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TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DA VOZ NA Doença de Parkinson PDF
TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DA VOZ NA Doença de Parkinson PDF
RESUMO - Alterações discretas na qualidade da voz e da articulação podem ser observadas em fases
relativamente iniciais da doença de Parkinson (DP). As alterações da voz e da fala na DP constituem, em
conjunto, o que se denomina disartria hipocinética ou disartrofonia e caracterizam-se por monotonia e redução
da intensidade da voz, articulação imprecisa e distúrbios do ritmo. Recentemente, foram relatados resultados
favoráveis através de método de tratamento intensivo e dirigido especificamente para o tratamento da voz na
DP, denominado Lee Silverman Voice Treatment (LSVT®). O objetivo essencial desse método é aumentar a
intensidade vocal através do incremento do esforço fonatório. O presente estudo teve por objetivo a
caracterização das anormalidades vocais (qualidade vocal, padrão articulatório e inteligibilidade) em um grupo
de pacientes com DP e a avaliação da resposta terapêutica obtida pela administração do método Lee Silverman.
A comparação dos dados de análise acústica, bem como da análise perceptivo-auditiva nos períodos pré e
pós-tratamento mostraram modificações estatisticamente significantes após o tratamento. Embora o padrão
articulatório tenha se mantido impreciso, os benefícios obtidos pelo tratamento na melhora da qualidade
vocal e, sobretudo, na intensidade vocal favoreceram a qualidade da comunicação oral, reduziram os sintomas
negativos e adequaram a qualidade vocal às necessidades pessoais e sociais dos indivíduos.
PALAVRAS-CHAVE: doença de Parkinson, voz, reabilitação oral, método Lee Silverman
A doença de Parkinson (DP) é uma das afecções bios do sono, alterações cognitivas e distúrbios auto-
degenerativas mais frequentes do sistema nervoso nômicos. Alterações discretas da qualidade da voz e
central. Suas principais manifestações clínicas envol- da articulação podem ser observadas em fases rela-
vem o sistema motor e incluem: tremor de repouso, tivamente iniciais da DP mas não constituem sinto-
rigidez muscular, acinesia e alterações posturais. Em- mas importantes a ponto de prejudicar a comunica-
bora sem a mesma relevância clínica, sintomas não ção oral. Quando isso ocorre, a possibilidade de que
motores podem ocorrer tais como: depressão, distúr- se trate de outra forma de parkinsonismo deve ser
1
Fonoaudióloga especialista em voz, mestranda em Ciências na área de Fisiopatologia Experimental, Faculdade de Medicina da Univer-
sidade de São Paulo, FMUSP, São Paulo SP, Brasil; 2Doutor em Neurologia e Professor-colaborador do Departamento de Neurologia do
Hospital das Clínicas da FMUSP.
Recebido 6 Maio 2002, recebido na forma final 25 Julho 2002. Aceito 14 Agosto 2002.
Dr. João Carlos Papaterra Limongi - Departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas da FMUSP - Avenida Dr. Enéas de Carvalho
Aguiar 255 – 05403-000 São Paulo SP – Brasil. E-mail: limongi@uol.com.br
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considerada. Entretanto, em fases mais avançadas dagens terapêuticas tenha como foco principal fun-
da DP, e geralmente em proporção direta à progres- ções de articulação e de respiração. A ausência de
são da acinesia, o comprometimento da produção resultados práticos advindos dessas terapias tornou
da voz e da articulação dos sons pode ser de tal or- cada vez mais rara a indicação de tratamento especí-
dem que a comunicação oral pode se tornar bastan- fico para as alterações da voz e da fala em pacientes
te prejudicada. com DP. Dessa forma, muitos pacientes experimen-
As alterações da voz e da fala na DP constituem, tam piora gradual de sua capacidade de comunica-
em conjunto, o que se denomina disartria hipociné- ção à medida que a doença progride pois, frequente-
tica ou disartrofonia e caracterizam-se por monoto- mente, o tratamento farmacológico é menos eficaz
nia e redução da intensidade da voz, articulação im- no que diz respeito à disartrofonia quando compara-
precisa e distúrbios do ritmo1,2. Os distúrbios da voz do com outras manifestações clínicas13.
decorrem de três fatores principais: restrições na mo- Recentemente, Ramig e colaboradores relataram
dulação da frequência e intensidade, redução da in- resultados favoráveis através de método de trata-
tensidade e alterações da qualidade3-6. Por sua vez, mento intensivo e dirigido especificamente para o
os distúrbios da articulação resultam em imprecisão tratamento da voz na DP, denominado Lee Silverman
na emissão de consoantes e decorrem da redução Voice Treatment (LSVTâ)9,14-18. O objetivo essencial
dos movimentos dos lábios e da língua em seus di- desse método é aumentar a intensidade vocal atra-
versos pontos e modos de articulação. Comprometi- vés do incremento do esforço fonatório. A estraté-
mento da coordenação dos movimentos respirató- gia inclui treinamento visando a melhora da adução
rios e das funções de ressonância, embora presen- das pregas vocais durante tarefas que exigem esfor-
tes em graus variáveis, não resultam em piora da ço fonatório máximo e a utilização desse esforço
inteligibilidade da fala7. De acordo com estudos re- durante a comunicação oral ordinária. Além do au-
centes, o fator decisivo para a redução da inteligibili- mento da intensidade vocal, outros ganhos relata-
dade da comunicação oral na DP é a redução da dos incluem incrementos das seguintes variáveis: tem-
intensidade vocal8-10. Métodos fonoaudiológicos con- po máximo de duração da fonação de vogal sustenta-
vencionais destinados a melhorar a comunicação oral da e variabilidade da frequência fundamental (f0). O
de pacientes com DP não têm mostrado, ao longo Quadro 1 apresenta as principais características vo-
de décadas, resultados animadores11,12. Isso se deve, cais observadas na DP, mecanismos possivelmente
provavelmente, ao fato de que a maioria das abor- envolvidos, objetivos do tratamento e impacto na voz.
Quadro 1. Distúrbios da voz na DP, mecanismos e objetivos do método LSVT e impacto na voz.
Características perceptuais da voz Mecanismos envolvidos Objetivos do tratamento Impacto no comportamento vocal
Intensidade reduzida Arqueamento de pregas vocais Melhorar a adução das pregas Elevação do TMF de vogal sus-
vocais tentada
Qualidade vocal rouca, soprosa, Rigidez e hipocinesia da muscu- Melhorar o suporte respiratório Melhoria da qualidade vocal
trêmula e fraca em associações latura laríngea
e graus variáveis
O presente estudo teve por objetivo a caracteri- um a 20 e a discorrer espontaneamente sobre algum as-
zação das anormalidades vocais presentes em um pecto de seu dia-a-dia. As análises foram realizadas no
grupo de pacientes com DP e a avaliação da respos- momento das emissões e gravadas conforme critérios de
ta terapêutica obtida pela administração do méto- avaliação da qualidade vocal, inteligibilidade da fala e
padrão articulatório.
do Lee Silverman.
A qualidade vocal refere-se à identificação do tipo bási-
co de voz empregado pelos indivíduos. Os diversos tipos
MÉTODO de voz foram analisados e designados como rouco, soproso,
Participaram do estudo 28 indivíduos (21 do gênero trêmulo ou crepitante e caracterizados quanto ao grau de
masculino e 7 do feminino) com diagnóstico de DP e ida- comprometimento como discreto, moderado ou intenso,
de entre 61 e 78 anos (média = 67,3±3,8). Foram incluí- conforme descritos por Behlau & Pontes e Behlau19,20.
dos pacientes nos estágios 2-4 na escala de Hoehn-Yahr A inteligibilidade da fala foi considerada segundo três cri-
distribuídos do seguinte modo: doze pacientes no está- térios: inteligível, inteligível com atenção e não inteligível.
gio 2, dez no estágio 3 e seis no estágio 4. Dezenove pa- O padrão articulatório, considerado como o processo
cientes não apresentavam flutuações significativas do qua- de ajustes dos órgãos fonoarticulatórios na produção de
dro clínico e nove apresentavam graus variáveis de flutua- sons, foi classificado como articulação precisa ou impre-
ções motoras (deterioração de fim de dose e fenômeno cisa (ausência de exatidão na constituição das palavras,
“on-off”). Nenhum paciente apresentava características sons distorcidos ou emitidos sem a necessária precisão).
clínicas sugestivas de parkinsonismo atípico ou disfunção
cognitiva significativa. Todos apresentavam queixas rela-
tivas à comunicação oral devido a alguma forma de com- Avaliação acústica
prometimento vocal. Os pacientes que apresentavam flu- A intensidade vocal foi determinada por aparelho me-
tuações foram sempre analisados durante a fase de me- didor de nível de pressão sonora mantido à distância de
lhor resposta à medicação e o esquema posológico de um metro da boca do falante. Cada indivíduo foi solicita-
cada paciente manteve-se constante durante todo o perí- do a emitir a vogal /a/ sustentada pelo tempo mais pro-
odo de estudo. longado possível, após inspiração profunda, sem entrar
A análise vocal foi realizada em sala dotada de pouco em desconforto e em intensidade habitual.
ruído ambiental (inferiror a 50 dB), microcomputador por- As emissões foram consideradas fracas ou fortes con-
tátil Acer, microfone profissional unidirecional Leson, forme valores médios de intensidade, em decibels (dB)
MiniDisc Sony, programa para análise acústica vocal GRAM descritos por Behlau19. Tais valores correspondem à mé-
versão 5.01, medidor de nível de pressão sonora Radio dia de 54 dB e 80 dB para intensidade fraca para forte,
Shack e cronômetro Casio. respectivamente.
As análises das características vocais foram realizadas A medida dos tempos máximos de fonação (TMF) foi
antes do início do tratamento e repetidas em período verificada por cronômetro e expressa em segundos (s).
não superior a 24 horas após o término do tratamento e Cada indivíduo foi solicitado a emitir as vogais /a/, /i/, /u/
consistiu de avaliação clínica que incluiu: anamnese, aná- pelo tempo mais prolongado possível após inspiração pro-
lise perceptivo-auditiva do comportamento vocal e análi- funda. Considerou-se como normais, os valores de 20 s e
se acústica do sinal sonoro. 14 s para os homens e mulheres, respectivamente20. O es-
tudo do TMF possibilita a investigação qualitativa e quanti-
Avaliação perceptivo-auditiva tativa da fonação e está relacionada à habilidade dos indi-
Para a análise do comportamento vocal, cada pacien- víduos para controlar as forças aerodinâmicas da corrente
te era solicitado a emitir a vogal /a/ sustentada, contar de aérea pulmonar e às propriedades mioelásticas da laringe.
Tabela 1. Avaliação acústica nos períodos pré e pós-tratamento pelo método Lee Silverman.
TMF (s)
Homens 10 ±1,38 18 ±1,06 p < 0,001
Mulheres 7 ±1,67 12 ±1,60 p < 0,001
f0 (Hz)
Homens 146,3 ±6,76 193,4 ±13,58 p < 0,001
Mulheres 157,3 ±11,85 195,7 ±12,30 P < 0,001
dB, decibels; s, segundos; Hz, Hertz; TMF, tempo máximo de fonação; f0 , frequência fundamental.
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Qualidade Vocal*
Rouca
Discreta 3 11 19 69 p < 0,001
Moderada 20 71 3 11 p < 0,001
Intensa 2 7 0 0 p = 0,157 N.S.
Soprosa
Discreta 3 11 4 14 p = 0,705 N.S.
Moderada 5 18 19 69 p = 0,003
Intensa 12 43 0 0 p = 0,001
Articulação
Precisa 0 0 0 0 p = 1,000 N.S.
Imprecisa 28 100 28 100 p = 1,000 N.S.
Inteligibilidade
Ininteligível 7 25 0 0 p = 0,008
Inteligível 0 0 21 75 p < 0,001
Inteligível com atenção 21 75 7 25 p = 0,008
Para realização das avaliações acústicas computadori- e pós tratamento mostrou modificação estatistica-
zadas, os indivíduos eram novamente solicitados a emitir mente significante no grau de rouquidão, soprosida-
a vogal /a/ isolada e sustentada pelo maior tempo possí- de e inteligibilidade após o tratamento mas o pa-
vel. As emissões foram captadas através de microfone di- drão articulatório não sofreu modificações signifi-
retamente acoplado ao microcomputador e analisadas a cativas (Tabela 2).
partir de espectrogramas produzidos pelo programa GRAM
5.01. Foram verificadas as medidas de f0 expressa em Hz e
outros achados espectrográficos para correlação com parâ- DISCUSSÃO
metros auditivos. O LSTV é um método de tratamento alinhado com
as teorias de aprendizado motor através do qual indi-
Análise estatística víduos aprendem a aumentar a intensidade da voz,
Para a comparação das variáveis de análise acústica
melhorar sua qualidade e variabilidade da f0 e, por-
(intensidade, TMF e f0) e da análise perceptiva antes e
tanto contribuir para maior inteligibilidade durante
depois do tratamento, foi utilizado o teste dos postos si-
nalizados de Wilcoxon (significância p < 0,05).
a comunicação oral. O tratamento é realizado de
modo intensivo e consiste em 16 sessões realizadas
RESULTADOS em período de quatro semanas (quatro sessões por
A análise acústica referente à intensidade, TMF e semana). Deve ser administrado por fonoaudiólogo
f0 nos períodos pré e pós-tratamento mostrou mo- treinado e certificado para utilizar o método. Segun-
dificações estatisticamente significantes após o trata- do seus criadores, 90% dos pacientes apresentam
mento. Como os valores basais de TMF e f0 são dife- melhora significativa após o tratamento e 80% man-
rentes nos dois gêneros, essas variáveis foram anali- têm os benefícios após período de 12-24 meses17,18.
sadas separadamente para cada um dos dois gru- A redução da intensidade vocal observada na DP
pos (Tabela 1). tem sido associada a dois mecanismos distintos po-
A comparação da análise perceptiva (qualidade rém coincidentes em sua expressão clínica: limita-
vocal, articulação e inteligibilidade) nos períodos pré ção do suporte respiratório e da adução das pregas
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vocais7,15. Estratégias de tratamento que têm como voz rouca e instável parece ser o resultado da insta-
objetivo o aumento da intensidade da voz devem bilidade vibratória observada nas pregas vocais 21, 22.
contemplar a melhora da função de ambos os me- Todos os indivíduos estudados apresentaram pa-
canismos. O aumento da intensidade vocal pode ser drão articulatório impreciso, provavelmente devido
obtido através da elevação da pressão aérea subgló- a uma combinação de fatores como precisão redu-
tica e da melhora da adução das pregas vocais. Con- zida dos pontos de articulação, ausência de estrei-
siderando-se o papel importante do sistema respi- tamento adequado do trato vocal, hipocinesia,
ratório no controle da pressão aérea subglótica, for- incoordenação dos músculos articulatórios e redu-
mas de tratamento planejadas para melhorar a ati- ção da abertura vertical da boca. As medidas de TMF
vidade inspiratória e expiratória deveriam contribuir estavam diminuídas em ambos os gêneros (em mai-
para o aumento da intensidade vocal em pacientes or grau antes do tratamento) quando comparadas
com DP. Entretanto, em virtude da incompetência com os tempos de 20 s e 14 s considerados como
glótica frequentemente observada na DP, é provável valores normais para o gênero masculino e femini-
que, além do componente respiratório, o tratamen- no, respectivamente19. A redução do TMF, indicativa
to visando maior competência na adução das pre- de insuficiência glótica, justifica a necessidade que
gas vocais constitua o fator mais importante para a indivíduos com DP têm de utilizar, durante a conver-
obtenção de maiores ganhos em intensidade vocal. sação, o TMF integral, toda a reserva de ar expira-
Emissão vocal de qualidade soprosa caracteriza- tório, constantes recargas com inspirações longas,
se, auditivamente, por voz acompanhada de ar não ofegantes, acompanhadas de esforço muscular e
sonorizado pelas pregas vocais. Esse fenômeno re- consequente fadiga.
sulta de alteração postural das pregas vocais, cha- As medidas de f0 nos indivíduos do gênero mas-
madas fendas glóticas, que impedem sua adução culino estavam acima da faixa de normalidade des-
adequada. Exames otorrinolaringológicos em indi- crita na literatura, constituindo vozes mais agudas.
víduos com DP mostram a presença de fenda tipo Por outro lado, esses valores foram considerados
fusiforme ântero-posterior que parece ser respon- normais no gênero feminino. É possível que o au-
sável pela presença de ruído à fonação15,19,20. Esse mento de f0 esteja relacionada à hiperatividade da
ruído ocorre devido à passagem de fluxo contínuo musculatura tensora das pregas vocais mas não está
de ar pela glote que resulta na baixa intensidade claro o mecanismo subjacente às diferenças encon-
vocal observada na disartria hipocinética da DP. tradas entre os dois sexos. Os traçados espectrográ-
No presente estudo, todos os indivíduos, após ficos apresentaram, de modo geral, perturbações na
serem informados acerca da modalidade intensiva forma das ondas, com diminuição, cancelamento ou
do tratamento proposto e a despeito de todos os substituição dos harmônicos por recheios de ruído,
problemas decorrentes da frequência de sessões, correspondentes à qualidades vocais rouca e soprosa
deslocamentos ao local de tratamento, entre outros, isoladamente ou associadas. As irregularidades nos
aceitaram-no sem reservas, provavelmente estimu- traçados estão provavelmente relacionados à insta-
lados por conhecerem de antemão o prazo para seu bilidade fonatória.
término. Tampouco houve, durante todo o período O padrão articulatório foi a variável que menos
de tratamento, qualquer menção de desistência an- apresentou modificações e manteve-se impreciso
tes do prazo previsto. Pelo contrário, provavelmen- mesmo após o tratamento. Por sua vez, os benefíci-
te como consequência dos resultados obtidos após os obtidos na qualidade e, sobretudo, na intensida-
poucas sessões de tratamento, observou-se melho- de vocal afetaram a comunicação oral de modo fa-
ra geral do estado de humor e do grau de motiva- vorável, reduziram os sintomas negativos e adequa-
ção mas essas variáveis não foram submetidas a ava- ram a qualidade vocal às necessidades pessoais e
liação objetiva. sociais. Os resultados obtidos sugerem que o méto-
As alterações mais frequentemente observadas do Lee Silverman é eficaz no tratamento dos distúr-
estavam relacionadas à qualidade vocal (soprosidade bios da voz na DP. Deve-se ressaltar que, em virtude
e rouquidão), à redução da intensidade vocal e ao da complexidade de fatores que envolvem os pro-
padrão articulatório impreciso. A soprosidade e a cessos de reabilitação vocal nesses indivíduos, uma
redução da intensidade estão associadas à incompe- estratégia terapêutica bem sucedida requer equipe
tência glótica devido ao arqueamento das pregas multidisciplinar que inclui neurologista, otorrinolarin-
vocais e à presença de fenda glótica enquanto que a gologista e fonoaudiólogo especialista.
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