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PEF3402 – Estruturas de Aço – 2020-2

Projeto

Seu grupo foi contratado para projetar a estrutura de um galpão industrial de estocagem de papel-celulose, a ser construído
em certo terminal portuário do país. O galpão consiste de dois pavilhões paralelos de largura Ly cada, interconectados na
linha do eixo 2, conforme desenhos de arquitetura fornecidos mais adiante. A empresa interessada deseja que a estrutura
seja de aço, tal que permita a rápida execução e entrada em operação do galpão. Em uma reunião técnica com as equipes
de arquitetura e instalações, foram levantadas algumas premissas e restrições de projeto, além de definidos os materiais e
demais dados a serem utilizados, conforme relacionado a seguir.

Premissas, restrições de projeto e materiais:

 Os pilares devem ser posicionados exclusivamente nas fachadas e na linha do eixo 2, respeitando as posições pré-
estabelecidas nos desenhos de arquitetura.
 O sistema estrutural deve ser constituído de pórticos transversais (dispostos nas linhas dos eixos A a J) e
longitudinais (dispostos na linha dos eixos 1, 2 e 3).
 A tipologia da cobertura em cada pavilhão (se em duas águas, em arco ou em água única) e o seu correspondente
sistema estrutural (se em viga de alma cheia, treliça ou arco) ficam restritos às opções concordadas com a equipe de
arquitetura, conforme disposto na tabela da página 3 e desenhos da página 4. Deve-se garantir que a água da chuva
seja escoada na direção transversal, tal que as calhas de captação e drenagem possam ser posicionadas ao longo das
linhas dos eixos 1, 2 e/ou 3.
 No caso da adoção de águas planas, a declividade mínima deve ser de 20%, em virtude das dimensões da estrutura.
 A altura máxima das fachadas longitudinais (e, consequentemente, dos respectivos pilares) depende da autoridade
portuária (ver tabela na página 3).
 A adoção de travamentos verticais entre os pavilhões (i.e., na linha do eixo 2) deve respeitar a determinação da
equipe de arquitetura (ver tabela na página 3).
 A cobertura deve ter fechamento em telhas zipadas de aço galvanizado (planas ou curvas, conforme tipologia das
águas). O vão máximo vencido pelas telhas varia conforme o fabricante (ver tabela na página 3).
 As telhas devem ser apoiadas sobre terças, que por sua vez devem ser apoiadas sobre os pórticos transversais dos
eixos A a J. A distância entre terças deve ser definida em função do vão máximo vencido pelas telhas.
 As fachadas terão fechamento em alvenaria de blocos de concreto.
 Nas fachadas transversais, devem-se prever portões de acesso em cada pavilhão, com dimensões mínimas de 6,0 m
x 3,0 m (L x H).

Dados de estrutura:

 Peso próprio estimado da estrutura de aço: g = 0,3 kN/m² (por m² em planta; aplicar sobre a cobertura)
 Peso próprio das telhas zipadas de cobertura: g = 0,12 kN/m² (por m² em planta)
 Peso próprio das alvenarias de blocos de concreto: g = 3,0 kN/m2 (por m² na vertical)
 Sobrecarga na cobertura (inclui peso das instalações): q = 0,6 kN/m2 (por m² em planta)
 Pressão do vento na localidade do galpão: p = definir conforme tabela na página 3
 Coeficientes de majoração das ações: g = q = 1,4 e w =1,5. Ficou decidido que todas as ações acidentais devem
ser consideradas como primárias, i.e., atuando simultaneamente com o seu valor integral, sem o coeficiente 0.
 Para o cálculo dos carregamentos devidos ao vento, considerar todas as faces como igualmente permeáveis.
 Em um estudo preliminar, foi verificado que as situações mais desfavoráveis para a ação do vento são aquelas em
que este incide perpendicularmente às fachadas. Por esse motivo, não é necessário considerar situações de vento
oblíquo.

Observações:

 Por razões de padronização do projeto, todos os pórticos transversais devem ser iguais. Assim, o dimensionamento
dos seus elementos pode ser feito para o pórtico mais solicitado, considerando-se, dentre os carregamentos de vento
transversal e vento longitudinal, o pior caso de (i) sobrepressão na cobertura, (ii) sucção na cobertura e, a depender
das dimensões do galpão, (iii) pressão lateral nas fachadas.
 As ações (permanentes, acidental de sobrecarga e acidental de vento) devem ser consideradas em análises
separadas, e só depois, na etapa de dimensionamento, combinadas.
 Eventuais dados que estiverem faltando devem ser definidos com critério pelo grupo e justificados claramente no
relatório.

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Critérios para pré-dimensionamento da estrutura:

Para obter os diagramas de esforços solicitantes, é necessário fazer um pré-dimensionamento da estrutura. Os seguintes
critérios devem ser utilizados:

 Terças de cobertura: escolher um perfil U ou I com altura de seção transversal da ordem de 1/40 do vão a ser
vencido.
 Viga de alma cheia dos pórticos transversais (para coberturas do tipo I): escolher um perfil I com altura de seção
transversal da ordem de 1/50 a 1/40 do vão a ser vencido.
 Treliças dos pórticos transversais (para coberturas do tipo II, IV, V e VI): escolher um perfil H para os banzos e 2L,
U ou I para as diagonais e montantes, todos com esbeltez entre 100 e 140.
 Arcos treliçados dos pórticos transversais (para coberturas do tipo III): escolher um perfil H para os banzos e 2L, U
ou I para as diagonais e montantes, todos com esbeltez entre 100 e 140. A distância entre os banzos (“altura da
treliça”) deve ficar entre L/30 e L/40, sendo L o vão do arco. A relação entre a flecha e a corda do arco deve ficar
entre 1/6 e 1/5.
 Vigas dos pórticos longitudinais: escolher um perfil I com altura de seção transversal da ordem de 1/20 do vão a ser
vencido.
 Pilares: escolher um perfil H ou I com altura de seção transversal da ordem de 1/50 a 1/40 (a depender do tipo de
vinculação nas extremidades) de seu comprimento destravado.
 Travamentos em X (se houver): escolher um perfil L ou 2L com esbeltez entre 200 e 250.

Entrega parcial (06/11): apresentação oral, em no máximo 10 minutos, seguida de arguição. Entregar relatório (memória
de cálculo) contendo, nesta ordem:

1. Breve descrição da estrutura concebida: texto sucinto relatando a tipologia dos pórticos, suas vinculações na
fundação, se são deslocáveis ou indeslocáveis, a(s) justificativa(s) para os eventuais travamentos (verticais e/ou na
cobertura), o(s) tipo(s) de perfis adotados (se soldados e/ou laminados), etc. Procurar não exceder 1 página.
2. Desenho unifilar da estrutura concebida (plantas e cortes). Não esquecer de numerar todos os elementos (pilares,
vigas, treliças, travamentos, etc) e indicar os perfis adotados para cada um. Nos desenhos em planta, não esquecer
de representar os travamentos verticais e na cobertura (se houver).
3. Lista de materiais referente ao pré-dimensionamento (tabela contendo todos os elementos estruturais), indicando o
peso total de aço em kg e em kg/m2.
4. Memória de cálculo referente à apropriação dos carregamentos sobre todos os elementos da estrutura (i.e., sobre
todos os pórticos e todos os demais elementos que não fazem parte de pórticos, como por exemplo as terças).
5. Diagramas de esforços solicitantes e deformadas de todos os elementos da estrutura (i.e., de todos os pórticos e
todos os demais elementos que não fazem parte de pórticos). Para cada pórtico e elemento que não faz parte de
pórtico, apresentar, junto aos seus diagramas, o esquema estático utilizado na análise, indicando claramente os
carregamentos e as vinculações. Nas deformadas, mostrar o valor dos deslocamentos máximos (vertical e
horizontal) e o ponto em que ocorrem, incluindo as unidades. Não esquecer que as ações (permanentes, sobrecarga
e vento) devem ser consideradas em análises separadas, e só depois, na etapa de dimensionamento, combinadas.
Para cada análise, procurar agrupar o esquema estático, os diagramas e as deformadas de um mesmo elemento
em uma única página – ou não muito mais do que isso.

Observação: numerar todas as páginas do relatório.

Entrega final (18/12): corrigir a entrega parcial conforme comentários feitos pelos professores. Apresentação oral, em no
máximo 10 minutos, seguida de arguição. Entregar relatório final, contendo:

1. Descrição da estrutura concebida (idem anterior, corrigida se for o caso).


2. Desenho unifilar (idem anterior, corrigido se for o caso).
3. Lista de materiais referente ao dimensionamento final (tabela contendo todos os elementos estruturais), indicando o
peso total de aço em kg e em kg/m2.
4. Memória de cálculo da apropriação dos carregamentos (idem anterior, corrigida se for o caso).
5. Diagramas de esforços solicitantes e deformadas de todos os elementos da estrutura (idem anterior, corrigidos se for
o caso).
6. Cálculo de B2 para todos os pórticos.
7. Dimensionamento dos pilares (*).
8. Dimensionamento das vigas (*).
9. Dimensionamento das treliças ou arcos, se houver (conforme a tipologia adotada para a cobertura) (*).
10. Dimensionamento dos travamentos (se houver) (*).

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11. Detalhamento das ligações dos elementos que concorrem no encontro dos eixos A e 1, no nível do topo dos pilares.

(*) Em todos os dimensionamentos, indicar claramente os esforços solicitantes utilizados e os parâmetros adotados, tais
como ℓ, ℓb, Ct, Cb e CM (se aplicáveis). A falta dessas informações levará à consideração de erro total no
dimensionamento em questão. Com relação aos esforços solicitantes, além de indicar os seus valores, informar em que
página(s) do relatório eles foram obtidos.

Tabela: dados conforme o grupo

Tipologia Altura Localização (para cálculo das


Travamentos verticais na
da Distância entre os pilares máxima ações devidas ao vento)
linha do eixo 2 Vão máximo
cobertura permitida para (ver NBR6123:1988) (**)
Grupo das telhas de
(ver a fachada
Transversal Longitudinal Não cobertura
desenhos longitudinal Permitidos Cidade Categoria
(Ly) (Lx) permitidos
abaixo) (h)
1 I ou II 14 m 5m 4,5 m X 1,75 m Manaus II
2 III ou IV 14 m 6m 4,5 m X 1,75 m Natal II
3 V ou VI 14 m 7m 4,5 m X 1,75 m Porto Alegre III
4 I ou II 16 m 5m 5m X 2m João Pessoa II
5 III ou IV 16 m 6m 5m X 2m Vitória III
6 V ou VI 16 m 7m 5m X 2m Maceió III
7 I ou II 18 m 6m 6m X 3m São Luís II
8 III ou IV 18 m 7,5 m 6m X 3m Aracajú II
9 V ou VI 18 m 9m 6m X 3m Rio de Janeiro III
10 I ou II 20 m 6m 6,5 m X 2,5 m Belém II
11 III ou IV 20 m 7,5 m 6,5 m X 2,5 m Salvador III
12 V ou VI 20 m 9m 6,5 m X 2,5 m Joinville II
13 I ou II 22 m 6m 7m X 3m Recife III
14 III ou IV 22 m 7,5 m 7m X 3m São Sebastião (SP) II
15 V ou VI 22 m 9m 7m X 3m Santos III

(**) Para o cálculo dos deslocamentos horizontais dos pórticos devidos à ação do vento, ficou decidido na reunião técnica que é possível considerar 50%
do valor da pressão do vento no local. Para a obtenção dos esforços solicitantes, contudo, o valor integral da pressão deve ser utilizado.

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Tipologias permitidas para a cobertura
(Desenhos esquemáticos; apenas um dos pavilhões é representado)

TIPO I

(viga de alma cheia)

TIPO II
ou
(treliça triangular)

TIPO III

(arco treliçado)

TIPO IV
ou
(treliça de banzos paralelos)

TIPO V
ou
(treliça trapezoidal)

TIPO VI

(treliça em água única)


ou
(“shed”)

4
Desenhos de arquitetura

A B C D E F G H I J

9 x Lx

Ly

0,00

Ly

3
PLANTA
(medidas em cm)

A B C D E F G H I J

H
h

ELEVAÇÃO LONGITUDINAL
(medidas em cm)

1 2 3

Ly Ly

? ??? ???
H

ELEVAÇÃO TRANSVERSAL
(medidas em cm)

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