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Projeto
Seu grupo foi contratado para projetar a estrutura de um galpão industrial de estocagem de papel-celulose, a ser construído
em certo terminal portuário do país. O galpão consiste de dois pavilhões paralelos de largura Ly cada, interconectados na
linha do eixo 2, conforme desenhos de arquitetura fornecidos mais adiante. A empresa interessada deseja que a estrutura
seja de aço, tal que permita a rápida execução e entrada em operação do galpão. Em uma reunião técnica com as equipes
de arquitetura e instalações, foram levantadas algumas premissas e restrições de projeto, além de definidos os materiais e
demais dados a serem utilizados, conforme relacionado a seguir.
Os pilares devem ser posicionados exclusivamente nas fachadas e na linha do eixo 2, respeitando as posições pré-
estabelecidas nos desenhos de arquitetura.
O sistema estrutural deve ser constituído de pórticos transversais (dispostos nas linhas dos eixos A a J) e
longitudinais (dispostos na linha dos eixos 1, 2 e 3).
A tipologia da cobertura em cada pavilhão (se em duas águas, em arco ou em água única) e o seu correspondente
sistema estrutural (se em viga de alma cheia, treliça ou arco) ficam restritos às opções concordadas com a equipe de
arquitetura, conforme disposto na tabela da página 3 e desenhos da página 4. Deve-se garantir que a água da chuva
seja escoada na direção transversal, tal que as calhas de captação e drenagem possam ser posicionadas ao longo das
linhas dos eixos 1, 2 e/ou 3.
No caso da adoção de águas planas, a declividade mínima deve ser de 20%, em virtude das dimensões da estrutura.
A altura máxima das fachadas longitudinais (e, consequentemente, dos respectivos pilares) depende da autoridade
portuária (ver tabela na página 3).
A adoção de travamentos verticais entre os pavilhões (i.e., na linha do eixo 2) deve respeitar a determinação da
equipe de arquitetura (ver tabela na página 3).
A cobertura deve ter fechamento em telhas zipadas de aço galvanizado (planas ou curvas, conforme tipologia das
águas). O vão máximo vencido pelas telhas varia conforme o fabricante (ver tabela na página 3).
As telhas devem ser apoiadas sobre terças, que por sua vez devem ser apoiadas sobre os pórticos transversais dos
eixos A a J. A distância entre terças deve ser definida em função do vão máximo vencido pelas telhas.
As fachadas terão fechamento em alvenaria de blocos de concreto.
Nas fachadas transversais, devem-se prever portões de acesso em cada pavilhão, com dimensões mínimas de 6,0 m
x 3,0 m (L x H).
Dados de estrutura:
Peso próprio estimado da estrutura de aço: g = 0,3 kN/m² (por m² em planta; aplicar sobre a cobertura)
Peso próprio das telhas zipadas de cobertura: g = 0,12 kN/m² (por m² em planta)
Peso próprio das alvenarias de blocos de concreto: g = 3,0 kN/m2 (por m² na vertical)
Sobrecarga na cobertura (inclui peso das instalações): q = 0,6 kN/m2 (por m² em planta)
Pressão do vento na localidade do galpão: p = definir conforme tabela na página 3
Coeficientes de majoração das ações: g = q = 1,4 e w =1,5. Ficou decidido que todas as ações acidentais devem
ser consideradas como primárias, i.e., atuando simultaneamente com o seu valor integral, sem o coeficiente 0.
Para o cálculo dos carregamentos devidos ao vento, considerar todas as faces como igualmente permeáveis.
Em um estudo preliminar, foi verificado que as situações mais desfavoráveis para a ação do vento são aquelas em
que este incide perpendicularmente às fachadas. Por esse motivo, não é necessário considerar situações de vento
oblíquo.
Observações:
Por razões de padronização do projeto, todos os pórticos transversais devem ser iguais. Assim, o dimensionamento
dos seus elementos pode ser feito para o pórtico mais solicitado, considerando-se, dentre os carregamentos de vento
transversal e vento longitudinal, o pior caso de (i) sobrepressão na cobertura, (ii) sucção na cobertura e, a depender
das dimensões do galpão, (iii) pressão lateral nas fachadas.
As ações (permanentes, acidental de sobrecarga e acidental de vento) devem ser consideradas em análises
separadas, e só depois, na etapa de dimensionamento, combinadas.
Eventuais dados que estiverem faltando devem ser definidos com critério pelo grupo e justificados claramente no
relatório.
1
Critérios para pré-dimensionamento da estrutura:
Para obter os diagramas de esforços solicitantes, é necessário fazer um pré-dimensionamento da estrutura. Os seguintes
critérios devem ser utilizados:
Terças de cobertura: escolher um perfil U ou I com altura de seção transversal da ordem de 1/40 do vão a ser
vencido.
Viga de alma cheia dos pórticos transversais (para coberturas do tipo I): escolher um perfil I com altura de seção
transversal da ordem de 1/50 a 1/40 do vão a ser vencido.
Treliças dos pórticos transversais (para coberturas do tipo II, IV, V e VI): escolher um perfil H para os banzos e 2L,
U ou I para as diagonais e montantes, todos com esbeltez entre 100 e 140.
Arcos treliçados dos pórticos transversais (para coberturas do tipo III): escolher um perfil H para os banzos e 2L, U
ou I para as diagonais e montantes, todos com esbeltez entre 100 e 140. A distância entre os banzos (“altura da
treliça”) deve ficar entre L/30 e L/40, sendo L o vão do arco. A relação entre a flecha e a corda do arco deve ficar
entre 1/6 e 1/5.
Vigas dos pórticos longitudinais: escolher um perfil I com altura de seção transversal da ordem de 1/20 do vão a ser
vencido.
Pilares: escolher um perfil H ou I com altura de seção transversal da ordem de 1/50 a 1/40 (a depender do tipo de
vinculação nas extremidades) de seu comprimento destravado.
Travamentos em X (se houver): escolher um perfil L ou 2L com esbeltez entre 200 e 250.
Entrega parcial (06/11): apresentação oral, em no máximo 10 minutos, seguida de arguição. Entregar relatório (memória
de cálculo) contendo, nesta ordem:
1. Breve descrição da estrutura concebida: texto sucinto relatando a tipologia dos pórticos, suas vinculações na
fundação, se são deslocáveis ou indeslocáveis, a(s) justificativa(s) para os eventuais travamentos (verticais e/ou na
cobertura), o(s) tipo(s) de perfis adotados (se soldados e/ou laminados), etc. Procurar não exceder 1 página.
2. Desenho unifilar da estrutura concebida (plantas e cortes). Não esquecer de numerar todos os elementos (pilares,
vigas, treliças, travamentos, etc) e indicar os perfis adotados para cada um. Nos desenhos em planta, não esquecer
de representar os travamentos verticais e na cobertura (se houver).
3. Lista de materiais referente ao pré-dimensionamento (tabela contendo todos os elementos estruturais), indicando o
peso total de aço em kg e em kg/m2.
4. Memória de cálculo referente à apropriação dos carregamentos sobre todos os elementos da estrutura (i.e., sobre
todos os pórticos e todos os demais elementos que não fazem parte de pórticos, como por exemplo as terças).
5. Diagramas de esforços solicitantes e deformadas de todos os elementos da estrutura (i.e., de todos os pórticos e
todos os demais elementos que não fazem parte de pórticos). Para cada pórtico e elemento que não faz parte de
pórtico, apresentar, junto aos seus diagramas, o esquema estático utilizado na análise, indicando claramente os
carregamentos e as vinculações. Nas deformadas, mostrar o valor dos deslocamentos máximos (vertical e
horizontal) e o ponto em que ocorrem, incluindo as unidades. Não esquecer que as ações (permanentes, sobrecarga
e vento) devem ser consideradas em análises separadas, e só depois, na etapa de dimensionamento, combinadas.
Para cada análise, procurar agrupar o esquema estático, os diagramas e as deformadas de um mesmo elemento
em uma única página – ou não muito mais do que isso.
Entrega final (18/12): corrigir a entrega parcial conforme comentários feitos pelos professores. Apresentação oral, em no
máximo 10 minutos, seguida de arguição. Entregar relatório final, contendo:
2
11. Detalhamento das ligações dos elementos que concorrem no encontro dos eixos A e 1, no nível do topo dos pilares.
(*) Em todos os dimensionamentos, indicar claramente os esforços solicitantes utilizados e os parâmetros adotados, tais
como ℓ, ℓb, Ct, Cb e CM (se aplicáveis). A falta dessas informações levará à consideração de erro total no
dimensionamento em questão. Com relação aos esforços solicitantes, além de indicar os seus valores, informar em que
página(s) do relatório eles foram obtidos.
(**) Para o cálculo dos deslocamentos horizontais dos pórticos devidos à ação do vento, ficou decidido na reunião técnica que é possível considerar 50%
do valor da pressão do vento no local. Para a obtenção dos esforços solicitantes, contudo, o valor integral da pressão deve ser utilizado.
3
Tipologias permitidas para a cobertura
(Desenhos esquemáticos; apenas um dos pavilhões é representado)
TIPO I
TIPO II
ou
(treliça triangular)
TIPO III
(arco treliçado)
TIPO IV
ou
(treliça de banzos paralelos)
TIPO V
ou
(treliça trapezoidal)
TIPO VI
4
Desenhos de arquitetura
A B C D E F G H I J
9 x Lx
Ly
0,00
Ly
3
PLANTA
(medidas em cm)
A B C D E F G H I J
H
h
ELEVAÇÃO LONGITUDINAL
(medidas em cm)
1 2 3
Ly Ly
? ??? ???
H
ELEVAÇÃO TRANSVERSAL
(medidas em cm)