 81
i i
i i
Exercı́cio 5.1
Determine o domı́nio de
f (x, y) = ln (x + y − 2)
82 C E D E R J
i i
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5 1 MÓDULO 1
Exercı́cio 5.2
Determine o domı́nio da função
p √
g(x, y, z) = x2 + y2 − z2 − 1 + z
AULA
Solução:
Nesse caso, temos duas condiç ões que devem ser simultaneamente
satisfeitas. Assim, o domı́nio de g é a interseção de dois conjuntos:
C E D E R J 83
i i
i i
Exercı́cio 5.3
Esboce o gráfico da função f : R2 −→ R, definida por
p
− x2 + y2 − 1, se x2 + y2 ≥ 1,
f (x, y) =
p
1 − x2 − y2 , se x2 + y2 ≤ 1.
Solução:
2 2
p região determinada por x +y ≤ 1, a função é dada pela equação
Na
2 2
z = 1 − x − y . Nesta região, seu gráfico é uma semi-esfera.
p
Na região x2 +y2 ≥ 1, a função é definida por z = − x2 + y2 − 1.
Esta equação define a parte inferior de um hiperbolóide de uma folha
(veja exercı́cio anterior). Combinando as partes das superfı́cies, che-
gamos ao gráfico esperado:
Exercı́cio 5.4.
Determine e faça um esboço do domı́nio de cada uma das
funções a seguir:
p
a. f (x, y) = x2 − 4y2 − 4.
84 C E D E R J
i i
i i
5 1 MÓDULO 1
Exercı́cio 5.5.
Esboce o gráfico das seguintes funções:
p
4 − x2 − y2 , se x2 + y2 ≤ 4;
a. f (x, y) =
AULA
0, se x2 + y2 ≥ 4.
p
b. g(x, y) = 1 + x 2 + y2 .
Exercı́cio 5.6.
Esboce o gráfico de cada uma das funções a seguir:
a. f (x, y) = cos y.
2
b. g(x, y) = e1−y .
c. h(x, y) = ln (x).
2 −y2
d. k(x, y) = e1−x .
C E D E R J 85
i i
i i
86 C E D E R J
i i
i i
a 6
acements
C ONJUNTOS DE N ÍVEL
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
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88 C E D E R J
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6 1 MÓDULO 1
(a, b + t, f (a, b))
(a, b, f (a, b))
AULA
(a, b, 0) (a, b + t, 0)
y
Vamos estudar o caso f (x, y) = x2 + + 1.
2
y
Neste exemplo, g(x) = x2 , uma parábola, e h(y) = + 1.
2
Observe que a interseção do gráfico de f com o plano y = c
é uma parábola
c
z = f (x, c) = x2 + + 1.
2
C E D E R J 89
i i
i i
x = d é uma reta
y
z = f (d, y) = + d2 + 1
2
e diferentes valores de d produzem retas paralelas.
Isso significa que o gráfico de f é relativamente simples. Na
verdade, basta considerar, digamos, as imagens das curvas
Exemplo 6.2. blablabl
90 C E D E R J
i i
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6 1 MÓDULO 1
AULA
Exercı́cio 6.1.
Use essa técnica para esboçar o gráfico das seguintes funções:
x
1. f (x, y) = − y + 1;
2
y3 + y 2
2. g(x, y) = − y − x2 .
2
C ONJUNTOS DE N ÍVEL
Você deve ter notado que há uma semelhança entre as noções
de gráficos de funções de duas variáveis e os mapas cartográficos.
Algumas palavras que são usadas tanto em uma como em ou-
tra situação reforçam essa impressão: localização, coordenadas,
altura são algumas delas. O assunto que vamos estudar agora
acompanha essa tendência.
Em alguns mapas, observamos certas curvas desenhadas co-
mo que sobre as regiões demarcadas, e são chamadas curvas de
nı́vel. Essas linhas denotam pontos que estão na mesma altura
em relação ao nı́vel do mar. Por assim dizer, são pontos que
estão no mesmo nı́vel.
Quando passamos de uma curva para outra, sabemos que es-
tamos mudando de nı́vel. Ou seja, estamos subindo ou descen-
do, em relação ao nı́vel do mar, dependendo do caso.
C E D E R J 91
i i
i i
92 C E D E R J
i i
i i
6 1 MÓDULO 1
Exemplo 6.3.
blablabl
AULA
temos de resolver a equação
f (x) = b.
−1
f (x) = x2 + 2x = 3.
f (x) = x2 + 2x
f −1 (3) = { −1, 3 }.
f −1 (−1) = { −1 }.
C E D E R J 93
i i
i i
Exemplo 6.4.
blablabl
C URVAS DE N ÍVEL
Quando lidamos com conjuntos de nı́vel de uma função de
duas variáveis, usamos a terminologia curvas de nı́vel, pois, de
um modo geral, os conjuntos de nı́vel são curvas. Veja o exem-
plo anterior, das isotérmicas. Neste caso, para determinar as
curvas de nı́vel de uma dada função, teremos de resolver uma
equação de duas variáveis
f (x, y) = b.
94 C E D E R J
i i
i i
6 1 MÓDULO 1
Vejamos a solução geométrica. Note que o gráfico da função
f é a superfı́cie determinada pela equação
z = x2 + y2 − 4y + 2.
AULA
do gráfico de f intersectado pelo plano z = 2, a projeção dessa
interseção no plano z = 0 e o esboço da curva de nı́vel como um
subconjunto do domı́nio:
z y
x y x
C E D E R J 95
i i
i i
x2 + y2 − 4y + 2 = 2:
x2 + y2 − 4y + 2 = 2
x2 + y2 − 4y + 4 = 4
x2 + (y − 2)2 = 4
4x2 y
f (x, y) = .
x4 + y 2
4x2 y = 0.
96 C E D E R J
i i
i i
6 1 MÓDULO 1
4x2 y
Agora temos de resolver em y a equação = 1.
x4 + y 2
4x2 y = x4 + y2
y2 − 4x2 y + x4 = 0
√
4x2 ± 16x4 − 4x4
y =
AULA
√ 22
y = (2 ± 3)x .
1 0 1
Os números ao
1 1 lado de cada curva
indicam o seu
nı́vel.
0 0
−1 −1
−1 −1
C E D E R J 97
i i
i i
Exemplo 6.7.
blablabl
f (x, y, z) = x2 + y2 − z2 .
Exercı́cio 6.2.
98 C E D E R J
i i
i i
6 1 MÓDULO 1
AULA
y3 + y 2
b. g(x, y) = − y − x2 .
2
Solução:
Neste caso, as curvas geradoras do gráfico são z = −x 2 ,
y3 + y 2
correspondente ao plano y = 0, e z = − y, corres-
2
pondente ao plano x = 0. A primeira curva é uma parábola
com concavidade voltada para baixo e a segunda é uma
curva polinomial com um máximo e um mı́nimo locais.
O gráfico é:
a. f (x, y) = 3x − y, c = −1, 0, 1.
√
b. g(x, y) = sen (x−y), c = −2, −1, −1/2, 0, 3/2, 1, 3.
c. h(x, y) = ln (1 + x2 + y2 ), c = ln 2, 0, −1.
x
d. j(x, y) = , c = −2, −1, −1/2, 0, 1/2, 1, 2.
y+2
x2 + y 2
e. k(x, y) = , c = −2, −1, 0, 1, 2.
2x
f. f (x, y, z) = x2 + y2 , c = −1, 0, 1, 4, 9.
g. g(x, y, z) = 4 − x2 − y2 − z2 , c = −5, 0, 3, 4, 5.
C E D E R J 99
i i
i i
2 2 2
h. h(x, y, z) = ex −y −z , c = −1, 0, e, e4 .
p
i. k(x, y, z) = ( x2 + y2 − 2)2 + z2 , c = 1.
100 C E D E R J
i i
i i
a 7
acements
L IMITES
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
I NTRODUÇÃO
A topologia surgiu
nos trabalhos de Vive la différence!
Leonhard Euler
(1707 - 1783), Ao longo das duas últimas aulas, você aprendeu a esboçar
como você deve ter gráficos de algumas funções simples de duas variáveis, além de
visto nas aulas so-
bre grafos, em Ma-
ter aprendido o conceito de conjunto de nı́vel nas versões curvas
temática Discreta, e (duas variáveis) e superfı́cies (três variáveis) de nı́vel.
ganhou muita força
no inı́cio do século Nesta aula, você aprenderá as noções de limites das funções
XX devido aos tra- de duas ou mais variáveis.
balhos de, entre ou-
tros, Heri Poincarè O conceito de limite, fundamental na Matemática, não é uma
(1854 - 1912). noção exatamente simples, mas você já não é inexperiente nesse
Topologia é uma assunto. Você já se deparou com esse conceito em pelo menos
área da Matemática
duas outras ocasiões: no Cálculo I, com as funções reais de uma
que leva em conta
os fenômenos do variável real, e no inı́cio de Cálculo III, com as funções vetoriais
ponto de vista mais de uma variável real. Muito bem; a pauta de hoje é com várias
qualitativo do que (pelo menos duas) variáveis.
quantitavivo.
Do ponto de vista Esta situação guarda similaridades com aquelas vividas an-
topológico, não há teriormente, embora apresente algumas diferenças marcantes.
diferença substan-
cial entre um cı́rcu- Realmente, você perceberá que o universo das funções de
lo de raio 1, um cı́r- várias variáveis é muito mais rico e diverso do que o das funções
culo de raio
3.000.000 ou uma
de uma variável. Literalmente, estamos adicionando novas di-
elipse de qualquer mensões em nossas vidas.
tamanho, contanto
que seja uma eli- De qualquer forma, há uma diferença qualitativa entre passar
pse. No entanto, do de uma variável para duas variáveis que não há, essencialmente,
ponto de vista topo- entre passar de duas variáveis para mais do que duas variáveis.
lógico, há uma pro- Isto se deve a um fenômeno que em Matemática chamamos to-
funda diferença en-
tre um cı́rculo e
pológico.
uma reta. Você já
Para experienciarmos a diferença que há entre a reta real
sabe: a retirada de
um ponto afeta (ambiente dos domı́nios das funções de uma variável) e o plano,
muito mais uma o espaço tridimensional e outros (ambientes dos domı́nios das
reta do que um funções de várias variáveis), basta que efetuemos uma simples
cı́rculo. A reta operação topológica: a retirada de um ponto.
menos um ponto
passa a ser com- A reta real menos um ponto, digamos, a origem, é drama-
posta de dois pe- ticamente diferente do plano menos um ponto, digamos, a ori-
daços, enquanto o gem. A retirada de um ponto da reta divide-a em dois pedaços,
mesmo não se enquanto a retirada de um ponto do plano, apesar de alterá-lo to-
passa com o pologicamente de maneira substancial, como você verá melhor
cı́rculo. em Cálculo III, não consegue dividi-lo em dois pedaços:
102 C E D E R J
i i
i i
7 1 MÓDULO 1
convencer-se de
que um cı́rculo e
uma figura do tipo
8, formada por dois
cı́rculos unidos em
um ponto comum,
são topologica-
AULA
mente diferentes.
C E D E R J 103
i i
i i
Exemplo 7.1. blablabl
P D P é ponto de acumulação de D
(1, 1) {(x, y) ∈ R 2 ; x2 + y 2 ≤ 2} sim
(1, 1) {(x, y) ∈ R2 ; x2 + y2 < 2} sim
(0, −1) {(x, y) ∈ R2 ; y ≥ 0} não
(0, 1, 0) {(x, y, z) ∈ R3 ; x2 + y2 > 1} sim
(0, 0, 0) {(x, y, z) ∈ R3 ; x2 + y2 > 1} não
104 C E D E R J
i i
i i
7 1 MÓDULO 1
Isso é mais do que suficiente por agora. Vamos à noção de
limites.
AULA
isso simplifica as notações e, como as noções a serem apresen-
tadas se generalizam naturalmente para funções de mais do que
duas variáveis, basta acrescentar mais variáveis à lista de duas.
Assim, essa prática não oferece maiores limitações à apresenta-
ção dos conceitos.
Seja f : A ⊂ R2 −→ R uma função e (a, b) um ponto de
acumulação de A. Da mesma maneira como foi feito na Aula
2, para funções vetoriais de uma variável real, dizemos que o
limite da função f , quando (x, y) tende a (a, b) é L,
lim f (x, y) = L,
(x,y)→(a,b)
p
Note que |(x, y)| = x2 + y2 ; portanto, |(x, y) − (a, b)| é a
distância, em R2 , de (x, y) até (a, b). Assim, a inequação
|(x, y) − (a, b)| < δ define o conjunto dos pontos que estão a
uma distância menor do que δ de (a, b).
Nenhuma surpresa, não é? Realmente, essa definição é, es-
truturalmente, a mesma que foi apresentada na Aula 2. O que
muda de uma definição para a outra é o ambiente, R, R2 ou Rn ,
no qual as variáveis dependentes ou independentes são calcula-
O significado da
das. Isto é, o limite de f quando (x, y) tende ao ponto (a, b) de
expressão
acumulação de A é L se, por definição, para todo ε > 0 exis-
δ -próximo foi
tir um número δ > 0, tal que para todos os pontos (x, y) ∈ A,
explicado na Aula
(x, y) 6= (a, b), com (x, y) δ -próximo de (a, b), temos f (x, y) ε -
18. Significa que a
próximo de L.
distância entre os
Esquematicamente, no caso em que A = R2 ,
todo o cı́rculo dois pontos é
de raio δ , centrado em (a, b), menos o bordo e o próprio ponto menor do que δ .
C E D E R J 105
i i
i i
δ L+ε
b f
−→ L
L−ε
a
Exemplo 7.2.
blablabl
Realmente, como
p
|(x, y) − (0, 0)| = |(x, y)| = x2 + y2
e
p p
| f (x, y) − 0| = | f (x, y)| = |2 x2 + y 2 | = 2 x 2 + y 2 ,
ε
para cada ε > 0, tome δ = .
2
Assim,
ε ε
0 < |(x, y)−(0, 0)| < δ = =⇒ | f (x, y)−0| < 2 = ε.
2 2
Exercı́cio 7.1.
Use o fato
q
2
∀(x, y) ∈ R e ∀b ∈ R, |x| ≤ x2 + (y − b)2
106 C E D E R J
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7 1 MÓDULO 1
P ROPRIEDADES DOS L IMITES
Boas notı́cias! Continua verdadeira a observação feita na
Aula 2: provar que um certo limite é um dado número ou que
um certo valor não é o limite, usando diretamente a definição,
é trabalhoso. Nós só fazemos isso em ocasiões especiais. A
prática é a seguinte: usamos a definição para provar as muitas
AULA
propriedades dos limites e usamos as propriedades para calculá-
los.
Além disso, continuam válidas as propriedades de limites
que conhecemos do Cálculo I, guardadas as devidas adaptações.
Por exemplo, se lim f (x, y) = L e lim g(x, y) = M,
(x,y)→(a,b) (x,y)→(a,b)
então
• lim c f (x, y) = c L;
(x,y)→(a,b)
f (x, y) L
• lim = , desde que M 6= 0;
(x,y)→(a,b) g(x, y) M
• se y = h(x) é uma função de uma variável real, tal que
lim h(x) = N, então,
x→L
f h
−→ −→
x
h◦ f
−→
Essas propriedades servem para calcular os limites mais sim-
ples (aquilo que podemos chamar trivial variado). Veja a seguir
alguns exemplos.
C E D E R J 107
i i
i i
Exemplo 7.3.
blablabl
a. lim x2 + xy − y2 + 3 = 2;
(x,y)→(0,1)
2x − 3y
b. lim = 1;
(x,y)→(1,0) 1 + x2 + y2
c. lim ln x + sen y = 2;
(x,y)→(e,π /2)
d. lim sen (x + y) = 1;
(x,y)→(π /4,π /4)
e. lim ln (1 + x2 + y2 ) = 0.
(x,y)→(0,0)
lim f (x, y) = lim h(x, y) = L,
(x,y)→(a,b) (x,y)→(a,b)
então,
lim g(x, y) = L.
(x,y)→(a,b)
108 C E D E R J
i i
i i
7 1 MÓDULO 1
Você viu uma versão desse teorema em Cálculo I, que foi
usado para provar o seguinte limite fundamental:
sen x
lim = 1.
x→0 x
AULA
Exemplo 7.4.
blablabl
sen (x + y)
lim = 1.
(x,y)→(0,0) x+y
Exemplo 7.5.
blablabl
x2 y
lim = 0.
(x,y)→(0,0) x2 + y2
Realmente, ∀(x, y) ∈ R2 ,
0 ≤ x 2 ≤ x2 + y2 .
C E D E R J 109
i i
i i
1
inequação anterior por , obtendo
x2 + y 2
x2
0 ≤ ≤ 1.
x2 + y 2
x2
Portanto, a função g(x, y) = é limitada:
x2 + y 2
∀(x, y) 6= (0, 0),
x2
|g(x, y)| = ≤ 1.
x2 + y 2
x2 y
lim = 0.
(x,y)→(0,0) x2 + y2
Exercı́cio 7.2.
Calcule os seguintes limites:
1
a. lim xy sen ;
(x,y)→(0,0) x+y
xy
b. lim p .
(x,y)→(0,0) x2 + 4y2
O NDE E ST Á A D IFERENÇA ?
A próxima propriedade será útil para dar respostas negati-
vas. Em outras palavras, ela nos permitirá detectar situações nas
quais o limite não existe. Nessas situações, notaremos melhor a
diferença que há entre as funções de uma e as funções de mais
do que uma variável.
110 C E D E R J
i i
i i
7 1 MÓDULO 1
(isto é, t0 é um ponto de acumulação de I), lim α (t) = (a, b)
t→t0
e lim f (x, y) = L, então
(x,y)→(a,b)
lim f (α (t)) = L.
t→t0
AULA
Aqui está o mapa da composição:
t y
α f
−→ −→
x
f ◦α
−→
Do ponto de vista algébrico, estamos substituindo x e y por
x(t) e y(t). Antes de ler a prova do teorema, veja como ele
funciona em um exemplo.
Exemplo 7.6.
blablabl
x2 y
Sejam α (t) = (t,t 2) e f (x, y) = . Vimos no E-
x2 + y 2
xemplo 7.5 que lim f (x, y) = 0. Além disso, lim α (t) =
(x,y)→(0,0) t→0
(0, 0). Portanto, o teorema afirma que
lim f (α (t)) = 0.
t→0
Realmente,
t4 t2
lim f (α (t)) = lim = lim = 0.
t→0 t→0 2t 2 t→0 2
C E D E R J 111
i i
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Isto é,
lim f (α (t)) = L.
t→t0
então,
lim f (x, y)
(x,y)→(a,b)
não existe.
Ou ainda, se existe uma função α (t), tal que lim α (t) =
t→t0
(a, b) e lim f (α (t)) não existe, então lim f (x, y) também
t→t0 (x,y)→(a,b)
não existe.
A praticidade desse fato é que os limites lim f (α1 (t)) são
t→t0
limites de funções reais de uma variável real e, portanto, mais
simples de calcular.
Vamos a mais um exemplo.
Exemplo 7.7.
blablabl
xy
Você verá que o limite de f (x, y) = não existe, quando
x2 + y 2
(x, y) tende a (0, 0).
112 C E D E R J
i i
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7 1 MÓDULO 1
Realmente, vamos considerar α1 (t) = (t, 0) e α2 (t) = (t,t).
Em ambos os casos, temos
Porém,
AULA
lim f (α1 (t)) = lim f (t, 0) = lim 0 = 0
t→0 t→0 t→0
e
t2 1
lim f (α2 (t)) = lim f (t,t) = 2
= .
t→0 t→0 2t 2
Exercı́cio 7.3.
1. Use o fato
q
2
∀(x, y) ∈ R e ∀b ∈ R, |x| ≤ x2 + (y − b)2
Solução:
Esse tipo de problema demanda um bocado de rascunho antes
de escrever a resposta. Aqui está a folha de rascunho do proble-
ma.
Sabemos que:
| f (x, y) − 0| = | f (x, y)| = |3x| = 3 |x|;
p
|(x, y) − (0, b)| = x2 + (y − b)2 ;
|x| ≤ px2 + (y − b)2 .
C E D E R J 113
i i
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114 C E D E R J
i i
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7 1 MÓDULO 1
Solução:
1
A função f (x, y) = sen está definida em todos os pares
x+y
ordenados (x, y), tais que x 6= −y. Isto é, R 2 menos a bisse-
triz do segundo e do quarto quadrantes. Em particular, (0, 0) ∈ /
Dom( f ), mas (0, 0) é ponto de acumulação de Dom( f ). Além
disso, como | sen α | ≤ 1, ∀α ∈ R, a função f é limitada. Por-
AULA
tanto, sendo lim xy = 0, podemos concluir
(x,y)→(0,0)
1
lim xy sen = 0.
(x,y)→(0,0) x+y
x
Neste segundo item, vamos usar que p é limitada. Re-
x2 + 4y2
almente, a inequação
√ p
|x| = x2 ≤ x2 + 4y2 .
|x|
p ≤ 1.
x + 4y2
2
xy
lim p = 0.
(x,y)→(0,0) x + 4y2
2
C E D E R J 115
i i
i i
x2 + y 2
f (x, y) =
x2 − 4y2
116 C E D E R J
i i
i i
a 8
acements
L IMITES E C ONTINUIDADE
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
L IMITES E C ONTINUIDADE
O último tema apresentado na aula anterior foi restringir o
limite de uma função de duas ou mais variáveis ao longo de uma
curva. Essa técnica faz o papel dos limites laterais das funções
de uma variável, apresentados no Cálculo I.
Realmente, quando os limites laterais,
|x − 2|
A função f (x, y) = p , definida para
(x − 2)2 + (y + 1)2
todo (x, y) 6= (2, −1), não admite limite quando (x, y) tende a
(2, −1). Para ver isso, considere α1 (t) = (2 + t, −1) e α2 (t) =
(2 + 3t, −1 + 4t), por exemplo.
Em ambos os casos, temos
No entanto,
|t|
lim f (α1 (t)) = lim √ = 1
t→0 t→0 t 2
e
|3t| 3
lim f (α2 (t)) = lim √ = .
t→0 t→0 9t 2 + 16t 2 5
118 C E D E R J
i i
i i
8 1 MÓDULO 1
diferentes, mas que convergem para (2, −1) quando t tende a
zero, são diferentes.
Ou seja, a função f apresenta um comportamento para va-
lores próximos de (2, −1), ao longo da imagem de α1 , e outro
comportamento para valores próximos de (2, −1), ao longo da
imagem de α2 .
AULA
Nessas circunstâncias, costumamos dizer que f não tem li-
mite no ponto, apesar de a frase ser canhestra.
Em contrapartida, você deve lembrar-se do Cálculo I, em que
a coincidência dos limites laterais assegura a existência do limi-
te. No Cálculo III, porém, estamos em situação bem diferente.
Enquanto no caso das funções de uma variável temos apenas
dois limites laterais a considerar, no plano, por exemplo, temos
uma infinidade de direções a levar em conta. Por exemplo, a b
equação
α (t) = (a + ct, b + dt),
com c2 + d 2 > 0, parametriza o feixe de retas que contém o
a
ponto (a, b), de tal maneira que
A condição
lim α (t) = (a, b).
t→0 c2 + d 2 > 0 evita
que c e d sejam
A surpresa, que evidencia a diferença entre as funções de tomados
uma variável das funções de duas ou mais variáveis, é que a simultaneamente
análise do comportamento da função f (x, y) no ponto (a, b), de nulos, pois nesse
acumulação do domı́nio de f , ao longo de todos esses caminhos caso α (t) seria a
(i.e., todos os possı́veis valores de c e de d), não é suficiente função constante
para estabelecer a existência do limite de f em (a, b), no caso de α (t) = (a, b).
todos eles serem coincidentes. Aqui está um exemplo.
Exemplo 8.2.
blablabl
C E D E R J 119
i i
i i
4 c2 t 2 0
f (α (t)) = f (ct, 0) = = 0,
c4 t 4 + 0
se t 6= 0. Assim,
lim f (α (t)) = 0.
t→0
Se d 6= 0,
4 c2 dt 3
limt→0 f (α (t)) = limt→0 f (ct, dt) = limt→0 =
c4 t 4 + d 2 t 2
4 c2 dt
limt→0 = 0,
c4 t 2 + d 2
No entanto,
4t 4
lim f (β1 (t)) = lim f (t,t ) = lim 4 4 = 2
2
t→0 t→0 t→0 t + t
120 C E D E R J
i i
i i
8 1 MÓDULO 1
e
16t 4 16
lim f (β2 (t)) = lim f (2t,t 2) = lim 4 4
= .
t→0 t→0 t→0 16t + t 17
AULA
portanto,
4x2 y
@ lim .
(x,y)→(0,0) x4 + y2
4x2 y
f (x, y) = = c.
x4 + y 2
4x2 y
f (x, y) = = c ⇐⇒ 4x2 y = cx4 + cy4 .
x4 + y 2
em y, obtendo
√
4x2 ± 16x4 − 4c2 x4
y =
√ 2c
2 ± 4 − c2 2
y = x .
c
C E D E R J 121
i i
i i
i i
i i
8 1 MÓDULO 1
1
nı́vel c = 2, enquanto ao longo da parábola y = − x2 , a função
2
assume seu valor mı́nimo, correspondendo ao nı́vel −2.
Correspondendo a nı́veis entre 0 e 2, temos os pares de pará-
bolas na região y > 0 do plano, enquanto para nı́veis entre −2 e
0 temos os pares de parábolas simétricas em relação ao eixo Ox,
AULA
na região y < 0 do plano.
É muito importante conhecer uma gama de funções, com
seus gráficos e suas curvas de nı́vel, para perceber a diversi-
dade de situações possı́veis quando lidamos com duas variáveis.
Nosso próximo exemplo apresentará alguns gráficos de funções
com suas respectivas curvas de nı́vel.
Exemplo 8.3.
blablabl
y3
f (x, y) = − 2y2 + 3y − x2 g(x, y) = cos y − x2
3
C E D E R J 123
i i
i i
x2 − y 2 x2 − y 4
h(x, y) = k(x, y) =
x2 + y 2 x2 + y 4
Essas duas funções são parecidas uma com a outra. Você
nota a diferença nas curvas de nı́vel. Enquanto as curvas de
nı́vel de h são pares de retas, as curvas de nı́vel de k são pares de
parábolas.
2 +y2 )
u(x, y) = sen x sen y v(x, y) = 3x e−(x
124 C E D E R J
i i
i i
8 1 MÓDULO 1
ponto de mı́nimo, enquanto as do lado direito são curvas de nı́vel
positivo e circundam o ponto de máximo.
Aqui estão mais duas variações sobre o mesmo tema.
AULA
1 2 +y2 ) 2 +y2 )
z(x, y) = 3xy e− 2 (x w(x, y) = (x2 − 3y) e−(x
C ONTINUIDADE
Não há novidades na formulação desse conceito. Note, ape-
nas, que apresentaremos a definição de continuidade de uma
função de duas variáveis por uma questão de simplicidade. Essa
definição pode ser naturalmente generalizada para os casos de
mais do que duas variáveis, bastando acrescentar tantas variáveis
quantas forem necessárias.
• (a, b) ∈ A;
C E D E R J 125
i i
i i
Exemplo 8.4.
blablabl
seja contı́nua.
Note, inicialmente, que A = Dom( f ) = R2 ; portanto, todos
são pontos de acumulação de A. Além disso, se (a, b) 6= (1, 0),
ab2 + (a − 1)2
lim f (x, y) = = f (a, b).
(x,y)→(a,b) (a − 1)2 + b2
xy2 + (x − 1)2
lim f (x, y) = lim .
(x,y)→(1,0) (x,y)→(1,0) (x − 1)2 + y2
y2
Como lim (x−1) = 0 e g(x, y) = é uma
(x,y)→(1,0) (x − 1)2 + y2
função limitada, o Teorema 7.3 garante que
126 C E D E R J
i i
i i
8 1 MÓDULO 1
(x − 1)y2
lim = 0.
(x,y)→(1,0) (x − 1)2 + y2
Assim,
AULA
portanto, f é contı́nua se, e somente se, c = 1.
Um resultado que continua sendo verdadeiro nesse contexto
é que a composição de funções contı́nuas é contı́nua.
Exemplo 8.5. blablabl
C E D E R J 127
i i
i i
Demonstração
Consideremos, inicialmente, a possibilidade de (x0 , y0 ) ser
um elemento de A, mas não ser um ponto de acumulação de A
(essa situação não ocorre com freqüência nas funções mais usa-
das no Cálculo, mas como é uma possibilidade teórica, devemos
incluı́-la de qualquer forma).
Se (x0 , y0 ) ∈ A, mas não é um de seus pontos de acumulação,
existe um número r > 0, tal que (x0 , y0 ) é o único elemento de
A contido no disco de centro em (x0 , y0 ) e raio r. Neste caso, a
afirmação do teorema é verdadeira.
Suponhamos, agora, que (x0 , y0 ) é um elemento de A, assim
como um ponto de acumulação de A. Logo, podemos reescrever
a definição de continuidade em (x0 , y0 ) da seguinte maneira:
∀ε > 0, ∃δ > 0, tal que, se (x, y) ∈ A e
f (x0 , y0 )
Como f (x0 , y0 ) > 0, podemos tomar ε = . Para esse
2
ε existe δ = r > 0, tal que, se (x, y) ∈ A e
f (x0 , y0 )
0 < |(x, y)−(x0 , y0 )| < r, então | f (x, y)− f (x0 , y0 )| < .
2
128 C E D E R J
i i
i i
8 1 MÓDULO 1
é equivalente a dizer que f (x, y) pertence ao intervalo
f (x , y ) 3 f (x , y )
0 0 0 0
, ⊂ R.
2 2
Muito bem; com isso terminamos. Na próxima aula, o tema
da diferenciabilidade será introduzido através das derivadas par-
ciais.
AULA
Aqui estão alguns exercı́cios para que você pratique os co-
nhecimentos que aprendeu.
Exercı́cio 8.1.
4 − x2
b. lim .
(x,y)→(1,−2) 5 + xy
ln (1 + xy) sen xy
c. lim .
(x,y)→(0,0) xy
1 − cos y
d. lim .
(x,y)→(1,0) xy2
x2 + y 2 + z 2
e. lim .
(x,y,z)→(1,−1,1) 2+x+y+z
(sen 2x) (tg xy)
f. lim .
(x,y)→(0,0) x2 y
x2 z
g. lim .
(x,y,z)→(0,0,0) x2 + y2 + 2z2
x2 − y 2
h. lim p .
(x,y)→(0,0) x2 + y2
(x + 1)y3
2. Seja f (x, y) = .
(x + 1)2 + y6
a. Determine o domı́nio de f .
b. Considere α (t) = (at − 1, bt), com a2 + b2 > 0.
Mostre que
C E D E R J 129
i i
i i
lim f (α (t)) = 0.
t→0
x2 y4
b. lim .
(x,y)→(0,0) x2 + y 4
x2 − y 2 + z 2
c. lim .
(x,y,z)→(0,0,0) x2 + y 2 + z 2
x2 + y 2
d. lim .
(x,y,z)→(0,0,0) x2 + y
x(z − 1)
e. lim .
(x,y,z)→(0,0,0) (z − 1) − x2 + y2
xy + xz + yz
f. lim .
(x,y)→(0,0) x2 + y2 + z2
x2 (x + 1) + (y − 1)2
g. lim .
(x,y)→(0,1) x2 + (y − 1)2
x3
h. lim .
(x,y)→(0,0) (x2 + y2 )3/2
seja contı́nua.
130 C E D E R J
i i
i i
8 1 MÓDULO 1
5. Determine qual das seguintes funções é contı́nua. Para as
que não forem contı́nuas, determine o maior subconjunto
do domı́nio no qual a função é contı́nua.
2 2
a. f (x, y) = ex +y .
p
b. g(x, y) = 4 − x2 − 4y2 .
AULA
2x2 + y2
p 2 , se (x, y) 6= (0, 0)
x + y 2
c. h(x, y) = .
0, se (x, y) = (0, 0)
x + 2y
2 , se (x, y) 6= (0, 0)
x + y2
d. k(x, y) = .
c, se (x, y) = (0, 0)
C E D E R J 131
i i
i i
132 C E D E R J
i i
i i
a 9
acements
D ERIVADAS PARCIAIS
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
I NTRODUÇÃO
Ao longo das quatro últimas aulas você aprendeu os concei-
tos básicos da teoria das funções de várias variáveis, incluindo o
conceito de continuidade.
Nesta aula, iniciaremos uma nova etapa, o estudo das noções
de diferenciabilidade das funções de várias variáveis. Na ver-
dade, esse assunto ocupará todas as nossas aulas, de agora em
diante.
As derivadas parciais desempenham um papel relevante nes-
se contexto, especialmente do ponto de vista prático; porém,
como veremos um pouco mais adiante, não completamente de-
cisivo. Mas estamos antecipando demais nossa história. Tudo a
seu tempo.
Seguindo a prática já rotineira, estabeleceremos os conceitos
para os casos das funções de duas e de três variáveis, observando
que eles podem ser estendidos para funções com mais variáveis.
Antes de atacarmos o nosso tema principal, no entanto, pre-
cisamos de um novo conceito sobre conjuntos.
C ONJUNTOS A BERTOS
134 C E D E R J
i i
i i
9 1 MÓDULO 1
AULA
Um detalhe importante: a noção conjunto aberto é uma noção
relativa. Isto é, depende do ambiente. Veja, a sintaxe é: A é
aberto em R2 .
Para tornarmos este conceito mais preciso, introduziremos a
noção de ponto interior. Dizemos que um ponto (a, b) ∈ A ⊂ R 2 ponto interior
é um ponto interior do conjunto A se existe um disco aberto D
de centro em (a, b) e raio r > 0 contido em A. Em sı́mbolos ma-
temáticos,
(a, b) ∈ D ⊂ A ⊂ R2 .
Analogamente, um ponto (a, b, c) ∈ A ⊂ R3 é um ponto in-
terior de A se existe uma bola aberta B de centro em (a, b, c) e
raio r > 0 contida em A.
Intuitivamente, um ponto (a, b) é um ponto interior de A se
todos os pontos de R2 que o cercam também são pontos de A.
Exemplo 9.1. blablabl
C E D E R J 135
i i
i i
1 2
C ONJUNTO A BERTO
A1 = { (x, y) ∈ R2 ; y > 1 };
A2 = { (x, y) ∈ R2 ; x 6= y };
A3 = { (x, y) ∈ R2 ; 0 < x < 1, 0 < y < 1 };
A4 = { (x, y) ∈ R2 ; (x, y) 6= (1, 2) }.
O argumento usado no Exemplo 9.1, para mostrar que (1, 2)
é um ponto interior de H, pode ser adaptado para mostrar que
todos os elementos de A1 são pontos interiores. Note que A1
se diferencia de H exatamente por não conter os pontos do tipo
(a, 1), que estão no bordo.
Para se convencer de que cada ponto (a, b) ∈ A2 é ponto in-
terior, basta observar que a distância de (a, b) até a reta x = y é
positiva, uma vez que a 6= b. Assim, basta tomar o disco D, de
centro em (a, b), com raio igual à metade dessa distância, por
exemplo.
Caso (a, b) ∈ A3 , sabemos que 0 < a, b < 1. Escolha
r > 0, um número menor do que qualquer um dos números
136 C E D E R J
i i
i i
9 1 MÓDULO 1
|a|, |b|,
|a − 1|, |b − 1|. O disco D, de centro em (a, b) e raio r, não to-
cará nenhum dos bordos do quadrado. Portanto, estará contido
em A3 .
Para constatar que A4 é um conjunto aberto (A4 é o plano
todo menos um ponto), basta escolher r > 0 menor do que a
AULA
distância entre (a, b) e (1, 2). O disco D centrado em (a, b), com
tal raio, não contém o ponto (1, 2). Logo, D está contido em A 4
e isso mostra que A4 é um subconjunto aberto de R2 .
Os discos abertos de R2 e as bolas abertas de R3 fazem o
papel dos intervalos abertos de R. Além disso, se A é um sub-
conjunto aberto de R2 , então A é igual a uma união de discos
abertos, pois todos os seus pontos são interiores. Além disso,
todos os pontos de A são, também, pontos de acumulação de A.
É bom lembrar que o plano R2 é, ele mesmo, um aberto em
R2 e, como é impossı́vel exibir um elemento do conjunto vazio
que não seja ponto interior, dizemos que ∅ é um conjunto aberto
(em qualquer ambiente).
A união qualquer de conjuntos abertos é um conjunto aberto,
mas, surpreendentemente, a interseção infinita de conjuntos aber-
tos pode não ser um conjunto aberto.
Terminamos agora essa conversa, que está um pouco longa,
e vamos ao nosso tema principal.
D ERIVADAS PARCIAIS
C E D E R J 137
i i
i i
cos hb − 1 sen hb
Observe que lim = 0 e lim = b. As-
h→0 h h→0 h
sim,
∂f h sen ah (cos hb − 1) sen hb i
(a, b) = lim + cos ab =
∂x h→0 h h
= b cos ab.
138 C E D E R J
i i
i i
9 1 MÓDULO 1
então, substitutindo o termo genérico a por x e b por y, temos
∂f
(x, y) = y cos xy.
∂x
AULA
∂f ∂f
A S F UNÇ ÕES ,
∂x ∂y
Seja
f (x, y, z) = xy2 + z sen xyz.
∂f
Esta função está definida no espaço R3 . Vamos calcular ,
∂x
∂f ∂f
e . Isto é, queremos calcular as derivadas parciais de f .
∂y ∂z
Podemos fazer isso diretamente, usando as regras de derivação
aprendidas no Cálculo I. Basta que derivemos em relação à vari-
ável indicada, considerando as outras variáveis como constantes.
∂f
(x, y, z) = y2 + yz2 cos xyz.
∂x
∂f
(x, y, z) = 2xy + xz2 cos xyz.
∂y
C E D E R J 139
i i
i i
∂f
(x, y, z) = sen xyz + xyz cos xyz.
∂z
Exercı́cio 9.1.
∂f ∂f
Calcule (x, y) e (1, −1), onde f (x, y) = 3x sen (x + y).
∂x ∂y
Exemplo 9.5.
blablabl
!
1
(x2 + y2 ) sen
, se (x, y) 6= (0, 0)
x2 + y 2
Seja f (x, y) = .
0, se (x, y) = (0, 0)
∂f ∂f
Vamos verificar que (0, 0) = 0 e (0, 0) = 0.
∂x ∂y
Note que a função não se altera se trocarmos a ordem das
variáveis: f (x, y) = f (y, x) . Isso significa que, caso a função
admita alguma das derivadas parciais em (0, 0), a primeira igual-
dade já estará estabelecida. Portanto, basta calcular, digamos,
∂f f (h, 0) − f (0, 0)
(0, 0) = lim =
∂x h→0 h !
1
h2 sen −0 !
h2 1
= lim = lim h sen = 0,
h→0 h h→0 h2
!
1
pois lim h = 0 e a função g(x) = sen , definida em
h→0 x2
R − { 0 }, é limitada.
140 C E D E R J
i i
i i
∂f ∂f
9 1 MÓDULO 1
Concluı́mos, então, que (0, 0) = 0 e (0, 0) = 0.
∂x ∂y
Exemplo 9.6.
blablabl
3
x + 2y2
AULA
2 2
, se (x, y) 6= (0, 0)
Seja f (x, y) = x + y .
0, se (x, y) = (0, 0)
Esse exemplo nos reserva uma surpresa. Vamos calcular
∂f
(0, 0).
∂x
∂f f (h, 0) − f (0, 0)
(0, 0) = lim =
∂x h→0 h
h3
2
−0
= lim h = lim 1 = 1.
h→0 h h→0
No entanto,
∂f f (0, h) − f (0, 0)
(0, 0) = lim =
∂y h→0 h
3h2
2
−0 2
= lim h = lim .
h→0 h h→0 h
2
Como a função g(x) = , definida em R − { 0 }, não admite
x
limite quando x → 0, dizemos que a função f não admite deri-
vada parcial em relação a y no ponto (0, 0).
C E D E R J 141
i i
i i
z z
x
x y
142 C E D E R J
i i
i i
9 1 MÓDULO 1
Exercı́cio 9.2.
∂f ∂f
1. Calcule ∂ x (x, y) e ∂ y (1, −1), onde f (x, y) = 3x sen(x+y).
Solução:
AULA
∂f
(x, y) = 3 sen (x + y) + 3x cos(x + y).
∂x
∂f ∂f
(x, y) = 3x cos(x + y) =⇒ (1, −1) = 3.
∂y ∂y
∂f ∂f
a. f (x, y) = 2xy + y2 ; (x, y), (x, y).
∂x ∂y
∂f ∂f ∂f
b. f (x, y, z) = 2xy(1 − 3xz)2 ; , , .
∂x ∂y ∂z
x ∂z ∂z
c. z = x ln ; , .
y ∂x ∂y
p
d. x = 1 + x2 + y2 + z2 ; wx , wz , wy (0, 0, 0).
∂f
e. f (u, v) = uv − u2 + v2 ; , fv (0, −1).
∂u
∂g ∂g
f. g(r, θ ) = r cos θ + r sen θ ; , .
∂r ∂θ
y ∂z ∂z
g. z = arctg ; , .
x ∂x ∂y
∂f ∂f ∂f
h. f (x, y, z) = (x + y) ex−y+2z ; , , .
∂x ∂y ∂z
∂f ∂f
i. f (u, v) = u2 arcsen v; , .
∂u ∂v
p
3. Seja f (x, y) = ln x2 + y 2 .
C E D E R J 143
i i
i i
y
4. Seja f (x, y, z) = . Verifique que
x2 + y 2 + z 2
x fx + y fy + z fz = − f .
x2 y
, se (x, y) 6= (0, 0)
5. Seja f (x, y) = x2 + y 2 .
0, se (x, y) = (0, 0)
∂f ∂f
Calcule e . (Veja que você deverá usar as regras
∂x ∂y
∂f ∂f
de derivação para calcular (x, y) e (x, y), no caso
∂x ∂y
de (x, y) 6= (0, 0), e a definição de derivada parcial num
∂f ∂f
ponto especı́fico para calcular (0, 0) e (0, 0)).
∂x ∂y
As derivadas parciais são usadas para expressar um par
de equações muito importantes, na teoria das funções de
variável complexa, chamadas Equações de Cauchy-Riemann.
Um par de funções u(x, y) e v(x, y) que satisfazem as e-
quações
∂u ∂v ∂u ∂v
= e = −
∂x ∂y ∂y ∂x
são, respectivamente, a parte real e a parte complexa de
uma função diferenciável (num sentido complexo) de uma
variável complexa.
144 C E D E R J
i i
i i
a 10
acements
AULA DE E XERC ÍCIOS
Objetivo
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
f (x, y) = x2 − 3xy + y2 .
f (x, y) = x2 − 3xy + y2 = c
1 −3/2
A matriz A = é simétrica. Seus auto-
−3/2 1
valores são as soluções da equação det(A − λ I) = 0, ou seja,
λ 2 − 2λ − 5/4 = 0, que são λ1 = 5/2 e λ2 = −1/2.
Sabemos, da Álgebra Linear, que toda matriz simétrica é di-
agonalizável, de uma maneira especial. Isto é, existe uma matriz
P, tal que
Pt AP = D,
em que D é uma matriz diagonal.
Não é difı́cil ver que os auto-espaços associados aos autova-
lores 5/2 e −1/2 são definidos por y = −x e y = x, respecti-
vamente.
√ √ √ √
Vamos considerar B = {( 2/2, 2/2), (− 2/2, 2/2) }
uma base de autovetores ortonormais. Então, se fizermos
146 C E D E R J
i i
i i
√ √
10 1 MÓDULO 1
√ 2/2 −√ 2/2
P = , obtemos
2/2 2/2
t −1/2 0
P AP = .
0 5/2
AULA
x u
Portanto, vamos fazer = P .
y v
Como x y = u v Pt , pois (P X )t = X t Pt , temos
2 2
1 −3/2 x
x − 3xy + y = x y
−3/2 1 y
u
= u v Pt A P =
v
−1/2 0 u
= u v
0 5/2 v
u2 5v2
= − + .
2 2
C E D E R J 147
i i
i i
Exemplo 10.2.
blablabl
x2 + y 2 + z 2
f (x, y, z) = .
2x + 2y
x2 + y 2 + z 2
f (x, y, z) = = c.
2x + 2y
x2 + y 2 + z 2 = 2cx + 2cy
x2 − 2cx + y2 − 2cy + z2 = 0
x2 − 2cx + c2 + y2 − 2cy + c2 + z2 = 2c2
(x − c)2 + (y − c)2 + z2 = 2c2 .
f −1 (0) = ∅.
148 C E D E R J
i i
i i
10 1 MÓDULO 1
esse plano divide o espaço em duas regiões: uma contendo o
ponto (1, 1, 0) e a outra contendo o ponto (−1, −1, 0). As esfe-
ras contidas na primeira região correspondem aos nı́veis positi-
vos; aquelas contidas na outra região correspondem aos nı́veis
negativos. Uma última observação a respeito da função f : sua
imagem consiste do conjunto R − {0}.
AULA
O tema do próximo exemplo é o limite.
Exemplo 10.3.
blablabl
C E D E R J 149
i i
i i
Assim,
sen xy
lim f (x, y) = limp
(x,y)→(0,0) (x,y)→(0,0) x2 + y2
sen (r2 cos θ sen θ )
= lim .
r→0 r
150 C E D E R J
i i
i i
10 1 MÓDULO 1
AULA
Gráfico de f Gráfico de g
seja contı́nua.
Para isso, devemos calcular lim f (x, y). Novamente,
(x,y)→(0,0)
vamos usar a técnica aplicada no exemplo anterior: coordenadas
polares. Assim,
sen r2 2r cos r2
lim f (x, y) = lim = lim = 2.
(x,y)→(0,0) r→0 1 − cos r r→0 sen r
C E D E R J 151
i i
i i
trigonométrico fundamental.
Portanto, se colocarmos a = 2, a função f , definida em todo
o plano R2 , será contı́nua. O gráfico dessa função parece um
chapéu com as abas muito onduladas. Veja:
Exemplo 10.5.
blablabl
é contı́nua.
Realmente, como é um quociente de polinômios, já sabemos
que f é contı́nua em todos os pontos diferentes da origem. Tudo
que temos de fazer é mostrar que f é contı́nua na origem. Para
isso, temos de calcular lim f (x, y) e mostrar que esse limite
(x,y)→(0,0)
é zero.
A solução consiste em observar que, se (x, y) 6= (0, 0), então
x3 y xy3
f (x, y) = − .
x2 + y 2 x2 + y 2
x3 y x2
lim = lim xy = 0,
(x,y)→(0,0) x2 + y2 (x,y)→(0,0) x2 + y 2
152 C E D E R J
i i
i i
10 1 MÓDULO 1
x2
pois a função z = é limitada e lim xy = 0.
x2 + y 2 (x,y)→(0,0)
Analogamente,
xy3 y2
lim = lim xy = 0.
(x,y)→(0,0) x2 + y2 (x,y)→(0,0) x2 + y 2
AULA
Assim, podemos afirmar que
x x2
f1 (x, y) = e f2 (x, y) = .
y x2 + y 2
C E D E R J 153
i i
i i
Realmente,
tx x
f1 (tx,ty) = = = f1 (x, y),
ty y
t 2 x2 x2
f2 (tx,ty) = 2 2 2 2 = 2 = f2 (x, y).
t x +t y x + y2
∂z ∂z
x +y = 0.
∂x ∂y
∂z ∂ f1 1
= (x, y) = .
∂x ∂x y
∂z ∂ f1 x
= (x, y) = − 2 .
∂y ∂y y
Assim,
∂z ∂z 1 x
x +y = x − y 2 = 0.
∂x ∂y y y
x2
Caso z = f2 (x, y) = , então
x2 + y 2
Assim,
∂z ∂z 2xy2 2x2 y
x + y = x 2 − y = 0.
∂x ∂y (x + y2 )2 (x2 + y2 )2
154 C E D E R J
i i
i i
10 1 MÓDULO 1
A caracterı́stica algébrica f (tx,ty) = f (x, y) das funções ho-
mogêneas tem sua contrapartida geométrica, que é a seguinte:
todos os pontos da forma (ta,tb), para um dado (a, b) e ∀t >
0, pertencem à mesma curva de nı́vel. Ora, esse conjunto é,
precisamente, o raio que parte da origem e contém o ponto (a, b).
x2 − y 2
Veja a função h(x, y) = 2 , no Exemplo 8.3.
AULA
x + y2
Exemplo 10.7.
blablabl
f (x, y) = 3xy − x3 − y3 .
∂f
(x, y) = 3y − 3x2 = 0
∂x
.
∂f
(x, y) = 3x − 3y2 = 0
∂y
C E D E R J 155
i i
i i
Exercı́cio 10.1.
4
e. k(x, y) = ;
4x2 − y2 + 1
p
f. l(x, y, z) = 64 − 16x2 − 4y2 − 4z2 ;
1
g. m(x, y) = ln |xy| + .
x−y
a. f (x, y) = x3 − y; b. g(x, y) = x + y2 ;
y
c. h(x, y) = sen (x2 + y2 ); d. j(x, y) = .
x2
3. Determine o domı́nio e faça um esboço das superfı́cies de
nı́vel das seguintes funções:
x+y 1
a. f (x, y, z) = ; b. g(x, y, z) = ;
z x2 + y 2 + z 2
c. h(x, y, z) = x2 + 4y2 − z2 ;
x2 y 2 z2
d. j(x, y, z) = ln + + .
4 9 36
156 C E D E R J
i i
i i
10 1 MÓDULO 1
4. Calcule o limite ou mostre que ele não existe.
x4
a. lim ;
(x,y)→(0,0) (x2 + y)2
x3
b. lim ;
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
AULA
1
2 2
c. lim ex + y − 1 ;
(x,y)→(1,0)
y3
d. lim ;
(x,y)→(0,0) (x2 + y2 )3/2
(x − 1)2 y
e. lim ;
(x,y)→(1,0) (x − 1)2 + y2
p
1 − cos x2 + y2
f. lim ;
(x,y)→(0,0) tg (x2 + y2 )
xy
g. lim ;
(x,y)→(0,0) xy + x − y
√
1 − cos xy
h. lim .
(x,y)→(0,0) y
5. Seja f (x, y) = (x − y) ey . Verifique que f satisfaz a se-
guinte equação, envolvendo suas derivadas parciais:
∂f ∂f
(x, y) + (x, y) = f (x, y).
∂x ∂y
x
6. Verifique que as funções f (x, y) = e g(x, y) =
x+y
xy2
são funções homogêneas e satisfazem a seguinte
x3 + y 3
equação, envolvendo suas derivadas parciais:
∂z ∂z
x +y = 0.
∂x ∂y
C E D E R J 157
i i
i i
158 C E D E R J
i i
i i
a 11
acements
D IFERENCIABILIDADE
Objetivo
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
I NTRODUÇÃO
As disciplinas de Cálculo têm um grande impacto no pa-
norama cultural matemático dos alunos de todos os cursos em
que essa matéria é oferecida. Isso ocorre porque o Cálculo dis-
ponibiliza um ferramental sofisticado e poderoso, que permite
resolver problemas inacessı́veis àqueles que não sabem derivar
ou integrar.
Na verdade, o Cálculo recria na formação dos matemáticos,
engenheiros, fı́sicos etc. o momento em que ideias e conceitos
envolvendo infinito (infinitamente grande e infinitamente peque-
no) foram colocados em plena ação e geraram muitos frutos.
É como reviver uma grande aventura, uma jornada intensa no
caminho do conhecimento.
Um bom exemplo disso é a derivada de uma função real, de
uma variável real, num determinado ponto, que é, por definição,
o limite do quociente de Newton e pode ser interpretada geo-
metricamente como o coeficiente angular da reta tangente ao
gráfico da função no ponto em questão.
De uma só penada, generalizou-se a noção de tangente, que
era conhecida no caso do cı́rculo e em algumas outras curvas
especiais, para uma infinidade estonteante de outras curvas.
É esse conceito, importante tanto do ponto de vista teórico
como do prático, que nos dispomos a estabelecer para o caso das
funções reais de várias variáveis.
Nesta aula, definiremos a noção equivalente à de derivada de
uma função do Cálculo I, num dado ponto, para as funções de
duas ou mais variáveis.
Você aprendeu que a derivada de uma função real, de uma
variável real, como y = f (x) = sen x, num dado ponto, como
x = π , é um número:
f 0 (π ) = cos π = −1.
160 C E D E R J
i i
i i
11 1 MÓDULO 1
3π /4
π
AULA
No exemplo, esse ângulo é 3π /4 ou 135o . Além disso, você
aprendeu a interpretar este número como uma taxa de variação,
como quando derivamos a função deslocamento para obter a ve-
locidade de uma partı́cula.
No entanto, quando pensamos em estender este conceito (de-
rivada de uma função num ponto) para o caso das funções reais
de várias variáveis, nenhuma dessas interpretações é completa-
mente adequada.
Há ainda uma outra forma de interpretar a derivada de uma
função num ponto, que é adequada à generalização pretendida e
que apresentaremos a seguir.
C E D E R J 161
i i
i i
y = f (c) + m (x − c).
162 C E D E R J
i i
i i
11 1 MÓDULO 1
pela função afim é a diferença entre elas:
E(x)
AULA
f (c)
c x
C E D E R J 163
i i
i i
y = f (1) + m (x − 1) = 2 + m (x − 1)
E(x) x2 + x − 2 − 3 (x − 1)
lim = lim =
x→1 x − 1 x→1 x−1
x2 − 2x + 1
= lim = lim x − 1 = 0.
x→1 x−1 x→1
164 C E D E R J
i i
i i
11 1 MÓDULO 1
é um número real, que chamamos f 0 (c). Realmente, essa equi-
valência entre as duas definições se deve ao fato de
f (x) − f (c) − m (x − c)
limx→c = 0 se, e somente se,
x−c
f (x) − f (c)
limx→c = m.
AULA
x−c
C E D E R J 165
i i
i i
α 2 l02 (t1 − t0 )2
lim = 0.
t1 →t0 t1 − t 0
l02 = s0
166 C E D E R J
i i
i i
11 1 MÓDULO 1
Definição 11.1. blablabla
AULA
E(x)
lim = lim =
x→c |x − c| x→c |x − c|
f (c + h) − f (c) − f 0 (c) h
= lim = 0.
h→0 |h|
Exercı́cio 11.1.
E(x) E(x)
Mostre que lim = 0 se, e somente se, lim = 0.
x→c |x − c| x→c x−c
E(x) E(x)
Dê um exemplo onde lim 6= lim .
x→c |x − c| x→c x − c
z − c = m (x − a) + n (y − b).
C E D E R J 167
i i
i i
E(x, y)
lim x → a =
y→b |(x, y) − (a, b)|
f (x, y) − f (a, b) − m (x − a) − n (y − b)
lim x → a = 0.
y→b |(x, y) − (a, b)|
f (x, b) − f (a, b) − m (x − a)
lim = 0.
x→a |x − a|
168 C E D E R J
i i
i i
11 1 MÓDULO 1
variável ser tão diferente do caso das funções de uma variável.
Lembre-se das aulas de limite!
Portanto, os candidatos naturais a m e n são as derivadas
parciais.
Vamos terminar esta aula, um tanto teórica, porém muito im-
AULA
portante, com um exemplo.
Exemplo 11.3.
blablabl
∂f ∂f
E(x, y) = f (x, y) − f (1, 1) − (1, 2) (x − 1) − (1, 2) (y − 2)
∂x ∂y
= xy − 2 − 2 (x − 1) − (y − 2)
= xy − 2x − y + 2.
E(x, y) xy − 2x − y + 2
lim p = lim p = 0.
x→1 (x − 1) 2 + (y − 2)2 x→1 (x − 1) 2 + (y − 2)2
y→2 y→2
E(x, y) xy − 2x − y + 2
lim = lim p =
x→1 |(x, y) − (a, b)| x→1 (x − 1)2 + (y − 2)2
y→2 y→2
(h + 1)(k + 2) − 2(h + 1) − (k + 2) + 2
= lim √ =
h→0
k→0
h2 + k 2
C E D E R J 169
i i
i i
hk + 2h + k + 2 − 2h − 2 − k − 2 + 2
= lim √ =
h→0
k→0
h2 + k 2
hk
= lim √ = 0,
h→0
k→0
h2 + k 2
k
pois z = √ é uma função limitada e lim h = 0.
h2 + k 2 h→0
k→0
Exercı́cio 11.2.
√
1. Use a melhor aproximação afim da função f (x) =√ x,
torno do ponto x = 1 para aproximar o valor de 1.02
em √
e 0.99. Use uma calculadora comum para avaliar a
aproximação obtida.
170 C E D E R J
i i
i i
a 12
acements
D IFERENCIABILIDADE – C ONTINUAÇ ÃO
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
D IFERENCIABILIDADE – C ONTINUAÇÃO
A aula anterior foi dedicada ao estabelecimento do conceito
de diferenciabilidade de uma função real de duas variáveis em
um dado ponto. Foi dado ênfase no ponto de vista da melhor
aproximação afim da função, numa vizinhança do ponto em ques-
tão.
Ainda na aula passada, observamos que a existência das de-
rivadas parciais é uma condição necessária para a função ser di-
ferenciável.
Iniciaremos esta aula apresentando outra condição necessá-
ria para a função f ser diferenciável em um dado ponto (a, b).
172 C E D E R J
i i
i i
12 1 MÓDULO 1
E(x, y)
lim = 0 =⇒ xlim E(x, y) = 0
x→a
y→b
|(x, y) − (a, b)| →a
y→b
e ∂ f ∂f
lim (a, b) (x − a) + (a, b) (y − b) = 0,
AULA
x→a
y→b
∂x ∂y
∂ f ∂f
f (x, y)− f (a, b) = E(x, y) − (a, b) (x−a)+ (a, b) (y−b) .
∂x ∂y
C E D E R J 173
i i
i i
x y
Exercı́cio 12.1.
Determine o conjunto no qual a função f (x, y) = x + |y|
admite ambas as derivadas parciais.
Seja
x2 y
, se (x, y) 6= (0, 0)
f (x, y) = x 2 + y2 ,
0, se (x, y) = (0, 0)
174 C E D E R J
i i
i i
12 1 MÓDULO 1
Vamos mostrar que f é contı́nua, que admite ambas as deri-
vadas parciais na origem e, mesmo assim, f não é diferenciável
na origem.
A função f é, claramente, contı́nua nos pontos diferentes da
origem. Realmente, se (a, b) 6= (0, 0), então
AULA
x2 y a2 b
lim
x → a x2 + y 2
= 2 = f (a, b).
y→b
a + b2
x2
Considere, agora, g(x, y) = uma função limitada,
x2 + y 2
pois
x2
|g(x, y)| = ≤ 1.
x2 + y 2
∂f f (x, 0) − f (0, 0) 0
(0, 0) = lim = lim = 0;
∂x x→0 x x→0 x
y→0 y→0
∂f f (0, y) − f (0, 0) 0
(0, 0) = lim = lim = 0.
∂y x→0 y x→0 y
y→0 y→0
Note que
∂f ∂f x2 y
E(x, y) = f (x, y)− f (0, 0)− (0, 0) x− (0, 0) y = 2 .
∂x ∂y x + y2
C E D E R J 175
i i
i i
Portanto,
E(x, y) E(x, y) x2 y
lim = lim p = lim 2 .
x→0 |(x, y)| x→0 x2 + y 2 x → 0 (x + y2 )3/2
y→0 y→0 y→0
E(x, y) x2 y
= 2
|(x, y) − (0, 0)| (x + y2 )3/2
não admite limite quando (x, y) tende a (0, 0). Logo, f não é
diferenciável na origem.
Veja, sob dois pontos de vista, o gráfico da função
E(x, y) x2 y
h(x, y) = p = 2 ,
x2 + y 2 (x + y2 )3/2
Exercı́cio 12.2.
Mostre que a função
2 2
x y
, se (x, y) 6= (0, 0)
f (x, y) = 2 2
x +y
0, se (x, y) = (0, 0)
176 C E D E R J
i i
i i
12 1 MÓDULO 1
é diferenciável na origem.
Exercı́cio 12.3.
Mostre que a função
x3
AULA
, se (x, y) 6= (0, 0)
f (x, y) = x 2 + y2
0, se (x, y) = (0, 0)
C E D E R J 177
i i
i i
∂f
(x, y) = y cos(x + y) − xy sen (x + y),
∂x
∂f
(x, y) = x cos(x + y) − xy sen (x + y),
∂y
Exercı́cio 12.4.
Mostre que a função g(x, y, z) = exyz é diferenciável.
178 C E D E R J
i i
i i
12 1 MÓDULO 1
Demonstração do Teorema:
∂f
Seja (a, b) ∈ A um ponto genérico, m = (a, b) e n =
∂x
∂f
(a, b). Para mostrar que f é diferenciável em (a, b), devemos
∂y
E(x, y)
mostrar que o limite de , quando (x, y) → (a, b),
AULA
|(x, y) − (a, b)|
é zero. Lembre-se:
E(x, y)
lim x → a
y → b |(x, y) − (a, b)|
f (x, y) − f (a, b) − m (x − a) − n (y − b)
= lim x → a p
y→b (x − a)2 + (y − b)2
f (a + h, b + k) − f (a, b) − m h − n k
= lim h → 0 √ ,
k→0 h2 + k 2
com h = x − a e k = y − b.
Note que, devido a A ser um conjunto aberto, podemos ga-
rantir que, para valores pequenos de h e k, (a + h, b + k) ∈ A.
Nessa altura, fazer isso não parece ser uma tarefa fácil. Real-
mente, para isso usaremos algumas estratégias bem conhecidas,
mas para quem nunca as viu antes, podem parecer um bocado
misteriosas. É algo assim como o ovo que Colombo colocou
em pé. Parece impossı́vel antes, mas, depois de feito, parece ser
bem simples. Veremos.
Nesse tipo de situação, estaremos sempre tentando dividir o
limite em pedaços menores, que possamos controlar, usando o
fato de que
|a + b| ≤ |a| + |b|.
g(β ) − g(α )
g0 (ξ ) = .
β −α
C E D E R J 179
i i
i i
f (a + h, b + k) − f (a, b)
= f (a + h, b + k) − f (a + h, b) + f (a + h, b) − f (a, b).
∂f f (a + h, b + k) − f (a + h, b)
g01 (ξ1 ) = (a + h, ξ1 ) =
∂y (b + k) − b
e
∂f f (a + h, b) − f (a, b)
g02 (ξ2 ) = (ξ2 , b) = .
∂x (a + h) − a
∂f
(a + h, ξ1 ) k = f (a + h, b + k) − f (a + h, b)
∂y
e
∂f
(ξ2 ) h = f (a + h, b) − f (a, b).
∂x
180 C E D E R J
i i
i i
12 1 MÓDULO 1
f (a + h, b + k) − f (a + h, b) + f (a + h, b) − f (a, b) − mh − nk
= √
2
h +k 2
∂ f (a + h, ξ ) k + ∂ f (ξ , b) h − ∂ f (a, b) h − ∂ f (a, b) k
1 2
∂y ∂x ∂x ∂y
= √
2
h +k 2
AULA
! !
∂f ∂f k ∂f ∂f h
(a+h, ξ1 )− (ξ2 , b)−
= (a, b) √ + (a, b) √
∂y ∂y ∂x ∂x
h2 + k 2 h2 + k 2
∂ f ∂f k ∂ f ∂f h
(a+h, ξ1 )− (ξ2 , b)−
≤ (a, b) √ + (a, b) √ .
∂ y ∂y 2
h +k 2 ∂x ∂x h + k2
2
vai para zero, quando h e k vão para zero. Ora, isso garante que
E(h, k)
lim √
h → 0 h2 + k 2
k→0
C E D E R J 181
i i
i i
Uma palavra final, uma vez que já há exercı́cios para você
resolver, deixados ao longo da aula.
Realmente, nesse estágio de sua vida acadêmica, não se es-
pera que você venha a fazer demonstrações como a que você
acabou de ler. No entanto, esforços para entender argumentações
desse tipo acrescentarão muita experiência à sua bagagem, en-
riquecendo sua cultura matemática. Além disso, você estará fa-
zendo um bom investimento no seu futuro como matemático.
Aqui está um último exercı́cio.
Exercı́cio 12.5.
Determine o domı́nio de continuidade e o domı́nio de dife-
renciabilidade da função
p
f (x, y) = 9 − x2 − y2 .
182 C E D E R J
i i
i i
a 13
P LANO TANGENTE , D IFERENCIAL
E G RADIENTE
acements
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
P LANO TANGENTE
∂f ∂f
f (x, y) = f (a, b) + (a, b) (x − a) + (a, b) (y − b) + E(x, y)
∂x ∂y
∂f ∂f
A (x, y) = f (a, b) + (a, b) (x − a) + (a, b) (y − b),
∂x ∂y
184 C E D E R J
i i
i i
13 1 MÓDULO 1
Mas, como sabemos, equações do tipo
z = c+mx+ny
definem planos em R3 .
Isso nos motiva a estabelecer o seguinte.
AULA
Definição 13.1. blablabla
∂f ∂f
z = f (a, b) + (a, b) (x − a) + (a, b) (y − b)
∂x ∂y
Exemplo 13.1. blablabl
C E D E R J 185
i i
i i
∂f ∂f
z = f (1, 1) + (1, 1) (x − 1) + (1, 1) (y − 1);
∂x ∂y
z = −1 + (x − 1) − 3(y − 1);
z = x − 3y + 1.
Exemplo 13.2. blablabl
∂f ∂f
z = f (a, b) + (a, b) (x − a) + (a, b) (y − b) e z = 2x + 4y
∂x ∂y
∂f ∂f
sejam paralelos, é preciso que (a, b) = 2 e (a, b) = 4.
∂x ∂y
∂f ∂f
Como (x, y) = 2y e (x, y) = 2x − 2y, temos de achar
∂x ∂y
os valores a e b tais que 2b = 2 e 2a − 2b = 4. Portanto, o
ponto que procuramos é (a, b) = (3, 1), e a equação do plano
tangente procurado é
186 C E D E R J
i i
i i
v1 × v 2
13 1 MÓDULO 1
AULA
v1
v2
α x+β y+γ z = δ,
r(t) = (α t + a, β t + b, γ t + c).
∂f ∂f ∂f ∂f
(a, b) x+ (a, b) y−z = (a, b) a+ (a, b) b− f (a, b),
∂x ∂y ∂x ∂y
obtemos uma equação paramétrica da reta normal ao gráfico de
f no ponto (a, b, f (a, b)):
∂ f ∂f
r(t) = (a, b)t + a, (a, b)t + b, −t + f (a, b) .
∂x ∂y
Exemplo 13.3. blablabl
C E D E R J 187
i i
i i
∂f ∂f
(x, y) = y e (x, y) = x,
∂x ∂y
e substituı́mos (x, y) por (−1, −2):
∂f ∂f
(−1, −2) = −2 e (−1, −2) = −1.
∂x ∂y
Aqui está uma equação paramétrica da reta normal ao gráfico
de z = xy no ponto (−1, −2, 2):
D IFERENCIAL
• T (v + w) = T (v) + T (w);
• T (λ v) = λ T (v).
188 C E D E R J
i i
i i
13 1 MÓDULO 1
Em particular, as transformações lineares de R2 em R, também
chamadas funcionais lineares de R2 , têm a forma geral
T (x, y) = α x + β y,
AULA
Isto é, cada funcional linear de R2 é caracterizado unica-
mente por um par ordenado (α , β ).
O gráfico de um funcional linear de R2 é um plano contido
em R3 que contém a origem, pois T (0, 0) = 0.
Já uma aplicação afim de R2 em R tem a forma geral
A (x, y) = α x + β y + γ ,
∂f ∂f
A (x, y) = f (a, b) + (a, b) (x − a) + (a, b) (y − b)
∂x ∂y
é a melhor aproximação afim da função f , numa pequena vizi-
nhança do ponto (a, b).
Há uma maneira clássica de apresentar este tema, isto é, a
noção de diferencial. A terminologia usada é a de acréscimos.
Usando a notação de acréscimos, mudaremos a aplicação afim
para uma linear, que passará a ser chamada diferencial.
Coloquemos z = f (x, y). Nesses termos, x e y são as variáveis
independentes e z é a variável dependente.
Veja: se colocarmos h = x − a e k = y − b, podemos rees-
crever a equação que define a aplicação afim A da seguinte ma-
neira:
C E D E R J 189
i i
i i
∂f ∂f
A (a + h, b + k) − f (a, b) = (a, b) h + (a, b) k.
∂x ∂y
∂f ∂f
T (h, k) = (a, b) h + (a, b) k,
∂x ∂y
∂ f ∂f
determinada unicamente pelo par ordenado (a, b), (a, b) .
∂x ∂y
Resumindo, dados os acréscimos h e k,
∂f ∂f
T (h, k) = (a, b) h + (a, b) k
∂x ∂y
é a melhor aproximação linear ao acréscimo obtido na variá-
vel z. Isto é, T (h, k) é a melhor aproximação ao acréscimo
f (a + h, b + k) − f (a, b).
Classicamente, denotam-se os acréscimos em x e em y por dx
e dy (h = dx e k = dy). O acréscimo real,
f (a + dx, b + dy) − f (a, b), em z, é denotado por ∆z, para di-
ferenciá-lo do acréscimento obtido com a diferencial, denotado
por dz.
Assim, representamos a transformação linear T (h, k) por
∂f ∂f
dz = dx + dy,
∂x ∂y
190 C E D E R J
i i
i i
13 1 MÓDULO 1
∆z. Eles diferem pelo erro E(h, k) que é tão menor quanto mais
h e k estiverem próximos de zero.
Esta figura é
esquemática. Note
A (a + dx, b + dy) que o domı́nio de
Erro = |∆z − dz|
f (a + dx, b + dy) f , que está contido
∆z dz em R2 , foi
AULA
representado como
f (a, b)
um subconjunto de
R. Dessa forma, o
gráfico de f , que é
uma superfı́cie,
(a, b) (a + dx, b + dy) está representado
por uma curva,
enquanto o gráfico
Veja como usar essa notação no seguinte exemplo. de A , que é um
plano, está
Exemplo 13.4. blablabl representado por
uma reta. A prática
de representar
Vamos calcular a expressão geral para a diferencial da função espaços de
p dimensões maiores
f (x, y) = 6 − x2 − y2 por seus similares
de dimensões
e usá-la para calcular uma aproximação ao valor f (0.99, 1.02).
menores é comum
Para calcular a forma geral da diferencial, precisamos calcu- em Matemática.
lar as derivadas parciais de f . Com isso facilita-se
a visualização e
espera-se ajudar o
∂f −x ∂f −y entendimento.
(x, y) = p ; (x, y) = p .
∂x 6 − x 2 − y2 ∂y 6 − x 2 − y2
C E D E R J 191
i i
i i
O V ETOR G RADIENTE
192 C E D E R J
i i
i i
13 1 MÓDULO 1
tem oito faces e seis vértices (f = 8, v = 6).
O dodecaedro é dual ao icosaedro. Assim, não é surpresa
que, conhecendo o dodecaedro, os gregos acabaram descobrindo
o seu dual, o icosaedro. Veja: se no centro de cada face do
dodecaedro marcarmos um ponto, e ligarmos todos esses pontos,
obteremos um icosaedro inscrito no dodecaedro original, e vice-
AULA
versa.
Resta a pergunta: quem é o dual do tetraedro, o mais simples
dos sólidos regulares? Ora, sem mais delongas, o tetraedro é
auto-dual, pois é o único sólido regular a ter o mesmo número
A palavra
de faces e de vértices. gradiente provém
do latim gradientis,
Depois disso tudo, voltamos à nossa aula. particı́pio de gradi,
2 que significa
Há uma bijeção entre o espaço dos funcionais lineares de R caminhar, assim
e o próprio R2 , que associa o funcional definido por T (x, y) = como a palavra
α x + β y ao par ordenado (α , β ). grau provém de
gradus, que
Isso é um outro exemplo de uma dualidade. Na verdade, o significa passo,
espaço dos funcionais lineares de R2 é um espaço vetorial e é medida, hierarquia,
chamado espaço dual. intensidade.
A palavra gradiente
∂ f ∂f significa, na
Isso nos faz olhar para o vetor (x, y), (x, y) , como linguagem comum,
∂x ∂y
∂f ∂f a medida da
o dual da diferencial dz = (x, y) dx + (x, y) dy, num declividade de um
∂x ∂y terreno. Significa,
ponto genérico (x, y) do domı́nio de f , e nomeá-lo gradiente também, a medida
de f . Usamos a notação da variação de
determinada
∂ f ∂f caracterı́stica de
∇ f (x, y) = (x, y), (x, y) .
∂x ∂y um meio, tal como
pressão ou
temperatura, de um
Esse vetor desempenhará um papel importante de agora em ponto para outro
diante. desse meio. Como
tal, nada mais é do
Com isso, chegamos ao fim desta aula. A seguir, uma lista que uma taxa de
variação.
com alguns exercı́cios para você praticar o que acabou de apren-
O sı́mbolo ∇,
der.
usado para
representar esse
vetor, é chamado
nabla.
C E D E R J 193
i i
i i
Exercı́cio 13.1.
4. Use uma√diferencial
√ para calcular uma aproximação ao
3
número 17 + 26.
194 C E D E R J
i i
i i
a 14
A R EGRA DA C ADEIA OU
A A RTE DE D ERIVAR
acements
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
M OTIVAÇÃO
É comum ouvir dos alunos com alguma experiência com os
conteúdos ensinados nos cursos de Cálculo que derivar é mais
fácil do que integrar.
Seja lá qual for a sua opinião a esse respeito, é fato que toda
a arte de derivar resume-se em aplicar a Regra da Cadeia. Ela
nos indica como derivar composições de funções. Vamos a um
exemplo.
Exemplo 14.1.
blablabl
Exercı́cio 14.1.
Calcule as derivadas das seguintes funções:
sen x
a. f (x) = (x2 + 2x + 4)1/3 ; b. g(x) = ;
e2x
c. h(t) = arctg (t 3 ); d. k(t) = ln (t 3 + 4).
196 C E D E R J
i i
i i
14 1 MÓDULO 1
fim da aula, junto com os exercı́cios propostos.
Nesta aula, você aprenderá a usar a Regra da Cadeia para
derivar funções cujas compostas envolvam, também, funções de
várias variáveis. Antes de prosseguirmos nessa direção, no en-
tanto, vamos lembrar uma outra notação usada para representar
as derivadas.
AULA
dy
A N OTAÇ ÃO
dx
As notações desempenham papel importante na Matemática.
Podemos afirmar, com segurança, que muitos problemas ma-
temáticos só foram resolvidos depois que foram encontradas
notações adequadas para que eles fossem claramente formula-
dos. Basta pensar, por exemplo, na maneira como denotamos
os números. Os algarismos indo-arábicos se impuseram no lu-
gar dos algarismos romanos por serem mais fáceis de lidar, for-
mando um sistema posicional, com um sı́mbolo para representar
o zero.
No caso das funções, uma notação muito usada é a das vari-
áveis dependentes e independentes. Veja como ela funciona no
caso do exemplo já citado.
y = sen (t 2 + t).
C E D E R J 197
i i
i i
y = sen x e x = t 2 + t.
dy dx
Então, = cos x e = 2t + 1. Aplicando a fórmula,
dx dt
temos:
dy dy dx
= = (sen x) (2t + 1) = (2t + 1) sen (t 2 + t).
dt dx dt
b. forma estendida:
dy dy dx
(t) = (x(t)) (t).
dt dx dt
198 C E D E R J
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14 1 MÓDULO 1
Exercı́cio 14.2.
√
Seja y = x cos(x2 ) e x = π t 3 .
dy dx
a. Escreva as fórmulas para e .
dx dt
AULA
dy dy
b. Use a Regra da Cadeia para calcular . Calcule (1).
dt dt
c. Calcule a equação
√ da reta tangente ao gráfico de y(t) no
ponto (1, − π ).
6 6 6
α f
−→ - −→
-
f ◦α
C E D E R J 199
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Exemplo 14.2.
blablabl
dg
g0 (t) = (t) = ∇ f (α (t)) · α 0 (t),
dt
200 C E D E R J
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14 1 MÓDULO 1
algo assim? Bem, para certas perguntas, não há resposta curta e
simples. Definitivamente, os exemplos cumprem um papel fun-
damental na indicação dos caminhos corretos a serem seguidos.
Em contrapartida, não podemos nos furtar a comparar com a
fórmula já conhecida, f 0 (t) = g0 (h(t)) h0(t), em que o produto de
números foi substituı́do pelo produto interno dos vetores. Antes
AULA
do fim dos cursos de Cálculo, você voltará a ouvir mais sobre
esse tema.
Muito bem; antes de ver a apresentação da teoria que com-
provará a fórmula anterior, tente aplicá-la no exercı́cio a seguir.
Exercı́cio 14.3.
Sejam f (x, y) = cos(xy) e α (t) = (t + 1, 2t − 1). Calcule
a derivada da função composta g(t) = f ◦ α (t) de ambas as
maneiras: usando a fórmula da Regra da Cadeia e diretamente,
após o cálculo da lei de definição de g.
A R EGRA DA C ADEIA
g(t) = f ◦ α (t)
é diferenciável em t = c e
dg
g0 (c) = (c) = ∇ f (α (c)) · α 0 (c) = ∇ f (a, b) · α 0 (c).
dt
C E D E R J 201
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6 6 6
α (c) = (a, b)
c α f f (α (c)) = g(c)
−→ - −→
I⊂R
A ⊂ R2 -
f ◦α
α (t) − α (c)
α 0 (c) = lim =
t→c t −c !
α1 (t) − α1(c) α2 (t) − α2(c)
= lim , lim =
t→c t −c t→c t −c
!
α1 (t) − a α2 (t) − b
= lim , lim ;
t→c t −c t→c t −c
202 C E D E R J
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14 1 MÓDULO 1
tal que
E(x, y)
com lim p = 0.
(x,y)→(a,b) (x − a)2 + (y − b)2
AULA
Nossa (não pequena) tarefa consiste em combinar essas in-
formações para demonstrar o teorema.
f (α (t)) − f (a, b)
= fx (a, b) α1 (t) − a + fy (a, b) α2 (t) − b + E(α (t)).
C E D E R J 203
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λ (v · w) = (λ v) · w = v · (λ w).
E(α (t))
lim = 0.
t→c t − c
204 C E D E R J
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14 1 MÓDULO 1
De que dispomos para fazer isso? Temos a informação do
item d., que ainda não usamos:
E(x, y)
lim p = 0.
(x,y)→(a,b) (x − a)2 + (y − b)2
AULA
E(α (t))
Veja, para t 6= c, é igual ao produto
t −c
p
E(α (t)) (α1 (t) − a)2 + (α2 (t) − b)2 |t − c|
p .
(α1 (t) − a)2 + (α2 (t) − b)2 |t − c| t −c
E(α (t))
lim p = 0.
t→c (α1 (t) − a)2 + (α2 (t) − b)2
|t − c|
Além disso, como é igual a 1 ou a −1, esse fator é
t −c
limitado. Portanto, para garantir que o limite dos três fatores é
zero, basta garantir que o limite do fator do meio é um número.
Mas, veja,
p
(α1 (t) − a)2 + (α2 (t) − b)2
lim
t→c |t − c|
s
(α1 (t) − a)2 + (α2 (t) − b)2
= lim
t→c (t − c)2
v !2 !2
u
u α 1 (t) − a α 2 (t) − b
= t limt→c + lim
t −c t→c t −c
r
2 2
= α1 0 (c) + α2 0 (c) .
C E D E R J 205
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206 C E D E R J
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14 1 MÓDULO 1
Exemplo 14.3.
blablabl
AULA
y
Demonstração ( Do Corolário)
Estamos supondo f ◦ α (t) = c, ∀t ∈ I. Portanto,
d f ◦α
(t) = 0, ∀t ∈ I,
dt
uma vez que a derivada de uma função constante sobre um in-
tervalo é constante e igual a zero.
Em contrapartida, a Regra da Cadeia nos dá
d f ◦α
(t) = ∇ f α (t) · α 0 (t), ∀t ∈ I.
dt
Calculando em t0 , temos
∇ f α (t0 ) · α 0 (t0 ) = ∇ f a, b) · α 0 (t0 ) = 0.
C E D E R J 207
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i i
Na figura você
observa a curva de y
Α´Ht0L Ñf Ha,bL
nı́vel c da função f ,
uma elipse, o ponto
Ha,bL
(a, b), que pertence
a essa curva de
nı́vel (uma vez que
f (a, b) = c), o
vetor α 0 (t0 ), que é x
tangente à curva de
nı́vel, no ponto
(a, b), assim como Com essa demonstração, terminamos a aula. Agora, os exer-
o vetor gradiente cı́cios!
de f em (a, b),
ortogonal à curva. Exercı́cio 14.4.
Solução:
1 2 2x + 2
a. f 0 (x) = (x + 2x + 4)−2/3 (2x + 2) = ;
3 3(x + 2x + 4)2/3
2
√
2. Seja y = x cos(x2 ) e x = π t 3.
dy dx
a. Escreva as fórmulas para e .
dx dt
dy
b. Use a Regra da Cadeia para calcular . Calcule
dt
dy
(1).
dt
c. Calcule a equação
√ da reta tangente ao gráfico de y(t)
no ponto (1, − π ).
208 C E D E R J
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14 1 MÓDULO 1
Solução:
a. Começamos calculando as derivadas das funções y(x) e x(t).
dy
= cos x2 + x (− sen x2 ) (2x) = cos x2 − 2x2 sen x2 ;
dx
dx = 3√π t 2 .
dt
AULA
b. Agora, combinamos as duas fórmulas, usando a Regra da
Cadeia, sem esquecer de substituir x pelo seu valor em t.
dy dy dx √
= = (cos x2 − 2x2 sen x2 ) (3 π t 2 ) =
dt dx
√ dt 2
= 3 π t (cos(π t 6 ) − 2π t 6 sen (π t 6 )) =
√ √
= 3 π t 2 cos(π t 6 ) − 6π π t 6 sen (π t 6 ).
dy √
(1) = 3π cos π − 6π π sen π = −3π .
dt
√
c. y + π = −3π (x − 1).
Solução:
∇ f (x, y) = (−y sen (xy), −x sen (xy));
α 0 (t) = (1, 2).
g(t) = cos(2t 2 + t − 1)
g0 (t) = (− sen (2t 2 + t − 1)) (4t + 1)
= −(4t + 1) sen (2t 2 + t − 1).
C E D E R J 209
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210 C E D E R J
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a 15
acements
A R EGRA DA C ADEIA ( SEGUNDA PARTE )
Objetivo
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
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i i
I NTRODUÇ ÃO
Há uma parte importante da cultura matemática que diz res-
peito às fórmulas. É impossı́vel folhear os livros e os trabalhos
de Matemática sem encontrar, perfilados, seguindo por páginas e
páginas, fórmulas e sı́mbolos, em arranjos que vão dos mais sim-
ples aos mais elaborados. Não se pode mencionar, por
exemplo, o Teorema de Pitágoras sem pensar na fórmula
a2 = b 2 + c 2 .
212 C E D E R J
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15 1 MÓDULO 1
Exemplo 15.1. blablabl
AULA
α 0 (t) = (−3π sen (3π t), −2t),
α 0 (1) = (0, −2).
Assim,
C E D E R J 213
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dz ∂ f dx ∂ f dy
= + ,
dt ∂ x dt ∂ y dt
ou
dz ∂ z dx ∂ z dy
= + .
dt ∂ x dt ∂ y dt
dz ∂ z dx ∂ z dy
= + =
dt ∂ x dt ∂ y dt
= (2y2 − 2xy)6t + (4xy − x2 )(2 cos 2t)
= (2 sen2 t − 6t 2 sen 2t)6t + (12t 2 sen 2t − 9t 4 )(2 cos 2t)
= 12t sen2 2t − 36t 3 sen 2t
+24t 2 sen 2t cos 2t − 18t 4 cos 2t =
= 12t sen 2t(sen2t − 3t 2 ) + 3t 2 cos 2t(8 sen2t − 6t 2 ).
214 C E D E R J
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15 1 MÓDULO 1
Note que, da equação z = 2xy2 − x2 y, calculamos
∂z ∂z
= 2y2 − 2xy e = 4xy − x2 , e das equações x = 3t 2
∂x ∂y
dx dy
e y = sen 2t calculamos = 6t e = 2 cos 2t. Além
dt dt
disso, substituı́mos x por 3t 2 e y por sen 2t, pois a res-
dz
AULA
posta de deve ser dada apenas em termos da variável t,
dt
a menos que tenhamos de deixar subentendido.
dz dz
A rigor, deverı́amos ter escrito (t) no lugar de , na
dt dt
última equação.
Quando f é uma função com mais variáveis do que nos-
sas usuais duas, a fórmula ganha mais parcelas. Veja, no
próximo exemplo, como isso acontece.
Exemplo 15.3.
blablabl
dw ∂ w dx ∂ w dy ∂ w dz
= + + .
dt ∂ x dt ∂ y dt ∂ z dt
C E D E R J 215
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dw ∂f ∂f ∂f
= 2t + (−2 sen 2t) + (2 cos 2t) =
dt ∂x ∂y ∂z
∂f ∂f ∂f
= 2t −2 sen 2t + 2 cos 2t.
∂x ∂y ∂z
∂f ∂f ∂f
Observe que os sı́mbolos , e representam
∂x ∂y ∂z
funções na variável t, pois devemos substituir x, y e z pelos seus
respectivos valores em t.
Aqui está uma oportunidade para você experimentar.
Exercı́cio 15.1.
Seja w = f (x, y, z) uma função diferenciável, definida em
todo o R3 . Escreva a fórmula indicada para calcular a derivada
de
w(t) = f (e2t , t e3t , t 2 )
dw
e expresse essa derivada, , em termos das derivadas parciais
dt
de f .
PARCIAIS E PARCIAIS
Até esta altura, temos considerado a situação básica, em que
f é uma função de duas ou três variáveis e α é uma função
vetorial, tomando valores em R2 ou R3 , dependendo do caso, e
de uma variável real. O resultado da composição f ◦ α é uma
função real de uma variável real.
No entanto, podemos considerar, também, a seguinte situa-
ção:
Seja z(x, y) = f (x, y) uma função diferenciável e suponha
que x(u, v) = g(u, v) e y(u, v) = h(u, v) sejam funções dife-
renciáveis, definidas num aberto U ⊂ R2 , tais que, se (u, v) ∈ U ,
então
(x(u, v), y(u, v)) ∈ Dom( f ). Então, podemos considerar z uma
216 C E D E R J
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15 1 MÓDULO 1
função de u e v, fazendo a composição
AULA
para isso basta derivar a função em relação à variável desejada,
considerando a outra variável como uma constante.
Portanto,
∂z ∂z ∂x ∂z ∂y
= +
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u
∂z ∂z ∂x ∂z ∂y
= + .
∂v ∂x ∂v ∂y ∂v
∂z ∂z
vamos calcular as derivadas parciais e de ambas as ma-
∂u ∂v
neiras: usando as fórmulas da Regra da Cadeia e, diretamente,
após obter a expressão explı́cita de z em termos de u e v.
∂z ∂z ∂x ∂z ∂y
= + =
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u
= y (2u) + (x − 2y) 3 =
= (3u − v) (2u) + (u2 + v2 − 6u + 2v) 3 =
= 9u2 − 2uv + 3v2 − 18u + 6v.
C E D E R J 217
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∂z ∂z ∂x ∂z ∂y
= + =
∂v ∂x ∂v ∂y ∂v
= y (2v) + (x − 2y) (−1) =
= (3u − v) (2v) + (u2 + v2 − 6u + 2v) (−1) =
= −u2 + 6uv − 3v2 + 6u − 2v.
Exercı́cio 15.2.
Seja w(u, v) = f (u e2v , v e2u , uv), onde f (x, y, z) é uma
função diferenciável, definida em todo o R3 .
∂w ∂w
1. Expresse e em termos das derivadas parciais de
∂u ∂v
∂f ∂f ∂f
f, , e .
∂x ∂y ∂z
2. Sabendo que ∇ f (e2 , e2 , 1) = (1, −1, 2), calcule ∇w(1, 1).
218 C E D E R J
i i
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15 1 MÓDULO 1
Exemplo 15.5. blablabl
AULA
Vamos considerar G(u, v) = g(x(u, v), y(u, v), z(u, v)) e ex-
pressar as derivadas parciais de G, em relação a u e v, em termos
das derivadas parciais de g, em relação a x, y e z.
Nesse caso, as fórmulas que serão usadas são
∂G ∂g ∂x ∂g ∂y ∂g ∂z
= + + ;
∂u
∂x ∂u ∂y ∂u ∂z ∂u
∂G ∂g ∂x ∂g ∂y ∂g ∂z
= + + .
∂v ∂x ∂v ∂y ∂v ∂z ∂v
Assim,
∂G ∂g ∂g ∂g
= (2u cos v) + (2u sen v) +v ;
∂u ∂x ∂y ∂z
∂G ∂g ∂g ∂g
= (u2 sen v) + (u2 cos v) +u .
∂v ∂x ∂y ∂z
∂g ∂g ∂g
Note que , e devem ser vistas, nas duas equações
∂x ∂y ∂z
anteriores, como funções de u e v, uma vez que substituı́mos ne-
las x, y e z por seus respectivos valores em termos de u e v:
x = u2 cos v, y = u2 sen v e z = uv.
Exemplo 15.6. blablabl
C E D E R J 219
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wr = w x x r + w y y r + w z zr ;
wt = wx xt + wy yt + wz zt .
Assim, obtemos
∂z ∂ f ∂x ∂ f ∂y
= +
∂v ∂x ∂v ∂y ∂v
e
dz ∂ z du ∂ z dv
= + .
dt ∂ u dt ∂ v dt
Portanto,
220 C E D E R J
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15 1 MÓDULO 1
dz ∂ f ∂ x ∂ f ∂ y du ∂ f ∂ x ∂ f ∂ y dv
= + + +
dt ∂x ∂u ∂ y ∂ u dt ∂x ∂v ∂ y ∂ v dt
dz ∂ f ∂f ∂f ∂f
= 2+ 3 (2t + 2) + (−1) + 2 (−1) =
dt ∂x ∂y ∂x ∂y
∂f ∂f
AULA
= (4t + 5) + (6t + 4) .
∂x ∂y
∂f ∂f
Você deve notar que e representam, na fórmula an-
∂x ∂y
terior,
funções de t. Para isso, devemos calculá-las em
x u(t), v(t) , y u(t), v(t) .
Exercı́cio 15.1
Seja w = f (x, y, z) uma função diferenciável, definida em
todo o R3 . Escreva a fórmula indicada para calcular a derivada
de
w(t) = f (e2t , t e3t , t 2 )
dw
e expresse essa derivada, , em termos das derivadas parciais
dt
de f .
Solução:
Usamos a fórmula
dw ∂ f dx ∂ f dy ∂ f dz
= + + ,
dt ∂ x dt ∂ y dt ∂ z dt
dw ∂ f 2t ∂ f 3t ∂f
= 2e + (e + 3t e3t ) + 2t =
dt ∂x ∂y ∂z
∂f ∂f ∂f
= 2 e2t + e3t (1 + 3t) + 2t .
∂x ∂y ∂z
C E D E R J 221
i i
i i
Exercı́cio 15.2
Seja w(u, v) = f (u e2v , v e2u , uv), onde f (x, y, z) é uma
função diferenciável, definida em todo o R3 .
∂w ∂w
1. Expresse e em termos das derivadas parciais de
∂u ∂v
∂f ∂f ∂f
f, , e .
∂x ∂y ∂z
2. Sabendo que ∇ f (e2 , e2 , 1) = (1, −1, 2), calcule ∇w(1, 1).
Solução:
Neste caso, usamos as fórmulas
∂w ∂ f ∂x ∂ f ∂y ∂ f ∂z
= + + ,
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u ∂z ∂u
∂w ∂ f ∂x ∂ f ∂y ∂ f ∂z
= + + ,
∂v ∂x ∂v ∂y ∂v ∂z ∂v
∂w ∂f ∂f ∂f
= e2v + 2v e2u +v ,
∂u ∂x ∂y ∂z
∂w ∂f ∂f ∂f
= 2u e2v + e2u
+u .
∂v ∂x ∂y ∂z
∂w
Para determinar ∇w(1, 1), precisamos calcular (1, 1) e
∂u
∂w
(1, 1). Para isso, usaremos
∂v
∂ f ∂f 2 2 ∂f 2 2
∇ f (e2 , e2 , 1) = (e2 , e2 , 1), (e , e , 1), (e , e , 1),
∂x ∂y ∂z
= (1, −1, 2).
∂w ∂f 2 2 ∂f 2 2
(1, 1) = e2 (e , e , 1) + 2 e2 (e , e , 1)
∂u ∂x ∂y
∂f 2 2
+ (e , e , 1) =
∂z
= e2 − 2 e 2 + 2 = 2 − e 2 ;
222 C E D E R J
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∂w ∂f 2 2 ∂f 2 2
15 1 MÓDULO 1
(1, 1) = 2 e2 (e , e , 1) + e2 (e , e , 1)
∂v ∂x ∂y
∂f 2 2
+ (e , e , 1) =
∂z
= 2 e 2 − e2 + 2 = 2 + e 2
e, portanto,
AULA
∇w(1, 1) = (2 − e2 , 2 + e2 ).
Exercı́cio 15.3.
dw
1. Calcule , onde w = x2 + x ey + cos(xy), x = t + t 2 e
dt
y = t 3 , das duas maneiras: usando a Regra da Cadeia e
diretamente, após obter a expressão que define w como
uma função de t.
∂w
2. Seja u = 2xy + x2 , v = y2 − 2xy e w = e2u−v . Calcule
∂x
∂w
e usando a Regra da Cadeia e diretamente, após obter
∂y
a expressão que define w como uma função de x e de y.
p
3. Sabendo que w = ln 4 + x2 + y2 , x = 2s−t, y = −s+3t
e z = st, calcule as derivadas parciais de w em relação a s
e a t.
C E D E R J 223
i i
i i
224 C E D E R J
i i
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a 16
acements
F UNÇ ÕES I MPL ÍCITAS
Objetivo
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
I NTRODUÇÃO
As funções são o principal objeto de estudo nos cursos de
Cálculo. Queremos saber se uma dada função é contı́nua, se
é diferenciável, se admite um valor máximo numa determinada
região de seu domı́nio etc.
Estamos habituados a nos referir a uma certa função e ci-
tar, apenas,
pa sua lei de definição, como, por exemplo, a função
f (x, y) = 4 − x2 − y2 . Isto é, mencionar uma equação que de-
termina, explicitamente, como calcular os diferentes valores da
função.
No entanto, é bom lembrar: uma função consiste de mais
coisas além de sua lei de definição. É necessário estabelecer
seu domı́nio e seu contradomı́nio. A prática de citar a lei de
definição como se fosse a própria função está respaldada na
convenção de que, nessas circunstâncias, o domı́nio é o maior
subconjunto do correspondente espaço euclidiano no qual tal
lei faça sentido. Assim, retomando p o exemplo citado, quando
nos referimos à função z = f (x, y) = 4 − x2 − y2 , estamos dei-
xando subentendido que seu domı́nio é o disco fechado
B = { (x, y) ; x2 + y2 ≤ 4 }, com centro na origem e raio 2.
Além das funções definidas explicitamente, temos uma gran-
de fonte de exemplos de funções nas chamadas funções implı́ci-
tas.
Esse tema já foi abordado anteriormente, no estudo das fun-
ções reais, de uma variável real. Agora que dispomos de novas
ferramentas, tais como as derivadas parciais, vamos retomá-lo e
aprofundá-lo um pouco mais. Contudo, como você verá, ele não
será esgotado ainda desta vez.
A LGUNS E XEMPLOS
226 C E D E R J
i i
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16 1 MÓDULO 1
Exemplo 16.1.
blablabl
AULA
F(x, y) = 16x2 + 36y2 = 576 G(x, y, z) = 9x2 + 4y2 + 9z2 = 36
y3 p
F(x, y) = x2 y + − 4y + ex = 6.08 G(x, y, z) = z2 + ( x2 + y2 − 2)2 = 1
3
y3
F(x, y) = x2 y + − 4y + ex = 1 G(x, yz) = (x2 + y2 )2 − x2 y2 z2 = 0
3 C E D E R J 227
i i
i i
F(x, f (x)) = c,
para todo x ∈ D.
Do ponto de vista geométrico, isso significa que um trecho
do conjunto definido por F(x, y) = c, que se projeta sobre D
segundo o eixo Oy, é o gráfico da função f .
Gf
F(x, y) = c
228 C E D E R J
i i
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16 1 MÓDULO 1
Analogamente, dizemos que a função g : D ⊂ R2 −→ R é
definida implicitamente pela equação G(x, y, z) = d se
AULA
Novamente, uma parte da superfı́cie definida por G(x, y, z) =
d, que se projeta em D segundo o eixo Oz, é o gráfico da função
g.
Exemplo 16.2. blablabl
Paris.
O estudo das equações
de terceiro e quarto
graus (as cúbicas e
A equação 9y2 = x (x − 3)2 define uma curva no plano co- quárticas) era uma área
de pesquisa de grande
nhecida como Cúbica de Tschirnhaus. Veja um esboço dessa interesse na sua época.
curva. Alguns nomes que
deram contribuiç ões
nesse campo são Viète,
Euler e Descartes, entre
outros. Em 1683,
Tschirnhaus publicou o
Método para eliminar
todos os termos
intermediários de uma
3 dada equação. Apesar
do exagero do tı́tulo,
esse trabalho foi a idéia
mais importante para a
solução de equações
algébricas por um bom
tempo.
Tschirnhaus também é
famoso pela descoberta
Vamos mostrar que as funções f , g : [0, ∞) −→ R, definidas do processo de produção
por p de porcelana.
x (x − 3)2
f (x) = e
3
C E D E R J 229
i i
i i
p
x (x − 3)2
, se 0≤x≤3
3
g(x) = p
x (x − 3)2
− , se x > 3,
3
são funções definidas implicitamente por
Gráfico de f Gráfico de g
Exercı́cio 16.1.
Considere a equação G(x, y, z) = xy2 − z2 = 0 e as funções f
e g, definidas em D = { (x, y) ∈ R2 ; x ≥ 0 }, pelas seguintes leis
de definição:
p
p − x y2 , se y ≤ 0
f (x, y) = x y2 e g(x, y) =
p 2
xy , se y > 0.
G(x, y, z) = xy2 − z2 = 0.
230 C E D E R J
i i
i i
16 1 MÓDULO 1
b. Você poderia dar mais um exemplo de uma função
h : D −→ R, também definida implicitamente por
G(x, y, z) = 0?
AULA
A D IFERENCIABILIDADE E NTRA EM A Ç ÃO
C E D E R J 231
i i
i i
F(x, f (x)) = c,
∂F
(x, f (x))
(x) = − ∂ x
dy
f 0 (x) = .
dx ∂F
(x, f (x))
∂y
232 C E D E R J
i i
i i
16 1 MÓDULO 1
Exemplo 16.4.
blablabl
AULA
Para isso, vamos colocar
∂F
que é uma função de classe C 1 , e calcular (2, 2).
∂y
∂F
(x, y) = 2y + x − 2 cos(x2 − 2y);
∂y
∂F
(2, 2) = 4.
∂y
∂F
Como (2, 2) = 4 6= 0, o Teorema da Função Implı́cita nos
∂y
garante a existência de intervalos I e J, tais que 2 ∈ I e 2 ∈ J, e
uma função diferenciável f : I −→ J, tal que
2
x2 + x f (x) + f (x) + sen x2 − 2 f (x) = 12
∂F
(x, y) y + 2x(1 + cos(x2 − 2y))
f 0 (x) = − ∂ x = − ,
∂F 2y + x − 2 cos(x2 − 2y)
(x, y)
∂y
para todo x ∈ I.
Veja o esboço do conjunto definido por F(x, y) = 12.
C E D E R J 233
i i
i i
(2, 2)
Exercı́cio 16.2.
Enuncie uma versão do teorema colocando condições para
que a equação F(x, y) = c defina implicitamente uma função
x = h(y). Use essa versão do teorema para mostrar que
x4 + xy + y2 = 16
234 C E D E R J
i i
i i
16 1 MÓDULO 1
D × J ⊂ B, e uma função g : A −→ J, diferenciável, tal que
∂G ∂G
AULA
(x, y, g(x, y)) (x, y, g(x, y))
∂g ∂ x ∂g ∂y
(x, y) = − e (x, y) = − ,
∂x ∂G ∂y ∂G
(x, y, g(x, y)) (x, y, g(x, y))
∂z ∂z
para todo (x, y) ∈ D.
∂G
∂g
= − ∂x = − 2
2xz
;
∂x ∂ G x − 3yz2
∂z
C E D E R J 235
i i
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∂G
∂g ∂y 2y − z3
= − = − 2 .
∂y ∂G x − 3yz2
∂z
!
2xz 2y − z3
∇g(x, y) = , .
x2 − 3yz2 x2 − 3yz2
dy
Resolvendo essa equação em , obtemos
dx
dy
2
x + 2y − 2 cos(x − 2y) + 2x + y + 2x cos(x2 − 2y) = 0
dx
236 C E D E R J
i i
i i
16 1 MÓDULO 1
dy 2x 1 + cos(x2 − 2y) + y
=− .
dx x + 2y − 2 cos(x2 − 2y)
AULA
formulação do teorema, que engloba as duas versões aqui apre-
sentadas. Voltaremos a isso no futuro.
Nessa formulação geral, esse teorema costuma ser demons-
trado nos cursos de análise ao lado da apresentação do chamado
Teorema da Função Inversa. É possı́vel apresentar uma argu-
mentação para demonstrar essas formulações do Teorema da
Função Implı́cita que apresentamos aqui, mas optamos por não
fazê-lo, dando espaço para um número maior de exemplos, es-
pecialmente com suas apresentações geométricas. Se você esti-
ver interessado, poderá consultar os exemplos 7, 8 e 9, da seção
27.2 do livro Um Curso de Cálculo, Volume 2, de Hamilton Luiz
Guidorizzi.
Como as funções F(x, y) e G(x, y, z) são de classe C 1 , suas
derivadas parciais são contı́nuas. Assim, a hipótese
∂F ∂F
(a, b) 6= 0, por exemplo, garante que (x, y) 6= 0 para (x, y)
∂y ∂y
suficientemente próximos de (a, b). Isso permite, por exemplo,
estabelecer
∂F
(x, y)
(x) = − ∂ x
df
.
dx ∂F
(x, y)
∂y
Puxa! isso foi mais comentário do que você esperava, não é?
Bem, então, aos exercı́cios!
Exercı́cio 16.3.
C E D E R J 237
i i
i i
a. ln (x2 + y2 + 1) + exz = 1;
b. xz2 − 3yz + cos(x + y + z) = 0.
z3 − xz − y2 = 1.
238 C E D E R J
i i
i i
a 17
acements
O G RADIENTE EA D ERIVADA D IRECIONAL
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
I NTRODUÇÃO
As funções reais, de várias variáveis, são próprias para des-
crever determinadas caracterı́sticas de certos meios. Você já viu,
por exemplo, que uma função de duas variáveis z = T (x, y) pode
descrever a distribuição de temperatura de uma chapa de metal.
Nesse caso, as curvas de nı́vel são chamadas isotérmicas.
Podemos usar uma função w = δ (x, y, z) para descrever a dis-
tribuição da massa de um certo corpo. Se a função for constante,
por exemplo, dizemos que o corpo é homogêneo. Podemos cha-
mar δ de densidade de massa.
Veja, essas caracterı́sticas descritas nos exemplos são gran-
dezas escalares que podem mudar de ponto para ponto.
Por essa razão, também chamamos essas funções de campos
escalares.
Nesse contexto, os conjuntos de nı́vel são as regiões do am-
biente onde a condição descrita pelo campo escalar, seja tempe-
ratura, seja densidade ou outra qualquer, não se altera.
Além disso, conhecemos a interpretação da derivada de uma
função real, de uma variável real, como uma taxa de variação.
Por exemplo, se x = x(t) descreve a posição de uma partı́cula
numa trajetória reta, então v = x0 (t) é a função velocidade, que
descreve, em cada instante, como a posição da partı́cula está
mudando.
Um dos temas desta aula é a derivada direcional, uma fer-
ramenta que permite medir essa variação instantânea, no caso
dos campos escalares. O problema é que, no caso de campos
escalares planares (funções de duas variáveis) e no espaço tri-
dimensional, não temos uma direção predeterminada, como é o
Atenção: a palavra
caso nas funções de uma variável real. Na verdade, no caso das
direção está sendo
funções de uma variável real, temos duas direções: da esquerda
usada com
para a direita e vice-versa. No entanto, é conveniente conside-
significado de
rar apenas a direção positiva, da esquerda para a direita. As-
direção e sentido,
sim, precisaremos escolher uma determinada direção para fazer
como nas
a derivação no caso dos campos escalares.
grandezas vetoriais.
Por exemplo, se estamos lidando com uma função que des-
creve a temperatura de uma certa chapa, usamos a derivada di-
recional para descobrir se a temperatura aumentará ou não, no
240 C E D E R J
i i
i i
17 1 MÓDULO 1
caso de, a partir de um ponto (a, b), haver um deslocamento,
digamos, na direção noroeste.
AULA
b
Figura 17.1.
Exercı́cio 17.1.
Seja T (x, y) = 20 + x2 − 2xy − y2 + 4y − x a função que des-
creve a temperatura de uma chapa que se encontra sobre um
sistema de coordenadas com x e y ∈ [−2, 5]. Veja um esboço de
suas isotérmicas.
Figura 17.2.
C E D E R J 241
i i
i i
√ √
2 2
b. Considere α (t) = 1 + t, 1 + t uma função cuja
2 2
imagem está contida na chapa, para valores suficiente-
mente pequenos de t.
Podemos interpretar
f (t) = T ◦ α (t)
Mostre que
√2 √2
f (0) = ∇T (1, 1) ·
0
, .
2 2
D ERIVADA D IRECIONAL
242 C E D E R J
i i
i i
17 1 MÓDULO 1
~u
b D
a
AULA
Figura 17.3.
Se existir o
f α (t) − f α (t)
lim ,
t→0 t
∂f
ele será denotado por (a, b) e chamado derivada direcional
∂ ~u
de f no ponto (a, b), na direção do vetor (unitário) ~u.
q
Se ~u = (u1 , u2 ), com k~u k = u21 + u22 = 1, então
α (t) = (a + t u1 , b + t u2 )
e
∂f f (a + t u1 , b + t u2 ) − f (a, b)
(a, b) = lim .
∂ ~u t→0 t
Exemplo 17.1.
blablabl
C E D E R J 243
i i
i i
√ √
∂f f (1 − 2t/2, 1 + 2t/2) − f (1, 1)
(1, 1) = lim =
∂ ~v t→0 t
√ √
2t 2 2t 2
1− + 1+ −2
= lim 2 2 =
t→0 t
√ t2 √ t2
1 − 2t + + 1 + 2t + − 2
= lim 2 2 =
t→0 t
t2
= lim = 0;
t→0 t
∂f f (1, 1 − t) − f (1, 1)
(1, 1) = lim =
∂ ~w t→0 t
1 + (1 − t)2 − 2
= lim =
t→0 t
2 − 2t + t 2 − 2
= lim =
t→0 t
−2t + t 2
= lim = −2.
t→0 t
∂f 14 ∂f
Note que (1, 1) = > 0, (1, 1) = 0 e
∂ ~u 5 ∂ ~v
∂f
(1, 1) = −2 < 0. Ou seja, na direção ~u, a função f cresce,
∂ ~w
enquanto na direção ~w, decresce. Além disso, a derivada direci-
244 C E D E R J
i i
i i
17 1 MÓDULO 1
onal nula indica que aquela direção é tangente a um conjunto de
nı́vel da função.
Veja, na figura a seguir, as curvas de nı́vel da função f e os
vetores ~u, ~v e ~w.
AULA
~v ~u
~w
Figura 17.4.
C E D E R J 245
i i
i i
Exercı́cio 17.2.
Seja f uma função que admite a derivada direcional no ponto
(a, b), na direção do vetor unitário ~u. Mostre que
∂f ∂f
(a, b) = − (a, b).
∂ (−~u) ∂ ~u
∂f
Use a definição de (a, b) e substitua t por −h.
∂ ~u
∂f
(a, b) = ∇ f (a, b) ·~u.
∂ ~u
246 C E D E R J
i i
i i
17 1 MÓDULO 1
Isto é, se f for diferenciável, podemos calcular as deriva-
das direcionais simplesmente fazendo o produto interno do vetor
gradiente pelo vetor unitário que indica a direção indicada.
Além disso, o teorema nos diz que, se f for diferenciável,
∂f
então ela admite derivada direcional para todo vetor unitário
∂ ~u
AULA
~u.
Demonstração
Basta observar que α (t) = (a, b) + t~u e
∂f f α (t) − f α (o)
(a, b) = lim =
∂ ~u t→0 t
f ◦ α (t) − f ◦ α (0) 0
= lim = f ◦ α (0).
t→0 t
∂f 0
(a, b) = f ◦ α (0) = ∇ f α (0) · α 0 (0) = ∇ f (a, b) ·~u.
∂ ~u
CQD
∂f 6 8 14
(1, 1) = (2, 2) ·~u = (2, 2) · (3/5, 4/5) = + = ;
∂ ~u 5 5 5
∂f √ √
(1, 1) = (2, 2) ·~v = (2, 2) · (− 2/2, 2/2)
∂ ~v √ √
= − 2 + 2 = 0;
C E D E R J 247
i i
i i
∂f
(1, 1) = (2, 2) · ~w = (2, 2) · (0, −1) = 0 − 2 = −2.
∂ ~w
~v
~u
θ ~u
θ
~v
∂f
(a, b) = k∇ f (a, b) k cos θ ,
∂ ~u
248 C E D E R J
i i
i i
17 1 MÓDULO 1
Teorema 17.2. blablabla
AULA
Em outras palavras, a maior taxa de variação da função f ,
num dado ponto, ocorre na direção indicada pelo gradiente da
função nesse ponto e esse valor máximo é a norma do gradiente.
Demonstração
Como f é diferenciável e ∇ f (a, b) 6= ~0, sabemos que
∂f
(a, b) = k∇ f (a, b)k cos θ .
∂ ~u
∂f
Ora, (a, b) depende de θ , o ângulo que o vetor unitário
∂ ~u
~u faz com o vetor gradiente ∇ f (a, b). O maior desses valores
ocorre se cos θ = 1. Isso significa que ~u é o vetor unitário de
mesma direção (e sentido) que ∇ f (a, b). Esse vetor é
∇ f (a, b)
~u = .
k∇ f (a, b)k
CQD
C E D E R J 249
i i
i i
Exemplo 17.2. blablabl
π y
Seja f (x, y) = exsen uma função cujas curvas de nı́vel
2
estão esboçadas na figura a seguir.
Apenas com essa informação visual, não é possı́vel saber
muito sobre a dinâmica de crescimento e decrescimento da fun-
ção, na medida em que variamos os valores de x e de y, digamos,
a partir de (2, −1).
−1
Figura 17.7.
250 C E D E R J
i i
i i
17 1 MÓDULO 1
z
y
x
y
x
AULA
Figura 17.8. Figura 17.9.
Exercı́cio 17.3.
As curvas de nı́vel das funções f (x, y) = x2 + y2 − 1 e
g(x, y) = 1 − x2 − y2 são cı́rculos concêntricos na origem. No
entanto, cada uma dessas funções tem uma dinâmica de cresci-
mento diferente. Faça um esboço das curvas de nı́vel (um para
cada função) e marque os versores dos vetores gradientes dos
pontos (1, 1), (2, −2) e (−2, 1). Faça um esboço do gráfico de
cada uma das funções. Compare a dinâmica de crescimento in-
dicado pelos vetores marcados, tendo em vista os esboços dos
gráficos.
Seja f (x, y, z) = x2 − y2 + z.
Vamos calcular:
∂f
a. (2, 2, 1), onde ~u é o versor do vetor ~v = (3, 4, 12);
∂ ~u
b. a direção de menor crescimento de f a partir do ponto
(2, 2, 1) e a derivada de f nesta direção.
C E D E R J 251
i i
i i
Solução:
~v (3, 4, 12) 3 4 12
~u = = √ = , , .
k~v k 9 + 16 + 144 13 13 13
∂f
Como f é uma função diferenciável, vamos calcular (2, 2, 1)
∂ ~u
usando a fórmula
∂f
(a, b, c) = ∇ f (a, b, c) ·~u.
∂ ~u
∂f 3 4 12
(2, 2, 1) = (4, −4, 1) · , , =
∂ ~u 13 13 13
12 16 12 8
= − + = .
13 13 13 13
Exercı́cio 17.4.
252 C E D E R J
i i
i i
17 1 MÓDULO 1
b. f (x, y) = sen 2x cos 2y; (a, b) = (π /6, −5π /6); ~v =
(1, −1).
c. f (x, y, z) = ex+y cos z+ez−x sen y; (a, b, c) = (0, 0, 0);
~v = (1, −1, 2).
d. f (x, y, z) = ln (1+x2 −y2 +z2 ); (a, b, c) = (−1, 1, 1);
~v = (1, 2, −5).
AULA
2. Encontre a direção de maior crescimento da função, a par-
tir do ponto indicado. Além disso, determine a derivada
da função nessa direção.
∂f
6. Seja u = (cos θ , sen θ ) um vetor unitário. Calcule (0, 0)
∂ ~u
para a função
x2 y
2 , se (x, y) 6= (0, 0);
f (x, y) = x + y2 .
0, se (x, y) = (0, 0)
C E D E R J 253
i i
i i
a. o gradiente da temperatura;
b. a direção em que a temperatura cresce o mais rápido
possı́vel, assim como essa taxa;
c. a direção em que a temperatura decresce o mais rápido
possı́vel, assim como essa taxa;
d. a direção em que a temperatura não varia;
∂f
e. a taxa de variação (0, 1), onde ~u faz um ângulo
∂ ~
u
de 60o com o eixo Ox.
p ∂f
9. Seja f (x, y, z) = x y2 + z2 . Prove que (0, 0, 0) = 0
∂ ~u
para todos os vetores unitários ~u.
254 C E D E R J
i i
i i
a 18
acements
E XEMPLOS E C OMPLEMENTOS
Objetivo
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
A PRESENTAÇÃO
Esta aula consiste de uma coleção de seções independentes
que completam alguns temas que foram abordados nas aulas an-
teriores. Portanto, prepare-se para súbitas mudanças de assunto.
Algumas dessas seções consistem de exemplos que ilustram
a Teoria das Funções Diferenciáveis. Um desses exemplos já foi
prometido anteriormente.
Você conhecerá, também, uma versão do Teorema do Valor
Médio, adaptado às funções de duas variáveis, usando derivadas
direcionais. Veja, a seguir, a versão que você já conhece.
f (b) − f (a)
Figura 18.1 f 0 (ξ ) = .
b−a
Nesta ilustração, há
dois possı́veis
valores para ξ . O último tema da aula reforçará um tópico apresentado an-
teriormente: a ortogonalidade do vetor gradiente de uma função
em relação ao seu conjunto de nı́vel.
Comecemos com os exemplos!
256 C E D E R J
i i
i i
18 1 MÓDULO 1
classe C 1 ? É por isso que, às vezes, tais exemplos são chamados
contra-exemplos.
Lembre-se: uma função f : D ⊂ R2 −→ R, definida num
aberto D de R2 , é dita de classe C 1 se admitir derivadas parciais
contı́nuas em D. Isto é, ser de classe C 1 é uma condição sufici-
ente para que uma função seja diferenciável. O exemplo desta
AULA
seção mostra que essa condição suficiente não é necessária.
Seja f : R2 −→ R a função definida por
0, se (x, y) = (0, 0);
f (x, y) = 1
(x2 + y2 ) sen 2
, se (x, y) 6= (0, 0).
x + y2
∂f
(x, y) =
∂x
1 1 h −2x i
2 2
2x sen 2 + (x + y ) cos · =
x + y2 x2 + y 2 (x2 + y2 )2
1 −2x 1
= 2x sen 2 − cos .
x + y2 x2 + y 2 x2 + y 2
∂f 1 −2y 1
(x, y) = 2y sen 2 − cos .
∂y x + y2 x2 + y 2 x2 + y 2
∂f ∂f
Assim, para (x, y) 6= (0, 0), as funções e são
∂x ∂y
contı́nuas, por serem somas e/ou composições de funções contı́-
nuas. Logo, fica estabelecida a diferenciabilidade de f no con-
junto R2 − { (0, 0) }.
Vamos, agora, analisar a diferenciabilidade de f na origem.
Começamos com o cálculo das derivadas parciais de f na ori-
C E D E R J 257
i i
i i
gem.
1
∂f f (x, 0) − f (0, 0) x2 sen
(0, 0) = lim = lim x2 =
∂x x→0 x−0 x→0 x
1
= lim x sen 2 = 0,
x→0 x
1
pois lim x = 0 e g(x) = sen 2 é uma função limitada.
x→0 x
∂f
Analogamente, (0, 0) = 0.
∂y
Veremos, agora, que f é diferenciável na origem. Temos de
mostrar que o limite de
258 C E D E R J
i i
i i
18 1 MÓDULO 1
não é contı́nua na origem.
1
Realmente, lim 2x sen 2 = 0, mas a parcela
(x,y)→(0,0) x + y2
−2x 1
cos 2 não é limitada em torno da origem. Por
x2 + y 2 x + y2
−1 1
exemplo, se fizermos x = y, resulta a função l(x) =
AULA
cos ,
x 2x2
cujo gráfico, em torno da origem, está esboçado na figura a se-
guir.
Figura 18.2
Exercı́cio 18.1.
Você sabe que toda função diferenciável é, necessariamente,
contı́nua. Isto quer dizer que a função dada no exemplo anterior
é contı́nua. Em particular, é contı́nua na origem. Você pode
mostrar isso diretamente, calculando lim f (x, y).
(x,y)→(0,0)
∂f
(a, b) = ∇ f (a, b) ·~u.
∂ ~u
(Veja o teorema na aula anterior.) Logo, se f é diferenciável,
ela admite todas as derivadas direcionais. Resta a pergunta: a
existência das derivadas direcionais garante a diferenciabilidade
da função?
C E D E R J 259
i i
i i
∂f f (x, 0) − f (0, 0) 0
(0, 0) = lim = lim 5 = 0;
∂x x→0 x−0 x→0 x
∂f f (0, y) − f (0, 0) 0
(0, 0) = lim = lim 3 = 0.
∂y y→0 y−0 y→0 y
260 C E D E R J
i i
i i
18 1 MÓDULO 1
u1 u2 6= 0. Então,
∂f f (0 + t u1 , 0 + t u2 ) − f (0, 0)
(0, 0) = lim
∂ ~u t→0 t
t 3 u31tu2
t 4 u41 + t 2 u22 t 4 u3 u2
= lim = lim 5 4 1 3 2
AULA
t→0 t t→0 t u + t u
1 2
3
tu1 u2
= lim 2 4 = 0.
t→0 t u + u2
1 2
E(h, k)
√ =
h2 + k 2
f (0 + h, 0 + k) − f (0, 0) − f x (0, 0) h − fy (0, 0) k
= √
h2 + k 2
f (h, k) h3 k
=√ = √ .
h2 + k 2 h2 + k2 (h4 + k2 )
E(h, h2 ) h5 h 1
√ = √ = √ .
h2 + h 4 2 |h| 1 + h2 h4 2 |h| 1 + h2
C E D E R J 261
i i
i i
L = { (a, b) + t~u ; 0 ≤ t ≤ m }.
d
~u D
L
b
a c
Figura 18.3
262 C E D E R J
i i
i i
18 1 MÓDULO 1
Demonstração
Basta considerar a funçãog, definida no intervalo [0, m] pela
equação g(t) = f (a, b) + t~u .
Essa função é a composição do caminho α (t) = (a, b) + t~u,
que percorre o segmento L de (a, b) até (c, d), na medida em que
AULA
t varia de 0 até m, com a função f :
g(t) = f ◦ α (t).
Então, g(0) = f (a, b) e g(m) = f (a, b) + m~u = f (c, d),
pois m~u = (c, d) − (a, b).
Observe que
g(t + h) − g(t)
g0 (t) = lim =
h→0 h
f (a, b) + t~u + h~u − f (a, b) + t~u
= lim
h→0 h
∂f
= (a, b) + t~u .
∂ ~u
g(m) − g(0)
g0 (t0 ) = .
m
∂f
Fazendo (λ , ξ ) = (a, b) + t0 ~u, obtemos g0 (t0 ) = (λ , ξ )
∂ ~u
e, portanto,
∂f f (c, d) − f (a, b)
(λ , ξ ) = .
∂ ~u k(c, d) − (a, b)k
C E D E R J 263
i i
i i
Demonstração do corolário:
Escolha algum ponto (a, b) ∈ D e seja f (a, b) = k. Vamos
mostrar que f (x, y) = k, ∀(x, y) ∈ D.
Dado (x, y) ∈ D, um ponto diferente de (a, b), o segmento
L que os une está contido em D, pois esse conjunto é um con-
vexo. Aplicando o Teorema do Valor Médio, obtemos (λ , ξ ),
um ponto pertencente a L, tal que
∂f f (x, y) − f (a, b)
(λ , ξ ) = .
∂ ~u k(x, y) − (a, b)k
∂f
Como é nula em todos os pontos de D, obtemos
∂ ~u
f (x, y) − f (a, b) = 0 e, portanto,
f (x, y) = k.
264 C E D E R J
i i
i i
18 1 MÓDULO 1
Exercı́cio 18.2.
Seja f : R2 −→ R uma função que admite derivadas dire-
∂f
cionais (x, y), ∀(x, y) ∈ R2 , para todos os vetores unitários
∂ ~u
~u.
AULA
Seja C uma curva de nı́vel de f tal que o interior de C é um
conjunto convexo. Suponha que os pontos (a, b) e (c, d) ∈ C
(c, d) − (a, b)
sejam distintos e faça ~u = . Mostre que existe
k(c, d) − (a, b)k
∂f
um ponto (λ , ξ ) no interior de C tal que (λ , ξ ) = 0.
∂ ~u
Produto Notação
Interno ~u ·~v
Vetorial ~u ×~v
C E D E R J 265
i i
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~v
r ~u
Figura 18.7
~u ×~v
r r
~u
~v
Figura 18.8
266 C E D E R J
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18 1 MÓDULO 1
~w
~v
AULA
~u
Figura 18.9
α x+β y+γ z = ε
(α , β , γ )
Figura 18.10
C E D E R J 267
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Exercı́cio 18.3.
Demonstre o teorema.
Exemplo 18.1. blablabl
∇ f (1, 1, 3/2)
Figura 18.11
268 C E D E R J
i i
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18 1 MÓDULO 1
Exercı́cio 18.4.
0, se (x, y) = (0, 0);
1. Seja g(x, y)) =
1
(xy) cos
, se (x, y) 6= (0, 0).
x2 + y 2
AULA
∂g
Determine a função : R2 −→ R e mostre que ela não
∂x
é limitada na origem. Será g uma função diferenciável?
0, se (x, y) = (0, 0);
2. Considere f (x, y) =
xy2
3 , se (x, y) 6= (0, 0).
x + y4
Seja ~u = (u1 , u2 ) um vetor unitário, tal que u1 6= 0. Mos-
∂f u2
tre que (0, 0) = 22 . No entanto, conclua que f não é
∂ ~u u1
diferenciável, mostrando que f não é contı́nua na origem.
∂f ∂g
(x, y) = (x, y).
∂ ~u ∂ ~u
∂f
(x, y) = 0,
∂ ~u
com f não constante.
C E D E R J 269
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270 C E D E R J
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a 19
D ERIVADAS PARCIAIS DE
acements
O RDENS S UPERIORES
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
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I NTRODUÇÃO
Por que derivar mais do que uma vez?
Antes de responder a esta pergunta, vamos considerar al-
guns aspectos da derivada. Vejamos: quando alguém menciona
o termo derivada, o que ocorre a você? Digamos que tenha sido
algo como “a derivada é a medida da mudança da função em
torno de um certo ponto”. Bom! Em particular, se a função for
constante, não há mudança na função e essa medida é nula, o
que se encaixa nessa visão geral.
Você aprendeu que, se a derivada de uma função de uma
variável real é positiva ao longo de um intervalo, então essa
função é crescente nesse intervalo.
Resumindo: o estudo dos sinais da derivada, assim como o
seu comportamento em torno de seus zeros, nos dá informações
valiosas a respeito da função.
Mas veja: esse estudo de sinais da derivada não detecta a
diferença que há entre as duas funções cujos gráficos estão es-
boçados a seguir, uma vez que ambas são crescentes.
272 C E D E R J
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19 1 MÓDULO 1
PARCIAIS DE PARCIAIS
AULA
um exemplo.
Exemplo 19.1.
blablabl
∂f ∂f
(x, y) = 3x2 y2 − 3y4 ; (x, y) = 2x3 y − 12xy3 .
∂x ∂y
∂ ∂ f ∂ 2f
(x, y) = 6x2 y − 12y3 .
(x, y) =
∂y ∂x ∂ y∂ x
∂ ∂ f ∂ 2f
(x, y) = (x, y) = 6x2 y − 12y3 ;
∂x ∂y
∂ x∂ y
∂ ∂ f ∂ 2f
(x, y) = (x, y) = 2x3 − 36xy2 .
∂y ∂y ∂y 2
N OTAÇ ÕES
C E D E R J 273
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i i
∂ 2f
Note que significa: derive em relação a y e, depois,
∂ x∂ y
em relação a x. Ou seja, essa notação deve ser lida da direita
para a esquerda.
∂ 2f
∂ x∂ y
A notação fy x = fy x também é muito útil, especial-
mente quando lidamos com fórmulas mais longas. Neste caso, a
notação deve ser lida da esquerda para a direita.
fy x
-
f1 , f2 , f1 1 , f1 2 , f2 2 ,
correspondem, respectivamente, a
fx , fy , fx x , fx y , fy y ,
por exemplo.
A vantagem dessa notação é que ela não enfatiza o nome da
variável (x, ou y, u ou outra qualquer). Veja mais um exemplo,
onde usamos as três notações.
Exemplo 19.2. blablabl
∂f ∂f ∂f
= yz exy ; = xz exy − 3z2 ; = exy − 6yz.
∂x ∂y ∂z
274 C E D E R J
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19 1 MÓDULO 1
Agora, as parciais de ordem dois:
∂ 2f
= y2 z exy ; fx y = z exy + xyz exy ; f1 3 y exy ;
∂x 2
∂ 2f
f2 1 = z exy + xyz exy ; fy y = x2 z exy ; = x exy − 6z;
∂ z∂ y
AULA
∂ 2f
fz x = y exy ; = x exy − 6z; f3 3 = −6y.
∂ y∂ z
Exercı́cio 19.1.
Aqui está uma oportunidade de você testar essas diferentes
notações.
Seja f (x, y, z) = cos(xy2 ) − sen (yz2 ).
Calcule as seguintes derivadas parciais:
∂ 2f
; fyyz ; f321 .
∂ x∂ z
C E D E R J 275
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∂ 2f ∂ 2f
Veja agora uma função f tal que (0, 0) 6= (0, 0).
∂ x∂ y ∂ y∂ x
Na aula anterior, vimos que a função definida por
x3 y
, se (x, y) 6= (0, 0),
f (x) = x2 + y 2
0, se (x, y) = (0, 0),
admite derivadas direcionais em todas as direções, na origem, e
todas essas derivadas são iguais a zero. Em particular,
∂f ∂f
(0, 0) = (0, 0) = 0.
∂x ∂y
Resumindo,
4
x y + 3x2 y3
∂f
2 + y 2 )2
, se (x, y) 6= (0, 0),
(x, y) = (x
∂x
0, se (x, y) = (0, 0),
e 5
x − x 3 y2
∂f
, se (x, y) 6= (0, 0),
(x, y) = (x2 + y2 )2
∂y
0, se (x, y) = (0, 0),
276 C E D E R J
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19 1 MÓDULO 1
Portanto,
∂f ∂f
∂2f (0, y) − (0, 0)
(0, 0) = lim ∂ x ∂ x = lim
0
= 0
∂ y∂ x y→0 y y→0 y
AULA
∂f ∂f x5
(x, 0) − (0, 0)
∂ 2f ∂y ∂y (x2 )2
(0, 0) = lim = lim = 1.
∂ x∂ y x→0 x x→0 x
∂ 2f ∂ 2f
Ou seja, pelo menos na origem, 6= .
∂ y∂ x ∂ x∂ y
O teorema que enunciaremos a seguir nos dá uma condição
suficiente para que as derivadas de ordem dois, em relação às
diferentes variáveis, comutem.
∂ 2f ∂ 2f
(x, y) = (x, y).
∂ x∂ y ∂ y∂ x
C E D E R J 277
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i i
Exercı́cio 19.2.
Calcule todas as derivadas parciais, até ordem três, da função
f (x, y) = x2 e−y .
Assim,
∂f 2 ∂f 2
g0 (t) = (t + 1, 2t 3 )(2t) + (t + 1, 2t 3 )(6t 2)
∂x ∂y
∂f 2 ∂f 2
g0 (t) = 2t (t + 1, 2t 3 ) + 6t 2 (t + 1, 2t 3 ).
∂x ∂y
278 C E D E R J
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19 1 MÓDULO 1
a curva α (t). Para calcularmos a próxima derivada, temos de
levar isso em conta. Ou seja, usaremos a Regra do Produto com
mais uma aplicação da Regra da Cadeia. Veja como derivar a
primeira parcela,
∂f 2
h(t) = 2t (t + 1, 2t 3 ).
∂x
AULA
" #
∂f 2 ∂ 2f ∂ 2f
h0 (t) = 2 (t +1, 2t 3 )+2t (t 2 + 1, 2t 3 ) (2t) + (t 2 + 1, 2t 3 ) 6t 2
∂x ∂x 2 ∂ y∂ x
| {z }
d ∂f 2
(t + 1, 2t 3 )
dt ∂ x
∂f 2 ∂ 2f 2 3 ∂ f
2
h0 (t) = 2 (t +1, 2t 3 )+4t 2 (t +1, 2t 3
)+12t (t 2 +1, 2t 3 ).
∂x ∂ x2 ∂ y∂ x
∂f 2
Vamos denotar por j(t) = 6t 2 (t + 1, 2t 3 ), a segunda
∂y
parcela. Aqui está a derivada de j(t):
" #
∂ f ∂ 2f ∂ 2f
j 0 (t) = 12t (t 2 +1, 2t 3 )+6t 2 (t 2 + 1, 2t 3 ) (2t) + (t 2 + 1, 2t 3 ) 6t 2
∂y ∂ x∂ y ∂ y2
| {z }
d ∂f 2
(t + 1, 2t 3 )
dt ∂ y
0 ∂f 2 3 3 ∂ f
2
2 3 4 ∂ f 2
2
j (t) = 12t (t +1, 2t )+12t (t +1, 2t )+36t (t +1, 2t 3 ).
∂y ∂ x∂ y ∂y 2
C E D E R J 279
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Exercı́cio 19.3.
Suponha que f seja uma função de classe C 2 , de duas variá-
veis, e considere g(t) = f (et , e−t ).
Expresse a derivada segunda g00 (t) em termos das derivadas
parciais de f , usando a notação f x , fxy e omitindo o fato de que
essas derivadas parciais devem ser calculadas em (et , e−t ).
Uma vez isso feito, faça f (x, y) = xy2 , efetue a composição e
derive a função obtida diretamente, comprovando seus cálculos.
Exemplo 19.5.
blablabl
zu = f x x u + f y y u .
280 C E D E R J
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19 1 MÓDULO 1
Derivando zu em relação a v, temos:
AULA
(x(u, v), y(u, v)) = (g(u, v), h(u, v)), por exemplo, e xuv deve ser
calculado em (u, v).
Essas computações causam um certo impacto, devido ao ta-
manho que costumam alcançar (e olhe que não estamos calcu-
lando derivadas de ordens maiores do que dois!). No entanto,
uma vez acostumado com a notação abreviada, você perceberá
uma imperativa lógica em suas formações.
No próximo exemplo usaremos, de maneira ainda informal,
a linguagem das equações diferenciais. Uma equação diferen-
cial parcial, EDP para os ı́ntimos, é uma equação que envolve
derivadas parciais. Uma solução de uma EDP é uma relação
que não contém derivadas e que satisfaz a equação em todos os
pontos do domı́nio em questão.
Exemplo 19.6.
blablabl
uxx + uyy = 0.
ux = 2a x + b y; uy = b x + 2c y;
u(x, y) = a x2 + b xy − a y2 + d x + e y + f
C E D E R J 281
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Exercı́cio 19.4.
∂ 2f ∂ 2f
∆f = + = 0.
∂ x2 ∂ y2
b. g(x, y) = ln (x2 + y2 );
y
c. h(x, y) = arctg ;
x
xy(x2 − y2 )
, se (x, y) 6= (0, 0);
2. Considere f (x, y)) = x2 + y 2
0, se (x, y) = (0, 0).
Mostre que fxy (0, 0) = −1 e fyx (0, 0) = 1.
∂ 2u 2∂ u
2
3. A EDP = c , onde c é uma constante, é cha-
∂ t2 ∂ x2
mada equação da onda e é uma das primeiras EDPs a se-
rem estudadas. Mostre que as funções do tipo
282 C E D E R J
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19 1 MÓDULO 1
2
AULA
do calor.
∂ 2z ∂ 2z
Calcule + .
∂ u2 ∂ v2
7. Expresse g00 (t) em termos das derivadas parciais de f ,
sendo g(t) = f (1 − t,t 2).
∂ 2u ∂ 2u ∂ 2v 1 ∂ v 1 ∂ 2v
+ = + + .
∂ x2 ∂ y2 ∂ r2 r ∂ r r2 ∂ θ 2
C E D E R J 283
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284 C E D E R J
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a 20
acements
M ÁXIMOS E M ÍNIMOS – PARTE 1
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
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286 C E D E R J
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20 1 MÓDULO 1
AULA
Figura 20.1.
f (x, y) ≤ f (a, b) = M.
r
b
a D
Figura 20.2.
C E D E R J 287
i i
i i
f (x, y) ≥ f (a, b) = m.
Exemplo 20.1. blablabl
Figura 20.3.
f (x, y) ≤ f (a, b) = M.
288 C E D E R J
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20 1 MÓDULO 1
Exemplo 20.2.
blablabl
AULA
Veja que esta função não admite pontos de máximo, sejam
absolutos ou locais, pois ela assume valores arbitrariamente gran-
des.
Figura 20.4.
Como o ponto (0, 0) ∈ A, este ponto continua sendo o mı́nimo Figura 20.5.
de f , agora no conjunto A. A questão que resta resolver é: há
um ponto máximo de f em A?
Bem, considerando a natureza da função f , devemos buscar
os pontos de A que estejam mais afastados da origem. Esses
pontos são (0, 3) e (0, −3). Veja o gráfico.
C E D E R J 289
i i
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Figura 20.6.
Exercı́cio 20.1.
Usando o que você aprendeu no exercı́cio anterior, deter-
mine os pontos de máximo e de mı́nimo de f (x, y) = x2 + y2 no
conjunto
B = { (x, y) ∈ R2 ; 1 ≤ x ≤ 3, 2 ≤ y ≤ 5 }.
290 C E D E R J
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20 1 MÓDULO 1
ação da função. Ou seja, num ponto (a, b), de máximo local da
função diferenciável f teremos, para cada vetor unitário ~u,
∂f
(a, b) = 0.
∂ ~u
AULA
Isso nos motiva a introduzir a seguinte definição:
Se ∇ f (a, b) = ~0, dizemos que (a, b) é um ponto crı́tico ou
estacionário da função f .
A observação que fizemos é que todo ponto extremo local de
f é ponto estacionário de f . Vamos formular mais precisamente.
Demonstração
∂f f (x, b) − f (a, b)
Sabemos que (a, b) = lim = h0 (a),
∂x x→0 x−a
onde h(x) = f (x, b), a restrição de f à reta y = b, em alguma
vizinhança de x = a.
Ora, como (a, b) é extremo local de f , a é extremo local de h.
Como vimos no estudo das funções de uma variável, h0 (a) = 0.
Assim,
∂f
(a, b) = 0.
∂x
∂f
Analogamente, (a, b) = 0 e, portanto,
∂y
∇ f (a, b) = ~0.
C E D E R J 291
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20 1 MÓDULO 1
AULA
λµ <0
Figura 20.9.
C E D E R J 293
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Exercı́cio 20.2.
1 4 4 22
A função f (x, y) = − y4 − y3 + y2 + − x2 tem seu
3 9 3 9
gráfico esboçado na figura a seguir.
Figura 20.12.
294 C E D E R J
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20 1 MÓDULO 1
Seja f : D ⊂ R2 −→ R uma função de classe C 2 , definida
no aberto D de R2 . Definimos uma função H : D ⊂ R2 −→ R
colocando
∂ 2f ∂ f
2
∂ x2 (x, y) (x, y)
H(x, y) = ∂ x ∂ y
AULA
∂ 2f ∂ f
2
∂ x∂ y (x, y) (x, y)
∂ y2
C E D E R J 295
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i i
Os pontos da forma (3, 2), (5, 0), (−9, −4), e assim por di-
ante. O problema é: quais deles são máximos locais? Quais são
mı́nimos? Haverá ponto de sela? Muito bem, está na hora da
hessiana!
296 C E D E R J
i i
i i
20 1 MÓDULO 1
∂ 2f ∂ 2f
(x, y) (x, y)
H(x, y) =
∂ x2 ∂ x∂ y
∂ f
2 ∂ f
2
(x, y) (x, y)
∂ x∂ y ∂ y2
AULA
π2 π x
− sen 0
= 4 2 .
π 2 π y
0 − cos
4 2
Assim,
π4 π x π y
H(x, y) = sen cos .
16 2 2
π4
Note que, se x é ı́mpar e y é par, H(x, y) = ± , pois
π x 16
πy
sen é igual a 1 ou igual a −1, assim como cos .
2 2
πx π
Realmente, como x é ı́mpar, difere de por um múltiplo de
2 2
πy
π , e como y é par, difere de 0 por um múltiplo de π .
2
Portanto, sabemos que a análise do sinal do hessiano será
decisiva em todos os casos. Para isso, precisamos determinar os
pontos crı́ticos nos quais o hessiano é 1 (positivo) e os pontos
crı́ticos nos quais o hessiano é −1 (negativo).
Pontos de sela:
Os pontos de sela são aqueles onde o hessiano é negativo.
π x π y
Isso ocorrerá quando os sinais de sen e cos se
2 2
alternarem. Ou seja, quando a primeira coordenada for da forma
4n + 3 e a segunda coordenada for um múltiplo de 4. Aqui estão
alguns exemplos: (−1, 0), (3, 0), (7, 4).
Além desses, os pontos cuja primeira coordenada é da forma
4m + 1 e a segunda coordenada da forma 4r + 2 são pontos de
sela. Veja alguns exemplos: (1, 2), (5, 2), (9, 4).
C E D E R J 297
i i
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298 C E D E R J
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M M
20 1 MÓDULO 1
m m
M M
m m
M M
AULA
Figura 20.15: Curvas de
Figura 20.14: Gráfico de f .
nı́vel de f com a localização dos
pontos de máximo e de mı́nimo.
C E D E R J 299
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Exercı́cio 20.3.
A = {(x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ x ≤ 4, −3 ≤ y ≤ 1 };
B = {(x, y) ∈ R2 ; 1 ≤ x ≤ 2, 1 ≤ y ≤ 3 };
C = {(x, y) ∈ R2 ; 0 ≤ x ≤ 1, };
D = {(x, y) ∈ R2 ; 2x − 1 ≤ y ≤ 2x + 1 }.
2. Em cada uma das funções a seguir, determine os pontos
estacionários e classifique-os como máximos ou mı́nimo
locais, ou como pontos de sela, quando for o caso.
a. f (x, y) = x2 + y2 − 2x + 6y + 6;
b. g(x, y) = −x2 − y2 − 4x + 1;
300 C E D E R J
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20 1 MÓDULO 1
c. h(x, y) = y2 − x2 + 2x + 4y − 4;
d. j(x, y) = xy + 2x − y − 2;
e. k(x, y) = x3 + y3 + 3xy;
f. l(x, y) = 4xy − 2x4 − y2 ;
g. m(x, y) = y2 + sen x;
AULA
h. h. n(x, y) = xy e−x ;
1 1
i. p(x, y) = + 2 + xy; considere x > 0 e y > 0.
x y
C E D E R J 301
i i
i i
302 C E D E R J
i i
i i
a 21
M ÁXIMOS E M ÍNIMOS (PARTE 2)
acements
M ULTIPLICADORES DE L AGRANGE
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
I NTRODUÇ ÃO
304 C E D E R J
i i
i i
21 1 MÓDULO 1
Teorema 21.1 (de Weierstrass). blablabla
AULA
Lembre-se, um conjunto compacto é um conjunto fechado e
limitado. Em particular, contém todos os pontos de seu bordo.
Nem todos os problemas que consideraremos recaem nas
hipóteses do Teorema de Weierstrass, pois há circunstâncias nas
quais o conjunto em questão não é limitado, por exemplo. No
entanto, esse resultado é tı́pico da Teoria das Funções Contı́nuas,
e sua demonstração é, geralmente, apresentada nos cursos de
Análise Matemática.
O Teorema de Weierstrass afirma, por exemplo, que se con-
siderarmos a função que associa, em um determinado instante,
para cada ponto da superfı́cie terrestre, a sua temperatura, essa
função admite um máximo e um mı́nimo.
Em outras palavras, se admitirmos que a temperatura varia
continuamente de um ponto para outro, como a superfı́cie da
terra, apesar de extensa, é um conjunto compacto, há um ponto
no globo terrestre no qual, naquele instante, a temperatura é
máxima, e um ponto onde a temperatura é mı́nima.
Após essas considerações sobre a questão da existência de
pontos extremos, vamos considerar a questão da localização de
tais pontos. Lembra-se do detetive da aula anterior? Ele precisa
encontrar suspeitos.
Muito bem! Há dois tipos de suspeitos: os que residem no
interior do conjunto A e os que vivem no bordo de A. Para encon-
trar os suspeitos interioranos, usamos a técnica que você apren-
deu na aula anterior: pontos crı́ticos e análise local. Veja, se um
ponto interior não é extremo local, não pode ser extremo global.
A busca por suspeitos que se localizam no bordo do conjunto
A (pontos crı́ticos no bordo) será feita com o auxı́lio de uma
técnica chamada Multiplicadores de Lagrange.
C E D E R J 305
i i
i i
M OTIVAÇ ÃO
i i
i i
21 1 MÓDULO 1
A sugestão do aluno foi que o lenhador usasse a idéia básica
do método matemático conhecido como Multiplicadores de La-
grange, assunto que você estudará nesta aula.
Exercı́cio 21.1.
AULA
Resolva a seguinte variante do problema: o lenhador precisa
sair do acampamento, pegar água na lagoa e levá-la até o ponto
B, onde ele mantém um lindo canteiro de hortaliças.
r
B
M ULTIPLICADORES DE L AGRANGE
C E D E R J 307
i i
i i
de duas variáveis.
Esse teorema nos dá uma condição necessária (mas não su-
ficiente) para que um ponto (a, b) ∈ C seja um ponto extremo
de f . Essa condição é que os vetores gradientes de f e de g
sejam múltiplos um do outro. O escalar λ é o multiplicador de
Lagrange, nesse caso.
Intuitivamente, em torno de um ponto (x0 , y0 ) da curva C
no qual os vetores gradientes de f e de g não estão alinhados,
as curvas de nı́vel de f e a curva C encontram-se transversal-
mente. Portanto, neste trecho da curva C, a função f é estrita-
mente crescente (ou decrescente). Logo, o ponto não pode ser
nem de máximo nem de mı́nimo local em C.
y0 ∇ f (x0 , y0 )
x0
308 C E D E R J
i i
i i
21 1 MÓDULO 1
veja como o método funciona num exemplo.
Exemplo 21.1. blablabl
AULA
por 3x + 2y = 12, tal que o produto xy de suas coordenadas seja
o maior possı́vel.
Muito bem! Colocando o problema em termos do método
dos Multiplicadores de Lagrange, queremos encontrar o ponto
máximo da função f (x, y) = xy no conjunto
2y + 2y = 12 ⇐⇒ y = 3.
C E D E R J 309
i i
i i
z=6
∇g(2, 3)
∇ f (2, 3) C
3
(2, 3)
i i
i i
21 1 MÓDULO 1
Ao resolver o sistema
(
3x = 2y
3x + 2y = 12,
AULA
de nı́vel especial de g, o conjunto C, apresentado em destaque na
figura anterior, relativo ao qual queremos maximizar a função f .
S UM ÁRIO DO M ÉTODO
devemos:
(
∇ f (x, y) = λ ∇g(x, y)
1. Resolver
g(x, y) = c;
Mas, como diz o ditado, falar é fácil, fazer é que são elas!
Do ponto de vista geométrico, ao eliminarmos a variável λ na
equação vetorial estamos determinando o lugar geométrico dos
pontos nos quais as curvas de nı́vel de f e de g são tangentes
umas às outras.
Em seguida, devemos encontrar os pontos comuns a esse lu-
gar geométrico e à curva g(x, y) = c.
O problema é que, mesmo nos casos mais simples, as con-
tas podem ser muito difı́ceis. Na verdade, esses problemas são
próprios para serem abordados com o auxı́lio de computadores.
Veja mais um exemplo.
Exemplo 21.2.
blablabl
C E D E R J 311
i i
i i
rP
restrita à condição
g(x, y) = x2 + 4y2 = 4.
312 C E D E R J
i i
i i
21 1 MÓDULO 1
x 6= 0 e y 6= 0. Mas, é impossı́vel fazer omeletes sem quebrar
ovos!
A igualdade anterior, resolvida em y, fica
4x
y =
AULA
4 − 3x
que determina uma hipérbole. Os candidatos a pontos de máximo
e de mı́nimo são os pontos comuns à essa elipse e à essa hipérbole.
Veja o esboço das curvas.
r
P
rP
C E D E R J 313
i i
i i
A ≈ (0.5582267850, 0.9602581498)
e
B ≈ (−1.442220237, −0.6928204653).
Exercı́cio 21.2.
Determine o ponto pertencente ao trecho da parábola defi-
nida por x = 4y − y2 , pertencente ao primeiro quadrante, tal que
o produto de suas coordenadas seja o maior possı́vel.
Veja, nessa situação vale o Teorema de Weierstrass, pois es-
tamos considerando um trecho limitado da parábola.
314 C E D E R J
i i
i i
21 1 MÓDULO 1
Esse ponto tem coordenadas (− 18 , − 38 ). Como (− 38 )2 +(− 81 )2 =
10 5
64 = 32 < 1, este ponto crı́tico pertence ao interior de A. Vamos
calcular o hessiano da função neste ponto:
1 3 6 −2
H − ,− = = 36 − 4 = 32 > 0.
AULA
8 8 −2 6
∂ 2f 1 3
Como o hessiano é positivo e (− , − ) = 6 > 0, o
∂ x2 8 8
ponto (− 81 , − 38 ) é um mı́nimo local, bom candidato a mı́nimo
absoluto de f e, portanto, bom candidato a mı́nimo de f em A.
Agora, o estudo no bordo, usando o método de Lagrange.
Vamos considerar g(x, y) = x2 + y2 . Então, o bordo de A é
determinado por g(x, y) = 1. Assim, temos que resolver o sis-
tema (
∇ f (x, y) = λ ∇g(x, y)
g(x, y) = x2 + y2 = 1.
C E D E R J 315
i i
i i
possibilidade x = 0 descartada.
Substituindo λ na segunda equação, obtemos
(3x − y)y
−x + 3y + 1 =
x
y2 − x 2 + x
=0
x
(
x2 + y 2 = 1 cı́rculo de raio 1
x2 − x − y 2 = 0 hipérbole.
x(2x − 1) = 1.
Logo, x = 1 ou x = −1/2.
Se x = 1 então y = 0. Note que nesse caso λ = 3, e que esses
valores de x, y, λ satisfazem as equações ∇ f (x, y) = λ ∇g(x, y) e
g(x, y) = 1.
√
3
E, se x = −1/2 então y = ± 2 .
(− 18 , − 38 ) 21
8 2.625 interior mı́nimo
√ √
(− 12 , 23 ) 6+ 323 8.598 bordo máximo
√ √
(− 12 , − 23 ) 6− 323 3.402 bordo
(1, 0) 6 6.0 bordo
316 C E D E R J
i i
i i
21 1 MÓDULO 1
Observe que os pontos crı́ticos (− 12 , − 23 ) e (1, 0), do
bordo de A, não são máximo nem mı́nimo. Na verdade,√se
restringirmo-nos exclusivamente no bordo, o ponto (− 21 , − 23 )
será o mı́nimo e o ponto (1, 0) uma espécie de ponto de inflexão.
Veja o gráfico de f restrita ao conjunto A, apresentado numa
posição reversa, para melhor observação do seu comportamento
AULA
no bordo.
C E D E R J 317
i i
i i
Exercı́cio 21.3.
A = {(x, y) ∈ R2 ; x + 4y = 8},
caso existam.
A = {(x, y) ∈ R2 ; x ≥ 0, y ≥ 0, x + 3y ≤ 3}.
A = {(x, y) ∈ R2 ; x2 − xy + y2 = 3}.
318 C E D E R J
i i
i i
a
M ULTIPLICADORES
22 DE L AGRANGE
acements
(PARTE 3)
Objetivos
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
i i
i i
M ULTIPLICADORES DE L AGRANGE -
(PARTE 3)
Começamos com um exemplo no qual queremos determinar
o máximo e o mı́nimo de uma função contı́nua em um conjunto
cujo bordo pode conter “esquinas”. Nesses casos, tais pontos
também precisam ser levados em conta no momento da análise
final. Aqui está o exemplo.
Exemplo 22.1.
blablabl
A = {(x, y); ∈ R2 x + y ≤ 6, x ≥ 1, y ≥ 0 }.
(1, 5)
(1, 0) (6, 0)
320 C E D E R J
i i
i i
22 1 MÓDULO 1
(
∇ f (x, y) = λ ∇g1 (x, y)
g1 (x, y) = y = 0,
no qual f (x, y) = y2 −2xy e, portanto, ∇ f (x, y) = (−2y, 2y−2x).
Como ∇g1 (x, y) = (0, 1), queremos resolver o sistema
AULA
−2y = 0
2y − 2x = λ
y = 0,
que tem solução λ = 2x. Assim, todos os pontos da forma (t, 0),
com t ∈ [1, 6] são candidatos a máximo ou a mı́nimo.
Agora o segmento contido na reta x = 1, com 0 ≤ y ≤ 5,
unindo os pontos (1, 0) e (1, 5). Agora, a condição é g2 (x, y) =
x = 1 e queremos resolver o sistema
(
∇ f (x, y) = λ ∇g2 (x, y)
g2 (x, y) = x = 1,
que é equivalente a
−2y = λ
2y − 2x = 0
x = 1,
C E D E R J 321
i i
i i
que é equivalente a
−2y = λ
2y − 2x = λ
x + y = 6.
322 C E D E R J
i i
i i
22 1 MÓDULO 1
Observe que, nos pontos (1, 0) e (4, 2), as curvas de nı́vel de
f tangenciam os segmentos. Já o segmento horizontal que une
os pontos (1, 0) e (6, 0) está contido em uma curva de nı́vel.
Exercı́cio 22.1.
AULA
Determine o máximo e o mı́nimo da função f (x, y) = 2x + y
no conjunto
A = { (x, y) ∈ R2 ; x + y ≤ 4, y ≥ x, x ≥ 0 }.
A = { (x, y, z) ∈ R3 ; x2 + y2 + z2 − 4z ≤ 0 }.
x2 + y2 + z2 − 4z = 0 ⇐⇒ x2 + y2 + z2 + (z − 2)2 = 4.
C E D E R J 323
i i
i i
√ √
Como k ∇ f (x, y, z) k = 4x2 + 2 ≥ 2 > 0, ∀(x, y, z) ∈ R3 ,
concluı́mos que ∇ f (x, y, z) 6= ~0, ∀(x, y, z) ∈ R3 . Portanto, f não
admite pontos extremos locais. Isso significa que toda a nossa
ação em busca de pontos extremos se concentrará no bordo do
conjunto A.
Para determinar os pontos crı́ticos de f no bordo de A, usa-
mos o teorema enunciado na aula anterior, para funções de duas
variáveis, e que será demonstrada logo a seguir, na versão para
funções de três variáveis.
Isto é, os pontos extremos da função f (x, y, z) = x2 − y − z,
no conjunto determinado por
g(x, y, z) = x2 + y2 + z2 − 4z = 0,
(
∇ f (x, y, z) = λ ∇g(x, y, z)
g(x, y, z) = 0.
2x = 2λ x
−1 = 2λ y
−1 = 2λ (z − 2)
2
x + y2 + z2 − 4z = 0.
324 C E D E R J
i i
i i
22 1 MÓDULO 1
as equações 2 λ y = −1 e 2 λ (z − 2) = −1 nos dão:
2 λ y = 2 λ (z − 2),
que, se λ 6= 0, gera y = z − 2.
Substituindo x = 0 e y = z − 2 na quarta equação do sistema,
AULA
obtemos
√
2y2 = 4 ⇐⇒ y = ± 2.
√ √
Obtemos,
√ √ mais dois pontos crı́ticos: (0,
assim, 2, 2 + 2)
e (0, − 2, 2 − 2).
Para determinar quais desses pontos são pontos de máximo
ou de mı́nimo de f (x, y, z) = x2 − y − z, no conjunto determinado
por g(x, y, z) = 0, montamos uma tabela e fazemos uma análise
global.
(
∇ f (x, y, z) = λ ∇g(x, y, z)
g(x, y, z) = 0
C E D E R J 325
i i
i i
múltiplos um do outro.
Você deve ter notado que as superfı́cies de nı́vel de f são
calhas parabólicas, paralelas umas às outras.
Veja primeiro a superfı́cie de nı́vel 5/2, correspondente
√ ao
1 3
par de pontos de máximo de f em A, ( 14, − 2 , 2 ) e
√
(− 14, − 21 , 32 ).
Esses pontos são comuns à superfı́cie de nı́vel 5/2 de f e
à esfera determinada pela condição g(x, y, z) = 0, onde as duas
superfı́cies se tangenciam.
326 C E D E R J
i i
i i
√ √
22 1 MÓDULO 1
Finalmente, para entender porque o ponto (0, − 2, 2 − 2)
não é máximo nem mı́nimo de f em A, veja na figura a seguir
que, apesar dos gradientes de f e g serem múltiplos um do outro
neste ponto (e, portanto, os respectivos planos tangentes coinci-
dem), as duas superfı́cies se cortam ao longo de uma curva com
a forma de uma figura oito.
AULA
Figura 22.6: Superfı́cies de nı́vel Figura 22.7: √
Corte pelo
√
−2 + 2 2. plano z = 2 − 2.
Isto
√ significa
√ que, em qualquer pequena vizinhança do ponto
(0, − 2, 2 − 2) a função
√ f atinge nı́veis maiores e nı́veis me-
nores do que −2 + 2 2. Portanto, tal ponto não é máximo nem
mı́nimo da função em A.
C E D E R J 327
i i
i i
Exercı́cio 22.2.
Considere f : R3 −→ R a função definida por f (x, y, z) =
2 2
z e−(x +y ) .
Mostre que f é tal que ∇ f (x, y, z) 6= ~0, ∀(x, y, z) ∈ R3 . Faça
um esboço das superfı́cies de nı́vel de f . O conjunto dessas
superfı́cies define uma folheação de R3 , na qual cada folha é o
gráfico de uma função z nas variáveis x e y.
Você seria capaz de descrever uma outra folheação de R3
que não gozasse dessa propriedade (isto é, cada folha é o gráfico
de uma função)?
328 C E D E R J
i i
i i
22 1 MÓDULO 1
Demonstração
Sabemos que ∇g(a, b) 6= ~0. Podemos supor, sem perda de
∂g
generalidade, que (a, b) 6= 0. Isto é, a segunda coordenada
∂y
de ∇g(a, b) é não nula. Assim, o Teorema da Função Implı́cita
garante a existência de um intervalo aberto I, tal que a ∈ I, e de
AULA
uma função diferenciável h : I −→ R, tal que
g(x, h(x)) = c,
e h(a) = b.
Vamos considerar a função F : I ⊂ R −→ R, definida por
∂g
(a, b)
Mas, h(a) = b e h0 (a) = − ∂ x . Assim,
∂g
(a, b)
∂y
∂g !
(a, b)
∇ f (a, b) · 1, − ∂ x = 0.
∂g
(a, b)
∂y
∂g
Multiplicando esta última igualdade por (a, b) 6= 0, obte-
∂y
mos ∂ g ∂g
∇ f (a, b) · (a, b), − (a, b) = 0.
∂y ∂x
C E D E R J 329
i i
i i
∂ g ∂g ∂ g ∂g
Os vetores (a, b), − (a, b) e ∇g(a, b) = (a, b), (a, b)
∂y ∂x ∂x ∂y
são ortogonais, uma vez que o produto interno deles é nulo.
Como esses vetores estão todos contidos em R2 , concluı́mos que
∇g(a, b) (6= ~0) e ∇ f (a, b) são colineares. Assim, existe um
número λ ∈ R tal que
CQD
Exercı́cio 22.3.
Complete a demonstração anterior, provando que a afirmação
∂g
é verdadeira no caso em que (a, b) = 0.
∂y
∂g
Veja que, como ∇g(a, b) 6= ~0, o fato de (a, b) = 0 implica
∂y
∂g
em (a, b) 6= 0. Assim, você poderá usar o Teorema da Função
∂x
Implı́cita para mostrar que x pode ser escrito como uma função
diferenciável k, de y, num intervalo aberto J contendo b, tal que
g(k(y), y) = c e k(b) = a).
330 C E D E R J
i i
i i
22 1 MÓDULO 1
de Lagrange para abordar situações mais complicadas. Se sub-
metermos o domı́nio de f a mais do que uma condição, precisa-
remos de mais multiplicadores, um para cada condição.
Para ilustrar essa situação um pouco mais geral considerare-
mos o caso em que queremos identificar um ponto extremo local
de uma função f (x, y, z), de três variáveis, em um subconjunto
AULA
C de seu domı́nio, que é determinado por duas restrições (ou
condicionado por duas equações) g(x, y, z) = d e h(x, y, z) = e.
Em geral, esse conjunto de condições define uma curva, ob-
tida da intersecção da superfı́cie definida por g(x, y, z) = d com
a superfı́cie definida por h(x, y, z) = e. Nesse caso, queremos ca-
racterizar os pontos extremos locais de f ao longo de tal curva.
Isso é estabelecido pelo seguinte teorema, também atribuı́do
a Lagrange.
C E D E R J 331
i i
i i
h(x, y, z) = e
g(x, y, z) = d
∇h(a, b, c)
∇ f (a, b, c)
∇g(a, b, c) × ∇h(a, b, c)
C ∇g(a, b, c)
Exemplo 22.3. blablabl
332 C E D E R J
i i
i i
22 1 MÓDULO 1
no conjunto
C = {(x, y, z) ∈ R3 ; x2 + y2 + z = 4 e x + y − z = 0 }.
AULA
(Você deve, sempre, pensar antes de começar a fazer as contas.)
Notamos que f é uma função contı́nua. Se o conjunto C
for compacto, poderemos usar o Teorema de Weierstrass para
concluir que o problema terá solução. Voltemos, então, nossa
atenção para o conjunto C.
Esse é um subconjunto de R3 determinado por duas condições:
x2 + y2 + z − 4 e x + y − z = 0.
C E D E R J 333
i i
i i
∇ f (x, y, z) = λ ∇g(x, y, z) + µ ∇h(x, y, z)
g(x, y, z) = d
h(x, y, z) = e.
λ (2x + 1) = 1 e λ (2y + 1) = 1.
334 C E D E R J
i i
i i
22 1 MÓDULO 1
Exercı́cio 22.4.
f (x, y) = xy
AULA
no conjunto
A = { (x, y) ∈ R2 ; y = 4 − 2x }.
no conjunto
f (x, y) = x + y
no conjunto
A = { (x, y) ∈ R2 ; x ≥ 0, y ≥ 0, 2y + x ≤ 6, y + 2x ≤ 6 }.
f (x, y) = y − (y − 2)2
no conjunto
A = { (x, y) ∈ R2 ; x ≥ 0, y ≥ 0, 2y + x ≤ 8 }.
C E D E R J 335
i i
i i
A x2 + 2 B xy +C y2
f (x, y) = A x2 + 2 B xy +C y2 .
f (x, y) = x2 + y2 + z2
no conjunto
A = { (x, y) ∈ R2 ; x + y = 3 e x + z = 3 }.
f (x, y, z) = x + 2y + 3z
no conjunto
A = { (x, y, z) ∈ R3 ; x2 + y2 + z2 = 4 e x + y + z = 1 }.
336 C E D E R J
i i
i i
a 23
acements
S OLUÇ ÕES DE E XERC ÍCIOS
Objetivo
1 Apresentar gabarito de exercı́cios do módulo.
i i
i i
3. α (t) = (1 + 3t , 4 + 4t3 ), t ∈ R
y
4
0
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0
x
338 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
c. γ (t) = (5 cos 2t, −2 sen 2t) t ∈ [0, π ];
y
2
AULA
1
−5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
x
−1
−2
y
8
−2
x
−4
−6
6. Curva α (t)
C E D E R J 339
i i
i i
1. a. x = −2, x = 8.
b. x ∈ [ 12 , 32 ].
c. x ∈ (−2, 2) ∪ (2, 6).
d. x ∈ (−∞, −5) ∪ (−1, +∞).
e. x ∈ (−3, −2) ∪ (0, 1).
f. (x, y) ∈ R2 tais que x2 + y2 = 2.
g. (x, y) ∈ R2 − 1, 0 tais que (x − 1)2 + y2 ≤ 4.
h. (x, y) ∈ R2 tais que (x − 2)2 + (y − 2)2 ≥ 16.
i. (x, y) ∈ R2 tais que 1 < (x − 2)2 + y2 < 4.
j. (x, y, z) ∈ R3 tais que (x − 1)2 + y2 + z2 < 1.
2. a. (−2, 1)
b. (0, 2)
√ √
2
c. 2 2, − e 6
d. 32 , 3, π
3. a = 2, b = 3.
4.
lim α ◦ f (t) = lim α1 ◦ f (t), lim α2 ◦ f (t), lim α3 ◦ f (t)
t→a
t→a t→a t→a
= α1 lim f (t) , α2 lim f (t) , α3 lim f (t)
t→a t→a t→a
= (α1 ( f (a)), α2( f (a)), α3 ( f (b)))
= α f (a)
= α ◦ f (a)
340 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
AULA 3 - D ERIVADAS DE F UNÇ ÕES
V ETORIAIS
Exercı́cio 3.1.
AULA
1.
b. β 0 (t) = (cos 2t − 2t sen 2t, 18 cos3t).
c. γ 0 (t) = (cosht, senht, 2t).
2. a. t = 1
b. t = (2n + 1) π2 , n ∈ Z
c. t = 1
1. →
−v (t) = (6 sen(2t), 4 cos(2t) − 4, 6t 2),
→
−s (t) = (−3 cos(2t) + 3, 2 sen(2t) − 4t, 2t 3).
Exercı́cio 4.2.
√
2 2 kπ
C E D E R J 341
i i
i i
Exercı́cio 4.3.
A equação da circunferência
s em coordenadas polares é γ =
Z 2π 2 Z 2π
dr
R. Assim, L = + r dγ =
2 = 2π R
0 dγ 0
Exercı́cio 4.4.
2 2
4. a. 5, 3
2
b. e,0
c. 0, π1 , 18
5. Tem-se →
−s (t) = (cos(2π t), sen(2π t)) e
→
− →
− →
−
v (t) = 2π (− sen(2π t), cos(2π t)). Assim, s (t). v (t) =
0, logo →−s (t) e →−v (t) são ortogonais. Também →−
a (t) =
−4π 2 (→
−s (t)), isto é, a aceleração tem a mesma direção
→
−
que a posição mas sentido contrário e F = m→ a = −4π 2 m→
− −s (t),
→
−
assim o impulso de F :
Z 1/2
→
− 1
em [0, 1/2] é I1 = F (t)dt = (0, );
Z 10 π
→
−
em [0, 1] é I2 = F (t)dt = (0, 0);
Z0 2
→
−
em [0, 2] é I3 = F (t)dt = (0, 0).
0
6. ~v(t) = t, cos(π t)+ππt2sen(π t)−1 e I = 1, −2
π2
7. a. L(α ) = 5(b − a)
√ √ π +√√e4 +π 2
b. L(β ) = e + π − 1 + π − π ln 2
4 2 2
e (π + 1+π 2 )
√ √ √
c. L(γ ) = e2 + 1 − 2 − ln 1+ e√+1
2
e(1+ 2)
d. L(ϕ ) = 8
e. L(µ ) = e + e−1 − 2
8. a. π
√
b. 2 2
√ √
c. 2 (1 − e−2kπ )
√
d. 2
9. L(α ) = 6
√
10. 61 (3 3 + 2π )
342 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
1
-1 1 2
-1
AULA
11. A = π8
√
12. 3 2 + 11
2 arcsen(1/3)
a. D = {(x, y) ∈ R2 : x2 − 4y2 ≥ 4}
b. D = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y2 > 1}
π
c. D = {(x, y) ∈ R2 : x + y 6= + kπ }, com k ∈ Z
2
C E D E R J 343
i i
i i
Gráficos
a. b.
y
x
-2 2
c. d.
x
0 -5 -10
10 5
y 10
z 0
x
-10
-10 -5 0 5 10
y
Exercı́cio 5.5
p
4 − x2 − y2 , se x2 + y2 ≤ 4;
a. f (x, y) =
0, se x2 + y2 ≥ 4.
344 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
b. g(x, y) = 1 + x 2 + y2 .
AULA
C E D E R J 345
i i
i i
Exercı́cio 5.6
Gráficos
a. b.
z 4
y
-5
0
x 5
-4
c. d.
z
ã
2
y
z 4
-6
0
y x
5
x
-4
x
1. f (x, y) = − y + 1;
2
y3 + y 2
2. g(x, y) = − y − x2 .
2
346 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
Exercı́cio 6.2
2. Gráficos
AULA
a. b.
210
4
z 5 z 5
0
-60
-21
-5
y y
-5
0
0
x x
5
-5
-5 5
c. d.
9 3.25
0
z 5
z 2Π
0
-26 -1
-5 -1.5
y y
0 0
x x
-5 -2 Π
5 1.5
C E D E R J 347
i i
i i
3. a. f (x, y) = 3x − y, c = −1, 0, 1.
=0 x−y=1
y
3
4
3x−y
3
=1
3x−y
2
−1 1
x
−1
√
b. g(x, y) = sen (x−y), c = −2, −1, −1/2, 0, 3/2, 1, 3.
Não existe curvas de nı́vel g(x, y) = −2 e g(x, y) =
3
1
=−
y)
x,
y
g(
2
1/
=0 )=−
y
x,
3
g(
/2
y)
2)
x,
1/
g(
^(
2
=1 )=3
y
x, (x,
g
1
y)
g(
−4 −3 −2 −1 1 2
x
−1
−2
c. h(x, y) = ln (1 + x2 + y2 ), c = ln 2, 0, −1.
Não existe a curva de nı́vel h(x, y) = −1
y
1
h(x,y)=ln(2)
0.5
h(x,y)=0
−1 −0.5 0.5 1
x
−0.5
−1
348 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
d. j(x, y) = , c = −2, −1, −1/2, 0, 1/2, 1, 2.
y+2
y j(x,y)=0
j(x,y)=−1/2 3 j(x,y)=1/2
AULA
j(x,y)=−1 2 j(x,y)=1
1
j(x,y)=−2 j(x,y)=2
−5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5
x
−1
−2
−3
x2 + y 2
e. k(x, y) = , c = −2, −1, 0, 1, 2.
2x
y
4
k(x,y)=−2 k(x,y)=2
2
k(x,y)=−1 1 k(x,y)=1
k(x,y)=0
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
x
−2
−3
−4
f. f (x, y, z) = x2 + y2 , c = −1, 0, 1, 4, 9.
Não existe a superfı́cie de nı́vel f (x, y, z) = −1
C E D E R J 349
i i
i i
g. g(x, y, z) = 4 − x2 − y2 − z2 , c = −5, 0, 3, 4, 5.
Não existe a superfı́cie de nı́vel g(x, y, z) = 5
2 2 2
h. h(x, y, z) = ex −y −z , c = −1, 0, e, e4 .
Não existe a curva de nı́vel h(x, y, z) = −1
p
i. k(x, y, z) = ( x2 + y2 − 2)2 + z2 , c = 1.
350 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
AULA 7 - L IMITES
Exercı́cio 7.1
lim 3x = 0 ↔ dado ε > 0, existe ∃δ > 0 tal que
(x, y)→(0,b)
p
0 < x2 + (y − b)2 < δ ⇒ |3x| < ε .
AULA
Assim, considerando δ = ε3 e tendo em conta que
p
|x| 6 x2 + (y − b)2 tem-se que:
p ε ε
se x2 + (y − b)2 6 → |x| < → |3x| < ε .
3 3
Exercı́cio 7.2
1
a. Como lim xy = 0 e sen
≤ 1 então, pelo
(x,y)→(0,0) x+y
1
teorema do anulamento, lim xy sen( ) = 0, pois
(x,y)→(0,0) x+y
se trata do produto de duas funções , uma com limite zero
e a outra limitada.
x
lim y = 0 √
b. Como e 2 2 ≤ 1 então
(x,y)→(0,0) x +4y
x
lim y. p = 0 pois se trata do produto de
(x,y)→(0,0) x2 + 24y2
duas funções , uma com limite zero e a outra limitada.
Exercı́cio 7.3
x2 + x 2 2
lim f (x, y) = lim 2 2
=−
(x,y)→(0,0) x)→0 x − 4x 3
C E D E R J 351
i i
i i
x2 + (2x)2 5 1
lim f (x, y) = lim 2 2
=− =−
(x,y)→(0,0) x→0 x − 4(2x) 15 3
1. a. 1
b. 1
c. 0
1
d. 2
e. 1
f. 2
g. 0
h. 0
2. a. D = R2 − {(−1, 0)}
b. Isso quer dizer que o limite da função f calculado ao
longo das retas que passam pelo ponto (−1, 0) e tem
vetor diretor (a, b), com a2 + b2 > 0, é igual a zero.
c. lim f (x, y) não existe. Basta considerar o li-
(x,y)→(−1,0)
mite da função ao longo de uma das retas do item (b)
e o limite da função ao longo da curva
1
β (t) = (t 3 − 1,t). lim f (β (t)) =
(x,y)→(−1,0) 2
352 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
3. a. Não existe limite
b. 0
c. Não existe limite
d. Não existe limite
e. 0
AULA
f. Não existe limite
g. Não existe limite
h. Não existe limite
4. c = −1
5. a. f é contı́nua em R2 .
b. g é continua em {(x, y) ∈ R2 / x2 + 4y2 ≤ 4}.
c. h é contı́nua em R2 .
d. K é contı́nua em R2 − {(0, 0)}
6. a. f é contı́nua em R2
b. g é contı́nua em {(x, y) ∈ R2 /x2 + 4y2 ≤ 0}
c. h é contı́nua em R2
d. k é contı́nua em R2 − {(0, 0)}
7. a. Como f : D −→ R é contı́nua, (0, 0) ∈ D é tal que
f (0, 0) = 1 > 0, segue pelo Teorema da Permanência
do Sinal que existe um r > 0 tal que se (x, y) ∈ D é tal
que
0 < |(x, y) − (0, 0)| < r, isto é, x2 + y2 < r2 então
f (x, y) > 0.
b. Considere a função composta ( f ◦ α ), onde α (t) =
(t,t), com t ∈ I tal que α (I) ∈ D. Note que
( f ◦ α )(t) = f α (t) = f (t,t).
C E D E R J 353
i i
i i
Logo, pelo
Teorema
√ √
de Bolzano, existe a no inter-
2 2
valo aberto − , tal que ( f ◦ α )(a) = f (a, a) =
2 2
0.
∂f
(x, y) = 3 sen(x + y) + 3x cos(x + y)
∂x
∂f
(1, −1) = 3
∂x
Exercı́cio 9.2
1.
∂f ∂f
2. a. = 2y, = 2x + 2y
∂x ∂y
∂f ∂f
b. = 2y(1 − 12xz + 27x2 z2 ), = 2x(1 − 3xz)2 ,
∂x ∂y
∂f
= 12x2 y(−1 + 3xz),
∂z
∂z x ∂z x
c. = 1 + ln , =−
∂x y ∂y y
x z
d. wx = p , w z = p ,
1 + x 2 + y2 + z2 1 + x 2 + y2 + z2
wy (0, 0, 0) = 0.
∂f
e. = −2u + v, fv (0, −1) = −2
∂u
∂g ∂g
f. = cos(θ ) + sen(θ ), = r cos(θ ) − sen(θ )
∂r ∂θ
∂z y ∂z x
g. = − 2 2, = 2 2
∂x x +y ∂y x +y
∂f ∂f
h. = (1 + x + y)ex−y+2z , = (1 − x − y)ex−y+2z ,
∂x ∂y
∂f
= 2(x + y)ex−y+2z
∂z
∂f ∂f u2
i. = 2u arcsen(v), =√
∂u ∂v 1 − v2
354 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
3. Domı́nio f = {(x, y) ∈ R2 /x2 + y2 > 0} = R2 − {(0, 0)}
AULA
∂x x + y2 ∂x x2 + y 2
∂f ∂f
x +y =1
∂x ∂y
∂f 2xy ∂f x2 − y 2 + z 2 ∂ f
4. = − 2 2 2 2, = 2 2 2 2, =
∂x (x + y + z ) ∂ y (x + y + z ) ∂ z
2yz
− 2 2 22
(x + y + z )
5.
2xy3
∂f se(x, y) 6= (0, 0)
(x, y) = (x2 + y2 )2
∂x
0 se(x, y) = (0, 0)
4 2 2
∂f x −x y
se(x, y) 6= (0, 0)
(x, y) = (x2 + y2 )2
∂x
0 se(x, y) = (0, 0)
∂u ∂u
6. a. = 2x, = −2y.
∂x ∂y
∂u ∂u
b. = ex cos(y), = −ex sen(y).
∂x ∂y
∂u ∂u ∂v
c. = 2x + 3x2 − 3y2 , = −2(y + 3xy), = 2(1 +
∂x ∂y ∂x
3x)y.
∂u −x2 + y2 ∂ u 2xy
d. = 2 2 2, = − 2 2 2.
∂x (x + y ) ∂ y (x + y )
∂u x ∂u y
e. = 2 2, = 2 2.
∂x x +y ∂y x +y
C E D E R J 355
i i
i i
1. a. Domı́nio f = {(x, y) ∈ R2 / 2x − y 6= 0} =
R2 − {(x, y) ∈ R2 / 2x = y}
y
4
2
x
356 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
c. Domı́nio f = {(x, y) ∈ R2 / xy ≥ 0}
{(x, y) ∈ R2 / x ≥ 0 e y ≥ 0 ou x ≤ 0 e y ≤ 0}
y
AULA
x
y
x
C E D E R J 357
i i
i i
y
x
3. a. Domı́nio f = {(x, y, z) ∈ R2 / z 6= 0 }
Superfı́cie de nı́vel f (x, y, z) = k ↔ x + y = kz
358 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
b. Domı́nio g = R3 − {(0, 0, 0)}
Curvas de nı́vel g(x, y, z) = k ↔ x2 + y2 + z2 = 1k , k >
0.
AULA
c. Domı́nio h = R3 ,
h(x, y, z) = k ↔ x2 + 4y2 − z2 = k
C E D E R J 359
i i
i i
4. a. Não existe.
b. 0.
c. Não existe.
d. Não existe.
e. 0.
1
f. 2.
g. Não existe.
h. 0.
∂f ∂f
(x, y) = ey , (x, y) = (x − y − 1)ey
∂x ∂x
logo
∂f ∂f
(x, y) + (x, y) = (x − y)ey = f (x, y)
∂x ∂y
x xy2
6. Se f (x, y) = , g(x, y) = 3 , então
x+y x + y3
tx x
f (tx,ty) = = = f (x, y)
tx + ty x + y
(tx)(ty)2 t 3 (xy2 )
g(tx,ty) = = = g(x, y).
(tx)3 (ty)3 t 3 (x3 + y3 )
Portanto f e g são homogêneas.
Também, se z = f (x, y) então
∂z y ∂z −x
= , = ,
∂ x (x + y) ∂ y (x + y)2
2
Daı́
∂z ∂z
x +y = 0
∂x ∂y
360 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
Logo,
∂z ∂z
x +y =0
∂x ∂y
AULA 11 - D IFERENCIABILIDADE
AULA
Exercı́cio 11.1
Sabemos que lim f (x) = 0 ←→ lim | f (x)| = 0, logo
x→c x→c
E(x) E(x)
lim = 0 ←→ lim =0
x→c |x − c| x→c |x − c|
E(x) E(x)
↔ lim | | = 0 −→ lim =0
x→c (x − c) x→c x − c
E(x) E(x)
Assim lim = 0 −→ lim =0
x→c |(x − c)| x→c x − c
Exercı́cio 11.2
1. Tem-se f (x + dx) ∼
= f (x) + f 0 (x)dx.
p p √ 1
Assim 1, 02 = 1 + 0, 02 ∼ = 1 + √ (0, 02) = 1, 01
2 1
p p √ 1
0, 99 = 1 − 0, 01 ∼ = 1 + √ (−0, 01) = 0, 995
2 1
2. −2.84.
AULA 12 - D IFERENCIABILIDADE
Exercı́cio 12.1
∂f ∂f
e existe no conjunto D = {(x, y) ∈ R2 / y 6= 0}
∂x ∂y
C E D E R J 361
i i
i i
Exercı́cio 12.2
∂f ∂f
(0, 0) = 0, (0, 0) = 0 e
∂x ∂y
E(x, y) x2 y2
lim = lim p
(x,y)→(0,0) |(x, y)| (x,y)→(0,0) (x2 + y2) x2 + y2
p
x2 y2 x 2 + y 2
= lim 2 2 2
=0
(x,y)→(0,0) (x + y )
Exercı́cio 12.3
Tem-se
4
∂f x + 3x2 y2
se(x, y) 6= (0, 0)
(x, y) = (x2 + y2 )2
∂x
1 se(x, y) = (0, 0)
−2yx3
∂f
se(x, y) 6= (0, 0)
(x, y) = (x2 + y2 )2
∂y
0 se(x, y) = (0, 0)
∂f ∂f
Observa-se que e não são contı́nuas em (0,0).
∂x ∂x
E(h, k) h3 h
Também lim = lim −
(h,k)→ |(h, k)| (h,k)→(0,0) (h2 + k2 )3/2 (h2 + k2 )1/2
não existe, assim f não é diferenciável em (0, 0).
Exercı́cio 12.4
∂f ∂f ∂f
(x, y, z) = yzexyz , (x, y, z) = xzexyz e (x, y, z) = xyexyz
∂x ∂x ∂x
são contı́nuas em R3 . Logo, f é diferenciável em R3 .
Exercı́cio 12.5
f é contı́nua em {(x, y) ∈ R2 / x2 + y2 ≤ 9}
f diferenciável em {(x, y) ∈ R2 / x2 + y2 < 9}.
362 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
AULA 13 - P LANO TANGENTE ,
D IFERENCIAL E G RADIENTE
Exercı́cio 13.1
1. a. 2x − 2y − z − 1 = 0
AULA
b. x − y − z − 2 + ln2 = 0
c. z = 1
d. y − z + 1 = 0
e. x − 2y − z + 1 = 0
2. 10x + 5y − z − 5 = 0
4. 7.08796.
x y
dz = p dx + p dy x = 3, dx = −0, 003
5. x2 + y2 x2 + y2
y = 4, dy = 0, 008
dz = (0, 6)dx+(0, 8)dy = 0, 0046. Assim, f (2, 997; 4, 008) ≈
f (3, 4) + dz = 5, 0046
6. x − y − z = 5
C E D E R J 363
i i
i i
Exercı́cio 14.1
2 (x + 1)
a. f 0 (x) =
3 (x + 2x + 4)2/3
2
3t 2
c. h0 (t) =
1 + t6
3t 2
d. k0 (t) =
t3 + 4
Exercı́cio 14.2
dy dx √
a. = cos(x2 ) − 2x2 sen(x2 ), = 3 π t2
dx dt
dy √ dy √
b. =3 π t 2 cos(π t 6)−6π 3/2 t 8 sen(π t 6), (1) = −3 π .
dt dt
√ √
c. y = 2 π − 3 π x
Exercı́cio 14.3
g0 (t) = (4t + 1) sen(2t 2 + t − 1)
Exercı́cio 14.4
364 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
AULA 15 - R EGRA DA C ADEIA (S EGUNDA
PARTE )
Exercı́cio 15.3
AULA
dw
1. =
dt
2(t + t 2 ) t 3
+ e (1 + 2t + 3t 3 + 3t 4 ) − (4t 3 + 5t 4 ) sen(t 4 +t 5 )
1 + 2t
∂w 2 2 ∂w 2 2
2. = 2(2x + 3y) e2x +6xy−y , = 2(3x − y) e2x +6xy−y
∂x ∂y
dw 5 (s − t)
3. =
ds 2 (4 + (2s − t)2 + (−s + 3t)2 )
dw 5 (−s + 2t)
=
dt 2 (4 + (2s − t)2 + (−s + 3t)2 )
4. wr = 6e−6r e12r cos2 (2s) + sen2 (2s) ,
ws = −2 cos(4s) + 2 cosh(6r) sen(4s)
5.
∂z ∂f 2u
= (ln(u2 − v2 ), arctg(uv)) 2 2 +
∂u ∂x u −v
∂f v
(ln(u2 − v2 ), arctg(uv))
∂y 1 + (uv)2
∂z ∂f 2v
= − (ln(u2 − v2 ), arctg(uv)) 2 2 +
∂v ∂x u −v
∂f u
(ln(u2 − v2 ), arctg(uv))
∂y 1 + (uv)2
∂w y y x 1 y x
6. = − 2 f1 , + f2 , ,
∂x x xy y x y
∂w 1 y x x y x
= f1 , − 2 f2 ,
∂y x x y y x y
√
∂w 3 ∂w √
7. = 1− ∴ = −4 3 + 22
∂u 2 ∂v
C E D E R J 365
i i
i i
dw
8. = 3t 2 f (cos(t 2 ), sen(t 2 ))+2t 4 [cos(t 2 ) f2 (cos(t 2 ), sen(t 2 ))−
dt
sen(t 2 ) f1 (cos(t 2 ), sen(t 2 ))]
9. a = 2 , b = 3
p
a. Tem-se que xy2 −( f (x, y))2 = xy
p
2 −( xy2 )2 = 0 e também
Exercı́cio 16.2
Versão do Teorema da Função Implı́cita: Seja F(x, y) uma
função de classe C 1 , definida em um subconjunto aberto A de
∂F
R2 , e seja (a, b) ∈ A, tal que F(a, b) = c. Se (a, b) 6= 0, então
∂x
existem intervalos I (a ∈ I) e J (b ∈ J), com I × J ⊂ A, e uma
função h : J −→ I, diferenciável, tal que
F(h(y), y) = c,
366 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
pela versão acima do Teorema da Função Implı́cita, existem in-
tervalos I (2 ∈ I) e J (0 ∈ J), com I × J ⊂ R2 , e uma função
h : J −→ I, diferenciável tal que
F h(y), y = 6
AULA
∂F
h(y), y
h 0 (y) = − ∂ y
x + 2y
=− 3 .
∂F 4x + y
h(y), y
∂x
Exercı́cio 16.3
0 − ∂∂Gx (1, 1)
f (x, y) = ∂G
= −1
∂ y (1, 1)
C E D E R J 367
i i
i i
7. Seja G(x, y, z) = z3 − xz − y2 .
G(3, b, c) = 1 ↔ c3 − 3c − b2 = 1
∂G ∂G
= 3z2 − x, logo (3, b, c) = 3c2 − 3 6= 0 → c 6= 1 ↔
∂z ∂z
c3 − 3c 6= ±2 → b2 = c3 − 3c − 1 6= 1, −3 → b 6= ±1.
Assim se c 6= ±1 e b 6= ±1, tem-se que G(3, b, c) = 1 de-
fine z como função de (x, y) em torno de (3, b, c).
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
Exercı́cio 17.2
∂f f ((a, b) + λ (−→ −
u ) − f (a, b))
−
→ (a, b) = lim
∂ (−u) λ →0 λ
AULA
f ((a, b) + h(→−u ) − f (a, b))
fazendo λ = −h = lim
λ →0 −h
f ((a, b) + h→−
u − f (a, b))
= − lim
λ →0 h
∂f
= − →
∂− u
Exercı́cio 17.3
Exercı́cio 17.4
∂f 28
1. a. →
− (1, −1) =
u 5
∂ f π 5π √
b. →
− ( ,− ) = − 2
u 6 6
∂f 1
c. →
− (0, 0, 0) = − √
u 6
∂f 8
d. →
− (−1, 1, 1) = − √
u 30
C E D E R J 369
i i
i i
4 7
2. a. Direção de maior crescimento: ~u = −√ , √ e
65 65
∂f √
= 65
∂~u
1 1
b. Direção de maior crescimento: ~u = √ ,−√e
2 2
∂f √
= 2
∂~u
1 1 1
c. Direção de maior crescimento: ~u = − √ , √ , − √
3 3 3
∂f √
e =2 3
∂~u
3. a. →
−v = ∇ f (0, 1) = (1, −e)
∂f p
→
− (0, 1) =k ∇ f (0, 1) k= 1 + e2 .
∂u
→
−
b. v = ∇ f (1, 1) = (4, 0)
∂f
(1, 1) =k ∇ f (1, 1) k= 4.
∂→−u
c. →
−v = ∇ f (1, 1, −1) = (−3, 1, 3)
∂f √
→
− (1, 1, −1) =k ∇ f (1, 1, −1) k= 19.
∂u
4. (−2, 4, −2)
5. →
−
v = −∇ f (0, 0, 0) = (2, −2, 2)
6. cos2 (θ ) sen(θ )
√ !
∂f √ 2 2 1 √
7. → = ∇f 2, . −√ , √ = − 10
∂−u 2 5 5
ex/2 πy π ex/2 πy
8. a. ∇T (x, y) = cos ,− sen
2 3 3 3
1 π
b. Direção: ,− √
4 2 3
r
1 π2
Taxa: +
16 12
1 π
c. Direção: − , √
4 2 3
r
1 π2
Taxa:− +
16 12
370 C E D E R J
i i
i i
r r
23 1 MÓDULO 1
2π 3 2π 3
d. −√ ,− , √ , ,
3 + 4π 2 3 + 4π 2 3 + 4π 2 3 + 4π 2
1 π
e. −
8 4
9.
AULA
∂f f ((0, 0, 0) + λ (a, b, c)) − f (0, 0, 0)
→
− (0, 0, 0) = lim
∂u λ →0 λ
√
λ a λ b + λ c2
2 2 2
onde u = (a, b, c) = lim
λ →0 λ
p
= lim a|λ | b2 + c2 = 0
λ →0
∂f ∂f
10. Como ∇ f (x, y) = ∂x , ∂yé ortogonal as curvas de nı́vel
f (x, y) = k e ∇ f (x, y) = ∂∂ xf , ∂∂ yf é ortogonal a ~u = (a, b)
então as curvas de nı́vel são retas paralelas a ~u, isto é,
bx − ay = k. Ou seja, f é da forma f (x, y) = bx − ay + c,
ou de forma mais geral f (x, y) = λ (bx − ay + c).
1 2 2
lim f (x, y) = lim (x +y ) sen 2 = 0 pois
(x,y)→(0,0) (x,y)→(0,0) x + y2
lim x2 + y2 = 0 e | sen( x2 +y
1
2 )| ≤ 1.
(x,y)→(0,0)
Exercı́cio 18.2
C E D E R J 371
i i
i i
Exercı́cio 18.3
→
−
A equação do plano com norma M e que passa por (a, b, c)
→
− →
−
é dada por M . ((x, y, z) − (a, b, c)) = 0. Com M = ∇ f (a, b, c).
Assim ∇ f (a, b, c). ((x, y, z) − (a, b, c)) = 0 é a equação do plano
tangente.
Exercı́cio 18.4
1.
∂S
(0, 0) =
∂x
0 se(x, y) = (0, 0)
1 2
y cos − (x22x+yy2 )2 sen 1
x2 +y2
se(x, y) 6= (0, 0)
x + y2
2
1
Considerando xn = yn = p , verifica-se que
2nπ + π /2
∂S ∂g
lim (xn , yn ) = −∞, logo é contı́nua em (0,0).
xn ,yn →(0,0) ∂ x ∂x
Também
E(h, k) f (h, k) − f (0, 0) − fx (0, 0)h − fy(0, 0)k
√ = √
h2 + k 2 h2 + k 2
1
hk cos( h2 +k 2) hk 1
= √ =√ . cos 2
h2 + k 2 h2 + k 2 h + k2
E(h, k) hk 1
Logo lim √ = lim √ . cos 2 =
(h,k)→(0,0) h2 + k2 (h,k)→(0,0) h2 + k2 h + k2
hk 1
0, pois lim √ e | cos( 2 )| ≤ 1.
(h,k)→(0,0) h2 + k2 h + k2
Assim g é diferenciável em (0, 0) e também em R2 −
{0, 0}, logo diferenciável em R2 .
2.
∂f f (0, 0) + λ (u1 , u2 ) − f (0, 0)
→
− (0, 0) = lim
∂u λ →0 λ
λ u1 u2 2
3 u2 2
= lim 3 3 =
λ →0 λ u1 + λ 4 u2 2 u1 2
372 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
mais usando o teste dos dois caminhos com as retas y = x
e y = 0, vemos que lim f (x, y) não existe, logo f
(x,y)→(0,0)
não é continua em (0, 0) e portanto não é diferenciável em
(0, 0).
AULA
rolário substituindo um segmento por uma linha poligo-
nal.
∂f ∂g ∂ ( f − g)
4. Tem-se que 0 = → − (x, y) − →− (x, y) = →
− (x, y) =
∂ u→ ∂ u ∂ u
0. ∀(x, y) ∈ R e ∀− u vetor unitário, logo pelo Corolário
18.3 f − g é constante.
5. Sejam
D1 = {(x, y) ∈ R2 /x2 + y2 < 1},
D2 = {(x, y) ∈ R2 /(x − 4)2 + (y − 4)2 < 1} ,
e D = D 1 ∪ D2
1 se(x, y) ∈ D1
define-se f : D ⊂ R2 → R por f (x, y) =
2 se(x, y) ∈ D2
∂f
Verifica-se que → (x, y) = 0 ∀ ∈ D →
−
u vetor unitátio e
∂− u
f não é constante.
C E D E R J 373
i i
i i
∂2 f
(x, y, z) = 0 e fyyz (x, y, z) = 2yz5 cos(yz2 )+4z3 sen(yz2 ) ∴
∂ x∂ z
f321 (x, y, z) = 0
Exercı́cio 19.2
∂f ∂f
• = 2 x e−y ; = −x2 e−y
∂x ∂y
∂2 f ∂2 f ∂2 f ∂2 f
• = 2 e−y ; = x2 e−y ; = = −2 x e−y
∂ x2 ∂ y2 ∂ x∂ y ∂ y∂ x
∂3 f ∂3 f 2 e−y ; ∂3 f ∂3 f ∂3 f
• = 0; = −x = = =
∂ x3 ∂ y3 ∂ x2 ∂ y ∂ y∂ x2 ∂ x∂ y∂ x
∂2 f ∂2 f ∂2 f
−2 e−y ; = = = 2 x e−y
∂y ∂x
2 ∂ x∂ y 2 ∂ y∂ x∂ y
Exercı́cio 19.3
00
g (t) = fxx e2t + fyy e−2t + fx et + fy e−t
Exercı́cio 19.4
∂2 f ∂2 f ∂2 f ∂2 f
1. a. = 6x − 4, = −6x + 4, assim + =
∂ x2 ∂ y2 ∂ x2 ∂ y2
0
∂ 2 g 2y2 − 2x2 ∂ 2 g 2x2 − 2y2
b. = , = ,
∂ x2 (x2 + y2 )2 ∂ y2 (x2 + y2 )2
∂ 2g ∂ 2g
assim 2 + 2 = 0
∂x ∂y
∂ 2h 2xy ∂ 2h 2yx
c. = , =− 2 ,
∂x 2 (x + y ) ∂ y
2 2 2 2 (x + y2 )2
∂ 2h ∂ 2h
assim 2 + 2 = 0
∂x ∂y
∂ k
2 ∂ 2k
d. = e sen(y)−e cos(x), 2 = −ex sen(y)+ey cos(x),
x y
∂x 2 ∂y
∂ 2k ∂ 2k
assim 2 + 2 = 0
∂x ∂y
374 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
2. Mostre que fx (0, y) = −y para todo y e que f y (x, 0) = x
para todo x. Em seguida, calcule
f (0, 0 + k) − fx(0, 0)
fxy (0, 0) = limk→0 x e
k
fy (0 + h, 0) − fy(0, 0)
fyx (0, 0) = limh→0
h
AULA
∂ 2u
3. = C 2 f 00 (x + ct) + c2 g00 (x − ct)
∂ t2
∂ 2u
= f 00 (x + ct) + g00(x − ct)
∂ x2
∂ 2u ∂ 2u
Assim 2 = C 2 2 .
∂t ∂x
∂w 2
4. = e−c kt b c cos(cx) − a c sen(cx) ,
∂x
∂ 2w 2
= e−c kt − a c2 cos(cx) − b c2 sen(cx) ,
∂x 2
∂w 2
= −c2 e−c kt k a cos(cx) + b sen(cx)
∂t
∂ 2z ∂z ∂z
• = eu sen(v) + eu cos(v) +
∂ u2 ∂ y ∂ x
u u ∂ z
2
u ∂ 2z
e sen(v) e sen(v) 2 + e cos(v) +
∂y ∂ x∂ y
∂ 2z ∂ 2z
eu cos(v) eu sen(v) + eu cos(v) 2
∂ x∂ y ∂x
∂z ∂z ∂z
• = eu cos(v) − eu sen(v)
∂v ∂y ∂x
∂ 2z ∂z ∂z
• = −eu sen(v) − eu cos(v) +
∂v 2
∂y ∂x
∂ 2z ∂ 2z
eu cos(v) eu cos(v) 2 − eu sen(v)
∂y ∂ x∂ y
∂ 2z ∂ 2z
− eu sen(v) eu cos(v) + eu sen(v) 2
∂ x∂ y ∂x
C E D E R J 375
i i
i i
∂h ∂f ∂f
8. • = 2v + 2u
∂u ∂y ∂x
∂ 2h ∂f ∂2 f ∂2 f
• = 2 + 2v 2v 2 + 2u +
∂u 2 ∂x ∂y ∂ x∂ y
∂2 f ∂2 f
2u 2v + 2u 2
∂ x∂ y ∂x
∂ 2v ∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
9. = cos 2
θ + 2 sen θ cos θ + sen2 θ
∂ γ 2 ∂ x2 ∂ x∂ y ∂ y2
2
∂ 2v 2 ∂ u ∂ 2u ∂ 2u
=γ sen θ − 2
2
sen θ cos θ + 2 cos θ +
2
∂θ2 ∂ x2 ∂ x∂ y ∂y
∂u ∂u
γ − cos θ − sen θ
∂x ∂y
∂v ∂u ∂u
= cos θ + sen θ ,
∂y ∂x ∂y
∂ 2v 1 ∂ v 1 ∂ 2v ∂ 2u ∂ 2u
de onde 2 + + 2 2= 2+ 2
∂γ γ ∂γ γ ∂θ ∂x ∂y
10. f (t) = ln(t)
Exercı́cio 20.2
(0, −2): ponto de máximo local; (0, 0): ponto de sela; (0, 1):
ponto de máximo local
Exercı́cio 20.3
376 C E D E R J
i i
i i
23 1 MÓDULO 1
Ponto de mı́nimo (1, −1)
Em C :
Ponto de Máximo não existe
Ponto de mı́nimo (− 52 , 15 )
Em D :
Ponto de Máximo não existe
AULA
b. (−2, 0): ponto de máximo local
c. (1, −2): ponto de sela
d. (1, −2): ponto de sela
e. (−1, −1): ponto de máximo local, (0, 0): ponto de
sela
f. (−1, −2): ponto de máximo local, (0, 0): ponto de
sela, (1, 2): ponto de máximo local
π
g. + 2π k, 0 , com k ∈ Z: ponto de sela,
2
π
− + 2π k, 0 , com k ∈ Z: ponto de mı́nimo local
2
h. (0, 0): ponto de sela
1 √ 5
i. √5 , 4 : ponto de mı́nimo local
2
4. Gráfico
z 0
2Π
-1
y
0 -2 Π
x
C E D E R J 377
i i
i i
Exercı́cio 21.2
32 8
,
9 3
Exercı́cio 21.3
√ √
−322, 2
Ponto de Máximo
1. √ √
3 2
Ponto de Mı́nimo 2 , − 2
8 8
2. , : ponto de mı́nimo
5 5
√ √ √ √
Ponto de Máximo 2, 2 , − 2, − 2
3.
1 1 1 √1
Ponto de Mı́nimo √ ,− √ , − ,
√
2 2 2 2
3 1
4. • , : ponto de máximo
2 2
378 C E D E R J
i i
i i
√ √ √ √
23 1 MÓDULO 1
Ponto de Máximo 3, 3 , − 3, − 3
5.
Ponto de Mı́nimo (1, −1), (−1, 1).
AULA 22 - M ULTIPLICADORES DE
L AGRANGE ( CONTINUAÇÃO )
AULA
Exercı́cio 22.1
Exercı́cio 22.2
2 +y2 )
∇ f (x, y, z) = e−(x (−2xz − 2yz, 1) 6= (0, 0, 0) ∀(x, y, z) ∈
R3
Exercı́cio 22.3
Exercı́cio 22.4
C E D E R J 379
i i
i i
380 C E D E R J
i i