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Aluna: Daniela Raphanhin da Silva

Resenha produzida para a disciplina


Fundamentos Sócioantropológicos da
Educação ministrada pela professora Dra.
Raquel Martins Fernandes Mota, válida como
requisito parcial de avaliação.

SOARES, Maria de Fátima Cardoso. Professor Alquímico: Um Novo Olhar ao Ensino de


Química. In: O Pensamento Pedagógico na Contemporaneidade, 2010, Teresina PI. VI
Encontro de Pesquisa em Educação, 2010.

A educação passa por processos constantes de transformações, assim o professor


precisa acompanhar os novos paradigmas, novas concepções, bem como, a definição de
ser professor adquire novas terminologias.
O ensino deve caracterizar-se por uma abordagem holística, onde contempla uma
atividade baseada nos princípios da coletividade, do professor que adquire e mobiliza os
saberes docentes, bem como de uma prática que deve oportunizar aos educandos o acesso
ao saber sistematizado, de forma crítica, reflexiva e emancipatória.
Desta forma, o professor alquímico deve acompanhar essas mudanças e os novos
paradigmas educacionais, entretanto é importante destacar que tais transformações no
contexto atual sofrem influência do pensamento contemporâneo e das ideias científicas da
Química Moderna.
A Química é considerada uma das disciplinas que os alunos mais tem resistência em
aprendê-la, ora por conter um número grande de conta, ora por não compreender e achar
insignificante. Diante disso o professor é o principal responsável por manter essa
resistência, por não atender as necessidades educacionais, por não promover um ensino
reflexivo relacionado ao cotidiano do alunos.
A rejeição da Química pelos alunos pode ser justificada por não promover prazer ou
não ser útil para os alunos, ou seja, desconhecerem sua aplicabilidade. O currículo deve
estar voltado para a vida política, questionadora de uma ética de responsabilidade e uma
educação de dimensões ecológicas, porém a educação oferecida atualmente não tornam
cidadãos mais críticos.
Dessa maneira, é importante enfatizar que a Química está presente na vida das
pessoas há muito tempo, e o que deve ser feito no contexto das práticas escolares é
evidenciar a relação que esta faz com a sociedade, mostrar aos alunos que essa disciplina
não se restringe a um conteúdo descontextualizado, inútil ou apenas um amontoado de
fórmulas e símbolos.
O professor alquímico precisa reformular seu trabalho pedagógico, se atualizar
diante das tendências, procurar métodos construtivos, que motivem os discentes a estudar a
química de forma significativa e com reflexos positivos.
Muitos professores baseiam-se em métodos tecnicistas no ensino, desta maneira
sua abordagem é ultrapassada e não atende as novas tendências educacionais, pois o
docente precisa conhecer seus alunos, saber de suas vivencias, sua cultura e não promover
um ensino mecânico baseado na memorização.
Observa-se hoje uma práxis baseada em princípios construtivistas, de
transformações, da coletividade, de inovações, de novas competências e novas formas de
pensar e agir. Dessa maneira, baseia-se no princípio da transposição didática durante a
formação de professores, é preciso que o docente reconheça a dupla dimensão:
interdisciplinaridade e contextualização.
A necessária articulação da interdisciplinaridade e da contextualização no trabalho
docente põe em evidencia o fato de que a disciplina escolar não é o conhecimento científico,
mas sim parte dele que precisa ser ligado aos outros ramos do saber. Nesse contexto, o
professor de Química, assim como as outras áreas do saber, deve transcender a
fragmentação do conhecimento, através de um processo dinâmico, atual, socializador que
orienta o professor olhar uma abordagem por meio de vários ângulos.
Por outro lado, deve levar em destaque o contexto dos alunos, como seu aspecto
social, pessoal, cotidiano, seu próprio ato de descoberta, observando seus limites e suas
possibilidades.
Atualmente o ensinar Química necessita-se de uma transição, pois este deve aderir a
realidade e os saberes do aluno, porém outro fator de dificuldade no processo é a
resistência dos docentes em promover um ensino inovador.
Um dos fatores que podem acarretar tal resistência é durante a formação do
docente, pois não são formados para preocuparem-se com as questões relacionadas à
educação e com a sala de aula e, normalmente são professores não pertencentes à área
química, os encarregados de transmitirem aos alunos-professores os aspectos didáticos do
ensino da química.
O professor precisa estar constantemente em processo de formação, estar sempre
fazendo leituras e atualizando os conhecimentos e didáticas pedagógicas, evitar cair na
rotina e passar anos com o mesmo modo de ensino e com atividades idênticas, pois as
reflexões da prática e da ação deve ser diária.
Outro fator que deve ser considerado para o ensino é o sistema educativo que
influencia na didática em sala de aula, pois se há ausência de apoio incentivador para as
atuais necessidades, dificulta-se o trabalho do professor, onde o mesmo assume o papel de
multitarefas como docente. Além do domínio de conhecimento o professor deve elaborar
estratégias que estimulam e desenvolvam o interesse dos alunos em aprender.
Deve-se ressaltar que o domínio Químico exigido nas escolas, não é classificar e
nomear todas as substâncias existentes e utilizadas no cotidiano, mas sim o preparo para o
exercício consciente da cidadania.
Para isso, o professor alquímico deve ter uma formação baseada em princípios
construtivistas, do trabalho coletivo de inovação, pesquisa e formação continuada para a
formação de educandos críticos, reflexivos, emancipatórios no contexto histórico-social onde
vivem.

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