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AULAS DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

Aula 1 – RESUMO DA MATÉRIA

Não importa a relação de um país com outro, mas sim a relação jurídica (ex: casamentos,
contratos, litígios...) de um indivíduo com outro (ex: brasileiro com canadense)

Foco nas PJ e PF.

Relações jurídicas com elementos nacionais e estrangeiros privados (excluem-se tributário,


criminal, licitações...).

O fato é internacional, mas o direito é interno (ex: brasileiros se casaram em Portugal, acidente
de trânsito no Uruguai)

Parte geral da disciplina:

LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL – quais fatos internacionais que poderão ser julgados no
Brasil. A partir do CPC.

CONFLITOS DE LEI/DEFINIÇÃO DE LEI APLICÁVEL - Dever do juiz analisar o caso e decidir qual lei
se adapta mais ao caso. No exemplo do acidente de trânsito no Uruguai, as leis de transito do
Uruguai se enquadram melhor.

COOPERAÇÃO INTERJURISDICIONAL – como sentença judiciais nacionais tem efeito no exterior


e vice-versa.

Aula 2 - Jurisdição internacional: jurisdição concorrente e jurisdição exclusiva

LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

1.1 JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA


JURISDIÇÃO = Poder dizer poder dizer o direito para resolver litígios, o judiciário se
organizou de várias formas... por matérias, comarcas, varas...
COMPETÊNCIA = em qual local terá competência

**** A MATÉRIA ESTUDA JURISDIÇÃO****

1.2 JURISDIÇÃO CONCORRENTE E EXCLUSIVA

Art. 21 ao 23, CPC – hipóteses de jurisdição brasileira

Arts. 21 e 22 – hipóteses de jurisdição CONCORRENTE


Hipóteses que poderiam ser julgadas no Brasil, mas que o judiciário brasileiro entende que
não terá prejuízo ser julgada em outro país.
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I – réu de qualquer nacionalidade domiciliado no Brasil;
II – obrigação a ser cumprida no Brasil - Ex: hospital de POA comprou máquina dos EUA,
que mantinha contrato com o Canadá para que qualquer problema que houvesse com a
máquina, seria resolvido em até 10 dias. A máquina estragou e o conserto durou 2 meses.
O hospital solicitou que a empresa vendedora pagasse o prejuízo, o que foi feito. A
empresa estadunidense ingressou com uma ação de regresso contra a empresa
canadense. Ação proposta em Porto Alegre, em razão da máquina estar aqui. Jurisdição
brasileira, pois há OBRIGAÇÃO;
III – fato ocorrido ou ato praticado no Brasil – Ex: brasileira vai fazer show em casa noturna
na Espanha e usam as imagens dela DEPOIS de fazer os shows para promover o evento;
jogador brasileiro que foi gravado bêbedo na Espanha com vídeos vazados em sites na
Califórnia. OS DOIS CASOS JULGADOS NO BRASIL, POIS OS DANOS OCORRERAM NO
BRASIL. AVERIGUAR O DANO

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I – alimentos – credor com domicílio no Brasil ou réu mantiver vínculos no Brasil (seja em
caso de posse, propriedade, renda ou obtenção de benefícios econômicos)
II – relação de consumo, CONSUMIDOR com residência no Brasil – Ex: brasileiro compra
filmadora PANASONIC nos EUA e pede assistência técnica no Brasil. Ação ajuizada no
Brasil, consumidor perdeu, foi ter ganho no STJ por haver internacionalização, ou seja, traz
ônus e bônus para marca, que leva o consumidor a pensar que por ser marca
internacional, pensa ter resguardo no Brasil;
III – as partes se submetem à jurisdição brasileira, tácita ou expressamente;

ART. 23 – hipóteses de jurisdição EXCLUSIVA


APENAS o Brasil pode julgar.
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I – ações relativas a imóveis situados no Brasil – Ex: uruguaio que mora no Brasil e deseja
ação de usucapião, a ação NECESSARIAMENTE precisa ser ajuizada no Brasil;
II – bens situados no Brasil – APENAS bens situados no Brasil, se for inventário e precisar
fazer de outro país, o BRASIL não terá jurisdição;
III – divórcio, separação judicial, dissolução de união estável com BENS no Brasil – partilha
de bens.

Aula 3 - Litispendência internacional, eleição de foro estrangeiro, eleição de arbitragem

1.3 CONEXÃO E LITISPENDÊNCIA INTERNACIONAL

Art. 24 CPC – ação proposta por tribunal estrangeiro NÃO induz litispendência e não obsta
a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma cauda e das que lhe são
conexas.

***sentença proferida por JUIZ BRASILEIRO mesmo em caso internacional pode ser
executada imediatamente, se o devedor tiver bens apenas em outro país, a sentença
deverá ser homologada no país.

*** sentença estrangeira homologada é válida como sentença brasileira! Quando já houve
coisa julgada no BR e a sentença estrangeira for trazida, não poderá ser homologada
(aceita) em razão de já ter havido a ação transitado em julgado. --- NÃO HÁ PREFERÊNCIA
PARA AÇÃO QUE FOI SENTENCIADA PRIMEIRO!!

*** se a sentença estrangeira for trazida ao Brasil enquanto a ação brasileira ainda está
em curso, a sentença estrangeira será HOMOLOGADA e a brasileira extinta como se COISA
JULGADA FOSSE.
Art. 24, § único – causa (brasileira) pendente de resultado NÃO impede que que sentença
estrangeira seja homologada.

1.4 ESCOLHA DE JURISDIÇÃO ESTRANGEIRA

Art. 25 – quando houver cláusula contratual de eleição de FORO EXCLUSIVO ESTRANGEIRO


o BR não poderá julgar a ação, RÉU DEVERÁ ARGUIR A CLÁUSULA EM CONTESTAÇÃO, caso
contrário o BR julgará, pois não manifestou. (a partir de 2016)
§1º - não se aplica a casos de JURISDIÇÃO EXCLUSIVA (ex: casos de bens...)

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1.5 ESCOLHA DE ARBITRAGEM NO EXTERIOR

Lei nº 9307/96

Art.3º - As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral
mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o
compromisso arbitral.

Art. 18 – O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir NÃO fica sujeita a
recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário.

Art. 31 - A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os MESMOS


EFEITOS DA SENTENÇA proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória,
constitui título executivo.

*** ter cláusula arbitral AFASTA o litígio no judiciário, EXCETO relação de CONSUMO
(arbitragem só vale se é invocada pelo próprio consumidor, pela empresa não).

*** ARBITRAGEM é título executivo JUDICIAL.

*** sentença estrangeira ARBITRAL também precisa ser homologada no BR.

AULA 04 - Estado estrangeiro: estudo de imunidade de jurisdição e execução.

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