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TRADUÇÕES

Dizem que a vida é uma bela mentira e a morte uma verdade


dolorosa. Pura verdade.
Ninguém me fez sentir mais viva que este garoto, que me
lembra constantemente que o tempo está passando.
É minha deliciosa maçã proibida.
A notável voz da minha verdadeira consciência nua e crua.
Também é o ex–namorado da minha irmã.
Uma coisa que deveriam saber antes de julgar–me.
Eu o vi primeiro. O desejei primeiro. O amei primeiro.
Onze anos depois, ele entrou tranquilamente em minha vida,
exigindo uma segunda chance.
Dean Cole quer ser meu cavalheiro de bronze. Meu cavalheiro
andante que finalmente chegou. Com sorte não será tarde demais.

Dizem que as estrelas mais brilhantes são aquelas que


se consomem mais rápido. Pura verdade.
Ela faz minha mente pegar fogo.
Boca inteligente,Atitude austera e um grande coração.
Em um mundo onde tudo é opaco, brilha como a
maldita estrela Sirius.
Faz onze anos que o destino nos separou.
Esta vez eu o desafio a tentar.
Chegar a ela é um campo de batalha, mas cara, é por
isso que me chamam de Ruckus1.
Rosie LeBlanc, está prestes a descobrir o quão duro
posso lutar.
E conquistá–la será a mais doce das vitórias.
As estrelas são conhecidas por simbolizar o eterno.
Estão constantemente no céu por toda a eternidade. Os
primeiros habitantes da terra ficavam as admirando no
céu como fazemos até hoje. Assim como farão nossos
filhos,

Nossos netos

E bisnetos.

As estrelas também simbolizam o ciclo da vida, a


solidão e a tristeza.

Brilham na solidão, da imensa escuridão do espaço, e


nos lembram que por mais escuro que esteja, sempre há
algo que pode brilhar.
PRÓLOGO

Provavelmente deveríamos encerrar uma história


antes de começar outra. Minha história? Não tem um
final feliz e nunca terá. Não importa o quão alto, lindo,
rico ou maravilhoso que meu “Príncipe” possa parecer. E
meu Príncipe encantado era tudo isso e muito mais. O
único problema era que na realidade não era meu. Era da
minha irmã, más há algo que deveriam saber antes de me
julgarem.

Eu o vi primeiro,O desejei primeiro, O amei primeiro,


Nada disso importou quando Dean “Ruckus” Cole beijou
os lábios de minha irmã bem na minha frente no dia em
que Vicious arrombou seu armário.

A dúvida nestes momentos é que nunca se sabe se é o


início ou o fim. É como se a vida parasse e você se vê
obrigado a encarar a realidade, que por sinal é uma
droga. Confie em mim, é muito difícil, a vida não é justa.

Papai tinha razão quando eu tinha dezesseis anos e


disse que queria começar a namorar. Sua resposta foi
sucinta:

– Santo Deus, não.


– Porque não? – minhas pálpebras tremiam

– Millie teve namorado quando tinha dezesseis.

Era verdade, ela saiu quatro vezes com o filho do


nosso carteiro, Eric, em Virgínia. Papai bufou e apontou
seu dedo indicador para mim. Boa tentativa.

– Você não é sua irmã.

– E o que isso significa?

– Sabe o que significa.

– Não, não sei! – Claro que sabia.

– Significa que você tem algo que ela não tem. Não é
justo, porém a vida não é justa. Outro ponto que não se
poderia discutir. Papai dizia que eu era um imã para os
tipos errados de meninos, porém isso era como enfeitar
uma bola com barro e pregos enferrujados. Eu entendi o
que ele queria dizer. Ele queria me proteger, pois eu era
sua princesinha. Rosie–bug. A luz de seus olhos.

Estava de mal humor, isso não era intencional, mas


chegava a ser uma carga inoportuna as vezes. Minhas
sobrancelhas eram grossas, cabelos cor de caramelo
caindo em ondas pelas costas, pernas brancas compridas
e lábios carnudos que emolduravam a maior parte de
meu rosto. Todo o resto sobre mim era pequeno e
voluptuosa, Parecia que estava envolvida em um laço de
cetim vermelho com uma expressão de sirene que
parecia ter sido permanentemente tatuada no meu rosto,
não importa o quanto eu tentasse apagá–lo.

Chamava a atenção de todos, do melhor e do pior tipo,


de todos os tipos. Haveriam outros garotos, tentei me
convercer quando os lábios de Millie e Dean se tocaram e
meu coração se encolheu em meu peito. Porém sempre
iria haver uma Millie, minha irmã o merecia e ele a
merecia. Eu tinha a atenção do papai e da mamãe, o dia
todo, todos os dias. Tinha muitos amigos na escola,
admiradores fazendo fila em nossa porta. Todos os olhos
estavam sobre mim, enquanto ninguém dava uma
segunda olhada em minha irmã.

Não era minha culpa, porém isso me fazia sentir


menos culpada. Minha irmã mais velha se tornou um
vulto frente minha doença e minha popularidade. Uma
adolescente solitária se escondendo atrás de um lenço,
escondida atrás da maquiagem. Silenciosa todo o tempo,
enviando sua mensagem através de sua maneira
diferente e excêntrica de vestir.

Quando pensava nele, realmente foi o melhor. O


primeiro dia que notei Dean Cole no corredor entre as
aulas de trigonometria e inglês, soube que ele era mais
que uma simples paquera de escola, se o tivesse, não o
deixaria ir. Isso por si só ja era muito perigoso e não me
permitia entrar nesse jogo.

Meu tempo estava passando, meu relógio avançava


com muita velocidade. Não nasci como todo mundo,
Tinha uma doença, umas vezes a vencia, as vezes ela me
vencia.

A Rosa favorita estava morrendo, porém nenhuma flor


quer morrer frente um público. Então era melhor dessa
maneira, decidí quando seus lábios estavam sobre o dele.
Quando seus olhos pousaram em mim, a realidade virou
algo complexo e agonizante, da qual estava desesperada
para fugir.

E então observei minha irmã e o único sujeito que


fazia meu coração bater mais forte se apaixonarem, do
meu lugar na primeira fila. Minhas pétalas cairam uma a
uma. Porque apesar de saber que minha história não
acabaria com um felizes para sempre, não pude evitar de
me perguntar... poderia ter um final feliz, ainda que seja
momentanemente?

O verão quando completei dezessete anos foi ruim,


porém nada me preparou para seu maldito gran finale.

Todos os sinais apontavam para a calamidade. Não


podia escolher o caminho correto, porém conhecendo
minha vida, me preparei para o golpe que me levaria
direto para o inferno.

No final tudo se reduziu a um momento imprudente


clichê de cinema. Muitas cervejas, Bud Light e
descuidados porres semanas antes que nosso penúltimo
ano acabasse.

Estavamos deitados ao lado da piscina de Vicious,


bebendo a cerveja sem graça de seu pai. sabendo que
poderíamos nos safar com absolutamente tudo, sob o
teto do Baron Spencer Sênior. Havia garotas. Estavam
drogadas. Não haviam muitas coisas para fazer em
Saints– California, próximo às férias de verão. Fazia um
calor absurdo. O ar pesado, o sol refletia no gramado
amarelado e os jovens estavam entediados com sua
existência irrelevante e sem sentido. Estávamos com
muita preguiça para perseguir futilidades, então as
procurávamos enquanto estávamos deitados
confortavelmente em bóias em forma de donuts,
flamingos e espreguiçadeiras para tomar sol importadas
da Itália.

Os pais de Vicious não estavam em casa. Já estiveram


alguma vez? E todos contavam comigo para que lhes
fornecessem e eu nunca os decepcionava, trazia maconha
doce e um pouco de ecxtase, que fumavam com avidez
sem sequer me agradecer, muito menos me pagar.
Pensavam que eu era rico e que não me faltava dinheiro
assim como não faltava tetas para Pâmela Anderson e
não faria falta uma mixaria, assim deixava passar.

Uma das garotas, uma ruiva chamada Geórgia, que


estava com sua nova câmera Polaróide, que seu pai a
presenteou de sua última viagem a Palm Springs, tirou
fotos nossas: Jaime, Vicious, Trent e eu, se exibindo em
seu pequeno biquine vermelho e colocando as fotos
recem tiradas nos dentes e nos entregando boca–a–boca.
Seus seios saiam de seu minúsculo biquine igual a pasta
de dente escorria do tubo. Queria esfregar meu pau entre
eles, e sabia que até o fim do dia o faria.

– Céus, isso vai ser tão gostosoooooo – Georgia usou


uma quantidade indefinida de o no final da última
palavra para dar ênfase.

– Você está tão sexy, Cole – susurrou, quando me


fotografou, golpeando a cerveja restante com um soco,
derrubando–a de meus dedos sobre meu corpo.

Clic, a evidência deslizou de sua câmera com um som


provocativo e ela a agarrou com seus lábios brilhantes,
inclinando–se e a entregando para mim. A mordi e a
enfiei em minha sunga, seus olhos seguiam minha mão
enquanto a empurrava para baixo do elástico, mostrando
a linha reta de cabelos claros que a convidava para o
resto da festa. Ela engoliu a saliva, visivelmente, nossos
olhos se encontraram, estando de acordo
silenciosamente de uma hora e um lugar. Então alguém
deu um salto bomba na piscina e a molhou, e ela negou
com a cabeça, sorrindo, antes de passar para seu
próximo projeto de arte, meu melhor amigo, Trent
Rexroth.

Destruir a foto antes de chegar em casa sempre foi


meu plano, culpo o maldito êxtase por esquecer. Por fim
minha mãe a encontrou e meu pai me deu um de seus
sermões com a voz baixa que sempre parecia comer
minhas entranhas como arsênico. Conclusão, me fizeram
passar minhas férias de verão com meu maldito tio, um
que na verdade não consigo suportar.

Sabia que não valeria a pena discutir com eles a esse


respeito, Só o que precisava era resolver essa merda e
não por em perigo minha temporada em Harvard um ano
antes de me graduar. Trabalhei duro por este futuro, por
esta vida que se estendia diante de mim em toda sua
merecida e fodida glória, de aviões particulares e férias
anuais nos Hamptons. Essa é uma questão que diz
respeito a vida, quando algo bom cai em suas mãos, você
não só se agarra, mas se amarra a ela tão forte que quase
quebra.

Aprendi uma lição tarde demais na minha vida, de


todas as maneiras, foi assim que acabei voltando ao
Alabama, passando 2 meses numa granja em meu último
ano.

Trent, Jaime e Vicious, passaram seu verão bebendo,


fumando e fodendo as garotas em suas casas, eu voltei
com um olho roxo, generosamente cedido pelo Sr.
Donald Wittaker, mais conhecido como Owl, logo na
noite em que eu havia mudado quem eu era para sempre.

– A vida é como a justiça, – disse meu pai–barra–


advogado, antes de embarcar no avião para Birmingham
– Nem sempre é justa. – se não era essa a maldita
verdade.

Esse verão fui obrigado a ler a Bíblia do início ao fim,


Owl, disse aos meus pais que tinha se convertido ao
cristianismo e se tornou fanático ao estudo da Bíblia., e
confirmou me fazendo lê–la com ele em nossos descanso
para o almoço. Ao que parece, ler com ele o Velho
Testamento e o livro O Caminho do Perdedor eram os
únicos momentos agradáveis, pois o resto do tempo ele
era simplesmente insuportável.

Whittaker era um fazendeiro, quando estava sóbrio o


suficiente para fazer algo, e me tornou seu empregado no
estábulo, Concordei com isso, principalmente porque
poderia estar com a filha do vizinho no final de cada dia.
Ela me achava uma celebridade só porque eu tinha
sotaque sulista e um carro. Eu não fui seu único parceiro,
porém satisfazia sua fantasia de ser seu professor de
educação sexual.

Seguia Owl, quando me fazia suas pregações da bíblia,


pois a outra alternativa seria lutar com ele até que um
dos dois caísse desmaiado no feno. Acredito que minha
família queria que eu enxergasse que a vida não era
somente carrões de luxo e férias em estações de esqui,
Owl e sua esposa viviam uma vida modesta, com poucos
recursos, e todas as manhãs eu acordava perguntando o
que eram dois meses diante a minha vida inteira.
Haviam muitas histórias dementes na Bíblia: incesto,
coleção de prepúcio, Jacó lutando com um Anjo – juro
que esse livro passou do ponto de eu não voltar a lê–lo
no capítulo seguinte, porém uma história me marcou,
mesmo antes de ter conhecido Rosie Leblanc.

Genesis 29. Jacó foi viver com Labão, seu tio, e se


apaixonou por Rachel, a mais jovem das duas filhas de
Labão. Rachel era incrivelmente ardente, forte, bonita,
graciosa e aparentemente sexy pra caralho (pelo que
indica na Bíblia, porém não com essa palavras). Labão e
Jacó fizeram um acordo, Jacó iria trabalhar para Labão
por sete anos, e após poderia se casar com sua filha. Jacó
fez como combinado, trabalhando feito um louco, dia
após dia sob o sol quente. Passados estes sete anos,
Labão foi até Jacó e lhe disse que poderia se casar com
sua filha. Porém esta foi a armadilha: não foi a mão de
Rachel que lhe foi dada, e sim de sua irmã mais velha Lia.
Lia era uma boa mulher, Jacó sabia disso, era agradável,
sensível, carinhosa, tinha um colo bonito e olho suaves
(novamente complementando com minhas percepções
sobre o que a Bíblia diz). Porém não era a Raquel e ele
desejava a Raquel, sempre havia se tratado de Raquel.
Jacó havia discutido, brigado e reclamado com seu tio,
porém perdeu no final. A vida era como a justiça, os bons
nem sempre são salvos. – Sete anos mais de trabalho –
prometeu Labão –, e te deixarei casar com Rachel
também. E Jacó, aceitou, ele esperou, ele ansiava por
Rachel, ela se tornou sua obsessão. Os anos passaram,
lentamente, dolorosamente, entretanto ele estava com
Lia, que era boa para ele, um porto seguro, com quem
teve seus filhos – coisa que descobriu tempos depois que
Rachel teria dificuldade em engravidar. Sabia o que
desejava, e parecer com ela, cheirar como ela, até falar
como ela, porém não era Rachel.

E passaram–se 14 anos para que Jacó pudesse


finalmente ter Rachel, porém Rachel não lhe foi
abençoada por Deus, porém ela não precisava, era ela
amada, e a diferença da vida e do amor, é que o amor é
justo, e sabe o que mais, o amor é suficiente, ele é tudo.

***

Sete semanas depois de meu último ano começar,


outra deslumbrante catástrofe veio estourar em minha
cara de forma fantástica, Seu nome era Rosie LeBlanc, e
tinha os olhos como os lagos gelados do inverno do
Alaska, bem esse tipo de azul.

O momento "que porra é essa?" me agarrou pelas


bolas e torceu–as com força quando abriu a porta da casa
dos empregados na propriedade de Vicious. Por que ela
não era Mille. Se parecia com Mille, mais ou menos só
que mais nova, mais baixa, com lábios mais cheios, as
bochechas mais altas e as orelhas mais pontudas como
de duendes travessos. Porém não usava nada tão
extravagante como Emilia. Um par de chinelos com
estrelas–do–mar nos pés, calça jeans preta e larga nos
joelhos, e um moletom preto esfarrapado com o nome de
uma banda que ele não conhecia estampada de branco.
Projetada para se misturar, mas, como eu descobriria
mais tarde, destinada a brilhar como um farol de merda.

Suas bochechas ficaram completamente vermelha, um


vermelho que contornou até a borda do pescoço quando
nossos olhos se encontraram, e isso me disse tudo o que
eu precisava saber. Ela era nova para mim, mas eu era
um rosto familiar. Um rosto que estudou, encontrou e
olhou. Todo o maldito tempo

– Estamos tendo uma competição secreta de olhares?

Sua recuperação foi imediata. Havia algo no som de


sua voz que soava quase não natural. Muito baixa, muito
rouco, exclusivamente dela.

– Porque vinte e três segundos se passaram desde que


abri a porta e você ainda não se apresentou. Você
também piscou duas vezes.

Originalmente, eu tinha vindo convidar Emilia LeBlanc


para um encontro, encurralando–a como um animal
assustado com nenhum outro lugar para ir. Ela não me
dava seu número de telefone. Sendo um caçador por
natureza, tive paciência suficiente para esperar até estar
perto o suficiente e pular, mas não doía checar minha
presa de tempos em tempos. No entanto, se fôssemos
honestos, perseguir Emilia não era realmente sobre
Emilia. A emoção da perseguição sempre fazia minhas
bolas se encolherem e, para mim, ela oferecia um desafio
que outras garotas não haviam fornecido. Ela era carne
nova e eu era um carnívoro insaciável. Mas eu não
esperava encontrar isso. Essa porra mudou tudo. Fiquei
parado como um mudo e mostrei meu insinuante sorriso,
zombando dela, porque em algum nível ela zombou de
mim. E ocorreu–me que naquele momento em particular,
talvez eu não fosse o caçador. Talvez, por um segundo
intermitente, tenha sido como um caçador com uma
arma sem munição na floresta, que acabou de ver uma
tigresa furiosa.

– Você consegue falar? – Suas sobrancelhas de tigresa


se juntaram, e ela se inclinou para frente, me picando no
peito com sua pequena garra. Ela chamou minha atenção
assim. Me ridicularizando, me menosprezando, fodendo
comigo. Colocando minha melhor expressão inocente
(essa merda era difícil de começar), eu esqueci o que era
a inocência antes que meu cordão umbilical fosse jogado
no lixo. Cerrei meus dentes sob meus lábios e balancei a
cabeça em negação.

–Não pode falar?

Cruzou os braços e encostou–se ao batente da porta,


arqueando uma sobrancelha cética. Eu balancei a cabeça,
segurando um grande sorriso.
–Isso é uma merda. Eu te vi na escola. Dean Cole, te
chamavam de Ruckus,Não só você pode falar, mas na
maioria das vezes, parece que você não pode calar a
boca.

Porra, sim, pequena duende. Armazene sua raiva e


guarde–a para quando você girar em meus lençóis. Para
entender meu nível de surpresa, primeiro você tinha que
saber que nenhuma garota falou comigo assim antes.
Nem mesmo Millie, e Millie parecia ser a única aluna
imune a todo o meu charme americano, quente, que é
capaz de desamarrar as calças com meus dentes. Inferno,
é por isso que eu a notei em primeiro lugar.

Mas como eu falei, os planos mudam. Não é que a


tenha deixado de fora, eu senti o cheiro do rabo de cavalo
de Millie ao redor da escola por algumas semanas,
perguntando–me se valia a pena persegui–lo, mas agora
que eu vi o que eu tinha perdido – esse pequeno foguete
– era hora de encontrar calor em seu corpo quente.

Eu solto outro sorriso malicioso. Esse pequeno gesto


em particular me deu o apelido de Ruckus nos
corredores de Sinners Saints há dois anos. Porque foi o
maldito caos, criando anarquia onde quer que fosse.
Todo mundo sabia disso. Professores, alunos, Diretora
Followhill e até o xerife local. Quando precisavam de
drogas, vinham até mim. Quando precisavam de uma boa
festa, vinham até mim. Quando precisavam de uma foda
incrível, vinham até mim ... e sobre mim. E é isso que o
meu sorriso significa, o que eu vinha praticando desde os
cinco anos, dizia isso ao mundo. Se é corrupto, sujo e
engraçado, eu sei tudo sobre isso.

E essa garota? Parecia muito divertido corrompe–la.


Seus olhos seguiram meus lábios. Pesado, cheia de
desejo, embriagada. É fácil ler as meninas da escola.
Embora essa em particular não tenha sorrido tão
amplamente quanto as outras. Nem ofereceu um convite
silencioso para flertar.

– Você fala.

Ela me devolve acusadoramente. Eu chupei meu lábio


inferior e soltei. Devagar, calculado, zombando.

–Talvez eu saiba algumas palavras afinal.

Eu coloquei seu rosto em um silvo.

– Você quer ouvir o mais interessante?

Meus olhos imploraram por deslizar por seu corpo,


mas meu cérebro me disse para esperar. Eu decidi ouvir
o último. Eu estava relaxado, foi inteligente. Mas pela
primeira vez em anos, eu não tinha ideia do que diabos
eu estava fazendo.

Ela me deu um sorriso torto que me deixou sem


palavras. Empurrando tantas palavras em uma
expressão. Dizendo–me que minha tentativa de derrete–
la a deixou muito pouco impressionada. Que ele gostava,
sim, e que eu havia notado com certeza, mas que teria
que fazer algo melhor do que um flerte casual e
indiferente para chegar até ela. Fosse o que fosse, eu
estava pronto para a viagem.

– Eu deveria?

Demorou para responder, sem perceber que ela fez.


Eu abaixei meu queixo, inclinando–me para frente. Eu
era grande, dominante e confiante. E isso foi um
problema. Ela provavelmente ouviu tudo sobre isso, mas
se não, ela estava prestes a descobri–lo.

– Acho que sim, eu disse.

Dois minutos atrás, eu estava determinado a convidar


sua irmã para sair, sua irmã mais velha, bonita, essa
menina parecia mais jovem e também, eu teria sabido se
ela fosse uma veterana e olha, o destino a fez abrir a
porta e mudar meus planos.

Baby LeBlanc enviou–me um olhar estranho,


desafiando–me a continuar. Assim que abri a boca, Millie
entrou na minha visão, correndo para a porta da
pequena sala mal ventilada como se estivesse fugindo de
uma zona de guerra. Ele estava apertando um livro
contra o peito, os olhos inchados e vermelhos. Ela estava
me encarando e, por um segundo, achei que ia me bater
na cara com o livro de dois quilos.

Em retrospecto, eu gostaria que tivesse, teria sido


muito melhor do que o que ela realmente fez. Millie
empurrou a pequena duende para o lado sem nem
perceber que estava ali, atirou–se no meu peito
incomumente afetuosa e apertou os lábios contra os
meus como um demôniopossuído.

Merda Isso foi ruim, não o beijo. O beijo foi bom,


suponho. Eu não tive tempo para processá–lo, porque
meus olhos se abriram, me jogando para o elfo com
orelhas pontudas que pareciam horrorizadas, seus olhos
azuis nos observando, processando–nos e colocando
todos em algo que não estava disposta a aceitar.

O que diabos Millie estava fazendo? Algumas horas


antes, ela continuava fingindo que não me via no
corredor, ganhando tempo, procurando espaço, fingindo
indiferença. Agora estava em cima de mim como uma
erupção após uma noite difícil. Suavemente, eu me
afastei de Millie e segurei suas bochechas para que ela
não se sentisse rejeitada, mas certificando–me de que
tínhamos espaço suficiente para colocar a pequena
duende entre nós. A proximidade de Emilia não era bem
vinda, e essa era a primeira vez tratando–se de uma
garota gostosa.

– Ei – eu disse. O tom da minha voz perdeu sua


habitual inclinação lúdica, mesmo para meus ouvidos.
Isso não era Millie. Algo aconteceu e eu tive uma ideia
geral sobre quem causou esta pequena cena. Meu sangue
ferveu. Eu respirei pelo nariz, determinado a não perder
minha merda.

– O que há, Mille?


O vazio em seus olhos me fez sentir nauseado. Eu
quase podia ouvir o som do seu coração quebrando
dentro do seu maldito peito. Eu dei outra olhada em
Baby LeBlanc, me perguntando como diabos eu deveria
sair disso. Ela deu um passo para trás, seus olhos
demorando–se na desordem quente que ainda estava
tentando me segurar. Millie estava perturbada. Eu não
podia negar isso. Não naquele momento.

– Vicious – disse a irmã mais velha através de um tom


alto.

– Vicious apareceu. – Então ela apontou para o livro


de cálculo como se fosse uma evidência. Relutantemente,
meu olhar voltou para Emilia 'Millie' LeBlanc.

– O que o idiota fez? – Eu peguei–o de suas mãos e


folheei as páginas, procurando por comentários
desagradáveis ou desenhos ofensivos.

– Ele arrombou meu armário e roubou. – Ela bufou


novamente.

– Antes de encher o armário com preservativos e


embalagens de lixo, – limpou o nariz com as costas da
manga

Jesus fodido Cristo com esse idiota. Essa foi a outra


razão pela qual eu queria sair com Millie. A necessidade
de proteger os perdidos me queimava desde tenra idade.
Um ponto fraco e toda essa merda. Não foi de todo ruim,
como Vicious, mas também não foi nada bom, como
Jaime. Eu tinha meu próprio código moral, e o assédio
era uma longa linha vermelha, desenhada em sangue.
Olhe, enquanto se referia aos perdidos, Millie era a
perfeita pulga tremendo na chuva que precisava de
abrigo. Aterrorizada na escola e perseguida por um dos
meus melhores amigos. Eu precisava fazer a coisa certa.
Eu precisava disso, mas foda–se se eu queria.

– Eu vou cuidar dele. – Eu tentei me recompor.

– Volte para dentro. E me deixe com sua irmã.

–Não é necessário, na verdade. Estou feliz que esteja


aqui. – Eu olhei para a garota que deveria ser a “Rachel
de meu Jacó”, dessa vez melancolicamente, porque eu
sabia que não tinha chance com ela no momento em que
sua irmã me beijou para voltar com o maldito Vicious.

– Tenho pensado nisso.– Millie piscou rapidamente,


muito presa em sua própria bagunça para perceber que
mal olhei para ela desde que apareceu na porta. Muito
ocupada para perceber que sua irmã estava fodidamente
ali ao nosso lado.

– E eu decidi, porque não? Eu adoraria sair com você,


realmente.

Não, eu não faria. O que ela queria era que eu fosse


seu escudo. Millie precisava ser salva. E eu precisava
fumar um baseado. Suspirei, abraçando a irmã mais
velha, segurando a parte de trás de sua cabeça, os fios de
cabelo castanho claro entrelaçados com os meus dedos.
Meus olhos ainda focados na Baby LeBlanc. Na minha
pequena Rachel. Eu vou fazer isso direito, meus olhos
prometeram. Ela estava claramente mais otimista do que
eu.

–Você não tem que sair comigo. Eu posso facilitar sua


vida, como seu amigo. Te dou minha palavra que eu vou
chutar sua bunda, – eu sussurrei no ouvido
perfeitamente curvado de Millie, minhas pupilas fixadas
em sua irmã. Ela balançou a cabeça, enterrando–a mais
fundo no meu ombro.

– Não, Dean. Quero sair contigo. Você é legal,


engraçado e compassivo. – E completamente encantado
pela sua irmã.

–Duvido, Millie, você tem me rejeitado por semanas.


Isso é sobre Vic, e nós dois sabemos disso. Beba um copo
de água. Lembre–se disso. Eu vou falar com ele amanhã
de manhã nos treinos.

– Por favor, Dean. – Sua voz trêmula estabilizou


quando ela amassou o tecido da minha camisa de design
em seus punhos, me puxando para mais perto dela e se
afastando da minha nova e brilhante fantasia ao mesmo
tempo.

– Eu sou uma garota grande. Eu sei o que estou


fazendo. Vamos agora mesmo.

– Sim Vá. – Ouvi Baby LeBlanc tossir, acenando com a


mão em nossa direção.
– Eu preciso estudar de qualquer maneira, e vocês são
uma distração.

– Eu vou afogar a bunda de Vicious se eu o ver na


piscina, Millie. – Ela brincou, fingindo flexionar os braços
compridos. Baby LeBlanc era um estudante de merda,
com C menos por milhas, mas eu não sabia na época. Ela
não queria estudar, ela queria que sua irmã fosse salva.

Tomei um sorvete com Millie, desta vez sem olhar


para trás. Eu levei Millie quando deveria ter levado
Rosie. Eu levei Millie e por isso eu ia matar Vicious.
CAPÍTULO 01

Presente
O que te faz sentir viva?

Condensação.Porque me lembra que ainda respiro.


Quer dizer, acho que isso é confidencial, falar sobre mim
mesma, mas eu sempre fui assim. A voz que sempre fazia
a pergunta evasiva parecia ter sido implantada em meu
cérebro, e não era eu. Era a voz de um homem. Ninguém
familiar, eu não acredito. Isso sempre me lembrava que
eu ainda estava respirando, o que não era
necessariamente algo que eu dava como certo. Desta vez,
minha resposta flutuou na minha cabeça como uma
bolha prestes a explodir. Eu pressionei meu nariz contra
o espelho no elevador do arranha–céu deslumbrante
onde eu morava e soprei ar da minha boca, criando uma
nuvem espessa de névoa branca. Me distraí, observando
minhas ações.

O fato de que eu ainda estava respirando era uma


grande vitória para minha doença. Fibrose cística. Eu
sempre tentei tirar todos os detalhes do caminho quando
alguém me perguntava. Tudo o que as pessoas
precisavam saber é que eu fui diagnosticada com a
doença aos três anos de idade, quando minha irmã,
Millie, lambeu meu rosto e me disse que eu estava
"realmente salgada". Era uma bandeira vermelha, então
meus pais me levaram ao médico e os resultados foram
positivos. É uma doença pulmonar. Sim, é tratável. Não,
não há cura para isso. Sim, isso afeta imensamente a
minha vida. Estou constantemente tomando pílulas,
tenho três sessões de fisioterapia por semana, uma
quantidade indefinida de inalações e provavelmente
morrerei nos próximos quinze anos. Não, eu não preciso
da sua dor, então não olhe para mim assim.

Vestida com meu uniforme verde, meu cabelo


emaranhado e meus olhos vidrados pela falta de sono,
rezei em silêncio para que o elevador finalmente
fechasse e me levasse para o meu apartamento no
décimo andar. Eu queria me despir, mergulhar em um
banho quente e deitar na cama, tendo uma maratona de
algum seriado na TV.

E eu não queria pensar no meu ex–namorado, Darren.


Na verdade, eu realmente não queria pensar nele.
Cliques fortes de saltos altos ecoavam nos meus ouvidos,
aparentemente do nada, ficando mais altos a cada
segundo. Virei a cabeça para o corredor e sufoquei uma
tosse. A porta do elevador já havia começado a fechar,
mas uma mão feminina com unhas vermelhas brilhantes
deslizou pela fresta no último segundo, abrindo–a com
uma risadinha estridente.

Eu fiz uma careta.

Não ele novamente. Mas definitivamente, foi ele. Ele


entrou no elevador, cheirando a álcool que suspeitava
que envenenaria um elefante adulto até a morte, armado
com duas mulheres, A primeira foi o gênio que
comprometeu o braço para pegar o elevador, uma garota
de cabelos vermelhos no estilo Jessica Rabbit e decote
que não deixou nada à imaginação, mesmo que você
fosse extremamente inteligente. A segunda era uma
pequena morena com a bunda mais redonda que eu vi
em um ser humano e um vestido tão curto que você
provavelmente poderia fazer um exame ginecológico
sem ter que remover qualquer roupa. Ah, e depois havia
Dean "Ruckus" Cole.

Alto (tamanho perfeito para uma estrela de cinema)


com olhos verdes musgo, quase radioativo em seu brilho
e insondável em sua profundidade,cabelo castanho
escuro despentado e um corpo que envergonharia Brock
O'Hurn. Pecaminosamente sexy ao ponto que você
realmente não ter nenhuma escolha a não ser olhar para
o outro lado e rezar que sua roupa íntima seja grossa
suficiente para absorver sua excitação. Sério, o homem
era tão escandalosamente quente, que ele provavelmente
foi declarado ilegal em países ultra-religiosos.
Felizmente para mim, eu sabia que o Sr. Cole era um
idiota de classe mundial, então eu era geralmente imune
ao seu charme. Geralmente é a palavra–chave aqui.

Era lindo, mas também era um desastre de


proporções épicas. Você conhece aquelas mulheres que
querem o cara fodido, bonito e vulnerável que poderiam
consertar e educar? Dean Cole seria seu sonho molhado.
Porque definitivamente havia algo com esse cara. A ideia
de que as pessoas em seu ambiente imediato não
enxergavam os avisos intermitentes de neon (sua bebida,
o consumo excessivo de maconha e seu vício furioso por
tudo que é pecaminoso e divertido) me deixava triste. No
entanto, eu reconheci que Dean Cole não era minha
preocupação. Além disso, eu tinha meus próprios
problemas para lidar.

O homem quente soluçou, apertou o botão em sua


cobertura quinhentas vezes e balançou no pequeno
espaço que nós quatro compartilhavamos. Ele tinha
olhos febris e uma fina camada de suor que cheirava a
conhaque puro. Um arame espesso e enferrujado girou
em volta do meu coração. Seu sorriso não parecia feliz.

– Baby LeBlanc. – O tom preguiçoso de Dean deslizou


diretamente para parte inferior da minha barriga, e eu
fiquei paralisada. Ele me agarrou pelo ombro e me virou
para encará–lo. Suas companheiras me olhavam como se
fosse uma pilha de ovos podres. Eu coloquei minhas
palmas em seu peito de ferro e aço, empurrando–o para
longe.

– Cuidado, você cheira como se Jack Daniel acabasse


de entrar em sua boca, – eu disse inexpressivamente. Ele
jogou a cabeça para trás e riu, desta vez com um sorriso
sincero, aproveitando a nossa estranha troca.

–Esta garota – Ele passou um braço em volta do meu


ombro e me pressionou contra o peito dele. Ele apontou
para mim com uma mão que segurava o gargalo de uma
garrafa de cerveja, olhando para as meninas com um
sorriso aturdido.

– Ela é fodidamente gostosa e tem cérebro e


inteligência que eclipsariam Winston Churchill da
melhor forma, – disse efusivamente. Provavelmente elas
achavam que Winston Churchill era um personagem do
Cartoon Network. Dean se virou para olhar para mim,
suas sobrancelhas caindo de repente. – Isso a coloca em
um alto risco de ser uma cadela condescendente, mas ela
não é. Ela também é boa pra caralho. É por isso que ela é
uma enfermeira. É um crime esconder essa boa bunda
com o uniforme, LeBlanc.

–Desculpe–me por desapontar, senhor drogadito, mas


sou apenas uma voluntária. Na verdade, eu sou babá–
corrigi, alisando meu uniforme com a mão, enquanto eu
desfaço seu toque, oferecendo um sorriso educado as
meninas. Eu me ofereci em uma maternidade três vezes
por semana, monitorando incubadoras e limpando cocô
de bebê. não tinha muito talento artístico como Millie
nem era tão afortunada como os Garotos quentes, mas eu
tinha minhas paixões (pessoas e música) e não acho que
menos de minhas aspirações do que o que fazia para
viver. Dean tinha mestrado em administração de
empresas em Harvard e uma assinatura do New York
Times, mas ele era realmente melhor que eu? Inferno,
não. Eu trabalho em um pequeno café chamado The
Black Holeentre First Avenue e Avenue A. O dinheiro era
ruim, mas a empresa era boa. Eu achava que a vida era
muito curta para fazer algo que eu não amava.
Especialmente para mim. Jessica Rabbit revirou os olhos.
A pequena morena deu de ombros e virou as costas para
nós, brincando com o celular. Elas pensaram que eu era
uma cadela salgada. Elas estavam certas. Eu literalmente
era. Mas se estivéssemos sendo corretas aqui, um
despertar rude as aguardava. Eu conhecia o ritual do
meu vizinho e ex–namorado da minha irmã de cor. De
manhã, ele vai chamar um táxi e nem se importará em
fingir que mantinha seus números.

De manhã, ele agirá como se fosse nada mais que um


desastre que ele teve que limpar. De manhã, ele ficará
sóbrio, de ressaca e ingrato. Porque ele era um Garoto
quente... Um egomaníaco privilegiado e enlouquecido de
Sinners Saints, que achava que ele merecia tudo e não
devia nada.

Vamos elevador. Por que você está demorando tanto?


– LeBlanc – disse Dean desta vez, encostado na parede
de prata e puxando um baseado de trás de sua orelha,
procurando por seu isqueiro em seus jeans escuros feitos
sob medida. A garrafa foi descartada e passada para uma
das mulheres. Ele usava uma camisa de grife com decote
em V (o tipo de verde limão que fazia seus olhos se
destacarem e sua pele parecia ainda mais bronzeada), um
blazer preto aberto e tênis de cano alto. Ele me fez
querer coisas estúpidas. Coisas que eu nunca quis de
ninguém, muito menos de um homem que namorou
minha irmã por oito meses. Então eu as ignorei e tentei
ser malvada com ele. Dean era como o Batman. Ele era
forte o suficiente para aguentar.

– Amanhã. Você. Eu. Café da manhã de domingo .Diga–


me sim e eu vou comer mais do que apenas comida.

Ele baixou o queixo para mostrar seus olhos de


esmeralda, uma expressão sinistra em seu rosto. Não há
pontos de interrogação com esse cara. Mimado, o
pensamento amargo passou pela minha cabeça. Ele vai
fazer um trio em alguns minutos e está aqui tentando
flertar com a irmã da ex–namorada. Elas também podem
ouvir tudo. Por que elas ainda estão aqui? Eu ignorei seu
avanço ridículo sobre mim, avisando–o sobre algo
completamente diferente.

– Se você acender essa coisa no elevador, – eu apontei


para seu baseado
– Eu juro para você que eu vou me esgueirar em seu
apartamento hoje à noite e derramar cera quente em
toda a sua virilha. – Jessica Rabbit ofegou. A pequena
morena gritou. Bem, elas estariam na linha de fogo se
isso acontecesse.

– Caralho, relaxe um pouco! – A morena acenou com a


mão em minha direção, pronta para explodir.

– Você é um tipo muito assustador!

Eu não prestei atenção à mulher com a maquiagem de


giz de cera. Em vez disso, eu simplesmente olhei para os
números vermelhos na porta do elevador, indicando que
eu estava chegando cada vez mais perto de um banheiro,
vinho e meu controle remoto.

– Responda–me. –Dean ignorou as garotas que ele


estava prestes a comer, seus olhos vidrados retornando
aos meus.

– Almoço? – Soluço . – Ou podemos simplesmente


pular tudo isso e foder?

Romântico sem esperança, eu sei, mas, infelizmente,


ainda era um não para mim. Honestamente, eu não
estava apenas desanimada com a maneira como ele
tentou me arrastar para a cama, mas também por causa
do meu tempo ruim. Fazia três semanas desde que
Darren arrumou suas malas e mudou–se para fora do
apartamento que tinha compartilhado por seis meses,
nós estivemos juntos por nove meses, após um breve
período eu estava com uma macaco gordo que curtia
música metal entusiasta chamado Hal. Dean não
desperdiçava seu tempo tentando ocupar a posição
ocasional de arrebatador. O fato de que Dean era
essencialmente meu senhorio e que eu só lhe pagava cem
dólares por mês por motivos legais não tornava mais
fácil recusar. Ele era co–proprietário do meu
apartamento com Vicious, Jaime e Trent, e mesmo
sabendo que ele não iria me chutar, e Vicious nunca o
deixaria, eu também sabia que tinha que jogar bem com
ele.

Mas a ideia de que ele poderia me infectar com todas


as DSTs incluídas na Web de Medicina tornou mais fácil
rejeitá–lo. Muito mais fácil, na verdade. Os números
vermelhos subiram na tela.

Terceiro.

Quarto.

Quinto.

Vamos, vamos, vamos.

– Não – eu disse categoricamente, quando percebi que


ele ainda estava olhando para mim, esperando pela
minha resposta.

–Por que? – Outros soluços

– Porque você não é meu amigo e eu não gosto de


você.
– Por que isso? – Ele pressionou, sorrindo.

Porque você quebrou meu coração e colocou tudo de


volta fraco e incorretamente.

–Porque você é um mulherengo irremediável – Eu te


dei o motivo número dois na minha lista "Por que eu
odeio Dean". Essa coisa era longa com um L maiúsculo.
Em vez de se sentir envergonhado ou desanimado, Dean
se inclinou na minha direção novamente e pressionou o
dedo indicador na minha bochecha com a mão que
segurava o baseado apagado, seu rosto indiferente e
calmo. Ele levantou uma mecha de meu cabelo que ele
pegou do meu rosto, seu dedo estava tão perto dos meus
lábios que eu vi o padrão redondo de sua impressão
girando em torno do meu cabelo encaracolado.

– Faça um pedido. – Sua voz era de cetim envolvendo


em volta do meu pescoço, apertando suavemente. Fechei
meus olhos e mordi meu lábio inferior. Então abri–os e
soprei a mecha, observando–a balançar gradualmente,
como uma pluma.

– Você não quer saber o que desejei? – Minha voz saiu


rouca. Ele se inclinou em direção ao meu corpo, seus
lábios pressionando contra a minha bochecha.

– Não importa o que você quer – ele arrasta as


palavras.
– O que importa é o que você precisa. Eu tenho isso ,
Rosie. E um dia, nós dois saberemos disso, e eu vou dar a
você.

Eu estava voltando de um período de seis horas como


voluntária em um pequeno hospital infantil no centro,
que eu seguia logo após terminar um turno completo no
refeitório. Eu estava cansada, com fome e meus pés
tinham bolhas do tamanho do meu nariz. Eu não deveria
ter sentido mil peixes pequenos nadando no meu peito,
mas eu senti. Eu senti, e odiei isso.

– Almoço – ele murmurou na minha cara, sua


respiração quente e fedida assoprando minha pele.

– Você está morando no meu apartamento há quase


um ano. É hora de reavaliar seu aluguel. Minha casa
amanhã de manhã. Quando você estiver pronta, mas é
melhor você estar lá. Capiche?

Eu engoli, olhando para longe, e quando olhei de novo,


a porta do elevador se abriu. Eu pulei para frente,
praticamente correndo, correndo pelo corredor e
puxando minhas chaves da mochila. Espaço, eu precisava
disso, me distanciar dele, agora. Sua risada ainda chegou
a minha porta do vigésimo andar, sua cobertura, onde ele
terminou sua viagem à noite com duas mulheres bonitas.

Depois do banho, eu me servi de um pouco de vinho, e


tive um jantar saudável e equilibrado que consistia em
Cheetos e um molho de laranja de origem desconhecida
que eu tinha encontrado na parte de trás da minha
geladeira, joguei minha bunda no sofá e comecei a mudar
de canal. Embora eu quisesse ver Portlandia, porque me
fazia sentir um pouco mais sofisticada do que o meu
jantar sugeria, de alguma forma eu fui pega vendo O que
esperar quando você está esperando. Horrível, e não só
porque marcou 22% no Rotten Tomatoes1 Mas porque
me fez pensar em Darren. E pensar em Darren me fez
querer ligar para ele e pedir desculpas a ele mais uma
vez.

Eu olhei para o telefone por longos segundos,


debatendo, refletindo sobre o cenário em meu cérebro
cansado e indefeso.

Ele responderia. Ele tentaria me dizer que cometi um


erro terrível. Que ele não se importava, Que ele ainda me
queria de qualquer maneira. Era só o que fazia, ele se
preocupava muito. E não foi bom o suficiente. Não para
alguém como ele.

Outra coisa que eu deveria mencionar: apesar da


minha natureza sarcástica e minha boca grande, eu era
tudo “ladra mas não morde”. Eu não estava interessada
em arruinar vidas. Eu preferia salvá–las. É por isso que
eu renunciei a Darren. Darren merecia uma vida normal,
1
(2) Rotten Tomatoes (em espanhol, Tomatoes Podridos) é um site dedicado à revisão, informação e notícias de filmes.
Tem diferentes maneiras de resumir as opiniões críticas do público em geral sobre diferentes filmes.
com uma esposa normal e uma quantidade adequada de
filhos para começar um time de futebol. Ele merecia
longas férias e atividades ao ar livre fora dos muros do
hospital. Quando não estava trabalhando lá. Em suma,
ele merecia mais do que eu poderia dar.

Eu fui para a cama, pressionando minhas costas


contra a cabeceira enquanto olhava com expectativa pela
porta do meu quarto, esperando que ela se abrisse,
empurrada ppelo homem que iria me manter aquecida à
noite. Dean Cole. Jesus, eu odiava isso. Agora mais do que
nunca eu queria reavaliar meu aluguel, mas não podia, já
era muito alto para mim como estava. Especialmente
pelos padrões de Manhattan. Além disso, ele já o ajustou
no dia que completei dois anos. Foi realmente
necessário, ou ele queria se vingar de mim por não ceder
aos seus avanços?

Fechando os olhos, imaginei o idiota de classe mundial


comendo Jessica Rabbit, que estava montado em seu
rosto esculpido e perfeito, enquanto a pequena morena o
chupava. Espantada, eu coloquei uma mão na minha
calcinha já molhada, meu toque em minhas dobras se
aprofundou e eu tossi suavemente. Dean Cole era
provavelmente o cara sujo. O cara provavelmente girou
Jessica Rabbit um segundo depois que ele gozou e a
penetrou por trás, puxando seu cabelo ruivo. Eu
empurrei meu dedo indicador dentro do meu sexo, então
meu dedo do meio, procurando por aquele lugar.
Enojada, imaginei a pequena morena sendo segurada
pelo pescoço e colocada de costas quando terminou com
Jessica Rabbit. Agora ele estava a torturando também,
beliscando seus mamilos. Forte, Eu arqueei minhas
costas, rebelde. Eu gemi, enojada. Então eu gozei duro
em meus dedos, enjoada. Eu odiava tudo sobre Dean
Cole. Tudo ... exceto ele.
CAPÍTULO 02

S–E–X–O.

Isso é ao que tudo se resume, realmente.

O mundo inteiro é baseado em uma única necessidade


animal. Nossa busca para vivermos melhor, trabalhar
mais, ser mais rico e buscar coisas que nem precisamos,
um carro melhor, objetivos mais definidos, uma
promoção, um novo corte de cabelo, seja qual for a
porcaria que eles tentam nos vender nos anúncios.

Tudo. Devido. Ao. Sexo.

Toda vez que uma mulher compra um perfume ou um


produto de beleza ou um maldito vestido.

Toda vez que um homem se endivida com pagamentos


ridículos por um carro esportivo que não é nem de longe
tão confortável quanto o espaçoso carro coreano que ele
tinha uma semana atrás e se injeta esteróides no
vestiário de uma academia mal ventilada ... . Eles fazem.
Para. Comer. Uma. Mulher. Mesmo que eles não saibam
disso. Mesmo que eles não concordem com isso. Você
compra aquela blusa e aquele Jeep e aquele novo nariz
para deixar você mais fodido. Ciência, baby. Não discuta
com essa merda.

A mesma coisa aconteceu com a arte. Algumas das


minhas músicas favoritas eram sobre sexo antes mesmo
que eu soubesse que poderia fazer outra coisa com meu
pau que não envolvesse mijar meu nome na neve.
"Summer of ‘69", Bryan Adams, eu tinha nove anos de
idade. Ele estava claramente cantando sobre sua posição
sexual favorita. "I Just Died in Your Arms", da Cutting
Crew, falava sobre orgasmos. "Ticket to Ride", dos
Beatles, prostitutas. "Come On Eileen" Aquela música
alegre de merda que todo mundo dança em casamentos,
coação sexual.

Sexo estava em todo lugar. E por que não estaria? É


lindo pra caralho. Eu não poderia ter o suficiente. E eu
também era bom nisso. Eu disse bom? Eu era
espetacular. Essa é a palavra que eu estava procurando.
A prática leva a perfeição. E Deus sabe como eu tenho
praticado.

Isso me lembrou que eu precisava pedir outra caixa de


preservativos. O especialmente criado por uma empresa
chamada DilanConUnaGoma. Não só projetei o invólucro
para ter meu nome, algumas garotas queriam mantê–lo
como lembrança, quem era eu para negar? E escolher as
cores (gostei do vermelho e do roxo). O amarelo fez
minhas bolas parecerem um pouco pálido, não é uma boa
cor para mim ...), mas também fui exigente com o tipo de
latex, espessura –0,0015mm, para ser exato e o nível de
sensibilidade.

–Bom dia, pra você.

uma das meninas falou, acordando de seu sono. Ela


pressionou um leve beijo na parte de trás do meu
pescoço. Sempre levei alguns segundos para lembrar
com quem eu passei a noite, mas esta manhã ainda era
pior, porque ontem eu passei bebendo como se minha
missão fosse liquefazer meu fígado em rum.

–Você dormiu bem?– Perguntou a segunda garota.

Meu corpo estava inclinado para o lado, contra a mesa


de cabeceira, enquanto eu deslizava por uma maldita
longa mensagem de texto escrita pelo meu amigo e
parceiro de negócios, Vicious. A maioria das pessoas
escrevem mensagens curtas para expressar sua opinião.
Este bastardo intenso me enviou toda a porra da Bíblia.
Acordar com uma mensagem dele era o equivalente a
acordar com o boquete de um tubarão. E isso é o que ele
escreveu:
Querido idiota,

Minha noiva me informou que a “dor de


cabeça” de sua irmã poderia estar atrasada
para o jantar de ensaio no próximo sábado,
porque ela está tentando economizar alguns
dólares, fazendo dois vôos de conexão para
chegar a Sinners Saints. Ela é dama de honra
de Em, por isso a sua presença não é nada
opcional. É obrigatória, e se eu tiver que
arrastá–la pelo seu cabelo, eu o farei, mas
preferiria não fazê–lo.

Você sabe como me sinto sobre este lugar.


Nova York é difícil para o corpo. Los
Angeles é difícil para a alma. Eu não tenho
alma.

Peço a você como amigo que bata na porta


de Rosie e coloque um novo bilhete de
embarque em sua mão. Peça a Sue que reserve
um bilhete de primeira classe ao seu lado e
certifique–se de pegar o avião na sexta–
feira. Encaminhe–a para o maldito assento,
se necessário.

Esta é a parte em que você provavelmente


está se perguntando por que diabos você me
faria um favor. Considere isso como um favor
para Millie, não para mim. Ela está
estressada, preocupada. E ela não merece
esse tipo de merda. Se a irmãzinha de Em
acha que pode fazer o que quiser, está
errada. Faça–a perceber o quanto está
errada, porque todos os dias que ela
interpreta a obediente e santa, minha futura
esposa está sendo ferida. E todos nós
sabemos como reajo quando algo que é meu
está sendo danificado.

Paz, filho da puta.

–V.

Não é exatamente uma conversa agradável, mas esse


era o Baron Spencer. Eu me estiquei, sentindo um corpo
quente rastejando sobre mim, lutando contra o lago azul
marinho, sem costuras, de lençóis de seda entre nós.
Havia montes de pano rico, carne morna e curvas suaves
em volta de mim. O sol estava vindo da minha janela do
chão ao teto, brilhando na minha varanda de trezentos
metros quadrados, um mar de grama recém–cortada
sangrando no horizonte de Manhattan. Raios de calor
lambiam minha pele. O bar molhado me pediu para me
fazer um Bloody Mary. E as poltronas de luxo, cinza e
azul me pediram para levar as garotas para uma
caminhada contra elas, para que toda a porra de Nova
York nos visse e ouvisse.

Em resumo: esta manhã foi incrível.

Vicious, no entanto, não foi incrível.

Portanto, eu me permiti tomar banho no conforto


dessas mulheres – Natasha e Kennedy – e fazer o que
Deus, ou a natureza, ou ambos, queriam que eu fizesse,
foder com força. Devido a civilização e a disseminação de
sementes e merda. Enquanto Kennedy, adorável ruiva,
minha memória me lembrou, beijou meu pescoço,
fazendo o seu caminho para a minha ereção matutina,
Natasha, a pequena e quente instrutora de ioga, beijou
minha boca avidamente, eu processava a nova
informação através do martelar de uma ressaca bem
merecida. Então, Millie LeBlanc ficou estressada com o
jantar de ensaio. Não há surpresas nisso. Sempre foi uma
boa garota que queria que tudo fosse perfeito e
trabalhou duro para fazer tudo da melhor maneira. Um
contraste gritante com o homem com quem ela estava se
casando, que assumiu o controle de tantas vidas quanto
pôde usando sua sagacidade e seu comportamento
horrível. Ela era a pessoa mais doce que eu conhecia não
necessariamente uma coisa boa, a propósito , e ele era de
longe o mais desagradável.

Eu acho que deveria pensar sobre o "e se?", porque


Millie costumava ser minha namorada. O cérebro
humano foi projetado para preencher as lacunas, eu
tinha vinte e nove anos de idade, e Millie foi minha única
namorada séria, as pessoas poderiam assumir que era
um grande amor perdido. A verdade, como sempre, era
ao mesmo tempo decepcionante e pouco lisonjeira. Millie
nunca foi um grande amor. Eu gostei, mas não foi feroz
ou possessivo ou louco. Eu me preocupava com ela e
queria protegê–la, mas nunca de uma maneira que me
tirasse da minha maldita mente, como ela fez com
Vicious. O fato é que eu gostei quando ela terminou
comigo mesmo que de uma forma terrível como o
inferno por meio de uma carta meio quebrada foi apenas
para provar que realmente não estávamos destinados a
ser. Porque a verdade era que eu estava apaixonada por
Emilia LeBlanc ... até que eu não estava. Às vezes acho
que simplesmente amei a ideia de estar com ela, ou
nunca a amei de jeito nenhum. De qualquer forma, uma
coisa não podia ser discutida, quando eu estava com ela,
Foi bom, foi leal e respeitoso ela, por outro lado, me
fodeu.

Até hoje, eu não sinto como se realmente conhecesse


minha única ex–namorada. Eu conhecia suas
características, claro. O lixo que você colocaria no seu
perfil de namoro na internet. Fatos secos. Ela era
artística, tímida e educada. Mas eu não tinha ideia de
quais eram seus medos e segredos. O que a mantinha
acordada durante a noite, o que a fez ferver o sangue e
chiar o corpo.

A outra parte da minha desagradável verdade era que


eu nunca senti que queria saber essas coisas de ninguém
além de Rosie LeBlanc. Mas Rosie me odiava. Então eu
fiquei solteiro. Ela ia mudar de ideia. Tinha que fazê–lo.
Falando em Rosie, ela não recebia dinheiro de Vicious e
Millie a menos que fosse necessário. Isso era de
conhecimento geral, e ela fez essa afirmação um ano
atrás, fornecendo meu condomínio de dois milhões de
dólares em Nova York, onde ela vivia com os descartes
da Craigslist2, que custavam menos de duzentos dólares
2
A Craigslist é uma rede de comunidades online centralizadas que disponibiliza anúncios gratuitos
aos usuários. São anúncios de diversos tipos, desde ofertas de empregos até conteúdo erótico.
no total. Eu duvidava que ele pudesse fazê–la mudar de
idéia, mas quando se tratava dela, sempre estava
disposto a tentar.

De qualquer maneira. Voltando para a merda


importante. Foi quando Kennedy me levou na boca,
exibindo um talento sério de garganta profunda, que
ouvi uma batida na minha porta. Não era permitido
entrar no prédio sem um código, e ninguém me
perguntou um recentemente, o que me levou à simples
conclusão de que deveria ser a própria Srta. LeBlanc.

–Dean! – Sua voz rouca arrastou do corredor externo


para todos os tecidos do meu corpo e eu imediatamente
fiquei mais duro. Kennedy notou, tenho certeza, porque
seu aperto no meu pau afrouxou, e senti sua respiração
forte contra a minha coxa. Natasha parou a ação com a
língua. Ambas congelaram. Mais três acessos.

– Abre.

– É aquela garota estranha de novo? – a última


perguntou com uma careta e um beicinho.

– Claro, que malditamente é.

– Ela está me aterrorizando.

– Que garota esquisita – Natasha concordou. Como se


a opinião dela importasse.

Eu sentei e me acomodei em minhas calças de


moletom pretas. Não me lamentei pela foda inacabada.
Eu estava mais ansioso para dar uma olhada nessa
coisinha, me perguntando por que ela veio aqui.
Levantei–me e esfreguei o sono dos meus olhos, minhas
mãos deslizando para bagunçar meu cabelo
deliberadamente.

– Isso foi divertido. – Eu beijei as costas de suas mãos


antes de começar a caminhar em direção à porta da
frente com um propósito.

– Deveríamos fazer novamente em algum momento. –


Nós não íamos fazê–lo em algum momento. Ou a
qualquer momento. Este foi um adeus, e ambas sabiam
disso. Ficou claro quando as peguei na noite anterior em
um bar em Manhattan que eu fui. Elas estavam inalando
cocaína como se fosse açúcar em pó, talvez um grande
valor disso, em uma mesa em um lugar deslumbrante
que eu usava toda vez que precisava usar esses
preservativos feitos sob medida. Sentei–me no bar,
troquei olhares de paquera com elas e pedi ao barman
que enviasse algumas bebidas para as meninas. Eles me
convidaram para ir e fazer algumas fotos com elas. Eu as
convidei para sentar no meu rosto. Uma bebida se tornou
sete. Este roteiro estava ficando velho.

–Wow, você deu um grande trabalho – Kennedy foi a


primeira a sair da cama. Virei a cabeça para vê–la
levantar o vestido do chão, puxando–o como se tivesse
machucado de alguma forma. Na verdade? Pensei, antes
de chamar um táxi para me levar para casa, eu disse a
elas, é claro, como o maldito céu de agosto: essa era mais
uma foda. Cristo, que parte de pegá–las em um bar e usar
um breve tópico de conversa fez com que pensassem que
haveria mais?

Eu ofereci às garotas uma piscadela de consolação


antes de entrar orgulhosamente no enorme corredor
iluminado por champanhe, no chão de mármore creme e
nos retratos de família em preto e branco que me
observavam de todos os cantos com enormes sorrisos de
dentes brancos.

–Uh, com licença, seu idiota, nós estávamos no meio


de algo! – Natasha acrescentou em voz alta. Eu já estava
no saguão, abrindo a porta, atraindo–me como um ímã
para a fonte de toda a minha porra da libido. Baby
LeBlanc. Aquela pequena linda, louca, duende.

Rosie estava usando um par de calças rasgadas e uma


camisa branca básica com botões, sua versão de um
terno sob medida. Um coque alto e bagunçado estava em
cima de sua cabeça, e seus enormes olhos me disseram
que ela não estava impressionada. Eu inclinei meu
ombro contra a porta, sorrindo

– Mudou de idéia sobre o almoço?

– Bem, você me chantageou com sua ameaça de


reavaliação.

Seus olhos se afastaram do meu rosto para o meu


abdômen por um segundo antes de se elevarem.
Merda, eu fiz isso? Minha memória ontem à noite foi
marcada por álcool e buceta.

– Entra.

Eu dei um passo para o lado. Ela virou a cabeça na


minha direção quando ela entrou.

– Eu pensei que você faria pelo menos café antes de se


preocupar com o aluguel. Demais para ser agradável , ela
murmurou, bebendo do meu apartamento com os olhos
arregalados. Cruzei meus braços sobre o peito, ciente da
minha figura cortada, e corri minha língua pelo meu
lábio inferior.

– Você quer gentileza? Posso comprar seu café da


manhã na padaria do térreo e dar–lhe alguns orgasmos
de sobremesa

eu disse, acrescentando:

– E posso agradar você na cama, se preferir.

–Você tem que parar de flertar comigo.

Sua voz era dolorosamente plana quando ela passou


em frente à enorme ilha branca e cinza no meio da minha
cozinha, aço inoxidável piscando para nós de todos os
cantos do cômodo. Ela se deixou cair em um banquinho e
olhou para minha cafeteira vazia perto da pia como se
tivesse cometido um crime de ódio.

–Por que? – Eu zombei, acendendo a cafeteira.


– Por que tenho que parar de flertar com você Rosie
LeBlanc? Agora ela estava solteira, depois de deixar seu
namorado médico entediado. Ela era um jogo justo, e eu
ia tentar jogar com ela até que ela tivesse queimaduras
de tapete de terceiro grau nas costas. Na verdade, essa
foi a primeira coisa que pensei quando vi o patético filho
da puta saindo de seu apartamento. Do meu
apartamento.

Vou foder a sua ex–namorada antes que as lágrimas


em seu travesseiro se sequem, pensei. E ela vai amar tanto
que vai rastejar por mais.

Enquanto isso, na vida real, Rosie aceitou avidamente


a xícara fumegante de café que eu silenciosamente lhe
ofereci, tomando um gole. Ela fechou os olhos e gemeu.
Sim, ela gemeu. Porra, eu queria que esse som fosse meu
novo toque. Então ela abriu os olhos e derramou água
gelada sobre a minha fantasia.

–Porque já mergulhou a sua salsicha no molho da


família e, embora eu saiba que é uma receita secreta que
todos querem mais, receio que não tenha tido sorte.

–Eu adoro quando você fala sobre sexo e culinária


comigo. – Eu dei um passo em direção à ilha, colocando
meus antebraços nela com um olhar aquecido.

–Pode ser porque somos Coca–Cola e você sempre se


conforma com Fanta.

Seus olhos vagaram na direção do meu quarto.


Todos os músculos do meu torso ficaram tensos
quando soltei uma risada genuína. Meus caminhos em
forma de V do abdômen marcado, os braços fortes e
peitorais proeminentes não escapavam de seu olhar, e
suas bochechas cor de pêssego admitiam isso, mesmo
que ela nunca o fizesse.

– Eu te quero

eu disse simplesmente, sem desculpas, porque eu a


queria.

– Como você fez com a minha irmã.

Baby LeBlanc assentiu brevemente.

–Você está planejando foder seu caminho através da


nossa árvore genealógica? Preciso imprimir uma cópia
do nosso perfil ancestry.com?

– Por favor, quando tiver a oportunidade.

Eu respondi –lhe com um pouco de sua insolência.

– Embora eu tenha a sensação de que você pode me


manter ocupado muito bem sozinha.

– Você é teimoso demais,

ela disse, como fazia em qualquer outro momento,


tomando outro longo gole de sua xícara de Joe.

– Sim. Sem falhas nesse departamento. Ou qualquer


departamento, para esse assunto.
Meu sorriso se alargou quando seus olhos deslizaram
para minha virilha. Nós estávamos envolvidos em uma
batalha de vontade. Que foi bom Eu estava destinado a
vencer. Eu sempre conseguia o que queria. E o que eu
queria estava sentada na minha frente, esperando pelo
veredicto sobre o aluguel dela.

Kennedy e Natasha apareceram do corredor. Elas


eram colegas de quarto, por isso não fiquei surpreso
quando a última disse a sua amiga que o Uber que
ligaram chegaria em três minutos. Compartilhar um táxi
era uma economia inteligente. Elas precisavam ver suas
despesas depois de inalar o valor do aluguel em coca.
Bom para elas.

– Tchau garotas. – Eu acenei.

– Adeus, seu imbecil. – Kennedy jogou o sapato de


salto alto com um movimento de braço que fez o jogador
em mim querer assobiar em admiração. Eu me esquivei,
abaixando a cabeça rapidamente. O tamanco vermelho
voou pela cozinha, passou pelo ombro de Rosie e bateu
na geladeira. Ele fez um dente. Pelo menos ela tinha isso
a seu favor. Nenhuma mulher jamais conseguiu fazer isso
antes. Rosie tomou um gole hesitante do café, cheirando
a indiferença.

–Hmm, ela disse.

– Isso é bom.
Ela não quis dizer o café. Ela fez aquele pequeno
gemido. De novo.

Vou te arrastar pelo cabelo até o lado negro e você não


tem a mínima ideia.

–Vamos direto ao ponto, querida. Você estará voando


comigo para Sinners Saints na sexta–feira.

Eu peguei a colher de proteína de soja do seu


recipiente, misturando com leite em pó desnatado. Não
sei como pareço depois de engolir fast food o dia todo.
Isso fazia as coisas se equilibrarem. Não importa o preço.
Na academia, no trabalho, ser um filho doce e perfeito.
Tudo foi calculado e vencido da maneira mais difícil. Não
há atalhos para mim. Tem sido assim desde que eu era
muito jovem, mas ninguém fazia idéia. Para eles: para
Rosie, sua irmã, meus amigos, eu era um idiota sortudo
que nasceu com uma colher de prata enfiada tão
profundamente na boca que nunca teve que levantar um
dedo e trabalhar. Eu os deixo pensar isso. Não há mal em
ser subestimado.

Eu ouvi Rosie se arrastando no banco alto da ilha e eu


sabia que ela não ia cair sem lutar. Para uma menina
doente, ela era corajosa como merda.

–Millie já me perguntou. A diferença de preço é de


duzentos dólares por passagem. É só o ensaio, amigo.
Não é como se fosse faltar no casamento real.
O casamento real será no domingo, mas a maioria dos
participantes: incluindo Jaime, Trent e eu, iremos voar
para Sinners Saints na sexta–feira, faltava uma semana e
meia e programaram um jantar de ensaio, uma
despedida de solteiro e o casamento de uma só vez,
ninguém poderia escapar. Nós éramos um grupo muito
unido. Toda vez que poderíamos ter um bom tempo
juntos, aproveitavamos a oportunidade. Rosie
economizava dinheiro por escolha. Sua irmã iria casar
com um dos homens mais ricos da América. Eu aprecio
como Baby LeBlanc não era o tipo de garota sanguessuga
no saco de alguém, tem o apartamento e comodidades
quase de graça, e elas também pagam os seus
medicamentos, mas trabalhou duro para todo o resto. E
ela arranja tempo para trocar fraldas sujas e
cumprimentar os visitantes em um hospital infantil
algumas vezes por semana. Ela era uma tutora, mas não
precisava de um lembrete disso.

–Você é a dama de honra. –Eu me virei para ela,


inclinando um quadril contra o balcão. Seus olhos
estavam fixos no meu bíceps inchado quando eu misturei
minha bebida. Movendo–se para a frente e para trás
como uma bola de tênis, Ela lambeu os lábios, sacudindo
a cabeça, provavelmente para se livrar da imagem
mental de eu batendo em sua bunda com o mesmo braço
musculoso.
–Eu entendo a seriedade do papel, e sou
perfeitamente capaz de andar em linha reta com sapatos
desconfortáveis por dois minutos enquanto seguro o
vestido dela. Você percebe que essa é a única coisa que
minha parte implica, certo?

– Que tal uma festa de despedida?

Eu esfreguei meu abdômen nu para tentar fazê–la


gemer ou lamber os lábios, jogando a cabeça para trás e
mordendo um pedaço de biscoito de caramelo que não
tinha gosto de biscoitos ou doces era tudo como bosta
podre.

– Que quer dizer com isso?

Me desafiou, seu olhar fixo no meu rosto.

– Quem está planejando a despedida de Millie? Não


deveria ser esse o papel da dama de honra também?

– Está sob controle, e vai ser épico. Por quê? Você está
planejando a festa de Vicious?

Ela perguntou, surpresa. Ela inclinou o corpo para a


frente, seus seios pequenos e alegres se apertando
dentro do sutiã. Eu rosnei, sentindo meu pau inchar
dentro das minhas calças de moletom baixas.

Olhando de fora, isso parecia como se Vicious e eu


tivessemos muitos problemas. A verdade era que nossa
amizade era forte. Era diferente da fraternidade normal
que o resto dos garotos tinha, mas era sólido.
– Eu farei isso. Jaime também está ajudando. Estamos
fazendo um final de semana em Las Vegas.

– Clásico. – Seu sorriso era condescendente.

–Bem, nós consideramos não dar a mínima e pagar


pelo jantar de ensaio do nosso amigo, mas então você
veio e roubou nossa idéia. O que se passa por sua cabeça,
afinal? Você está com problemas porque sua irmã mais
velha vai se casar?

Ela se virou em seu assento e, quando vi seu rosto,


algo ficou tenso no meu peito. Ótimo, idiota. Tudo o que
eu disse afetou–a o suficiente para drenar o sangue de
seu rosto.

– Cala a boca, Ruckus. Só estou perguntando se o que


planejei é elegante o suficiente. Eu estava organizando
uma festa do pijama de algum tipo.

Os olhos vazios e inseguros perguntaram minha


opinião. Isso não soava como ela. Rosie geralmente
queimava com autoconfiança, e parecia uma merda ser o
único a apagar sua chama.

– Festa do pijama, hein?

Eu fiquei ao lado dela apenas para ser capaz de


escovar os dedos contra sua cintura. Por acidente, claro.

– Millie é uma garota discreta. Eu não vejo uma razão


pela qual ela não gostaria disso.
– Eu te direi por que, porque você está indo pra Las
Vegas. Agora eu tenho que melhorar meu jogo. – Ela
reclamou, servindo uma segunda xícara de café sem
perguntar.

– Você quer ser uma boa irmã? Você pode começar a


aceitar a maldita passagem que eu vou te comprar.

– A resposta é não, ela respondeu, arrastando as


palavras, suspirando alto.

– O inglês não é sua língua materna? Devo dizer não


em outro idioma? Eu não falo idiotez fluentemente, mas
eu posso tentar –, ela rosnou

–Vicious está falando seriamente sobre isso. Ele virá


aqui e arrastará você ele mesmo. Eu sou o menor dos
dois males, Baby LeBlanc. Você vem comigo –, repeti. Não
que qualquer um deles merecesse algum favor de mim,
mas eu estava feliz por Vicious e Millie. Ainda mais feliz
de passar uma semana com Baby LeBlanc. Eu tenho
estado vidrado em sua bunda redonda e cremosa por
anos. Já era hora de reivindicar isso.

Rosie desviou o olhar, cruzando os braços como uma


criança teimosa.

–Não.

–Sim

eu disse exatamente no mesmo tom.


–E é melhor você arrumar uma mala, porque o voo
estará partindo na sexta–feira de manhã, e nós dois
temos uma semana ocupada pela frente.

Ela piscou, sem responder.

– Vamos fazer um bom negócio, ok? –Eu a enfrentei,


cotovelos na ilha. Seu corpo seguiu o exemplo,
gravitando em minha direção. Estávamos alinhados e ela
não sabia, mas parecíamos dois corpos esculpidos. Feitos
um para o outro. O que ela também não sabia era que
íamos testar minha teoria e ver se íamos combinar. Logo
muito porra em breve.

– Vou levá–la para o covil do diabo, porque você tem


que vir. – Eu sabia o quão impossível Vicious poderia ser.
– Mas estou de plantão se você precisar de alguma coisa.
Pense nisso. É uma boa maneira de nos conhecermos. –
Eu ofereci–lhe um sorriso com covinhas.

– Eu não quero te conhecer. Tudo o que sei sobre você,


é o suficiente para eu não gostar– disse Rosie.

– Se não vamos falar do meu aluguel, me avise e eu


sairei.

– Venha para Sinners Saints comigo.

Eu ignorei sua última declaração. Porra, ela foi muito


persistente. Por que isso me excitou assim? Talvez
porque a maioria das mulheres tivesse uma tendência a
agir de forma diferente na minha frente. Elas eram
legais, muito bobas e sedutoras. Três coisas que você não
pode culpar Baby LeBlanc por ser.

– Esqueça isso

ela murmurou, descendo do banquinho.

–Rosie

Eu a adverti.

– Dean

Foi a sua vez de me imitar. Ela revirou os olhos.

– Deixe–me saber qual é o meu novo aluguel antes do


final do mês, por favor. Eu preciso fazer os arranjos
necessários, se eu não puder manter o apartamento.

Ela caminhou até a porta e a bateu antes que eu


tivesse a chance de dizer a ela que o aluguel seria o
mesmo se ela viesse.

Eu estava bem, eu tinha paciência, contanto que as


coisas fossem do meu jeito. Baby LeBlanc iria se curvar
para mim eventualmente.
CAPÍTULO 03

O que te faz sentir viva?

Peguar um ônibus com uma rota que eu não


conheço. Caminhar o longo caminho para
casa,com o sentimento que meus sentidos
aumentam à medida que meu corpo se torna
mais alerta para a paisagem desconhecida que
me rodeia.

– Que playlist louca, menina – Comentou minha


melhor amiga na quarta-feira seguinte, quando conectei
meu USB ao laptop do The Black Hole. Eu fiz uma playlist
de oito horas com os melhores dos melhores, assim como
fiz em cada turno que tive. Pessoas vieram de toda Nova
York para ouvir minhas playlists. Os clientes disseram
que ela lhes deu algum conforto de suas residências em
Manhattan. Do pop elétrico francês, do punk anarquista
ao velho rock britânico, minha música era como uma
batida. Ela trouxe todas as crianças para o pátio e as fez
pagar cinco dólares por um pequeno leite. Vitória.

– Obrigada, querida
pisquei para ele, afastando–me do laptop e limpando o
balcão na minha frente pela enésima vez naquela manhã.
Embora eu tivesse 100% de incapacidade devido à
minha doença, optei por trabalhar. A produtividade
transformou minha palha em ouro. Trabalhar era minha
salvação, porque quando você possui uma enfermidade
como a minha, toda a sua vida adulta está em liberdade
condicional.

– Como está o seu vizinho quente?

Elle perguntou, seus cotovelos pressionados contra o


balcão, as pernas tocando a melodia de "I'm Shipping Up
to Boston" de Dropkick Murphys que tocava ao fundo.

– Ainda mega–rico?

– Oh sim. Ele também ainda é um mega–idiota

tossi minha resposta. Eu desejei que minha amiga


loira, curvilínea e bonita, Elle, não tivesse conhecido
Dean no mês passado por dois segundos. Eu não achei
que ela iria notar sua existência quando ele nos
encontrou no elevador e me perguntou se eu queria ir, e
quando eu perguntei onde, ele disse em sua língua, mas
ela o notou, tudo bem. E quando ela descobriu que era
um dos CEOs da empresa de investimento fiscais
monstruoso Heights Holdings além de ser bonito, todas
as apostas foram feitas. Ela estava me perguntando sobre
ele desde então.
– Isso não nos importa– Agitou suas mãos, ignorando
a mesa de clientes desesperados no final da loja que
pediu–lhe para entregar–lhes a conta há um século atrás.
Eles podiam dançar o "Copacabana" e ela ainda não os
notaria. Elle era uma mulher incrível, bem como uma
garçonete terrível. Digitei seu pedido imprimi sua conta,
me aproximando da mesa e oferecendo–lhes bolos de
limão em cortesia antes de retornar a uma Elle ainda
inconsciente. Embora eu fosse a barista e tecnicamente
não fazia parte do meu trabalho, eu ainda cobria Elle o
tempo todo.

– Pra você não, mas pra mim importa. De qualquer


forma, ele está tentando me levar com ele para Sinners
Saints na sexta–feira ao invéz de sábado. Eu não quero

Mordi meu lábio inferior, pensando em mamãe e


papai. Eu não contara a Elle sobre minha conversa com
Dean. Ela esteve ausente durante toda a semana,
visitando seus pais em Nebraska. A última coisa que eu
queria era despejar meu lixo pessoal nela e arruinar suas
férias.

– Esqueça isso, diabos não

Elle balançou o dedo indicador, seus olhos castanhos


examinando os dois clientes jovens e masculinos que
entraram no café, estupidamente esperando por sua
atenção.
– Seus pais são um fardo e sua mãe está sempre no
seu pé. Além disso, eles ainda não sabem que você
terminou com o Darren, certo?

Verdade. Além de meus pais, eu teria que sair com


Vicious e Dean, duas das minhas pessoas menos
favoritas. A semana definitivamente seria um desafio. Eu
mudei de assunto, ignorando o festival de auto–piedade
que eu estava tentada a me jogar.

– A propósito, eu preciso mudar meu plano para a


festa de despedida de solteira da minha irmã. O novo
precisa ser louco com um toque brilhante

Abri um dos potes de biscoito de chocolate que


cobriam o balcão, pegando dois e colocando na boca.

– Alguma sugestão?

Não diga Vegas, não diga Vegas, não diga Vegas, eu


rezei internamente.

– Duas palavras: Las Vegas.

Ela desenhou um letreiro brilhante imaginário no ar.

–Faça um tour na cidade do pecado. Strippers


masculinos. Bebadeira. Um concerto de Britney Spears.
Todos os prazeres pecaminosos que você pode
aproveitar, basicamente.

Eu rosnei, jogando minha cabeça no balcão com um


baque. O dinheiro não era um problema. Se eu pedisse a
Vicious, ele desembolsaria qualquer quantia que
precisasse para que isso acontecesse. Embora o tempo
em Las Vegas significasse menos tempo com mamãe e
mais tempo com Millie, ainda não era a minha praia.

– Alguma outra ideia? –

Eu levantei uma sobrancelha. Elle teve uma chance


melhor de me puxar para uma caverna cheia de
vampiros famintos do que conscientemente passar o
tempo na mesma área de Las Vegas com os Garotos
Quentes de Sinners Saints, também conhecidos como os
melhores amigos do noivo. Especialmente Dean Cole.
Seus constantes avanços e insinuações sexuais irritavam
meus nervos.

– Honestamente, Vegas é sua melhor opção, garota.


Caso contrário, você pode seguir o roteiro usual. Faça
uma festa com o tema de consolos, o que você não quer
fazer mais porque é chato, ou um fim de semana no Cabo.
Agora, chega de carboidratos para a dama de honra. – Ela
colocou uma mão na tampa do frasco quando eu fui para
outro biscoito, balançando a cabeça.

– E lembre–se, você não pode ser uma Annie.

– Annie? – Eu fiz uma careta.

– Sim. Você sabe, de “damas em guerra”. Não deixe


que nenhuma das outras damas de honra de Millie
ofusque você. Essa merda vai te perseguir por toda a
vida.
De alguma forma, eu duvidei disso. Millie não tinha
muitas amigas. Eu era sua única dama de honra. Suas
expectativas eram terrivelmente baixas para começar,
graças a Deus.

– Eu aprecio o conselho –, eu bufei.

– Não mencione isso.– Ela moveu seus ombros


ossudos.

– Sério, não faça isso. A qualquer um. Prometi que


deixaria as comédias românticas quando tivesse
dezesseis anos como parte de uma aposta. Eu acho que
ainda está funcionando. Mas eu quebrei uma ou mil
vezes.

Eu ri, porque com Elle, você não podia deixar de rir.

– Sério, Rosie. Las Vegas seria perfeita. Não pense no


que você quer, pense em Millie. É a sua semana. E
também é correto aceitar o convite do seu vizinho
caloroso para chegar antes a Sinners Saints.

Eu odiava quando Elle estava certa.

Eu dei uma olhada no horário no meu celular, tinha


que levar o cachorro do meu vizinho para uma
caminhada em meia hora, e o metrô estava sempre cheio
nesta época do ano com turistas suficientes para povoar
um país de tamanho médio. Eu abaixei meu queixo.

– Vinho e sushi hoje a noite?


– Sashimi para mim. Estou de dieta neste verão. – Ela
passou as mãos pelo corpo, traçando curvas inexistentes
antes de levantar o polegar em aprovação. Então fez uma
pausa, franzindo a testa.

– Ei, quem você vai convidar para essa festa de


despedida, afinal? Sua irmã não é exatamente uma
borboleta social. – Isso foi um eufemismo se alguma vez
ouvi um. Além de sua amiga do ensino médio, Sydney,
que ficou em Sinners Saints, e uma menina
aleatoriamente mais velha que ela conheceu em Los
Angeles chamada Gladys, que a ajudou a montar sua
galeria, ela realmente não saiu com mais ninguém. Eu
balancei a cabeça, ocupada em reorganizar as xícaras de
café no balcão

– Sem vergonha, pedindo um convite. A que ponto o


mundo chegou?

– Olha, senhora, se você não se importa com o nosso


mundo, você pode se mudar para outro planeta. E sobre
aquele convite, – Ela o socou no ar uma vez.

– Nós estamos indo para Las Vegas! Chocar os cinco?

– Chocar os cinco e polegares para cima? Não,


obrigada, acho que tive uma boa dose de estupidez por
hoje –, eu brinquei.

– Seu vizinho sexy vai estar lá também? Em Las Vegas,


quero dizer. Parece o tipo de pessoa que faz uma festa
maluca.
– Sim –, eu rosnei, e quando eu disse isso, percebi que
eu não estava apenas chateada com a perspectiva de ter
Dean por perto. Eu também estava animada. Só um
pouco, mas o suficiente para fazer meu estômago dar
voltas. Isso deveria ter me avisado. Era para ter sido o
primeiro sinal de alarme. Porque todos sabiam uma
coisa, após o relâmpago, vem o trovão.

– Foda–se se eu me importo com Colton, vamos deixar


cair a demanda por seu rabo mais rápido um monte de
merda depois de uma visita a esse restaurante todo–
você–pode comer na Broadway só para ter certeza de
que nenhuma pode comprar mais ações até uma
investigação mais completa. Ficou claro? Colton? Colton!
Maldita seja.

Oh merda!

Sua voz correu para os meus ouvidos um segundo


tarde demais. Não tive tempo de pular do elevador antes
que ele passasse o braço pela barreira – aquela que
segurava o celular – para reabrir a porta. Dean cruzou o
limiar do elevador usando seu terno azul–marinho de
três peças e sorriso presunçoso, pressionando o telefone
contra o ouvido enquanto afrouxava a gravata de seda
vermelha queimada.

– LeBlanc –, ele sussurrou sedutoramente, terminando


a ligação. Eu o ignorei, olhando para os números acima
da minha cabeça. Seu corpo pressionou contra o meu por
trás e seus lábios encontraram meu ouvido.
– Seus mamilos sempre endurecem quando alguém
entra no elevador com você, ou você mantém essa reação
só para mim?

Merda dupla.

Meus olhos foram para baixo da minha camisa preta.


Horrorizada, lembrei–me que hoje de manhã usei um
sutiã fino, quase sem bojo, sob a camiseta do Misfits.

– É uma piada, mas é bom saber que você tem um


motivo para se preocupar. – Dean soltou uma risada
zombeteira.

Estúpido! O que você quer? – eu rosnei.

–Você, na minha cama, brincando com minhas bolas


enquanto eu chupo seus seios até eles sangrarem. Talvez
nos masturbar. Apenas como um aperitivo, obviamente.
O prato principal será melhor, mas você terá que ver por
si mesma.

Merda tripla.

Agora eu estava molhada. O elevador tocou. Eu corri


para fora, abri a porta e joguei as chaves em uma tigela
artesanal que mamãe fez na aula de cerâmica que
supostamente era uma figura egípcia, mas mais parecia
um macaco chorando, chutei minhas sandálias contra a
parede com um baque . Andando descalça até a cozinha,
abri a geladeira e bebi o suco de laranja, pegando dois
goles grandes diretamente da embalagem. Não foi até
que eu limpei minha boca com o antebraço que percebi
que Dean estava na cozinha comigo, olhando para mim
com os olhos verdes mais intensos que eu já vi na minha
vida.

– Reavaliação de aluguel. – Ele lambeu seus lábios.

– Antes de fazer outra birra, me escute. Há uma boa


oferta na mesa.

– Apenas me diga o preço. Suas ofertas são ações


judiciais por assédio sexual iminente. – Dean sorriu
quando seu telefone tocou novamente. Então ele olhou
para baixo e franziu as sobrancelhas, alargando as
narinas. Ignorando o som, ele encontrou meus olhos
novamente.

–Não é assédio quando se está obviamente no jogo.

Eu fui até a pia, lavei minhas mãos para ganhar tempo,


abstendo–me de responder a ele.

– É hora de fazer as malas para Sinners Saints , Rosie–


bug.

O simples fato de ouvir o nome que meu pai me dava


em sua língua me fez estremecer.

– É? Eu vou embarcar em um avião no sábado à noite.


É o que mimha passagem de avião diz.

– Não é a que você vai usar.–Ele inclinou a cintura


contra a pia, os olhos me despindo, pedaço por pedaço. A
chamada em seu telefone foi cortada, mas outra
começou, piscando a tela. Ele também a ignorou.

–Eu não vou com você.

Ele riu, sacudindo a cabeça como se fosse um


cachorrinho adorável e bobo.

– Quer apostar?

– Claro – Eu encolhi os ombros.

Ele se afastou da pia, parando onde podia cheirar,


mas não tocar. Não tão perto, mas o suficiente para que
aquele arrepio percorresse minha espinha. E era verdade
que, mesmo depois de todos esses anos, ele ainda tinha
esse efeito em mim. Esse sentimento inesperado que eu
não conseguia controlar, que eu não sabia o que dizer ou
fazer. Ele ficou atrás de mim e tirou uma mecha de
cabelo da parte de trás do meu pescoço, deixando minha
pele quente e eriçada. Então ele se inclinou e murmurou
no meu ouvido:

– Este tipo de apartamento custa oito mil dólares por


mês no mercado. Você está me pagando cem dólares por
mês. Eu tenho que o ajustar ao resto de Nova York,
senhorita LeBlanc?

Não havia ameaça em seu tom. Dean 'Ruckus' Cole era


um tipo diferente de idiota do que o Baron 'Vicious'
Spencer. Ele fode você com um sorriso gentil no rosto.
Nesse sentido, ele era um coringa. Em sua mistura de
confiança, arrogância, boa aparência e dinheiro, havia
uma pitada de loucura. O suficiente para você saber que
ele estava falando sério com cada palavra que ele disse.

Viver no limite, tão completamente,tão


imprudentemente, pronto para cair.

Eu engoli em seco, meu coração batendo tão rápido


que achei que ia derramar no chão. A emoção encheu
meu peito, nauseante e viciante. Eu sempre fiquei longe
do Dean Cole do mundo. Eu era a Chapeuzinho Vermelho,
que deu uma olhada no lobo, disse “ao diabo, não vale a
pena", virou–se e correu para salvar sua vida.

Agora que penso nisso, Dean foi o mesmo cara que


me ensinou essa lição.

Darren era mais meu tipo. Bonito de uma forma


tímida e reservada. Um estudante de medicina que
conheci quando ele pediu chá de ervas no The Black
Hole. Agora, eu não sabia o que fazer, com Dean tão
perto. Minhas mãos pareciam ter sido artificialmente
ligadas ao meu corpo. Pesada e estranha. Eu sabia o que
faria essa sensação ir embora. Tocá–lo Mas isso não era
uma opção.

– Arrume. Uma Fodida. Mala. De. Viagem–. Sua voz


era dura e, se não me engano, não era a única coisa dura
nele.

–Se Vicious vier a Nova York para te levar, ele vai me


dar merda. Olha, Baby LeBlanc, eu gosto de manter
minha vida simples. Sem problemas –. Ele virou outra
mecha do meu cabelo em volta do seu dedo, flashes de
luxúria brilhando através de suas pupilas. O leve toque
provocou arrepios desde o crânio a coluna,
contorcendo–me pelo resto do corpo como um choque
elétrico.

O que diabos está acontecendo e por que eu estou


deixando acontecer?

– Isso significa sem namoradas, parceiros de negócios


suspeitos ou vizinhos que não sejam vizinhos – enfatizou
ele.

–Você é uma complicação agora, e eu odeio fazer isso,


mas se tenho que escolher entre te incomodar ou
incomodar aquele filho da puta, você já sabe da minha
escolha.

– Eu te odeio tanto

eu exalei, e meus pulmões bufaram, lembrando–me


que meu coração precisava desacelerar. Estar tão perto
de Dean era como uma queda no seu estômago quando
você está numa montanha russa. Ele pressionou seu
corpo contra o meu e eu senti seu sorriso na minha pele,
logo abaixo da minha orelha. Nesse lugar sensual entre
sua libido e sua alma.

– Vicious diz que foder com ódio é o melhor. Você se


importa de tentar sua teoria?
Dando um passo para o lado e quebrando o contato
físico, eu respondi:

– Você se importa de cair morto?

Embora não houvesse sentido em resistir a ele. Eu


sabia que ele iria cumprir sua ameaça, e a pior parte era
que eu não poderia pará–lo. Eu sabia que estava errada.
Eu sabia que deveria apenas aceitar a maldita passagem.

Algo escuro brilhou em seu rosto. Algo que estava


sempre lá, mas parecia que só eu notei isso.

– Mantenha este pensamento

Ele apontou para mim com a mão que segurava o


celular e arrastou o dedo pela tela. Finalmente Foi a
terceira vez que essa pessoa ligou.

–Volto em um segundo.

Dean desapareceu no meu corredor. Eu fiquei lá, sem


saber o que fazer.

– Olá, senhorita caça fortunas, como posso ajudá–la? A


última vez que eu me lembre, eu disse para você
fodidamente não me ligar. Isso mudou de alguma forma?

Ele parou por um momento antes de continuar.

–Mas essa é a questão, Nina, querida. Você não pode


estalar os dedos e me fazer engatinhar para te salvar.
Você fez sua maldita cama. Agora deite–se. Não é a minha
guerra, não é a minha batalha. Não. É Meu. Porra.
Problema – Sua voz era excepcionalmente amarga.

Na verdade, ele parecia tão furioso, tão zangado, fora


de si, que eu visivelmente me encolhi quando o ouvi.
Acendeu uma emoção estranha em mim que nunca antes
havia associado a Ruckus. Medo, Dean nunca ficou bravo
ou chateado. Ele foi o menos exaltado dos quatro Garotos
Quentes. Raros eram os momentos em que seus pelos
estavam arrepiados – ele estava realmente chateado – e
acho que não o ouvi levantar a voz do lado de fora do
campo de futebol. Mesmo antes, quando ele gritou para
Colton, ele zombou de toda a situação. Divertido

Eu pressionei meu ouvido contra a parede, escutando.

–Eu não vou para Birmingham.

Birmingham? Como em Birmingham, Alabama? Eu


sempre achei que conhecia a vida de Dean muito bem.
Claramente, ele tinha mais esqueletos em seu armário.

– Há algo seriamente errado sobre o fato de que eu


estou ouvindo você agora mesmo. Sua proposta é
ofensiva no melhor dos casos e no pior dos casos,
maluca. Você teve anos para fazer isso. Anos para me
deixar ver. Agora é tarde demais. Não me interessa.
Sério, Nina, apague meu número da sua lista de contatos.
Economize tempo e dinheiro para nós.– Inalando como
se seus pulmões não tivessem fundo, a chamada
terminou. Um súbito golpe direto na parede que nos
separou me recompensou com um ruído que zumbiu no
meu ouvido. Merecido sem dúvida, foi o meu sinal e eu
me virei, jogando–me para o lado oposto da ilha.

Ocupar–me da cozinha era difícil, especialmente


quando ainda sentia sua raiva flutuando do outro
cômodo. Abri a geladeira e tirei alguns legumes, depois
peguei uma faca. Sem fôlego, fingi fazer uma salada. Eu vi
a figura alta de Dean emergindo na minha visão
periférica, seu telefone preso firmemente entre os dedos.
Ele pareceu um pouco surpreso ao me ver, como se
tivesse esquecido que eu estava aqui, mas depois relaxou
e devolveu seu sorriso arrogante ao rosto, como se
estivesse rearranjando uma imagem distorcida na
parede. Afrouxando ainda mais a gravata, ele andou na
minha direção.

– Uma aventura de uma noite que deu errado? –


perguntei, cortando um pepino em pedaços finos.

– Não é o que você pensa –, ele murmurou,


bagunçando os fios rebeldes de seu cabelo delicioso.

– Onde estávamos?

–Eu acho que você estava me chantageando.

–É certo. Eu estava. Sexta pela manhã.


Mala.Roupas.Atitude. Pensando bem, mantenha essa
atitude. Eu gosto de todo esse excesso de energia. Você
só precisa de um bom lugar para descarregá–la. Eu tenho
o lugar perfeito para você
Ele piscou para mim e, como se precisasse de
confirmação, acrescentou:

–Minha porra de cama.


CAPÍTULO 04

O que são vinte mil dólares?

É muito dinheiro? Uma quantia razoável de dinheiro?


Tão pouco, é como não ter dinheiro? Isso depende pra
quem você pergunta. Para mim, vinte mil dólares eram
simplesmente troco no meu bolso. Não tinha efeito na
minha vida. Ao contrário da crença geral, não era porque
meus pais encheram minha conta bancária. As pessoas
achavam que eu era um bebê de fundo fiduciário e eu as
deixei pensar assim, porque, francamente, quem se
importa?

A realidade é que os meus pais me levaram para a


Universidade de Harvard, me deram dinheiro, mais
somente o dinheiro para o meu investimento inicial na
Fiscal Heights Holdings, a empresa que eu construí com
três dos meus melhores amigos, Trent, Jaime e Vicious, e
ajudou–me mentalmente e espiritualmente .
Fodidamente muito. Mas o fato de estar nadando em
mais dinheiro do que poderia gastar com a tenra idade
de vinte e nove anos? Isso foi tudo eu, baby.

Eu e meu cérebro inteligente.


Eu e minha natureza persuasiva.

Eu e meu talento com números.

Portanto, a falta de fundos certamente não foi a razão


pela qual foi tão difícil para mim clicar no botão Aprovar
a transação e transferir vinte mil dólares. Eu não queria
que Nina os tivesse. Eu não queria que ela fosse feliz.

Queria que ela falhasse?

Queria que ela permanecesse pobre, perdida e


sombria? Queria me vingar dela por ser uma cadela tão
má comigo?

Sim. E isso me fez uma pessoa ruim? Eu não acho.

Porra, claro. Eu gostaria que minha futura filha


namorasse alguém como eu? Inferno não.

Eu podia sentir o cheiro da minha espécie por milhas.


Mas eu não poderia me comprometer completamente
com a palavra mal. Eu tinha visto o mal. Crescendo com
Vicious, isso era um homem mau. Eu não fui cortado do
mesmo tecido.

Eu ajudava os idosos a atravessar a rua, levava suas


sacolas de compras, mesmo que isso significasse que
estava atrasado para reuniões importantes. Eu nunca
confundi ninguém na minha regra de porra de uma
noite. Eu fui cortês, e não apenas por obrigação, mas por
natureza, eu votei, nunca, nunca ofendi pessoas de
propósito e tenho patrocinado uma criança africana por
cinco anos. Nós até trocamos cartas de vez em quando.
(Kanembiri e eu concordamos que Scarlett Johansson era
maldição quente e Manchester United FC chupava bolas
peludas. Porque algumas coisas eram simplesmente um
consenso internacional.) Então você poderia dizer
sinceramente que era uma pessoa má? Não. Não era. Eu
amava fodidamente as pessoas. E eu adorava fodê–los
ainda mais. Eu era o mais extrovertido e social de cada
um dos meus amigos. Foi por isso que a situação não
estava bem comigo. Eu estava olhando para a tela do
meu MacBook por vinte minutos. Meu dedo indicador no
bloco. Apenas fodidamente discutindo com meu idiota
interior. Que porra você se importa? Você ainda é rico.
Ela ainda é pobre. Ela sempre será infeliz, não importa
onde ela vá.

Uma batida suave na porta me tirou dos meus


pensamentos. Sue entrou sem permissão.

Tecnicamente, ela acertou, mas essa era uma


semântica barata da parte dela. Minha assistente pessoal
era rude, vingativa e francamente desagradável quando a
oportunidade se apresentou desde que eu tinha sido
pego transando com outra garota contra uma mesa na
filial da Fiscal Heights Holdings em Los Angeles. Não
importava que Sue e eu acabamos de compartilhar uma
breve e casual aventura. Foi errado da minha parte foder
minha assistente pessoal? Provavelmente, Eu havia dito
a ela, desde o início, que era mais provável que eu me
tornasse cientologista, do que me envolver em um
relacionamento? Sim, eu fiz, várias vezes, antes mesmo
de dar gorjeta. Teria dito que ela "entendeu
completamente e que estava totalmente no mesmo lugar
da vida"? Você pode apostar sua bunda que ela não fez.
Mas nada disso importava quando o empurrão veio,
depois um gemido, depois uma atriz aspirante Feliz
gritando meu nome tão alto, que a segurança quase
invadiu o escritório para verificar se estava tudo bem.

Fazia quase um ano desde que ela "me pegou", não a


traindo, e as coisas pioraram progressivamente a cada
mês que passava com minha infidelidade inexistente.
Qualquer outra garota poderia ter passado pelo meu
deslumbrante escritório em Manhattan, mas Sue tinha
um contrato especial que eu mesmo havia escrito (sem
antecedentes legais, obrigado por perguntar), em uma
situação muito particular em que ela estava engolindo
meu pau, então eu não poderia demiti–la Eu também não
desistiria e pude ver o porquê. Paguei–lhe bem e as
horas eram relativamente razoáveis para uma
companhia financeira no centro de Manhattan, mas ela
também não me deu uma folga. Como agora, ela
rapidamente entrou no meu escritório com a saia lápis e
os saltos altos e a impecável franja branca e o rosto
azedo. Eu tive sorte que meu escritório era feito apenas
de janelas de vidro (além da porta de madeira preta).
Havia sempre a possibilidade de que ela tentasse cortar
minhas bolas e empurrá–las na minha garganta.
– Bom dia, Sr. Cole.

Seus lábios carmesim mal se moviam quando ela


deslizou um dedo sobre seu iPad, observando–o
atentamente. Eu fechei a janela do site da minha conta
bancária, bloqueando o pensamento de transferir
dinheiro para a minha arqui inimiga. Ela poderia esperar.
Ela com certeza me fez esperar. Por anos e anos

–Sue

eu disse, me inclinando para trás e entrelaçando


meus dedos. Recusei–me a jogar o jogo de merda onde eu
a chamei pelo sobrenome dela, senhorita Pearson,
porque eu era acessível e informal com minha equipe.
Além disso, era um pouco pornográfico, até para o meu
gosto, referir–me a alguém como "Senhorita Sobrenome"
abruptamente quando eu estivera com os dedos dentro
dela em algum momento da minha vida.

– Como esta hoje?

Eu perguntei.

– Bem. E você?

– Se estivesse melhor, me preocuparia em explodir de


felicidade

Meu sorriso estava intacto, mas minha voz estava seca


como papel. Estava feliz? Estava triste? Estava muito
fodido para distinguir os dois sentimentos? Quem diabos
sabia? O que eu sei é que eu precisava de uma bebida ou
três, que era o que eu costumava sentir depois de falar
com Nina.

Sue parou no meio da sala, seu corpo inclinado em


direção à minha mesa de vidro, minha cadeira executiva
de couro e a pintura do chão ao teto de um antigo mapa
do mundo atrás de mim.

Genérico

Caro.

Rico.

Tudo que eu vendia para o mundo sobre mim mesmo.


Este escritório era uma casca, como a minha aparência.
Este escritório não me representou. E sim minha
aparência

– Está tudo bem ...– Ela fez uma pausa antes de ofegar,
movendo sua caneta especial e elegante sobre seu iPad
especial e elegante. Não é uma merda comum para essa
garota.

– Tenho reservas para você no The Breakfast Club


para almoçar com Cynthia Hollyfield. Não esqueça sua
reunião com o Sr. Rexroth, o Sr. Spencer e o Sr. Followhill
às duas. A sua limpeza a seco deve ser recolhida mais
tarde hoje e estará esperando em sua casa.– Estava
disparando todas essas coisas enquanto eu folheava as
páginas de um relatório para um cliente que eu deveria
encontrar quando sua cabeça parou.
– Então, e o seu e–mail sobre a reserva de um bilhete
extra para Sinners Saints para Rose LeBlanc? Você pode
confirmar que ela voará de primeira classe com você
amanhã de manhã?

Arqueou uma sobrancelha depilada. A verdadeira


questão, claro, era: você está transando com ela? E a
resposta honesta a essa pergunta, à qual respondi com
duas piscadas lentas, foi: não é sua maldita conta.

–Confirmado

eu disse, olhando para um parágrafo de outro acordo


de fusão em andamento sem realmente lê–lo.

O ar condicionado zumbiu entre nós. Quarenta e seis


andares abaixo, um grupo de taxistas buzinou. Os
delicados teclados ronronavam de diferentes cubículos
no chão. Seus olhos estavam nos meus e foi uma batalha
perdida pela nossa pequena Sue. Ele não podia me ler
neles. Só eu sabia a língua deles. E escolhi não
compartilhá–lo com o resto do mundo.

–Bom.

Ela se mudou em seu lugar. Sue escondeu o iPad sob a


axila, virou–se e dirigiu–se para a porta. Eu observei sua
pequena bunda se mover ao ritmo de seus Louboutins
pontudos, sabendo que não era o fim. Sue sabia que
Rosie era irmã de Emilia LeBlanc, mas nunca teve o
prazer de encontrar minha vizinha do tamanho de uma
fada. No entanto, Sue estava ciente do fato de que eu não
era do tipo que cuidava dos irmãos de ninguém, a menos
que houvesse algo para mim. E a senhorita LeBlanc
definitivamente conseguia arrastar a própria bunda até o
aeroporto, o que a deixou com uma conclusão correta: eu
queria entrar nas calças de Rosie LeBlanc. De mais
maneiras do que eu sempre quis em Sue Pearson.

E não seria a primeira vez que o dia especial da


boceta de outra pessoa estava caindo. Eles me conheciam
por levar meus compromissos para lugares
inapropriados. Sue sabia que eu havia arrastado uma
porra de uma noite para o hospital quando fui a Chicago
para parabenizar meu melhor amigo, Trent, quando
nasceu sua filha, Luna. Quando Jaime Followhill, outro
bom amigo, se casou com sua esposa e minha ex–
professora, Melody Greene, eu fui ao seu casamento com
dois randoms que peguei no caminho para um bar. A
festa de aposentadoria do meu pai, antes de se aposentar
e se casar novamente? Eu apareci com uma de suas
presas, nada menos.

Então, não foi uma surpresa que eu estivesse viajando


com uma mulher, mas para Sue, foi uma surpresa porque
ela sabia que estaria lá por mais de uma semana. E
passar nove dias com a mesma mulher? Essa foi
definitivamente a primeira vez.

Ela não sabia que Rosie e eu não estaríamos sob o


mesmo teto.
Ela não sabia que Rosie odiava minhas entranhas e
por um bom motivo. Toda vez que Baby LeBlanc via meu
rosto, ela via a diversão vazia, um viciado em drogas que
chegou onde estava porque seu pai era um advogado
famoso, e seu nome era Cole, e Coles doaram dinheiro
suficiente para Harvard para alimentar metade da África,
assim que meu futuro estava aberto para mim mesmo
antes de eu sabia como soletrar a palavra intitulada.

Sue não sabia que Rosie LeBlanc era a única mulher na


minha vida que não me deu seu tempo e certamente não
sabia que, ironicamente, Rosie LeBlanc era a única
mulher que eu queria o tempo todo.

E Sue não precisava conhecer nenhuma dessas coisas,


porque, como todas as outras partes da minha vida
pessoal, elas eram minhas para reservar.

Sue fez sua saída girando. Olhando para mim por


baixo dos cílios, que eu suspeitava serem falsos.
Chupando as bochechas para dentro.

Então ela fez a coisa incrível, inalou sem terminar a


performance com outro de seus ruídos.

– Sr. Cole, você vai precisar de mais alguma coisa de


mim hoje? Eu não estou me sentindo muito bem.

–Isso seria tudo

eu disse.
–Tire o resto do dia de folga. Vá descansar. Você
merece.

Ela assentiu.

Eu assenti.

Sim, eu não era uma pessoa ruim, deixando minha


assistente pessoal me abandonar para que pudesse me
ensinar uma lição inútil.

Liguei meu MacBook novamente e terminei minha


transação, enviando vinte mil dólares para ela. Isso
deveria me fazer sentir melhor.

Não fez.

***

A manhã seguinte foi uma repetição da que eu tive


quando Baby LeBlanc veio ao meu apartamento vestida
para impressionar (de acordo com seus padrões). Ou seja,
eu acordei com uma estranha, enfrentei uma ressaca do
inferno, que eu decidi domar fumando um baseado gordo
e grande de maconha no meu terraço enquanto pegava
um Bloody Mary. Não é o tipo virgem. Nos dias de hoje eu
nunca levei nada virgem. Afinal, a última vez que tinha
fodido algo assim, ela escapou, e agora estava se casando
com um dos meus melhores amigos.
Mas divaguei.

Talvez não tenha sido a melhor idéia que eu tinha em


mente, parar em uma loja de conveniência em uma posto
em Nova York, a caminho de JFK, às seis da manhã, e ter
uma garrafa de quem sabe que merda e terminá–la antes
que o pobre taxista me deixasse.

Eu sabia que era um movimento de merda da minha


parte, mas não podia evitar beber e fumar antes de
embarcar. Foda-se, Nina, eu murmurei a viagem toda
para o JFK, como se fosse algum tipo de mantra de ioga.

Foda-se você

Foda-se você

Foda-se você

Ziguezagueando em direção ao terminal, eu esperava


que Baby LeBlanc já estivesse dentro do avião e
aproveitasse a passagem e o táxi que lhe enviei. As
chances estavam a meu favor.

Eu a ameaçei e ela não tinha ideia de que eu não


poderia, conscientemente, aumentar o aluguel, nem
mesmo um centavo. Eu sempre tive uma fraqueza por
essa garota, e parecia que quanto mais ela me odiava,
mais eu queria mostrar a ela que sempre fomos um nós.
Eu acreditava naquela merda que duas pessoas deveriam
estar juntas - porque realmente deveríamos.
Cheguei atrasado e o vôo atrasou como resultado. A
pequena senhorita Encrenca não respondeu a nenhuma
das minhas ligações, e senti uma corda invisível apertar
em volta do meu pescoço. Eu queria ir a Sinners Saints,
deixar Rosie para sua irmã e entrar em colapso na minha
cama de infância.

Em algum lugar, no fundo da minha mente, eu queria


escapar da minha vida. Parar de beber e fumar com uma
porra de chaminé. Deixar de lado a merda que
continuava saltando na minha vida. Pedir–lhe uma
chance em vez de pedir–lhe que me devolva a putaria,
porque toda a porcaria sexual que eu estava dando a ela
era um mecanismo de defesa para o caso de ela dizer
não.

Porque ninguém nunca disse não. Ninguém além dela,


e se ela fosse me rejeitar, eu poderia oferecer a ela meu
pau e não meu coração.

A última coisa que me lembro é a aeromoça me


mostrando o caminho e o baque suave da minha cabeça
descansando no encosto de cabeça, seguido por uma dor
aguda que sugeria que meu cérebro havia acabado de
explodir. Fiz uma careta, esfregando minha testa antes
de ouvir sua voz tensa e sem fôlego. No começo, pensei
que fosse gritar comigo por estar atrasado, atrasar o vôo
e por respirar. Então eu não registrei quando metade da
minha mente meio morta decodificou suas palavras e
significados.
–Aqui. Dois Advils e água.

E deixou cair algo na minha mão.

–Vou pedir à aeromoça leite após a decolagem. Você


faz essa merda no caminho de volta, e eu vou me
certificar de que toda mulher que você levar para o
prédio saiba que seu pênis está mais contaminado do
que o banheiro público do metrô.

Abri os olhos, virando a cabeça no banco acolchoado


para olhar para ela, meu olhar deslizando pelo rosto
dela.

– Parece que você está muito interessado no meu pau,


Baby LeBlanc. Primeiro você queria derramar cera nele,
agora você quer bloqueá–lo.Talvez você devesse
conhecê–lo e ver se vocês dois podem ser amigos. Eu
acho que você levaria isso muito bem.

– Não, obrigado, eu literalmente preferia comer o


vômito de outra pessoa.

–Literalmente? De alguma forma eu duvido disso. A


menos que você tenha um gosto muito peculiar para o
vômito.

Rosie sempre foi uma cadela comigo. Eu não a culpo,


mas também não acredito nela. Mas agora, seu rosto
parecia vazio e genuíno e, bem, fodidamente lindo. Suas
bochechas tinham a cor de pêssegos maduros, sardas
adornando seu nariz pequeno e aqueles enormes olhos
azuis que olhavam para mim. Duzentos tons diferentes
de marrom e loiro em sua cabeça, tudo cortesia da Mãe
Natureza. Foi a própria definição de ninfa. Tudo nela era
incrivelmente suave e aveludado, não havia como você
saber que ela estava doente.

Eu rosnei, jogando o Advil e água na minha boca seca.


Eu limpei meus lábios quando o avião começou a deslizar
para frente, ganhando velocidade.

– Precisa de ajuda?

Me perguntou com sua voz neutra. Ela estava se


referindo à bebida. A herva. A desordem em geral era
minha vida. Eu era quase um alcoólatra de alto
desempenho que fumava como se ser drogado fosse um
esporte olímpico. Ninguém reclamou quando fechei
esses negócios e conectei esse dinheiro e fodi como um
campeão.

– De fato, sim. Preciso que você me deixe em paz até


chegarmos a San Diego. Você acha que pode fazer isso?

– Porra, você é um idiota.

A última coisa de que me lembro antes de desaparecer


foi que o peito de Rosie subiu e desceu irregularmente
por causa de sua respiração irregular.

– De qualquer forma

ela sussurrou.
–Vou deixar você em paz, porque tenho a sensação de
que você teve uma semana de merda. Mas se você quiser
falar sobre isso, eu estou aqui.

Eu queria lhe contar tudo.

Eu não queria que ela soubesse de nada.

Ela me confundiu, e agora, foi a grande complicação de


que falei quando lhe disse que sempre optava pelo
caminho mais fácil. Fechei meus olhos e tentei dormir. E
quando a escuridão chegou, ela também.

Nina
CAPITULO 05

Onze anos atrás


O que faz você se sentir vivo?
Observar meu reflexo na água fria e calma
da piscina.
Tonalidade azul, imperturbável.
Mergulhar em um espaço mais silencioso sem
sequer afundar meu dedo do pé na água.

Química Perigosa, Esse foi o nosso principal


problema. E essa foi a razão pela qual eu jurei nunca
estar em casa quando Dean vinha visitar minha irmã.
Não foi uma tarefa difícil. Millie sempre foi uma criatura
de hábitos. Seu quarto arrumado, seus cadernos bem
conservados com caligrafia perfeita, claro com
excelentes notas dez consecutivas. Muito parecido com
tudo mais, ela reservava perfeitamente um prazo
específico de tempo em que ela estaria com seu
namorado perfeito e elegante. Terças e quintas depois da
escola, por que Dean praticava futebol na manhã e nos
fins de semana, faziam planos fora da mansão de
Spencer, porque Millie não suportava Vicious e vice–
versa.

Não era como se eu estivesse deitada na minha cama,


ouvindo as canções de ódio contra os homens de
Miranda Lambert, chorando inconsolavelmente. Eu a
menina problemática com qualificações de setes que
amou um bom momento de emoção. Eu me entretinha
com amigos depois das atividades escolares. Consegui os
piercings para o meu umbigo e nariz no centro da cidade,
me candidatei a trabalhos, economizei dinheiro para
uma bicicleta nova e me banhei nua no oceano perto de
uma praia deserta com amigos quando o tempo permitia,
o que era sempre, porque ... bem, aqui era quente como o
inferno.

Na verdade, fiz muitas coisas nesse outono.


Prontamente, nada disso era com o namorado gostoso da
minha irmã. Eu posso te dizer absolutamente, que estar
debaixo do mesmo teto com eles me fez querer afundar
em minha pele e desaparecer em mim, desaparecer do
nada.

Eles faziam barulhos. Eu odiava esses barulhos. Eles


eram o pior tipo de barulho. Respirações pesadas,
suspiros, risadas e beijos barulhentos e descuidados. O
fato de que eu era capaz de ouvi–los através da porta
fechada do quarto de Millie só fez o buraco no meu peito
crescer ainda mais. Apesar das minhas deficiências,
sempre fui uma garota sensível. Eu não precisava desse
tipo de negatividade em minha vida. Então, era
realmente melhor que eu nunca estivesse ali.

Se eu pudesse localizar o momento em que cheguei a


essa determinação de, Fique longe de Dean Cole mesmo
quando Millie estiver na sala conosco, eu escolheria o
incidente na piscina. Era uma quinta–feira e Millie estava
atrasada, precisava parar em um posto de gasolina a
caminho de casa para encher os pneus da bicicleta com
um pouco de ar. Eu estava prestes a deixar a casa dos
empregados onde morávamos no terreno da mansão
Spencer. Tudo naquela reunião parecia ter sido
arrancado da cena de um filme. Eu abri a porta enquanto
Dean estava prestes a tocá–la. Nossos olhos estavam
fixos e também meu queixo, porque eu estava lutando
com um sorriso e estava determinada a não deixar isso
passar, sabendo que eu poderia muito bem quebrar meu
rosto em dois.

Dean parecia tentação. E não me refiro apenas ao fato


de que ele estava deslumbrante com sua majestosa
jaqueta azul de faculdade e a expressão de derreter
calcinhas de um cara mau. A maneira como ele cheirava,
o leve cheiro de sabão em pó e sexo caro, e sua estatura
dominante e complexidade me deixavam desesperada.
Eu juro, metade do tempo que ele estava perto, meu
desespero por ele pairou no ar como um fedor.

– Oi

Minha maldita voz quebrou.


– Oi para você também

ele respondeu.

Nossos olhos estavam vagando novamente. Não foi


bom, mas não foi a primeira vez que isso aconteceu. Isso
sempre me fez sentir culpada. Se fossem mãos, seus
dedos puxariam minha cintura agora, logo depois de
abaixar o capuz do meu moletom preto dos "Dead
Kennedys" para que pudesse ver meu rosto melhor; Os
meus agarrando seu cabelo perfeito beijados pelo sol, de
cor castanha, e nossos corpos pregados como duas
páginas em um livro novo.

– Mille ainda não está aqui, mas você pode entrar.

Eu me movi para um lado e abri a porta mais larga.

–Estou saindo. Ela deveria estar de volta a qualquer


momento.

– Onde você está indo?

Ele perguntou, colocando o braço na moldura da porta


e bloqueando a minha rota de saída.

–Sinto muito - Eu cruzei os braços sobre o peito.

– O memorando não chegou? Isso definitivamente não


é da sua conta!

–Talvez o memorando tenha sido perdido no correio.


Eu dei um passo para dentro, forçando–me a recuar e,
Jesus, eu nem conseguia ver seus olhos porque estava tão
nervosa. Felizmente, minha cabeça estava no nível de
seus peitorais.

–Porque você é definitivamente da minha conta, Baby


LeBlanc.

Meu coração pulou em minha garganta, tornando


impossível respirar, antes dele acrescentar:

– E eu acho que nós dois sabemos disso. Então é


melhor você fingir que eu não tenho te vigiado.

Eu puxei o capuz pela minha cabeça para cobrir meu


rosto queimando. Normalmente, ele era o garoto
propaganda dos arrogantes.Talvez tenha sido culpa
minha não me importar com esse tipo de coisa, mas
nunca tive o poder de viajar na vibração "madura" que os
Garotos Quentes carregavam.

Parte da razão pela qual eu notei Dean em primeiro


lugar foi porque ele não assumiu a importância em si
mesmo tão a sério, não foi tão perturbador e idiota como
o resto. Desde que ele começou a namorar Millie – o que
não foi há muito tempo – ele sempre tentou falar comigo.
A princípio, assegurei-me de que não a tocava. Depois
que eu disse a ela que ele deveria tocá-la, ela realmente
ficou brava. Nos dias de hoje, eu saía com ela e agia assim
– beijando–a, Deus, eu os ouvi no outro dia – mesmo que
seus olhos estivessem em mim. Sempre em mim.
–Eu, ah ...

eu me distraí, a roda enferrujou no meu cérebro


girando, procurando por uma mentira em potencial. Meu
álibi era sólido, se eu precisasse ir a algum lugar. Mas eu
não compartilhei com as pessoas, muito menos com
meus colegas, e definitivamente não com o assunto com
o qual eu tinha uma queda. Embora Dean não fosse um
cara que desistiu. Eu tinha que dizer alguma coisa,
qualquer coisa, então optei pela verdade.

–Tenho uma consulta com o doutor

Olhando para cima, vi reconhecimento e calma


inundando seu rosto. Ele colocou as mãos no bolso.

–Tem algo errado?

Sim. Toda a minha vida estava errada.

– Não, nada disso.

Eu puxei um cacho do meu cabelo atrás da minha


orelha sob o capuz.

– Às vezes eu só preciso ...

Cale sua maldita boca, a voz me disse. Sentir–se


pequena e vulnerável não era minha coisa.

–Precisa ...?

Ele abaixou o queixo, me incentivando a continuar.


Era uma pena que a química fosse uma corda
inexplicável que puxava e amarrava duas pessoas juntas.
Porque foi assim que me senti naquele momento.
Acorrentada. A maneira como ele olhou para mim, como
se eu fosse o centro de seu universo, me incomodou.
Fiquei lisonjeada. Ele me possuiu. Deus, eu tive que dizer
algo rápido para mantê–lo quieto e me deixar em paz.
Não importa quão vergonhosa seja a verdade.

– Receber uma massagem no peito.

Eu tinha que tirar todo o muco da minha via aérea,


mas isso não era algo que eu estava ansiosa para
compartilhar com ele. Levantei uma sobrancelha e
empurrei meus punhos no bolso. Você sabe, para
manter–me sexy e essas coisas. Meus olhos estavam
seguros pelo capuz, mas ainda assim não era suficiente.
Nada foi suficiente ao lado dele. Mesmo com três
camadas de roupas, eu sempre me senti nua. Massagens
para o peito ocorreriam semanalmente. Às vezes eu tinha
que ir para a clínica. Às vezes uma enfermeira vinha aqui.
E, embora Millie não tenha dito nada sobre a doença ao
namorado, ela sabia que, se realmente ficasse por perto,
acabaria descobrindo.

Empurrando meu ombro para passar por Dean, andei


em direção à entrada principal da mansão. Havia um
caminho de pedra indo em direção ao portão,Ouvi os
passos de Dean correndo atrás de mim. Sem olhar para
trás, eu sabia que estava usando aquele sorriso que me
deixava com raiva por algum motivo.
–Massagem para o peito, hein?

Ele parecia malicioso.

– Muitos caras adorariam ajudá–la com isso .

– Obrigada, Dean, por esse comentário repulsivo.

– O que é repulsivo é apontar que esses caras queriam


tocar seus peitos?

– O fato de que o namorado da minha irmã é quem


está me dizendo isso, também é um pouco inadequado. E
dizendo isso levemente, quero dizer extremamente.

– Eu nunca disse que queria fazer isso sozinho.

Ele mordeu a língua, acrescentando.

– Por que diabos você precisaria de uma massagem no


peito, afinal?

Parei do outro lado da piscina, me virei e mantive o


olhar dele de uma forma que me pareceu muito íntima.
Nós estávamos cara a cara. Corpo a corpo. O vento estava
frio mas gentil. Eu dei um passo para trás. Desse ângulo,
Vicious podia nos ver da janela do seu quarto. A última
coisa que eu precisava era armá–lo com mais munição
contra Millie, então poderia dizer a ela que me viu
flertando com seu namorado. Eu precisava ter certeza de
que ela estava protegida, não importa o quê.

– Eu tenho uma doença


eu disse, as palavras saindo da minha boca antes que
eu pudesse detê–las.

Seus olhos escureceram, pingando suspeita e


descrença pelo resto do rosto.

– Que doença?

Ele perguntou, parecendo confuso, irritado e ... ferido?


Talvez.

– Fibrose cística. É uma doença dos pulmões.

– Curável?

Ele pressionou sua voz com força. Suas sobrancelhas


caíram como pedra. Era quase como se ele me acusasse
de alguma coisa.

– Não.

Eu senti minhas bochechas corarem.

–Eu nasci com ela. Eu vou morrer com ela. Muito


provavelmente, vou morrer por causa dela. Jovem,
provavelmente. Meus pais carregam o gene.

– Millie não tem isso

Lá estava ele de novo. Ele estava esperando para me


pegar em uma mentira? Porque se eu estivesse mentindo
ele teria certeza que eu teria tentado vender–me como se
tivesse um super–poder ou o QI de Einstein.
Eu bufei uma risada, porque isso era atraente e tudo
mais.

–Bem, sorte da Millie

eu respondi.

– Ela não tem. São várias situações. Só porque ambos


os pais carregam o gene não significa que todas as
crianças os contrairão. Chame de roleta russa da
natureza, se preferir. Sou eu quem pegou a bala no
maldito pescoço. Aí está o seu fato engraçado do dia.
Agora posso ir?

Com qualquer outro garoto, eu teria me virado e ido


embora. Simples assim. Mas com Dean "Ruckus" Cole,
nada era simples. Eu queria explorar cada segundo que
tinha sozinha com ele. Eu nem sabia por que. Parecia
estranho, assustador, e excitante tê–lo em volta, e então
o momento se foi, eu sabia que odiaria cada uma das
palavras que havia dito, todas as maneiras que tinha
agido, e cada uma das respirações que tinha tomado .

– Rosie

Levantei a cabeça e, antes que soubesse o que estava


acontecendo, senti suas mãos ásperas na minha cintura e
meu corpo voando em direção à piscina. Eu não tive
tempo para me prepare para a queda. Literalmente ou
figurativamente. Meu corpo atingiu a água cheia, a queda
tão dolorosa como se eu tivesse acabado de bater no
concreto. Eu usei meus braços para nadar até as escadas
para pegar ar. O frio da água só me atingiu quando tomei
uma respiração desesperada. Eu abri meus olhos, meu
corpo todo tremendo violentamente, e antes de meus
olhos se ajustarem, houve um som enorme ao meu lado.

Dean também pulou para dentro.

Meu coração desmoronou, martelando em todos os


lugares. O senti bater contra as minhas costelas,
afundando, tentando lutar para sair, através do meu
estômago, através da minha garganta, querendo sair,
sair, sair. O corpo de Dean nadou para o meu,
imobilizando–me contra a serena parede azul, e eu
comecei a dar socos nele. Freneticamente, com raiva.
Eles não eram o tipo de bofetada que uma garota dá a um
garoto que flerta com ela ou que o avisa para ficar longe.
Não. Eu coloquei minhas unhas no peito dele, querendo
tirar sangue.

Então comecei a chorar.

Isso também era verdadeiramente fora do meu


caráter. Eu nunca chorei na frente de pessoas que eu não
conhecia. E, por uma questão de argumento, alguém que
não fosse Millie, Mamãe ou Papai era um estranho. Lá
estávamos nós, minhas lágrimas quentes e salgadas se
misturando com a água fria e doce. A vida não era justa.

– Que diabos está errado com você?

Grunhi, meus punhos continuando meu ataque em seu


peito. Ele havia tirado a jaqueta antes de pular para
dentro, e agora a única coisa que separava a nossa carne
era sua camiseta preta e dourada apertada e meu
moletom molhado. Sua pele estava quente apesar da
água e ele precisava de mais. Ele queria dar para mim.
Seu corpo inteiro dizia isso. Cantava. Gritava desde o
telhado de sua mansão monstruosa.

Nenhuma palavra foi dita, o que tornou a linguagem


do nosso corpo muito mais forte. Química perigosa, eu
avisei. Acalme–se, Rosie.

– Seus pulmões funcionam bem

ele grunhiu na minha cara, segurando meus dois


pulsos e me batendo forte contra a parede. O que estava
fazendo? Vicious poderia nos ver. Inferno, Millie também
poderia. Se ela entrasse pelo portão agora, o que ela
pensaria? Seu namorado e irmã na piscina juntos. Corpo
com corpo Alma com alma.

– Você é boa pra caralho!

Ele acrescentou, sua testa a centímetros da minha. Ele


estava tentando me convencer ou a si mesmo? E de
qualquer maneira, por que diabos ele se importava? Eu
me forcei a me acalmar. Eu precisava colocar algum
sentido nessa situação. Ele teria que me deixar ir antes
de sermos pegos fazendo o que quer que estivessemos
fazendo.

– Dean
eu disse, tão friamente quanto pude, soltando minhas
mãos e colocando minhas palmas contra o peito dele. Ele
respirou fundo, fechando os olhos. Seus cílios pingavam e
tudo nele era cru, úmido e delicioso. Em algum lugar no
fundo da minha mente, eu sabia que isso era
monumental. Essa coisa que nós compartilhamos
naquele momento. Eu nunca mais sentiria isso com outro
garoto. Esse pedaço da vida era nosso, mesmo que eu
não quisesse que fosse assim.

– Rosie

ele respondeu.

– Estou doente

repeti.

– Não diga isso. Você não está doente É só uma


maldita condição.

Eu balancei a cabeça, a água e as lágrimas corriam de


um lado para o outro.

– Não é apenas uma condição. Eu vou morrer muito


jovem. Nos meus trinta anos, talvez meus quarenta anos
... cinquenta, se eu tiver sorte.

– Cale a boca

ele sussurrou entre os dentes. A palma da mão dele


bateu na parede atrás de mim e eu tremi com mais do
que o frio.
– Não, você não vai.

Precisava encontrar outra tática. Rápido

– Escuta, você não pode fazer isso, ok? Nós podemos


ser amigáveis

Eu menti, porque eu sabia que naquele momento não


poderíamos.

– Mas você não pode me jogar nas piscinas no meio


do outono, em primeiro lugar, estou realmente doente, e
mesmo que não seja propensa a pneumonia, não é tão
divertido ser jogada na água gelada de qualquer maneira,
e Millie. Não é justo com ela. Você não pode tratar minha
irmã desse jeito. Como ... Como ...

– Como o que – Ele me desafiou, suas pupilas se


dilataram.

Como se você me quisesse.

De fato me queria?

Meus hormônios estavam se rebelando. Meus


princípios morais queimaram em meu interior. Todos os
pelos do meu corpo estavam arrepiados. Sua mão
deslizou entre nós e segurou uma das minhas bochechas,
inclinando minha cabeça para cima, me forçando a olhar
para ele.

– Como?. Porra. O. que?. Rosie?


Havia algo em seus olhos. Uma intensidade que eu não
tinha visto antes. Era perturbador, porque algo me dizia
que eu não fazia ideia do que estava fazendo. Eu só sabia
que isso estava errado. E como eu, estava confuso,
magoado e zangado.

– Como se você me desejasse.

Eu revelei meus pensamentos em voz baixa.

– Mas eu desejo

disse ele.

– Sua irmã não liga muito, Baby LeBlanc.

Ele não se importava muito com ela também. Ele se


preocupava com ela. O que tornou ainda mais atraente,
porque o nosso objetivo era mútuo, o de proteger a
pessoa que amava ferozmente.

Mas, ao mesmo tempo, a amargura me tomava toda


vez que via o desperdício completo e absoluto que era o
relacionamento deles. Quando eu testemunhava como
seus olhos se moviam para Vicious quando ele estava
perto. Como Dean e eu nos olhavamos do outro lado da
sala. Eu queria pegar minha irmã pelos ombros e sacudi–
la. Dizer a ela para consertar sua merda e sair com o
garoto que fazia seu coração inchar. Mas eu não estava
em posição de pedir nada, considerando que meus pais
arrancaram nossa família de nossa casa em Fairfax,
Virgínia, e nos mudaram para a Califórnia para que
pudéssemos ter melhores cuidados médicos. Porque ela
tinha amigos e uma vida social e aqui não tinha nada,
justamente por causa dessa decisão. Então, deixe–a ter
os dois. O corpo de Dean e o coração de Vicious.

–Se você não me deixar ir

meus dentes tremeram, e não só por causa do impacto

– Vou ter uma infecção no pulmão. Dean.

Seu nome era um aviso, e desta vez ele me deixou


empurrá–lo com as mãos, nadando para longe de mim e
me observando subir até a beira da piscina, minhas
roupas pesadas e encharcadas me puxando para baixo.

Eu não me virei para olhar–lo. Eu estava com muito


medo de que ele visse meus olhos, dopados de euforia,
manchados de luxúria. E meu rosto, rosa em contraste
com o resto de mim, tremendo e azul. Eu o vi no meu
perímetro nadando até a borda, descansando seus
antebraços nos azulejos molhados, com o queixo apoiado
nas mãos.

– Esta merda é tóxica.Precisamos parar antes de ir


mais longe , ele murmurou, mais para si do que para
mim.

– Mais longe quanto?

Tirei meu moletom e joguei o tecido pesado em uma


espreguiçadeira próxima.
– Que beijar e foder a seco minha irmã e sem que ela
saiba você volta e flerta comigo.

Minha voz tremia.

– Rosie

ele disse.

Uma risada aguda me escapou. Rosie, minha bunda.


Ele estava com minha irmã. É verdade, eu o pressionei
para estar com ela, mas isso não me deixou menos
amarga.

– Não use isso contra mim. Você me disse para estar


com ela. Você também me disse para tocá–la. O que quer
que eu faça? Ignore isso?

Odiava que ele estivesse certo, e odiava que algo tão


lógico me fizesse sentir tão ilógica.

– Isso

eu apontei entre nós de onde ele estava na beira da


piscina,

–Não vai acontecer. Você está namorando Emilia,


Dean. Nós não podemos estar juntos.

–Quem disse?

Ele parou.

– Eu. E a sociedade. E a lógica. E a cultura. E, caramba,


todo filme de amor e romance que assisti.
– Mmm.

Um sorriso brincalhão encontrou seus lábios


deliciosos novamente.

–Isso não pode estar certo.

– Mas está

eu atirei.

– Julieta não teve uma irmã mais velha chamada Julie


que Romeu provou antes de decidir que ela era a
escolhida.

– Julieta nunca ficou cara a cara com seus malditos


sentimentos

ele gritou, batendo com o punho nos azulejos.

– Desde quando você é um bicha?

Dean pulou da piscina tão rapidamente, que parecia


uma ilusão de ótica. Ele se colocou na minha cara,
rosnando.

– Desde quando você dá a mínima para o que as


pessoas pensam? Eu imaginei você diferente. Se você se
afastar disso, vou experimentar isso com Millie.

Soava como uma ameaça.

– O que você tem feito todo esse tempo?


bufei. Não foi culpa dele. No momento em que ele me
notou, ela queria sair com ele, e ele não podia voltar
atrás. Além disso, ele fez a vida dela muito melhor.
Ficaram para trás os dias em que seu armário estava
cheio de lixo e as pessoas murmuravam "lixo branco"
quando ela caminhava pelo corredor.

– Esperando por você

ele disse, e nós dois soltamos um suspiro quando a


chuva começou a bater em nossos corpos.

– Bem

eu sorri docemente, e precisava de cada onda de


energia para mostrar meus dentes e covinhas.

–Você tem um sinal verde para se apaixonar pela


minha irmã. Como eu disse, nada vai acontecer entre nós.

Cinco segundos depois, Millie apareceu na piscina,


dirigindo sua bicicleta. Nós dissemos a ela que eu caí na
piscina e ele pulou para me salvar. Minhas bochechas
estavam coradas e a piscina não era tão profunda, e eu
era uma ótima nadadora. Porém os olhos de Millie
estavam em outro lugar, assim como em seu coração, e
eu tinha a sensação de que, mesmo que nos pegasse sem
calças, não se importaria.

Naquele dia eu nunca fiz a consulta com meu médico.


Mas eu tive uma pneumonia que me deu uma viagem
para a sala de emergência e uma estadia de quatro dias
no hospital. E na quinta–feira seguinte, quando voltei
para casa depois de evitar Dean e Emilia, estava a minha
espera um livro no meu travesseiro, junto com uma nota.
A edição de bolso Bronze Horseman. A nota amarela
dizia:

Foda–se a sociedade.

Foda–se a lógica.

Foda–se a cultura.

Foda–se sua doença.

E você sabe o que? Vá se foder. Aqui está um livro sobre


como a merda como a nossa pode funciona, leia

– Dean

Mas no dia seguinte, eu o coloquei na fenda do


armário de Dean com uma nota.

Faça-a feliz Eu vou te matar se você machucá–la.

Ficção é mágica.

A realidade é dolorosa.

– Rosie

Nós nunca conversamos sobre isso novamente até que


Millie fugiu. Mas eu comprei minha cópia do The Bronze
Horseman.
Lendo-o

Memorizando-o

Recitando-o Nunca, nunca o esquecendo.

Onze anos atrás

No final, Millie e eu fizemos um casal decente. Antes


que ela arruinasse, sim. Eu não coloquei uma etiqueta no
que nós éramos ou não éramos. Foi amor?
Provavelmente não, mas eu me preocupava com ela e
gostava da companhia dela. A única coisa era que gostava
mais da companhia de sua irmã. Mas isso estava se
tornando cada vez menos problemático, desde que Baby
LeBlanc deu um passo para trás e, embora nunca tenha
dito nada explicitamente, eu sabia que estava me
evitando. Ela simplificou as coisas.

Mas Vicious não fez isso. Conhecido por complicar as


coisas, ele fez o que era esperado, arruinou tudo. Vicious
tentou se vingar de mim por ter saído com Emilia
LeBlanc de várias maneiras. Infelizmente para o filho da
puta, ele não era tão desanimado como seus
companheiros. Entrávamos em brigas – físicas e verbais
– a cada duas semanas sobre o assunto, mas eu sabia que
romper com Millie a deixaria exposta a ele, e eu não
queria que ele a tocasse. Ele a intimidou, zombou e a
odiou. Ele teve tempo suficiente para convidá–la para
sair. Agora ela queria estar comigo, e Rosie me empurrou
diretamente em seus braços. E mais do que queria
agradar a Millie, queria agradar Rosie. Eu realmente
queria.

Eventualmente, Vicious conseguiu se vingar de mim


de uma maneira que cruzou meu escudo. Acontece que a
merda era grossa, mas não inquebrável depois de tudo.
Ele beijou Rosie.

Ele fez uma festa em sua casa e estávamos nos


acalmando quase matando uns aos outros com golpes.
Isso não foi extraordinário. O extraordinário foi o modo
como ele me fez experimentar meu próprio remédio pela
primeira vez.

E deixe–me dizer que foi desagradável.

Eu estava andando até a cozinha dele para pegar uma


garrafa de água depois de tomar um Xanax para relaxar.
Falhando como merda, eu sabia que tinha que ir ver a
Millie. A última vez que a vi naquela festa, ela correu de
volta para a casa dos empregados parecendo irritada
com Vicious.

Eu tropecei em massas de corpos suados e brilhantes,


e quando finalmente cheguei à geladeira, descobri que
Spencer tinha ficado sem água. Olhei ao meu redor, a
cozinha era um cômodo colossal, de madeira de cerejeira
e escura, que se encaixaria melhor no Palácio de
Buckingham. Onde você olhava, haviam pessoas. Um
casal se beijando na pia, um grupo de jogadores de
basquete bebendo bebidas na ilha e garotas que sugaram
o Ritalin que eu trouxe naquela noite. Empurrei duas das
garotas aspirantes e abri a porta da despensa, sabendo
onde estava a água engarrafada. Acendendo a luz, eu
congelei no local.

Vicious estava lá, pairando sobre Rosie como a


escuridão que estava prestes a engoli-la. Seus lábios
estavam nos dela e os lábios dela estavam sobre os dele,
e eu queria separá-los e quebrar seu corpo, órgão por
órgão.

Eles se beijavam. Seus olhos estavam fechados. Não os


dele. Ele levantou o braço, e me mostrou seu dedo do
meio, seus lábios ocupados sorrindo enquanto eu a
agarrei pela cintura com a mão livre, puxando seu corpo
em minha direção. Não havia paixão por lá. Nem Luxúria
Tudo parecia fodidamente técnico e frio. Ela merecia
muito mais.

Como quem, imbecil, como você?

– Que diabos é isso?


Meus dentes esmagaram cada palavra que saiu da
minha boca. Minha voz a assustou e ela pulou, colocando
a palma da mão sobre o coração.

–Tire suas mãos dela antes que as quebre.

Senti a escuridão na boca do meu estômago que se


espalhava como tinta, tomando o controle.

Vicious virou a cabeça para olhar para mim, uma das


mãos ainda no cabelo de Rosie. Ele sorriu.

– Me obrigue.

Foi um convite que fiquei feliz em aceitar. Agarrei–o


pelo pescoço e puxei–o para longe dela, acertando–o
contra uma caixa de mini–champanhes. Eu era maior,
mais forte e fodidamente assustava. Sua cabeça caiu
contra a caixa pesada. Ele me empurrou. Eu empurrei
mais forte.

– Dean! – Rosie gritou. Reconheci, racionalmente, que


ela não era minha. Reconheci sim. Mas eu não entendi.
Havia outros rapazes. Eu os vi conversando com ela na
escola e nas festas. Eles nunca foram muito longe com
ela. Rose LeBlanc recebeu seu nome por um motivo.
Estava cheio de malditos espinhos. Ela era tão linda, tão
ridícula e incrivelmente sedutora que, como rosas de
verdade, ela tinha pequenos espinhos para se proteger.
Porque todo mundo queria tê–la.

Todos, incluindo você, imbecil.


– O que você acha que está fazendo? – Eu assobiei no
rosto de Vicious. Dez minutos atrás, foi ele quem quase
me deu uma surra. Nós mudamos constantemente de
papéis. Não foi difícil perceber porquê. Ninguém disse
em voz alta, mas agora, finalmente fazia sentido. Cada
um de nós estava com a maldita irmã errada.

– Estou fazendo o que você quer fazer

Seus olhos se estreitaram e ele lambeu o lábio inferior,


ainda inchado pelo beijo.

– Metendo minha língua na boca de Rosie LeBlanc.


Sabe que gosto ela tem?

Ele riu, batendo–me afavelmente nas costas.

– Como um chiclete frutado e a garota que você nunca


terá.

Joguei–o pela despensa, ele aterrisou num saco de


arroz de cinco quilos. Eu queria matá–lo e, não tinha
dúvida, eu faria se Rosie não tivesse me atacado, me
empurrando para o lado oposto da pequena sala usando
sua força inexistente.

– Jesus Para. Você é um desastre Vai embora.

– Isso é uma merda

eu gritei na cara dela, puxando meu cabelo.

– Você sequer gosta dele!


– Irrelevante. Eu posso fazer o que quiser.

– E o que você quer é arrancar a porra do meu


coração?

Merda Eu disse isso em voz alta, certo? Fui eu quem a


machucou. Minha cabeça estava pendurada e senti todo o
sangue correndo para os meus olhos. Uma parte de mim
estava feliz que eu iria me mudar para a faculdade em
breve. Esta cidade estava fervendo com fofocas quentes e
drama fora de controle. Eu não queria estar aqui quando
o pus e a merda transbordassem.

– Sim–, ela sussurrou, uma mistura de alegria e culpa


arruinou seu rosto. Ela também parecia tão bêbada
quanto eu.

– Talvez seja exatamente o que eu quero.

– Eu não acho que você queira me machucar.

Eu levantei minha cabeça, segurando seu olhar.

–Deixe–me levá–la para casa.

– Não, obrigada. – Ela desviou o olhar.

– É engraçado que você diga isso, acho que é hora de


você pegar sua merda e sair da minha propriedade, Cole.
– Eu ouvi Vicious pelas minhas costas, colocando um
baseado em sua boca. Um baseado que eu dei a ele. Filho
da Puta
–Se alguma vez a tocar de novo, vou ter a certeza de
que não tenha lábios para beijar alguém. Apenas para
referências futuras. – Dei de ombros, apagando as luzes
da despensa em que ainda estavam, como um imbecil.

Dou um passo, outro passo e então outro. Deixar a


casa de Vicious foi a viagem mais longa que já havia feito.
Havia uma urgência dentro de mim para fazer alguma
coisa, mas merda, se eu tivesse alguma ideia do que era.
Eu queria terminar com a Millie, mas duvidava que
fizesse alguma diferença. Rosie ainda não namoraria
comigo, ela poderia até me odiar mais por abandonar a
bunda de sua irmã. E Vicious definitivamente iria cercar
Millie e transformar sua vida em inferno.

Naquela época, eu nem sequer sabia como ruim


estavam as coisas, porque depois desta festa, Vicious se
gabou de que Rosie persiguía todo mês, fazendo com que
Trent e Jaime acreditassem que ela o queria, quando na
verdade, ela lhe implorava para que não contasse a sua
irmã. O que ela não sabia era que ele já havia contado,
Mas eu sabia, porque Emilia tinha me dito, em lágrimas, é
claro, que piada era essa relação, afirmando que ela
estava com medo de que sua irmã se machucasse.

Rosie não sabia, mas seu pequeno erro de bêbada na


despensa me empurrou mais fundo em um buraco de
coelho sem fundo e direto para os braços dos meus
vícios. Naquela noite, eu estava bêbado demais para
dirigir, então liguei para um táxi para casa. Então eu
rastejei para o meu quarto.

Eu fechei a porta.

Puxei uma garrafa de Jack Daniels da minha mesa de


cabeceira.

E eu fiz o que eu queria fazer com o Vicious.

Eu acabei com essa filha da puta.


CAPITULO 06

Abri o porta-malas do táxi quando saímos do


aeroporto e arrumamos as malas. Neste momento, eu
estava bastante sóbrio. E por "bastante sóbrio", quero
dizer que eu poderia distinguir rostos, cores e formas
grandes. Bom o suficiente para meus pais, então Rosie
também teve que se contentar com essa merda.

Virando a cabeça para ver como estava pela primeira


vez desde que embarquei no avião, a notei. Eu dormi a
maior parte do vôo. Não é que isso importasse. Baby
LeBlanc não teria falado comigo se eu fosse a última
pessoa capaz de falar na Terra. Mas isso foi antes e isso
foi agora, e agora parecia que ela tinha muito a me dizer.

Fechei o porta-malas, e me apoiei sobre ele, o


motorista distraído estava falando no telefone com sua
esposa em tom mais adequado para um show de
Broadway, e eu cruzei os braços, esperando que ela
derramasse sua ira doce sobre mim.

– Devo fazer uma visita a mamãe Cole? Dizer a ela que


seu filho tem um problema com álcool?
Ela franziu a testa, polvilhando a pergunta com um
pouco de tosse. Foi adorável. Baby LeBlanc nem conhecia
minha mãe, muito menos tinha o poder ou autoridade
para falar com ela. Eu puxei seu rabo de cavalo quando
passei por ela, abrindo a porta do banco de trás e
inclinando o queixo para entrar. Eu andei em torno do
veículo e sentei no banco ao lado dela.

– Minha forma de beber não é um problema. É quando


eu não bebo, que as coisas começam a se estragar. – Eu
pressionei meus joelhos no banco do motorista de
propósito. Ele era muito alto e grande demais para esse
carro, e o filho da puta merecia de todas as maneiras. Ele
não se calava desde que entramos, mal respirando para
perguntar para onde estávamos indo.

Ela pegou um hidratante labial e passou um dedo nele,


batendo em seus lábios. O doce aroma de algodão doce
encheu o banco de trás. Eu queria lamber o brilho de seu
dedo, em seguida, colocá–lo em seu jeans apertado,
observando–a colocar o dedo dentro dela com a minha
saliva em todos os lugares. Agora ela estava falando
comigo. Foda–se se tivesse alguma ideia do que ela
estava dizendo. Eu pisquei, tentando me concentrar
novamente.

– Eu não posso acreditar que estou dizendo isso, Dean,


mas estou preocupada com você.

– É uma merda engraçada, porque eu estou


preocupado com você.
Eu corri meus dedos pelo meu cabelo, sabendo muito
bem que isso fez suas coxas apertarem.

–Eu me preocupo que você não pode resistir a mim


por muito mais tempo.

– Você vive muito violentamente.

Ignorou minha resposta, amava isso nela. Nunca


mordia o anzol. Mas ia morder. Com o tempo, ia
sucumbir à pressão que estava exercendo sobre ela
desde que terminou com o dr. Idiota. Porque desistir não
estava no meu dicionário. Quando eu queria algo, eu
conseguia. E eu fodidamente a queria. Muito

–Você não vive em absoluto – respondi.

– Essa merda de piloto automático em que você coloca


sua vida. Dormir, trabalhar e repetir tudo de novo. Eu
vou acabar com isso em breve.

Ela virou a cabeça para olhar para mim e engoliu em


seco. Fingi olhar para frente, dando-lhe tempo para
lembrar que ela gostou do que viu. Atrai-la para uma
rede. Esperando que ela se enrolasse antes de me
devorar minha presa. Relaxando no meu lugar fizemos
uma viagem de quarenta minutos a Sinners Saints
declarei minhas intenções. Parecia justo mantê-la
informada sobre o plano.

– Só para que saiba, Baby LeBlanc, eu vou te foder


logo, – disse categoricamente, não me importando a
mínima com seus olhos arregalados e boca aberta, não
me importa uma merda que o motorista tinha parado de
falar em voz alta e agora nos olhava no espelho
retrovisor com decidido interesse.

– Pode não ser esta semana, pode nem ser este mês,
mas vai acontecer. E quando o fizer, terá que enfrentar
seus medos e dizer a sua santa irmã que estamos juntos,
ou eu farei isso. Porque uma vez que eu te foder,
ninguém mais será suficiente para você. Nunca Jamais,
eu só vou dizer aqui e agora, você é bem–vinda ao meu
pau quando quiser, a qualquer hora do dia. Nos vejo
como algo de longo prazo, por isso é importante para
mim mantê–la feliz.

– Devidamente registrado, Sr. Delirante.

– Estou feliz que tenhamos esclarecido tudo, senhorita


pronta-para-estar-em-minha-cama.

O que te faz sentir viva?

Odores familiares De meus lençóis, perfume


e minha primeira respiração pela manhã. Do
leve suor quando os primeiros raios do sol
tocam minha pele. O cheiro de casa.
Ele sempre me fez sentir manipulada.

Não foi o fato de ele querer dormir comigo. Eu era a


rainha dos relacionamentos descartáveis de curto prazo.
Sabia que não poderia ter nada além disso. Eu não tinha
namorados, como Dean.

Ele era o ex-namorado da minha irmã e meu primeiro


amor. Esses dois fatos nunca deveriam estar conectados.
Inferno, eles não ocorreram juntos na mesma frase. Isso
não tornou menos verdade.

Minha lealdade à minha irmã, que tinha dois


empregos para nos manter, assim poderia me libertar do
aperto sufocante dos meus pais e viver em Nova York –
era mais forte do que a minha necessidade de roubar o
calor de seu corpo. De qualquer forma, mesmo que não
fosse por Millie, eu tinha uma política rígida de não-
namorado, e um cara como Dean poderia roubar meu
coração. Na verdade, havia uma pequena parte que ele
ainda não havia devolvido.

Uma pequena governanta temporária abriu a porta


para a mansão de Vicious e Millie e me conduziu. Lavei
meu rosto em um dos muitos banheiros do primeiro
andar e dei uma parada em frente ao espelho.

Está bem. Você é uma adulta.Você está no comando.


Não beba.

Então me permiti conhecer quando entrei no saguão


da casa de campo italiana que minha irmã comprara com
o futuro marido. Passei por corredores dourados, arcos
arredondados e grandes candelabros pingando,
passando pelo quarto da empregada. Suponho que Millie
e Vicious tiveram a gentileza de deixar sua "ajudante"
dormir sob o mesmo teto, uma cortesia que não foi
oferecida à minha família quando meus pais trabalharam
para o Spencer – antes de finalmente chegar à sala de
estar. Eu fiz a varredura do espaço infinito, cavando
meus dedos frios na parte de trás do sedoso sofá
vitoriano. A única razão pela qual cheguei tão longe na
mansão sem ser notada foi porque era do tamanho do
Louvre.

Minha irmã e eu humildes criaturas – nascidas e


criadas para encontrar alegria em coisas não–
materialistas – e mesmo assim, eu poderia até admitir
que viver em tal lugar lhe traria alegria óbvia e não
solicitada. Era espaçoso, bonito e romântico. Como
Emilia

Inclinei a cabeça lentamente, assimilando. Até alguns


meses atrás, Millie, Vicious e meus pais moravam em Los
Angeles, no mesmo duplex de luxo. Quando Vicious e
Millie decidiram se aninhar no paraíso suburbano que
era Sinners Saints e compraram esta casa, meus pais
aproveitaram a oportunidade para estar perto de sua
filha mais velha e ocuparem um quarto aqui. Eu digo um
quarto, mas realmente tinham seu próprio banheiro, sala
de estar, e ouvi dizer que eles tinham duas cozinhas aqui.
Dificilmente estará cheio.

Eu amava minha vida em Nova York. Sujeira urbana,


esgoto a ferver e vários rostos. Eu amava minha
independência, agarrei–me a ela como se fosse ar,
sabendo como a vida poderia ser sufocante com meus
pais, mas estaria mentindo se dissesse que não sinto uma
adaga negra se contorcendo em meu coração.

– Aqui está você! – minha irmã gritou, fazendo–me


virar. Recostei-me no encosto de madeira do sofá dela,
sorrindo de orelha a orelha. Parecia diferente. No bom
sentido.

Ela não era mais magra, seus olhos não estavam


afundados, e seu cabelo rosa-púrpura estava lindo e
impecável – da raiz às pontas. Ela usava um vestido
branco com uma linha triangular pontilhada com cerejas
vermelhas, combinando com sandálias azuis com tiras
que não faziam sentido, a menos que você fosse Emilia
LeBlanc.

– Oh, Rosie – ela disse quando me joguei nela,


fazendo-nos cambalear para trás enquanto a sufocava
com meu amor.

– Eu sinto sua falta como a de um membro. Isso faz


sentido? Ela soltou meu abraço por um segundo para que
pudesse examinar meu rosto, acariciando minha
bochecha. Seu enorme anel de diamantes cor–de–rosa
brilhava tanto que fiquei momentaneamente cega pela
luz do sol refletida na rara pedra de vinte e um quilates.

Eu deveria estar com ciúmes.

Ciúmes de seu compromisso, seu lar, seu prometido e


sua proximidade dos nossos pais. Ciúme da sua saúde.
Ciúmes porque ela tinha muito, porque eu tinha muito
pouco.

Luxuosa villa italiana ou não, ela merecia. E não, não


era estranho que ela sentisse a minha falta como um
membro, porque eu sentia falta dela como um pulmão. A
cadela me fez viciada, assim que saí do útero. Ela tinha o
talento para cuidar de mim sem me fazer sentir como um
fardo, algo que mamãe nunca conseguiu destacar. Millie
sorriu, segurando meus ombros e me examinando,
fazendo o inventário usual.

–Você parece muito bem– eu reclamei, franzindo o


nariz.

–Eu odeio quando você coloca salto muito alto. Você


sempre faz isso.

Ela beliscou meu ombro e riu.

– Onde está seu namorado? Eu pensei que estava


vindo com você?

Por uma razão além da lógica, eu me vi corar quando o


Dean cruzou minha mente. Millie, claro, estava falando
sobre Darren. Eu nunca me preocupei em dizer à minha
família que nós terminamos. Millie teve o suficiente em
seu prato com os planos de casamento sem eu fazer a
questão do intervalo na mistura. O plano era contar a
eles hoje à noite, mas eu usaria qualquer desculpa para
adiar o inevitável. Eu preferiria receber um tratamento
dentário de um mecânico antes de contar aos meus pais.

– Queria passar tempo com minha família, cara a cara.


– Me fazendo sorrir.

Ela arqueou uma sobrancelha, silenciosamente


chamando minha atenção para a minha merda e alisou
meu cabelo castanho claro com a palma da mão.

– Eu ainda não posso acreditar que você tem um


namorado–, ela meditou.

–Eu pensei que você nunca iria se acalmar.

– Bem, estou ficando velha. Vinte e oito anos é como


se tivesse cerca de sessenta e cinco anos com fibrose
cística.

Eu encolhi os ombros.

– Vamos rever este tópico no jantar.

Onde eu vou esmagar seus corações e lhe dizer que


Darren não está mais na jogada.

Ela me empurrou pelo corredor com uma bufada.

– Mamãe está esperando por você. Ela está na cozinha,


fazendo uma caçarola.
Meu prato favorito Uma onda de calor percorreu
minha barriga. Ela se lembrou. Não havia praticamente
nenhuma semelhança na maneira como meus pais
tratavam Millie e eu. Eles respeitavam, admiravam e
consultavam minha irmã mais velha, enquanto eu era
tratada como um bebê, sufocada e tratada como um ovo
rachado que estava prestes a quebrar a qualquer
momento. Embora o pai fosse um trilhão de vezes
melhor que a mãe. Ele, pelo menos, adorava minha
personalidade sarcástica e me aplaudia por encontrar
minha independência em Nova York. Mamãe estava
muito ocupada se preocupando com minha saúde, que
ela não tinha tempo para me conhecer completamente,
para se apaixonar pela pessoa que eu era. Sempre a seu
modo, mamãe sempre muito zelosa, não perdeu um
segundo para conhecer o seu cachorro.

Para ela, era o símbolo da criança doente, do punk, do


canalha. A garota boba que arriscou sua vida para
trabalhar em um café idiota em Nova York, em vez de
escolher morar perto de sua família. A garota que nunca
se estabeleceria com um bom menino.

Porque Vicious é um bom menino.

Essa foi a segunda razão pela qual a minha família


estava alheia ao meu rompimento com o Darren. Sair
com um médico significava ficar sozinha depois que
Millie foi embora
Eu me mudei para Los Angeles. É verdade que isso
fazia parte do charme de Darren. Soa-desconhecido para
ele, - capacidade de impedir meus pais de perfurar o meu
ouvido, pedindo–me para voltar para a Califórnia e viver
sob o seu teto como uma menina boba triste,
introvertida. Eu não era uma menina boba. Eu era uma
fada de espírito musical que preparava um café horrível,
lia a revista Vice, deixava as mães preocupadas com
recém-nascidos prematuros e estava sempre pronta para
uma boa festa. Era uma pessoa. Com qualidades e ideiais

Mas em Sinners Saints, nunca me senti assim.

– Papai está lá fora?

Brinquei com o cabelo elétrico de Millie enquanto


íamos para a cozinha.

– Foi para o centro da cidade com Vic.

Um delicioso aroma de vegetais terrosos, canela e


carne suculenta flutuava no ar.

– Eu precisava de algumas coisas da farmácia. Eles vão


voltar em breve.

Na cozinha, o encontro decepcionante com a mãe me


lembrou porque eu fiz uma mala e mudei para o outro
lado do país assim que me formei no ensino médio. Ela
me abraçou, deu um tapinha nas minhas bochechas e me
perguntou quando Darren estava chegando, me fazendo
sentir como um prêmio de consolação. Abri a boca,
pronta para contar tudo o que aconteceu, neste
momento, mas minha mãe interrompeu antes que
pudesse formar uma palavra, dizendo que ela estava
orgulhosa de mim, estava tão feliz que "finalmente
encontrou um homem respeitável, com quem sossegar."

Continue e apenas diga, eu queria amaldiçoar. Nem


todo mundo é nobre o suficiente para sacrificar tanto por
uma menina doente.

– Ele deve ser extremamente ocupado. Espero que


você não o esteja pressionando por isso, Rosie. Estou
feliz por poder chegar a tempo. – Mamãe deu um tapinha
na minha bochecha um pouco demais, seu peito pesado
subindo e descendo ao ritmo de sua respiração.

Mamãe era uma mulher grande, com longos cabelos


castanhos, grandes olhos azuis e todo o resto. Desde que
podia lembrar, ela tinha uma fina camada de suor
cobrindo sua pele macia. Eu costumava amar sentindo–o
grudar na minha pele enquanto eu a abraçava.

– Bem ... eu limpei minha garganta. Eu deveria me


livrar disso. Comecei rapidamente como arrancar um
band–aid. – Na verdade ...

– Eu não posso esperar para conhecer o menino. Eu


até comprei um vestido novo. As primeiras impressões
são tudo. Eu tenho um pressentimento sobre isso,
Rosie.– Ela colocou o dedo no meu rosto.
– Têm vivido juntos por um tempo agora e conhece
sua situação com ...

Sabia exatamente o que. Desde que contei à minha


família sobre essa situação há um ano, pouco antes de a
Millie partir, começaram a me tratar como um velho cão
artrítico com problemas na bexiga. Darren deveria
chegar no mesmo fim de semana do casamento. Ele
pensou que, até então, poderíamos também dizer à
minha família que éramos os próximos. Ele pensou mal

Mamãe comprando um vestido novo para o encontro


significava que não estava menos do que eufórica. Seu
traje habitual não dava exatamente a forte concorrência
de Carrie Bradshaw. Deixei–a mergulhar em falsa
felicidade, mantendo a bomba para quando ela não fosse
privada de sono e levemente afetada pelo atraso.

Morar em Nova York significava que eu estava no


comando e escolhi cuidadosamente as informações que
compartilhei com minha família. Meus pais e minha irmã
não tinham como saber que eu terminei com meu
namorado. Ninguém poderia dizer.

Além de Dean Cole.

Eu fiz uma nota mental para enviar uma mensagem


para Dean sobre manter a boca fechada.

–Então, Rosie, como está o trabalho? – Perguntou a


Mama pelo ruído de fundo de uma cozinha animada,
tirando a caçarola do forno com suas luvas floridas. O
cheiro de carne, cebola e macarrão de ovos flutuou
através da cozinha, chapiscando no meu nariz e fazendo
meu estômago roncar.

Millie lambeu os lábios, olhando para o prato como se


fosse Jamie Dornan. Ela geralmente não gostava de
caçarolas, mas talvez tivesse percebido como estava
fundamentalmente errada, porque as caçarolas da
mamãe eram a oitava maravilha do mundo.

Eu estava prestes a responder a pergunta da mamãe


quando ela me interrompeu. De novo.

–Minha garota querida, você está com fome? Sente–


se. Vou te dar um pedaço agora. – Ela deu um tapinha nas
costas da minha irmã mais velha. Fiquei quieta,
esperando para ver se ela me forçaria a responder sua
pergunta anterior. Se realmente ela se importava o
mínima para o meu trabalho.

Mamãe correu de um canto a outro, preparando um


prato para Millie enquanto eu estava ali, de braços
cruzados, observando a cena. Charlene LeBlanc era uma
tradicional beleza do sul, nas profundezas de seu ser e
cuidar de pessoas, especialmente suas filhas, corria em
seu sangue, grossa e vital como oxigênio. Mas havia algo
mais lá. A urgência em que ela alimentou Millie, como se
minha irmã fosse incapaz ou, alternativamente, ela
tivesse perdido todos os dentes.
–Rosie? Você gostaria de um pouco também? – Ela
olhou por trás do ombro enquanto abria a geladeira,
tirando uma jarra de seu distinto chá gelado caseiro.
Pedaços de pêssego flutuavam preguiçosamente em cima
e saliva empilhada na minha boca. Eu queria os dois, mas
para minha surpresa, eu me ouvi dizendo:

– Não, obrigada.

Mamãe se virou e empurrou o cabelo lavanda da testa


de Millie.

– A caçarola está boa para você? Eu sei que é o seu


favorito. – Millie assentiu, dando outra mordida e meu
interior quase detonou.

– Na verdade–, eu abri a geladeira, me deixando


confortável, não que a mamãe tivesse me feito sentir
particularmente bem–vinda, – a comida preferida de
Millie são seus sanduíches de carne de porco. – Macarrão
e carne, caçarola é o meu favorito.

Peguei uma garrafa de cerveja de uma das portas, é


claro, a geladeira era de duas portas e quase tão grande
quanto o nosso apartamento anterior em Sunnyside.
Virando a tampa, tomei uma bebida. Ainda era cedo para
beber, mas imaginei que eram cinco horas em algum
lugar do universo. Onde quer que fosse, era onde queria
estar. Minha irmã e mamãe me encararam através de
uma cortina de surpresa real, a boca de Millie ainda cheia
de comida. Eu desejava que a engolisse com o chá gelado
que tanto amava, Millie nunca gostou do chá gelado,
sempre foi mais de Coca, assim não teria que ver a
confusão nadando em seus olhos.

–Sinto muito. – Coloquei a garrafa nos meus lábios e


acenei com desdém.

–Voo longo e turbulento com Dean Cole como


companhia. Eu acho que vou levar minha bunda no andar
de cima, se você não se importar.

Millie levantou–se.

– Eu vou lhe mostrar seu quarto –, ofereceu.

– É muito fofo. Eu até comprei e pendurei todos os


pôsteres de suas bandas favoritas. Deixe–me trazer sua
imeu interior por orquestrar aquela pequena cena para
irritar a mamãe.

–Você não vai fazer uma coisa dessas. – A voz de


mamãe era de aço e cortou meus nervos, deixando uma
queimadura.

– Eu levarei a mala. Eu as vejo lá em cima meninas.

Eu segui Millie pra cima, minha cabeça pesando de


vergonha. O silêncio era tão forte que bateu nas paredes.
Todo mundo estava se dando bem antes deu chegar.
Sabendo que tinha uma tendência de fazer as coisas
estressantes com a minha doença, a minha atitude, e toda
a minha vida, jurei baixar minha cabeça e sair do seu
caminho para o resto da minha estadia. Verdade seja
dita, foi uma das razões pelas quais eu não queria vir
aqui antes.

Querendo conversar, perguntei à minha irmã mais


velha:

– Então, o que está acontecendo, a mamãe está agindo


como se você tivesse seis anos e te alimentando a força,
repentinamente?

– Não acontece nada –, falou Millie, apontando com as


mãos para fotos aleatórias penduradas nas paredes e
estátuas nos cantos dos corredores espaçosos.

– Você conhece a mamãe. É alguém que alimenta,


cuida do ninho e se preocupa.

– É verdade, mas ela nunca teve um problema com


você carregando minha mala pesada

Eu pressionei.

A risada de Millie era estranha em seus lábios.

– Ela tem agido como se eu fosse feita de algodão


desde que fiquei noiva. Ele quer que tudo seja perfeito.
Noivas não ficam bem com um corte gigante em sua
cabeça, ou um braço com gesso.

Deixei o assunto, principalmente porque estava


cansada demais para me aprofundar e em parte porque
tinha o suficiente para me preocupar. Precisava fazer
mudanças de última hora em sua festa de despedida de
solteira e ainda precisava contar as novidades de Darren
durante o jantar.

– Estou muito feliz por você estar aqui. – Ela esfregou


meu braço, nós duas éramos mulheres pequenas, mas eu
menor. Parecia apropriado ter tamanho de bolso,
especialmente porque eu me sentia assim quando
mamãe estava por perto.

– Eu sei que você está ocupada. Você tem sua vida em


Nova York e eu quero que você saiba que eu aprecio você
vir aqui. Tanto, tanto, Rosie–bug.

Conversamos um pouco mais antes dela se retirar


para a cozinha. No minuto em que eu estava sozinha,
joguei meu corpo no colchão queen size com dezenas de
travesseiros fofos, tirei meu celular do bolso de trás da
minha saia jeans desbotada e escrevi uma mensagem
para Dean.

A primeira mensagem que eu já enviei a ele.


Rosie: Meus pais e a irmã não sabem que eu
terminei com o Darren. Por favor, não diga
uma palavra. Eu vou contar esta noite.

Ele respondeu em segundos.


Dean: Merda Eu preciso cancelar o
comunicado de imprensa que eu fiz. Tão ruim
por ai?
Foi bom fazer uma pergunta, sabendo que ele estava
realmente esperando por uma resposta.
Rosie: As loucuras habituais de LeBlanc.
Você?

Dean: Devorando um sanduíche enquanto ouço


as fofocas da cidade sobre os novos
regulamentos do território. Vivendo o sonho.
Chame se você precisar de salvação.

Rosie: Você não é meu super–homem.

Dean: Eu sou o que você precisar que eu


seja.

Rosie: Isso foi tão brega, você realmente


me deu uma ânsia.

Dean: Engraçado, você deveria mencionar


sua nausea, só estou pensando em como uma
certa parte do seu corpo seria muito mais
deliciosa do que o meu sanduíche.

Eu bufei uma risada pouco atraente quando minha


cabeça bateu no travesseiro, em seguida, fechei os olhos.
O sonho veio e eu também vim muitas vezes. Em meus
sonhos. Minha co-estrela, Dean Ruckus Cole. Maldito
seja.
CAPÍTULO 07

Eu fui um moleque de merda mimado

Eu sabia disso, reconhecia isso, e não tive um


problema com isso.

No minuto em que cheguei em casa, mamãe e papai


saltaram sobre mim como se eu fosse o próprio Deus. E
para eles foi. Eu cresci acreditando que o sol brilhava
diretamente da minha bunda e que eu era feito de ouro
puro e orgasmos em cadeia. Isso é o que meus pais
superprotetores criaram na minha cabeça e foi isso que
eu acabei me tornando. Eles não trataram minhas irmãs
mais novas, Payton e Keeley, de forma diferente e elas
tiveram tanto sucesso quanto eu. Keeley estava
estudando medicina em Maryland e Payton era
professora assistente na Universidade de Berkeley,
enquanto trabalhava em sua dissertação sobre algo
impressionável e esquecível.

Que posso dizer? Os pais Cole tinham filhos atraentes


e excelentes. Apesar do fato de depender de álcool e
maconha para esquecer que Nina existia, eu era quase
perfeito.
O perfeito CEO.

O homem de negócios perfeito.

O filho perfeito

O amante perfeito.

Eu provavelmente poderia continuar, mas qual seria o


sentido disso? Eu também era competente com grandes
habilidades de gerenciamento de tempo.

– Seu sanduíche, querido, com aquela mostarda


especial que você gosta do mercado dos fazendeiros.

Minha mãe, Helen, pressionou os lábios na minha


testa antes de se sentar ao meu lado na mesa da cozinha.

Meu pai, Eli, estava sentado na minha frente, com um


sorriso orgulhoso nos lábios. Nós conversamos sobre o
trabalho, a política e os assuntos locais por um tempo
antes da mãe olhar para baixo e começar a brincar com
seu colar de pérolas em seu cardigã cor de limão.

– Querido, eu preciso te contar uma coisa e não quero


que você fique bravo.

Naturalmente, eu já estava irritado. Eu olhei para cima


do meu sanduíche, mastigando, enquanto seus
movimentos ficavam mais nervosos e sua garganta subia
e descia.

–Recentemente ... estivemos em contato com a Nina.


Mamãe alisou o tecido de seu cardigans
nervosamente. Eu não deveria ter ficado surpreso por
Nina ter ligado para mamãe, mas de alguma forma eu
estava. Papai tirou os óculos e espetou a ponta do nariz.

–Você não pode virar as costas, Dean. É hora de


falarmos sobre isso

disse ele.

–Não há nada para falar. Ela é da minha conta, não


sua. O que ela queria?

– Ela me pediu para te convencer a vê–la.

Os olhos comoventes da mãe me imploraram.

– está fodidamente louca.

–Dean, linguagem.

Meu pai me repreendeu como se eu tivesse quatro


anos de idade. O que seja. Eu gostaria de ver como sua
bunda iria lidar com alguém como Nina. Ele tinha a porra
da Helen Cole. Alguém incrível, compreensiva e
fodidamente humana. Julgar é fácil. Lidar com a merda
complicada entretanto, nem tanto.

–E bem? – Eu me recostei na minha cadeira.

– Diga Helen. – Eu usei o primeiro nome, que sempre


afetou minha mãe que fez uma careta.

Você é um idiota de 5ª grau, Ruckus.


– Precisa dar–lhe uma oportunidade, certo? Ela tem o
direito de se explicar. Chegou a hora de conhecê–lo.
Pense no potencial vínculo. Vamos, já ouvi tudo isso, mas
estou sempre disposta a repetir.

– Não é justo que você ponha tudo isso em sua mãe. –


Papai colocou as mãos sobre as dela. Eu pisquei uma vez.

– É justo para mim?

– Você terá que enfrentá–la em algum momento

argumentou Mamãe.

– Lamento fodidamente discordar. Eu nunca mais a


verei. Me ponha a prova. Realmente deveria.

– Precisamos resolver esta situação. Não é assim que


um Cole age –, meu pai começou com sua voz autoritária.
O todo–poderoso Eli Cole era a definição de uma boa
pessoa. Sempre querendo fazer a coisa certa. – Você sabe
porque ela está te procurando. É hora de você encarar o
que tem a dizer.

– Se ela quiser que eu o conheça, felizmente o farei,


mas não por dinheiro.

– Isso poderia ser arranjado. – Ele coçou a barba com


a armação dos óculos. Eu não tinha ideia do que ele
estava falando. Eu não iria arrastar Nina para o tribunal e
lutar por anos por isso.

Eu me levantei e me inclinei sobre a mesa.


–Vocês me amam? – Eu perguntei aos meus pais.

– Claro–, papai zombou.

– Então confie em mim quando digo que é melhor não


conhecê–lo. Eu não estou pronto para lidar com isso
agora. Me respeite. Deixe ela ir.

Sentindo–me uma merda, eu certamente agi como um,


subi as escadas para o meu antigo quarto, me
preparando para tomar um banho. Meu telefone tocou.
Eu não me sentia com vontade de falar com ninguém,
mas dei uma olhada rápida de qualquer maneira.
Rosie: Eu preciso que você me pegue.
Nenhum carro + jantar do inferno = tempos
desesperados exigem medidas desesperadas.

Tentando recolher minha fodida mandíbula que


estava no chão, eu ri. Ah, isso estava acontecendo.
Dean: Eu estarei às 10.

Rosie: Prometa–me não flertar comigo.

Dean: Sim ... não

Dei–lhe um segundo para processar isso antes de lhe


enviar outra mensagem.
Dean: Irei. Verei. Vencerei.

(E depois voltarei de novo).


Rosie:Eu não posso acreditar que estou
desesperada o suficiente para te aturar.
Promete pelo menos não contar a ninguém
que nos encontraremos.

Dean: Sim, que seja.

Como se alguém desse meio pedaço de merda pra isso,


Rosie e eu éramos dois canhões perdidos em uma
máquina que de alguma forma funcionava sem
problemas. Vicious e Millie estavam estabelecidos. Jamie
e Melody estavam casados e tinham uma filha. Mesmo o
bad boy do Trent vestiu calças de gente grande e
mantinha uma família moderna, compartilhando a
guarda conjunta de sua filha Luna com sua mãe, Val.
Todos eles criaram raízes e deixaram de ser estudantes.
Todos, exceto nós.

Ela era a irmã mais jovem de boca suja e não tão boa, e
eu era o bêbado viciado em drogas cuja relação mais
séria era com seu traficante de drogas.

Ninguém se importaria se transassemos até


perdermos a sensação de passar o tempo, contanto que
mantivéssemos silêncio e não ultrapassássemos nosso
limite, nem manchássemos nossos trajes de dama de
honra e padrinho.

Era isso o que Baby LeBlanc não notou, porque ela


estava ocupada demais protegendo os sentimentos de
sua amada irmã. Sentimentos que nem estavam lá.
Coloquei meu telefone no bolso de trás e fui até o
armário do meu quarto para colocar uma camisa limpa.
Peguei minhas chaves na mesa de cabeceira, meu
telefone tocou de novo.
Rosie: Você tem erva?

Tentando e falhando, para não rir, meus dedos


deslizaram pela minha tela.
Dean: E seus pulmões? Eles não estão
quebrados ou alguma merda assim?

Rosie: Traga sua provisão, garoto


engraçado.

Agradar–lhe era a única maneira de consegui–la. Rosie


queria testar os limites. Ela não sabia que eu não tinha
nenhum? Bem, essa era uma lição que ela ia aprender em
breve.
CAPÍTULO 08

O que te faz sentir vivo?

Cometer erros. Apropriando-me deles.


Apropriando-me de mim. Pegar o que eu quero
e chamar de meu. Mesmo que não seja. Mesmo
que eu saiba que nunca poderia ser.

Prisioneiros de guerra devem ser enviados para


serem torturados pelos braços e línguas de meus pais.
Essa foi a conclusão a que cheguei depois de passar oito
horas com mamãe e papai.

Eu era uma garota durona. Lidar com uma doença a


longo prazo que coloca sua vida em risco lhe dá uma
camada adicional de durabilidade. Como aquela camada
incolor e final de esmalte que ninguém vê.

Então o fato de que eu estava à beira das lágrimas me


pegou de surpresa. Não tinha um carro, assim que me
sentei nos degraus da entrada principal para a mansão e
esperei por Dean para me pegar, minha cabeça
pendurada entre as pernas, os eventos do jantar se
reproduziram na minha cabeça, fazendo–me engolir em
seco e lutar contra as lágrimas que ameaçavam
derramar.

Estávamos todos sentados à mesa, servido pelos


empregados de Vicious, comendo ostras Coffin Bay King
com vinho trazidas da Austrália (aparentemente, ostras
americanas já não eram aceitáveis, agora que meus pais
eram ricos por associação), falando sobre os arranjos
finais de casamento. Tudo foi relativamente tolerável ...
até que não foi

– Bem, acho que é hora de nos referirmos ao elefante


na sala. – Papai colocou o copo de vinho na mesa e
ergueu os olhos para encontrar o meu.

– Quando você planeja se mudar de volta para cá,


Rosie? Apoiamos você em sua experiência em Nova York.
Você era jovem e precisava de uma aventura, mas é hora
de seguir em frente. Você não é mais uma garota e sua
irmã não segurará mais sua mão.

– Papai, Rosie é auto–suficiente, você não pode dizer a


ela o que fazer

Millie interveio, soando como um bálsamo suave nos


meus nervos quentes. Mamãe suspirou abafada pela
prataria ruidosa. Eu molhei meus lábios, atordoada
demais para dizer uma palavra.

– Sempre estão sufocando ela, papai. Rosie é uma


adulta.
–Não é como você, querida. É um pouco imprudente.
Nós amamos a nossa Rosie–bug exatamente como é, mas
as coisas estão mudando. Torna–se mais fraca a cada
ano.

– Está doente!

Mamãe completou, acariciando o nariz com um


guardanapo de linho antes de erguê–lo para os olhos
para fazer o mesmo. Eu me encolhi. Ela levou a conversa
da primeira velocidade para a quinta.

– Olha isso

Ela apontou para mim.

–Toda pele e ossos. Você não acha que está magra

Millie suspirou, se desculpando e olhou para mamãe.

– Ela sempre foi magra.

– Muito magra –disse a mãe.

– Todo mundo é muito magro na sua opinião, mamãe.


Nosso gato parecia um guaxinim porque você o
superalimentou. O mesmo gato que eles tiveram que dar
quando descobriram que eu tinha fibrose cística. Jesus,
foi tão divertido quanto ter lepra.

– Ok, pessoal.– Eu me ressenti, odiando que Vicious


viu essa troca.
– Não é como se eu estivesse aqui ou algo assim. Não
me deixe interferir na maneira como vocês falam sobre o
meu futuro.

– Estamos te comprando uma passagem para casa.


Você deve gastar seu tempo conosco, não vagar por uma
cidade grande à procura de problemas.

A voz de mamãe estava dançando a beira do pânico.

– Eu continuo em Nova York.

– Paul – ela gemeu. – Diga a ela

–Sim Papai. – Eu sorri. – Me diga.

Paul LeBlanc não ia me pressionar. Você sempre pode


contar com o papai para calar a mãe quando se trata de
mim. Millie estava tentando me proteger, mas não tinha
esse tipo de autoridade.

Papai olhou entre mamãe e eu.

– Desculpe, Rosie–bug.– Ele balançou a cabeça e, a


princípio, eu pensei que ele estava se desculpando em
nome de sua esposa.

– Mas sua mãe está certa. Eu também me importo com


você. – Ele se moveu em seu assento.

– Claro, talvez tenhamos que ter em mente que você


tem Darren agora. –. Papai arranhou a sombra de sua
barba de três dias, refletindo sobre isso em sua cabeça.
– Parece que ele está cuidando bem de você. Você não
acha, Charlene? – Seu pai não é misógino, tentei me
convencer a si mesmo. Ele apenas soou como um um
segundo atrás.

–Sobre isso. –Tossi, sentindo minhas palmas suando e


meu coração girando como um bêbado sem esperança,
tropeçando para fora do meu corpo em direção ao prato
mais próximo. Talvez alguém seria tão bom para
esfaqueá–lo.

– Darren e eu terminamos.

– Que?! – Papai rugiu, levantando–se de seu assento e


batendo na mesa de madeira. Ele parecia tão surpreso
quanto eu me sentia. Eu tinha esquecido que minha vida
amorosa era o meu negócio? Eu fiz uma careta,
observando quando Millie colocou a mão sobre a de
mamãe, pedindo sem palavras que se detivesse

Quando olhei para cima, percebi que ela estava


chorando tanto que todo o seu corpo estava agitado.

– Ela não tem ninguém lá. Ninguém.E está se


consumindo, morrendo.

Senhor. Minha família era uma espécie de grupo de


drama.

Os olhos de papai ardiam, ameaçando queimar minha


pele com cicatrizes feias.
– Ele se mudou há algumas semanas. – Eu mantive
minha voz neutra, esmagando a palma da mão no
guardanapo de pano branco que eu sequer tinha usado.

– Queria se casar. Chegou até a propor, com um anel e


tudo mais. Mas como você sabe, eu não estou interessada
em casamento. Especialmente considerando minhas
recentes complicações. – Eles sabiam exatamente o que o
Dr. Hasting, o especialista que Vicious havia contratado,
me disse no ano passado, depois de ter feito alguns
testes extensivos.

–Ele irá se recuperar.– Eu encontrei-me confortando-


os em vez do contrário.

– Eu também vou. Ele merecia coisa melhor que esta


vida. –

Houve silêncio. Do tipo que pinga no seu corpo e


mastiga seus ossos. Prendi a respiração, pronta para um
golpe físico que me mandaria voando para o outro lado
da sala.

Vicious recostou–se na cadeira e brincou com o cabelo


de Emilia.

– Deveríamos nos retirar. Parece que seus pais e sua


irmã têm muito o que conversar.

Os olhos inquisitivos de Millie encontraram os meus


do outro lado da mesa. Neguei com a cabeça.
– É nosso único jantar em família antes do ensaio.
Todo mundo fica.

Mamãe chorou mais e continuou dizendo que seu


bebê estava morrendo. Tempo de diversão na casa
LeBlanc. Fique atento para a festa depois.

– Mãe – Eu ri, sentindo meu rosto aquecer de


vergonha.

– Eu não estou morrendo.Eu cuido bem de mim


mesma.

– Jesus Cristo, Rosie, que bobagem. – Papai bufou,


batendo na mesa novamente. Não me escapou que ele
não se referia mais a mim como Rosie–bug. Ele apontou
para mim, seu rosto contorcido de desgosto.

–Você fala sobre o tempo com nossa família como se


você não desse a mínima para sua irmã. Esta foi sua
chance de não ser um fardo para sua mãe e para mim.
Sua chance de finalmente libertar sua irmã de cuidar de
você. E, no clássico estilo Rosie, você arruinou tudo –, ele
repreendeu.

Meu garfo caiu no chão e meus olhos se iluminaram,


uma mistura de surpresa e raiva dilatando minhas
pupilas. Eu não pude acreditar no que estava ouvindo.
Papai nunca falou comigo assim antes. Inferno, ele quase
nunca disse não para mim, mesmo quando eu queria um
maldito pônei Foi aí que ele impôs seu limite, mas só
porque ele não podia pagar Além do pônei (e manter
longe dos caras, é claro) eu era praticamente ouro.

Foi ele quem disse à mamãe que deveria me deixar ir


a Nova York, chegando mesmo a comprar minha
passagem só de ida.

Foi ele quem me disse para perseguir meus sonhos,


mesmo que eles me levassem na direção oposta ao que
ele queria que eu fosse. Foi o papai que realmente
acreditou que eu poderia fazer isso. Viva a vida como
uma pessoa normal. E ele estava mentindo. Todo o
tempo.

– Eu não estou despejando meus problemas de saúde


em ninguém nesta mesa

eu disse entre os dentes cerrados.

– Eu moro do outro lado do maldito país. De onde isso


vem?

– Você tem que voltar. Você tem que voltar, não é bom.
– Mamãe choramingou, jogando o guardanapo sobre o
prato principal, o prato ainda transbordando de comida.

–Sua irmã quebrou as costas trabalhando em dois


empregos para que você pudesse morar em Nova York.
Antes de deixar a cidade, ela facilitou sua vida com um
apartamento de primeira classe que tem sido pago e até
cobriu o custo de matrícula em sua escola de
enfermagem. E como você retribui toda essa gentileza?
Você faz café!

– Ei. – Foi a minha vez de bater na mesa e, porra, doeu.

– Desde quando você desaprova certos trabalhos?


Você foi uma cozinheira por quarenta anos.

– Não tinha outra escolha! Mamãe gritou.

– Eu também não! Eu saí da escola porque o Dr.


Hasting me fez fazer isso!

Se levantou e saiu da cozinha com raiva, deixando–me


sem palavras.

Papai, Vicious e Emilia me encararam. Os homens com


decepção, minha irmã com tristeza. Lágrimas perfuraram
meus olhos e me pedindo para deixá–las cair. Nunca
chorava, e odiava mostrar fraqueza. Especialmente
quando tudo que eu fazia na vida era projetado para
mostrar à minha família que eu poderia fazer sozinha.
Que não precisava de ajuda. Que minhas pétalas estavam
caindo, mas que eu ainda estava florescendo.

– Rosie ... –disse Millie baixinho

– De um pouco de tempo para a mamãe.

– Pare de defender sua irmã. – Papai passou a mão


pelo rosto. Cada sílaba que ele proferiu se espalhou como
fogo dentro de mim. Ele olhou para a varanda de Julieta
nas minhas costas, incapaz de olhar para mim.
– Você está matando sua mãe e a si mesma. Você tinha
um namorado que era médico. Um homem que poderia
te dar tudo que você precisava.

– Ele era um podólogo. Isso é como metade de um


médico. Ele não é mais médico do que Ross Geller.–
Senhor. Eu tirava a maioria das minhas referências
culturais dos episódios de Friends. Me ajuda.

Papai não achou meu comentário engraçado. Na


verdade, ele ignorou–o completamente enquanto
lentamente pegava o telefone e o maço de cigarros que
fumava após cada jantar, pronto para sair também.

– Você terminou com ele porque foi egoísta. Porque


ficar com ele significava dançar a música, querida.
Porque você não pode se comprometer com nada, é por
isso que você deixou a escola de enfermagem, vive em
um apartamento pago e trabalha como garçonete aos
vinte e oito. Sua irmã vai se casar em uma semana. –
Respirou profundamente, fechando os olhos como se
precisasse de força para terminar a frase.

– E aqui está você, fazendo com que todos nos


preocupemos com você novamente. Sua mãe não precisa
de tempo. Ele precisa de uma filha saudável.

– O que aconteceu com "fazer o que você quer fazer",


papai? – Eu me levantei do meu assento, todos os
músculos do meu rosto tremiam de raiva. Eu não tenho
ninguém. Ninguém além de Millie. Ninguém para
apreciar quem eu era sem me bater com o rótulo de
"doente" e "fraco".

–O que aconteceu com "você pode fazer alguma coisa,


sempre que se proponha”?

Ele balançou a cabeça. Meu pai era um homem


pequeno, de corpo magro e musculoso, que fazia
trabalhos pesados o dia todo, mas ele parecia tão grande
e imponente naquele momento.

– Você tinha dezoito anos quando se mudou, Rosie.


Você tem vinte e oito agora. A maioria dos homens quer
se estabelecer e ter uma família agora. Como você pode
rejeitar alguém que não apenas sacrificaria essas coisas
para estar com você, mas realmente poderia cuidar de
você? – Ele se virou para minha irmã, cuja boca estava
aberta.

– Ela precisa ouvir isso. Ela não pode se dar ao luxo de


ser exigente.

Com isso, ele também saiu da cozinha.

– Acredito que este é meu sinal para que você possa


recolher os pedaços –, murmurou a voz obscura de
Vicious, pressionando um beijo no topo da cabeça de
Millie. Ele seguiu o pai lá fora. As portas se fecharam com
um som suave que fez meu coração tremer.
Minha irmã olhou para o prato, esfregando as coxas,
como fazia quando estava nervosa. Seu lindo vestido
prateado subindo e descendo por suas pernas.

– Eu sinto muito, – foi tudo o que ela disse.

Pelo menos ela não me deu as costumeiras tolices e


verdades alternativas que as pessoas dão aos outros para
confortá–las.

– Papai nunca me disse uma palavra ruim antes. – Eu


engasguei com a minha frase. Eu precisava do meu
inalador. Eu precisava dos meus pais. Eu precisava de um
abraço.

Os olhos de Millie se moveram para encontrar os


meus. A dor rodou dentro deles. Ela também pensou que
eu era uma causa perdida. Ela só não queria me
pressionar como eles fizeram.

Agora que estávamos sozinhas, lágrimas escorriam


pelo meu rosto.

– Eles te amam.– Ela engoliu em seco.

– E eu os amo –, respondi.

Ela se levantou, alisando o tecido do vestido.

– Eu sei que é a última coisa que você quer ouvir, mas


você deveria considerar retornar. Eu preciso da minha
irmã ao meu lado, Rosie–bug. Eu sinto muito sua falta.
Além disso, mamãe e papai estão muito preocupados.
– Por minha saúde ou sua consciência? – Eu coloquei
minhas mãos em minhas coxas e ofereci–lhe um olhar
penetrante.

– Há quanto tempo você sabe disso? Sobre o papai


pensando que eu era uma garota estúpida e sobre
mamãe agindo como se eu estivesse no corredor da
morte?

– Rosie ...

– Você também acha que eu não sou um bom partido?


– Eu ri entre lágrimas. Jesus, louca, não era uma boa
imagem para mim.

– Você também acha que Darren me fez um grande


favor ficando por perto porque eu estou tão doente?

– Claro que você é um bom partido! – exclamou .

Claro.

Só que não era tão bom partido como ela. A


necessidade de provar seu erro queimou todos os ossos
do meu corpo.

– Por favor, me deixe em paz. – Apoiando meus braços


na mesa, enterrei meu rosto entre eles.

Ela fez.

Fechei os olhos, deixando a miséria me arrastar por


um rio de autopiedade e bati a cabeça contra a toalha de
mesa branca imaculada três vezes.
Merda.

Merda.

Merda.

Bem vinda a Sinners Saints Rosie.


CAPITULO 09

O que te faz sentir viva?

Correr descalça. Sentir os galhos baterem


no meu rosto, meu peito, meus pés. Sair
ferida. Dolorida. Aproveitar as
oportunidades.

Dean me pegou em uma velha caminhonete cabine


dupla vermelha. Eu não tinha ideia de onde ele a
conseguiu, mas naquele momento, eu estava pronta para
pular em um enorme caminhão cheio de estranhos
usando balaclavas oferecendo uma pilha suspeita de
doces, a fim de fugir deste lugar.

Relaxar não estava nos meus planos naquela noite,


pensei. Eu só queria encontrar alguns momentos
tranquilos de respirações ininterruptas em algum lugar
onde eu não fosse criticada.

No momento em que o veículo de Dean estava


estacionado do lado de fora das portas da mansão, eu
corri para fora, rastejando para o banco do passageiro e
ajustando o cinto de segurança. Eu estava com uma saia
jeans e uma camiseta branca solta, era a camiseta da
Darren Podiatrists Association que recebi em uma
convenção no começo do ano e meu cabelo que contava a
história de cinco horas de vôo e uma inquieta. soneca

– Dirija – Eu pedi, olhando em frente, ainda não tendo


certeza de como Dean "Promiscuo" Cole de alguma forma
se tornou meu Salvador e o que isso diz sobre a minha
situação em geral. Não queria olhar para ele e arriscar
mostrar–lhe o que estava por trás dos meus olhos,
porque se ele pudesse decifrar esses sentimentos, ele
veria tudo. Toda a verdade horrível.

Ele não me perguntou para onde. Ele acabou pegando


uma garrafa de Jim Bean e disse:

– Abra sua janela. Coloque alguma musica.

Pela primeira vez na minha vida, fiquei feliz por estar


a um passo do alcoolismo. Eu rapidamente peguei a
garrafa no segundo que entrou no meu campo de visão.

– Saúde. – Eu a levantei no ar antes de tomar uma


golada generosa.

Demos voltas em Sinners Saints por uma hora,


dirigindo através de Liberty Park, passando por Sinners
Saints Alta e a bem iluminada marina que atrai turistas
de todo o mundo. O vento do oceano salgado bateu no
meu rosto, proporcionando algum conforto. Eu bebi
mais. A estação de rádio pirata reproduzia canções de
amor tristes e, embora eu não entendesse uma palavra,
elas fizeram meu mundo se inclinar. Eu tentei usar o
tempo para regular meu batimento cardíaco e me
lembrar que estava tudo bem. Bebi meia garrafa, mas
não foi por isso que minha visão ficou nublada e meus
dedos tremeram quando se enrolaram no pescoço de Jim
Beam. Não. Isso foi por causa da raiva.

Você não pode ser exigente.

Você teve sua chance e você arruinou.

Fodam–se, e com uma vara com vários metros de


altura.

Dean nunca disse uma palavra, me dando o espaço


que eu obviamente precisava, dirigindo sem rumo e
parecendo ridiculamente quente em fazê–lo. Era bem
possível que esse viciado em drogas fosse o único
homem dos Quatro Garotos Quentes que realmente
possuía algumas células com um coeficiente de
inteligência emocional. Não é como se alguém fosse
adivinhar que estivesse falando com ele. Ou olhando
para ele. Dean Cole tinha o adorável ato de drogado
como uma arte. Ele nunca permitiu que ninguém visse o
que estava abaixo da superfície. O que me lembrou ...

– Você tem a erva?

Eu fui a primeira a falar. Olhei fixamente para a


estrada, ouro brilhando em seu pulso no escuro, quanto
custaria esse relógio? Mais do que todos os meus bens
materiais, se eu tivesse que adivinhar, uma mão que
dirige o volante, a outra agitando seu cabelo cor de
chocolate com leite.

– Você está de calcinha? Ele provocou.

– Claro – Eu zombei.

– Então eu tenho erva. Para mim, é uma necessidade


tanto quanto cueca.

– Encantador, – Meus olhos rolaram no piloto


automático.

– Aparentemente é, porque essa foi a primeira vez que


vi você sorrir em um dia e é por minha causa.

Eu estava sorrindo? Merda, talvez estivesse. Ele


estacionou em uma colina gramada com vista para
Sinner Saints. A pequena cidade de SoCal foi
cuidadosamente pressionada em um vale entre duas
montanhas. Esta pequena reserva proporcionava a visão
perfeita das luzes do centro. As imensas piscinas azuis
das mansões próximas, brilhando na noite escura, postes
de luz se espalhavam por toda a extensão da marina. A
reserva estava deserta, exceto por uma quadra de
basquete a cerca de trinta metros de nós. Estava bem
iluminada e havia adolescentes jogando bola de um lugar
para outro, mas eles não pareciam se importar com o
caminhão ou conosco.

– De onde veio essa coisa?


Eu apontei com o dedo indicador para o caminhão,
inclinando meu corpo para enfrentá–lo. Pelo que
conseguia me lembrar, a família de Dean possuía uma
quantidade infinita de Volvos. Essa era a marca perfeita
para o tipo de familia perfeita.

– Meu tio do Alabama.

Humideceu seu lábio inferior, olhando–me com


aquelas esmeraldas cintilantes.

– O único presente que ele me deu. Eu nem tenho


certeza por que eu mantive–o, mas queria ser discreto,
então eu vim nesse veículo Vicious não o reconheceria.

– Guardou um caminhão caindo aos pedaços


esperando a remota possibilidade de precisar dele?– Eu
não pude deixar de rir.

– Quem é você, Dean Cole e a CIA sabe de você?

Dean jogou a cabeça para trás, os dedos entrelaçados


atrás do pescoço e riu.

– Cale a boca.

E na verdade eu era uma daquelas meninas


lastimáveis, que permitiram que sua aparência, seus
músculos e seu status se filtrasse em seus cérebros e
arrastasse para a calça, fazendo parada desnecessária
sobre os seios. Porque senti, como se estivesse
agarrando meu coração e apertando em meu punho.
–Tudo bem, Sr. Shady–, eu provoquei.

– Isso não é justo. Eu não tive um cadáver sobre isso


em anos.

–Você poderia estar me enganando. A coisa é uma


merda. – Eu solucei, sabendo muito bem que estava
bêbada.

– Era aqui que você tinha suas aventuras quando


estava no ensino médio?

–Não. Eu sou um idiota sentimental. Eu nunca iria


manchar este bebê com uma foda aleatória.

– Você está cheio de surpresas, Dean Cole.

– E em breve você vai estar cheia de mim, Rosie


LeBlanc

***

A grama estava molhada, mas eu andava descalça de


qualquer maneira. Proporcionando novo conforto contra
o insuportável calor de agosto no SoCal. Cheguei a um
banco no topo da colina, com vista para a cidade e
sentei–me. A coisa boa de Sinners Saints foi a ausência de
fábricas industriais e poluição. Uma das razões pelas
quais meus pais aceitaram um emprego aqui quando eu
era adolescente foi me ajudar com meu problema de
muco, para ter certeza de que meus pulmões estavam
limpos. Um manto de estrelas brilhantes acima de nossas
cabeças me lembrou que éramos pequenos e que elas
eram grandes.

Dean tirou duas latas de cerveja do banco de seu


caminhão, eu não perguntei o que diabos eles estavam
fazendo lá e abriu um, entregando–me uma antes de
beber a outra e se deixou cair centímetros de mim.

– Você sabe, Cada estrela que você vê no céu noturno


é maior e mais brilhante que o sol.

– O que? – Eu soltei uma risada.

– Quanta bobagens. O sol é enorme!

Dean olhou para mim, sério como um ataque cardíaco


e foi naquele momento que percebi que eu tinha acabado
de convidá–lo para entrar no meu coração. Que de livre
vontade eu abri a porta para ele fazer isso. Foi como
jogar seu corpo sobre um penhasco, com os olhos
abertos, braços estendidos e um sorriso no rosto. Isso é
trágico, pensei. Esqueci como era passar um tempo real
com o Ruckus. Eu esqueci o caos que estava se mexendo
dentro de mim.

– O sol é apenas uma estrela anã amarela, Baby


LeBlanc. – Sua voz era plana, seu olhar intenso.

– É glorificado porque estamos familiarizados com


isso e é o mais próximo. A maioria das pessoas ama o que
está mais próximo. O que eles estão acostumados. – Ele
não estava mais falando sobre estrelas e nós dois
sabíamos disso.

Seu conhecimento de astronomia me pegou de


surpresa. Talvez porque eu quisesse reduzi–lo ao viciado
em drogas que não se importava, nem sabia nada mais
do que futebol, mulheres e números chatos.

Tirou um baseado do bolso de trás, erguendo os


quadris para encontrá–lo e enfiou–o entre os lábios em
forma de coração, o fogo de seu isqueiro iluminando
cada curva do rosto de Adonis. Tomando um arrasto, ele
me entregou.

Houve um momento em que o baseado pairou entre


nossos dedos. Eu esperei por ele para retirá–lo. Ele
fechasse a cara. Que falasse que eu era louca por fumar.
Mas nenhuma dessas coisas aconteceu. Ele me deixou
tomar essa decisão por mim mesma. Isso me fez sentir
como um adulto.

Eu peguei o baseado, permitindo um pequeno sorriso


que eu escondi no escuro. Todos os outros me trataram
como se eu fosse feita de vidro,dei uma tragada. Inalado
Eu exalei. Eu sobrevivi isso foi um triunfo no meu
mundo. Mas, claro, tive que tossir como um cachorro que
estava prestes a vomitar um ou dois pulmões. Dean me
deu um olhar de soslaio, sorrindo.

– A próxima vez que você quiser usar drogas, eu vou


fazer brownies para você.
O ignorei, olhando para o céu. Foi bom esquecer
minha família, mesmo que por um segundo. Mesmo se eu
fizesse isso com o homem que considerava meu inimigo
de alguma forma.

– Eu ouvi uma vez que o sol se aproxima de nós todos


os anos. Que um dia queimará o planeta inteiro –, eu
disse, circulando o céu com o dedo e passando–lhe o
cigarro de maconha.

Dean tomou um gole de sua cerveja, tudo sobre sua


linguagem corporal leve, jovem e imprudente. Ele
parecia um adolescente por um segundo. O adolescente
que amei uma vez.

– Bem, o sol deve durar sete bilhões de anos a mais do


que os atuais quatro bilhões e meio de anos. Então ele
provavelmente se tornará uma gigante estrela vermelha
e entrará em colapso em uma anã branca. É seguro dizer
que, quando isso acontecer, nem minha bunda de
maconheiro nem sua bunda feliz estarão aqui para
testemunhar o show de merda. – Ele acariciou minha
cabeça com a mão que segurava sua cerveja, como se
fosse um bebê precioso.

– A menos que você planeje ficar por perto, você vai se


tornar uma maldita velhinha. Até alguns bilhões de
anos.– Eu ri tanto que minha voz ecoou no céu.

– O suficiente para dizer que não estarei aqui.


Nenhum de nós estará. – Ele deu de ombros, passando–
me o cigarro de maconha. Nossos dedos se tocaram e a
eletricidade rolou pela minha pele, fazendo cócegas.

Eu ignorei, pensando:

Mas meu tempo provavelmente vem muito mais cedo


que o seu. Quantos anos mais ele teve? Vinte? Dez? Menos?

Esse era o problema com a fibrose cística. Não era tão


urgente e imediato como o câncer ou a ELA. Eu ainda
tenho tempo. Apenas não tanto quanto todos os outros.
Talvez fosse o álcool, a maconha, ou vida em geral, mas
aconteceu. Depois de alguns bons anos, aconteceu. De
novo.

Meu ex–terapeuta disse uma vez que sou


completamente normal, considerando as minhas
circunstâncias. A percepção de morrer, como era real, me
pegou e o pânico percorreu minhas veias em números
alarmantes. Eu estava congelada. Parei de respirar, não
por escolha, quando as imagens do meu corpo
apodrecendo dentro de um caixão agrediram minha
mente.

Esses ataques de pânico vêm acontecendo há muito


tempo. Desde que eu tinha dez anos e o conceito de
morte começou a fazer sentido. Isso foi mais ou menos
quando eu sabia que não ia morrer como uma mulher
velha. Eu estava tendo um ataque de pânico enquanto
estava com o Sr. Relaxado, mas ele não poderia saber,
porque esses ataques não eram extremos. Depois de
alguns segundos, retomei minha respiração, e a única
coisa física que me incomodou foi acenar depois de uma
onda de calor estranha que parecia ter atingido meu
rosto e um pulso fora de controle.

Quando saí de meu terapeuta, meus pais me levaram


para alguém especializado em adolescentes com doenças
terminais, nós tentamos encontrar a raiz do meu
problema. Todo mundo estava desconfortável com a
idéia da morte, mas eu era uma dos raros adolescentes
que passavam as noites sem dormir, deitada na cama,
imaginando o corpo sendo cremado. A terapeuta era boa.
Eu vou te dar isso. Ela me perguntou se eu me lembrava
de ser um feto. Disse que não. Então ela me perguntou se
eu tinha lembranças de não estar viva. Disse que não. É
assim que a morte será, Rosie. Você não vai se lembrar
do que aconteceu, então, de certo modo, é quase como se
você tivesse vivido sempre.

Em geral, quando tive ataques de pânico, tentei me


lembrar dessa conversa, mas o que geralmente me
ajudava a me distrair era algo completamente diferente.
Então eu balancei a cabeça, dando uma olhada no rosto
calmo de Dean, e perguntei:

– O que mais você sabe sobre as estrelas? Evite a parte


divertida onde elas explodem e todos nós morremos.

Ele colocou uma mecha, que caiu na minha testa, atrás


da minha orelha.
– Isso é simplesmente triste. Especialmente quando o
vizinho acima pode levá–la a qualquer lugar nas alturas.
Isso sim é um prazer digno de culpa.

–Mantenha o foco – gemi.

Ele apagou o cigarro de maconha no banco e jogou em


uma lata de lixo nas proximidades. Ele riu com sua
genuína risada de cem por cento, aquela contra a qual
nenhuma garota teve uma chance. Sua voz era boa contra
a minha pele. No ar. Em todos os lados.

– Agora que tenho esse arquivo de sistema na minha


cabeça, se você contar a alguém, eu vou negar, nunca
voltarei a falar com você, e direi a todos que conhecemos
que você tem hepatite e deixou Dr. Imbecíl, porque ele te
passou pé de atleta.

Ele colocou a mão no encosto de madeira atrás de nós


e inclinou seu corpo sobre o meu.

– Agora você está apenas me implorando para fazer


isso.

Eu pressionei meus lábios, ciente de todos os sorrisos


de paquera que eu estava jogando.

Dean terminou o resto de sua cerveja antes de tomar a


minha e engolir também, soltando um arroto intencional
antes de continuar.

– Eu sou um fã de astronomia totalmente


camuflado,Eu rotulo as pessoas em relação a que parte
do sistema solar elas poderiam se encaixar. Por exemplo,
Trent é Júpiter porque ele é muito grande. Vicios é
Arcturus. Vermelho e irritado o tempo todo, Eu posso
continuar, mas tenho a sensação de que vou me
arrepender.

Ele examinou meu rosto, esperando que eu risse.


Quando não o fiz, ele continuou cautelosamente.

– É mais fácil colocar as pessoas em algo concreto,


sabe?

O cabeça oca, O marinheiro, O amante mulherengo das


festas. Ruckus Sim, entendia a ideia.

–Que tipo de estrela sou eu?

Minha voz saiu grossa. Eu estava bêbada,Eu estava


cheia de luxúria. Eu estava doida, Nossos braços estavam
colados e nosso suor começou a se misturar, mas
nenhum de nós fez um movimento para romper o
contato. Nem mesmo um segundo se passou antes que
ele respondesse, o que me fez acreditar que ele havia
pensado nisso algumas vezes antes.

–Você é Sirius.

–Sirius?

– Sim.

Ele se moveu no banco, esfregando a barba


inexistente ao longo de sua mandíbula quadrada. Eu
tentei ignorar o fato de que ele estava olhando para mim
com algo mais do desejo cru, mas se tornou cada vez
mais difícil a cada segundo que passava.

– Contrariando à crença geral, as estrelas não brilham.


Há apenas uma estrela que brilha com a qual os
cientistas podem concordar. Ela brilha tão intensamente,
que às vezes as pessoas confundem isso com um OVNI.
Não é grande, mas se destaca. Isso é Sirius e também é
você. Você brilha, Baby LeBlanc. Tão brilhante que às
vezes você é a única coisa que vejo.

Sua língua invadiu minha boca, conquistando–me,


derretendo cada rejeição que eu tinha na ponta da minha
língua como manteiga quente. Estava realmente tão
bêbada ou ele era realmente tão bom assim? Sua mão foi
para o sul. Levantou minha saia jeans e levou a mão à
minha calcinha, esfregando o tecido, criando atrito que
me fez gemer em sua boca e perder o resto do controle
que eu segurava.

Quente.

Tudo estava quente.

Meu rosto.

Meus nervos Deus, parecia que meu coração estava


queimando.
– Foda-se, você está molhada –disse ele, apertando
meu clitóris através da minha calcinha. Tirei sua camisa
e arqueei minhas costas, implorando.

–Foda-me –eu implorei no meio do nosso beijo sujo.


Não era como qualquer coisa que eu já tivesse
experimentado. Nossas línguas estavam em guerra,
vencendo, nossas mãos desesperadas e estávamos
pressionando entre nós como se estivéssemos tentando
acender um fogo. Logo, eu sabia, nós teríamos sucesso.

Química Perigosa. Nossos corpos estavam alinhados


de uma maneira que as almas são. Sem falhas. Sua pele
na minha era como ser beijada em todos os lugares, até o
canto mais isolado do meu corpo. Ironicamente, meu
pedido o fez levantar a boca da minha e franzir a testa.

– Quão bebada você está?

Ele examinou meu rosto, bastante sóbrio. Ele tinha


apenas uma cerveja e, pelos seus padrões, era como
beber chá de ervas.

– Não tão bêbada para não saber o que estou fazendo -


respondi.

– Parece algo que uma pessoa bêbada diria - disse ele.


Eu me estiquei entre nós e agarrei seu expesso pau
através de seu jeans, esfregando para cima e para baixo.
Muito duro.

–Por favor
Fechou os olhos, descansando a testa contra a minha
enquanto respirava profundamente. Estava tentando
lutar contra isso. Tentando encontrar compostura. Isso é
o que eu deveria ter feito. Mas eu fui gananciosa naquela
noite.

– Se eu te levar, é porque você quer, não por alguma


vingança da família.

– Sim.

Eu assenti.

– Eu quero.

Levantou–se, ofereceu–me a mão e guiou–me até ao


caminhão vermelho, onde nunca uma garota tinha sido
fodida. A viagem mais longa que já fiz, mas que valeu a
pena fazer.

***

Na cabine, Dean reclinou o banco do motorista


completamente e se inclinou sobre ele, tocando seu peito
musculoso.

–Vem aqui

pediu. Não parecia brincalhão. Não soou sedutor.


Soava sério e perigoso O senhorio mais tentador que já
cruzei. Eu escutei, sentando–me montado nele, e então
corri para seu rosto. Eu ainda estava de calcinha, e
minhas pálpebras pesavam dez quilos cada, mas eu sabia
o que estava fazendo.

Dean tirou minha calcinha, me agarrou pela cintura e


me empurrou para seu rosto, sua língua afundou em
mim, me penetrando com um movimento repentino. Eu
gritei de prazer e surpresa, agarrando seu cabelo e
arqueando as costas.

– Foda minha língua, Baby LeBlanc. Foda com força.

Meus quadris se sacudiram quando fiz exatamente


isso, sentindo sua boca quente em mim, esfregando o
polegar com círculos prazeirosos porém firmes no meu
clitóris, enquanto a mão livre agarrando minha bunda,
ditando como pouso rápido e duro em seu rosto. Ele fez o
tipo de sons alegres que só sonhara ouvir sobre Darren.
Como se fosse a idéia do céu. Como se o que estávamos
fazendo estivesse correto. Depois de alguns minutos, eu
apertei em torno de sua língua, minhas coxas vibrando,
cada músculo do meu corpo tremendo com um orgasmo
ondulante que se movia através de mim como um
terremoto. Joguei minha cabeça para trás e gritei seu
nome, meus olhos fechados.

Então, antes que eu tivesse a chance de abri–los, ele


me virou, eu estava deitada debaixo dele e ele estava de
pé, com o joelho entre as minhas pernas abertas. Dean
desafivelou o cinto, sua camisa subiu, revelando os
abdominais perfeitos que eu tentei não comer com os
olhos no outro dia. Jesus, ele era uma obra prima. Na
verdade, eu estava ressentida com ele por isso.

– Eu vou fazer você gritar meu maldito nome –ele


sussurrou, seu olhar duro no meu –com sua buceta.

Eu abri minhas pernas mais largas quando ele


afundou seus joelhos mais profundamente em meu sexo.
Ele enfiou a mão no bolso de trás e tirou um preservativo
da carteira. Quebrando o invólucro com os dentes, ele
colocou–o enquanto segurava minha camisa na mão. Ele
puxou o pano até que ficou preso na minha pele e
rasgando–o do meu corpo.

Oh!

E também, que diabos?

Inclinando–se, ele jogou uma das minhas pernas por


cima do ombro e deslizou para dentro de mim sem aviso
prévio. Sua mandíbula era de granito, seus olhos
brilhavam com necessidade carnal. Agarrei–me ao seu
tríceps protuberante, gemendo do prazer que meu
pequeno corpo não conseguia conter completamente, e
deixei que ele me fodesse como um animal enquanto
golpeava meu ponto G de novo e de novo, cavalgando
como se sua missão na vida fosse me quebrar em duas.

– Oh, Dean.
Eu não pude deixar de gritar, e embora estivesse
quente lá fora, a condensação nas janelas ao nosso redor
mostrou que era muito, muito mais quente por dentro.

Dean agarrou meu cabelo em um punho novamente,


desta vez mais forte que no banco e virou minha cabeça
para o espaço entre nossos corpos para que eu pudesse
olhar.

– O que eu estou fazendo com você?

Ele parecia ameaçador. Quase malvado. Eu vi seu


pênis

Ele deslizou para dentro e fora de mim, o modo como


seus quadris batiam nos meus furiosamente toda vez que
ele entrava.

Houve trevas lá. No que nós fizemos. O Dean,


totalmente americano, jovem e charmoso, tinha um lado
perigoso e me permitiu dar uma olhada furtiva nele.

– Você esta...– eu fiquei sem voz. Ele puxou meu cabelo


com mais força pela resposta. Foi doloroso, mas ao
mesmo tempo extremamente quente.

– Diga, Baby LeBlanc.

– Você está me fodendo.

– Foda–se sim. Eu estou fodendo você. Sente–se bem?

–S-Sim.
– Muito profundo?

– N-não

– Muito áspero?

– N-não

– Bom. Porque estou prestes a ser.

Sua mão serpenteou nas minhas costas e me girou, e


por um segundo, seu pênis não estava mais enterrado
dentro de mim. Ele me deixou de joelhos, mas eu caí de
bruços quando ele voltou, desta vez por trás. Levantou
um dos meus quadris com o braço seus músculos tensos
e suados contra a minha coxa criando o ângulo perfeito
para me separar com seu pau longo e espesso.

– Tão profundo.– Eu apertei meus olhos novamente,


sentindo outro orgasmo fluindo da minha cabeça até a
ponta da minha espinha. Dean '' Ruckus 'Cole era um
deus do sexo. Eu não deveria ter ficado surpresa, mas ele
estava certo. O que nós compartilhamos não era normal.
Eu estava louca. Louca de um jeito bom.

– Não venha ainda –. Ele afundou em mim novamente


e meus dentes cavado no assento de vinil, agarrando–me
a esponja amarela por baixo durante a tentativa de
abafar outro grito.

– Eu não posso segurá-lo –, eu disse, afundando


minhas unhas na cabine desgastada. Estava nisso como
se estivesse tentando me matar. E de alguma forma, ele
fez isso. Ele matou todas as oportunidades que eu tive de
gostar de sexo com outra pessoa.

– Você precisa da minha permissão para vir, LeBlanc.


Implore por isso.

Em algum lugar dentro de mim, sabia que tudo isso


era louco. Bêbada ou não, eu conseguia distinguir o certo
do errado. Ainda assim, eu obedeci, porque eu gostava do
fato de que, por um momento, não era a cadela que o
odiava e ele não era do tipo que ele nunca poderia ter.

– Por favor, deixe-me vir.

–Venha em todo meu pau, baby.

Eu colapsei mais profundo em seu assento e gemi


quando outro tsunami varreu meu corpo. E eu vi
estrelas. Estrelas que ele pendurou ali – estrelas que
brilhavam de uma maneira muito mais brilhante do que
as do céu. Dean me virou de novo, mas desta vez meus
olhos estavam meio abertos. Ele afundou em mim um
par de vezes mais – seu rosto terrivelmente vazio – saiu,
removeu o preservativo, e veio todo em meu estômago e
meu sutiã. Eu olhei para ele, eu não tinha certeza se
estava hipnotizada, chateada ou muito feliz para
diferenciar entre os dois.

Ele agarrou minha camisa rasgada da Associação de


Podólogos que foi um presente de Darren, do assento ao
nosso lado e a enrolou em uma bola, limpando seu
esperma do meu corpo com ela.
– Diga adeus a esta camisa e a qualquer outra coisa
que outro homem, além do seu pai, tenha lhe dado. Fui
claro?

– Você é excessivamente possessivo.

eu reclamei, olhando para ele com olhos sonolentos


como se ele fosse meu sol, a lua e tudo que vale a pena
ver na constelação.

– É porque você é excessivamente minha.

– O que diabos faria você pensar isso? O fato de


dormirmos junto?

Fingi rir, mas não havia nada de engraçado em sua


declaração. Ou o que acabamos de fazer.

– Não

ele disse, sua mão se movendo para o lado esquerdo


do meu peito. A Colocou no meu coração e apertou uma
vez.

– Isso aqui bate por mim porra! Você sabe disso. Eu


sei disso. Continue mentindo, Rosie. Eu vou tirar a
verdade de você,de uma forma ou outra.
CAPÍTULO 10

Tudo batia enquanto voltávamos para a mansão de


Vicious. Baby LeBlanc adormeceu e eu ainda podia sentir
o cheiro do seu sexo em meus dedos e shampoo de coco
na minha camisa, e eu acho que eu estraguei a minha
mente, porque eu encontrei–me dirigindo ao redor do
bairro quatro vezes, às três da manhã, sem estar pronto
para dizer adeus. Você está em apuros, idiota, a lógica me
repreendeu. Você não precisa dessa merda. Envolver-se
com alguém é um risco. Você precisa cuidar do seu
negócio com Nina e parar de beber.

Mas a lógica não tinha lugar ou espaço em minha


mente. Eu estava completamente ocupado com tudo,
desde Rosie LeBlanc, e eu nem me importava que ela
estivesse doente e com sua própria bagagem que ela
estava lidando. Ela estava usando minha jaqueta da
faculdade e seu sutiã, a que eu encontrei na caixa da
minha caminhonete dez anos atrás. A camisa rasgada do
Dr. Imbecil estava onde ele deveria estar, em uma lata de
lixo no meio do nada.

Estacionado em frente à entrada principal da mansão,


contemplei a próxima coisa a fazer. Ela estava roncando,
produzindo um som que era mais apropriado para um
urso do que para uma garotinha, e eu não tinha a mínima
vontade de acordá–la. Finalmente, eu levantei seu
pequeno corpo e a levei para dentro da casa. Suas
sandálias estavam presas entre os dedos quando passei
pelas portas, espiando dentro das portas que estavam
entre–abertas até que encontrei o quarto dela. O pôster
de bandas de Rock cobriam seu quarto.

Colocando–a em sua cama, enrolei os lençóis


confortavelmente ao redor de seu corpo como se fosse
um bebê e beijei seu nariz.

– A propósito.– Eu sussurrei para a minha Bela


Adormecida.

– Eu considero as sandálias pessoalmente ofensivas, e


eu ainda quero transar com você de novo.

– Dean

ela bocejou, murmurando enquanto se espreguiçava.

– Eu acho você pessoalmente ofensivo, porque todas


transaram com você.

– Bem vinda ao clube, querida. Teremos camisetas.

– Bem, porque você arrancou a minha do meu corpo.

Meu pau saudou essa boa resposta, mas eu teria que


esperar.

–Está certa, Eu não quero ver coisas daquele idiota em


você.
eu resmunguei, abstendo–me de pronunciar seu
maldito nome. Que era, a propósito? Declan? Darren?
Não importava. Não é como se ela fosse usá–lo
novamente.

– Ugh!

Ela virou as costas para mim, ficando mais fundo no


lençol com os olhos fechados.

– Estou tão feliz que não preciso vê–lo até o jantar de


ensaio.

– Não fique tão feliz ainda.

Peguei alguns dos cabelos em seu rosto, fazendo com


que sua pele fique arrepiada.

– E porque isso?

Ela perguntou, aparentemente Rosie LeBlanc tinha a


capacidade de ter longas conversas durante o sono. Eu
me inclinei, pressionando meus lábios nos dela, minha
língua saindo rapidamente e correndo ao longo do seu
lábio inferior antes de chupar, longo e forte. Foi um beijo
lento e sedutor que me deixou pensando no próximo por
uma semana depois.

– Porque eu apenas decidi que vou me mudar para a


mansão e passar mais tempo com você
sussurrei,então calmamente eu abri a porta, apaguei
as luzes, e sorri presunçosamente para o azul escuro da
noite.

–Você-está-fodidamente-presa, baby LeBlanc. Agora


nós não somos apenas vizinhos, somos praticamente
companheiros de quarto.

Eu dirigi para casa naquela noite, peguei minha mala,


que não tive tempo para desfazer, e mudei minha merda
para a casa de Vicious. Vou lhe dizer que meus pais estão
reformando partes da casa caso pergunte. O bom é que
nunca dei a mínima para nada.

Era melhor assim, já que meus pais só se importavam


em me encontrar com Nina nos últimos meses, e eu não
me importava com a mesma velha conversa. Eu também
não me importava porque eles estavam tão empenhados
em me fazer encontrá–la. Porque tudo o que importava
era minha próxima conquista.

Rosie...

***

Eu peguei Trent no aeroporto de San Diego no dia


seguinte, desta vez pegando o Volvo XC90 do meu pai. O
caminhão vermelho ficou na garagem. Eu mal o usava,
mas Rosie me pediu para manter nosso pequeno
encontro como um segredo, e no momento, eu estava
tudo sobre apaziguar com ela.

Se Vicious me visse buscá–la, começaria a fazer


perguntas só para me irritar. E uma vez que ouvisse
minhas respostas, nós iríamos lutar novamente. Não é
que eu particularmente me importe com isso. Dar alguns
golpes no rosto dele é a minha ideia de meditação.

Embora eu prefira andar sem o excesso de drama.


Vicious, por outro lado, era o tipo de imbecil exagerado
de Valle Dulce, adorava fazer uma enorme produção de
merda. Eu estacionei em uma fila dupla bem em frente ao
portão de desembarque e desci com meu Ray–Ban, para
checar a fila de comissárias de bordo em seu uniforme
azul atravessando a rua na minha frente. Como se
sentissem meus olhos, duas delas viraram a cabeça em
minha direção e sorriram. Eu retornei o sorriso, em
seguida, olhei para baixo para verificar meu telefone.
Jaime: Eu e as meninas estaremos pousando
em quatro horas. Te vejo do outro lado,
idiota.

Vicious: Olá perdedor, Espero que você


esteja sóbrio o suficiente para ler isso.
Certifique–se de pegar o Trent hoje. O
arranjo do assento está esperando por você
em seu email. Me ligue quando terminar.
Trent: Levante os olhos do seu colo.
Parece que você está se masturbando.

Rindo, olhei para cima e encontrei meu melhor amigo


fora das portas de correr com uma mala de negócios com
rodas. Dizer que Trent Rexroth era um cara bonito era
como dizer que o cianureto era um pouco ruim para sua
saúde. O sujeito virava cabeças de mulheres e homens
igualmente. Claro, todos nós chamávamos atenção, mas
havia apenas um filho da puta que sempre roubou o
show. Ele estava andando diretamente em direção ao
meu veículo, em toda a sua glória de ex–quarterback com
1,93 de estatura, rosto aristocrático e corpo em um
ajuste estranho. Todas as garotas ao nosso redor
olharam para ele duas vezes, depois uma terceira vez
para se certificar de que esse cara era realmente
humano, e quando ele pulou no meu SUV, duas até
tiraram fotos com seus telefones. Provavelmente, elas o
confundiram com o sujeito da foto, você sabe ele se
misturou com o de olhos azul da Calvin Klein.

Trent deu um tapinha nas minhas costas, o sinal


internacional de "É bom ver você, irmão" e colocou o
cinto de segurança.

– Estou envelhecendo ou estão se tornando menos


atraente? Ele apontou com o queixo em direção ao
harém das comissárias de bordo, desta vez vestindo
uniformes cor de vinho.

– Definitivamente você está ficando mais velho.


Me apeguei ao meu roteiro como o mulherengo,
mesmo quando só conseguia pensar em uma única
mulher.

– Talvez seja a hora do viagra.

– Talvez seja hora de colocar o pé na sua boca.

Trent me lançou um olhar seco abrindo o


compartimento no porta-luvas e retirando o baseado que
ele sabia que esperarava por ele.

– Espere até sairmos do aeroporto.

Eu liguei o veículo. Ele obedeceu, dando uma olhada


em seu telefone para verificar os e-mails por um tempo.

– Como está Luna? – perguntei, verificando os


espelhos laterais.

Sua filha tinha quase um ano. Bebês nunca me


agradaram e não os queria, porém gostava de praticar
usando proteção, mas Luna tinha coxas roliças, um super
sorriso, aplaudia e fazia uma dança estranha toda vez
que ele a tinha visto via no Skype. Não havia nada nela
que não agradava. Diferente de sua mãe.

–Ela está bem

disse, depois de uma longa pausa, olhando pela janela


com uma careta. O sujeito era uma alma velha. Não
estava acabado para o tipo de estilo de vida que
vivíamos. As Mulheres, o dinheiro, a erva, Ele não
desfrutava nada dessa merda, não realmente. As únicas
duas coisas que já o vi apreciar plenamente foi o seu
futebol que vi o navio naufragar algúm tempo depois
dos múltiplos ferimentos em nosso último ano e sua
filha.

– Deixa de bobagens, você não me engana. Que porra


está acontecendo?– bati em seu braço.

Nós estávamos saindo do aeroporto e à auto–estrada


deserta. Era uma tarde de sábado, e ninguém estava
dirigindo para Sinners Saints, a menos que você tivesse
em mente roubar uma porra de uma mansão. O baseado
estava aceso, mas os olhos cinzentos de Trent
permaneciam apagados.

– Luna é impressionante – disse, deixando uma


enorme "mas".

– E? – O motivei.

– Val não é – resmungou.

Breve resumo: Val era uma striper que ficou grávida


do bebê de Trent depois de uma noite de paixão. Era uma
viciada em cocaína em recuperação, mas Trent jurou que
estava de volta nos trilhos depois que pagou o dinheiro
para a reabilitação. Eles não estavam juntos, mas
estavam fazendo a coisa toda da guarda compartilhada.

– Usando de novo? – Eu levantei uma sobrancelha.

Ele jogou a cabeça para trás, esfregando os olhos.


– Limpa até onde eu sei. Só parece ... ruim.

– Alguma vez esteve bem?

Eu pressionei o acelerador, minha mente vagando


para outro lugar. Rosie parecia absolutamente infeliz
quando a peguei ontem. Eu não tinha certeza se era por
causa de Vicious ou o resto de sua família, mas minha
aposta era sobre o segundo. Ela era a única pessoa que
conhecia, além de mim mesmo, que não dava a mínima
para as viagens de poder de Vicious e sua imbecilidade
em geral. Vê–la magoada agitou algo dentro de mim.
Ontem foi incrível. O melhor sexo que eu já tive em ...
foda ... sempre! Isso não pode ser bom. Duas coisas de
que tinha certeza, no entanto: Rosie provavelmente
lamentava tudo agora; e haveria repetição, em breve, e
desta vez eu me certificaria de que ela estivesse sóbria.

Trent virou o rosto para mim.

– Está tão fodido que eu acho que Val realmente não


ama a nossa filha.– Silêncio, então

– Não viaja. – Eu peguei uma bola de espuma do


centro do console e joguei para ele, uma risada
desconfortável saindo da minha boca.

– Ela nunca passa tempo com ela. Minha filha está


sempre com a babá ou comigo. Não é como se não
tentasse. Faz isso. Mas acho que Luna a deixa muito
infeliz. Val está acostumada a vida noturna. Antes disso,
ela estava esfregando sua virilha em um tubo como um
trabalho. Seu alarme foi ativado até as duas da tarde, e
ainda bateu no botão da soneca. Ela acredita que a
maternidade é chata.

– Ela também descobriu sobre roubar esperma como


uma maneira legítima de viver disso –, eu falei, puxando
meu cabelo para fora, que se foda Val. Ela era
manipuladora, sim, enganadora, com certeza, suspeita
como uma fodida, mas tirando aqueles problemas–de–
papai, eu achava que ela era uma boa menina. Trent
provavelmente estava exagerando. Ele havia colocado
uma expectativa muito alta no que ele estava se
referindo como pai, levava sua filha para as aulas de
natação e na escola antes de aprender a andar. Val ia cair
em si. Ela era uma garota forte, e Luna ia passar logo da
fase de estar defecando a cada poucas horas e chorando
o resto do tempo.

– Eu não sei, cara.– Trent encolheu os ombros,


fumando e olhando pela janela.

–Eu só ...– Ele parou, passando os dedos pela seus


cabelos.

– Algumas vezes você sente como se algo ruim está


prestes a acontecer, mas que não pode pará–lo.

– Porque poderia–, eu disse.

– E porque você não pode. Isso é chamado realidade.

– Realidade fede a bolas.


– Esse é o ditado –, eu concordei.

– Você precisa deixá–la ir e ter certeza que você faz a


coisa certa.

Quando passamos pelo elegante letreiro verde nos


dando as boas vindas a Sinners Saints, tratei de me
lembrar da mesma coisa.

Sobre a Nina.

Sobre a Rosie.

Sobre tudo.

***

Dean: Como está dorminhoca? A ressaca está


chutando seu rabo apertado?

Uma hora se passa antes que ela responda, mas sabia


que viu a mensagem. Provavelmente estava escrevendo e
deletando, obcecada, debatendo, se odiando, me odiando.
Que foi bom.Tudo fazia parte do processo. Depois,
finalmente, ela respondeu. Uma palavra:
Rosie: Sim.
Eu olhei para a palavra. Nenhuma garota me escreveu
uma única palavra em uma mensagem de texto antes.
Essa garota era como um campo de treinamento
autocentrado. Comecei a escrever minha próxima
mensagem quando apareceu outra.
Rosie: Sinto muito. Eu sinto muito, muito
mesmo,que isso aconteceu. Eu não consigo me
olhar no espelho. Eu não posso sair deste
quarto porque eu não quero enfrentar Millie.
Que tipo de irmã eu sou? Por favor, finja
que a noite passada não aconteceu.

Dean: Está bem.

Rosie: Está bem?

Dean: Se é isso que você precisa dizer a


si mesma antes de fodermos de novo, eu não
vou explodir sua pequena bolha. Estou
pensando que devemos comer algo com
substância no almoço. Tenho a sensação de
que o jantar de ensaio será chato. O que
você acha?

Rosie: Eu acho que você não sabe ler. Eu


disse que não podemos fazer isso nunca mais.

Dean: eu disse que precisamos comer, Não


que eu vou te foder com os dedos em uma
varanda com uma visão romântica do Oceano
Pacífico.
Dean: (eu me inscrevo se você quiser fazer
isso também.)

Rosie: Não,

Dean: Levarei erva.

Rosie: NÃO.

Dean: Levarei meu pau.

Rosie: Como isso está ajudando?

Dean: Depois da noite passada, eu acho que


você sabe a resposta para essa pergunta.
Rosie: Não há trato, Ruckus. Hoje você
está por conta própria. Esqueça que isso
aconteceu.
Eu sei que também esquecerei.
Eu sorri, deitei e li sua mensagem novamente. Ela
encontrará a razão e o meu pau, em um curto espaço de
tempo.

Depois de deixar Trent na nova casa de seus pais em


Sinners Saints, fiquei lá por algumas horas para
conversar com Trisha e Darius Rexroth. Eles eram
praticamente meus segundos pais. Depois fui direto para
a academia do country club, meus pais eram membros e
eu consegui suar um pouco. Bater sacos de pancada e
correr na esteira me tranquilizou, embora só um pouco.
Quando terminei meu exercício, fui até a sauna e
sentei em um banco de madeira, pressionando minhas
costas contra a parede.

Você tem que parar de beber, imbecil.

Eu precisava parar de fazer muita merda tóxica, mas


qual era o objetivo? Qual era o sentido de não foder três
mulheres ao mesmo tempo, ou beber até desmaiar, ou
fumar todas as manhãs e noites para me tranquilizar?
Isso não significa que eu não tenha sido feliz. Eu gosto do
meu trabalho. Ganhar dinheiro é bom. Queimá–lo em
porcarias que não precisava fazia me sentir ainda
melhor. E tinha uma grande família que queria ver mais.
Mas o espaço entre as chamadas da minha família e
amigos e as longas horas que passava no trabalho
estavam vazias, então o enchi de boceta, álcool, maconha
e persegui implacavelmente a única garota da qual
deveria ficar longe.

–Dan? Dean Cole?

O cara que entrou na sauna parecia familiar. Eu


pisquei para me livrar da minha última ressaca (cortesia
dos quatro gins que eu peguei na noite passada depois
que me mudei para o Vicious). Olhando de novo, eu o
reconheci. Matt Burton. Um garoto do ensino médio. Nós
estávamos juntos no mesmo time de futebol. Ele não era
uma estrela nem em seus sonhos, esse título estava
guardado para Trent e para mim, mas de certa forma um
menino popular. Estava mais redondo em torno do
estômago, o que era esperado, nem todo mundo era um
filho da puta vaidoso como eu, e seu cabelo parecia mais
ralo.

Nós batemos nossos punhos, porque abraçar quando


não havia nada, mas duas toalhas separando nossos paus
era inaceitável. Ele se inclinou ao meu lado.

–Você parece bem–, Matt soltou um longo suspiro.

–Você parece feliz.– Sua risada confirmou minha


avaliação. Ele levantou a mão esquerda e acenou com um
anel de casamento de ouro em triunfo.

–Eu estou. Casado com duas filhas agora. E você?

–Você me conhece.– Eu levantei um ombro. Mas,


aparentemente, eu não sabia, porque ainda estava
esperando pela minha resposta.

– Ainda estou testando minhas opções.

– Aqui na Califórnia? – Ele gritou. Seu estômago caiu


na beira da toalha. Eu olhei para a minha toalha. Meu
abdomém mal tocou o pano branco.

– Nova York, na verdade. Você? –perguntei por


cortesia. Não dava a mínima. Matt era um cara legal, mas
eu vi meus antigos colegas da equipe e amigos de
faculdade se casarem. Eles sempre ficaram gordos,
entediados e estranhamente feliz com seus rituais
diários tediosos. Não, obrigada.
– Eu fiquei aqui. Comprei uma casa nos arredores de
Sinners Saints. Promissor desenvolvimento urbano.
Obtive meu diploma de contabilidade e recentemente me
tornei membro da empresa de meu pai. Bla bla bla.

– Isso é ótimo, – levantei–me. Me senti um pouco


tonto. Acho que era realmente hora de reduzir toda a
merda que eu andei coloquei no meu corpo.

– Bom Tenho que ir. Foi divertido encontrá–lo.

– Dean–, Matt disse, e eu senti a mão dele no meu


ombro, e por que estava com suas mãos no meu ombro?

Eu me virei ele também estava de pé. Nós nos


olhamos. Não como amigos Não como inimigos. Não
como nada. Eu queria ir.

–Você Está bem?

Ele perguntou. Se alguma vez houve uma questão


mais chata na história das perguntas, deve ter sido "você
pode sair de casa? Eu não bebo ". Mas "você está bem" foi
definitivamente muito próximo do segundo lugar.

– Sim–, eu disse, saindo

– por quê? – Não me importei porque ele perguntou.


Matt me ofereceu um sorriso desconfortável, retirando a
mão do meu maldito corpo, descansando as mãos nos
quadris dele.
– Sabe, sempre achei que você ia se casar com a garota
LeBlanc. Vocês simplesmente tinham essa faísca.– Eu ri.
Não com raiva, apenas diversão.

– Quem? Millie?

Ele balançou a cabeça, sua expressão contraindo em


uma carranca.

–A outra. Aquela que sempre ia nos ver jogar com suas


amigas e olhava para você fixamente. Ela era deliciosa.
Por outro lado, ela parecia uma vadia faladora.

Rosie

Deliciosa

Só de ouvir alguém dizer, inspirou meu idiota por


dentro, e eu queria dar um soco na cara dele. Talvez
porque eu ainda sentia sua boca contra o meu ombro,
sua buceta latejando com o calor em meus quadris, e
seus gemidos deslizando sobre a minha pele. Fosse o que
fosse, empurrei Matt de volta contra a parede de
madeira, com minha expressão mortal e sussurrei.

–Ei, Matt? Da próxima vez que você falar sobre Rosie


LeBlanc dessa maneira, tenha certeza de que não estou
por perto. Porque se eu ouvir, eu vou chutar o seu
traseiro e ter certeza que você não poderá ver as luzes do
dia. Por certo, ela ainda é mais bonita do que qualquer
mulher que já concordou em tocá–lo, e você tem razão,
gênio filho da puta, ela vai ser minha esposa um dia.
Adeus.
CAPÍTULO 11

O que te faz sentir viva?

Arrependimento. Porque o arrependimento


lembra que a vida tem um peso. Às vezes é
mais pesado. Às vezes é mais leve.

QUERIDA AMNESIA SELETIVA,

Preciso de você em minha vida neste momento.

Sempre sua,

Garota irremediavelmente idiota.

Sentada na cama usando meu colete de percussão e


olhando para a parede coberta de cartazes, eu penduro
meus pés no ar enquanto eu relembro todos os segundos
da noite passada.

Estúpida, estúpida, idiota.


Eu era a idiota. Não Dean. Dean simplesmente pegou o
que eu tolamente lhe ofereci na minha embriaguez. Jesus,
ele era a voz da razão (agora aqui está uma oração que
eu nunca pensei que diria, nem mesmo em minha mente)
que repetidamente me perguntou se eu estava muito
bêbada. Dean, que era doce o suficiente para me envolver
em cobertores.

Você sabe que está em um lugar ruim quando o Sr.


Promiscuo de montão é seu cavaleiro de armadura.

Foi um momento de fraqueza, mas nunca aconteceria


de novo. Esta noite, eu estaria no meu melhor
comportamento durante o jantar de ensaio. Millie tinha
apenas uma dama de honra, eu não iria foder isso. Não
depois de tudo que ela fez por mim.

Além disso, tanto quanto eu sabia, Dean e eu nunca


fizemos sexo. E nós definitivamente não tivemos o
melhor sexo que eu já tive na vida, tão sujo e quente, foi
em um nível completamente diferente do que qualquer
coisa que eu tinha experimentado antes. Porque se uma
árvore cai na floresta e ninguém está lá para ouvi–la,
ainda faz um som?

Em outras palavras, o que Millie não sabia não podia


machucá–la. Eu não ia dizer uma palavra. Nem Dean.

Uma batida na porta me fez pressionar o botão de


pausa na reprodução da minha cena, onde Dean me
empurrou contra sua língua quente e mordeu meu
clitóris. Uma cena que nunca aconteceu, eu me lembrei.
Levantei–me e alisei meu cabelo para fora do meu rosto.

– Está aberto.

Millie entrou com uma bandeja cheia de sanduíches.


Seu sorriso foi de desculpas. Provavelmente sobre a
noite passada. Eu sorri de volta para ela, pegando a
gaveta ao lado da cama e abrindo–a.

– Eu trouxe o café da manhã para você–, ela anunciou.

– Eu te trouxe sobremesa – eu disse. Ser um entusiasta


da música tinha suas vantagens. Millie também gostava
de punk rock e música alternativa, mas ao contrário de
mim, estava muito ocupada para procurar aquelas
bandas recém–aparecendo tentando chegar à fama. Eu
vivia para isso. Procurá–los e persegui–los. Então eu
sempre me certificava de ter uma pilha de demos para
dar à minha irmã toda vez que a visse. Mostrando um
USB na forma de Ernie de Beetlejuice, equilibrei–o diante
de seus olhos.

– Espere até ouvir a voz de Zack Wade.– Eu sorri.

– Tem o talento para tocar violão e as cordas de seus


hormônios.

Ela colocou a bandeja de panquecas, xarope de bordo


e café acabado de fazer na minha mesa de cabeceira,
murmurando:
– Meus hormônios estão muito bons. – Antes de
morder o lábio. Sob uma inspeção mais próxima, seus
olhos estavam vermelhos e seu cabelo rosa estava uma
bagunça.

–Amiga, você está bem?– Eu me levantei, envolvendo–


a em um abraço sem apoiar seu peso ao mesmo tempo. O
colete ainda estava em mim e havia um tubo gigante
entre nós mas estávamos acostumadas a isso, nem
prestamos atenção nele. Millie estava completamente
mole em meus braços. Seria melhor se Vicious não
estivesse causando problemas. Embora eu tenha que
reconhecer uma coisa. Desde que eles se conectaram, ele
tem sido um homem excepcional para Millie. Era uma
pena que ele fosse um imbecil com todos os outros.

– Estou genial! Ele acenou com a mão para todos os


lados, descartando a minha pergunta e endireitando sua
postura.

– Provavelmente um vírus estomacal ou nervos.


Vicious vai me levar ao médico para uma revisão. Já são
dez horas e você não saiu do seu quarto. Eu vim para ver
se você estava bem.

Não estava bem. Estava o oposto de bem. Eu estava


muito ocupada fantasiando sobre o seu ex–namorado, a
segundos de colocar uma mão debaixo da minha
calcinha.
– Sinto muito. – Eu a puxei para outro abraço, meu
queixo em seu ombro.

–Aproveitei essas pequenas férias. Normalmente abro


a cafeteria às seis e meia e não vou para a cama antes das
dez ou onze.

– Você ainda é voluntária com os bebês? – Franziu seu


nariz.

Olhei em minhas mãos, me preparando para outro


sermão.

– Você precisa parar de fazer isso–. Sua voz era


indulgente.

– Não, isso não vai acontecer.

– Você está causando uma dano a si mesma. Por que


você faz isso?

Porque eu não podia ser voluntária em nenhum outro


lugar. Todos os outros lugares: hospitais, clínicas,
hospícios, estavam cheios de pessoas doentes e meu
sistema imunológico era tão frágil quanto meu coração
quando se aproximava de um certo garoto quente.

– Confie em mim, eu não sou santa. Se eu não amasse,


não o faria. E você? Animada com o ensaio desta tarde? –
Eu mudei de assunto.
Millie exalou e caiu sobre as almofadas. Eu sentei de
novo, mas não olhei para o teto como ela estava. Eu não
poderia fazer isso com meu colete.

– Suponho. Embora a festa de despedida de solteira


seja o que eu estou realmente esperando. Será bom
passar algum tempo juntas. – Millie e eu só nos
separamos por um ano, quando eu estava no último ano,
antes de embarcar em um avião e me juntar a ela em
Nova York. Nós fomos de viver juntos por anos para
viver em diferentes partes do país.

– Você quer que eu vá ao médico com você? Eu alisei o


cabelo dela. Eu posso ir por um café, cuidar do seu carro
se você não encontrar estacionamento. Ser sua gerente –
Eu movi minhas sobrancelhas.

–Não há necessidade. – O olhar de Millie se moveu,


suas mãos pousando em suas coxas, mas desta vez, ela
não as esfregou.

Eu não sou idiota. Os sintomas foram agrupados


rapidamente. Ela estava doente de manhã, com tontura o
dia todo ontem e mamãe não queria que ela levantasse
coisas pesadas. Mesmo assim, antes de ser uma ex–aluna
de enfermagem e um ser humano com um cérebro
funcional, era sua irmã. Uma irmã que sabia que minha
irmã não esconderia essa notícia de mim. Porque não
havia nada que queria mais do que vê–la feliz.

E eu sabia que um bebê faria Millie muito, muito feliz.


– Há algo que você não está me dizendo? – Eu
perguntei, mantendo minha voz tão casual quanto
possível.

–Não–, ela disse bruscamente, acariciando meu braço


novamente, como sempre fazia para me tranquilizar.

– Tudo esta bem.

–Isso não foi minha pergunta.

–Mas essa é a resposta que você vai conseguir. – Ela


limpou a garganta.

– Quero dizer, vamos lá, Rosie–bug. Vou me casar


daqui a alguns dias. Eu tenho permissão para ter alguns
dias de folga.

Bastante justo. Eu me virei no lugar e desliguei a


máquina ligada ao colete, depois fiz o ritual habitual de
dobrar tudo e colocá–lo no lugar. Depois disso,
conversamos um pouco mais. Principalmente sobre os
preparativos do casamento e como pensei que eu parecia
com Emma Stone de alguns ângulos (ela trouxe o assunto
... não eu).

– Boa sorte com o médico–, eu disse, quando Vicious


chamou Millie de baixo e ela atravessou a porta. A
bandeja ainda estava ao lado da minha cama e
permaneceria intacta até que eu me livrasse dela. Perdi o
apetite no jantar de ontem e não o recuperara.
Eu voltei com meu corpo para a cama e fechei os olhos
novamente, ignorando as conversas entre eles e mãe, e o
pai gritando nas escadas para ir até a loja e trazer os
bolinhos de Millie.

Ele não falara comigo a manhã toda e, como Millie não


os havia contrariado, sabia que ainda tinha a lei do gelo.
Eu ficaria feliz em ficar lá para o resto desta visita. Eu
não iria me desculpar por quem eu era. Quem eu queria
ser. Independente e livre.
CAPÍTULO 12

Eu estava pondo em dia os e–mails de trabalho e as


coisas administrativas quando Vicious veio para o
terraço, onde eu estava sentado se sentando no sofá
oposto. Pelo sorriso imbecil em seu rosto, iria supor que
alguém tivesse morrido ou sabia que algo estava indo
agitar o meu barco, ou pelo menos criar um buraco. Ele
não tinha a intenção de ser um demônio maldito. Eu acho
que nasceu desta forma.

O trabalho no terraço provou ter sido uma boa


decisão, porque eu não conseguia me concentrar em
outros lugares.

Eu vi a mãe de Rosie bater à sua porta duas vezes,


choramingando e a chamando por via nasal para ela
fazer isso e aquilo, e com Rosie apenas lhe respondendo;
e seu pai queixando–se para Millie no corredor sobre
como sua filha mais velha deve comprar uma passagem
para Rosie e tomar a decisão correta por ela.

– Sua irresponsabilidade custará sua vida – eu o ouvi


dizer.

– Eu estou ficando de cabelos brancos por sua culpa.


Estou envelhecendo! acrescentou sua mãe.
Idiotas.

– Olá idiota.

me cumprimentou Vicious.

– Bom dia, babaca, respondi, pegando um baseado de


trás da minha orelha e acendendo–o casualmente,
olhando para Vicious como se tivesse acabado de fazer
xixi em uma das quatro taças diferentes sobre a mesa e
não tinha certeza de qual. Ele sempre suspeitava de mim,
e eu dele também.

– Se importa em compartilhar? – E empurrou o queixo


em direção ao meu baseado. Eu inalei e passei, fumaça
saindo dos meus lábios.

– Então, por que você está realmente aqui? Seus pais


não estão reformando nada. Vi Eli no centro nesta
manhã quando levei Em no consultório do seu médico.

Coloquei meu MacBook sobre a mesa e me inclinei


para trás, tocando meu lábio com o meu isqueiro Zippo
enquanto considerava a pergunta antes de lhe dar a
notícia.

– Estou atrás da Baby LeBlanc.

– Eu tenho certeza que você se refere a Rosie e não a


minha futura filha.
–Deus. – Virei meus olhos, inclinando–me para pegar
o baseado. –E as pessoas acusam a mim de ser
assustador.

Vicious sorriu. Ele não estava zangado.


Surpreendentemente, eu não fui contra isso também.

– Finalmente, né? Por que você demorou tanto? – Eu


encolhi os ombros.

– Não sabia que estava em Nova York. E quando eu


soube e me mudei para o apartamento, ela tinha um
namorado. Agora ela está solteira. Mas não por muito
tempo.

Vicious levantou uma sobrancelha cética, os lábios


curvados para o lado. Claro, ele não dava a mínima se
fosse atrás da Rosie. Fazia sentido para ele e por que
não? Sua futura esposa, por outro lado, tinha uma
opinião diferente.

Millie e eu éramos civilizados, mas ela não confiava


em mim. O que foi irônico, considerando nossa história.

– A Emilia não vai gostar.

– Eu não gostei quando Emilia começou a foder um


dos meus amigos mais próximos no meu apartamento.
Eu superei isso. Rapidamente, eu poderia adicionar.

– Cuidado com sua maldita boca,– Vicious estalou,


seus olhos flamejantes, antes de fazer um sorriso
malicioso.
– Você tirou dez por cento da empresa de mim.

– E te devolvi. – Eu sorri.

– Por muito dinheiro.

– Que você tem – respondi. – Você é um bilionário. Nós


dois sabemos que você pagou porque eu precisava fazer
você pagar. Você pode limpar sua bunda com o dobro do
que você me pagou sem perceber que sua conta bancária
está faltando. Foi uma lição. Você aprendeu alguma
coisa?

– Sim.– Vicious olhou para mim com desdém.

– Que você não é menos imbecil do que eu, mesmo


que você, sem dúvida, esconda melhor. Millie acha que
você é um problema.

Agora foi a minha vez de lhe dar o meu pequeno


sorriso “eu não dou a mínima”. Eu nem estava tentando
me defender. Qual era o ponto?

– E eu tendo a concordar.– Ele pegou o baseado.

– Estou ferido. Eu me agarrei ao lado esquerdo da


minha camisa laranja Armani e fiz uma careta.

– Mas eu vou sobreviver.

– Se você vive ou não, depende apenas de como as


coisas acontecem com Rosie. Se você quebrar o coração
dela, usá–la e cagar todo o resto, teria que ficar do lado
dela.– Eu sabia de que lado ele iria ficar. Vicious e eu
éramos bons amigos sinceramente. Nós conversamos no
telefone o tempo todo. Nós riamos muito. Mas também
suspeitávamos um do outro. Era apenas uma daquelas
coisas. Nunca houve qualquer competição entre Jaime ou
Trent, ou Trent e eu, ou Vicious e Jaime. Mas sempre
houve uma guerra silenciosa e sangrenta entre Vicious e
eu.

Eu sabia que os sentimentos ruins que nutria por ele


floresciam, só porque eu me via nele e o odiava.

A crueldade.

A frustração.

A crua brutalidade que estava sob seu sorriso de


dentes brancos e roupas de quatro figuras.

– Me ameaçando? Isso é muito fofo. – Agarrei o


baseado, dei uma última tragada antes de colocá–lo em
um cinzeiro no meio da mesa. Fumaça saiu das minhas
narinas enquanto ele falava.

–Eu não sou uma inocente garota do sul, Vic. Eu não


tenho medo de você.

Vicious se levantou.

– Não estrague tudo.

A mensagem disfarçada era: eu te apóio.

Remexi meu cabelo com o meu punho.


– Você não estragou tudo com Millie.

–Obrigado irmão.

– Eu quase fiz isso.

–Não cometa meus erros.

– Eu sei melhor que você. Eu não ousaria.

– Estou contando com isso. Então, o que você está


esperando? Vá em frente.

***
Dean: O que você está fazendo?

Rosie:Estou revisando demos. Escutando


música. Tentando não me jogar da sacada.
Você?

Dean: Vamos sair para o almoço? Podemos ir


à praia antes do ensaio.

Rosie: Você perguntou antes. A resposta


ainda é não.

Dean: Por que não?

Rosie: Pelo que aconteceu ontem a noite.

Dean: O que aconteceu ontem a noite?

Rosie: Sou mesmo esquecível?


Dean: Você disse que queria que eu
esquecesse. Mas isso foi uma mentira, certo?

A verdade é que Baby LeBlanc não sabia o que queria.


Ela se sentia culpada, mas ao mesmo tempo, ela me
queria como uma droga. Sempre tinha sido assim, mas
dessa vez ele a empurraria o quanto precisasse, até que
caísse do trono de superioridade moral.
Rosie: Pare de me mandar mensagens, Dean.

Dean: Vi sua mãe ir ao seu quarto. Vai te


incomodar novamente se você ficar aqui. saia
comigo. Eu prometo não tocar em você.

Rosie: o que você ganha com isso?

Dean: Você.

Simples. Honesto. Verdadeiro. Eu a queria desde que


Millie partiu. Provavelmente antes disso. Bem, sem
dúvida antes disso. Mas eu esperei, conhecendo meu
lugar. Se Jacó pudesse ser paciente, eu também poderia

Ela não respondeu imediatamente; portanto, estava


pensando nisso. Rosie queria me ver. Esta semana foi
difícil para ela. Eu dei a ela outro empurrão.

Dean: Quero aprender mais sobre sua


música. Você quer sair daqui. Voltaremos a
tempo pro ensaio.

Rosie: Dean...
Dean: Sem tocar.

Rosie: De acordo.

Pequenas vitórias.

Eu estava prestes a me levantar e ir até o quarto dela


quando meu telefone tocou e chegou uma ligação.
Nina.Eu sabia por que estava ligando e fiquei tentado a
responder. Ela tinha algo meu que queria, mas o preço
que tinha que pagar para conseguir era alto demais. Não
o dinheiro, embora ela pedisse muito e muito disso. Sua
liberdade

Ela costumava ter tudo. Meu tempo. Meu coração.


Minha devoção E dispensou tudo. Me engana uma vez,
que vergonha, me engana duas vezes, é um homem
morto. Não acreditava em segundas chances a menos
que fosse com Rosie. Então eu deixei ela ir, apenas
mantendo–a viva.

Eu não deveria querer responder a esse telefone com


tanto entusiasmo e terminar isso. Acabar com todas as
perguntas, as questões tortuosas, nadando no
desconhecido. Não deveria. Mas fiz isso.
CAPÍTULO 13

Onze anos atrás.


O que te faz sentir viva?

Minha família. Suas imperfeições. Seu amor


feroz.Sua preocupação incondicional. Sua
dedicação a uma causa perdida. A mim.

A noite antes de Millie ir para Nova York não era


muito diferente de qualquer outra noite. Dormimos na
mesma cama, embora tivéssemos quartos separados. Pés
na parede, olhando para o teto, abraçando um
travesseiro ou o outro. Essa foi a nossa posição
característica. Às vezes era minha cama. Às vezes era
dela. Eu odiava que eu adorava dormir em sua cama
porque sentia seu cheiro. Eles não estavam fazendo sexo,
mas o cheiro deles estava em toda parte. Nos seus
lençóis. Na sua mesa. Na minha alma

Desta vez estávamos no meu quarto e as estrelas que


brilhavam no escuro olharam para nós. Eu sempre gostei
das estrelas.Elas me lembraram de quão pequenos meus
problemas estavam neste grande universo.
– Dean e eu dormimos juntos

Ela resmungou na escuridão e pegou minha mão na


sua. Eu endureci, meus olhos fechados. Pense nas
estrelas.

Tudo parou. Meus pulmões queimavam, meu corpo


doía e as lágrimas queimavam a parte de tráz do meu
nariz. O quarto escureceu, minha respiração ficou mais
pesada. Ela não sabia. Minha irmã, que era tão perspicaz,
sabia tudo sobre mim, sobre meu corpo, sobre minha
saúde, meus amigos e meu gosto pela música, más não
fazia nem idéia sobre o que o namorado dela estava me
causando. Apenas ouvir seu nome fez meu coração
formigar.

Meu estômago se agitou, onda após onda de calor


rodando por dentro. Mas, claro, ela era cega para meus
sentimentos. Estava muito ocupado com os seus.

–Foi bom? – Eu fingi um sorriso. Eu a odiava. Eu o


odiava. Mas, acima de tudo, eu me odiava. Ela encolheu
os ombros. Ela escovou o meu.

–Foi um erro.

– Você acredita?

–Eu sei.

Ainda estávamos olhando para o teto e não uma para


a outra, e por isso fiquei grata.
– Todo o nosso relacionamento é. Eu acho que ele está
comigo porque ele tenta me proteger de Vicious. Ele não
entende que isso só alimenta o fogo desse cara.

– E você? – Eu consegui perguntar através da bola de


lágrimas se contorcendo na minha garganta.

– E eu ...– Sua mão apertou minha mão. – Eu gosto do


Dean. Como não? Ele é a definição de diversão. Mas não...

O ama. Como eu.

–Estamos tentando que aconteça, mas está faltando


algo. A magia. Ele diz que está nisto cem por cento. Age
dessa maneira também. No entanto, ele nunca me
perguntou sobre Harvard. Não é que eu o culpe, mas ele
apenas se inscreveu, se inscreveu e fez planos sem mim.
Enfim ... é ótimo. Não é como se eu quisesse ir com ele. Ei
Rosie?

– Sim?

– Qual é seu sonho?

Eu pisquei uma vez, depois outra. Ela não sabia, mas


eu estava lutando contra as lágrimas, e não apenas
porque ela tinha perdido a virgindade com o cara que eu
amava.

–Eu não tenho um sonho – A resposta veio depois de


alguns segundos tentando regular meu pulso.

–Por que?
–Por que este é o ponto. Eu não vou ter tempo para
persegui–lo.

Em vez de discutir, Millie adotou uma abordagem


diferente. Ela inclinou seu corpo em minha direção,
escovou minha bochecha com o polegar e perguntou:

– E se o tempo não fosse um problema?

– Então ... Eu acho que ser mãe seria legal. Quer dizer,
sim, quero ser financeiramente independente. Talvez me
tornar uma designer gráfica ou uma enfermeira ou
qualquer outra coisa. Mas o que eu realmente quero é
cuidar de alguém e amá–lo totalmente e
incondicionalmente. E, claro, fazer isso em um ótimo
lugar.

– Eu acho que você seria uma ótima mãe. Onde você


moraria se tivesse a chance? – Ela sorriu. Eu não sabia
para onde estava indo. Eu não sabia que ele iria sair em
tudo.

–Nova York? Eu contemplei. Sim, a grande maçã.


Parece um bom lugar para desaparecer.

Sorri no escuro.

–Então é onde eu vou te levar.

Onze anos atrás


Bati meus dedos com Matt Burton depois do jogo,
chutando a lama pesada dos meus pés. A temporada de
futebol foi há alguns meses e nos formamos há uma
semana, mas às vezes jogamos jogos amistosos nas
cidades vizinhas. Especialmente com outras escolas
privadas que faziam parte do louco e caro programa de
futebol AllSaints High inscrito todos os anos. Desta vez
estávamos em Sausalito. Nós ganhamos Trent sentado no
banco e nos observando jogar seu gesso estava amarelo e
velho e cheirava peido rançoso era o meu trabalho
liderar os Saints de Sinners Saints a partir de um buraco
de vinte e cinco pontos contra o Rangers St. John.

Parecia impossível, até que não foi, e conseguimos


dezenove pontos no último quarto. Nós fizemos todas as
peças. Nós éramos fodidamente fantásticos, e como o
primeiro quarterback jogando seu último jogo em sua
escola, eu fiquei reparando: a ausência de Vicious no jogo
(férias no Havaí) não fazia diferença. Não apenas não
precisamos dele, mas seu temperamento e seu lixo rah–
rah provaram ser uma distração. Por exemplo, havíamos
perdido o jogo anterior de futebol de bandeira em
Monterrey e ele estava lá, em dupla canoa de tagarelice
idiota.

***
–Eu amo jogos amistosos.– Burton me deu um tapinha
nas costas e eu fiz o mesmo com ele. Jaime se aproximou
de mim, seu cabelo loiro pingando de suor na testa e
arruinando sua pintura de guerra. Ele agarrou a parte de
trás do meu pescoço e me deu um abraço. Incrível
lançamento. Ele esfregou as tiras escuras na minha
bochecha como se ele fosse a minha namorada do
caralho.

– Incrível tudo, amigo. Sou eu. –Eu beijei cada um dos


meus bíceps, parecendo sério, mas obviamente
brincando. Ele me deu um soco no peitoral e riu
enquanto todos nós voltávamos na chuva com o
treinador Rowland. Vinte minutos depois estávamos nos
banhando, nos preparando para pegar o ônibus de volta
a Sinners Saints. Estaríamos dormindo durante a viagem
de nove horas, mas era um preço pequeno a pagar por
toda aquela glória.

Depois de deixar os chuveiros, tirei as roupas limpas


da minha mochila, pronto para me vestir. Quando fiz
isso, uma nota caiu, caindo no chão. Eu a peguei antes
dela ficar molhada, reconhecendo a caligrafia da minha
namorada. Você me deixou uma carta de boa sorte? Isso
não seria estranho para Millie. Era tão foda doce, às
vezes parecia demais. Um sorriso casual foi estampado
no meu rosto, comecei a ler.

Dean,
essa é a coisa mais difícil que eu tive que fazer. Eu nem
sei como começar. A única coisa que quero que você saiba
antes de ler isso é que não é você. Eu me preocupo muito
com você. Você me deu o que ninguém nunca fez nesta
cidade. Segurança, respeito, tempo e amor.

Meu sorriso se dissolveu em uma carranca. Não


parecia uma carta de boa sorte. Parecia uma carta de
despedida. Alguém me deu um tapinha nas costas
enquanto se dirigiam para outro banco no vestiário, e
outra pessoa gritou ao lado do meu ouvido. Todos foram
ignorados.

Eu preciso sair. Confie em mim quando digo que tenho


que fazer isso. Algo aconteceu que eu não posso desfazer.
Como a última coisa que quero é complicar sua vida,
preciso deixar você para trás. Por favor, não tente me
encontrar. Isso só vai piorar as coisas. Eu quero que você
siga seus sonhos e viva sua vida. Eu não mereço sua
lealdade, Dean.

Nunca o fiz. Respirando fundo, li o último parágrafo,


sentindo minhas mãos apertarem o papel com mais
força.

Você é a pessoa mais viva que conheço. Ficar longe de


você é difícil, mas ficar em Sinners Saints seria ainda mais
difícil. Espero que você entenda e, com o tempo, até peço
que ansiosa, para me perdoar.

Conheci outra pessoa.


Amor,

Millie.
CAPITULO 14

O que ele estava fazendo batendo em sua porta e qual


irmã ele esperava ver, Millie ou Rosie? Eu sabia a
resposta para a última pergunta. Eu me senti como um
fantoche maldito por admitir isso.

Millie e eu terminamos. Foi o melhor. Eu vi como o


amor era, eu vi em Jaime e nossa professora de
literatura, Mel. O amor parecia submergir um ao outro na
gasolina e queimando juntos. O amor parecia dançar com
loucura no escuro, olhando para todas as luzes
brilhantes. O amor parecia respirar com dificuldade
quando seus pulmões já estavam cheios.

Amor não era isso .

Agora ela se foi, e meus pensamentos imediatamente


se voltaram para sua irmã. A pior parte foi que não
estava bravo com Emilia. Eu estava um pouco frustrado.
E ...

Não diga aliviado. Nem pense nisso, idiota.

Foda–se, mas eu estava.


Charlene LeBlanc abriu a porta. Nem sequer tentou
esconder o fato de que esperava que meu patético
traseiro aparecesse em sua varanda às sete da manhã de
um domingo. Ou que ela chorou por horas, por causa de
sua aparência.

– Posso ver sua filha? – perguntei. Inconscientemente,


não me referi a ela pelo nome dela porque queria deixá–
la a sorte. Além de ver Rosie aqui e ali na escola,
balançando a bunda com uma saia jeans curta e dando
palestras sobre a história britânica do punk rock, eu não
a via bem há meses. Millie, a tinha visto o tempo todo.
Não que ela me visse. Aparentemente, ela nunca
realmente me viu.

– Se foi. – Sua mãe secou o nariz com um pedaço de


tecido que deveria ter sido substituído anos atrás. –
Tenho checado minhas chamadas a noite toda. O que
aconteceu? Tiveram uma briga?

Eu balancei a cabeça. A última vez que falei com Millie,


estávamos planejando ir ver um filme. Nós não tivemos
relações sexuais desde a primeira vez, em que
comemoramos seu aniversário de dezoito anos. Eu acho
que nós dois não estávamos sentindo isso, mas admitir
isso em voz alta era desnecessário. Eu estava indo para
Harvard em algumas semanas.

– Não Senhora. Estou tão surpreso quanto você.


Ela me convidou para entrar e eu listei todas as
reuniões que tive com Millie durante o último mês,
omitindo a parte em que eu a deflorei pela segurança da
minha vida. Charlene parecia angustiada, à beira de um
ataque cardíaco, depois o marido dela se juntou a nós em
seu quarto e me fez mais perguntas, tentando extrair de
mim uma confissão que não devo a ninguém.

Finalmente, depois de trinta minutos, Rosie saiu do


quarto. Ela era a única com quem eu queria conversar. Se
alguém tivesse respostas, ou mesmo pistas, seria ela.

– Podemos conversar por um segundo? – perguntei,


levantando da minha cadeira. Ela ainda estava com sono
em seus olhos e usava nada além de uma enorme regata
New York Dolls que deixava suas pernas bronzeadas
nuas e bonitas. Tentei ignorá–los, desviando o olhar para
me certificar de que o pênis de dezoito anos que estava
preso ao meu corpo não a cumprimentasse
acidentalmente diante de seus pais.

– Encontre–me na piscina?– Ela assentiu com a


cabeça, muito assustada e sonolenta para protestar.
Alguns minutos depois, ela saiu para a piscina, ainda
vestindo apenas sua camiseta e chinelos. Eu amava sua
devoção por chinelos, embora toda vez que eles caíssem
no chão, eu queria queimá–los. Eu me levantei de uma
espreguiçadeira e caminhei, unindo meus dedos atrás do
meu pescoço.

– Onde ela está? – perguntei.


Rosie olhou para baixo, mas não respondeu.

– Bom Você não precisa me dizer mas você sabe?

– Sim –. Ela assentiu.

–Ela me enviou uma mensagem de texto antes.

–Está tudo bem? – Minha voz firme. Estava


preocupado com Millie, mas também estava preocupado
com Rosie. Ela estava extremamente ligada à sua irmã
mais velha. Eu sabia que iria superar minha ex–
namorada em algum momento. Foi o meu ego que
precisou de um golpe.

– Tudo bem–, Rosie confirmou, alisando o cabelo na


espreguiçadeira com os dedos.

– Você sabe por que ela fez isso?

–Eu tenho uma idéia.

– Você está esperando por um convite especial antes


de compartilhar?

Ela balançou a cabeça, ignorando o total idiota que eu


era.

–Desculpa, Dean. Eu sei que isso te coloca em um lugar


horrível, mas eu não posso. Você sabe onde está minha
lealdade.

Houve um breve momento de silêncio antes de nossos


corpos se encontrarem e nos entrelaçamos num abraço
mortal. Eu digo mortal não porque eu a apertei e ela me
apertou como se estivéssemos tentando sangrar a
verdade e as mentiras e tudo que estava no meio de
nossos corpos, mas também porque era fatídico.

Eu não quero que você morra

Eu não quero parar de ver você agora que me formei.

Eu estou apaixonado pela sua bunda sarcástica desde


que você abriu a porta para mim, e agora eu estou
machucado como se você tivesse me atropelado, e eu não
tenho ideia de como consertar essa merda com a gente.

Os minutos passam antes de desconectar. Quando eu


olhei para ela, as lágrimas correram livremente pelas
suas bochechas, e eu sabia que era estranho de ver. Na
escola, ela era uma vadia feroz que ninguém se atrevia se
aproximar.

–Obrigado, – eu disse, pelo abraço. Talvez até por


causa das lágrimas. Ela alisou a mão no meu peito.

– Você merece alguém que é sua. Só sua. De ninguem


mais.

– Rosie, – eu a chamei quando ela começou a voltar


para a casa dos empregados. Parecia um adeus, e eu não
queria que fosse assim. Eu tinha que mudar esse
encontro. Ela virou a cabeça para olhar para mim.

– Não seja uma estranha. – Ela sorriu.


– Ser estranhos é exatamente o que deveríamos ser,
Cole.
CAPÍTULO 15

O que te faz sentir viva?

Cante como se ninguém estivesse ouvindo.


Dance como se ninguém estivesse assistindo.
Coma como se as calorias não existissem.

O chamo MAYCHUP, porque é uma mistura de ketchup


e maionese – disse a Dean quando nós nos sentamos na
sombra do seu Volvo, comendo fastfood de frente para o
oceano, em uma colina de ouro em algum lugar onde
ninguém podia gritar sobre quão decepcionante eu era.
Mexi a maionese e o ketchup juntos em um molho de
laranja usando uma batata e mordisquei a ponta quando
terminei. Dean deu uma mordida em seu hambúrguer –
sem batatas – e me observou. Evitei olhar para o rosto
dele durante toda a jornada. Eu não conseguia olhar nos
olhos dele sem lembrar como eles zombavam de mim
quando ele fodia a vida fora de mim. Eu não conseguia
olhar para seus lábios sem lembrar como eles sugavam
meu clitóris avidamente. Eu não conseguia olhar para
seus braços sem lembrar como eles me trancaram e
reivindicaram naquela van suja. E, claro, eu ainda sentia
os pingos de seu sêmen quente em minhas costelas,
mesmo que eu tenha limpado com a camisa do meu ex–
namorado, e tomado um banho depois que Millie saiu do
meu quarto esta manhã.

– Eu ainda não posso acreditar que você não me


deixou comprar cerveja. Ele mordeu seu lanche, olhando
para o oceano.

– Enquanto você estiver perto de mim, você não tem


permissão para beber álcool ou fumar maconha–, eu
disse, não sendo afetada por sua profunda carranca. Eu
pendurei meus pés no capô e aproveitei a brisa de verão
na minha pele.

–Você é uma merda–, ele murmurou.

– Que você deseja–, eu bufei, mas morreu na minha


garganta quando percebi que isso não poderia ser mais
uma piada.

Ele olhou para cima de seu hambúrguer, seu rosto


pensativo e sério.

–Eu não quero coisas, baby. Eu acho que a essa altura


você sabe que quando eu quero alguma coisa, eu faço
acontecer.

Droga, estava molhada de novo.

Havia algo no ar. Uma sensual rede de nervos que


continuou saltando entre nós. Muitas coisas tinham que
ser abordadas, mas eu não queria falar sobre nenhuma
delas. Eu só queria sobreviver a esta viagem.

Depois que comemos, coloquei um USB em seu


MacBook e compartilhei algumas das minhas bandas
favoritas com ele. Whitney, Animal Collective, Big Ups e
The Chromatics. Ele parecia interessado, mas nunca
poderia dizer com Dean Cole, porque ele parecia
interessado em tudo.

– Você se lembra do que costumávamos ouvir quando


estávamos no ensino médio? – Dean sorriu de repente.
Eu enruguei meu nariz, tentando parecer não
impressionada quando na verdade estava eufórica.

–Você quer dizer a música que você costumava ouvir.


Eu só tolerava quando eu absolutamente precisava.

–Não seja boba, baby. Você gostava de pop e R & B


como todo mundo.

– Tinha um gosto versátil– protestei, sabendo que ele


estava se referindo a mim balançando a bunda com
canções de Jennifer Lopez em roupas reveladoras nas
festas de Vicious, embora tenha sido irremediavelmente
apaixonada por bandas alternativas dos anos noventa.

Ele pulou no chão, coletando nossos invólucros e


copos vazios.

–Não vá a lugar nenhum. Uma explosão do passado


vem em sua direção.
Eu fiquei lá, observando enquanto ele caminhava até a
lixeira mais próxima, jogando fora nossas sobras. Seus
músculos eram proeminentes, mesmo através de sua
camisa branca e calças caqui costuradas. Meus olhos
pararam em seu bíceps, descendo para sua bunda firme,
antes de se virar e olhar para mim.

Então ele sorriu.

Então ele piscou.

Então ele articulou:

– Presa.

Eu desviei o olhar, sentindo meu rosto corar. Estava


certo, claro. Eu queria dormir com ele de novo, e não
conseguia pensar em outra coisa senão o corpo dele
contra o meu. Quando ele se sentou ao meu lado, pegou
seu MacBook e tocou "Naughty Girl" de Beyoncé.

–Lembra–se disso? – Ele se virou para mim e riu.

– Primeira noite na história que Baby LeBlanc estava


bêbada.

Cobrindo meu rosto com as duas palmas, a memória


de dançar na mesa de café de Vicious agrediu minha
mente. Eu estava tão fodidamente bêbada que achei que
seria uma ideia espetacular juntar–me às amigas de
torcida que dançavam na mesa. Elas sabiam o que
estavam fazendo. Parecia que eu estava afastando mil
moscas imaginárias. Isso resultou em mim tentando
imitar seus movimentos – e não atingindo–os aqui e ali
no processo, até que Vicious perguntou:

– Que porra é aquela que a irmãzinha LeBlanc está


fazendo? Tendo uma convulsão na minha mesa? Alguém
abaixe isso antes que machuque as outras garotas.

Nem mesmo um segundo depois, senti Dean afundar


seu ombro musculoso em minhas coxas, jogando–me em
cima dele e girando–me até que eu gritei para descer.

– Como queira. – Era difícil se encaixar como uma


estudante do terceiro ano que se transferiu da Virgínia.
Ele teve que fazer sacrifícios.

– Você se lembra dessa música? Eu peguei o laptop de


suas mãos e joguei outro vídeo. "Roses" de OutKast. Dean
começou a rir, seus olhos se enrugaram de alegria.

–Faça isso–, eu implorei. Era hora de ele ser o único a


dançar. E ele vai dançar como fez na festa do Vicious,
imitando a coreografia da banda de vídeo. Fazia parte de
uma aposta perdida – dah – mas era tão engraçado, a
memória estava presente em minha mente onze anos
depois, afiada como se tivesse sido ontem. Eu ainda
podia sentir o cheiro do álcool e hormônios flutuando
pelo ar naquela noite.

– Por favor, Dean. – Eu apertei minhas mãos em um


apelo
No fundo do cérebro, sob todas as células mortas,
cortesia do seu vício em erva e filmes pornográficos,
tenho certeza que você ainda se lembra da dança.

– Só porque você pediu tão gentilmente. – Ele saiu da


sombra de novo e disse:

–Toque desde o começo. – Fingindo colocar gel no


cabelo e se olhar em um espelho invisível. Tudo era tão
irreal que eu não pude deixar de rir como uma colegial, o
que só fez seu grande sorriso se expandir. Eu pressionei
o play movendo meus olhos do vídeo original para a
dança de Dean, o oceano cintilando atrás dele. Ele fez
quase tudo certo, desde a parte em que ele desliza de
joelhos no começo da música até o fim, mal estragando a
composição. Meu estômago doía de rir, mas seu rosto
estava sério. E quando a música terminou, ele caminhou
furtivamente até mim, pegando o laptop.

– Minha vez –. Eu verifiquei a hora no meu celular.

–Tudo bem, mas depois temos que ir. Está ficando


tarde e temos que nos preparar para o ensaio.

Já eram quatro. Eu não podia acreditar que passamos


tanto tempo juntos sem nem perceber.

Química perigosa

as palavras se instalaram no meu cérebro como uma


espessa camada de poeira. Tenha cuidado, Rosie.
– Sim, sim, a Princesa Santa e o Príncipe Imbecil nos
receberão a tempo. Não te preocupes. – Ele me
dispensou com um gesto, seu olhar focado na tela.
"Drops of Jupiter" de Train começou a soar. Meu sorriso
desapareceu.

– Não me lembro de ouvirmos essa música juntos. –


Eu engoli Ele se moveu entre as minhas pernas, sua
cintura em uma posição perfeita para me envolver em
torno dele, mas eu não fiz, meus olhos observando
desesperadamente seus lábios. Nós estávamos sempre a
uma respiração de um beijo.

– Nós não o fizemos. Você a ouviu uma vez quando


pensou que estava sozinha em casa. Eu passei para dar a
Millie o livro dela. A música ficou na minha cabeça depois
disso, porque eu ficava perguntando o que diabos você
estava pensando. Não conseguia decifrar você, Rosie.
Quando vi outros caras tentando flertar com você, doeu.
Porque o que quer que fosse que você precisava, eu não
queria que você encontrasse neles.

De forma embaraçosa, o sentimento era mútuo. Toda


vez que desprezava Millie e a deixava, meu coração
ficava um pouco mais forte. Ela não era a pessoa certa, eu
me convenci. Eu era.

– Você não tinha o direito de ficar com ciúmes. – Olhei


para os meus chinelos negros. Ele balançou a cabeça em
negação.
– Nunca disse nada ao contrário. E você não tinha o
direito de sentir ciume também. No entanto, aqui
estamos nós.

Alí estávamos.

Eu me movi rapidamente, evitando qualquer tentativa


que ele pudesse ter de me beijar. Pulando dentro do
Volvo, eu coloquei meu cinto de segurança e joguei meus
joelhos no meu peito, enterrando meu rosto entre eles,
rezando como uma louca que Dean não consegusse ler
minha mente. A viagem de volta para casa foi em silêncio.
O fato de ele não ter tentado dormir comigo novamente
provou que talvez Dean fosse um homem de palavra.

Então, quando seus pneus gritaram para parar e nós


dois saímos, eu disse:

– Acho que devemos acabar com isso.

– Acho que não devemos

ele respondeu, sua voz seca e determinada.

– Estamos jogando um jogo arriscado. – Eu engoli.

Ele abriu a porta para mim e sorriu.

– Então é uma boa coisa que eu seja o melhor jogador


da cidade.

***
Eu usava um longo vestido roxo escuro que Millie
tinha me dado na festa de ensaio, sentado de forma
favorável, presa entre mamãe e papai. Eles também
usavam roupas elegantes. O jantar de ensaio foi marcado
muito antes do casamento real, porque metade das
pessoas que foram convidadas tiveram um casamento
real para comparecer no dia anterior. Sinners Saints era
pequena, e todo mundo era alguém com quem você
queria se misturar. Manter as aparências foi crucial.

O lugar onde Vicious e Millie iriam se casar era um


vinhedo turístico que havia sofrido uma séria crise de
identidade. A área ao ar livre tinha um ambiente
havaiano, com palmeiras, gramado abundante e arranjos
de flores coloridas em todos os lugares. Havia uma sala
de banquetes do tamanho de um salão de baile, cisnes,
fontes e outras coisas que faziam parecer uma
combinação de céu e um filme da Disney. Depois que
entramos o lugar parecia completamente velho. Nós nos
sentamos em uma espécie de elegante mesa de jantar do
século XVI, com candelabros do tamanho de Mumbai.

Mamãe estava me provocando novamente sobre Nova


York, ameaçando impedir a ajuda de Vicious com minha
assistência médica. O desejo de queimar meu sutiã e
marchar nas ruas antes que eu tomasse meu direito de
votar era forte naquele dia. Papai estava delirando,
provavelmente para me fazer sentir desconfortável. Algo
sobre como Millie era uma filha tão atenciosa. Sutil como
um elefante bêbado, como pode ver.

Minha irmã e Vicious sentaram lado a lado, de mãos


dadas. Ele ainda estava esfregando as costas dela, como
se a confortasse. Sim, parecia um pouco verde e muito
doente. Talvez tenha sido nervosismo. Eu também ficaria
nervosa se estivesse prestes a casar com a cria de
Satanás. Talvez ele estivesse apenas espalhando a
deslealdade de papai para Emilia, mas também
suspeitava dela.

Se ela estava realmente grávida, isso significava que


todos em seu ambiente imediato sabiam. Todos, exceto
eu.

Dean entrou dez minutos atrasado, acompanhado por


Jaime e sua família – Melody e sua filha, Daria – e Trent
Rexroth. Contra minhas melhores intenções, meus olhos
se agarram a Dean desesperadamente antes de examinar
o resto. Trent parecia ocupado com seu telefone, e os
olhos de Dean examinaram o salão procurando por mim,
eu assumi, e também esperei tolamente, então quando
ele finalmente me encontrou, meu coração deu uma
cambalhota e parou.

Eu desviei o olhar.

Ele se virou e cumprimentou um homem que não


conhecia.

O feitiço foi quebrado.


Uma garçonete mostrou–lhe o seu lugar, sorrindo
demais para o meu gosto e verificando sua mão esquerda
para um anel de casamento.

Desde que Dean se sentou no final da mesa, eu tive


que me concentrar em não olhar em sua direção o tempo
todo.

Felizmente, Gladys e Sydney sentaram na minha


frente. Sydney me atualizou sobre o que aconteceu em
Sinners Saints , enquanto Millie e eu não estávamos lá e
Gladys nos contou suas histórias favoritas de L.A.

Comemos dois aperitivos e uma entrada quando o


coordenador do evento decidiu que deveríamos começar
a fazer um brinde. Papai fez o primeiro brinde ao casal
feliz. Ele levantou sua taça de champanhe ao nível dos
olhos e falou sobre o incrível casal Millie e Vicious,
deixando de fora a parte em que ele não suportava o
futuro genro até o momento em que escorregou um anel
de diamante do tamanho de sua mansão no dedo da filha.
Depois Vicious fez um brinde, seguido pelo padrinho
principal –Jaime, que brindou pela noiva. Quando
chegou a minha vez de brindar aos noivos, levantei–me e
sorri, apertando a taça de champanhe em um aperto
mortal. Meus dedos estavam brancos como a neve.

– Não estrague tudo.

Mamãe estava cerrando os dentes através de um largo


sorriso. Meu sorriso não vacilou, mas algo quebrou
dentro de mim. Outra pétala caiu no meu coração. Os
olhos de Millie brilharam enquanto ela me observava, e
meu coração ganhou velocidade.

Foda–se. Isso é para Millie. Eu não vou decepcionar–la.

– Quem me conhece sabe que eu sou a maior fã da


minha irmã. É minha rocha, minha alma gêmea e a razão
pela qual eu ainda estou aqui, viva e bem. Quando seu
coração bate por alguém, o meu cai na linha e bate por
eles também. Baron, há uma coisa que eu não posso
negar, você a faz feliz. Resplandecente, mesmo.

Eu fiz uma varredura em seu rosto por uma reação,


mas não houve nenhuma. Talvez minha irmã não
estivesse grávida. Talvez eu estivesse ficando louca.

– Alguns amores são antigos e seguros, outros são


novos e frenéticos. O dela está nos dois ao mesmo tempo
e é isso que faz com que os sentimentos de uma pessoa
em relação ao outro superem todo o resto. Mesmo no
passado.

Eu engoli, percebendo que eu também queria apagar


meu passado com um novo futuro brilhante.

– Desejo–lhe alegria, liberdade, saúde, riqueza,


embora eu acredite que estão bastante cobertos em
relação a esse último.

Eu parei e a sala riu. Algumas pessoas aplaudiram. Eu


suprimi uma tosse desesperada antes de continuar.
– Então eu acho que gostaria de brindar por duas das
minhas pessoas favoritas. Para a mulher que eu amo
mais do que a própria vida e para o homem que vai
passar a vida fazendo–a feliz. Baron e Millie, eles não
precisam das minhas palavras para fazer funcionar. Eles
têm isso coberto. Mas apenas no caso, desejo–lhe tudo o
que querem e muito mais. Agora vamos beber esses
copos e nos divertir um pouco.

Tomando um gole da minha bebida, meus olhos


vagaram para Dean em busca de conforto.

Algumas pessoas me encorajaram, mas era Dean que


eu queria impressionar. Ele ergueu o copo até os lábios,
olhando para mim do outro lado da sala e balançou a
cabeça, o gesto quase invisível. Não bebas.

Ele baixou a bebida e lambeu o lábio inferior, seus


olhos dizendo, mas foda–se. Eu ia cuidar dele. O
pensamento era tão irracional quanto a própria ideia.
Por que eu iria querer fazer isso e por que ele me
deixaria? Mas, ao mesmo tempo, não pude vê–lo
negligenciando sua saúde dessa maneira. Não quando eu
realmente sabia o que a saúde significava.

Sentando–me novamente, mamãe pôs um braço em


volta do meu ombro e me pressionou contra o peito em
um meio abraço que rapidamente regressei. Eu estava
derretendo para ser meu antigo ser feliz novamente
antes que ela sussurrasse em meu ouvido:
– Obrigado por não arruinar isso, querida. Papai e eu
estávamos preocupados

Empalidecí, afundei na cadeira de seda, minha


garganta seca como papel. Meu telefone piscou com uma
mensagem e me agarrei a ela como se fosse minha tábua
de salvação.
Dean: Eu preciso te beijar novamente.

Rosie: Você não pode me beijar novamente.

Dean: É tudo em que consigo pensar.

Foi tudo que eu pensei também, eu queria gritar.


Rosie: Me conte uma coisa interessante.
Algo sobre as estrelas.

Dean: Marte está coberto de ferrugem e


seus seios logo serão cobertos com meu
sêmen. Diga–me algo sobre música.

Rosie: Slash fez uma audição para a banda


Poison, mas não queria se juntar a eles
porque queriam que ela usasse maquiagem.

Dean: Este jogo é uma merda. Eu ainda


quero beijar você.

Maldito seja meu coração. Eu não achava que


estivesse preparada para lidar com um garoto como ele.
Eu olhei para cima e observei–o. Seu telefone estava ao
seu lado, mas ele estava tendo uma conversa casual com
uma linda morena. Meu peito se apertou. Ao mesmo
tempo, lembrei a mim mesma que Dean poderia fazer o
que ele quisesse. Eu desviei o olhar, embora meus olhos
continuassem me implorando para roubar outro olhar. O
ensaio seguiu em silêncio até este ponto e eu queria
terminar com ele e ir para casa, de preferência para a
esquina da mansão onde meus pais não poderiam me
encontrar.

Foi a vez de Trent fazer um brinde. A essa altura,


parecia que era necessário que todos os membros na sala
quisessem algo do casal feliz. Eu me perguntei se era
porque Vicious não tinha pais para beber por ele. Seu pai
morreu há pouco mais de um ano e sua madrasta não
estava na foto. pelo menos eu tinha uma desculpa para
deixar meus olhos vagarem para Dean e a morena
misteriosa. Eles não falavam mais e meu telefone vibrou
ao lado do meu prato.
Dean: Se os olhares pudessem esfaquear,
essa garota estaria morta agora. Isso está
acontecendo. Nós estamos acontecendo.
Podemos tomar o caminho longo e frustrante,
mas você será punida por isso. Na cama ou
podemos fazer um caminho livre de dor. Sua
escolha .

Eu não respondi sua mensagem. De novo. Meus olhos


se ergueram para Trent Rexroth, que mostrou um
sorriso superficial e começou a falar. Ele estava no meio
de uma frase quando seu telefone tocou e ele olhou para
baixo para ler uma mensagem de texto, franzindo a testa.

A taça de champanhe deslizou entre os dedos dele


antes que a pegasse no ar com seus reflexos assassinos,
mas eu não fiquei surpresa e a colocou na mesa.

Então ele pegou o telefone, virou–se e correu para a


porta da frente. Dean imediatamente o seguiu e antes
que ele percebesse, Jaime e Vicious tinham saído
também.

Murmúrios borbulhavam de todos os cantos da mesa


e papai tentava acalmar a tempestade gritando mais alto
do que o necessário para que todos ficassem calmos.
Discurso interessante. Eu olhei para baixo e enviei uma
mensagem para Dean.

Rosie: o que aconteceu?

Não respondeu. O pânico percorreu minhas veias e


meus pensamentos vagaram para o pior lugar possível.
Alguma coisa aconteceu com Luna, filha de Trent?

– Vá ver o que está acontecendo. – Mamãe leu minha


mente, cutucando minhas costelas.

– Sua irmã está preocupada. Eu não quero que se


altere.

Levantei–me e trotei levemente para a entrada.


Particularmente eu não sentia vontade de especular, mas
eu tinha menos vontade de discutir com a mãe. Além
disso, alguém tinha que ver como eles estavam. Era
simplesmente lamentável que eu fosse a intrometida.

A área externa era vasta, com um corredor branco


macio que estava pronto para o fim de semana, um
jardim selvagem, dois vinhedos de cada lado e cachoeiras
artificiais envolvendo a paisagem pitoresca. E lá, na
escada que levava à sala de estar, estava Trent Rexroth.
Ele parecia pálido e trêmulo, nada como sua pessoa forte
e calma. Uma carapaça vazia de herói de futebol que se
tornara uma atração multimilionária. Seus olhos
brilhavam com lágrimas não derramadas e continuavam
repetindo, seu rosto enterrado em suas mãos.

– Ela não pode fazer isso comigo. Que diabos!

– O que você está fazendo aqui?

Perguntou Vicious quando me viu, com a mão nas


costas de Trent, agachado ao lado de Dean e Jaime.

– Volte para dentro.

– Não fale com ela assim.

Dean segurou os dentes, ameaçando Vicious mais


agressivamente do que o necessário.

Imóvel no lugar, eu disse:

– Millie está preocupada. Eu vim para verificar se


estava tudo bem.

– Nada está certo


Disse Jamie, seu corpo irradiando fúria, mas
abstendo–se de adicionar qualquer outra informação.

Dean se endireitou completamente e caminhou em


minha direção, pegando meu braço em sua mão quente e
me guiando de volta para o corredor vazio que levava à
sala de estar.

– Mamãe e papai me mandaram investigar.– Um rubor


rastejou pelas minhas bochechas e quem diabos era essa
garota e o que eu tinha feito com o meu antigo eu? Eu
queria que aquele último voltasse. Ela não tiraria nada da
merda de Vicious.

– Ignore esse idiota. Você não fez nada de errado.

Dean correu a palma para cima e para baixo do meu


braço, fazendo o meu pelo arrepiar.

– Diga a Millie que está tudo bem.

– Está?

Eu levantei minhas sobrancelhas, inclinando a cabeça


para o lado.

– Não

Ele admitiu, flexionando a mandíbula. Ele parecia tão


frágil agora que eu não tinha certeza se era para ele que
eu estava olhando. Ele geralmente se comportava com
um cerco invisível, o tipo de segurança que ele e seus
amigos exibiam como um cartão American Express
preto.

– O que há de errado? – Eu perguntei, inclinando–se


para ele sem querer.

– Val se foi

disse ele, com a cabeça pendurada enquanto ele


torcia os dedos em seus cabelos e puxava, seu crânio
provavelmente ardendo com a força de sua mão.

–Porra se foi Rosie. A babá encontrou Luna sozinha


em um apartamento vazio. Sem roupas, sem sapatos, sem
mãe em qualquer lugar. Ela estava sentada em uma
fralda transbordante, chorando malditamente
inconsolável. Ninguém sabe quanto tempo do caralho
passou desde que ela comeu alguma coisa. Estava
chorando tanto que perdeu a voz. A babá levou–a para o
hospital para checá–la. Trent embarcará em um avião em
uma hora para trazê–la aqui.

– Jesus – coloquei a mão na minha boca. Suas maçãs


do rosto estavam manchadas de vermelho e ele parecia
suspeito. Por um segundo, pensei que diria algo mais. Ou
talvez chorasse. Mesmo que fosse apenas uma única
lágrima caindo em seu cílio, como se estivesse pulando
de um penhasco. Mas ele não fez nada, endireitou os
ombros, consertou a postura e limpou a garganta.

– Honestamente! É o melhor –, disse ele, mentalmente


me tirando do trilho.
–Quê? Nem todos nasceram para serem pais. Bom
para a Luna. Doeria mais se Val tivesse saído quando ela
tinha seis ou sete anos. Aposto que ela nem vai ficar
brava com a mãe quando crescer.

Eu levei um segundo para olhar para ele, realmente


olhei para ele, tentando ler o que estava escrito em seu
rosto, mas era um absurdo. Uma mistura de muitos
sentimentos, muito remorso, muito de tudo, comprimida
em uma expressão torturada.

– Não me olhe assim, Rosie. Confie em mim. Luna não


precisa de Val.

– Bem. – Empurrei sua cabeça no oco do meu pescoço


em um abraço. Dor atravessou seu corpo forte e eu o
engoli de bom grado, a necessidade esmagadora de
senti–lo.

– Está tudo bem, Dean.

– É melhor que ela tenha ido embora–, ele repetiu, sua


voz estrangulada pela agonia.

Fui cegada, esquecida, rasgada e jogada no chão como


confete.

Queria pegar o que estava sentindo e engoli–lo como


uma pílula amarga.

Ele não parecia bem. Mesmo com o álcool, a erva e as


fodas vazias, Dean Cole nunca parecia estar triste.
Não era Sirius.

Era o Planeta Terra.

Era oxigênio.

Era tudo.

Permiti que seu rosto desaparecesse em meu ombro e


eu o abracei até que não houvesse espaço entre nós. Nos
fundimos um no outro, o bater do coração dele contra a
minha pele, o meu cabelo em seu nariz, seus dedos na
minha cintura. Nossos corpos unidos, ainda mais do que
no caminhão vermelho. Dean não produziu lágrimas, mas
isso não significava que ele não chorasse. Ele chorou e eu
chorei com ele. Por Luna, que tinha apenas um ano de
idade e já estava passando por algo mais traumático do
que a maioria das pessoas experimentou em sua vida.
Para Trent, que de alguma forma sempre foi forçado a
crescer, sempre o filho da puta. E eu chorei por mim,
porque eu sabia que uma parte de mim já era dele apesar
dos meus melhores esforços. Eu nunca deixei de amar
Dean Cole. Nem por um maldito tempo. Eu apenas me
convenci de que tinha parado de me importar.

Até que eu não fiz.

Até agora.
CAPÍTULO 16

Da tristeza surge a vida. É o que meu pai sempre dizia.

Naquela noite, dormi no quarto de Rosie.

Nós não fizemos sexo, não brincamos. Nós nem sequer


nos beijamos. Mas nossas pernas estavam emaranhadas
e nossa pele se tocou e pareceu mais real do que
qualquer outra merda que eu experimentei em qualquer
cama, a qualquer momento.

De manhã, tive que fugir para pegar um táxi para o


aeroporto, mas deixei uma nota.

Isso está acontecendo Sirius.

Atenciosamente,

–Seu Cavaleiro de Bronze.

****

O voo para Las Vegas foi um borrão.

Eu estava sóbrio e consciente ontem, o dia que passei


com Rosie, e me senti estranho ... mas legal. O vislumbre
que recebi foi natural, imaginando–a se vestir como uma
stripper, algemá–me a minha cama e sentar–se no meu
rosto até que eu não conseguia respirar e sua boceta
completamente contraída.

Mas então Trent recebeu essa ligação e meu mundo


entrou em colapso. A traição de Val ardeu em meu
estômago junto com o que Trent disse depois que eu
descobri isso.

– Nunca mais verá sua filha a menos que se


comprometa a ser mãe primeiro.

Eu já tive o suficiente da sua merda. Por mais que


doesse admitir, ele também estava certo. Você não pode
ser meio pai. Não foi uma descontraída manhã de foda.
Ou você estava completamente dentro ou você estava
completamente fora. Qualquer coisa entre isso era
prejudicial para a criança, e eu tinha que lembrar disso,
agora mais do que nunca.

Trent viajou para Chicago em busca de Luna, seus pais


estavam esperando por eles em Sinners Saints e eles
iriam ajudá–lo a superar esse pesadelo, e Jaime e eu
cancelamos imediatamente a despedida de solteiro. Foi
Trent quem nos ameaçou com violência física para
continuar com nossos planos originais em Las Vegas.

Suas razões:

Estava indo para Chicago para buscar sua filha no


hospital, onde estava com a babá, muito assustada e
marcada, por isso não era como se fosse ficar à espera de
nós, idiotas reais, tendo que segurar sua mão.

Vicious só iria se casar uma vez (considerando seu


mau humor e sua atitude de merda, todos nós sabíamos
que não haveria uma segunda Millie que tolerasse sua
merda).

Val fodidamente abandonou sua filha e ele não teve


tempo para lidar com nossos problemas do primeiro
mundo de homens brancos, de qualquer forma.

Era um domingo de agosto, e a The Strip estava cheia


de turistas, meninas seminuas e bêbadas, e cristãos
furiosos e radicais com um microfone tentando atrair
todos os pecadores à luz. Depois que nós deixamos
nossas malas na nossa suite presidencial, Vicious tirou o
couro Oxford e disse:

– Amo minha futura esposa, realmente, fodidamente


muito, mas eu espero que nós não encontremos suas
amigas imbecis, muitas vezes nesta viagem. Preciso ver
sua irmã mais nova como preciso de uma bala na minha
cabeça.

– O que quer dizer? – Eu tirei meu Rolex e minha


camisa Versace multicolorida, indo para um dos
banheiros. Eu precisava vomitar e tomar um banho para
me sentir vivo novamente. Nina me ligou várias vezes
durante o breve vôo (cinquenta, sessenta? Parei de
contar), deixando várias mensagens de voz que eu não
me incomodava em ouvir.

A merda com Trent me lembrou do quanto eu


precisava me afastar dele e dela, mesmo que a
curiosidade queimasse todos os ossos do meu maldito
corpo. Simplesmente não era justo, e mesmo que meu pai
estivesse certo (a vida não é justa), fui eu quem tomou as
decisões nesse caso, e minha decisão foi nunca encontrá–
lo. E essa decisão foi final.

– Elas vão estar aqui em Las Vegas. Rosie mudou os


planos no último minuto. Elas vão ficar neste hotel.

Eu me virei, correndo um dedo pelo meu lábio


inferior.

– Baby LeBlanc está na cidade do pecado?

Vicious soltou uma rizada maliciosa, examinando–me


com seus olhos frios e mortos.

– Estará em duas horas. Elas pegaram o próximo vôo.


Por quê? O que diabos você vai fazer sobre isso, cara?

– O que quer que seja que ela permitir. – Eu tirei meus


sapatos.

– Faça Rosie consultar Emilia primeiro.– Ele jogou um


pacote macio de Marlboro que usamos no lugar do
baseado (ausente) expressamente. – Sei que Em não dá a
mínima, mas eu não quero que ela se sinta traída por sua
irmã.
Jaime entrou no vasto espaço saindo de um dos
banheiros antes que tivesse a oportunidade de informar
a Vicious que não responderia nem a sua bunda nem a de
Millie.

– Trent vai ser um pouco como merda depois disso. –


Jaime suspirou, pegando os Marlboros descartados.

– Obrigado, Capitão Óbvio. – Vicious girou nos


calcanhares, afastando–se do quarto, provavelmente
para entrar no chuveiro.

Jaime bateu o ombro dele contra o meu, abriu uma


garrafa de água e levou–a aos lábios.

– Ele sabe que você está fodendo a irmã de sua noiva?

– Quem te disse isso, Sherlock? – Eu peguei o


Marlboro de sua mão e enviei uma mensagem de texto
para o meu homem em Las Vegas, ao mesmo tempo,
pedindo–lhe erva o mais rápido possível. Mesmo que não
fosse fumar, não era justo privar Jaime e Vicious de seu
passatempo favorito.

Jaime caiu no braço do sofá branco e tomou outro gole


de água.

– Fala o Capitão Óbvio! Além disso, você a estava


fodendo com os olhos no jantar de ensaio quando
ninguém estava olhando. Foi sutil, o que significa que
você realmente não dá a mínima para o que ela pensa de
você. – Ele fez uma pausa, as sobrancelhas caindo.
– Mas eu prestei muita atenção, então mesmo que
você tenha tentado esconder, eu ainda vi. Você queria
incliná–la contra a mesa e fodê–la rudemente com o
rosto pressionado contra o prato principal de outra
pessoa.

Obrigado Jaime. Eu estava, iria guardar esse


pensamento e colocá–lo no meu banco de prazer para um
dia chuvoso.

– Vale a pena o problema? Jaime inclinou a cabeça


para um lado, levantando uma sobrancelha. Eu dei um
tapinha no ombro dele. Porra adorável era esse cara.

– Ela é o problema.

– Feliz para você, irmão. Tem passado um tempo


desde que você estava ocupado com algo mais do que
álcool e trabalho. – Ele sorriu.

– Mas ainda temos que conversar sobre possíveis


complicações. A última vez que Vicious e você se
enfrentaram, vocês comprometeram a Fiscal Heights
Holdings no processo. Eu não vou deixar isso acontecer
novamente.

Recusando–me a corrigi–lo (eu não enfrentei Vicious,


ele simplesmente dormiu com minha ex–namorada sem o
meu conhecimento depois de nos separarmos quando
éramos crianças) eu pisquei, mostrando a ele que suas
palavras mal eram reconhecidas. Eu estava sempre sob
controle, e a Fiscal Heights Holdings nunca caiu. O mais
importante é que ninguém (não as malditas exceções) iria
se interpor entre mim e o que eu queria.

Meu telefone estava fora do meu bolso novamente,


desta vez enviando uma mensagem de texto.

Dean :Em que quarto você vai ficar?

Rosie: Um, onde você não é bem–vindo


Precisamos manter isso apenas entre nós.

Isso seria definitivamente não. Isso foi como se


contentar com um delicioso cheesecake sem sequer
comê–lo. Eu ia comer de novo e de novo e outro vez.
Merda, eu ia ter uma compulsão.
Dean: Engraçadinha. Nós já estabelecemos o
que está acontecendo. Agora você está me
punindo por ter namorado sua irmã. Me diga
que estou errado.

Não respondeu. Claro que não. Me desejava. Mais que


isso. Estava tão quente por mim (não apenas pelo meu
corpo) e o sentimento era mútuo.

O que nós compartilhamos ontem não foi algo que


aconteceu com uma Kennedy ou uma Natasha. Porra,
isso nem aconteceu com Emilia. Rosie e eu estávamos
conectados por um fusível invisível. Mesmo quando
estava namorando sua irmã. Mesmo quando ela tinha um
namorado e morava no andar de baixo e eu tinha dez
andares para cima a caminho de algum tipo de registro.
Eu não podia esperar pelo segundo que explodimos,
porque quando fizemos ... foi como fogos de artifício. As
faíscas já estavam lá.

Ela poderia me enganar com tudo o que ela queria,


mas ela também sentia isso.
Dean: eu vou devorar você, Baby LB.

Rosie: DEAN. Mudança de assunto Um fato


curioso sobre astronomia?

Dean: A Via Láctea está girando


rapidamente a aproximadamente 100 milhões de
quilômetros por hora, e você está prestes a
estar com minha porra na sua boceta. Música?

Rosie: As batidas do seu coração imitam os


ritmos da música que você está ouvindo. Dean
Cole não está tão errado sobre sua teoria
sobre a minha irmã. Teria que trabalhar duro
para repetir.

Encerrei nossa conversa de texto e abri uma nova com


Sydney, que eu conhecia do ensino médio, pedindo–lhe
para me dar todos os detalhes. Quando iam pousar e se
instalar nos quartos, qual era seu horário. Pedi que não
contasse a ninguém, porque estávamos planejando uma
surpresa para Millie.
Na verdade, eu estava planejando uma surpresa para
Rosie. Eu ia comer meu bolo e mantê–la. Impossível?
Apenas observe.

****

Deus abençoe Sydney não sei do que. Mesmo que eu


não soubesse de sua existência quando estávamos no
ensino médio (a única razão pela qual ela teve seu
número foi porque Millie abriu um grupo especial de
mensagens para as pessoas que compareceriam o jantar
de ensaio), em Vegas rapidamente se tornou minha
pessoa favorita.

Por um lado, Syndey me disse onde as meninas


estariam naquela noite. Como Vicious não queria
dançarinas em sua festa (ele sempre odiava as pessoas e
especialmente as pessoas que tentavam tocá–lo, e ele era
um bastardo, mas leal), estávamos planejando ir a um
restaurante elegante e ao cassino até o amanhecer.

Imaginei que poderíamos pousar no clube que elas


estavam depois do show da Britney Spears. Os
dançarinos não estavam escovando um ao outro o tempo
todo? Obrigado, Sra. Spears, por preparar a libido da
minha garota para a nossa escapada da meia–noite.
Não me surpreendi que Rosie trouxesse seu maldito
entusiasmo para a mesa e queimava–o dia após dia.
Enquanto os homens bebiam e fumavam na suíte
presidencial, Rosie conseguiu de alguma forma levar as
garotas para uma aventura especial de comidas, um tour
por uma famosa loja de tatuagens, uma festa de
hidromassagem e um show.

Eu sabia de todas essas informações porque a Sydney


Maldito último nome, não conseguia recordar, me dava
atualizações a cada hora, supondo que Emilia, a noiva,
estivesse apostando em uma agradável surpresa. E ela
teria. Eu estava levando o seu noivo comigo. Mas minhas
intenções eram puramente egoístas – estava por trás de
sua irmã mais nova.

– Você provavelmente deveria contar ao Vic antes que


perca sua merda –, Jamie me disse quando saí do
chuveiro, passando a gola da camisa impecável na frente
do espelho imaculado do chão ao teto.

Eu ri, soltando a toalha e entrando no meu boxer.


Jamie tinha visto meu pau tantas vezes, que
provavelmente poderia reconhecê–lo em um
reconhecimento policial com centenas de suspeitos.
Nossos dias de futebol significam que todos nos sentimos
confortáveis um com o outro. Muito confortável, talvez.

– Deixar ele saber o que? – Eu joguei mudo. Vicious já


sabia, mas eu gostava de foder com meus amigos tanto
quanto o próximo Garoto Quente.
– Você está falando sobre o acordo Erickson–Estavez?
– Estávamos trabalhando com duas empresas
gigantescas prestes a se fundir, e Viciuos ficando à
margem, com a proximidade de seu casamento e tudo
mais. Dos quatro, Jaime e eu éramos provavelmente os
trabalhadores mais durões. Jaime, porque era uma
merda responsável que precisava de tudo para estar
certo e perfeito. Eu, porque eu não tinha filhos ou outras
responsabilidades, sendo assim, me sufocar em números
e começar negócios com Ásia e Austrália no meio da
noite eram sacrifícios que me agradavam fazer.

– Ele está elaborarando um projecto de contrato


Erickson–Estavez enquanto falamos. Você sabe
exatamente o que. Mais específico de quem ... estou
falando.

– Ele sabe, e concorda com isso, mas mesmo se eu não


concordasse, é a minha vida e meu negócio –, lembrei a
ele, arrumando as mangas da camisa azul marinho,
abotoando os colarinhos e adicionando,

– Além disso, a última vez que eu verifiquei, ele era a


mesma pessoa que tentou roubar minha namorada
debaixo do meu nariz quando ainda estavam juntos– ,
embora sem limites – Inclusive beijando Millie enquanto
estávamos namorando. Só para ter certeza de que ele era
um completo idiota, ele também beijou Rosie. Então,
realmente, além de tentar colocar a língua na boca da
minha mãe, quase que contaminou todas as mulheres
com que me preocupo. – Salvo por Payton e Keelly,
minhas irmãs. A verdade é que Keeley me disse em uma
noite de bebedeira que ela fez sexo com Vicious quando
éramos adolescentes. Isso definitivamente me deu um
pequeno empurrão, tanto quanto a minha moral poderia
ir para perseguir Millie.

Com mais nada, meu pequeno discurso fechou a boca


de Jaime. Rosie estava fodendo a minha. Cada parte
disso. Da ponta dos dedos aos cabelos finos de bebê no
topo da cabeça. Cada peça deveria ser recuperada e
marcada. E o mais bonito é que ninguém tinha voz nessa
merda. Ninguém além de Rosie.

– Aqui está o endereço do clube. – Ajustei meu


telefone com o aplicativo do Yelp e as mãos de Jaime se
agitaram no ar.

– Ligue para o serviço de limusine. Eu vou me


certificar de que Vic esteja pronto.

– Dean. – Jamie agarrou meu pulso enquanto eu


entrava pela porta para pegar minhas calças.

– Baby – , eu zombei em seu rosto, sorrindo


presunçosamente.

– Eu sei que sou irresistível, mas tenho certeza que


Mel é mais flexível, com esse antecedente de dançarina e
tudo mais. – Jaime estreitou os olhos e jogou meu pulso
como se estivesse sujo.
– Jesus, você pode desacelerar por um segundo? Ouça,
eu sou a última pessoa a te dar um discurso de sobre com
quem estar.

– Porque você fodeu minha professora de literatura


quando eu tinha dezoito anos.– Eu me amontoei em uma
risada.

– Você se casou, engravidou e sua mãe quase teve um


ataque cardíaco no processo. Sim, eu concordo. Nem
você nem Vicious podem me dizer o que fazer. – Mas Ele
ergueu a voz e, caramba, Jamie Followhill tinha alguma
autoridade nele e quase me esquecera disso.

– Juro por Deus, Dean, se isso é apenas mais uma


noite, e você está mexendo com a dinâmica do nosso
grupo, com nossas famílias e amigos – para uma foda
rápida ...

– Isso não é apenas uma foda, – eu disse com


determinação. Desnecessário lembrar–me que Jamie
tinha um bom motivo para tocar no assunto. Eles me
conheciam como aquele que colocava o pau em qualquer
coisa que tivesse duas pernas e um vestido, então, o que
diabos estava esperando? Mas eu não era Vicious. Eu não
estava cego para o que estava na minha frente há anos.
Eu admiti o que eu queria dessa garota desde o começo.
Nunca persegui ninguém tão duramente e, com Rosie,
nem sequer decidi fazê–lo. Foi como a carreira de Jimmy
Fallon. Foi algo que aconteceu antes que alguém pudesse
parar.
– Quais são as suas intenções? – Jamie perguntou,
segurando meu olhar, sério como um maldito funeral.

– Quais são minhas intenções? – Morar em Londres o


fazia parecer um lorde britânico ou alguma merda. Tirar
sarro dele deveria ter sido uma prioridade, mas parte de
mim queria que ele e as outras pessoas deixassem de
malditamente falar comigo como se eu fosse um
prostituto que se recusou a desacelerar até que seu pênis
caiu.

– Jaime – eu rosnei, inflando minhas narinas. Olhando


diretamente para o rosto dele, sentindo–me como um
adolescente rabugento de dezoito anos de novo.

– Eu não lhe perguntei quais foram suas malditas


intenções quando você dobrou Mel em sua mesa e
transou com ela na sala de aula, então não me faça a
mesma pergunta. Rosie é uma garota grande. As pessoas
precisam parar de agir como se ela fosse um animal de
estimação que ninguém quer. O que há entre nós dois é
nosso. Não seu. Nem de Vicious e nem de Emilia.
Qualquer um que pense diferente é bem–vindo para
resolver isso comigo. E, fiel à moda de nossa irmandade,
não serei agradável, educado, ou pedirei desculpas por
isso. Estou claro?

Não esperei por uma resposta. Eu me virei e saí. Eu


tinha um compromisso para ir.

Ela só não sabia ainda.


CAPÍTULO 17

O que te faz sentir viva?

Querer alguém tanto que seu centro dói,


sua visão fica embaçada e sua moral é jogada
para fora da janela.

MINHA IRMÃ NÃO ESTAVA BEBENDO.

Essa foi a única coisa que ocupou minha mente. Não o


fato de termos nos divertido muito. Não o show incrível
de Britney Spears. Não as bebidas alcoólicas distorcidas,
altas e de aparência radioativa que carregamos conosco
o dia todo. Mas o fato de que Millie não consumiu uma
gota deles, nem qualquer outro tipo de álcool.

Tinhamos raízes francesas. Para nós, festejar sem


vinho ou champanhe era como dançar sem os membros.
Observando–a do canto de uma discoteca barulhenta e
lotada, com luzes de neon e corpos seminus suados,
chupei meu canudo em outro coquetel.
– Sua irmã está muuuito grávida – Elle fez uma bola
com seu grande chiclete rosa, enquanto se examinava no
reflexo de alguns espelhos brilhantes com desenhos
pendurados no teto. Todas usavamos o mesmo tipo de
vestido, rosa, a cor favorita de Emilia, com um decote e
camadas encaracoladas de tecido fino e macio. Eu
encontrei um em um brechó. Grita Millie até o céu e de
volta, então eu comprei, entrei em contato com a marca e
pedi mais quatro para todos nós.

–Ela não está –, insisti, mas era inútil. Mesmo eu não


acreditei em mim mesma

– Eu sou a pessoa mais próxima dela. Ela nunca


esconderia isso de mim.

– Ela não está bebendo, parece horrível, e comeu um


bolinho com picles fritos no almoço. Mas se você precisar
de mim para forçá–la a fazer xixi em uma vara, eu
conheço um cara que faz as coisas acontecerem. – Elle
encostou–se na parede ao meu lado.

Eu olhei para minha irmã. Millie balançou a bunda


com Gladys e Sydney na pista de dança, balançando o
cabelo suado para frente e para trás e pronunciando as
palavras para "The Thong Song" de Sisqó.

Talvez o DJ tivesse perdido uma aposta naquela noite.


Ninguém sabe. Mas eu não estava com vontade de ser
uma esnobe musical. Elle deu um tapinha no meu ombro.
–Bem bem. Você está muito bêbada e não deseja se
aventurar em território das realmente bêbadas. Deixe a
bebida. Vamos dançar um pouco

Ela puxou minha mão e eu não protestei, porque qual


era o objetivo? Elle e eu nos juntamos a Millie, Gladys e
Sydney, e dançamos por uma hora ou mais. Millie disse
que tínhamos que fazer uma pausa para comer tacos, e
como ninguém nunca havia dito "não" aos tacos, todas
nós tínhamos uma mesa na seção de restaurante de
clube e comemos muito.

Pedi licença para ir ao banheiro e, quando voltei, vi


Gladys encostada na cabine onde estávamos sentadas,
passando a mão na barriga de Millie. Sydney jogou a
cabeça para trás, riu e fez um gesto com as mãos,
formando a ilusão de peitos enormes. Minha irmã estava
grávida, seus amigos sabiam. Meus pais sabiam. Todos
sabiam.

Menos eu.

***

Dean: Qual é o seu fascínio pela música?

Meus dedos tremiam de raiva, mas essa não foi a única


razão pela qual não respondi. Meu olhar vagou para o
rosto de Millie e eu franzi meus lábios. As outras meninas
voltaram para a pista de dança e eu e minha irmã
estávamos sozinhas. Perguntei–lhe se havia algo que ela
queria compartilhar, mais uma vez. Ela disse: outro taco
e ela riu. A boca do meu estômago torceu e depois
crepitou de raiva. Ela era uma mentirosa, como todas
elas. Não havia diferença entre ela e o pai. Bem, houve.
Papai, pelo menos, parou a farsa e me disse exatamente o
que ele achava de mim. Millie ainda era uma covarde que
queria proteger meus sentimentos preciosos mentindo
para mim.

Foda–se

Eu precisava do Dean para fazer as coisas


desaparecerem.

Ele era maconha. Ele era álcool. Ele era música.


Apenas mil vezes mais viciante que todos os itens acima.
Rosie: Ouvir boa música é como uma droga.
Libera hormônios que fazem você se sentir
feliz. Qual é o seu fascínio pela
astronomia?
Dean: Houve momentos em minha vida, tempos
sombrios, quando tive que passar os verões
em um lugar onde eu não queria estar.
As noites eram longas e entediantes, então
saí e deitei no feno. As estrelas foram a
única coisa que me fez companhia, e acho que
me apeguei a elas. Elas me lembraram que sob
o céu, havia coisas melhores esperando por
mim. As pessoas que amava, os lugares que
queria visitar, todas as garotas com quem
iria foder ...
Rosie: Um romântico sem esperança. Eles me
dão arrepios. Para.

Dean: Você terá mais arrepios em um


segundo. Dá uma volta.

Rosie: ?

Dean: Simples, baby LB. Dê uma volta.

Ele estava lá. Meu coração pulou no meu pescoço, mas,


ao mesmo tempo, lava quente derretida corria em meu
abdômen inferior, limpando os danos e dor, criando uma
necessidade urgente, estava desesperado para atendê–
las.

Era perfeitamente possível que esse homem se


tornasse cada vez mais atraente a cada segundo que
passasse? Eu o vi vestido com uma camisa azul escuro e
calça cinza, andando para mim como uma força que
estava prestes a arrancar telhados e calcinha em seu
rastro. Estava tão concentrado em Dean, que ainda não
tinha notado que as meninas estavam de volta na mesa e
os meninos estavam lá. Trent, obviamente. Vicious
tomou o seu lugar ao lado de Emilia. Jaime sentou–se
entre Sydney e Gladys, oferecendo–lhes um breve aceno
de cabeça, e Dean ficou ali, olhando para mim, mesmo
sem esconder o que estava em seus olhos. Sem vergonha
– Vou trazer algumas bebidas pra você. – Eu me
levantei do meu assento, porém não o sentia mais.
Aquele era um ato de uma boa menina. Não era eu. Não
era boa e não era agradável, e esta noite estava indo para
foder com o ex–namorado da minha irmã. Uma foda com
raiva que iria apagar os últimos dias da minha memória,
mesmo que por um momento ou dois.

Quando passei por Dean, ele bateu o braço no meu


ombro. Todos os pêlos do meu corpo estava em pé,
arrepios no formigamento em minha pele.

– Não vai me perguntar o que eu quero?

Ele sussurrou no meu rosto, lambendo o lábio


inferior, deixando–o brilhante, uma maçã brilhante e
proibida.

– Eu não ligo para o que você quer, Dean. Você vai


pegar água. Como eu disse, você pode destruir tudo o que
quiser, mas não na minha cara.

– Combinado. Deixe–se saber, no entanto, que você


pode fazer o que quiser no meu pau.

– Nem beber nem fumar

repeti solenemente, dando–lhe um olhar assassino.

Eu podia ouvir o sorriso em suas palavras quando


disse:
– A ti malditamente importa.– Olhando para as
minhas costas enquanto eu corria para longe.

Sim, me importo, pensei amargamente. Desejando não


pensar. Eu realmente faço isso.

As coisas estavam prestes a ficar confusas.

Ruckus ia honrar seu nome.

***

Há dez anos.

A escola havia acabado. Millie e eu também. Jaime se


mudou para o Texas para ir para a faculdade, levando
para casa uma lembrança com ele: nossa professora de
literatura, Melody Greene. Trent fez uma cirurgia na
perna e ficou deitado pelo resto do verão. E Vicious ...
Vicious ficou muito louco, como se tivesse sido ele que
ela havia abandonado.

Depois que Millie fugiu, Rosie parecia ter ficado com


raiva do mundo. Eu queria ser o saco de pancadas dela.
Ela não me deixaria.
Havia outras coisas que queria, mas não era a hora
certa de ir atrás delas. Então eu me acomodei para estar
lá para ela, uma alma quebrada por outra.

Eu não estava especialmente irritado com a minha ex–


namorada por me abandonar. Por tudo que eu sabia, ela
me deixou por outra pessoa. Isso deveria ter me feito
enlouquecer, mas na minha vida, não consegui encontrar
o maldito frenesi com o qual Vicious estava fervendo a
fogo baixo.

Rosie disse que eu deveria parar de vir para ver como


ela estava, mas foi como dizer que eu não podia tocar
meu pênis. Total e fodidamente impossível. Vim para ela
todos os dias. Nós nos sentávamos à beira da piscina em
completo silêncio.

Queria falar com ela sobre as estrelas, mas não o fiz.

Queria falar com ela sobre o nosso futuro, mas não o


fiz.

Queria falar com ela sobre nós, mas não havia nós, e
meu medidor de estranhesa provavelmente estava louco
por vir procurá–la todas as tardes.

Um dia, vi Vicious passar por seu gramado bem


cuidado enquanto eu fazia o meu caminho através do
caminho de pedra até a casa dos servos. Ele parou e
olhou para mim, piscando como se tivesse acabado de
ver um fantasma. Aproximando–se com passos lentos,
ele colocou as mãos nos bolsos, avaliando–me através
dos olhos frios e vigilantes, preparando–se para a
batalha. Inchei meu peito, preparando meu sorriso falso.
Ele queria guerra? Ele iria ter uma.

– Você realmente acha que tem uma chance com a


porta–voz depois do que aconteceu com Millie?

Ele cerrou os dentes, incapaz de deixar a palavra


foder, uma palavra que ele usou muito, deixasse sua
boca. Porque ele sabia. Vicious sabia que eu tomei a
virgindade de Millie, ela me pediu para fazer isso. Eu
tinha a sensação de que era mais para se livrar de sua
virgindade do que sobre mim, e essa era a única coisa
que ele nunca poderia apagar das páginas da história.
Até o Baron Spencer não conseguiu manipular a
realidade.

Eu esfreguei meu queixo.

– Eu sei que minhas chances com Baby LeBlanc são


quase tão altas quanto suas chances com Millie. Estou
aqui para ter certeza de que ela está bem. É um conceito
estranho para você, mas às vezes as pessoas só querem
ser gentil com outras pessoas. O que rastejou até o seu
rabo, afinal? Você parece ... culpado. – Eu fiz uma careta.
Tudo na minha posição estava pronto para pular e
destruí–lo.

– Culpado? – Ele riu, mas não era sua risada habitual.


Com graça e seguro de si mesmo. Então o bastardo sabia
alguma coisa. Porra, se eu tivesse uma ideia do que era.
– Agora, por que eu me sentiria culpado? Você era
quem estava atrás da minha garota.

– Sua garota–, eu repeti, deixando escapar uma risada


incrédula. Parecia estranhamente libertador abordar o
elefante na sala. O mesmo elefante que conseguiu
esmagar e estragar todas as coisas em nossas vidas no
ano passado.

– Ei, imbecil, notícia: Emilia LeBlanc era o alvo


favorito de todos até eu colocar meu nome na bunda
dela. Eu suspeitei que você gostava dela, sim. Eu tive a
sensação de que era outra coisa, mas você ficou do lado
de fora.– Eu dei um passo em direção a ele, e estávamos
perigosamente perto de arruinar o rosto um do outro e
rolar na grama até que um de nós sangrasse até a morte.

– Você arruinou a vida dela. Tudo o que você disse foi


que ela era uma bastarda branca. Tudo o que você fez foi
fazê–la se sentir desagradável. Queria aproveitar? Sim. –
Eu encolhi os ombros.– Eu sou um adolescente com um
pau que funciona. Mas, mais do que tudo, queria ter
certeza de que não fosse mais uma na sua lista.

– Quão nobre você – Seu peito colidiu com o meu, nós


estávamos indo para a guerra, agora ele sabia disso.

–Pobre maldito Ruckus. – Vicious trouxe seus punhos


para seus olhos e fingiu enxugar lágrimas invisíveis.

– Você teve um tempo ruim com Emilia todos esses


meses?
–Nah – eu disse, empurrando–o. Ele me empurrou de
volta. Eu sorri.

– Ela foi ótima, mas você nunca saberá, certo?

Engoli a saliva.

– Talvez ela tenha fugido porque você é uma merda na


cama

disse ele. Muito maduro.

– Ou talvez ela tenha fugido porque estava cansada de


você– disse. Seu rosto se contorceu de dor e ele se sentia
culpado. De que, eu não sabia, mas não era inocente. Isso
era com certeza. Eu decidi pressionar a questão. Ver a
sua opinião sobre as coisas.

– Como se sente, Vicious? Ser o perdedor que nunca


saberá o que a garota dos seus sonhos sabe?

–Você sabe, Cole. Estamos no mesmo barco, e este


navio está afundando. – Agora era a sua vez de jogar na
minha cara e – de novo – nem sequer piscou. Eu não
estava com medo de Vicious. Me olhova através de suas
camadas e sabia exatamente quem era. Um cara como eu.

Que se escondia atrás de paredes de músculos, boa


aparência, carros caros, roupas perfeitas, pais ricos e
mistério sombrio. Você nunca pode ter medo de quem
você é. Por isso, dos meus amigos, fui o único que o
desafiou repetidamente.
– Você estragou tudo –, ele sussurrou em meu rosto, e
eu vi em seus olhos azuis que ele sabia que estava certo,
porque havia algo girando neles. Algo que ameaçava
afogar qualquer um que ousasse se aproximar.

– Você a fodeu e agora estamos todos fodidos.– Eu o


empurro, me virando e caminhando em direção à porta
de Rosie. Quando ela abriu a porta, Vicious já tinha ido.
Provavelmente, no andar de cima do seu quarto,
fumando um baseado.

Rosie não pareceu surpresa ao me ver. Mas ela


engasgou quando eu segurei suas bochechas, entrei em
sua casa e a beijei sem aviso. O beijo não foi apenas rude;
Foi francamente brutal. Necessitava de afeto da mesma
forma que beirava o desespero.

Estava indefeso.

Negligenciado.

Arruinado.

E não por causa da irmã que deveria amar. Ela ofegou


por ar. Eu ofeguei por ela. Nossas línguas rodaram
juntas, engajadas, apaixonadas, sob um feitiço de magia
negra.

Eu a segurei pela parte de trás do seu pescoço. Talvez


duro demais. eu não sabia que meu corpo poderia
responder a outra pessoa dessa maneira. Todas as
terminações nervosas do meu corpo estavam em
chamas. Seus joelhos falharam. Ela quase desmaiou, mas
se agarrou à minha camisa no último minuto, de alguma
forma ela permaneceu fisicamente ligada. Mentalmente,
no entanto ... nós dois estávamos em algo muito
profundo. Mentalmente, estávamos ferrados.

Eu nem tinha registrado que ela me beijou de volta


por um longo e inebriante minuto antes de se afastar,
seus olhos se arregalando em choque e medo. Ela
entrelaçou os dedos ao lado de sua cabeça e puxou suas
raízes, seus belos e inchados lábios entreabertos.

– Oh, meu Deus–, respirou profundamente.

A senti naquele beijo, e as coisas que tinha me dado ...


Ela nunca poderia recuperá–las. Eles eram meus e eu
tomaria o resto, mesmo que não fosse esse dia. Embora
isso me leve toda a porra da vida.

Sim, ela tem uma vida imbecil.

– Merda–ela novamente.

– O que eu fiz? Vá embora!

– Rosie ...

– Vá. Para. O. Inferno, Dean. Sério, se você vier aqui de


novo ...

– Você pode apostar sua bunda que vou

eu disse com firmeza.


–Eu vou atrás de você, mesmo que leve anos para ter
você.

– Você não fará.

Havia algo em sua voz, ou talvez o jeito que ela me


empurrou dessa vez, fez tudo muito definitivo.

– Vou me certificar disso, de um jeito ou de outro.


Você está morto para mim, Cole. Morto desde o momento
em que você colocou as mãos na minha irmã. Não haverá
um amanhã para nós. Não haverá um cavaleiro de
bronze. E da próxima vez que nos encontrarmos, Dean,
vamos agir como se não nos conhecêssemos. Porque nós
não nos conhecemos. Você não é nada para mim. Você
nunca foi. Volte aqui de novo e direi ao papai para tirar a
espingarda.

Ela bateu a porta na minha cara.

E pela primeira vez, não espiou pela janela para me


roubar mais um momento.

Presente
Isso era tão terrível que não pude deixar de rir. Mas
ela não se importou. A garota não dava a mínima, e era
isso que mais amava nela. Sua habilidade para cantar
fora do tom e dançar diferente de todos, quando todos os
olhos estavam sobre ela quando ela posou ala Madonna,
como ela saltou para cima e para baixo como se seus pés
estivessem em chamas.

Ela virou em seu lugar na pista de dança e me


encontrou, nossos olhos se conectando.

Estava encostado no bar, bebendo uma garrafa de


água como prometido, cumprimentando–a com a garrafa
em sua direção.

Vicious estava se esfregando contra Emilia.

Jaime estava do lado de fora falando ao telefone com


Trent.

Sydney, Gladys e aquela garota que trabalhava com


Rosie dançavam entre elas. E mais uma vez, ela e eu
fomos deixados por nossa própria conta.

Nina seguia chamando e enviando mensagem de texto


sem parar, apesar de eu ter ignorado, e Trent estava
atravessando o inferno, mas de alguma forma, eu ainda
sentia esse ar natural que me abalava cada vez que saia
com Baby LeBlanc.

Rosie olhou para o telefone e enfiou os polegares na


tela, escrevendo uma mensagem de texto. Jogou meu
coração na quarta velocidade, e eu peguei meu telefone
ao lado do meu corpo, esperando pelo sinal que parecia
um pop.
Rosie: Acho que vou levar alguém para o
meu quarto de hotel esta noite. Eu tive um
dia difícil e preciso descansar.

Dean: Isso é um convite?

Rosie: Mais como uma zombaria. Você sabe


qual foi a parte mais difícil quando você e
Millie estavam juntos? Ouvir você beijá–la.
Costumava me matar. É por isso que em algum
momento deixei de estar em casa quando você
estava por perto.

Minha cabeça disparou, e lá estava ela, balançando os


quadris, um cara aleatório abraçando a cintura por trás e
sorrindo para seu pescoço enquanto ela se acomodava
em seu ritmo.

Seus olhos estavam em mim e tinha essa expressão. O


olhar de “que caralho você está indo fazer a respeito?
Huh?” Eu ia limpá–lo de seu rosto. Aqui estava eu, vendo
outra pessoa a tocando, cada centímetro do seu corpo
com pura fúria violenta.

Aquela que não sentia há tantos anos quando Millie


partiu. Oh, estava dentro de mim, bom. Eu estava apenas
esperando para ser completamente ligado por outra
pessoa. Eu vou terminar com essa merda. Eu olhei para
baixo e escrevi.
Dean: Não me tente, LeBlanc. Nós não somos
mais adolescentes. Nossas ações têm
conseqüências.

Rosie: e? ...

Dean: E com as ações que tenho em mente,


estou pensando em dez a quinze anos em uma
prisão. Acabe com essa merda antes que eu o
machuque.

Senti meu pulso nas minhas pálpebras.

Minha espinha

Minhas malditas bolas.

Estava em toda parte, porque meu coração estava


martelando como se quisesse pular das minhas costelas
para as mãos dele, larva pura correndo pelo meu
sistema.

Pela primeira vez em muito tempo, eu me importei.

Separá–los e causar uma cena passou pela minha


cabeça, mas eu não era essa pessoa. Era o filho da puta e
bastardo frio que sorria para o mundo, mesmo quando
me jogavam merda. E Rosie me jogou merda porque eu
merecia isso. Porque beijei a irmã dela quando ela estava
na mesma casa. Porque eu não impedi que isso
acontecesse. Porque era uma vingança, e ela queria tirar
isso. Eu ia deixá–la explorar ao longe, mesmo que doesse,
mas a linha seria desenhada ao beijá–la. Ela era
fodindamente minha. Ele poderia olhar, mas diabos, se
tentasse tocar.

O cara virou–se para Rosie e eles dançaram juntos,


mas ela mantinha um espaço adequado para ele,
provavelmente sabendo que ele não apreciaria uma
viagem para a sala de emergência. O menino era bonito,
suponho. De estatura mediana e jovem, da idade de
Rosie, vestido informalmente. Não havia nada para
enfatizar.

Ele gritou algo no ouvido pela música, e senti que


minhas narinas se arregalaram como um touro louco. Ela
fez um gesto com os dedos para esperar um minuto,
olhou para baixo e escreveu uma mensagem.
Rosie: como se sente?

Parecia a morte. Mas aquele fogo em seus olhos


parecia legal. Legal demais para ser apenas sobre mim.
Havia outras coisas ocupando a mente de Rosie. Coisas
relacionadas à sua família. Eu sabia, e desta vez ... dessa
vez eu seria o saco de pancadas. Porra, como eu queria
sentir seus pequenos punhos em todo o meu corpo.

Dean: Já fez seu ponto. Agora pare com


isso.

Não respondeu. E isso não o impediu. Meus olhos


viajaram para cima e a maldita pegou a mão dele,
levando–a para a porta dos fundos do clube. Eu olhei em
volta. Todos os nossos amigos ainda estavam ocupados
dançando, bebendo e, em geral, não dando a mínima.
Meu plano para encurralar Rosie voltou como um tiro ao
meu rosto de uma maneira espetacular. Porque Rosie
não era Millie. Rosie não podia ser encurralada. Rosie
nunca foi a presa. Às vezes era a maldita caçadora.

Eu usei cada grama de autocontrole no meu corpo


para evitar correr atrás deles. Não, eu andei. Calmo.
Intrigado, empurrando corpos e pisoteando meu
caminho até a porta que levava a um beco na parte de
trás do clube. Eu fui da escuridão, através de luzes
saturadas. Amarelo, verde, vermelho e roxo girando
juntos. Eles provavelmente pareciam bonitos se você
estivesse bêbados, mas eu não estava. E quando
finalmente entrei no ar quente e estático de Las Vegas,
permaneci imóvel. Suas costas estavam encostadas em
uma parede de tijolos e ele estava pairando sobre ela,
seus lábios a poucos centímetros de tocar o que
pertencia a mim.

– Se afaste seu Fodido Merda

Eu gritei, caminhando em sua direção. Eles viraram a


cabeça, e acho que Rosie viu a fumaça que saiu dos meus
ouvidos, porque ela visivelmente parou e colocou as
palmas das mãos no peito como uma barreira.

– Sinto muito–, sua voz estava rouca.


–Ele está agindo como um ex ciumento. Exeto que ele
não é meu ex, mas ele ainda não recebeu o memorando.

Evidentemente, o Sr. Utilero aqui não queria ser o


único a dar para mim. O cara parecia que ia molhar as
calças, e tinha que me lembrar que, para ela, ele era
apenas um meio para um fim. Pobre bastardo.

– Eu vou levá–la a partir daqui.

Eu bati no ombro do menino. Ele olhou entre nós, sua


boca aberta. Queria saber se não havia problema em
deixá–la comigo, mas, ao mesmo tempo, esperava que
sim, porque ainda via cada centímetro do monstro do
campo que respondia apenas às palavras 'Deus' e 'Pai'.

Rosie assentiu, limpando a garganta.

– Sinto muito, Adam. Aproveite o resto da sua noite.

– Pretendo fazer–, disse Adam, virando–se e indo


embora, seus passos se tornando mais rápidos quando
ele se aproximou da porta.

Eu agarrei Rosie contra a parede, desta vez não me


importando com um demônio por suas regras estúpidas,
e esfreguei meu corpo lentamente contra o dela. Tinha
uma ereção latejando, e eu pressionei contra seu umbigo,
exigindo sua atenção. Ela arqueou as costas e ficou na
ponta dos pés, perseguindo nosso toque, sua boca
pedindo a minha.
– Adam? Eu levantei uma sobrancelha, empurrando
meu rosto para longe. Dois iam jogar este jogo, pelo
menos até ela perceber que não havia jogo. Isso era real.

– Cara legal. – Ela ainda olhava para meus lábios, sua


respiração ofegante, e não por sua doença estúpida.

Eu a encurralei com meus braços, meus lábios


pairando sobre os dela.

– Estou feliz por você pensar nisso, porque ele só lhe


custou um orgasmo.

Ela gemeu, escovando os dentes sobre o lábio inferior


enquanto minha mão deslizava em sua calcinha e
escovava sua fenda molhada.

– Eu preciso de uma distração hoje à noite.– Ela me


puxou para mais perto.

– Preciso da tua ajuda.– Coloquei dois dedos nela e


comecei a bombear para dentro e para fora. Ela
engasgou, seus dedos entrelaçados com o meu cabelo,
mas eu não a deixei envolver as pernas em volta de mim.
Não. Foda-se isso. Ela não tinha ideia, essa garota. Não
tinha. Uma Fodida Ideia Com quem estava lidando.
Poderia não ser melhor do que Vicious, mas eu ainda era
um idiota total. Ainda era um Sinner ... e ainda era o lobo
que sua avó havia lhe advertido.

– Sim–, ela respirou.


Ali mesmo. Eu escorreguei outro dedo até que eu a
peguei com a minha mão inteira, esfregando meu corpo
contra o dela para criar o atrito que a fez vibrar contra o
clitóris. Ela começou a tremer, perdendo o equilíbrio.
Seus joelhos estavam enfraquecendo e, se ela achava que
ia pegá–la, estava muito enganada.

– Olhe para as estrelas– eu rosnei.

Ela não deu a mínima para as estrelas, perseguindo


minha boca novamente. Eu não a beijei Ela não merecia
ser beijada. Eu queria que ela viesse para mim – não
daquele jeito sob a névoa de um orgasmo vindo

– pressione seus lábios contra os meus e diga. Sou tua.


Eu sempre fui sua. Eu nunca serei de mais ninguém. É
melhor fazer isso, Baby LeBlanc. Eu não gosto de repetir
o que digo.

Revirando os olhos, ela admitiu. Nós dois olhamos


para cima. O céu estava cheio de estrelas contra todas as
probabilidades. Você não podia ver nada no céu turvo de
Vegas, mas naquela noite, você poderia fazê–lo. Você
poderia porque ela estava lá. Suas coxas apertaram
minha cintura e também sua boceta contra meus dedos.
Eu os tirei, meus olhos mortos, meus lábios franzidos,
olhando para ela como se nada mais fosse do que uma
transação comercial. Um mero inconveniente que me
deparei durante o dia

– Que diabos você está fazendo?


Sua boca caiu com a perda, e eu quase ri quando sua
virilha pressionou contra o meu estômago, implorando
para que eu terminasse o trabalho.

Eu pressionei meus lábios no ouvido dela.

– Consequências, Rosie. Acostume–se com elas. Eu não


vou deixar você fazer o que quer, como o resto da sua
família faz. A próxima vez que você deixar algum tolo
desconhecido colocar as mãos dele em você – eu agarrei
seus quadris e os guiei para o meu pau latejante

– é melhor você acreditar que haverá penalidades. Eu


vou deixar você fora do gancho desta vez, porque você é
uma novata, mas só assim você saberá, está acontecendo,
isso é meu, e certamente de mais ninguém.

Espero que essa seja uma Lição aprendida.

****

Esta noite, Rosie ficou na minha suíte.

Não foi realmente uma operação da Corporação


Marítima. As garotas estavam bêbadas de beber o dia
todo, e Millie que aparentemente estava sóbria por
algum motivo que estava além da minha compreensão,
adormeceu no clube, bastante cansada. Rosie estava na
linha entre tonificada e sóbria, mas longe do estado em
que estava quando estávamos transando em Sinners
Saints. Vicious e Jamie estavam em baixo, jogando nas
mesas de blackjack. Eu ouvi a batida suave na porta e a
abri. Estava de pé no limiar, ainda vestida naquele
vestido rosa como que faziam todas as outras garotas da
festa de despedida parecerem vaginas do tamanho
humano, mas de alguma forma a fazia parecer uma
princesa, e meu coração fez uma coisa selvagem no meu
peito. E era engraçado como as pessoas sempre diziam
que eu era um problema, quando os problemas pareciam
uma minúscula menina de olhos azuis em um enorme
vestido rosa com sardas marrons alaranjadas.

Rosie parecia furiosa.

Suas orelhas de fada estavam rosadas, sua boca estava


torcida com desdém e seu pé pisoteava o tapete
vermelho como se estivesse pisoteando–o até a morte.
Tinha sido assim por dias, e isso me dava um mal estar.
Rosie não era ela mesma em Sinners Saints, ou em Vegas.
Não estava segura de si mesma, engraçada e ousada.
Estava brava, irritada e desesperada. Tinha um
pressentimento que tinha muito a ver com a família dela,
e agora eu sabia que ela não queria aceitar minha
passagem de avião não apenas pelo dinheiro, mas por
como esse lugar a fazia se sentir.

– Você precisa de uma ducha fria para deixar sua


temperatura baixar – eu lhe dei meu conselho não
solicitado.
– Eu preciso de uma aventura quente que me faça
esquecer – ela discordou, me empurrando para dentro
do quarto e entrando. Deixei que ela assumisse, dando–
lhe a falsa segurança de que ela estava em algum tipo de
controle, eu a segui, observando seu traseiro redondo
naquele vestido.

– Pule no chuveiro, Sirius.

– Não vai rolar, , Planeta Terra.

Se um sorriso pudesse dividir seu rosto em dois, isso


me levaria diretamente ao hospital naquele segundo.

– Planeta Terra? – Eu mostrei minha língua.

–Me ilumine, estou curioso e excitado.

Ela Virou a cabeça em minha direção, o queixo


apoiado no ombro.

– Você é caótico, louco e cheio de guerras e angústias


internas, Mas você é o lugar mais animado que eu já
estive.

Foda–se, Eu ia colocar um anel no dedo dela, e ele ia


pesar tanto quanto ela, se não mais. Não era toda essa
louca apenas uma louca conversa de uma semana. Ela
estava me entretendo. Cada parte de mim. Mesmo a
merda escura que ninguém queria ver, ela via.

– Para o chuveiro.
eu repeti, minha voz solene, aproximando–se e
batendo em sua bunda. Nada tão ruim. Ainda

– Para cada minuto que você me deixa esperando, eu


vou te negar outro orgasmo. – A menina praticamente
correu até lá, quebrando alguns recordes relacionados à
fibrose cística, tenho certeza. Ela tirou o vestido, os
sapatos e a calcinha azul bebê, de renda e cetim, e fiquei
tentado a colocá–los no bolso. Mas eu me lembrei que se
eu fosse fazer do meu jeito, Rosie logo teria todo o
guarda–roupa dela no meu armário e eu não precisaria
disso. Embora, eu provavelmente levaria algumas de
suas calcinhas comigo para trabalhar. Apenas para me
ajudar a passar o dia.

Abri a chave – a água estava congelando – e acenei


para ela entrar enquanto ainda estava completamente
vestido. Ela olhou para mim com desconfiança e, embora
estivesse completamente nua, não tentou esconder o
corpo. Não é como se tivesse uma razão para fazer isso.
Rosie LeBlanc era uma obra de arte.

– Estou Doente

ela disse.

– Você vai ficar bem

Não era um médico fodido, mas gostava de guiá–la


para fora de sua zona de conforto, gostava de sua reação
quando percebeu que, para mim, não era uma flor fraca. .
– O que há com você? perguntou.

– O que há comigo?

– Você vai entrar aqui comigo?

– Se me pedir carinhosamente.

Ela riu, cruzando os braços sobre o peito nu. Foi a


primeira vez que vi as tetas dela, mas levei um segundo
para perceber, porque na minha cabeça estivera sempre
nua. Engraçado como o cérebro humano funcionava.

– Por favor, vem comigo para o banho? – Ela


perguntou com os olhos vazios.

– Desculpe, isso é uma versão gentil? Eu abaixei o


zíper da minha calça e puxei meu pau. Eu estava
completamente duro, meu pau pulsando na minha mão,
sua cabeça apontando para ela furiosamente. Seus olhos
se arregalaram quando ela deu uma boa olhada pela
primeira vez. Observando sua reação de perto, bebendo
cada movimento que fazia, cada tremulação, cada
movimento, eu esperei.

Ela levou um segundo para se reagrupar antes de


diminuir o espaço entre nós, e um vislumbre da Rosie de
Nova York passou pela garota em pé na minha frente.
Quando fomos pressionados um contra o outro, ela
agarrou meu pau e olhou nos meus olhos, desafiando–
me. A água corria ao fundo.

–Pergunte–me carinhosamente– repeti.


– E eu vou com você para o chuveiro. Peça gentilmente
e até abro a água quente. – Ela caiu de joelhos, afundou
os dedos na parte de trás da minha coxa e envolveu a
outra mão em torno do meu eixo. E sim, claro, isso me
excitou. Virou a ponta da língua ao redor da cabeça
lentamente, parecia tão quente quanto ela se sentia,
antes de pegar algo de dentro de mim, me lambendo
como se fosse uma porra de sorvete. Adorei sua versão
de chupar pau. Era tão diferente das minhas aventuras
de uma noite, que estavam fodendo meu pau como se
tentassem arrancá–lo do meu corpo. Não. Rosie me
tentava. Me desfrutava. Lambeu até que peguei seu
cabelo para parar sua cabeça e comecei a colocar dentro
da sua boca, fodendo–a, até que gemí.

Eu ia vir e isso estava fora da maldita questão. Assim


não. Não agora.

– Foda–se, querida. Eu disse, levantando–a e fazendo–


a recuar no chuveiro. Eu a prendi dentro dos ladrilhos
dourados, abrindo a água quente. A água açoitou contra
nós. Eu também estava furioso. Eu ainda estava usando
sapatos, calças e camisa, mas eu não dava a mínima.
Minha boca se fechou na dela, e nós dois colidimos e
explodimos como duas estrelas solitárias em algum lugar
na atmosfera escura.

– Isso foi o suficientemente gentil?

Eu ainda estava lutando contra a sensação de gozar,


desdo primeiro momento que me enterrei em sua boca.
– Não, não foi gentil foi perfeito, exatamente como
você.

Eu peguei–a e envolvi as pernas em volta da minha


cintura. Entrei tão forte e inesperadamente nela que ela
gritou e não de prazer. Eu a peguei freneticamente,
sabendo que a água não estava quente o suficiente e que
eu precisava para mantê–la aquecida. Ela gritou e se
agarrou a mim, e nós dois cambaleamos para trás pelo
impacto, ainda segurando–a pelo traseiro.

Coloquei–a no chão e fixei os braços sobre sua cabeça,


segurando–a pelos pulsos.

– Que porra está comendo você por dentro Rosie?


Porque está tão triste? – Eu exigi enquanto batia dentro
dela tão desesperadamente, senti sua coxa se afastando
de mim. Como se o atrito fosse demais. Rosie ia sentir,
tudo de mim, muito tempo depois daquela noite.

– Shh. – Ela pressionou seus lábios nos meus, sugando


as gotas de água do meu lábio inferior e liberando–as
com um estalo.

– Por favor, deixe–me ter você esta noite. – Eu fodi ela


até que não havia mais nada para fode–la, até que fosse
uma boneca de pano, limpa e desossada feliz depois de
dois orgasmos violentos que fizeram contrato com
espasmos abaixo de mim como se tivesse sido
eletrocutado.
Então eu entrei dentro dela, então foi quando me
bateu. Foi quando finalmente me lembrei que não me
preocupei de colocar uma porra de preservativo.

Foda–se Apenas ... foda–se!

Eu tinha certeza que o sentia. O sêmen quente e


espesso derramando dentro dela quando eu encontrei a
minha libertação, mas ela não disse uma palavra. Mesmo
quando estava escorrendo pela coxa, e era inconfundível
com a água escorrendo de várias torneiras no chuveiro.
Não. Rosie continuou a olhar para mim através dos olhos
com pálpebras pesadas.

– Merda – Minha testa caiu para a sua, olhando minha


carga escorrendo dela, eu não ia mentir, era fodidamente
quente.

– Sinto muito. Foda–se.Sinto muito. Baby. Eu não ...


me desculpe, eu estou limpo.

Ela passou os dedos pelo meu cabelo molhado.

–Está tudo bem.

Seu tom não continha cor ou emoção. Ela não parecia


preocupada ou brava. Simplesmente vazio

– estou limpa também.

– Eu vou descer e trazer–lhe uma daquelas pílulas do


dia seguinte
eu murmurei, odiando que fomos ate lá para isso. De
puro desejo nu e raiva saudável para falar sobre como
íamos evitar uma gravidez indesejada e uma DST em
potencial.

Ela estava tentando evitar o que tinha certeza que era


uma tempestade de merda em seu cérebro. As garotas
eram sensíveis a esse tipo de coisa, Nina me provou isso,
e porra, tinha cometido o mesmo erro com Rosie.

– Estou bem, Dean, de verdade.

Colocou as mãos no meu peito e me empurrou para


longe, levantou–se e começou a pegar seu vestido e
sapatos enquanto eu fiquei lá, a água gelada me batendo
como agulhas.

Foda-se.
CAPÍTULO 18

Na terça–feira voltei para Sinners Saints, deixando


Vicious e Jamie para trás.

Pareciam estar se divertindo sem mim, sendo BFFs e


tudo isso, então eu dei–lhes o espaço que precisava para
tentar a maquiagem e tentar outros tampões ou qualquer
porcaria que as meninas fazem. Porque na verdade,
aqueles dois filhos da puta eram super próximos de
perderem seus cartões de homens, Minha opinião, de
qualquer maneira.

De qualquer forma, eu me senti mal por deixar Rosie,


especialmente considerando que no domingo à noite eu
estraguei tudo de forma notável quando cheguei dentro
dela sem uma maldita camisinha. Imbecil No entanto,
uma coisa que você não poderia tirar de mim ... eu era
um imbecil leal, e Trent precisava de mim. Não tinha dito
nada, mas eu li nas entrelinhas, e na nossa última ligação,
algo estava lá. Ele não era completamente ele mesmo.

Trent sempre teve calma e tranquilidade. Mesmo


quando sua carreira no futebol acabou quando ele
quebrou a perna, mesmo quando Val ficou grávida e
apareceu em sua porta pedindo dinheiro, mesmo quando
a vida o agarrou pela garganta e o sufocou, duro, sempre
sorrindo e lhe apontou o dedo ao destino cruel. No
entanto, não naquela última ligação que tivemos. É por
isso que eu entrei nesse avião. Eu sempre me senti mais
perto de Trent. Desde o primeiro dia. Talvez tenha sido o
fato de que ele não nasceu como o resto. Rico,
privilegiado e pronto para governar a parte do mundo
que seus ancestrais conquistaram para ele.

Talvez fosse porque ele era um cara decente, humilde


e feliz com o que tínhamos, embora sua família vivesse
em um lugar que custasse menos do que meu orçamento
anual de paisagismo. Algo lhe atraía como pessoa, e ele
era o único homem nos Garotos Quentes em quem
confiava completamente. O único homem que eu já
contei sobre Nina. Não que tivéssemos ido tão longe, mas
sim. Trent estava sempre presente para mim. E eu ia
mostrar a ele que o sentimento era mútuo, mesmo com o
alto preço do tempo de jogar com Rosie.

Quando todos nós graduamos em nossas


universidades designadas por todo o país (Jamie estava
no Texas, eu estava em Massachusetts, Vicious em Los
Angeles, e Trent foi a uma escola estadual do caralho em
San Diego), nem sequer pisquei antes de dar um
empréstimo de quatro milhões de dólares para torná–lo
um parceiro e tê–lo lançando as Empresas Fiscal Heights
Holdings conosco.
Eu não pisquei, mas meus pais me foderam. Eu tive
que responder por ele de alguma forma, não era como se
eu tivesse tanto dinheiro em minha conta bancária, então
Trent e eu passamos nossos verões fora da faculdade,
arquivando merda no escritório do meu pai e fazendo
viagens para a Starbucks de graça. Fornecendo serviços
de táxi gratuitos para minhas duas irmãs. Agindo como
as cadelas designadas da minha família. E, claro, Trent e
eu assinamos um contrato draconiano para papai.

Eu sabia que ele teria o dinheiro de volta. Trent


morava em um apartamento de estúdio em Chicago
muito tempo depois que todos nós ficamos ricos para
que pudéssemos pagar Eli Cole. Na verdade, ele acabou
de se mudar para um lugar maior depois que Luna
nasceu porque precisava acomodar a nova e inesperada
incorporação em sua vida. Eu diria família, mas eles não
estavam perto de ser uma família, especialmente depois
que Val deixou a cidade como um maldito pai
irresponsável.

Engoli.

Logicamente, sabia que Trent tinha ajuda. Seus pais


estavam lá para ele. Mas tudo mais em mim estava
desesperado para ver por mim mesmo que Luna estava
bem. Então eu fiz uma mala antes dos outros, deixando
para trás Las Vegas e Rosie.
Dean: Mudança de última hora: Vou voltar a
Sinners Saints para passar algum tempo com
Trent.

Rosie: Se você precisar de alguma coisa,


me avise. Eu adoraria ajudar.

Dean: Obrigado. Mais uma vez, sinto muito


pelo domingo à noite. Você precisa de algo?

Rosie:Não. Apenas esqueça.Sinceramente.


Nós estamos ambos limpos, certo?

Dean: Certo.

Como Rosie não era do tipo que roubava esperma, isso


era mais como o hobby de Val, e eu percebi que ela usava
a pílula ou algo assim. Teria sido bom se tivesse me
livrado da minha miséria e dito isso, mas não era da
minha conta. Precisa superar isso e tomar sua palavra.
Não importava o quanto me sentisse sobre esse assunto
específico.
Dean: Eu vou sentir sua falta.

Rosie: Você vai sobreviver. Eu senti sua


falta por onze anos.

Dean: Vou me certificar de que você tenha


o suficiente de mim agora.

Uma vez em Sinners Saints, meu telefone tocou com


uma chamada recebida. Eu estava tão distraído com tudo
sobre Trent e Rosie, respondi antes de verificar o
número. Não era típico de mim e, no momento em que
apertei o botão verde, lembrei–me por quê.

– Sim?

– Jesus, finalmente. Eu pensei que você nunca


responderia. – Nina gemeu em frustração. Meu coração
parou e minha mandíbula se apertou. O mundo inclinado
sobre um eixo por um segundo, antes de reunir o meu
juízo, eu deixei cair minha mochila no chão com um
baque, e abri o armário de bebidas de Vicious,
observando a linha ordenada de garrafas de vidro como
se pessoalmente eles tirarassem sarro de mim.

Eu não sou idiota. Eu vi a correlação entre meus


problemas com e minha maneira de beber e fumar erva.

Toda vez que eu pensava nela, queria esquecer.

Toda vez que eu falava com ela, queria uma distração.

E estava sempre na situação. Sempre pedindo por


merda que não merecia. Sempre brincando com a minha
cabeça. Eu a queria em minha vida? Não a queria? A
perdoei? Poderia perdoá–la? Queria saber quem ele era?
Ele sequer iria querer me conhecer?

– Você não desiste, não é?– Eu bati meus lábios.

– Realmente não. Nós somos muito parecidos. Nós


precisamos conversar, Dean, e você sabe disso, –
sussurrou.
Tinha algo com palavras. O encanto perfeito .Um flerte
constante. Pena que eu desperdicei isso em mim, mas
isso foi outro lembrete de como éramos semelhantes.
Isso me desencorajou, porque ela era a pessoa que eu
mais odiava do que qualquer outra coisa.

–Não estou interessado, Nina, e você pode meter o


resto do seu discurso " Toda criança precisa de um pai ",
no cu, que é onde ele pertence.

– Eu tenho sua felicidade na palma da minha mão,– me


ignorou. Sabia exatamente a que ele estava se referindo.

– Eu não estou interessado ainda.

– Me dê seiscentos mil e ele é seu. Você pode


encontrá–lo.Conhecê–lo. Falar com ele. Não seria
incrível?

Talvez seja. Talvez não seja. Eu ainda estava indeciso.


O fato de ela achar que era bom me chantagear, mesmo
depois de todos esses anos, foi incompreensível por
conta própria.

– Eu te dei vinte mil dólares a menos de uma semana


atrás, para que você ficasse fodidamente longe de mim.
Eu te dei dinheiro para que você passasse despercebida e
parasse de ligar. Eu te paguei para sair da minha vida, e
parece que você ainda não pode fazer a merda básica que
você tem que fazer. Talvez este seja meu último
pagamento, já que sua palavra não vale nada. – Essa foi a
merda mais falsa que eu já havia dito. Esta vaca do
dinheiro não ia deixar de receber pequenas somas de
dinheiro. Mal tinha dinheiro suficiente para contas e
comida, nunca funcionou, e última vez que tentou parar o
negócio, me chamou de uma centena de vezes por dia,
enviou e–mails suficientes para bloquear minha conta e
me enviou muitas mensagens de texto que eu tive que
mudar meu número. Duas vezes.

Sabia que estava alimentando seu mau hábito, mas


não valia a pena me desculpar pelo inconveniente. Ela
era uma causa perdida. Tudo o que queria era ter–me,
fazer–me trabalhar para ela, cuidar dela e amá–la.

Ela teve que se contentar comigo simplesmente


mantendo–a acima da linha da pobreza. Mas como eu
disse. A merda com Luna abriu meus olhos. Eu não
queria conhecê–lo. Eu queria esquecer que ele existiu e
seguir em frente.

– Vamos, baby–, reclamou.

–Eu realmente preciso do dinheiro.– Ela esticou a


palavra "realmente" de uma maneira que eu achei
particularmente irritante.

– Vá trabalhar. É um conceito estranho, mas


realizável. Você é uma mulher capaz–, eu disse. Mais ou
menos.

– Não preciso trabalhar. Eu tenho algo que você quer.


Ele.
O queria, e isso me matava. Eu nem queria conhecê–lo
necessariamente. Eu só queria ver como era. Talvez de
longe. Tentei contratar alguns investigadores
particulares quando me formei em Harvard, mas eles
voltaram de mãos vazias. Ela sabia exatamente o que
estava fazendo. Além disso, foi um pouco louco. Creio
que ela realmente sabia onde ele estava, mas ele não
estava perto dela.

Pequenos milagres para ser grato a tudo isso. Aposto


que ele estava melhor sem ela.

– Eu conheci uma garota – mudei de assunto. Como se


ela se importasse. Como se isso fizesse diferença.

– Ah – Ela respondeu, parecendo surpresa e infeliz.

– Eu pensei que você sempre conhecia garotas. Sua


reputação precede você.

– Nossa reputação é semelhante, Nina. Você me


eclipsa no departamento de foder as pessoas. Pelo menos
há uma coisa em que você se destaca.

– Muito sensível, Dean? – estava apenas conversando.

Estava apenas sendo uma dor de cabeça. Claro, Nina


não estava desanimada com a minha falta de interesse
em agradá–la.

– Ela sabe que você não consegue encontrar mulheres


reutilizáveis? – Mordeu alguma coisa na outra linha.
Provavelmente o pau de outra pessoa.
– Ela é um bom partido – Meu queixo ficou tenso.

– Por que?

– Porque ela é o oposto de você.

E era. Rosie era corajosa, descarada, leal e espirituosa.


Com o potencial de ser uma mãe incrível. Era uma garota
trabalhadora que não gostava de receber favores de
outras pessoas. E, ao contrário de mim, Rosie não usava
nenhum dos atalhos que lhe davam. Sua doença
significava que poderia ter sido mais fácil. Mas Baby
LeBlanc nunca andou na linha. Ela dançou em todos os
lugares, suas sandálias batendo no chão em todos os
momentos.

Eu trouxe uma garrafa de rum aos meus lábios e tomei


uma bebida, depois outra. Eu fiz muito bem por três dias,
não tocando uma gota de álcool, mesmo em Las Vegas, e
tudo desceu pelo ralo no minuto em que atendi meu
maldito telefone.

–Você sabe que ainda me ama, apesar de tudo–,


cantarolou Nina, rindo com sua risada tímida. E eu tive
que admitir que, horrivelmente, não estava
completamente equivocada.

Do meu ponto de vista na varanda de Vicious, olhei


para as árvores floridas.

– Ah, e Dean?

–Sim?
– Esta é uma verdade que você não vai querer perder.
Isso vai mudar tudo.

Não tinha dúvida

– Pare de ligar. Não irei atender. Adeus, Nina.

***

– Ei, seu imbecil. Onde você está?– A voz de Trent


ecoou da entrada. Eu me levantei do velho sofá de
Vicious, segurando minha cabeça como se estivesse
prestes a explodir.

Os pais de Rosie moravam no segundo andar, mas


acho que eles não estavam em casa. Sua mãe entrou para
o Comitê de Pastéis de Sinners Saints e seu pai
trabalhava meio período como paisagista. Vicious me
disse uma vez que não havia como convencer os pais de
LeBlanc a desacelerar e parar de trabalhar, mesmo
depois de se aposentarem. Eu não fiquei surpreso. Suas
filhas não eram diferentes.

–Aqui–, gemi, não me movendo nem um centímetro.


Trent e Luna entraram na grande sala de estar. Ela
cambaleou em pé como um pato, seus cachos cor de mel,
e sua pele lisa e bronzeada faziam com que seus olhos
verdes se destacassem. Luna se jogou entre as minhas
pernas para um abraço. Levantei–a e puxei–a para o meu
peito, e ela envolveu seus braços rechonchudos em volta
do meu pescoço.

Trent apoiou seu tronco contra a parede, colocando as


mãos nos bolsos.

–Como esta? – Perguntei, pressionando Luna contra o


meu corpo, cheirando o cabelo dela. Ele deu de ombros,
olhando pela janela.

– Pensa que está de férias com a vovó e o vovô.


Continua colocando meu telefone no ouvido e espera
para ouvir sua mãe.

– Li em algum lugar que a nossa memória mais antiga


pode ser de dois anos. Talvez nunca se lembre daquela
cadela. – Ofereci meu apoio dando–lhe dados de merda
que eu li de uma revista antiga enquanto esperava pela
minha consulta com o dentista. Acho que a maioria das
pessoas tentou convencê–lo de que Val acabaria
voltando, mas eu não era uma delas. Qual era o ponto de
mentir? Eu conhecia o seu tipo. Expulsariam uma
criança, a abandonariam e só checariam a prole se
vissem uma oportunidade esperando para ganhar
dinheiro.

– E eu li em algum lugar que sua memória mais antiga


poderia ser do útero. Talvez ela se lembre de tudo.– Ele
me ofereceu um olhar seco.
Touché Eu coloquei Luna no chão. Ela balançou até
que conseguiu equilíbrio, então pegou minha mão e
sorriu.

– Olha, sem ofensa, cara, mas você não sabe como é,


ok? Você nunca teve que lidar com esse tipo de merda
antes. – Eu não ia corrigir isso. Não foi sobre mim. Eu
queria estar lá para ele, mesmo que por um tempo fosse
um pedaço de merda.

–Coloque sua calcinha grande garota, Trent. Você tem


dinheiro suficiente para contratar as melhores babás do
mundo e Luna é uma ótima garota. Você tem seus pais,
seus amigos, eu. Você não está sozinho nisso.

– Eu sei, eu sei.– Trent esfregou o rosto, caminhando


até o armário de bebidas e pegando uma garrafa de
Glenmorangie.

– Luna, mostre ao tio Dean como você dança–, pediu


cansado enquanto servia uma bebida, seu sorriso fraco. A
garota começou a sacudir seu corpo como Beyoncé no
Madison Square Garden e nós dois aplaudimos por
alguns minutos, antes que Luna se distraísse com uma
porta e decidisse abri–la e fechá–la quinhentas vezes
seguidas.

– Ela é bem avançada para a idade dela–, eu disse.

– E também está tagarelando o tempo todo. Talvez


seja meu conceito, mas acho que ela é especial. Muito
especial. – Ele balançou a cabeça, franzindo a testa.
– Especial demais para ser descartada desta maneira
por sua mãe.

– O que você vai fazer, irmão? – Ele olhou para mim


através da borda de seu copo enquanto tomava um gole,
seu silêncio indicando que ele já tinha uma ideia.
Deixando o copo, ele estalou a língua.

– Meus pais tem uma nova casa aqui em Sinners


Saints. Chicago é grande e cruel, e eu trabalho muitas
horas. – Ele olhou para mim, longo e duro, e eu
imediatamente soube o que ele estava perguntando. Eu
toquei meus lábios com meus dedos ligados.

– Vamos falar de negócios.

– Esta é a minha vida.– Trent gesticulou com seus


braços definidos, roubando outro olhar de Luna, que
ainda estava abrindo e fechando a mesma porta dupla
com uma devoção que tinha que ser salva para encontrar
uma cura para o câncer.. – É um desastre com um D
maiúsculo, minha filha está no meio desse show de
merda, arrastada pela lama e sujeira, as conseqüências
das más decisões de seus pais arruinando sua vida. Isso
termina aqui. Ela precisa de estabilidade.

– Exatamente, o que você está propondo?

Eu coçei meu pescoço, olhando em seus olhos. A sede


da Fiscal Heights Holdings ficava em Nova York e eu a
dirigia. Sem problemas, se me permite dizer Eu era o
solteiro dedicado, e fazia as horas. Vicious estava
trabalhando em L.A. e viajando todos os dias de Sinners
Saints. Ele não deixaria a Califórnia para o mundo. Este é
o lugar onde ele nasceu e aqui era onde ele iria morrer.
Jamie estava em Londres, gerenciando nossas contas
europeias, e Trent estava em Chicago, nossa mais nova e
pequena filial. Mas estava se expandindo rapidamente.
Havia dinheiro para ser ganho e dinheiro falava. Porra
gritava, especialmente para pessoas como nós.

– Vicios deveria tomar Chicago–, Trent me observou


com um olhar assassino. Eu sorri

– Vicious deveria fazer muitas coisas. O espaço entre o


que você deve fazer e o que você realmente faz? É aí que
ele prospera.– Eu não estava brincando.

– Você precisa me apoiar quando mencionar isso no


nosso próximo encontro.– Ele segurou meu olhar com
firmeza, sua mandíbula se movendo. Eu puxei meu lábio
inferior.

– Você precisa mais do que o meu voto para tornar


isso possível.

– Jamie também está dentro.

– Jamie vai contra o Vicious? – Minhas sobrancelhas


levantaram. Jamie estava sempre do lado dele, mesmo
quando era hora de ligar para Vic em sua merda.

Olhando para Trent, vi alguém por quem ele estava


disposto a lutar. Difícil. O cara que sempre faz a coisa
certa. Se algum de nós quatro merecia dar um tempo, era
ele. Eu balancei a cabeça, colocando a mão na cabeça de
Luna. Proteja os perdidos. Compense seu passado.
Quebre o maldito ciclo.

– Quando? – Eu perguntei.

– Em novembro parece bom. Ação de Graças e tudo


mais. Nós estaremos aqui de qualquer maneira.

Eu assenti.

– Vamos trazê–lo de volta para Cali. – Nós batemos


nos ombros e batemos nas nossas costas.

–Foda–se sim.
.
CAPÍTULO 19

O que te faz sentir viva?

Dean.
Dean Cole me faz sentir viva.

O resto da nossa escapada em Las Vegas passou,


apesar dos meus melhores esforços. Eu levei as meninas
para o Museu da Máfia, um restaurante de churrasco (a
minha primeira escolha foi sushi, mas tão irritada como
eu estava com a minha irmã, não foi o topo da minha
lista) e spa. Millie e eu trocamos um total de vinte
palavras durante toda a viagem e compartilhamos um
silêncio nervoso toda vez que estávamos sozinhas. Eu era
afiada, gentil e distante. Ela estava infeliz, preocupada e.

Então a culpa veio. Comeu minhas entranhas como um


tumor crescente. Eu nem sabia qual parte era pior. A
parte onde eu dormi com seu ex–namorado, não tinha
nenhum sentido neste momento negar que Dean e eu
estávamos mais do que dormindo juntos, e esse era um
problema também,ou a parte onde eu não participei na
celebração de admiração que Gladys, Sydney e Elle
lançavam quando se tratava da minha irmã.

Na quinta–feira, embarcamos em um avião de volta


para casa e, embora eu tivesse medo de me reunir com
meus pais, entrei no meu quarto, desabando na cama de
dossel. Exausta, não começava a abranger o que eu
estava sentindo. Meus pulmões estavam gritando em
agonia por toda a dança, andança e ... bem, vamos apenas
dizer que fazer sexo em azulejos frios não era a melhor
idéia que eu tinha tido. Eu praticamente senti o muco
cobrindo minhas vias aéreas. E embora eu precisasse
marcar uma consulta para ver o Dr. Hasting o mais
rápido possível, eu não poderia sair daqui antes do
casamento.

Quando rolei de lado na cama para escrever uma


mensagem para Elle e perguntar como foi sua viagem a
Nova York (ela teve que pular o casamento para um
evento familiar), minha irmã mais velha abriu a porta e
entrou como uma tempestade.

–Temos que falar.

Eu me virei, esticada em um trono de travesseiros


macios e coloridos, e o furacão em seus olhos se acalmou
quando ela viu minhas bochechas molhadas e olhos
vermelhos. Seu rosto se contorceu de preocupação. Essa
era Millie para mim. Mesmo quando eu agi como uma
solteira mimada, em sua despedida de solteira, ainda se
derretia sobre minha pele fria.
Dei um tapinha no lado vazio da cama em um convite
silencioso. O lugar onde nós nos sentamos, onde rimos,
onde choramos, e olhamos para as estrelas brilhando no
escuro e fazendo planos malucos. Eu acenei a bandeira
branca. Em troca, ela mudou de posição, não para fora do
quarto, mas por dentro, exatamente, depois fechou a
porta atrás dela.

Rindo com uma tosse, inclinei a cabeça.

– Então vamos conversar, irmã.

***

– Eu nunca quis que você descobrisse dessa maneira.


Nunca –Disse Millie, com os braços atrás da cabeça,
olhando para o teto.

Meu rosto estava enterrado entre o queixo e a axila e,


desse ângulo, pude ver a veia azul saliente em seu
decote, passando pelo seio esquerdo, enquanto o corpo
se preparava para amamentar.

– Mas eu não poderia te contar de cara e nós dois


sabemos o motivo. Papai está no seu pé, mãe está
completamente assustada agora que ela sabe que você
está sozinha em Nova York, e a última coisa que queria
era colocar mais pressão em você. Eu estraguei tudo, eu
sei. Mas só porque as pessoas descobriram muito mais
cedo do que deveriam por causa do meu enjôo matinal e
da tendência a ficar verde toda vez que sinto cheiro de
café. – Ela respirou fundo e esfregou a bochecha contra a
minha

– Gladys e Sydney descobriram há uma semana. Eu ia


lhe contar antes da festa de despedida de solteira, mas
depois saimos pra viagem para Vegas e nunca teve um
momento particular.

– Eu trabalho com bebês–, eu disse com um pouco de


aconchego, abraçando o travesseiro contra o peito e
puxando um fio solto.

–Você poderia ter me dito de cara. Ainda assim, eu


teria ficado eufórica por você. Por que você supôs o
contrário?

Ela engoliu em seco, baixando os olhos para o espaço


entre nós.

– Porque, Rosie, amor e paixão são as duas forças que


podem levar a pessoa à loucura, apesar de suas melhores
intenções.– Ela se virou para mim, colocando uma mão
debaixo da orelha.

– E você é apaixonada pela maternidade. Eu não


queria jogá–la na sua cara junto com um casamento
luxuoso e assim por diante. Isso é estranho para mim
também, ok? Eu não estou acostumado a ter a vida fácil.
Eu a puxei para um abraço, cheirando seu pescoço, o
perfume de cereja que ela sempre usava. Cheirava a um
lar.

– Eu nunca estive mais feliz com a sorte de outra


pessoa –, disse, cada palavra leve e fácil, porque era
verdade.

– E se acostume com toda essa gentileza, pois sem


dúvida você ganhou com toda a lei. Agora me conte tudo.
Quanto tempo você está?

– Nove semanas.– Ele mordeu a borda do lábio,


deslizando a mão em sua barriga lisa.

– O cheiro de café me faz vomitar, e a idéia de bacon


envia arrepios desconfortáveis pela minha espinha.
Rosie e minhas mamas. Eles doem muito. Elas estão
todas sensíveis e enormes. O que torna Vicious ainda
mais fascinado com elas. – revirou os olhos e riu.

– Dizem que o primeiro trimestre é o mais difícil e de


lá é mais simples.

Evitei as histórias das jovens mães com quem


trabalhei e como o verdadeiro trabalho começou quando
o bebê nasceu, e abracei–a, entrelaçando minhas pernas
com as dela.

– Como você me tolera? Na verdade. Eu sou algo como


a pior pessoa do mundo. Eu agi como uma pirralha
mimada toda a semana, porque por alguns segundos
miseráveis, eu senti que era como ser você. Não o centro
do mundo de todos

–Jesus Rosie, não é importante. Você estava um pouco


quieta em Vegas, mas ...

– Não, Millie, não é só isso–murmurei.

Eu me atreveria a dizer isso? Eu poderia. Ela está me


dizendo a verdade. É justo que eu dê o meu.

– E ... – Millie se separou do nosso abraço, olhando


para mim com curiosidade. Eu me inclinei para trás,
sentada com as costas contra a cabeceira da cama. Eu
encarei minhas mãos com tanta força que minha visão
ficou embaçada. Eu cometi o crime. Era hora de pagar.

–E eu dormi com Dean.

Eu não olhei para cima. A perspectiva de ferir minha


irmã de repente era muito real e muito bruta. Por vinte
anos e alguma coisa, minha vida estava desprovida de
responsabilidades. Mais do que ficar viva, claro. Eu saí de
novo e de novo, desde que eu tomei meu remédio, fui
para minhas sessões de fisioterapia e limpei minhas vias
aéreas todas as manhãs e à tarde. Agora eu tinha que me
desculpar. Mostrar remorso Enfrentar as consequências.
Começando com a última pessoa que eu queria ferir:
minha irmã.

Eu estava disposta a fazer a coisa certa. Desistir de


Dean, sabendo muito bem que ele era o único homem
que eu deveria amar, o único que eu sempre amaria,
porque minha irmã era mais importante. Mais
importante que ele e mais importante que eu.

Então eu prendi a respiração, meus olhos meio


fechados, esperando pelo veredicto de Millie. Mesmo que
meus pulmões estivessem queimando, implorando,
ofegando, prendi a respiração. Eu queria que ela me
batesse no rosto, me chutasse no estômago, me dissesse
que eu sou a pior pessoa do mundo e me joguasse fora de
sua casa. Enquanto isso significasse, que ainda me daria a
chance de consertar.

– Como foi?– Sua voz saiu do nada.

–O que? ...

– Eu ... me desculpe?

– Foi bom? – Foi a vez de Millie recostar–se e sentar ao


meu lado. Ela jogou uma perna sobre a outra, batendo
em seus lábios.

– Eu só estive com ele uma vez. Entre você e eu, ele


mal me tocou. Metade do tempo estávamos apenas nos
beijando enquanto eu fazia o dever de casa. – Ela riu e,
escutando, isso me fez sentir bem.

– Ele foi ...– levantei meus olhos, inspecionando minha


irmã com cuidado. Ela estava bêbada? Drogada? Não
poderia estar, enquanto tinha um pão no forno. Mas ela
não parecia se importar nem um pouco. Sabia que ela o
superara. Sabia que eles nunca estiveram apaixonados
em primeiro lugar.

Depois que Millie fugiu para Nova York, eu monitorei


cada movimento dela de longe, certificando–me de que
seu coração não estava quebrado. Ela sentiu
arrependimento e pena pela maneira como terminou as
coisas com Dean, mas nunca estranhando. Então eu sabia
que não sentiria a dor do coração partido.

Mas isso ... isso também era estranho.

– Ele foi…? Minha irmã encorajou, inclinando a


bochecha para baixo.

Sujo

Ardente,

Indecente

Rude

Alucinantemente duro.

O melhor que eu já tive.

– Bom–, tossi no meu punho,

– vamos apenas dizer que, embora eu tenha muitas


críticas quando se trata de sua personalidade, você não
vai me ouvir reclamar sobre ele na cama. Então, você não
está com raiva?

Encolheu os ombros.
– Ele é um Cara Quente, Rosie. Eles são tão maus que
nem conseguem soletrar a palavra "bom", mas acho que
você já sabia disso. Contanto que você proteja seu
coração. – Colocou a palma da mão na costela do lado
esquerdo da minha camisa anti–flag.

– Eu te apoio nisso, seja lá o que for. Eu só quero o que


for melhor para você. Ele te faz feliz?

Dean me fazia feliz? Eu não consegui responder


honestamente. Quando estávamos juntos ou estava
bêbado ou com raiva. Às vezes ambos. E ele sempre
deixava me sentindo tão culpada, que havia uma pitada
de sal em cada encontro sexual. Em cada momento de
conversa honesta. Mesmo quando o tive perto de mim na
noite em que descobri que Val havia deixado Trent, não
pude deixar meu coração bater por Dean. Tinha que ter
permissão de Millie primeiro.

– Acredito que sim –, eu respondi, sentindo excitação


e assombro rodando na boca do meu estômago.

– Então está decidido. Você tem minha bênção. – Ela


bateu palmas, sorrindo.

Com essa bênção que não tomei tão rápido, foi minha
passagem para a felicidade depois de tudo , também fiz
uma promessa. Seria a melhor dama de honra na história
das damas de honra no domingo. O oposto de Annie. A
possibilidade de redimir fez meu coração batesse mais
rápido.
– Obrigado, Millie! – Eu exalei o ar que estava
segurando desde que começamos essa conversa, e meus
pulmões doeram, dor pelo alívio.

– Não me agradeça. Agradeça ao amor ele conquista


tudo.

– Mesmo Dean "Mulherengo" Cole? Eu provoquei.

Minha irmã deu um tapinha na minha perna, rindo.

– Oh, tenho a sensação de que especialmente ele.


CAPÍTULO 20

Merda, eu odiava casamentos.

Eu quase me esqueci este pequena fato, quase, mas


então Vicious e a colisão de alimentos prissy de Millie,
cores brilhantes e convidadas suadas e vestidos
lembrou–me que se alguma vez me convencerem, seria
em Las Vegas.

Era bom que Rosie e eu tivéssemos passagens de


avião para Nova York no início da manhã, porque eu
estava desesperado para sair de Sinners Saints e
começar minha perseguição implacável atrás dela. Que
nomeie como Operação: Irmã LeBlanc Correta. E eu ia
começar a dar as últimas notícias na televisão nacional
para que parasse de se sentir tão culpada toda vez que
dormíssemos juntos. Essa foi uma das raízes do nosso
problema, e eu estava ansioso para arrancá–lo e matar a
vergonha e o preconceito que vi quando me olhou nos
olhos.

Baby LeBlanc e eu não tivemos muito tempo um para


o outro entre quinta e domingo. Cruzei–me com ela
várias vezes no corredor e, a cada vez que fazia isso,
nossos dedos estavam entrelaçados ou nossos ombros
roçavam ou ela sorria para mim. Aquele sorriso que
inventou especialmente para mim e não deu para mais
ninguém. Estava ocupada. Corria de um lado para o outro
com sua irmã para salões de beleza, spas e ajustes finais,
foi uma tarefa que levou muito tempo. Ela parecia tão
cansada o tempo todo, mas manteve a cabeça erguida.
Tentei entrar em seu quarto na noite em que ela voltou
para Sinners Saints na quinta–feira, mas encontrei Millie
dormindo ao lado dela.

Maldita Millie. Negando Rosie, mesmo onze anos depois.

Obedientemente eu fiz minha parte no casamento. Eu


mantive uma linha simétrica com Trent, Jaime, Vicious e
meu pai, Eli, que era uma grande parte do sistema de
apoio de Vicious, para receber os convidados. O ar estava
úmido e o sol tão irritado quanto uma adolescente com
síndrome pré–menstrual que acabara de pegar o
namorado se masturbando com uma foto de Demi
Lovato. Eu estava suando em meu smoking de cinco
peças feito sob medida e eu ansiava por uma taça de
champanhe e joguei–a na minha garganta, mas eu queria
manter minha promessa para Rosie. Não mais álcool,
pelo menos até você conquistar a necessidade de beber
para esquecer. Ainda fumava erva, mas não mais do que
um baseado por dia.

Síndrome de abstinência foi a segunda razão pela qual


os viciados saíram do carro.
Primeiro motivo? Desgosto Estava tentando me
esquivar disso também. Com sorrisos cheios de dentes
em nossos rostos brilhantes, cumprimentamos jovens
damas de aparência inteligente e velhos ricos. Trent
parecia um pouco melhor hoje, e Vicious sorriu como se
tivesse acabado de ganhar na loteria. Uma agulha de
inveja perfurou meu coração, não por causa de quem ela
ia se casar, mas por causa do fato de que Emilia
concordara em se estabelecer com ele. Sua irmã, tinha a
sensação, era uma criatura mais difícil de domar.

–Bem–vindo .

–Obrigado por vir.

– Já faz tanto tempo desde que nos conhecemos.

– Como estão as crianças?

–Blá–blá–maldito–blá.

O fluxo de pessoas não diminuiu. Tudo o que queria


era dar uma olhada em Rosie. Mandei–lhe uma
mensagem de texto naquele dia e lhe desejei boa sorte, o
que era estúpido, porque ela não era a única que iria se
casar. Ela disse que tinha algo a me dizer, mas teria que
esperar até mais tarde. E isso foi praticamente tudo o
que pensei até a cerimônia acontecer em uma colina com
vista para o oceano.

Estava ao lado Vicious quando o casal feliz disse seus


votos, juntamente com James e Trent, e Rosie observava
do outro lado do corredor sorrindo para Emilia com o
tipo de pura felicidade que você só vê em crianças. Olhá–
la sem interrupção foi meu analgésico. Ela parecia um
maldito anjo em seu elegante vestido de pérola branca
de uma deusa grega. Um cisne com penas onduladas para
o cabelo, preso num coque francês bagunçado. Ela sorriu
para Millie e pegou o buquê de flores de cerejeira de suas
mãos quando chegou a hora de trocar os anéis. Depois
que a cerimônia acabou, eu caminhei na direção oposta
para resistir à tentação de levantá–la e beijá–la até que
seus lábios estivessem avermelhados e inchados. Em vez
disso, abri o telefone e comecei a enviar–lhe mensagens
de texto, sabendo que ela não veria essas mensagens em
breve. E digamos que eu me senti particularmente
falador, porque não havia outro jeito de explicar a merda
que ocorreu aos meus dedos.
Dean: Você é linda pra caralho, sabe?

Dean: venha morar comigo

Dean: Sinceramente. Foda–se todo mundo e


tudo mais. Vamos fazer isso.

Dean: Cara Sra. LeBlanc, é o seu senhorio.


Quanto à reavaliação do aluguel, vou
aumentá–lo em um trilhão por cento. Pegue ou
largue.

Dean: Sério, baby LeBlanc. Porra, vamos


fazer isso, viva comigo.
Tanto que eu fiz para ter certeza que ela sabia que eu
ainda estava sóbrio. Parecia um idiota bêbado.

Depois da cerimônia veio o jantar. O arranjo dos


assentos significava que Rosie e eu estávamos sentadas
nos extremos opostos da mesa, para foder isso e foder
minha vida, e embora provavelmente já tivesse checado
seu telefone, ela ainda não me respondeu. Que foi bom
Eu tive paciência, ela teve tempo.

Na verdade, nada disso era verdade. Eu não tinha


paciência e ela, provavelmente, não tinha tempo.

Trent levantou–se da cadeira para trocar a fralda de


Luna e meu pai escorregou por um segundo e segurou
meu ombro.

– Bela cerimônia–, ele comentou. Eu encolhi os


ombros.

– Claro.

– Você está se divertindo, filho?

Desfrutar era uma palavra forte. Eu estava tolerando


esse evento até a hora de ir para casa e comer minha
sobremesa. A buceta da minha namorada. Eu coloquei
minhas mãos nos bolsos e me recostei.

– A comida é boa.

– E notei que você não está tocando o álcool. Bom.


– Isso seria uma excelente ideia de Rosie. Parece estar
funcionando até agora. Em sua maioria de qualquer
maneira. – Pensei no momento em que acidentalmente
respondi a Nina. – É o melhor. A novidade do consumo
excessivo de álcool desaparece perto dos trinta.

– Ela é a razão pela qual você está hospedado na casa


de Vicious? – Papai sorriu, levantando uma sobrancelha.
Eu tinha dito aos meus pais que queria ficar na mansão
Spencer na minha primeira noite em Sinners Saints para
poder estar lá para o meu amigo, mas essa merda era tão
convincente quanto uma prostituta virgem. Eu nunca fiz
nada por ninguém a menos que quisesse. Especialmente
por Vicious. Então todos assumiram que tinha segundas
intenções.

– Talvez.– Eu umedeci meus lábios, meu olhar


procurando por sua bunda empinada e coque francês
através do mar de senhoras extravagantes. Nós não
saímos para o mundo como um casal. Ainda não. Eu não
tinha certeza de quando e se Rosie ia contar para sua
irmã, e embora quisesse pegar o microfone e anunciá–lo
para todo mundo, ela tinha que estar ciente de seus
sentimentos. Mas era louca se achasse que ia aceitar por
muito mais tempo.

– Por que? – Eu perguntei ao papai.

– Você costumava sair com sua irmã, certo?


– Último ano. Por um semestre e meio. – Tomei um
gole da minha água e pendurei o braço nas costas da
cadeira.

– Nós superamos isso. Ambos

– Evidentemente. – papai moveu o queixo para o casal


feliz, justo no momento em que Vicious levou sua
namorada e lhe deu um beijo francês, sua língua atacou
sua boca, no que começou como algo lento e sedutor,
rapidamente se tornou o tipo de merda que você precisa
fazer atrás de portas fechadas. Jaime estava lá para bater
em Vicious e lembrá–lo que duzentos pares de olhos
estavam assistindo.

– Nina tem me ligado ultimamente. Mais do que o


habitual –, eu disse ao papai. Ele era o único que falava
sobre Nina. Mamãe era parcial – ela era super protetora
comigo e todos os meus amigos estavam ... bem, no
escuro.

Papai franziu os lábios, franzindo a testa.

– Por que você não dá o que ela quer?

– Você quer dizer uma tonelada de dinheiro e me


causando a mais desagradável enxaqueca na história das
dores de cabeça? Ela quer seiscentos mil.

Golpe de silêncio.

– Você não quer vê–lo?


Eli Cole era um advogado. Um advogado da família,
para ser exato. Casos como o meu pousavam em sua
mesa todos os dias. Pessoas como Nina o arrastaram
para dentro e fora do tribunal, como se fosse uma porta
giratória, ele sabia exatamente o quão complicado
poderia ser para mim.

Eu pisquei, meus olhos ainda flutuavam sobre a


multidão, procurando pela pessoa que eu queria ver, o
tempo todo.

– Não ,Sim, eu não sei. Porra, qual é o ponto, sabe? Ele


é parte de mim. Não é exclusivamente seu. Mas então ...
por que reabrir uma ferida fechada? Eu acho que
estamos melhores sem isso. –Juntei minhas
sobrancelhas.

– Realmente não deveria ter nada a ver com ele no


meu estado atual.

– Você está tendo um mau momento? – Papai teve


uma vantagem em sua pergunta. Eu pensei um pouco
sobre a questão.

– Não necessariamente. Eu só acho que nem todo


mundo é um pai como você

Papai assentiu.

– Tudo o que você decidir fazer–, disse ele com


cautela,

– lembre–se que sua mãe e eu vamos apoiá–lo.


– Obrigado pai, – disse.

Trent voltou com Luna em suas mãos e eu passei o


resto da noite a fazendo rir. Entrei na cama da Rosie por
volta da meia noite. Nosso voo foi marcado para a manhã
seguinte, mas passar a noite separados não era uma
opção. Ela estava dormindo, depois de se preocupar com
Millie o dia todo, sendo a dama de honra perfeita e até
mesmo correr a um Target do outro lado da cidade para
obter pantufas para Millie as mesmas coisas necessárias
que prometeu Rosie porque ela tinha medo dos pés de
sua irmã terem bolhas.

Baby LeBlanc parecia calma, debaixo de um cobertor


com a boca ligeiramente aberta. Suas pálpebras
tremeram, me dizendo que ela estava sonhando. Ela
tinha seus dois inaladores, um tubo laranja de
comprimidos e um colete estranho ainda deitado em sua
mesa de cabeceira. Isso me disse que ela desmaiou antes
de ter a chance de se preparar para a cama. Eu deslizei
para o espaço ao lado dela e fiz uma concha por trás,
abraçando–a perto do meu peito. Ainda cheirava a suor e
álcool, e não pude deixar de rir. Ela nem tomou banho
quando voltou para casa. Minha pequena selvagem

– Dean

murmurou em seu sono, e eu estava duro contra ela.


Soava mais como um gemido, mas talvez eu estivesse
ouvindo o que queria ouvir. Nós não tivemos tempo de
conversar um com o outro o dia todo, e senti falta dela
como um maldito pulmão. Pulmões. Seus pulmões
estavam falhando todos os dias, e estávamos perdendo
dias a maior parte separados. Eu não tinha certeza de
quanto tempo mais poderia viver sem vê–la
regularmente, todos os dias, pelo menos algumas horas
por dia. Não podíamos voltar ao que éramos. A encontros
ocasionais nos elevadores, falsas reavaliações de
aluguéis e piadas leves e sem sentido que não levavam a
lugar nenhum.

– Dean

disse novamente, sua bunda tremendo na minha


virilha, implorando por contato. Eu respirei entre meus
dentes e pressionei meu pau entre suas nádegas, coberta
por nada além de finas calças de pijama. Eu o arrastei ao
longo de sua bunda e soltei um pequeno gemido. Desta
vez eu não ia transar com ela sem camisinha.

Mas ela pediu, então tenho certeza que ia dar o que ela
queria.

– Mmmm–, gemeu de prazer em seu sono, separando


um pouco as coxas para me dar melhor acesso. Ela
gostou, então eu tomei isso como um sinal para
empurrar suas nádegas e colocar minha ponta no meio
de sua bunda morna. Merda Essa garota. Eu segurei uma
dos seios dela e rolei o mamilo entre o polegar e o
indicador, apertando–o.
– Você sentiu minha falta, baby? – respirei em seu
pescoço, eu realmente não esperava que ela respondesse.

– Sim,

Ela arrastou as palavras, atordoada, ainda em coma.

– Eu disse a Millie sobre nós. – Sua bunda pressionada


contra o meu eixo mais forte, e agora metade do meu pau
estava pulsando entre suas bochechas.

– Ela está feliz por mim.

Santa. Maldita. Merda.

Queria agarrá–la, girá–la e devorá–la, o que estava


fora de questão, porque Rosie não estava apenas
dormindo, toda a sua família estava roncando também.
Eu ouvi a serenata de roncos no meu caminho para o seu
quarto.

Este não era o tipo de conversa que teria com uma


menina dormindo, então eu coloquei minha mão em seu
shorts e comecei a esfregar seu clitóris em círculos,
segurando–a por trás e sentindo meu pau saltando e
empurrando entre suas nádegas. Eu queria deslizar
naquele buraco. Mal, mas anal definitivamente era uma
daquelas coisas que você tinha que falar antes de fazer
isso.

– Goze em meus dedos, Baby LeBlanc. – Eu coloquei


um, dois, três dedos na buceta dela e aproveitei os ruídos
enquanto os empurrava para dentro e para fora,
lentamente no início e depois mais rápido quando seus
quadris começaram a perseguir minha mão
freneticamente. Pressionando meus lábios contra sua
orelha, eu assobiei,

– Goze pra mim minha Sirius. Eu fodidamente te Amo.

Seu orgasmo explodiu em meus dedos, e ela gritou,


seus lábios se abrindo em desejo. Eu tive que colocar
meu antebraço na sua boca para abafar seu grito.

Aparentemente, Rosie gostava de ser acariciada com


os dedos, ela se virou de costas e se sentou em cima de
mim, sentando–me e me tocando no escuro antes que eu
tivesse a chance de reagir. Eu ainda não tinha certeza se
ela estava dormindo ou acordada. Estava em algum lugar
no meio. Seus olhos eram vítreos, seus lábios vermelhos,
abertos e convidativos enquanto ela se movia contra
mim, sua buceta nua roçando meu pau nu.

Eu queria desesperadamente fodê–la, mas ainda não


tínhamos falado sobre uma pequena coisa. (E não, não
era o fato de eu estar apaixonado por sua bunda teimosa.
Ela com certeza não reconheceu ou ouviu, e não era
novidade para mim, eu sempre soube que a amava muito
antes de admitir para mim mesmo.)

– Você está tomando a pílula? – perguntei. Se não, eu


teria que correr muito rápido pelo corredor e pegar um
preservativo. Eu nem tinha certeza se tinha alguns Eu
sempre guardava um na carteira, mas não tinha sido
substituído desde aquele momento em nossa primeira
noite em Sinners Saints.

Embora não descartasse entrar no quarto de Vicious e


Millie – sim, em sua noite de lua de mel – e roubar seus
preservativos enquanto ambos estavam lá. Mesmo se
eles estivessem nus e fudidos. Isso mostra o quanto eu
amo Rosie.

– Sem pílulas–, ela murmurou, seu corpo se inclinou


para trás e bateu em mim quando empurrou meu pau em
sua boceta. Meeeeerda

– Baby.– Agarrei seu braço, beijei seu pulso, o interior


de sua palma e as pontas de seus dedos um milhão de
vezes.

– Você está dormindo. E eu sou um idiota por entrar


aqui e tocar você enquanto você está na beira da
inconsciência. Precisamos de um preservativo, deixe–me
encontrar um muito rápido, está bem?

Mas ela continuou fazendo isso, a vaqueira tinha


acabado de me foder, e mesmo sabendo que era uma má
ideia, meu pênis assumiu e Yeeeehaaa, me dizendo para
foder com as conseqüências. Toda vez que desceu no
meu pau e apertou contra ela, queria levantá–la da cama
e dizer–lhe para esperar um momento. Eu até pensei em
dar a volta, subir e foder sua boca com meu pau para
pará–la
Eu tentei raciocinar com a minha lógica quando me
encontrei indefeso debaixo dela, incapaz de negar o que
queria, mesmo que fosse louco e perigoso. Nina me
traumatizou, mas Rosie não era ela. Mesmo se ela
engravidar, não é tão ruim assim, certo? Luna era fofa.
Mesmo que tivesse uma "cagada" hoje e Trent me fez
trocar a fralda. E talvez eu pudesse ser um bom pai
algum dia. Eu só não tinha certeza se daqui a nove meses
seria um bom encontro.

– Não é necessário, não é necessário–, Rosie


murmurou, acelerando o passo. Ela ainda estava meio
adormecida. Para uma garota exausta, ela fez um
trabalho estelar em me montar. Minhas bolas apertaram
e senti a aceleração familiar da minha espinha. Eu ia vir.
Eu ia vir e Rosie não tomava a pílula. Ei, idiota, você é um
idiota também, sabe?

– Baby ... – rosnei, mas foi inútil. Eu não ia parar,


mesmo que a realidade do que ia acontecer a seguir fosse
me destruir.

– Dean– ela gemeu. –Venha.

E eu vim.

Eu acabei dentro, duas vezes agora, sem camisinha.


Ela desabou no meu peito depois do ato, acariciando meu
pescoço, meu pau ainda dentro dela. Senti meu sêmen
quente pingar entre nós, preso ao meu estômago, e senti
o peso das minhas ações. Foi um milhão de vezes mais
pesado que a mulher em cima de mim.

– Gozei dentro de você novamente baby.

Eu sussurrei, para mim mais do que para ela.

Pressionando os lábios na minha garganta, ela disse:

–Eu não posso ter filhos.

voltou a dormir em cima de mim.

Sem nem perceber meu mundo se despedaçando em


volta dela.

Merda.
CAPÍTULO 21

O que te faz sentir viva?

Amor, quando é feroz e desfavorecido. Cru


e delicioso. Mas também me lembra que um
dia, em breve, tudo acabará para mim.

Passamos o vôo de volta para casa de mãos dadas e


nos beijando.

Despertar com ele parecia um sonho. A ironia não me


escapou, mas então tudo sobre nosso relacionamento
estava encharcado de sátira. Dean estava tão
despreocupado, esgueirando–se para o meu quarto e me
fodendo com os dedos enquanto dormia, mas ele foi
rápido em retribuir. Recordo–me de montá–lo, suave e
lento, meu clitóris esfregando contra seu abdômen
apertado. Eu peguei o que precisava, depois voltei a
dormir. Eu estava extremamente cansada, minhas pernas
doíam, meus pulmões precisava de uma pausa de vida e
meu coração ainda batendo música e ruído geralmente
variaram na linha entre inconsciência e consciência do
que me rodeia.
No avião, eu disse a Dean sobre minha conversa com
Millie, casualmente pulando a parte onde ontem ele me
pediu para morar com ele entre as mensagens de texto.
Não é que eu não quisesse fazer isso. Porque eu queria.
Mas por enquanto, eu só queria desfrutar–lo. Eu não ia
cometer os mesmos erros que cometi com o Darren. Não
iria me apressar para assumir compromiso e mesmo
sabendo que Darren e Dean não pareciam em nada (por
exemplo, meus sentimentos por Dean levam direto para os
braços da demência e essa cadela sabe como fortemente
apertar seu peito), desta vez não ia incomodar com isso.

Não ia ser lindo. Na verdade, a vida comigo ia ser feia


e eu nem tinha certeza se concordaria em ficar toda a
viagem. Além disso, eu ainda tinha que contar a ele sobre
a minha condição. Sobre a minha incapacidade de ter
filhos. Sobre a realidade que estava esperando por mim,
uma realidade que só ia deteriorar e o que isso
implicava. Os medicamentos. Os coletes. As
massagens.As malas pesadas que carregava em todos os
lugares. As deficiências inevitáveis como meus sistemas
começaram a colapsar um por um. Tudo.

E Dean tem seus próprios segredos. Eu também sei


disso.

Quem estava esperando por ele no Alabama e quem


era a garota com quem ele conversava no telefone no dia
em que invadiu meu apartamento para me convencer a ir
a Sinners Saints? Não havia sentido em tocar no assunto.
Ele teria que vir a mim mesmo por vontade própria e
contar–me tudo, assim como tive que reunir coragem
para abordar a questão da minha saúde e suas
implicações.

Neste momento, não queria que fosse complicado.

Agora, o que eu queria era viver.

–Millie está grávida, a propósito.

Eu pressionei meus lábios contra sua garganta e


chupei levemente enquanto a mesma aeromoça, que nos
serviu no caminho para San Diego uma semana atrás,
passou por nós e me deu um olhar estranho. A última
vez, parecia que estávamos prestes a nos matar. Agora
Eu estava a três segundos de me juntar ao clube de sexo
nas alturas em frente a uma dúzia ou mais de
passageiros de primeira classe taciturnos.

Dean afastou a cabeça e avaliou meu rosto. Parecendo


um pouco torturado pelas notícias e eu fiz uma careta.

– Deus, Dean, não me diga que você não gosta de


crianças–, eu provoquei.

Ele levantou minha mão, pressionando meus dedos


contra seus lábios. Sua expressão era tão tensa que
pensei que as linhas entre as sobrancelhas se dividissem
em dois.

– Como você se sente sobre isso? – Ignorou minha


declaração.
– Espere, você realmente não gosto de crianças?– Tive
a sensação de que era uma questão delicada para ele e
para mim.

Olhei para baixo, sorrindo.

– Sou a mais feliz de todas. – Eu mordisquei meu lábio


inferior.

– Vou gastar cada centavo que tenho para comprar a


este bebê todos os brinquedos em Nova York e vou
aprender a tricotar.

– Foda–se. Continue – Ele moveu uma mão entre


minhas coxas e se inclinou para mordiscar o lóbulo da
minha orelha.

– Me conte mais sobre tricô. – Seu jogo de conversa


sujo está forte hoje.

Eu bati em seu peito, ainda impressionada com o fato


de que eu estava dormindo com esse homem lindo.
Sempre namorei homens bonitos, mas Dean tinha sua
própria liga.

– Falo sério. Eu não posso esperar para ser uma tia.


Você acha que é um menino ou uma menina?

Mais uma vez aqueles olhos tristes e taciturnos


surgiram do nada. ele estava escondendo alguma coisa?
Era o mesmo oque eu estava escondendo dele?

– Uma criança–, ele disse, beijando meu pescoço.


–Você?

– Uma menina. – pressionou meu nariz contra o seu


em um beijo esquimó.

Quando voltamos ao nosso prédio, ele me


acompanhou até a minha porta, carregando as duas
malas e quando estava prestes a me virar e fechar a
porta do meu apartamento, porque de maneira alguma
iríamos dormir juntos, já que eu estava cansada demais
para tomar banho depois do casamento, se passaram
vinte e quatro horas desde que meu corpo e o sabonete
compartilhavam uma agua quente, ele colocou a mão e
impediu que ela se fechasse.

– Acho que temos que colocar algumas regras. – Sua


voz estava no modo de negócios.

Eu abri a porta um pouco, espiando timidamente.

– Nós temos? – Eu sorri.

–Você pode apostar. Regra número um: Eu tenho


permissão para usar minha chave para o seu
apartamento e vice–versa.– Ele enfiou a mão no bolso e
tirou uma chave, que ele colocou na minha mão,
fechando meus dedos sobre ela.

– Regra número dois: seus dias de namoro


terminaram. Agora você é minha.

– Você também é meu? – Eu levantei uma sobrancelha


–Sempre fui, Baby LeBlanc. Esta porra foi apenas
preparaçã agora meu corpo está sendo usado por sua
legítima proprietária–, continuou.

– Regra número três: sem segredos. Se algo nos


incomoda, – seu tom fica mais sombrio

– falamos sobre isso. Nós cuidamos disso. E nós não


fugimos do mal, porque eu sei que vai haver muita merda
ao longo do caminho e, mesmo assim, eu vou com tudo
para isso. Entendido?

– Isso parece justo.– Eu balancei a cabeça, prestes a


fechar a porta novamente. Eu estava muito cansada. E
embora eu estivesse feliz, também precisava de um
banho e liberar minhas vias respiratórias após o vôo.

– E baby? – Ele olhou por cima do ombro,


pressionando o botão do elevador.

– Sim, senhor Calça Mandona?

–Parabéns, você tem um novo namorado.

–Você não é meu namorado.

–O status no seu Facebook diz o contrário.

–Que? !

Ping. Ele entrou no elevador, com um sorriso de


satisfação no rosto quando a porta se fechou.

– Como o maldito destino, Rosie. Adeus


****

Eu tinha um cara de computador com muito tempo


livre (e provavelmente desperdiçava esperma) em suas
mãos que fazia as coisas acontecerem. Foi assim que
Dean Cole e Rosie LeBlanc estavam em um
relacionamento de acordo com o Facebook, mesmo
quando nem eram amigos dois dias antes. Eu queria ter
certeza de que Rosie sabia que essa não era uma
aventura interminável e que da próxima vez que alguém
do nosso grupo andasse pelo corredor até o altar, seria
nós e estaríamos em todos os lugares e mídias. Estava
indo usar sandálias e eu ia esgota–la até que eles teriam
que remover meu pau de seu corpo cirurgicamente.

Como me senti ao saber que minha ex–namorada


teria um bebê? Parecia mil facas cavando no meu
estômago, mas não, porque estava grávida do cara que
era meu melhor amigo.

–Não posso ter filhos.

Toda vez que eu pensava sobre o jeito que ela


sussurrava no meu ouvido, eu senti vontade de tomar
uma garrafa inteira de uísque. Foi injusto. Injusta que a
porra de Nina poderia ter um bebê, mas Rosie não podia.
Rosie era a definição do instinto maternal. Tem
compaixão suficiente por cinco pessoas. Como poderia
ser voluntário em um hospital infantil? Não tinha a
mínima ideia, mas entendi por que Millie não queria
contar a Rosie até a hora certa.

– Sr. Cole. – Sue entrou rapidamente ao meu


escritório, me oferecendo um assentimento. Era uma
terça–feira, mas Sue parecia que era segunda–feira de
manhã. Ela estava vestindo preto, da cabeça aos pés, e ela
estava usando um sorriso congelado como uma boneca
de porcelana barata.

– Como está hoje? Como foi o casamento do Sr.


Spencer?

– Estou ótimo, o casamento foi memorável e eu não


estou no clima para a conversa trivial, vamos para o
importante. – Eu rolei uma bola de tênis na minha mão e
assisti da minha cadeira executiva. Fora de toda a merda
que aconteceu, a melhor parte foi que Rosie finalmente
percebeu que Millie não dava a mínima. Alívio veio sobre
mim quando Baby LeBlanc me disse que sua irmã estava
bem com a gente. Não porque eu me importasse com o
que Millie pensava. Mas porque ela se importava.

Pensei que Millie iria avisá–la sobre os meus modos


de mulherengo. Não que fosse um mulherengo. Eu era
apenas ... um homem. O que diabos deveria fazer? Sentar
e esperar que Rosie percebesse que sempre éramos um
nós?
– Eu preciso que você ligue para todas as floriculturas
desta cidade e envie cada uma das rosas que elas têm,
independente da cor, para o Black Hole na Broadway.
Dirigido a Rosie LeBlanc–, eu disse a Sue. Seus olhos
rapidamente levantaram de seu iPad pela primeira vez
desde que entrou no meu escritório e se concentraram
em mim como se eu fosse um alvo.

A ideia de fazer eu mesmo passou pela minha cabeça


por exatamente um segundo. Ligar para todas as
floriculturas ou pedir a nossa recepcionista temporária
que fizesse isso não era ciência espacial. Mas então
percebi que havia uma linha tênue entre ser alguém
considerado ou ser um covarde e é claro que eu não iria
me colocar do lado desafortunado apenas para agradar
minha assistente pessoal. Sue ainda trabalhava para
mim. Eu tinha três negócios esperando na minha mesa,
cem e–mails não respondidos e quatro ligações de
negócios que eu tinha que agendar. Eu não iria
considerar seus sentimentos e me afogar em mais
trabalho. Ao mesmo tempo, isso tinha que ser feito.

–Ah? – Ela perguntou, enfiando o iPad debaixo do


braço com um beicinho.

–Alguma mensagem junto com isso?– E se seus olhos


pudessem falar, ele teria sido banhado em uma
mensagem cheia de palavrões e ameaças de danos
físicos.
Eu disse a Sue o que as cartas deveriam dizer, no
plural, uma em cada buquê e, embora não mencionasse
meu nome, não tinha dúvida de que Rosie saberia quem
estava por trás desse gesto. Seria bom para ela. Fiz uma
anotação mental para perguntar se o médico idiota ainda
estava em contato com ela. Se assim fosse, eu teria que
fazer uma visita a ele para ter certeza de que entenderia
que eu estava no comando a partir de agora.

Sue deslizou o dedo indicador sobre o iPad,


finalmente fazendo os arranjos necessários, como
solicitado, antes de levantar o olhar para mim.

– Cada rosa na cidade?

– Cada rosa em Manhattan– corrigi.

–Isso vai te custar muito dinheiro.

–Eu tenho uma linda conta bancária, Sue.– Mostrei–


lhe um sorriso arrogante.

–Eu posso malditamente pagar isso. Algo mais?

– Sim, na verdade. Posso te perguntar uma coisa, Sr.


Cole?

Mais uma vez com o Sr. Cole. Essa garota não ia deixar
isso passar. Eu esfreguei minha palma no meu queixo e
me recostei.

– Vá em frente
– O que a senhorita LeBlanc tem que o resto da
população humana não tem?–

perguntou, referindo–se que nunca enviava flores


para ninguém, para não mencionar uma quantia que
poderia preencher uma floresta inteira. Eu sorri, porque
a resposta era tão simples e tão fodidamente complicada
ao mesmo tempo.

– Meu coração, Sue – eu disse.

–Desde que tinha Fundidos dezoito anos, Ela tem meu


coração!
CAPÍTULO 22

O que te faz sentir viva?

Jogos prévio de palavras. A perseguição. A


caçada. Mas acima de tudo ... a parte em que
eu me rendo.

Rosie: Deixe–me adivinhar, você dormiu com


Sue.

Dean: Acho que seria muito mais fácil se


eu lhe desse uma lista de mulheres em
Manhattan com quem não dormi, ao contrário.

Rosie: Me lembre de novo, por que estou


transando com você?

Dean: Porque nenhum outro homem sabe que


para lhe dar um orgasmo chocante, você quer
que seu mamilo seja puxado na mesma hora
exata em que belisco seu clitóris. Porque
você gosta de mim, talvez até me ame, embora
eu esteja disposto a esperar até você
admitir para si mesma. Eu posso continuar,
deveria?

Rosie: Deus, Dean.

Dean: Deus e Dean são sinônimos. Economize


energia. O que você quer para o jantar?

Rosie: fiz planos com a Elle.

Dean: Não é meu prato favorito, mas não


vai alterar nossos planos. Elle pode vir com
a gente. Vamos reservar um lugar no The Red
Hill Tavern às oito.

Isso foi antes dele me mandar flores. Embora, para ser


completamente honesta, chamar aquilo que me mandara
de flores fosse como chamar o oceano Pacífico de uma
pequena poça. Havia mil – talvez mais

Rosas em todas as cores que chegaram em pilhas. As


vans estavam estacionadas em fila dupla em frente ao
café e, honestamente, eu estava começando a ficar um
pouco irritada com a quantidade de gorjetas que eu tinha
que pagar a todos os entregadores.

– Se me encantasse um pouco mais por seu namorado,


daria a luz a um fodido bebê aqui e agora–, ameaçou Elle,
rasgando cartão após cartão das dúzias de vermelho,
branco e rosa que enchiam o café com o sedutor aroma
de frescor e natureza. Todos eles tinham uma palavra e
disseram a mesma coisa.
Minha

Minha

Minha

Minha

Minha

Um harém de clientes perguntou com clareza qual era


a ocasião e, quando Elle respondeu, pediram–me uma
foto do meu namorado. Depois que mostrei a sua foto no
perfil do Facebook – ele fumando um charuto, as pernas
cruzadas sobre a mesa do escritório em um elegante
terno preto e branco, elas continuaram a me dizer que se
eu não me casasse com ele no próximo ano, era uma
idiota sem esperança, porque o homem era obviamente
perfeito. Eu tendia a concordar.

Millie e eu passamos a noite anterior falando ao


telefone por três horas. Estava em sua lua de mel nas
Maldivas bebendo coquetéis sem álcool em um maiô,
mas ainda encontrou tempo para conversar. Mamãe e
papai não fizeram nenhum esforço para consertar as
coisas comigo, e eu não os contatei – até que eles
abandonassem a idéia de eu voltar para Sinners Saints,
mas eu adorava ouvir tudo sobre os desejos de Millie e
como sua barriga estava dura e inchada. Ou como pegou
Vicious quase derramando uma lágrima em sua fita de
ultra–som que eles tinham, mesmo que ele tenha dito
que tinha algo em seus olhos.
Emocionado.

Então eu disse exatamente o quanto eu gostava de


Dean, confessando que meu amor por ele tinha mais de
uma década. Ela chorou quando ouviu quanta angústia
havia me levado a vê–los juntos, mas acho que foram os
hormônios, porque ela também chorou quando eu dei a
ela um mini–spoiler sobre o próximo episódio de
Keeping Up With the Kardashians. Ela me disse que
Vicious disse que o interesse de Dean em mim era
genuíno e sincero, e não queria contar a ele que já sabia,
porque seu ex–namorado e eu compartilhamos mais do
que apenas uma pequena conversa quando eles estavam
juntos. Coisas que não incluem palavras. Ou toque. Coisas
que nos torturaram e zombaram de nós a ponto de
ficarmos loucos um com o outro.

Então mencionou que Dean teve um caso com Sue, e


eu só tinha que enfiar o nariz no assunto.

Quando Dean me anunciou como sua namorada em


nossas páginas no Facebook – como diabos ele tinha feito
isso, ainda tinha que descobrir – ele queria dizer cada
palavra. Não tinha passado por todo esse trabalho para
brincar com outras pessoas pelas minhas costas.

Eu balancei a cabeça e aterrissei de volta no planeta


Terra, pegando um copo molhado da máquina de lavar
louça debaixo do bar e secando–o.
– Dean insistente se convidou para o nosso jantar hoje
à noite–, eu disse a Elle, e seu sorriso era tão grande que
era contagiante. Ou pelo menos me convenci disso
quando minhas bochechas doeram de tanto sorrir.

– Você acha que sua bunda gostosa e excitada vai


comer pizza como um porco conosco?– Perguntou. Elle
desistira de sua dieta magra desde que a confeitaria do
andar de baixo reabriu. Eu balancei a cabeça.

– Estamos fazendo uma reserva no The Red Hill


Tavern.

– Isso é muito caro!

– Eu não acho que ele espera que paguemos.

– Eu acho que ele espera que você pague com favores


sexuais.

Eu não queria dizer nada, mas no fundo eu já estava


esperando a conta

****

A boa notícia: o Garoto Quente estava fascinando Elle


de uma maneira incrível.

A má notícia: no processo me conquistou também.


Eu os assisti sem falar, girando o camarão e a massa
com meu garfo enquanto Elle ria alto quando Dean falava
algo engraçado ou fazia uma pergunta, ou era
normalmente sua pessoa carismática e cativante.

Eu nunca tinha ido à The Red Hill Tavern antes,


principalmente porque não tinha dinheiro para isso, mas
mesmo se tivesse, quem teria tempo para reservar um
lugar com três meses de antecedência? Especialmente
vendo como as complicações de saúde estavam
constantemente impedindo meus planos. Eu nunca sabia
quando tinha que fechar a porta e me esconder do
mundo ou me sentar na cama com uma camisa gigante
por horas, esperando que meus pulmões se
comportassem bem com o resto dos meus órgãos.

A Red Hill Tavern era adorável. Estava feliz por


estarmos lá. A comida era ótima, mas a compania? Essa
foi a verdadeira delícia. Luzes amarelas brilhavam de
candelabros em forma de gotas, velhos carvalhos e
toalhas quadriculadas vermelhas e pretas e velas muito
usadas acesas em todos os lugares.

Pensei na felicidade que Dean segurava na palma de


sua mão. A felicidade que ele tão generosamente me
ofereceu, mas aceitar, era perigoso, porque eu o estava
colocando atrás do volante do veículo que era a minha
vida. Ele parecia um motorista imprudente. Apesar de
pensar nisso, desde que começamos isso, não era nada
além de forte e resistente. Uma pedra na qual me inclinei
quando as coisas em casa desmoronaram.

Quem teria pensado? Dean "Ruckus" Cole, mulherengo


em quantidade.

–Então trabalha com muitos milionários? – Elle disse


suavemente, seus lábios brilhando com uma camada
extra de brilho labial e azeite de oliva da deliciosa
comida que devoramos.

– Encantador–, ele disse com uma risada, mordendo o


filé mignon,

– eu só trabalho com bilionários.

– Você acha que poderia me conectar com um?

– Tem certeza? Eles geralmente não se parecem com o


que suas contas bancárias mostram.

– Eles têm filhos, certo? – Elle perguntou.

– Eles os têm. – Dean sorriu.

– Eu gosto do jeito que você pensa.

Então, o celular dele vibrou.

– Sinto muito, tenho que atender a isso.

Ele franziu a testa para o telefone e se levantou,


deixando–nos a admirar suas costas largas e traseiro
mágico em seu terno cor de carvão feito sob medida. Elle
bateu palmas duas vezes quando saiu do alcance da voz,
dirigindo–se para a porta que levava para fora me
agarrou pelos ombros.

– Esse homem, Rosie! – Exclamou. – Diga–me que é


terrível na cama para que eu possa manter minha
lealdade como amiga para você.

Perfeito eu nem sequer começaria a descrever o que


estava entre os lençóis, mas definitivamente precisaria
de um replay para me lembrar por que eu estava
colocando meu coração em risco dessa forma, sabendo
que alguém como ele nunca iria se manter com alguém
como eu a longo prazo.

– Certifique–se de Darren sabe antes de seguir em


frente–, disse–me Mamãe quando eu lhes contei as
notícias sobre nós morarmos juntos.

– Você não quer que ele sinta que foi enganado por
uma mulher que não pode ter filhos.

– Amiga. – Eu balancei a cabeça, tentando silenciar as


palavras de mamãe.

– Sobre isso, melhor não mencionar.

– Continue com esse ritmo e aposto todo o dinheiro


que você será vítima de um crime passional. – Elle enfiou
um garfo no ravioli e levou–o até a boca aberta.

– Alguém te mataria. Outra cadela ciumenta,


provavelmente. T Quero dizer, nenhuma mulher deveria
ser a dona de um homem como Dean.
– Não é uma propriedade. – Revirei os olhos, comendo
em voz alta um pãozinho.

– Não. Embora seja uma mercadoria quente. – Elle


mordeu seus lábios antes que nós duas nos dobrássemos
de rir. Perguntou como Trent estava – ficou desapontada
por não poder encontrá–lo antes do casamento – mas,
em seguida, Dean voltou para a mesa.

Já não parecia mais alegre, divertido e relaxado. Em


vez disso, parecia que tinha visto um fantasma.
Colocando o celular no bolso de trás, ele disse:

– Eu cuidei da conta. Está pronta para ir?

Não precisava estar tão perto dele para saber que


estava bebendo. O mero cheiro de álcool puro em sua
respiração o entregou. Eu vasculhei minhas narinas com
frescor reservado para um espírito intenso. Eu queria
arrancar a cabeça dele, mas não consegui fazê–lo na
frente de Elle, e talvez nem sequer conseguisse fazê–lo.
Parecia preocupado de uma forma que me fez sentir
fisicamente desconfortável.

Elle e eu trocamos olhares confusos, nossos pratos


meio comidos ainda empoleirados na mesa, esperando
para serem desfrutados. Minha amiga abriu a boca e tive
a sensação de que ela ia perguntar se podíamos ficar
para a sobremesa. Esse foi um definitivo não. Ele
precisava sair de lá, e eu queria poupá–lo da explicação.
–Sim, estou me sentindo muito cansada e está ficando
frio. – Eu não estava com frio, mas Elle, e todo mundo ao
meu redor, sempre ficavam
preocupados que pegasse um resfriado.

–Antes deixa–me fazer uma parada rápida no


banheiro. Minha bexiga não quer ser amiga do vinho da
casa.

Quinze minutos depois, estávamos em um táxi no


caminho de volta para casa. Dean parou um táxi para Elle
primeiro e pagou por ele, e novamente, me encontrei
com seus olhos irritados, que alegavam que o
acorrentara a um sótão e o convenceria a se casar
comigo.

Quando estávamos no táxi, me virei para Dean para


perguntar o que aconteceu. Um olhar para o rosto dele e
percebi que era uma má ideia.

– Você quer que eu saia? Eu perguntei em seu lugar.

– Isso depende. Você vai me incriminar por beber?


Porque eu vou fazer isso. Muito

Eu pensei nisso por um segundo. Não tinha bebido a


semana toda quando estávamos juntos – inclusive no
casamento e em Las Vegas, dois eventos que
praticamente exigiam isso. Se eu tivesse dito a ele que
não queria ficar, tomaria o caminho errado. Eu só queria
isso sob os meus termos e condições. O que não poderia
estar mais longe da verdade. A verdade era que o
aceitaria de qualquer maneira que pudesse, e era
importante para mim estar lá para ele provar isso.

– Não,– eu disse.

– Você pode beber

– Então sim, fique. Eu preciso de você esta noite.

E eu precisei dele na semana anterior. Ele esteve para


mim. Eu estarei por ele. Uma coisa era certa: quando um
de nós caía, o outro o seguia sem fazer perguntas.

***

Cinco dedos de Wisk e Dean nem sequer permitiu que


a bebida cara fizesse cócegas em seu paladar antes de
jogar a cabeça para trás e terminar seu copo de wisk de
um só gole. Ele apoiou o quadril no bar molhado e puxou
seu cabelo, olhando pela janela do chão ao teto que dava
para Manhattan. Esta cidade era poderosa. Ele também
era. O problema era que, pela primeira vez desde que nos
conhecemos, já que éramos adolescentes, na verdade, eu
não o via como o grande homem de sucesso que ele era.
Eu o vi como um menino perdido, e aquele menino eu
não tinha certeza de que muitas pessoas poderiam
alcançá–lo.

– Você quer falar sobre isso?


Meus dedos dançaram em seus móveis quando me
aproximei dele, memorizando cada curva de madeira
escura e tecido dos assentos. Essa menina, as moles que
segui perguntando o que estava acontecendo, não era eu.
Mas me preocupar com Dean era eu. E tinha a sensação
de que sua mudança repentina tinha algo a ver com essa
mulher, Nina. Os telefonemas misteriosos tinham um
propósito, eu tinha certeza disso, mas eles eram uma
ferida aberta. A última coisa que eu queria fazer era
aprofundar e o ver sangrar.

As verdades podem ser desconfortáveis. É por isso


que as pessoas vulgares costumam caçá–las. Mais
desagradáveis do que não, não estavam na vista de todos.
E foi por isso que Dean não sabia por que eu não podia
me tornar uma enfermeira. Por que não fazia ideia de
que não poderia ter filhos.

Meu namorado balançou a cabeça. Sem um traço de


emoção em sua voz, ele ordenou:

–Vem aqui.

Eu tracei a distância para ele e passei meus braços ao


redor de seu pescoço, encarando–o diretamente nos
olhos. Houve desobediência nos meus olhos. Ele
precisava de uma distração do que o estava
incomodando o suficiente para deixá–lo louco e fazê–lo
beber e fumar até a morte.
Dean tinha um problema. Ele sabia disso. Eu sabia
disso. Ele tinha um problema e esse problema estava
empurrando–o diretamente para os braços de seus
vícios. Fisicamente, ele precisava de álcool e erva para
esquecer o que estava incomodando. Eu queria
perguntar, eu estava desesperada para cavar mais fundo
nos quartos escuros de sua alma e tomar segredo após o
segredo, limpando a bagunça, mas eu não conseguia. Isso
me matou, mas eu tinha que estar lá para ele, de
qualquer forma ele me aceitou.

– Você é linda–, ele rosnou, passando um dedo pela


minha mandíbula da mão que não estava segurando seu
wisk.

– Você está bêbado–, eu disse sem emoção, rindo


nervosamente.

– Certo.– Seus olhos predatórios brincavam com o


meu corpo de uma maneira que nenhum outro homem
poderia fazer com as mãos.

– E, mesmo assim, você é linda quando eu estou


sóbrio, e você ainda será linda quando assistir a uma
maldita ressaca do inferno amanhã de manhã.– Suas
mãos deslizaram pela minha cintura e ele me agarrou
com força, virando e me colocando sobre seu bar. Minha
parte inferior das costas pressionou contra inúmeras
garrafas luxuosas e a superfície abaixo de mim filtrou o
frio para os meus ossos, mesmo através do meu longo e
rasgado jeans preto apertado. Sua mão deslizou até os
botões do meu jeans e rapidamente o puxou para baixo
até que eles tocaram o chão. Minha camisa amarela do
Sex Pistols foi jogada no sofá cinza em menos de um
segundo, minhas sandálias desapareceram de vista. Dean
estava colado a mim contra o bar, a palma da mão no
meu peito e quando as garrafas afundaram nas minhas
costas, eu as removi da superfície com o braço, uma
dúzia delas caindo no chão em harmonia de cores, som e
luz.

– Jesus! – Eu ofeguei, o som de vidro quebrado


chocalhando no ambiente como um alarme. Dean pegou
a garrafa de wisk que estava ao lado dele e tomou outro
gole antes de derramar um pouco no meu umbigo e
sugá–lo, seus lábios quentes na minha pele fazendo meu
estômago explodir com os nervos e a necessidade.

– Eu não sou uma pessoa má

disse lentamente, aparentemente do nada e para


ninguém em particular. Seu nível de embriaguez me
deixou genuinamente preocupada, mas apesar de Dean
ainda ser um mistério, uma coisa estava perfeitamente
clara.

Não queria ser cuidadoso ou contido. Queria estar


instável. Seus demônios saíram para brincar e hoje à
noite eu seria sua vítima. Fiquei deitada em seu altar,
esperando para ser punida por algo que não havia feito.
Sua dor seria distribuída entre nós. E fiquei encantada
em tirar um pouco disso, mesmo que fosse apenas por
uma noite.

– Não. Você é a melhor pessoa – murmuro quando ele


cai de joelhos e arranca minha calcinha da minha pele.
Marcas vermelhas ardentes aparecem nas minhas coxas
como feridas. Ele joga o pano com uma bola atrás do
ombro e se inclina, provando o que estava entre as
minhas pernas como se fosse seu recurso de vida,
raspando os dentes contra o meu dolorido ponto quente,
me deixando louca. Ele era um zumbi faminto
divertindo–se com sua ração de carne e eu não tive
chance contra sua escuridão.

Dean Cole não era nada como as pessoas o rotularam.


Era o pior tipo de maldade. Uma que se escondia atrás de
um sorriso educado, roupas alegres e boas maneiras.

– Merda, Dean.– Eu xinguei alto, perdendo meu


controle da realidade, dos meus sentidos, de mim.

– Você vai me matar.

– Não, Rosie. Eu vou te salvar, – ele rosnou, colocando


os polegares no meu sexo e me abrindo para o mundo da
deliciosa dor. Então ele afundou a língua dentro de mim,
me fodendo impiedosamente quando ele me segurou
pelas bordas de seu bar e gritou. Por ajuda ou prazer, eu
não tinha certeza.
– Jesus Oh, Deus. – Eu cambaleei para a esquerda e
para a direita, tentando escapar da intensa excitação que
me atingiu.

– Diga–me que estou fazendo a coisa certa–

ele rosnou, agarrando a carne sensível das minhas


dobras e, lentamente, puxando–as entre os dentes até
que gritei de novo. Deliciosa dor se moveu entre as
minhas pernas. Eu queria que ele fizesse isso de novo e
ele fez, antes dele dizer.

– Não quero conhece–lo, Rosie. Eu não posso lidar


com ele neste momento.

O que ele estava falando? Quem era ele? As pequenas


células que trabalhavam no meu cérebro nubladas de
luxúria estavam ansiosas por saber. Quem foi louco o
suficiente para ferir esse homem bonito e gentil? E mais
importante, quem tinha o poder de fazer isso?

– Você está fazendo. – Minha voz tremeu tanto quanto


minhas pernas tremiam enquanto eu tentava sair do bar
e fugir dos órgãos selvagens que ameaçavam quebrar
meu corpo.

– Você está fazendo a coisa certa, Dean. Seja o que for.

– Eu a odeio

disse, sua língua me penetrando profundamente. Seus


lábios, seus dedos, seus dentes me devorando
completamente. Estava falando de outra mulher
enquanto ele estava comigo. Isso deveria ter feito os
sinos de alarme soarem na minha cabeça, as sirenes
vermelhas girando a sessenta milhas por hora. Mas não
fez porque era ele.

– Então eu a odeio também

eu gritei, sentindo meus joelhos tremerem e meu


corpo entorpecer quando uma onda quente de prazer
percorreu–me, envolvendo meu corpo. Eu uivei, como
um animal ferido, puxando seus cabelos, minhas coxas
apertando sua cabeça até que teve que separá–las com
seus dedos fortes. Então fiquei lá por um segundo, sem
me mexer e observei enquanto ele soltava o cinto,
tirando sua calças antes de tomar minhas coxas e me
empurar para cima.

– Estou com raiva– . O verde em seus olhos dançava


como chamas.

– Eu sei.

– Se você quiser sair, faça agora. Se serve de algo, acho


que você deveria sair agora.

– Eu fico.

– Você não vai gostar do que vai ver.

– O que eu vou ver?

– Um lado de mim que eu não sou muito orgulhoso.

Eu engoli, minha boca se abrindo.


– fique comigo, não importa qual parte que você me
dê, desde que você fique comigo.

– Você não sabe o que está dizendo.– Ele fez uma


careta.

–Eu vou te machucar.

– Bem. – Eu coloquei a mão em seu peito.

– É disso que eu gosto em você. Você me trata como


um humano capaz e não como uma rosa murcha.

E assim, tudo mudou. A escuridão engoliu ao pôr do


sol da cidade que nos observava, vidros quebrados sob
seus sapatos, prometendo dor, seus olhos fechados e eu
fiquei sozinha com um estranho. Com um selvagem

As luzes se apagaram e eu me senti atraída por ele,


mas quando pensei que ele ia me pegar ... foi quando ele
me deixou. Um trono de vidro sem cor debaixo de mim.
Até meus ossos gemeram em protesto quando ele me
agarrou pelo braço e me levou para seu trio adormecido,
arrastando–me ao longo de seu impecável piso preto e
branco. Minha pele foi aberta ao ser arrastada contra o
vidro. O tapete de veludo preto me cumprimentou
quando entramos em seu domínio, sob uma cama king
size extra grande da variedade que só você vê nos filmes.

Eu nunca tinha estado em seu quarto antes e engoli


quando pensei em todas as mulheres que tinham feito
isso. Todas as Kennedys. Todas as Natashas.
Todas as verdades desconfortáveis e dolorosas.

Ele soltou meu braço e me deu um pequeno chute com


a perna em direção a um sofá ao lado da janela do chão
ao teto.

– Cotovelos,– disse uma voz fria como metal que não


era dele e me acomodei de joelhos e coloquei meus
cotovelos no sofá, olhando para as luzes artificiais de
Nova York. Dean estava atrás de mim, mas eu não
conseguia ver o que ele estava fazendo. Minha bunda
estava nua, mas eu ainda estava com meu sutiã. Eu
percebi que estava andando em algum lugar perto de
mim, mas não podia dizer com certeza. Não virei a
cabeça e olhei. Queria que ficasse assustada. Eu queria
estar com medo. Isso ia acontecer.

– O engraçado é–, disse ele, passeando atrás de mim


em seu quarto e eu estremeci com sua linda voz. Eu ouvi
o som do líquido espesso quando ele tomou outro gole
de seu wisk.

– Todos me chamavam de Ruckus e The Joker no


ensino médio. O bobo da corte O cara engraçado. O
palhaço.

E não era nada disso. Eu percebi agora, mas enquanto


estávamos no ensino médio, eu também comprei essa
imagem. Ele poderia, eu não ? Era muito bom quando
vendido e a um bom preço.
– Mas você sabe o que eu sou, Rosie? – Ele parou de se
mover atrás de mim.

Fechei meus olhos, absorvendo o perfume masculino


de seu quarto em meus pulmões desesperados e
sentindo meu coração desalojar dentro do meu peito.

– Você é um Pierrot–, eu sussurrei. – Você é um triste


palhaço solitário.

– Sempre pronta e perceptiva. – Um traço de sua voz


vazou em seu tom. Ele deu três ou quatro passos em
direção a mim, ouvi e contei e apesar de estar quase
completamente nua e não poder ver o seu reflexo na
janela muito limpa, me senti segura.

– Você sabe porque o Pierrot está sempre triste? –


Dean perguntou.

– Tem o coração quebrado–, engoli, lutando contra


minhas lágrimas.

– Está ansiando pelo amor que nunca será seu.

Queria me virar. Para abraçá–lo. Para desfazer as


últimas horas que retornaram dessa maneira. Mas eu não
fiz nada disso. Senti a mão dele acariciando uma das
minhas nádegas, sua respiração fazendo cócegas no vale
entre o meu pescoço e meu ombro.

– Corra, Rosie–, assobiou Dean.

– Corra antes que a arruine e nos arruine.


– Prove–me–, eu insisti.

– Me quebre. Me use. Luta comigo Você perseguiu sua


presa por meses. Anos. Uma década inteira, droga. Você
vai deixá–la ir?

O golpe na bochecha da minha bunda me fez cair para


frente e me agitar para a vida. Eu nunca tinha sido
açoitada antes. Não porque eu fosse contra isso. Eu acho
que foi uma daquelas coisas que eu nunca tive tempo
para fazer. Como fazer bungee jumping ou ver a lista de
Schindler. Talvez tenha sido o fato de que todos os
homens com quem eu já estive me trataram como uma
coisa frágil que estava prestes a morrer em suas mãos.
Ou talvez tenha sido devido ao fato de eu nunca ter me
esvaziado completamente da minha autoconsciência e
constrangimento quando estava na cama com outra
pessoa.

Mas Dean não era outra pessoa.

Ele era o único.

Eu gemí, o desejo e a picada girando no meu corpo,


movendo minha bunda onde havia sentido Dean,
implorando por mais. Me sentia suja, mas eu não me
importava de ser suja com ele. Ele nunca me julgou.
Agora que penso nisso, era possivelmente a única pessoa
na minha vida que me aceitou pelo que eu era. Até
mesmo Millie tentou me convencer a voltar para Sinners
Saints.
O som de carne batendo em carne agrediu meus
ouvidos antes que eu sentisse o segundo golpe, e dessa
vez estava em algum lugar entre minha bunda e minha
boceta. A saliva se juntou na minha boca e minha cabeça
afundou no sofá, meus olhos rolando em suas órbitas.

Por que me senti tão divina quando o homem que


disse que queria "me salvar" me machucou? Talvez
porque parte de salvar a doente Rosie estava mostrando
a ela o que ela era capaz de sofrer sem quebrar.

– Mova–se

Eu deslizei no sofá até que meu top cobriu e minha


bunda que estava no ar. Dean se agachou atrás de mim,
senti seu corpo nu contra o meu, e ele empurrou quatro
dedos dentro de mim de uma vez. Doeu, mas eu prendi a
respiração e fiz o meu caminho. Ele brincou um pouco
com a minha emoção antes de tirá–lo e servir meus
sucos.

– Prove sua buceta.– Sua voz estava desligada.

– Prove o que estou fazendo com você–, acrescentou.

Mesmo que esse fosse outro primeiro definitivo que


eu nunca tinha pensado em fazer, eu trouxe meus lábios
para seus dedos brilhantes e os lambi. Colocando–os na
minha boca, ele exigiu depois de um breve momento:

– Lamba–os, Rosie.
O gosto era doce e quente. Não é tão ruim quanto eu
pensava que seria. Ele limpou o resto dos meus sucos na
minha bunda e bateu novamente. Desta vez, eu pulei
para frente, mas não lamentei. Acho que gostou que isso
não me incomodasse. Seu rosnado me disse.

Quando sua ponta começou a sondar minha entrada


por trás, movi minha cabeça de um lado para o outro,
esperando que ele mergulhasse. Mas ele não fez. Ele fez
isso por um minuto inteiro, me deixando louca, antes de
implorar:

– Dean ...

– Mmm?

– Não me torture, por favor. Faça

– Fazer que?

– Entre

–Terminologia incorreta. Tenta de novo.

Santo Inferno

– Foda–me, por favor. – Eu engoli em seco.

– Camisinha? – ele perguntou. Seu tom estava nervoso.


Como se estivesse esperando por algo.

– Estou tomando a pílula. – A mentira estava amarga


na minha boca e eu estava quebrando as regras que nós
concordamos ontem. A parte da honestidade. Eu não
preciso tomar a pílula. Mas ele não precisava saber disso.
Não até que eu estivesse pronta para te contar, de
qualquer forma. Aparentemente, não precisávamos
saber muitas coisas. Que jeito fodido de começar um
relacionamento!

– Você está tomando? Porque em Las Vegas você não


estava.

Jesus, com esse cara.

– Eu estou–, eu gemi, esperando por mais. O que quer


que isso implicasse.

– Se você diz –, ele zombou, colocando a palma da mão


contra a minha garganta ao mesmo tempo caiu em cima
de mim com um único golpe por trás. Eu gritei quando
ele avançou para mim, o sangue no meu corpo correndo
para a minha cabeça, o meu sexo, em todos os lugares.
Dean não estava brincando quando disse que ia me
machucar. Desta vez não se conteve. Estava me fodendo
tão forte que tinha certeza de que minha virília iria
queimar e meu interior latejaria por semanas mais tarde.

– Dê a volta– ordenou do nada, ainda montando me,


dentro e fora. Estava tão bêbado que não sabia o que ele
estava me pedindo? Eu consegui franzir a testa e gemer.

– Não posso. Você está acima de mim.

– Não? Dê. A. Volta.

– Você é pesado.
– E você é forte. Lute por ele.

Ignorando a sensação de cócegas do orgasmo, coloque


as palmas das mãos no chão e tentei me levantar, mas ele
se inclinou para frente, deliberadamente colocando mais
peso nas minhas costas para me parar. O fato de que
ativamente tentar me fazer fracassar me irritava, assim
eu empurrei mais. Dean foi construído como um jogador
de rugby profissional. Um metro e noventa e dois e
noventa quilos de músculos magros e definidos. Eu não
tinha chance. Ao mesmo tempo ... Eu estava programado
para me defender.

Isso foi o que a minha doença me obrigou a fazer.

O que viver com Vicious e seus amigos tinha me


ensinado.

O que a vida fez

Virei–me solta, permitindo maltratar–me. E quando


ele começou a bater ainda mais forte, me punindo por
minha derrota, eu empurrei minhas mãos em um
movimento brusco, ganhando impulso e me virei. Seus
abdomens agora estavam colados ao meu peito, e riu
quando ele se afastou de mim, ainda completamente
duro.

– Empurre seus peitos juntos

ele sussurrou, e não havia sentido em negar–lhe ... o


cara era estranho. Normalmente, filtrava–se a luz pelas
fendas da escuridão. Com isso, a escuridão brilhou
através de suas paredes de normalidade e luz do dia.

Eu usei meu sutiã para fazer o que me pedia. Ele


pegou seu elegante pau em sua mão e o guiou para o vale
entre meus seios, entrando no espaço. Seu espesso e
branco sêmen se derramou no meu decote, e ele olhou
para ele com os olhos baixos.

Minha bunda estava pegando fogo com os golpes, mas


eu ainda levei um momento para esquecer tudo e me
afogar nele.

– Beba – ele sussurrou, mergulhando o dedo indicador


em sua excitação e trazendo o líquido quente aos meus
lábios.

– Cada maldita gota.

Eu fiz, e depois que eu terminei de lamber seu


esperma dos seus dedos, ele me deu mais dois orgasmos.
Adormeci em seus braços naquela noite, sentindo–me
tão segura quanto jamais estivera. Mais segura do que
com Millie ou com meus pais. Definitivamente mais
segura do que já senti com Darren. Adormeci nos braços
de seus demônios, sabendo que iria acordar nos braços
de um homem doce.

Para Dean "Ruckus" Cole, havia muitos rostos. E todos


eles eram lindos. Pelo menos para mim.
CAPÍTULO 23

Totalmente fodido.

Rosie ainda estava dormindo quando eu acordei e a


culpa disso passou como um terremoto furioso. O que
diabos foi tudo aquilo ontem? Um segundo estava
entretendo sua amiga em um dos melhores lugares de
Manhattan, no outro ele estava lutando contra ela no sofá
enquanto batia em sua bunda doce como se tivesse
tentado atropelar seu cachorro. Aparentemente, não
havia meio termo quando se tratava dela. Recebeu o
estilo merda que não era nada como eu, ou mostrando–
lhe todo o meu eu, em toda a porra da sua glória.

Não que isso fosse quem eu era. Mas essa foi a parte
que Nina deixou para trás e nunca me preocupei em
consertar. Ontem me deixou louco e me levou direto para
os braços do Wisk.

Eu gostaria que Rosie não tivesse visto, mas ao mesmo


tempo eu estava um pouco aliviado por ela ter ficado
comigo depois de tudo.
Levantando–me da cama e sentindo uma dor de
cabeça que desce até as minhas têmporas, fui até a
cozinha para fazer ovos mexidos, bacon e café. Foda–se,
se soubesse onde estava toda a porcaria que ela
precisava, mas tinha que provar a ela que poderia fazer
isso. Todo o pacote de ser um namorado.

O que estava dizendo? Se Vicious poderia fazer,


certamente eu também poderia.

A conversa da noite anterior com Nina tocou na minha


cabeça enquanto eu quebrei os ovos e coloquei os grãos
aromáticos na cafeteira. Ela me ligou de um número de
Nova York, então eu pensei que era uma das muitas
linhas no meu escritório e eu respondi. Completamente
por acidente totalmente um acidente de trem.

– Estou aqui–, disse Nina quando atendi o telefone.


Fodeu minha vida de lado. Nem mesmo a saudação
complementar.

– Você está aqui onde? O inferno? – Eu perguntei


esperançosamente.

É onde a cadela pertencia. Se ele fosse lá,


provavelmente assumiria o controle e se tornaria
presidente.

O riso de flertar de Nina agrediu meus ouvidos.

–Estou aqui em Nova York, bobo. Eu te disse que viria


por você. Você precisa conhecê–lo.
–Eu te disse que não queria ver o rosto dele?

Eu disse entre meus dentes, caminhando até o bar e


deixando Rosie e sua amiga, Elle, para trás. Fiz sinal ao
barman para me servir uma bebida. Então estava na
cidade. Claro que não estava lá. Por que não vai se foder?
Afinal, eu dei a ele o dinheiro, certo? Então por que estou
surpreso?

– Tudo o que você tem a fazer é transferir o dinheiro e


eu vou deixar você em paz, Dean.

–Nina – Eu ri, soltando meu pescoço. – Não vou lhe dar


600 mil dólares só para poder vê–lo. Está fodidamente
louca. Os bebês geralmente são feitos por duas pessoas,
certo? Então ambos os pais têm a responsabilidade. Vá se
foder –, eu disse entre os dentes cerrados.

– Agora limpe essa bagunça.

– Estou considerando tirar essa oferta da mesa, Dean.


Você anda terrivelmente sarcástico comigo ultimamente

–Quando eu tenho sido com você algo além de um


completo idiota? Eu respondi, pegando minha bebida e
apontando para o copo vazio, pedindo por outro.

– Porque eu gostaria de voltar no tempo e corrigir se


alguma vez eu tiver sido outra coisa.

– Houve um tempo–, sua doce voz me lembrou.


– Houve um tempo em que você faria qualquer coisa
por mim.– A pior parte? A cadela não estava errada com
isso.

–Como está seu marido? – Eu mudei de assunto.

– Ainda esta vivo–, ela bufou.

– Infelizmente

Pelo menos concordamos em uma coisa.

– Como está sua nova garota? –foi a vez de Nina


perguntar.

– Por que você está perguntando? Você acha que


também pode me foder com isso?

– Vai, Vai. – Ela riu.

– Vamos Dean. Não seja assim. Estou feliz por você.


Tudo o que eu quero é garantir meu futuro e deixar meu
amaldiçoado e desagradável marido para trás. Tens
muito dinheiro. Eu tenho o que você quer. Por que nós
corremos em círculos?

– Porque eu quero que você permaneça pobre e


miserável. – Eu disse.

–E porque, aparentemente, não me importo de pagar


o preço por mantê–lo assim. Aproveite o seu hotel
nojento, Nina. Adeus – Eu desliguei e tomei mais três
copos de wisk.
Enquanto eu estava fazendo o café da manhã, ouvi
Rosie se movendo no meu quarto. Meu coração afundou.
Eu a tinha perseguido por ser um idiota agressivo, não
tinha mais ninguém para culpar além de mim. Ela estava
ganhando tempo para tentar me evitar? Eu podia
distinguir o som dela abrindo a torneira, lavando se no
banho e me perguntei por quanto tempo mais poderia
adiar o confronto comigo mesmo.

– Bom Dia.

Eu ouvi sua voz rouca e virei do fogão para vê–la


andando com minha camisa, seu cabelo castanho claro
em uma confusão quente. Ela sorriu para mim, um
sorriso do coração que mostrava todos os seus dentes,
então se virou quando encontrou seu jeans. Seu traseiro
nu, eu rasguei sua calcinha na noite passada, espiei por
baixo da minha camisa quando se abaixou para
recuperá–los e foda, sua pele estava vermelha e em carne
viva. Ela foi moída até suas virilhas e tinha arranhões e
pequenos cortes devido o vidro quebrado que foi limpo
esta manhã, eu queria vomitar, mas permaneci
composto, desligando o fogão, os ovos mexidos e bacon
empilhados em nossos pratos.

– Faminta? – limpei minha garganta.

– Estou morrendo de fome–, disse sem prestar


atenção, colocando o jeans.
–Mas eu preciso descer e colocar meu colete de
percussão, tomar meu remédio, toda essa diversão.
Minha versão do café da manhã dos campeões.

Fingiu flexionar seu bíceps inexistente.

Queria ir. Sair. Claro, estava com medo. Mostrei–lhe


meu lado mais feio e esperei que apenas ... o que? Siga o
atual? Era cedo demais. Realmente cedo demais.
Francamente, quando você está fodido como eu, o
melhor momento para ensinar ao seu parceiro suas
cicatrizes internas nunca é na vida.

– Eu posso trazê–los para você–, eu disse, esperando


não soar muito desesperado. Ela me deu um olhar
estranho.

–Você não sabe o que eu preciso.

Certo.Eu não tinha a mínima ideia. Além do colete


horrível. Eu o reconhecia por vê–lo em Sinners Saints.

– Fiz algum café da manhã – Eu inclinei meu queixo


em direção à mesa da sala de jantar que eu nunca tinha
usado. Eu normalmente sentava na ilha quando comia e
até isso era estranho. Na verdade, não me lembro da
última vez que comi no meu apartamento. Toda vez que
eu estava aqui, era uma proteína e smoothie de frutas
que me manteve indo até a minha próxima refeição.
Estava completamente domesticado, com uma mesa
cheia de tudo o que encontrei na minha geladeira. Aposto
que Rosie não tinha a menor ideia de que eu nunca fizera
algo assim na minha vida por ninguém. Para qualquer
um menos ela.

Seus olhos azuis claros avaliaram a mesa, um sorriso


no rosto.

– Dean?

– O que?

– Eu estou indo só para os meus remédios e meu


colete, então eu vou voltar. Você sabe disso, certo?

– Claro – eu bufei.

Não, não, eu não sabia. Meu rosto deve ter traído um


olhar para a minha merda interna, porque ela riu
levemente enquanto estava nas pontas dos pés para
chegar até mim, pressionando seus lábios nos meus
quando passou os braços em volta de mim em um
abraço. Eu a circulei e apertei, desta vez tomando
cuidado para não machucá–la.

– Você está gostando do meu hálito matinal? – Disse


pesadamente, exalando na minha cara de propósito.

– Eu quero engarrafá–la e fazer com que todos os


meus empregados o usem como seu novo perfume–

respondi, beijando o lado de sua cabeça.

– Mas, por via das dúvidas, comprarei uma escova de


dentes para que você não precise descer quando formos
tomar o café da manhã. Nunca. Traga seus remédios. Sua
roupa. Seu colete. Você quer uma gaveta? – Me detive de
perguntar se queria todo o meu maldito armário, embora
achasse que seria divertido ter sua merda em todos os
lugares. Todas aquelas camisetas de segunda mão usadas
e jeans apertados da Forever 21 em meu imponente
guarda–roupa preto niquelado que era do tamanho de
toda a sua sala de estar.

–Mmmm – Ela inclinou–se para outro beijo e minhas


mãos coçaram para agarrar sua bunda e jogá–la no
balcão para uma foda matinal, mas ela precisava de seu
remédio e precisava não fazer novas marcas antes do dia
começar.

– Talvez? – Ronronou.

– Eu só não quero levar as coisas rápido demais.

– Acho que estamos levando–os um pouco devagar–,


admiti.

– O que é rápido no que estamos fazendo? Te desejo.


Eu sempre fiz isso. Sei quem é. Sabe quem eu sou. –
Embora realmente não soubesse todas as minhas partes
até a noite passada e meu segredo com Nina era como
meu pau: grande e longo e certamente desconfortável, se
você não estivesse pronto para isso.

– Não são duas pessoas namorando pela primeira vez.


Nós temos história. Química. E muitos sentimentos em
relação ao outro. Estou falando muito a sério sobre isso –
, eu disse, no caso de milhares de rosas, jantar com a
amiga e fazer o café da manhã dela, eles não teriam lhe
dado uma pista.

– entendido – alisou minha camisa desabotoada,


lembrando–me que eu precisava me vestir para o
trabalho e merda, eu nunca ficava em casa além das oito
da manhã. As pessoas no trabalho deveriam estar
pensando que eu finalmente havia assassinado uma das
minhas aventuras. E aposto que Sue já estava planejando
o memorial.

– Eu acho que uma gaveta ficaria bem. Obrigado.

– Você tem turno hoje? – Achei difícil largar a cintura


dela.

– Não no café.

Rosie sacudiu a cabeça.

–Mas vou ao hospital infantil para um turno da tarde.

– Posso te visitar lá depois do trabalho?

Ela riu.

– Eu não acho que seja uma boa ideia. Os novos pais


são um pouco céticos em relação a estranhos que ficam
ao redor de seus recém–nascidos prematuros.

– Que surpresa. Revirei os olhos, ignorando a dor no


peito quando disse isso.

– Sim. Amanhã?
– É um compromisso.– Eu balancei a cabeça,
observando–a caminhar em direção à porta, a percepção
de que a decisão sobre se ela voltaria aqui ou não, era
completamente dela golpeando nas minhas entranhas.

– Ah, e Dean?

Disse quando estava na porta. Eu olhei para cima.

– Sim?

– Eu realmente desfrutei de ontem à noite. Você pode


deixar o seu Pierrot interior sair para jogar mais vezes,
se quiser.

Mordi o meu punho quando fechei a porta atrás dela,


sabendo com certeza que voltaria para cá.

Certamente, bem fodido


CAPÍTULO 24

O que te faz sentir viva?

Primeiros convites. Segurar as mãos.Formar


piadas que serão apenas nossas memórias que
ninguém mais tem. Criar vida com um homem
que nem sabe que eu não posso criar vida,
não realmente, e sintir o remorso tremulando
dentro de mim.

Setembro chegou e foi embora, e outubro seguiu seu


exemplo. As estações seguiram uma a outra. As árvores
haviam mudado, mas nós não mudamos. Na verdade, foi
quando as folhas começaram a cair, dançando juntas em
laranja, rosa e amarelo, que o que havíamos crescido
juntos se tornou mais forte e mais vivo.

Dean e eu caímos em uma rotina. Não foi perfeito, mas


aprendi desde cedo que nada era assim. Mesmo que
parecesse do lado de fora.

Nós gastamos cada momento disponível do dia juntos.


Quando ele estava trabalhando e eu não tinha um turno
no The Black Hole, ia vê–lo. Nós sempre fechamos a
porta do escritório e fechamos as persianas elétricas. Às
vezes, era o suficiente para esconder o que estávamos
fazendo lá.

Na maioria das vezes, saia com as bochechas da cor da


beterraba e olhando para o andar inteiro me julgando
com os olhos enquanto arrumava meu cabelo e cobria
meu pescoço arranhado com a minha mão.

Sue, especialmente, olhava para mim como se eu


sacrificasse bebês inocentes para viver.

Cheguei uma vez vestindo um casaco grosso e nada


mais. Quando ele tirou meu casaco, ficou tão feliz de me
encontrar nua, me comeu em sua mesa por quarenta
minutos e perdeu sua reunião no Skype. Logo depois me
repreendeu por não usar roupas.

–Você pode ficar doente. – Me mordeu na bochecha da


minha bunda e não suavemente.

–Pare de foder com o que é meu e use um maldito


suéter.

Quando tinha turnos, tentamos almoçar juntos. Às


vezes chegava sem avisar, sentava–me no bar, pedia um
americano e fingia que não nos conhecíamos.
Especialmente se houvesse um cliente por perto, nós
iríamos jogar um jogo em que ele falava sujo para mim
por um orgasmo silencioso que vinha em calafrios
agradáveis. Isso sempre fez a pessoa ao lado dele se
contorcer. Um homem até me perguntou se eu queria
que ele chamasse a polícia para Dean. Eu disse sim antes
de recusar, só para ver a expressão no rosto de Dean.

Nós rimos. Um monte.

Nós também choramos alguma coisa. Bem, eu fiz todo


o choro. Quando você é voluntário em um hospital para
crianças e trabalha com recém–nascidos prematuros três
vezes por semana, coisas tristes atingem seu rosto.

No final de outubro, perdemos um recém–nascido.


Uma garota chamada Kayla. Ela era tão pequena, ela
nasceu em vinte e quatro semanas tão enrugada como
uma mulher de cem anos. Eu desmoronei em lágrimas no
corredor do hospital na noite em que seu médico me
disse que ela não sobreviveria. Quando esse turno
acabou, Dean estava esperando por mim do outro lado
da estrada. Eu desabei em seus braços e chorei até não
ter mais lágrimas em mim, e ele beijou minha cabeça e
me disse que se eu pudesse tirar a dor como veneno, ele
o faria.

E eu acredito nele. Cem por cento. Nem tudo foi ótimo,


no entanto.

O telefone de Dean foi bombardeado com chamadas


da Nina todos os dias. Ele nunca as atendeu, nunca, e foi
cuidadoso em não atender a ligações não identificadas.
Ela não era uma amante e não estava mais na fotografia.
Essas foram as sobras que ele jogou em mim quando
perguntei sobre ela. Qualquer outra coisa sobre Nina
permaneceu em completo mistério.

Incontáveis vezes eu me vi querendo pegar o telefone


dele, ligar para ela e perguntar o que diabos queria e por
que não podia deixá–lo em paz. Mas eu não fiz. Porque eu
era uma maldita hipócrita para tentar ordenar uma
verdade, que eu não estava preparada para entregar.

Quando chegou outubro, com o sinal oficial de


inverno. Mamãe e papai voltaram à bronca, mas foi
melhor do que o silêncio radical que eu sofri até
setembro. Tanto quanto eles estavam preocupados, era
solteira, sozinha e morrendo lenta e dolorosamente. O
qual não poderia estar mais longe da verdade. Meus
problemas de saúde estavam sob controle. Meus
pulmões, junto com o resto dos meus órgãos, estavam
em boas condições. Por outro lado meu coração. Estava
nas mãos do homem que o quebrou uma vez, e não tinha
garantia de que não voltaria a fazê–lo.

Pessoas e amigos em Sinners Saints conheciam Dean e


eu. Primeiro, havia o status de relacionamento no
Facebook que fazia as pessoas falarem e, em seguida,
havia o fato de que os Garotos Quentes conheciam quase
tudo um do outro.

Millie estava feliz por mim. Vicious era indiferente,


como era para todo o resto, Jamie e Mel estavam
desconfiado, mas feliz por nós, e Trent, que ainda vivia
em Chicago com Luna, não deu a mínima, porque ele
tinha problemas mais urgentes para tratar.

Dean nunca respondeu Nina, mas às vezes, ele ainda


bebia quando seu nome ou
número apareceu em sua tela (ele disse que não havia
razão para mudar seu número, ela sempre encontrou o
caminho para descobrir, de alguma forma). Quando
perguntei por que ela não foi presa, ele disse que era
complicado. Eu odiava quando bebia, mas isso não
acontecia mais de uma vez a cada duas semanas ou mais.

Quando ele fazia isso, tinha que tirá–lo do inferno e


arrastá–lo de volta para a luz uma vez que estivesse
acabado. Eu me humilhei e permiti que ele me usasse
como peão. Talvez "usar" não tenha sido o termo mais
preciso para o que fizemos. Gostava de sua versão
maligna tanto quanto gostava de fazer amor na frente da
TV, usando caixas para enfeitar o chão abaixo de nós.
Desfrutava quando ele me batia na bunda. Gostava
quando fodia minha boca com seu pau até que as
lágrimas escorressem pelo meu rosto.

Eu não me incomodei quando ele furiosamente me


levou para um beco escuro atrás do Madison Square
Garden e me fodeu contra uma parede de tijolos que fez
minhas costas parecerem ter sido limpadas com uma
lixa.
Na noite anterior ao Dia de Ação de Graças, estávamos
jantando em um café em frente ao The Black Hole. Ou
assim eu pensei.

Andando em meu caminho ao outro lado da calçada,


com o meu moleton grosso com capuz preto e gorro de lã
(não era nem perto de congelar, mas sempre me mantive
coberta para o caso se) eu deslizei em uma cabana de
vinil vermelho, colocando um saco papel pardo sobre a
mesa, contendo os biscoitos de chocolate preferidos de
Dean, aos quais eu o tornara viciado, o que Elle insistia
para que eu parasse de comer para que eu não
engordasse. E agora, ironicamente, eu não apenas as
comia o tempo todo, mas meu namorado também os
devorava.

Esperei quinze minutos antes de enviar uma


mensagem de texto para ver onde ele estava. Dean
estava sempre atrasado, mas nunca mais do que alguns
minutos.
Rosie: Sirius para a Terra, você vai vir
ou o que?

Dean: Eu vou. Em seu rosto Esta noite.

Rosie: Lindo. Onde você está?

Dean: Aqui mesmo.

Rosie: Onde é aqui?


Dean: Em frente a cafeteria. Em um táxi.
Esperando por você

Rosie: ?

Dean: Merda, eu esqueci de te dizer que eu


não estou com fome. Então eu pensei que
poderíamos pular o jantar e voar para
Sinners Saints para dizer aos nossos pais
que iremos morar juntos. Ah, e ter encontros
e merda. Feliz Dia de Ação de Graças.

Rosie: ?

Dean: Sai.

Rosie: ?

Dean: Agora, Baby LeBlanc. Eu tenho


lugares para ir, pessoas para ver, e uma
buceta para comer no nosso caminho para o
aeroporto.

Rosie: NÂO

Dean: Muito tarde, eu já pedi uma limusine


com uma divisória e vidros escurecidos.

Eu não quis dizer não ao oral. Eu estava me referindo


à viagem surpresa pelo país. Olhei para fora. Ele não
estava brincando. Realmente havia uma limusine com
vidros escuros.

Este homem nasceu para ser minha ruína. Que diabos,


Deus? A fibrose cística não foi suficiente para você?

Atravessando a rua, estreitei os olhos quando Dean


saiu do veículo e abriu a porta para mim, exagerando
uma reverência.

– Senhorita LeBlanc.

– Lorde Loco de Pedra. – Lhe dei um leve aceno,


entrando no veículo escuro. Lá dentro, havia champanhe
e duas taças, luxuosos assentos de couro bege e um
sorridente noivo bonito ainda vestido em seu traje de
trabalho.

Eu poderia me acostumar com isso, pensei. Por isso


tive que contar tudo o que o dr. Hasting me contou. Já
estava sendo desonesta por não revelar minha situação
de fertilidade. Dean me serviu uma taça de champanhe e
pressionou o botão divisor, entregando minha bebida.

Para si mesmo, pegou uma garrafa de água.

– Então,– ele lambeu os lábios e puxou meu gorro de


lã, expondo meu cabelo e jogando–o de lado,

– você acha que seus pais vão gostar? – Ele brincou

Meus pais já o conheciam. Pior, eles estavam muito


conscientes de que ele saiu com a minha irmã. Eu não
estava particularmente ansiosa para contar sobre Dean e
eu. Eu sabia que aproveitariam a oportunidade para me
criticar por isso também. Mas, ao mesmo tempo, não
queria que eles atrapalhassem minha felicidade.
– Honestamente?. Respirei fundo.

– Não seria surpreendente se eles estivessem contra


nós.

–Eu não dou a mínima! – Ele cruzou as longas pernas,


entrelaçando os dedos, indiferente.

– E você?

Eu balancei a cabeça, percebendo que fazê–los


orgulhosos era algo que eu tinha descartado há muito
tempo. Foi selado e finalizado durante a semana que
passamos em Sinners Saints, mas estava acontecendo
antes mesmo disso.

– Preciso parar no nosso prédio para levar meu


remédio e colete. – Eu procurei na minha bolsa para ter
certeza de que meu inalador estava lá.

– Não é necessário. – Ele colocou a mão sobre a minha.


– Eu tenho tudo embalado para você, baby.
Comprimidos, inaladores, nebulizadores e um colete.
Além de alguns pulmões embalados, você tem tudo o que
precisa aqui. Estou trabalhando no último, porém o
mercado negro está lento hoje em dia.

Eu olhei para cima e sorri.

– Você não vai gostar do que eu tenho a dizer–, disse,


franzindo a testa de um jeito que era completamente
extravagante para mostrar que eu já estava irritada.
–Eu não acho que você possa me comer aqui. Você é
muito alto para conseguir isso. Mesmo nesta grande
limusine.

– Eu acho os desafios facinantes. Eles me mantêm


jovem. – Ele afrouxou a gravata e puxou o tecido de suas
calças sobre os joelhos, preparando–se para mergulhar.

Eu o parei com uma mão no rosto ligeiramente


arranhado.

– Eu também estou usando jeans bem apertados.

– Eu sou conhecido por destruir as coisas que ficavam


entre mim e sua buceta, e eu seria amaldiçoado se o
jeans ASOS de vinte dólares me privasse de sua buceta,
amor.

Ainda não havíamos dito essas palavras um para o


outro e não porque não as sentíamos. Ambos somos
novos neste sentimento. Nesta vida. Eu pressionei meu
dedo indicador contra seus lábios e me inclinei em seu
rosto.

– Mas eu posso te dar sexo oral.

Seus olhos me seguiram diligentemente enquanto eu


afundava embaixo dele, meu rosto nivelado com sua
virilha. Se eu estava sendo honesta, essa parte do nosso
relacionamento era uma das coisas favoritas sobre nós. A
luxúria necessitada chiou entre nós. Como se nada fosse
suficiente. Como se fosse fazer coisas sujas em lugares
públicos fosse uma necessidade, em vez de algo que
precisávamos fazer para trazer as coisas à vida. Porque
com Dean Cole, não precisava dar vida às coisas.

Ele já estava quente como o inferno. Eu agarrei sua


calça e puxei seu pau para fora que já estava meio ereto,
assim como seu sorriso zombeteiro quando ele tirou um
pouco do meu cabelo selvagem do meu rosto.

– Às vezes, quando eu penso em como poderíamos


estar juntos todos esses anos, se você não fosse tão
fodidamente teimosa, quero atirar nos seus olhos com
meu super esperma. Você sabe?

Eu lambi meus lábios, ainda segurando seu pau,


sentindo–o inchando entre os meus dedos enquanto
mais sangue corria em sua direção.

– Esse é o elogio mais desagradável que já recebi–,


admiti.

– Talvez seja porque você não o desvendou em seu


significado mais profundo. Você sempre foi a única,
Rosie. Antes mesmo de você abrir a boca, eu sabia que
tinha que ter você. E levei muito tempo, mas agora que
sou seu dono, e não há erros, você é minha, querida, nada
vai ficar entre nós, entendeu?

A melhor conversa motivacional com uma mulher na


frente de um monstro enorme com um olho que estava
olhando para ela, esperando para ser sugado. Eu me
inclinei para frente e lambi a coroa de seu pênis,
torcendo minha língua na pequena fenda antes de levar
tudo para dentro. Ele empurrou seus quadris para frente
e sua cabeça para trás, assobiando através dos dentes
brancos e perolados.

– Santo Céu, Rosie.

– Santo Céu e Rosie são sinônimos. Economize as


palavras. Use apenas uma. – Entreguei a mesma
insolência que ele me deu um par de meses atrás, e ele
rio, uma espécie de riso torturado de um milionário que
tinha seu pênis na boca de uma garota doente e pobre no
caminho para o aeroporto.

Não segurou meu cabelo e me guiou como costumava


fazer. Em vez disso, Dean assistiu com uma mistura de
admiração e fascínio quando eu apliquei a minha magia
para ele, sugando–o com lábios ternos, dando–lhe o amor
e a devoção que ele merecia por ser o melhor namorado
que uma garota poderia ter. Porque ele era. Tudo que eu
nem sabia que poderia ter.

Sou digna.

Sou um bom partido.

E estou prestes a mostrar ao mundo o homem bonito,


bem–sucedido, divertido e inteligente que consegui.

Após dez minutos de carinho no pênis de Dean, eu o


ouvi gemer.

– Merda, baby, eu vou gozar.


Massageando suas coxas, dando–lhe permissão
silenciosa para fazê–lo em minha boca, e respirando
fundo antes de envolver meus dedos ao redor de seu eixo
e ordenhando seu esperma em minha boca. Depois que
acabou, endireitei minha coluna e caí em seu colo. Ele me
beijou nos lábios e depois acariciou meu peito.

–Que boquete, precisa ir para os livros de história,


Baby LeBlanc.

– Deus, estou feliz por você não ser o responsável pelo


nosso sistema nacional de educação.

****

Quando desembarcamos em San Diego e chegamos a


Sinners Saints, era o meio da noite entre sexta e sábado.
Fomos direto para a cama e ficamos no meu quarto, nos
enterrando no calor do outro. Dormi com um sorriso no
rosto, sabendo que estava prestes a ver minha irmã.

Emilia estava crescendo, ela me enviava fotos


semanais, e eu não podia esperar para acariciar a barriga
de Buda e acalmá–la como a tia louca que era.

A verdade, mamãe e papai seriam uma briga, mas, em


geral, minha alegria pela minha irmã cancelava os
ocasionais confrontos com meus pais. De manhã, saí para
o corredor, ainda de pijama. Ontem à noite, a governanta,
Anna, abriu a porta para nós, então eu não tinha certeza
se minha família estava esperando por mim. Descobri a
resposta a essa pergunta quando fui até a cozinha e vi
mamãe e papai lendo jornais à mesa, tomando café.

Mamãe levantou a cabeça da revista. Papai não.


Nenhum dos dois pareceu surpreso ao me ver.

Mamãe queria correr e me pressionar contra seu


peito, seu corpo saltando para frente, mas o pai colocou a
mão sobre a mesa em um gesto silencioso que a advertia
contra isso. Ele lembrou que deveria ser punida por
minha desobediência.

–Sente–se, Rosie–, ela disse em vez disso, sua voz


triste. Todas as células em meu cérebro me imploraram
para protestar, mas não era assim que eu queria que
nossa visita entrasse em parafuso. Peguei uma cadeira
no outro extremo da mesa e entrelacei meus dedos. Meus
pais e eu estávamos distantes, mas civilizados nos
últimos três meses. Nós trocamos muitas mensagens de
texto. Principalmente de coisas relacionadas à saúde e
atualizações rápidas sobre a minha vida. Às vezes eles
me ligavam para me lembrar de desejar um feliz
aniversário a um membro da família ou pegar a
correspondência de Millie do nosso antigo apartamento
ou perguntar quando eu voltaria, mas era isso.

– Eu acho que deveríamos conversar ... –Eu comecei,


mas mamãe me interrompeu.
– Kathy do meu clube de tricô viu você no site do
Facebook no outro dia. Me ligou e falou comigo
indefinidamente. Ela disse que tinha algumas novidades
interessantes, para compartilhar. Por que, Rose LeBlanc,
de todos os homens de Manhattan, de todos os homens
do mundo, tem os olhos no que sua irmã tinha saído?

– Bom dia–, disse minha irmã, que entrou feliz na


cozinha, tirando o cabelo lavado do ombro.

– Senti o cheiro da comida, então eu vim para comer


tudo.Millie riu, mas todos os outros na cozinha pareciam
prontos para rolar no chão em uma briga.

– Não estão de bom humor? Bem, acho que vou entrar


no funeral. – Millie tirou uma caixa de água de coco da
geladeira e tomou grandes goles, esfregando a barriga.

Fazia dez minutos desde que eu acordei, e já tinha tido


minha dose de drama durante todo o final de semana.
Millie usava um vestido longo da cor do mel
sem forma e franjada no fundo, e seus longos cabelos
dançavam ao redor de seus ombros. Ela parecia uma
fada. Muito grávida também. Sua barriga era do tamanho
de uma melancia. Quantos bebês ela tem lá? Me manteve
informado, então eu sabia que era apenas um. Aos cinco
meses, parecia que o pão em seu forno estava assando
muito bem.

Eu pulei da cadeira, esvaziando meu arsenal de amor,


beijos e abraços com a única pessoa da minha família que
realmente nos aceitou. Millie se afastou, alisou meu
cabelo e franziu o nariz.

– Cheguei cinco minutos atrasada?

– Trinta segundos, mas a bomba já caiu–. Eu suspirei.


Minha irmã me deu aquele olhar, uma mistura de careta
e um sorriso de cúmplice, lembrando–me de que era a
mesma velha história, um dia diferente.

–Mãe, pai–. Millie gesticulou para que eu voltasse ao


meu lugar, agarrando sua própria cadeira e se deixando
cair.

– Precisam nos ouvir. Já cansei de ver Rosie ser


machucada.

– Oh!– Mamãe cruzou os braços. Papai ainda fingia


estar lendo o jornal, mas seus olhos não se mexeram.
Isso me fez querer jogar algo nele. Gritar Dane–se, ele
não tinha o direito de estar com raiva. Eu era a única que
se sentiu abandonada e descartada. Que para alguém que
me queria o tempo todo, tinha uma maneira divertida de
mostrar isso. Estava chora

–Sua mãe não precisa de tempo. Ele precisa de uma


filha saudável–.

Estava me perguntando que tipo de filha ela estava se


referindo. Uma que não seguiria seus sonhos, talvez?
Alguém que se curvaria e faria o que ele quisesse, que
fizesse com o precioso tempo que ainda lhe restava neste
mundo? Não é como se eu não pudesse ver de onde
minha família veio. Era doloroso, tenho certeza, ver sua
garota doente fazendo uma vida em outro lugar. Mas era
o que meus pais não perceberam.

Nova York não era sobre Nova York. Era sobre a


independência. Era sobre fazer o que eu queria fazer,
experimentando a vida fora da bolha que meus pais
haviam criado para mim.

Acima de tudo, era sobre descobrir quem eu era sem


que as pessoas ditassem isso para mim.

– O namorado de Rosie, Dean Cole, ligou para o Baron


ontem, dizendo que eles queriam vir e anunciar seu
relacionamento–Millie pegou minha mão e sorriu, aquele
tipo de sorriso que iluminava a sala e a que estava
próxima a ela.

– É o Dia de Ação de Graças e temos muito a


agradecer. Logo terei um bebê, e Rosie está feliz e se
saindo muito bem em termos de saúde. Nós queríamos
celebrar juntos. Estou segura que lembram que Dean e
eu costumavamos sair na escola. Eu também tenho
certeza que você se lembra de como terminou.
Resumidamente. Tragicamente. Mas, como você deve se
lembrar, não dolorosamente.

Millie esfregou minhas costas em círculos, tentando


acalmar meus nervos. Estava legitimamente nervosa
demais para respirar.
–Eu não quero viver no passado, mas eu acho que é
importante dizer uma coisa para garantir que o nosso
futuro seja mais brilhante: Baron e eu sempre fomos
destinados a ficar juntos. Todo mundo sabia disso. Todos
... exceto nós. E sobre Dean e Rosie? – Ela suspirou,
balançando a cabeça, suspirando pena em sua expressão.
Millie sabia o quanto me machuco, a nós, e queria
retratar se.

–Mãe, pai,eles eram loucos um pelo outro desde o


primeiro dia. Eu não tinha notado, porque eu estava
muito ocupada sendo uma adolescente egoísta, mas não
há nenhuma maneira que eu esteja machucada ou
chateada sobre seu relacionamento. Basta olhar para
ela–. Balançou meu cabelo e sorriu.

– Ela está radiante. E quando ela está feliz, todo


mundo deve estar feliz. Eu pareço deprimida de alguma
forma?

Acaricioou sua barriga e riu, e eu ri com ela, não


porque me sentia aliviada ou otimista, mas porque
minha irmã foi a definição de saúde, e embora eu não
era, eu gostava de que o que deixar para trás era seguro e
completo.

Emilia era as duas coisas.

Papai finalmente levantou os olhos do jornal.

– Isso é verdade, Rose? Você sempre amou Dean Cole?


Eu não pude interpretar seu tom. Ele estava falando
sério? Estava triste? Desapontado? Satisfeito? Eu achava
que eu era uma idiota por amar um homem que não era
meu para amar, ou apreciou o sacrifício que fiz pela
minha irmã há tantos anos?

–Sempre–. Corei, olhando para os meus dedos


entrelaçados.

– Eu sempre amei ele.

E essa era a verdade desconfortável que ninguém


queria ouvir. Ninguém além do homem que não sabia. O
próprio Dean.

Meu pai se afastou da mesa com as mãos na cintura,


pronto para outro argumento.

– Ele está cuidando de você? Nós precisamos saber.

Jesus Cristo, ou meu pai era o maior homem das


cavernas andando na Terra no século XXI ou ele
realmente achava que eu era um saco inútil de ossos. Ele
confiou a Emilia a minha vida quando morávamos juntas.
Confiava em Darren sem nem mesmo conhecê–lo. Mas
eu? Não. Ele teria colocado sua fé em uma cueca crocante
antes de acreditar em mim, ao que parece. Respirando
fundo e fechando os olhos, ofereci um pequeno aceno de
cabeça.
–Sim, Papai. Ele cuida de mim – Meu queixo se moveu
de um lado para o outro, todas as células feministas do
meu corpo exigiram que eu as colocasse em seu lugar.

– Tem certeza?

– Ele arrumou meu remédio e suprimentos para mim


antes de virmos para cá.

Mordendo minha língua para não atacar, continuei.

– Ele me manda um táxi três vezes por semana para


não perder minhas sessões de fisioterapia. E ele vem
comigo para ver o Dr. Hasting quando ele tem tempo.

– Quando tem tempo–. Papai bufou, sacudindo a


cabeça.

– Claro!

– Pai –, minha mãe advertiu, olhando para a mesa.

– Sim, tudo bem. Estou disposto a falar com esse


homem, mas isso não muda nada, Rose. Nós ainda
queremos você aqui em Sinners Saints. Se você quer que
sua mãe e eu te apoiemos enquanto você estiver lá ...
fazendo o que estiver fazendo em Nova York. – Acenou
com a mão com desprezo, mas pela primeira vez em
semanas desde que eu os visitei, ele não olhou para mim
como se não fosse digno do seu tempo,

– você tem que fazer algumas promessas e mudanças


para nos tranquilizar. Porque você está doente, Rosie–
bug. E estamos preocupados. Tudo o que queremos e
pedimos é para seu próprio benefício.

Rosie–bug Sufocando nas minhas lágrimas, eu assenti.


Mamãe revirou os olhos.

– Por favor, posso receber um abraço? Esta mãe está


sentindo falta da sua menininha.

– E esta futura mãe precisa de Rosie para fazer seus


deliciosos biscoitos de chocolate,– Millie arrulhou,
beliscando minha bochecha e rindo.

Pensei que a pior parte estava atrás de mim naquela


manhã.

Estava equivocada.
CAPÍTULO 25

Às vezes a vida é uma bola de neve e você não tem


como parar.

E às vezes você nem quer fazer isso. Tudo mudou


rapidamente. Eu não tinha controle sobre isso. Eu não
estava brincando quando disse a Trent que não podia
impedir a vida de sair do controle. Acontece que meu
caos estava encharcado de sexo alucinante.

Nina se estabeleceu em Nova York. Me ligou todos os


dias. Cada Porra Dia. Nunca respondi.

Era ridículo. Ficou ainda mais ridículo quando um dia


de outubro, pouco antes de eu sair do escritório para
pegar Rosie para que eu pudesse assistir a um filme de
Hugh Jackman (eu ainda tinha minhas bolas intactas,
muito obrigado), vi Nina esperando por mim na
recepção, segurando um casaco molhado e barato contra
o peito. Seus olhos estavam bem abertos e, se não estou
enganado, ele tinha enormes cifrões em cada pupila.

–Sinto muito, Sr. Cole –Sue me lançou, pegou seu iPad


e parecia muito nervosa pela primeira vez em anos. Nina
tentara entrar no prédio com frequência, pelo que eu
ouvira, mas minha equipe sabia que os idiotas seriam
demitidos e as pessoas pagariam se ela entrasse no meu
domínio.

– Não sei como passou pela segurança do andar


térreo. Estamos entre recepcionistas como você sabe ...

Ignorando minha Assistente Pessoal, eu andei em


direção a Nina. Ela estava a três centímetros de meu
rosto e meus olhos ardiam dentro de sua alma quando
nossos corpos se encontraram. O tipo de olhar que eu dei
a ela quando disse que da próxima vez que aparecesse no
meu escritório, sairia com suas diferentes partes do
corpo espalhadas e então seria jogado no Hudson.

– Vá. A. Merda.

– Ele quer ver você.– Empurrou seu corpo contra o


meu. Patética. Suas palavras me pegaram de surpresa,
mas eu mantive meu equilíbrio, sem deixar seus jogos de
manipulação me afetarem. Agora que eu estava olhando
prestando atenção realmente percebi que suas roupas
estavam em farrapos, e aquele batom rosa brilhante que
gostava tanto estava todo manchado em seu rosto. Que
fodido desastre. Estava usando de novo.

– Estou falando sério, Nina.– Minha voz relaxou, mas


minha postura não. – Não me importa. Diga–lhe que não
quero vê–lo. Agora fora. Eu odiaria chamar segurança.
Nós dois sabemos que você não pode pagar por outra
prisão com seu registro criminal.
Isso deveria ter sido o fim, mas não foi assim. Nina não
apareceu pessoalmente de novo – eu acho que ela sabia
que iria cumprir minha ameaça – mas ela começou a me
enviar coisas que pertenciam a ele para medir minha
reação. Para me fazer ceder e atender suas chamadas.
Um boné preto do Raiders, para me mostrar que ele
também adorava futebol. Um copo de plástico de
Birmingham, Alabama, todo emplastrado. Uma caneta.
Qualquer. Merda. Não queria que essas coisas me
afetassem, mas afetaram, e eu tive que ficar longe de
tudo. Estava chegando ao ponto de ruptura que te fazia
desmoronar.

A decisão de ir a Sinners Saints não foi apenas para


fugir de Nina. Era hora de todos saberem quais eram
minhas intenções com Rosie. Eu ia casar com aquela
garota, porra, em breve. No final do mês, não estávamos
morando juntos, oficialmente.

Estava mergulhando de cabeça em uma realidade


confusa e não me importei com nada. Eu me acorrentei
ao seu destino, sabendo como terminaria.

Rosie começava todas as manhãs tomando muitos


comprimidos e usando o colete duas vezes por dia. Todas
as outras tardes ia à fisioterapia. Quando andávamos, ela
parava e se inclinava contra uma árvore, sem fôlego,
sorrindo desculpando–se enquanto agarrava seu lado.
Minha namorada não estava bem. Nunca iria ficar bem. E
mesmo assim íamos fazer funcionar. As pessoas tinham
que saber, aceitar e seguir em frente.

A outra razão pela qual arrastei seu traseiro para


Sinners Saints foi Trent. Jaime e eu prometemos que
faríamos Vicious concordar em mudar de ramo. O
bastardo estava indo para Chicago com Millie e o bebê,
quer ele gostasse ou não. Eu sabia que não ia cair sem
perder a luta, lutar era um dos nossos passatempos
favoritos – e eu estava pronto para a batalha.

Como esperado, a reunião de Rosie com os meus pais


seria discreta e íntima, mas quando minha mãe percebeu
que estava trazendo uma garota para casa pela primeira
vez desde ... bem, desde sempre, se moveu um pouco. E
por "um pouco", quero dizer, porra louco. Ela ligou para
minhas irmãs e sabe? Keeley planejou uma visita do
Maryland, e Payton estava de volta a virar da esquina de
NorCal, e assim foi de almoço tranqüilo com meus pais e
namorada para se tornoa a mãe de todos os shows de
merda.

– Estou tão nervosa que eu estou a ponto de vomitar


no meu decote. – Rosie agarrou a minha mão quando
estacionei um dos carros de Vicious na frente de sua
casa.

– O lado positivo é que pelo menos cobrirá meus


peitos. É melhor parecer asquerosa a parecer uma puta,
certo?
– Você acabou de usar a palavra puta?

Mordi o interior da minha bochecha para conter meu


sorriso.

– Raro, certo? Eu acho que é nervosismo.

– Jesus, Baby LeBlanc. Eu não sabia que as coisas


estavam tão ruins.

Ela nunca conheceu os pais de seus ex–namorados


antes. Nunca tinha chegado tão longe com mais ninguém.
Era quase como se estivéssemos esperando por esse
momento para podermos experimentá–lo juntos. Nós
não éramos crianças. Estava beirando os trinta anos. Ela
tinha vinte e oito anos. Nós éramos emocionalmente
virgens e era como se tivesse acabado de me dar seu
cartão V.

Uma vez eu pedi.

Desta vez eu peguei.

E amava que pudéssemos experimentar algumas


primeiras vezes juntos.

– Só você. Tenho certeza que será bom o suficiente. E


se não. – Dei de ombros, estalando meu chiclete de
menta. – Eu vou te substituir. Você tem uma prima sexy
né?

Toquei a campainha enquanto Rosie me jogou adagas


com seus olhos azuis do lago. Em qualquer outro
momento, eu entraria sem problemas, mas ela precisava
desses segundos. Sua palma estava suada e teve um
acesso de tosse que ela tentou acalmar respirando
profundamente. Rosie não fazia ideia de que ela já havia
impressionado meus pais simplesmente lidando com
minha bunda louca e aceitando quem eu era. No entanto,
eu não iria tranquilizá–la ainda. Eu adorava vê–la fazer
um esforço.

Ela usava um vestido azul formal sob um casaco


enorme e não, o decote não era tão generoso quanto ela
pensava e seu cabelo estava trançado. Todo aquele bom
ato de uma boa menina era uma farsa completa, e vê–la
mentindo para mim com aquele vestido pudico era
excitante.

Minha mãe abriu a porta, usando seu distintivo paletó


verde–limão e seu sorriso cor de mel. Se jogou em Rosie
e a abraçou como se tivessem se conhecido sempre, e
Rosie se derreteu em seus braços, seu corpo rígido
protegendo sua armadura. Meu pai sacudiu a mão de
Rosie e ofereceu–lhe um sorriso, que guardava apenas
para os filhos. Então começou a acariciar minhas costas e
sussurrou algo totalmente inadequado em meu ouvido
sobre a minha namorada. Payton e Keeley estavam na
porta como duas espreitadores de dez graus e elogiavam
seu vestido. Então voltaram sua atenção para mim.
– Você ainda está se exercitando.– O tom de Keeley
estava na borda acusadora. Ela sacudiu seu cabelo loiro
sujo.

– Não há ginásios em Maryland? Passei pelo meu


ombro ao seu lado e apertei seu bíceps de brincadeira.
Keeley não tinha tempo para se exercitar e, embora
estivesse no tamanho padrão, isso era adequado para ela.

– Oh, olha, nosso irmão ainda é super divertido–,


Payton cutucou. Revirei os olhos e minha irmã bufou. – O
que, não há senso de humor em Nova York?

Deixando de lado o combate de jovens, as coisas


começaram com o pé direito. Rosie e eu fomos
encaminhados para a sala de jantar, onde o White Trash
Hash [1], o Cowboy Breakfast Bowls [2], bagels e
cupcakes de Brownie estavam esperando na mesa
rústica e moderna. Suco de laranja, café e leite estavam
prontos para serem devorados.

A boca de Rosie caiu no chão, a língua dela rolou como


um tapete vermelho, e ela não tinha certeza se era
porque estava com fome ou por causa do que estava
vendo. Eu reprimi uma risada quando pensei em como
ela provavelmente imaginou minha família. Um grupo de
imbecis presunçosos que só comia pratos com nomes
franceses e vivia em uma mansão como a de Vicious.

A verdade é que meus pais vêm de uma cidade nos


arredores de Birmingham, Alabama. Meu pai era filho de
um senador, mas minha mãe era do tipo Rosie. Seus pais
trabalhavam em uma fazenda. Eles se conheceram
quando ela limpou seu quarto para cobrir sua mãe
doente. Seus pais a odiavam e ela os odiava, mas nenhum
deles importava. Meu pai tornou–se um dos advogados
mais poderosos da Califórnia, fazendo o resto da história
passar. Mas eles eram do sul do começo ao fim, e eu acho
que a comida gordurosa em nossa sala de jantar era um
teste disso.

– Acomode seu traseiro, Baby LB – Puxei a cadeira,


dando a ela a minha própria versão de ser um cavalheiro.
Nós nos sentamos um ao lado do outro. Servi–lhe o café.
Ela gostava de preto. Sem açúcar. Sem creme. Sem nada.
Na verdade, Rosie evitava leite e eu me conscientizava
daquelas coisas porque cada detalhe dela era observado,
gravado e armazenado em meu cérebro. Mantive minhas
mãos longe dela, sabendo muito bem que no momento
em que meus dedos encontrassem os delas, não
parariam até que fossem submersos entre suas pernas.
Meus pais não tinham ideia do bastardo gostoso que
haviam criado. Eu tentei manter assim.

– Rosie, ouvi dizer que você é voluntária em um


hospital infantil– Keley sorriu.

– No Hospital Infantil Mott, em Manhattan–, Rosie


confirmou, tomando um longo gole de café.

– Na unidade de terapia intensiva para recém–


nascidos.
– Você realmente deve amar as crianças. Dean sabe
que ele vai ser pai de pelo menos três ou quatro deles? –
Minha irmã brincou, dando uma mordida em seu bacon
gordo. Rosie piscou, seu sorriso calmo sem hesitação.
Meu intestino se tornou um nó de cabos fortes. Porque,
embora Rosie não tivesse me contado sobre sua situação
ainda – bem, ela fez, mas não conscientemente, e
certamente sem os detalhes – que não fez sua realidade
menos real. Eu não deveria ficar bravo com Keeley. Eu
tinha sido franco e estava brincando. Eu não deveria, mas
eu estava fodidamente.

– Keeley obrigado por assustar minha namorada cinco


minutos depois do almoço ter começado–. Eu sorri com
satisfação, casualmente pedi a minha mãe para me
passar a taça de sabe–se lá o que, apenas para manter as
coisas movendo se.

– Dois podem jogar este jogo. Eu estarei esperando


por seu futuro namorado com um arsenal de perguntas
sobre a qualidade de seus métodos de esperma e
parentalidade quando chegar a hora.

Rosie pôs a mão na minha coxa.

– Ei, tudo bem.– Sorriu com todo o rosto.

– Sim. Eu tenho uma paixão por crianças. Eu adoraria


ser mãe algum dia –, acrescentou depois de uma pausa.

– E acho que seu irmão seria um pai incrível. É


carinhoso. Sempre certificando–se de que a ansiedade é
distribuída igualmente entre nós. – Acariciou minha
bochecha e me piscou um olho.

Eu ri porque ela esperava que eu fizesse isso, mas


risos nunca vieram aos meus olhos. Ou qualquer osso no
meu corpo, para esse assunto.

– Estou fazendo qualquer coisa que você queira.– Eu


agarrei a parte de trás do seu pescoço, plantando um
beijo em sua testa.

– Três filhos. Dez crianças. Um. Nenhum. Eu não me


importo com nada, contanto que esteja com você.

Enquanto eu estava dizendo isso, eu sabia que minhas


bolas nunca me perdoariam pelo queijo que eu derramei
sobre a minha reputação, mas minhas bolas não tinham
nada a dizer. Eu não as ouvi reclamar ontem à noite
quando Rosie as lambeu enquanto chupava meu pau.
Minha dignidade era um preço que eu estava disposto a
pagar por sua felicidade, e esperava que ela lesse nas
entrelinhas e entendesse que seus problemas de
infertilidade não se interpunham entre nós. Menos filhos
= mais Rosie para mim. Não há queixas.

–Awww –Payton arrulhou.

–Cresceu um coração em alguém.

– O que você coloca na sua bebida, Rosie? – Keley riu,


fingindo se abanar com a mão.
– Isso não é algo que meu irmão diria a menos que ele
tivesse perdido uma aposta.

Mãe sorriu tanto que achei que o rosto dela ia


desmoronar na nuca dela. Papai parecia um pouco
desconfortável, mas não por esse assunto. Foi ele quem
me colocou na cabeça que precisava me estabelecer.
Papai estava movendo os olhos entre o relógio Bvlgari e
eu. Eli Cole não era um homem que se chateasse
facilmente.

– Quando vocês deixarão Sinners Saints? – perguntou.

– Amanhã de manhã. Nós vamos passar o jantar de


Ação de Graças com os Spencer – peguei um morango na
minha boca e mastiguei. Talvez estivesse chateado
porque eu estava com a família de Rosie, mas deveria
saber que ganhar seus pais era uma prioridade neste
ano. Os pais de Rosie não me odiavam completamente –
eu os ajudei a se recompor quando se mudaram para Los
Angeles, e Vicious estava em Nova York brincando de
Romeu com Emilia – mas foi lá que eles me pegaram. Se
eu tivesse duas filhas e um bastardo desejasse as duas,
eu também suspeitaria de suas intenções.

Eu precisava reabilitar minha imagem, ter certeza de


que eles sabiam que perseguir a bunda de LeBlanc não
era um hobby meu.

– Você pode passar aqui depois? – Papai alisou a


camisa polo.
– Existem alguns problemas que devemos discutir.

O rosto da mamãe mudou, seus olhos estavam


implorando agora.

– Estão se divorciando? Minha voz estava seca, uma


sobrancelha levantada.

– Oh, Deus!– Minha mãe zombou, pegando suas


pérolas.

– Do que você está falando, Dean? Claro que não.

– Alguém está morrendo? –Eu tentei

– Não, disse papai.

– E nenhuma dessas garotas está grávida? – Eu joguei


um polegar na direção de Keeley e Payton. Minha aposta
foi em Payton. As crianças eram problemas. Mas meus
pais balançaram a cabeça ao mesmo tempo, negando isso
também.

– Nesse caso, vou adiar por mais uma vez.– Tomei um


gole da minha água, recostando–me na minha cadeira.

– Temos uma reunião de diretoria no escritório de Los


Angeles depois do jantar, o que demorará um pouco.

– Está tudo bem? – Papai franziu a testa. Eu encolhi os


ombros.
– Estamos torcendo o braço de Vicious ele precisa
alterar as ramificações com o Trent. Ele quer estar mais
perto de seus pais agora que Val foi embora.

Quando as palavras saíram da minha boca, percebi


que Rosie não sabia nada sobre isso. Eu esqueci de dizer
a ela. Eu não acho que ela se importe. Mas, claro, ela se
importaria. Seus pais moravam na casa de Vicious, e sua
irmã estava tendo o filho do caralho. Mesmo sabendo
que Vicious nunca venderia a mansão – ele a amava
demais –, eu ainda me sentia como uma idiota, jogando–a
na cara do nada.

Ela se inclinou para frente, meus dedos já não


tocavam suas costas, seus lábios não sorriam mais e
foda–se, eu era um imbecil. Ela tinha todo o direito de me
causar um problema por causa disso.

– Você ainda pode fazer isso, mesmo que seja tarde –


meu pai insistiu. Inferno, o que aconteceu com ele hoje?

– Não posso, pai. Eu te disse. Isso pode demorar um


pouco. Se você tem algo para me dizer, faça.

– Preferiria que não.

Larguei meus talheres lentamente, tomando o tempo


para escanear cada rosto curioso na mesa antes de falar
novamente.

–Somos uma familia. Todos nós. – Minha mão


encontrou o pescoço de Rosie, mas ela se afastou,
gentilmente mas com firmeza, deixando–me saber que
estaria dormindo no canil.

– Dean, querido–, Mamãe lambeu os lábios, Keeley e


Payton pareciam confusas do outro lado da mesa. Elas
também não sabiam o que diabos estava acontecendo.

Obrigado foda–se. A última coisa que eu precisava era


de uma intervenção ou de uma merda assim.

Nada sobre a situação fazia sentido. Nossa família não


tinha segredos. Bem, havia um, era meu, mas estava
enterrado dois metros abaixo, coberto pela sujeira da
vida cotidiana e pela poeira de anos de negação. A regra
era que, quando estávamos juntos, conversávamos
livremente. Nós nunca nos detivemos.

Só não éramos apenas nós na sala agora. Rosie


também estava lá. Isso me alertou, minha mandíbula
travou e meus olhos se estreitaram.

Que diabos Nina fez agora?

– Essa coisa velha. Ainda não falei com Rosie sobre


isso. – Esfreguei o rosto cansado.

– Sim, bem. Vou atualizá–lo assim que terminarmos


aqui. Não lhe importa a mínima. Eu prometo, – eu disse,
observando todas as sobrancelhas do ambiente –
incluindo a de Rosie – se levantando em descrença.
– Por favor, se você precisar dizer alguma coisa, faça.
Não me importa. Isso me faria sentir em casa–, brincou
minha namorada.

Nenhum de nós achou engraçado. Meus dentes se


apertaram.

– Alguma razão pela qual você escolheria interromper


a refeição agora? –Eu agi como se não fosse nada.

O almoço estava se transformando no tipo de merda


que Jerry Springer costumava fazer quando usava
drogas, deitado no sofá bebendo cerveja gelada.

Diga olá à sua vida atual, idiota. Não é um programa de


TV; É a sua realidade.

– Ouvimos dizer que Nina estava em Nova York. – Meu


pai levantou o queixo e foi quando notei que ele não
havia tocado nada em seu prato. Eli Cole não comeu seu
maldito almoço de cowboy. Isso foi estranho. Ele se
casaria com alimentos gordurosos se fosse legal. Mamãe
deixa ele ter uma vez por ano.

– Eu vejo que ela te deu uma atualização sobre o


paradeiro dela. – Eu disse
Mais ou menos. Algo assim. Bem, não realmente.

– Nós todos sabemos o que ela quer. – Papai colocou a


mão na minha e me fez parar de tremer. Eu levantei
meus olhos para os dele. Nós dois engolimos em seco.

– E eu acho que é hora de encarar o que tem a dizer,


filho.

–Você acredita nisso? – Recostei–me no assento,


quebrando o contato, um dos meus cotovelos
descansando na mesa e meu outro braço deslizando em
torno do assento de Rosie.

– Quem vai pagar por esta pequena aventura?

–Você ou eu?

– Eu, se é com isso que você se importa. Mas não é. Sua


mãe e eu queremos discutir isso com você Não é uma
questão para ser tratada por telefone.

A mão de Rosie desceu para o meu joelho. Payton e


Keeley pareciam confusas, mas ela estava totalmente
aterrorizada. Eu precisava fazê–lo parar. Eu adiara essa
conversa por tempo suficiente. Era hora de enfrentar as
conseqüências.

Meus olhos ainda estavam na batalha com meu pai. Eu


estava ficando bravo. Isso quase nunca aconteceu. Eu
tinha um bom relacionamento com meu pai. Nós
jogavamos golfe juntos. Fomos para partidas de futebol
juntos. Conversavamos até tarde da noite toda vez que
eu ia para casa visitar.

Outra coisa para beber juntos – eu tinha um problema


e eu não queria que ele testemunhasse meu lado feio por
si mesmo – nós praticamente fazíamos tudo juntos. Ele
era uma fonte de orgulho para mim. Até meus amigos
estavam visitando para pedir conselhos.

– Bem, – eu bati.

– Eu vou tentar fazer isso. Não diga que eu não avisei.


Pode ser às três ou quatro da manhã. Essas reuniões
podem ser demoradas. – Sim, elas eram. Nós sempre
tomamos nosso maldito tempo quando fechamos a porta
para o mundo exterior. E convencer Vicious a fazer algo
que ele não queria fazer? Sim, teríamos a sorte de sair de
lá antes de janeiro.

– Estaremos acordados a noite toda, se necessário.


Papai pegou a mão de mamãe na dele, flexionando as
maçãs do rosto.

– Existe alguma maneira de falarmos sobre os futuros


bebês de Dean novamente? Keley se mexeu na cadeira.
Rosie parece cinquenta sombras mais pálida e estou um
pouco assustado.

– Está bem? –Virei a cabeça, checando minha


namorada. Ela não parecia bem. Parecia que ela ia
desmaiar. Rosie acenou com a cabeça, peguei a mão dela
na minha, e desta vez ela me deixou, o que não era um
bom sinal se você conhecesse Rosie.

Ela deveria estar com raiva de mim.

– O inalador, por favor. – Sua voz mal era um assobio.


Eu corri para a bolsa dela. Ela sabia então que seus
inaladores estavam nos bolsos da frente e eu peguei os
dois antes de voltar para a mesa.

O silêncio de todos estremeceu meus nervos quando


Rosie bebeu água depois que ela usou o inalador azul. Eu
estava tremendo de raiva. Que diabos meus pais
achavam que estavam fazendo? Eles tinham todo o
tempo do mundo para tratar da questão de Nina, e eles
decidiram que esse almoço era a oportunidade perfeita?

Fodam–se.

Foda–se isso.

E foda–me também, por esquecer de falar sobre isso.


Esqueci–me de lhe dizer que íamos para a enfrentar
Vicious, mas mesmo que eu não tivesse esquecido, que
bem teria feito? Rosie ia

– Bem ... isso foi divertido.– Rosie murmurou, seu


sorriso fraco quando estávamos ao lado da porta. Eu
ajudei–a a vestir o casaco, sentindo–me o maior imbecil
do planeta Terra. O que foi irônico, porque ela me
chamou de Terra. O que ela não tinha percebido era que
eu realmente era o maldito planeta dela. Porque quando
eu ia explodir, muita gente do caralho ia se machucar no
processo.

Minhas irmãs e minha mãe ainda se despediram


quando abri a porta e a ajudei a entrar no jipe. Seus olhos
estavam para baixo, seu corpo solto. Sempre deixava de
lado a doença de Rosie, mas ela estava lá, espreitando
nas sombras, esperando a oportunidade perfeita para
agarrá–la pela garganta.

Eu tive que me acostumar com a idéia, mas não


consegui. Toda vez que eu a via usando um inalador –
inclusive hoje – isso me deixava tão zangado, que a
necessidade de bater em uma parede me dominava.
Nebulizadores, pílulas, sprays nasais. Meu apartamento
estava cheio deles agora. Tinha o Dr. Hasting em minhas
ligações rápidas, o endereço de seu fisioterapeuta, e
sabia o momento exato e dias em que ela iria ia suas
consultas e o que fazer quando começava a bater no
peito e assobiando como uma cobra.

Eu sabia que a expectativa de vida de uma pessoa com


fibrose cística era de trinta e sete anos. Sabia que todos
os homens diagnosticados com CF eram inférteis, e
muitas das mulheres tinham dificuldade em ter filhos. E
eu não queria saber nada sobre essas coisas. Porque ela
não era uma maldita doença. Ela era uma pessoa com
quem tinha feito planos. E esses planos excederam
estatisticamente dez anos que a havia deixado.
Eu liguei o carro, mas não soltei o freio de mão.
Olhando para a rua com as árvores mais cuidadas do
mundo, onde minha família residia, a melancolia
gotejava em meu coração.

Que porra você está fazendo, idiota?

– Você tem um segredo. Um grande problema, – Rosie


sussurrou, olhando pela janela.

Rosie e eu não começamos com o melhor em nosso


relacionamento. Eu queria que ela se acostumasse a nós
antes que soubesse que realmente havia um nós. Seu
pacote inteiro pode ser explosivo, mas o meu foi um
desastre. Um grande

– Você também–, eu disse.

Ela me ofereceu um olhar surpreso. Sem negar isso.

– Sim, – disse.

– Já corrompemos essa coisa de relacionamento.

– Você está brincando? – Eu ri entre dentes.

– Nós estamos fodidamente a coroando. Isso é um


pontinho. Uma pequena orelha em nosso livro de
gênialidades.

– Na minha realidade, todo pontinho pode ter


consequências–, Rosie me lembrou.
– Na nossa realidade– , respondi. –Eu sempre estarei
aqui para ter certeza de que suavizemos as arestas.

Nós dirigimos em círculos por um tempo, assim como


fizemos em nossa primeira noite juntos em Sinners
Saints. Eu a levei para todos os lugares que visitamos
antes de fazermos sexo pela primeira vez. Para a nossa
velha escola, a companhia de navegação, para o Liberty
Park e, finalmente, para aquele banco. As pessoas nos
ligavam, nossos telefones tocavam e vibravam em nossos
bolsos. Meu pai, mãe, pais de Rosie, Vicious e Millie.
Então, quando estacionei na colina observando a quadra
de basquete, joguei os dois telefones no porta–luvas e
fechei–o antes de irmos para o nosso assento. Nervoso
eu não capturei totalmente o caos que estava dentro de
mim. Eu ia colocar o meu segredo na mão dela. Um
segredo que ninguém deveria saber, exceto minha
família. E eu ia mostrar minha fraqueza antes dela.

Todos eles.

Camada por camada.

E ouvir pela primeira vez se meu verdadeiro eu era


digno de ser amado. Não parecia certo sentar–se. Havia
muita adrenalina na minha corrente sanguínea, muita
dor no ar. O inverno queimou nossa pele, e Rosie estava
coberta da cabeça aos pés, como deveria ser.

– Vamos dar um passeio–, eu disse. Ela tossiu um


pouco.
– Eu só vou atrasar você. Eu não posso dar longos
passeios.

– Você nunca me atrasa. Você me dá tempo para


apreciar meu ambiente. –Minhas bolas protestaram
novamente. Bolas estúpidas não entendiam que fazê–la
feliz beneficiaria cada parte do meu corpo. Elas inclusive.

Descemos a colina, passando pelas exuberantes


colinas verdes, esquivando–se de galhos pendurados e
vinhas não aparadas que haviam começado a invadir a
estrada limpa. Suas mãos estavam dentro do casaco e as
minhas estavam nos meus bolsos. Nunca foi um bom
momento para quebrar o tipo de porcaria que eu ia dizer
a ela, então eu fui direto ao ponto.

– Minha mãe biológica me deixou pra morrer no


Walmart quando eu tinha três horas de vida.– Meu tom
foi desdenhoso. Ela continuou andando, seus músculos
tensos com a minha confissão.

– Ela era viciada em crack. No minuto em que soube


que estava grávida, ela saiu, deixou sua família no campo
e desapareceu em algum lugar nos esgotos de
Birmingham.

Rosie era uma garota inteligente. Sabia que estava


fadada a suspeitar que algo estava caindo.

Talvez ela tenha pensado que eu era um pai


desnaturado que decolou assim que as coisas ficaram
muito reais. Sim, essa não era uma opção. Sempre
envolvia Dean Junior. Havia personalizado preservativos,
pelo amor de Deus. A única pessoa que não usei
preservativos em toda a minha vida foi Rosie. Nunca
senti a boceta de outra mulher, carne com carne, diante
dela.

– Eu não ...– ela tentou engolir o máximo de oxigênio


que podia para evitar chorar.

– Por favor continue.

– Eu fui encontrado pelo porteiro. Minha mãe, Nina,


foi encontrada a alguns quarteirões, comprando
charutos. Seu vestido estava coberto de sangue. Quando
foi levada ao hospital, ligou para a irmã para ajudá–la a
lidar com o problema legal em que ela se metera. A irmã
de Nina é minha mãe, Helen.

– Jesus – Os lábios de Rosie tremiam e também os


dedos com os quais ela os cobria. Uma parte de mim, a
parte lógica, suponho, reconheceu que era fodido que
nenhum dos meus amigos soubesse que eu era adotado.
Mas isso, agora, era exatamente porque eu queria
continuar assim.

Eu era poderoso.

Era imponente.

Era um deus filho da puta.

Os olhares de pena e sussurros silenciosos de palavras


doces não fizeram nada para acalmar o corte profundo
que Nina tinha criado quando ela chutou minha bunda. A
única razão pela qual eu tolerava isso era porque era
Rosie quem as estava dando para mim. Eu tomaria
qualquer emoção dela. Até mesmo pena. Até ódio.
Qualquer coisa, desde que não fosse indiferença.

– Minha mãe – minha mãe de verdade, Helen, que me


criou – decidiu me adotar. Eu acho que Eli concordou
porque ...– Eu pensei um pouco, uma risada escapando
dos meus lábios

–Bem, porque ele é um maricas, suponho. Ela


realmente ama minha mãe, como você vê. Nina não me
amava mesmo. Ela tinha muita merda
acontecendo em sua vida. Eu nem sequer me ressenti
disso. Quero dizer, é muito foda deixar seu recém–
nascido em um banheiro público, sim. Mas não é por isso
que eu odeio sua coragem agora. Realmente não. No final
do primeiro dia da minha vida, estávamos todos no
mesmo hospital de Birmingham. Nina assinou minha
certidão de nascimento e não incluiu o nome de meu pai
– ela disse que não sabia, e honestamente, não foi uma
surpresa para ninguém em seu círculo próximo – e meus
pais começaram a preencher a papelada para adoção.

– Oh, Dean. Sinto muito. Sinto muito –, repetiu Rosie,


ainda estávamos andando, o que era bom. Eu não queria
ter essa conversa com o desconforto desnecessário do
contato visual. Já parecia que a verdade estava sendo
arrancada da minha boca como dentes, um a um. Ela
pegou minha mão, apertou–a na dela e eu respirei fundo,
sentindo a pressão nos meus pulmões quando eles se
encheram.

– Meu pai aceitou um emprego na Califórnia e eles se


mudaram. Mamãe ficou grávida das minhas irmãs.
Parecia a família que ninguém se incomodou em
perguntar. As pessoas apenas assumiram que eu era o
filho de Helen e Eli Cole. Nós nunca nos preocupamos em
consertar–los, porque quem se importa, sabe?
Funcionou. Nós fomos embora, e a mentira se tornou tão
grande, tão enorme, que era tarde demais para pedalar
de volta e expô–la ao mundo. Não é como se minha
família me tratasse diferente. Minhas irmãs sabem disso.
Meus pais sempre me trataram da mesma forma que
elas, não é como se minha adoção importasse para
ninguém.

Eu parei com uma carranca.

–Bom, para qualquer um, menos pra mim. Minha mãe


estava sob a falsa ilusão de que eu poderia ter um
relacionamento íntimo com Nina. Meu pai acha que todo
mundo merece uma chance – bem, ele merece. Ele é
advogado. Seu trabalho é defender os criminosos. De
qualquer forma, eles sempre me fizeram ir ao Alabama.
Todo verão até eu completar dezoito anos. Esse foi o
acordo.

Lembrei–me do meu último verão com Nina quando


fiz dezoito anos e um calafrio na espinha. A cadela caça
fortunas. Só o pensamento do que ele fez meus punhos
ardem por uma luta sangrenta.

Em algum momento de sua vida desastrosa, Nina se


casou com um cara chamado Donald Whittaker. As
pessoas o chamavam de Coruja porque ele costumava
vender drogas das 02 às 6 da manhã nos cantos da rua.
Um bom partido, como você pode imaginar. Whittaker
conseguiu que o prendessem, foi liberado e decidiu se
mudar para a periferia da cidade. Ele comprou um
pedaço de terra – uma fazenda – e viveu o sonho do
fazendeiro. Nina chutou seu hábito de crack, tanto
quanto meus pais estavam preocupados, ela estava
limpa. Parecia limpa, porque ele não colocou mais
agulhas como veneno em suas veias. Mudou para as
drogas mais dignas para a mamãe. Adderall, Xánax, oxi.
Essas coisas engraçado que faz sua adição parcialmente
invisível. E eu nunca me preocupei em corrigi–los porque
eu era um bastardo patético que esperava a merda que
um dia a mulher que me deu a luz a perceberia que era
valioso e que me amasse.

–Dean.– Ela balançou a cabeça, as lágrimas escorrendo


pelo rosto.– Oh, Dean

–Todo verão, quando eu ia vê–los, ela me fazia andar


de bicicleta 32 km da fazenda para a cidade para
comprar drogas para a dona de casa.

–Por que você aceitou fazer isso?


– Porque eu queria fazê–la feliz? Eu ri, um nó amargo
se contorcendo no fundo da minha garganta.

– Por que procurava sua aceitação? Quero dizer, quão


fodidamente inútil você pode ser para sua maldita mãe
que queria te jogar no banheiro antes mesmo de você
abrir os olhos. Aos dezessete anos, finalmente abri os
olhos e disse que não queria passar o verão com eles. Eu
disse aos meus pais que estava cansado de fazer trabalho
de campo por dois meses. Eles aceitaram, mas depois eu
estraguei tudo em uma festa e eles decidiram me mandar
de qualquer maneira como castigo. Acabou sendo o pior
verão da minha vida, porque foi quando percebi que não
só Nina não me amava ... ela me odiava.

Rosie estava chorando, eu não ousava olhar para ela,


mas senti seu ombro vibrando contra o meu. E eu me
odiei por fazê–la chorar, e eu odiei Nina por me fazer ter
essa conversa em primeiro lugar.

– Para encurtar a história, Nina me fez algumas coisas


deploráveis quando criança. Eu era um peão em seu
maldito jogo. Um meio para um fim. Ela me usou como
um cara dos recados e me fez fazer alguma merda
estúpida e ilegal, então subornou minha bunda com
álcool e erva para ter certeza que eu calaria a boca e não
a entregaria aos meus pais. Eu tinha doze anos quando
tomei minha primeira garrafa de uísque e uma fumaça
comum. Eu achei que foi ótimo que Nina e Owl me deram
coisas assim. Isso significava que eles me viam como um
adulto.

Rosie engoliu em seco e desviou o olhar.

– Essa é a razão pela qual você faz isso. Ela disse.

– Essa é a razão pela qual você é um viciado?

Meu nariz doeu.

– Foi assim que comecei. Isso me fez sentir bem. Erva


e álcool fizeram meus verões passarem mais rápido. Eles
colocaram uma cortina de fumaça na minha realidade –
uma casca fina que ninguém tinha sido capaz de quebrar.

– E eu trouxe o hábito, mesmo quando voltei para um


lugar que eu amava, de volta para meus pais e irmãs.

– Nina nunca me disse quem era meu pai. Isso me


incomodou. Eu sabia que era um idiota, mas eu sempre
quis saber se era um idiota completo dos dois lados, ou
se talvez eu tivesse alguns genes resgatáveis em mim. E
depois que a merda chegou ao ponto de ebulição onze
anos atrás, durante minha última visita à fazenda, decidi
jogar fora e fugir.

Cortei isso da minha vida. Funcionou durante a


faculdade,porque eu não tinha nada em meu nome,
exceto uma confiança e um quarto. Mas quando
fundamos a Fiscal Heights Holdings e começamos a
atirar na multidão, ela concordou em me dizer quem era
meu pai.
–E? – Rosie perguntou, ofegante. Eu reduzi meus
passos.

– E ela quer seiscentos mil dólares para me dar seu


nome.

– Isso é uma loucura! – Rosie protestou, batendo a


perna no chão.

Eu parei de repente e me virei para olhar para ela. Seu


rosto estava vermelho, espancado de dor. Minha dor. Eu
coloquei lá. E embora nunca tenha sido meu objetivo
ferir seus sentimentos, eu gostei de seu calor, porque ela
queimou por mim.

– Então? Você já pagou a ela?– Ela chutou um pouco


de lama ao redor.

–Não. – Passei a mão pela trança dela, puxando–a.

– Mas essa é a razão pela qual ela está agindo como


um perseguidor enlouquecido e continua ligando a cada
meia hora. A fazenda de Whittaker está perdendo
dinheiro, e ela tem um hábito caro de cocaína para
manter. Prescrição de medicamentos não funcionam
mais. Odeia o marido. Ela quer sair. Ela quer que eu a
ajude. Isso está fora de questão.

– Mas quer saber quem é seu pai, certo? – Rosie piscou


confusa.

Eu assenti.
– Sim, mas o sentimento não é mútuo. Se fosse, ele
teria me contatado agora.

– Talvez ele não saiba da sua existência–, sugeriu


minha namorada.

Isso foi o que eu esperava. E orei. E me convenci todas


as noites.

– Ou talvez ele não se importe. – Continuei andando e


ela seguiu meu passo.

– Ou talvez ele esteja com medo de sua reação depois


de todos esses anos–, ela respondeu.

– Talvez, Dean, você precisa fazer o que é certo para


você, mesmo que não seja o que Nina quer.

– Ou talvez. Estava agindo como um maldito garoto


de quatro anos,

– ele sabia, mas ele não podia evitar. Ele está


competindo com Val pelo pior prêmio de pai – há muitos
candidatos para este título – e assim como Luna está
melhor sem sua mãe ausente. Estou melhor sem ele.

Nós paramos no meio do que se pareceu com a


floresta mas era menos de 2 quilômetros do carro. Rosie
andava a passo de caracol. Ela se virou para mim e eu
acho que nunca vi tantas lágrimas em um rosto. Suas
bochechas e queixo estavam úmidas, nuvens de máscara
cinza em seus cílios.
– Sinto muito que isso tenha acontecido com você–,
disse, e ela sentia. Mas eu não queria sua pena. Eu queria
que ele soubesse que era a fera de um homem que nos
levaria através de tempestades e furacões. Para o inferno
ida e de volta. Através da vida, e se necessário, então
sim, até mesmo através da morte.

– Eu não posso acreditar que todos esses anos você


escondeu isso de nós. –Rosie enxugou uma lágrima com a
manga da sua jaquete preta

– Teus amigos tem o direito de estar a par

Sim, isso não vai acontecer.

– Não, não, boneca. É o que é. Todos nós temos


segredos, acredite em mim. É isso que nos faz quem
somos. Isso não torna nossa amizade menos forte. E é a
verdade.

– Você sabe o que tem que fazer?

Rosie mordeu o lábio inferior, contemplando. Eu olhei


para ela. Mesmo se tivesse me dito para fazer burpees
nu até Sinners Saints e voltar, eu faria.

– O que seria isso?

– Você precisa chegar ao ventre da fera e matá–lo. –


Seus olhos brilhavam com determinação. Eu sorri,
enfiando um fio solto atrás da orelha dela que caiu de sua
trança.
– Matar a Nina? Tentador, mas acho que ela não vale a
pena ir para a cadeia.

Ela revirou os olhos.

– Quero dizer falar com ela. Pague–lhe o dinheiro.


Veja. Vá em frente com sua vida, não importa o que você
descubra. A verdade é que você nunca deixará seus vícios
se não o fizer, e acho que nós dois sabemos disso.

– Ela não merece o dinheiro–, murmurei.

–Depois do que fez–, ela colocou a mão no meu


pescoço, movendo–o para o meu torso,

– Nada vai fazê–la feliz. Está contaminada. Você não


volta disso. Fazer com que os outros se sintam mal nunca
é recompensador, não importa o quanto você tenha sido
ferido. A compaixão, no entanto, é o traço mais
recompensador que se pode ter. É por isso que todas as
guerras terminam eventualmente. É por isso que a
maioria das pessoas ama seus filhos, não os maltrata.
Prometa–me que você vai responder?

Eu balancei a cabeça, embora lidar com a bunda de


Nina fosse a última coisa na minha lista de coisas por
fazer.

Minha vida era complicada como era. Eu era louco por


uma garota que ia dormir todos os dias sem saber se ia
acordar no dia seguinte. E estava lutando com o demônio
do álcool, lutando para sair de suas garras. Cada Dia.
– Eu prometo–, disse.

– Eu farei isso por você.

– Não–, Rosie enfatizou, puxando a gola do meu casaco


piloto florido, Ted Backer.

– Por você, – corrigiu, lágrimas ainda escorrendo pelo


rosto.

Então deu um passo para trás, quando estava prestes


a alcançá–la e abraçá–la.

– Minha vez.

– Estou escutando.

Meus olhos se agarravam ao rosto dela. A chuva


começou a cair em nossas cabeças, e nós dois levantamos
os olhos, olhando silenciosamente para o céu pálido.
Tirei meu casaco e a envolvi com ele, então coloquei
minha mão nas sua costas e atrás de seu joelhos, e eu a
levantei em meus braços, o estilo de lua de mel, e eu
comecei a subir a colina de volta para o nosso carro. Era
apenas um chuvisco, na verdade não tão frio, mas eu
estava preocupado com ela de qualquer maneira, mesmo
que toda vez que estivéssemos juntos eu escondia para
seu bem.

Seus braços atados em volta do meu pescoço. Ela


olhou para o abdome e começou a falar.
– Um ano atrás, quando Vicious e Millie se
reconectaram, e ele nos deu este incrível plano de saúde,
eu conheci o Dr. Hasting pela primeira vez. Ele queria
fazer muitos testes para ter uma idéia melhor da minha
condição em geral, especialmente porque eu estava
apenas me recuperando de outra infecção pulmonar que
eu não conseguia me livrar. Eu estava prestes a voltar
para a escola de enfermagem quando ele me disse que ...
– Rosie parou, engolindo em seco e balançando a cabeça.
Seus olhos estavam fechados. Eu quebrei mil vezes
dentro, mas do lado de fora, eu olhei para ela, esperando
por mais. Ele engoliu antes de abrir a boca novamente.

– Ele me disse que eu não deveria me preocupar em


voltar para a escola, porque eu nunca poderia ser uma
enfermeira. Neste ponto, meu sistema imunológico está
tão fraco que preciso obter aprovação antes de embarcar
em um avião, e é por isso que fiquei um pouco surpresa e
preocupada quando você me pegou para ir ao aeroporto
em Ação de Graças. Não havia como trabalhar com
pessoas doentes, então ele sugeriu que procurasse algo
mais prático para estudar. Mas eu amo ajudar pessoas.

Tomei essas últimas palavras, e acelerei o meu ritmo


um pouco, uma pitada de pânico na minha barriga
acompanhada pela sensação de dor do coração.

– Então, em vez disso, decidi ser voluntária. O único


lugar absolutamente esterilizado contra doenças é, você
adivinhou ...
– O Berçário – terminou por ele. O lugar que serviu a
Rosie como um lembrete constante de que ela não
poderia ter filhos. E ainda assim ela fez isso. Fodida vida.

– No entanto, o Dr. Hasting não só me deu más


notícias sobre a escola de enfermagem. Ele também disse
que eu pareço ser completamente infértil. Eu não posso
ter filhos. Nunca. Muito muco em volta dos meus órgãos
reprodutivos. Ele disse que é como jogar uma esponja em
uma piscina cheia de borracha grudenta, esperando que
ela chegue ao fundo. Tecnicamente viável, mas
extremamente improvável.

Mordeu o lábio inferior, olhando direto para o nada.

–Rosie ...– eu respirei, minhas narinas flamejantes.

–Baby, você tem ideia de quantas opções existem para


você? Para nós? – E, sim, não era mais sobre ela. Foi
sobre nós. Nós estávamos aqui a longo prazo. Nós
estávamos aqui para sempre, pois o tempo poderia durar
para sempre.

– Fodendo demais, não só medicamente, mas também


de adoção. Somos ricos e jovens e temos um registro
criminal impecável. – Já estava nos agrupando como um
casal e convenientemente dando–lhe acesso a cada
centavo do meu império multimilionário. Como eu disse,
eu estava no verdadeiro modo de perseguição com essa
garota.
– Se quiséssemos, poderíamos adotar uma criança
amanhã de manhã. Nós somos os candidatos perfeitos.

– A coisa é ...– Seus braços se soltaram ao redor do


meu pescoço, e minhas costas endureceram.

– É por isso que acabei com o Darren. Não quero


casar. E eu também não quero adotar. Não tenho certeza
de quanto tempo ficarei aqui. E não quero deixar para
trás mais do que eu já tenho. Ter um filho é uma ideia
terrível. Porque o faria? Então eles ficariam órfãos em
dias, semanas ou meses, ou no melhor dos casos, mesmo
anos depois? Não é justo para eles.

Não deixei de notar que Rosie era exatamente o


oposto de Nina. Nina deu à luz uma criança e disse foda–
se as conseqüências. Rosie se privou de uma para ela não
sofrer.

– Olha para mim, Baby LeBlanc.– Ela apertou meu


bíceps.

– Não faça isso, Dean. Por favor. Beija–me

Nós já estávamos na frente do carro. Corri todo o


caminho de volta para me certificar de que estava segura
e quente. Com cuidado, a desci. Estava em pé na minha
frente. A chuva estava caindo mais forte. Eu não queria
que ficasse muito molhada. Não é assim, de qualquer
maneira.
– Ouça, eu não vou desistir disso. Por nós – declarei
aproximando–me dela, peito a peito. Nossos lábios
roçaram e nossos narizes se tocaram. Nossas testas
juntas, grudadas por mechas molhadas de cabelo. Nós
éramos uma unidade. Nós sempre fomos, mesmo quando
saíamos com outras pessoas.

– Eu sou muito egoísta para deixar você ir, Dean Cole.


Como eu sabia que seria. Eu sou sua enquanto você me
quiser. A única condição é não falar de bebês e nem de
casamento. Eu não posso dar a você. Não porque eu não
quero. Eu posso te oferecer todo o amor e devoção do
mundo, Dean. Mas apenas por uma fração de tempo.

–Rosie.

–Ei, escute. Eu sei que gosta de mim...

– Gosto de você?

Meu rosto torceu em ódio, cuspindo as palavras como


se fossem repulsivas. Seus olhos se arregalaram. Neguei
com cabeça, uma risada obscura nos meus lábios.

– Você acredita fodidamente que gosto de você? Você


está brincando? Não gosto de você. Eu te amo !Mesmo
isso ficando muito curto. Vivo por ti. Eu respiro por você.
Eu vou morrer por você. Sempre. Foi. Você. Desde que vi
sua bunda patética pela primeira vez naquela porta e me
beliscou no peito como se estivesse
beliscando um brinquedo. Estamos separados há dez
anos, Rose LeBlanc, e nem um dia passou sem eu pensar
em você. E não apenas de passagem. Você sabe, o
ocasional que poderia ter sido um grande fodido. Quero
dizer, ter tempo para pensar em você. Imaginando como
você estava. Onde estava. O que você estava fazendo.
Com quem estavas. Eu te persegui no Facebook. E o
Twitter, que, a propósito, você precisa desativar porque
nunca se deu ao trabalho de twittar, mas não é
exatamente uma expecialista das redes sociais. Eu te
segui.Toda vez que eu estava na cidade. E uma vez que
eu percebi que estava em Nova York com Millie ... –
Respirei fundo, sentindo o quão rápido eu estava
perdendo meu contato com a realidade e caindo por um
caminho escorregadio para a irracionalidade tentando
explicar que eu não podia desistir da vida de solteiro
porque em algum momento ia terminar.

– Rosie, eu comprei uma nova cobertura em TriBeca


alguns meses antes de você se mudar para o nosso
edifício.

– Por que você está me dizendo isso?– Piscou de volta


as lágrimas, mas em um instante, novas desceram para
substituí–las.

– Porque eu tive que vendê–lo e perdi uma tonelada


de dinheiro no momento em que percebi que, se eu
ficasse no meu lugar atual, você seria minha vizinha.
Falando sério, Rosie, você é tudo que sempre quis.
Mesmo quando você queria que estivesse com sua irmã.
Ela era uma vela reconfortante. Você era o sol
deslumbrante. Eu vivi no escuro, por sua bunda egoísta.
E se você acha que eu vou me contentar com algo, você
está completamente errada. Eu estou tomando tudo.
Vamos ter filhos, Rose LeBlanc. Nós vamos ter um
casamento. E teremos alegria e férias e dias em que só
foderemos e dias em que só lutamos e dias em que só
vivemos. Porque esta é a vida, Baby LeBlanc, e porra eu
te amo, então eu vou te dar o melhor que existe.
Entendido?

Houve um momento de silêncio que eu realmente


odiei, porque depois desse tipo de discurso, a última
coisa que eu queria ouvir era um pouco de "ok". Rosie
não disse "está tudo bem". Eu pressiono sua testa no meu
peito e ela respira em mim.

– Eu te amo–, ela sussurrou.

– Eu te amo tanto que por um tempo eu te odiei. E


agora que eu sei que você está machucado, eu te amo
ainda mais. As coisas perfeitas não são lindas, mais O
inquebrável é fascinante, mas não digno de ser amado.
Você pode quebrar, Dean Cole. Eu farei o meu melhor
para mantê–lo completo.

Eu peguei seu rosto em minhas mãos e a beijei até que


perdeu o equilíbrio. Na chuva. No reservatório. No meio
do nada nada. Este desastre foi nosso desastre. Este caos
foi onde nós prosperamos.

– Nós vamos nos casar–, eu disse, sem perguntar.


–Talvez não hoje, talvez não amanhã, mas faremos
isso. E nós vamos ter filhos. Pelo menos dois. Talvez mais
eu ainda não decidi.

– Você é louco, Dean Cole.

– Eu sou–, concordei.

– E, no entanto, esse trem maluco está em movimento.


Você não pode pará–lo.

– Eu te amo

– O para sempre começa agora, Baby LeBlanc. Com


você.
CAPÍTULO 26

O jantar de Ação de Graças não foi terrível.

Ou talvez foi terrível e eu não tenha percebido porque


Rosie LeBlanc me disse que me amava várias vezes, e eu
ia colocar um diamante naquele dedo. Foi uma decisão
impulsiva, mas depois tudo que valia a pena fazer
normalmente . Quando pensa sobre qualquer coisa
apaixonada – luxúria, amor, violência, ódio – é
espontânea.

Por que não isso?

Eu teria ficado muito feliz em me casar com ela na


noite em que subimos juntos no elevador e eu tinha
Kennedy e Natasha ao meu lado. Eu só não sabia que era
uma possibilidade. Agora que eu sabia, eu ia colocar essa
merda na fechadura o mais rápido possível.

Vicious estava errado. Ele sempre disse que eu amava


demais a variedade para me contentar com uma garota.
Mas a verdade é que nunca amei nenhuma das mulheres
no catálogo o suficiente para parar de olhar. Uma vez que
encontrei o que eu precisava, eu abandonei o hábito de
Tinder, os trios e as malditas estranhas em bares
sórdidos para evitar o perigo, porque as merdas casuais
não são mais adequadas. E ao contrário do álcool, não
senti falta dele um pouco.

De qualquer forma, sim, o jantar foi bom. Nós


comemos, conversamos, fizemos a merda da família
habitual. Os pais de Rosie ainda a incomodavam em
retornar a Sinners Saints, mesmo depois de confirmar
que eu não era um idiota. Isso não pareceu tranqüilizá–
los, mas pelo menos o pai dela parou de olhar para mim
como se eu a estivesse sodomizando por uma hora por
dia.

Depois do jantar, Jaime convocou todos os quatro de


nós e levamos o jipe de Vicious para o norte para L.A. As
reuniões do conselho eram sempre em um escritório.
Nós não poderíamos nos arriscar a perder nossa merda
em público, o que acontecia com mais frequência quando
nós quatro compartilhamos o mesmo espaço. As coisas
ficaram intensas no veículo antes mesmo de
mencionarmos o assunto que nos uniu a todos. Eu estava
atrás do volante porque era o único que não tinha bebido
nada. Vicious sentou ao meu lado, parecendo sombrio.
Deveria ter uma idéia geral do que iríamos perguntar,
adicionar dois mais dois, tenho certeza, e Trent e Jaime
estavam atrás, falando sobre futebol.
– Como está a Luna? – Vicious perguntou a Trent pelos
últimos sete quilômetros na Interstadual 5. Todos
ficaram em silêncio ao mesmo tempo, e Trent pigarreou,
olhando para Jaime e eu no espelho retrovisor.

– Não muito bem.

– Como?

– Não come. Não fala, não anda.

– Ela sabe andar e falar?

Comprovou Vicious, sua voz não era dura ou severa.


Simplesmente conversacional.

– Sabe –, eu disse.

–Eu a vi andando na última vez que estivemos em


Sinners Saints em agosto.

– Você quer saber minha opinião?

Vi Trent no espelho retrovisor, coçando a cabeça num


suspiro profundo.

– Eu acho que ela está deprimida. Não tenho certeza


do que está acontecendo ainda, mas estamos revendo.

– A mãe de Trent está em Chicago. Os olhos de Jaime


encontraram os de Vic no espelho. Ela o está ajudando
com Luna no momento, mas seu pai não pode sair daqui.
Ele tem que cuidar de sua própria mãe.
A complexidade da vida me encontrou em um lugar
estranho. Nós também ficaríamos velhos um dia, e eu me
perguntava como diabos eu estaria lá para a minha
própria família. Porque eu definitivamente queria estar
lá para eles. O que me lembrou que eu ainda tinha que
visitar meu pai hoje à noite depois que tudo estivesse
terminado em L.A.

Nós estacionamos no estacionamento de Vicious e


entramos em seu escritório. Tudo era mínimo, frio e
impessoal, como ele. Quando mudamos de filial há um
ano, eu remodelei tudo e coloquei novos móveis e uma
parede verde brilhante para irritá–lo quando ele
voltasse. Agora, toda vez que via a cor verde, pensava em
mim. Vicious e Jaime sentaram–se no sofá de couro preto
de frente para a mesa de vidro de Vicious. Eu apoiei na
mesa, colocando minhas mãos nos bolsos. Trent estava
no centro da sala, com as mãos cruzadas sobre o peito.
Nós todos olhamos para Vicious. E Vicious parecia com
raiva.

–E bem? –Ele levantou uma sobrancelha, ainda mais


melancólico do que o habitual.

– Vá em frente, maldito seja–, pediu.

– Você está morrendo de vontade de fazer isso e você


não pode esperar para ver a minha reação, certo?

– Você precisa mudar de filial com Trent. – Minha voz


era aguda e impessoal. Eu sempre fui o único que iria
contra o Vicious. Eu acho que Jaime era impotente
quando ele vinha a este bastardo, e Trent abrigou a
verdadeira merda escura que nenhum de nós tinha
experimentado, por isso se matariam se falassemm
diretamente sobre isso, e Vicious rejeitou seu pedido.

– Não vai acontecer. –Vicious levantou um ombro,


apertando as mãos atrás da cabeça e ficando confortável.
Ele passou uma das pernas sobre a outra e parecia tão
frio quanto um filho da puta, dadas as circunstâncias. Eu
me inclinei para frente, com um sorriso indiferente nos
meus lábios.

– Nós não estamos perguntando. Nós lhe damos


tempo para assimilá–lo e arrumar uma mala. – Talvez eu
tenha sido direto demais, mas havia circunstâncias
especiais nesse caso. Eu estava falando sobre uma
situação completa, fodida, e Trent precisava estar aqui
mais do que Vicious. Isso todos nós concordamos.

– Jesus, Cole. Você não tem uma garrafa de licor para


te afogar? Há adultos de verdade conversando aqui. – As
palavras de Vicious eram veneno espalhando–se pela
sala enquanto ele ria.

– Mais um comentário como esse, e vão meter uma


garrafa de algo na sua bunda –, disse Trent, pulando em
minha defesa.

– Ouça os meninos, Vic.– Jaime franziu os lábios.


– Eu acho que você sabe que Trent tem o direito de
estar aqui.

– Eu tenho o mesmo direito, Jaime. Trent tem um


bebê. Eu tenho um bebê a caminho. Nós dois precisamos
estar com nossas famílias.

– Você tem Millie. Ela pode cuidar do bebê.

– E estar longe da sua família? Depois de todo o tempo


que ela passou longe deles? Sim, não faça isso com ela.
Não importa o seu discurso motivacional, que, a
propósito, é terrivelmente deficiente.

– Foi o único que lhe fez isso, seu bastardo. – Eu rí.


Não foi nem mesmo hostil. Eu estava me perguntando o
que diabos aconteceu naquela cabeça doente dele. Sua
lógica distorcida me fascinou. Vicious bocejou quando ele
puxou uma baseado grosso e acendeu, inalando
profundamente. Eu não fumava muito hoje em dia –
culpa de Rosie, a principal fã de festas nos Estados
Unidos – e estava morrendo por umas tragadas, mas eu
fiquei em silêncio.

–Não importa o que aconteceu. Eu não vou voltar.


Todo mundo sabia antes de vir aqui. Mas Trent é bem–
vindo para retornar.

– Quem vai lidar com Chicago? – Jaime franziu a testa.

– A fada dos Dentes?

– Podemos contratar um estranho–, sugeriu Vicious.


– Nem fodendo. Eu trabalho setenta horas por semana
quebrando minhas costas para que algum estranho
possa entrar no que nós criamos e dirigir isso? – Bufei

– Este é o nosso império. Nós dirigimos isso. Nós


aceitamos isso. Sem estranhos. Essa era a regra quando
nos unimos.

– Cedo ou tarde iria acontecer, Dean. – Vicious parecia


tão calmo, o que era difícil de entender.

– Quanto tempo você acha que consegue acompanhar


o ritmo que leva? Rosie é provável que se torne doente –
disse, e Jaime ficou de pé, pronto para gritar em sua
bunda, e Trent também deu um paso em direção a
Vicious, mas eu levantei minha mão, ainda encostado na
mesa de vidro. Ele continuou.

– É verdade. Por que diabos você está tentando adoçar


isso para ele? Rosie acabará por ficar doente. Eu vi em
que estado ela estava no ano passado. E Millie me disse
que sempre piora nos invernos. E mesmo que ela não
fique doente, ainda irá querer filhos, certo? Uma família?
Um casamento? Toda a merda inteligente. Eu sei que
você quer isso, Dean. Eu vou te ver com ela, cara. Você
está caindo, duro. Você acha que pode dedicar a mesma
quantidade de horas para trabalhar ao ano a partir de
agora? Daqui a dois anos? Você está escorregando, cara.
Aqui, talvez isso faça você pensar com clareza.
Ele se levantou e me entrego o baseado, e eu peguei,
fechando os olhos enquanto deixava a fumaça intensa
descer pela minha garganta. Merda, senti sua falta.

– E Jaime–. Vicious continuou, andando pelo escritório


agora. Ele planejou isso o tempo todo. Sabia que íamos
atacá–lo. Sly bastardo.

– Você não quer voltar para Sinners Saints? Daria


poderia crescer com Luna, meu filho, o filho de Dean e
seus avós? Você não quer isso?

Jaime rosnou.

– Você está indo a algum lugar com esse discurso,


Martin Luther King Jr., ou você está apenas esfregando
em nossas caras?

– Eu estou indo para algum lugar–, disse Vicious,


andando atrás de mim para sua mesa e abrindo seu
laptop.

– Então os últimos seis meses me fizeram pensar.


Entre o casamento, meu futuro filho, o que aconteceu
com Trent, Jaime vivendo do outro lado do mundo, e
Dean namorando uma menina com problemas de saúde
suficientes para durar toda uma vida – disse,
casualmente, escrevendo em seu teclado.

– Por que diabos estamos nos esforçando tanto? Nós


já fizemos uma quantia de dinheiro
enorme, bem mais do que quando nascemos. Mais do que
podemos gastar. Eu sinto que estamos fazendo de algo
muito simples extremamente complexo. Eu, da minha
parte, não me importo com esse estilo de vida. Quero
passar um tempo com minha esposa, quero transar com
ela três vezes ao dia como costumava fazer, quero me
exercitar mais, me estressar menos, sair de férias mais
longas e viver. Ao contrário da maioria das pessoas, eu
posso fazer isso. Então, por que estou aqui? Por que
estamos todos aqui?

Estava começando a fazer sentido, mas o conceito que


ele estava oferecendo era insano. A Fiscal Heights era
nosso bebê. Nós chegamos muito longe muito
rapidamente com a nossa empresa de fundos de
cobertura. Principalmente porque trabalhamos vinte e
quatro horas, sete dias por semana. A ideia de não
trabalhar, ou de trabalhar menos horas, assumindo
menos responsabilidades, nunca passou pela minha
cabeça.

–Então quer se aposentar? Sendo um filantropo na


tenra idade de trinta anos? –Jaime perguntou.

Vicious arrastou seu laptop, então estávamos todos


olhando para uma página da Wikipedia sem uma
fotografia. Jordan Van Der Zee.

– Merda, não. Ainda vou trabalhar, mas talvez duas,


três vezes por semana. O resto do tempo, eu vou
aproveitar. O resto do tempo, vou agir como o deus por
quem nasci.
– Mimado.– Trent apontou para Vicious, revirando os
olhos.

– Você fala como Napoleão no crack. Por que estamos


olhando para este homem, Vicious? E mais importante,
você esqueceu que eu não nasci no dinheiro? Eu não
posso espontaneamente decidir renunciar.

– Você é um milionário–, gritou Jaime para Trent, e


isso significava que ele estava realmente considerando a
ideia de Vicious. O que quer que Vicious estivesse
oferecendo, Trent era contra. Jaime a favor. Isso me fez o
fator decisivo.

– Bilionário ou não, eu não estou interessado em me


aposentar aos trinta.– Trent cuspiu cada palavra, olhos
estreitados.

– Eu não tenho esposa e não tenho namorada. Eu


tenho uma filha e agora ela está passando por muitos
problemas. Eu preciso de uma distração, uma saída. E
foda–se. – Ele bateu na mesa de café debaixo dele, e o
baque ecoou em nossos ouvidos.

– Eu sou o único bastardo por aqui que gosta de


trabalhar?

– Você ainda pode trabalhar–, disse Vicious,


apontando para a tela. Esse cara está comprando todas
as empresas de investimento nessa área. Ele começou
em São Francisco há três anos e trabalhou até chegar à
SoCal. Multi–damn–multimilionário. O amado filho de
Forbes. Astuto como o inferno e, não vamos esquecer,
seus bolsos profundos como nós. Muito

– Nós sabemos quem é Jordan Van Der Zee. Eu


coloquei um fim ao seu discurso.

– Você não é o único que escolhe uma revista de


negócios uma vez a cada lua cheia, Vicious, mas obrigado
pela informação inútil.

Eu fui para Harvard. O mesmo fez Van Der Zee. Não


ao mesmo tempo, obviamente. Ele era muito mais velho.
Mas era uma lenda ali, porque ele era uma daquelas
pessoas raras que se cresciam por si próprios. Você sabe,
ele subiu em uma bolsa de estudos em uma faculdade da
Ivy League, interno, quebrou o rabo e se tornou um
magnata em seu próprio direito.

Vi um documentário sobre ele depois que me formei


na faculdade de administração. O cara veio de uma
família da classe trabalhadora holandesa. Seu pai era
engraxate, pelo amor de Deus.

– Você quer vender suas ações? É isso? –questionei

– Quero vender a maioria delas, e sugiro que faça o


mesmo. Vender, vamos manter cinquenta por cento das
ações entre nós. Estamos num ponto em que podemos
fazer um bom negócio. Se Trent ainda quer trabalhar, ele
pode. Eu também.

– Eu não vou me aposentar–, eu disse.


– Eu também não. A voz de Jaime não foi
convincente.– Vicious olhou entre todos nós e sorriu.

– Então, por que não nos expandimos para Los


Angeles e todo o trabalho a partir daqui?

– Nós começamos com a razão óbvia: vai querer nos


comprar com 51% das ações. – Trent apoiou o enorme
ombro contra a parede. Vicious clicando.

– Isso seria o mais óbvio, certo? – Era o negócio 101.

Todos nós olhamos impacientemente. Vicious sorriu.

– Mas como eu disse, ele é esperto. Ele quer nos


controlar o suficiente, mas ele realmente não se importa
muito com a FHH. Compraria os cinquenta por cento
exatos.

Eu sabia naquele momento que o filho da puta já havia


feito um contrato com ele. Ele parecia muito arrogante
para fazer esse tipo de suposições. Os olhares que Trent
e Jaime me deram me disseram que eles também sabiam.

– Essa merda pode levar meses, até anos de


negociação–, argumentou Jaime.

– Van Der Zee já perguntou se queremos conhecê–lo–,


continuou Vicious, e todos os olhos se voltaram para ele.
Passando a articulação enquanto tossia em uma
risadinha, eu perguntei:

– Desde quando você sabia que íamos lhe pedir isso?


– Tempo suficiente para fazer planos adequados.

– O filho da puta veio primeiro a você, por quê? Trent


pegou o baseado e inalou, suas sobrancelhas se juntando.
Vicious jogou a cabeça para trás e jogou anéis de fumaça
no teto, seus olhos estreitados e malignos.

– Eu estou na Califórnia. Ele está na Califórnia. Eu


cuido da merda legal aqui. Quem se importa? Você vai
conseguir o que quiser, Trent. É hora de apagar essa
expressão miserável no seu maldito rosto.

Nós todos olhamos um para o outro. Estava sorrindo e


nem sabia o porquê. Ninguém me prometeu que Rosie
queria voltar a Sinners Saints. Na verdade, ela amava
Nova York, é por isso que ela morava tão longe de seus
pais. Mas a possibilidade de lhe dar essa opção me
deixou excessivamente feliz.

– Eu estou dentro, eu disse.

– Com o contrato certo e dinheiro, eu também–,


acrescentou Jaime.

Trent soltou o ar, rindo.

– Luna será uma garota de Cali.

Vicious sorriu.

–Vamos fazer essa merda.


****

O que te faz sentir viva?

Ser amada. Descontroladamente. Sob o céu


aberto. Sob a chuva torrencial. Sob um
feitiço que nunca, nunca acaba.

– Sem ofensa, Rosie, mas eu não quero que ninguém


me deixe –, disse Dean quando o confrontei pedindo a
Emilia para nunca ir. Naquele momento, achei que era
porque era um imbecil arrogante. Agora, estava claro
como cristal. Eu tive problemas de abandono. Ele teve
problemas de abandono e Millie o abandonou. Senti–me
irracionalmente zangada com a minha irmã, mas
também agradecida por ela ter feito isso. Para deitar na
cama depois do jantar de Ação de Graças, eu pensei
sobre a tarde que beijamos na chuva, como se
estivéssemos em Diário de uma paixão e ele fosse Ryan
Gosling e, obviamente, foi delirante e começei a rir. O riso
se transformou em tosse, o que não foi surpresa. Mas
então, a tosse se transformou em sangue. Cuspindo um
pedaço de catarro sangrento, eu olhei para ele no lenço
na minha frente por longos segundos, sem piscar. A
decisão de guardar isso para mim foi imediata. Não fazia
muito sentido, de qualquer maneira. Dean e eu
voltáríamos para casa em algumas horas. Eu estava em
Los Angeles com seus amigos e a última coisa que eu
queria era colocar toda a minha família em
funcionamento e me arrastar para um hospital próximo.
Dr. Hasting costumava me ver em horas estranhas, dias
estranhos e fins de semana. Eu sempre poderia
encontrá–lo em Nova York se isso acontecesse
novamente.

Eu rolei na minha cama, de um lado para o outro,


incapaz de dormir quando necessário. Eu tusso um
pouco mais. Então eu bufei um pouco. Mudei de posição
para tentar encontrar a melhor maneira de respirar sem
o muco bloqueando minhas vias aéreas. E era irônico que
minha necessidade por Dean não fosse sufocante para
ele, mas para mim. Não importa o quanto nossa
declaração de amor tenha desfrutado, meu corpo não
gostou que estivesse na chuva.

Ele me disse que me amava. Isso me trouxe o tipo de


alegria que o dinheiro nunca poderia comprar. Mas essa
felicidade também foi encharcada de medo. Porque eu
sabia que um dia, um dia não muito longe, eu ia morrer.
Morrendo no meio dessa linda vida que ele havia
planejado para nós. Ia deixar de ser viúvo em seus trinta
anos com filhos para cuidar? Eu poderia deixá–lo
carregar esse fardo? Quantos corações eu quebraria e
por que parei de lutar contra a necessidade de evitar
quebrá–los? Ele me contou sobre Nina. Essa foi a outra
razão pela qual eu não consegui dormir. Ele arrancou
meu coração diretamente do meu peito e não tinha ideia
de como devolvê–lo ao seu lugar. Só Dean tinha esse
feitiço em mim. A capacidade de me fazer sentir
completamente desanimada, mas eufórico da melhor
maneira possível.

Ouvi a porta rangendo no meu quarto e tossi no lenço


usado anteriormente. Olhando para o material,
detectando mais manchas escuras de sangue e meu
ombro caiu em um suspiro. Obrigado realidade. Hoje eu
tive um passeio divertido, mas você só teve que estragar
tudo.

–Millie. Feche a porta atrás de você. Está frio – eu


cantei novamente.

A porta estava completamente aberta desta vez. Dean


entrou, seu corpo maior que meus medos e dúvidas. Ele
subiu na cama ainda de roupas, sapatos e casaco estavam
e puxou o cobertor para cobrir nós dois, então se virou e
me abraçou por trás, Olhei meu relógio na mesa de
cabeceira que marcava seis horas da manhã.

– O que está fazendo?– peguei o lenço que estava em


minha mão e escondi embaixo do edredom antes que
pudesse ver–lo. Não poderia saber. Iria querer me levar
ao Pronto socorro, e odiava os pronto socorros. As salas
de emergência onde sua alma morria para que seu corpo
continuasse funcionando.
– Não tem sentido me trocar quando partimos em
uma hora–, murmurou em meu ouvido, pressionando
sua ereção em meu traseiro. Soava muito sonolento para
fazer sexo. Surpreendentemente, não estava
decepcionada. Me sentia como o inferno, e o sexo com
Dean não era algo que pudesse conter ou fazer média.

– Como foi a reunião? – perguntei com voz rouca.

Houve uma pausa antes que respondesse.

– Bem!

– Trent irá se mudar para Sinners Saints?

– Em algúm momento, e no devido tempo nós também


mudaremos.

– Desculpa?

– Prioridades Rosie, mudam. E nós também estamos


mudando.

– Sonhe com isso – mas ainda não estava tão brava


com Dean como estava com meus pais.

– Não – Pegou minha bochecha entre seus dedos e


virou para um beijo doce e lento. O tipo de beijo que dá a
sua esposa no dia de seu casamento, não à garota do lado
que você ocasionalmente fode.

– Sonho com você. E não me importa uma merda o


que eles querem. Porém sei que está em Nova York pelas
razões erradas. Pode ter sua independência aqui
também. O único poder que podemos ter sobre você, é a
quantidade que você nos dá.

– Você foi a casa de seu pai?

– Não tive tempo. Deixei Trent faz dez minutos na casa


de seus pais. Terão que esperar. Porque está acordada?

– Tive muito o que assimilar hoje. – Não era uma


mentira. Ele parecia ter acalmado. Afoguei o resto de
minha tosse para não produzir mais sangue. Quando
finalmente chegamos ao banheiro, me tranquei em um
banheiro.

E tossi. E tossi. E tossi.

Quando aterrisei em Nova York e liguei para o Dr.


Hasting, sua enfermeira disse que estava em uma
emergência familiar e que estava fora da cidade. Me
instruiu a ir para o hospital para uma revisão.

Deveria ter feito isso, mas quiz empurrar os limites da


realidade um pouco mais, pensando o que poderia dar
errado?

A resposta foi tudo.

Tudo poderia dar errado.


CAPÍTULO 27

Iniciar uma ligação telefônica para Nina, soava como


caminhar para a fila da morte por vontade própria, e
incitar os guardas que me seguissem os passos.

Estava tão surpreendida de ver meu nome em seu


telefone, que passou os dois primeiros minutos
tropeçando em suas palavras. Queria que a merda
acabasse e conhecê–lo. Terminar com isso e seguir com
minha vida.Meu pai me implorava para falar com ele
sobre essa coisa da Nina, porém estava despresando suas
ligações na intenção de manter o nível de drama em
minha vida relativamente baixo. Se não fosse pelo fato de
Rosie ter feito prometer que faria, provavelmente nunca
tivesse feito a chamada. Abrir essa caixa de Pandora não
era o tipo de merda que estava ansiando. Porém hoje fiz
uma promessa.

A primeira coisa que fiz depois de nossa viagem a


Sinners Saints foi alugar um lugar em Hamptons para
Rosie e eu por toda a semana seguinte. Lhe pedir em
casamento não estava nos planos, tão rápido, porém
estava bastante seguro que lhe diria que era hora dela
economizar aqueles cem dólares e se mudar para minha
cobertura. Já passará da hora. Nos últimos dois meses
estávamos praticamente vivendo juntos. Porém todas as
noites ainda tinha que descer ao seu apartamento para
pegar um creme para os cabelos, ou uma camiseta limpa
ou uma maldita faixa para o cabelo. Chegou o ponto onde
nem sequer podia ver o número do seu andar no
elevador que já sentia minhas pálpebras tremerem com
frustração apenas contida. Acelerar as coisas estavam no
alto da minha lista de prioridades.

Pra ser honesto, praticamente já tinha encerrado com


Nova York, neste ponto. A única coisa que realmente
queria daqui era Rosie, estava começando a aparecer
bastante de minha possessão e regressar a SoCal iria me
render vários pontos aos olhos de Paul e Charlene
LeBlanc.

Além disso, Vicious estava certo. O tempo aqui era


terrível, o ar muito poluído e, por mais que eu gostasse
de interpretar o atraente empresário de Nova York, eu
gostava de ter um maldito bronzeado, uma cerveja
gelada e um iate à espera.

Tentando matar meu balanço recém–descoberto no meu


passo, consertei a idéia de voltar para Cali quando entrei
no The Black Hole para surpreender minha namorada
com comida. Eu tinha uma coisa de negócios com três
investidores, mas decidi cancelá–la no último minuto
para contar a ela sobre os Hamptons. Estava chovendo
muito naquele dia, então o café estava quase vazio. Não
havia ninguém atrás do balcão e apenas algumas pessoas
espalhadas em algumas mesas, olhando para suas telas
digitais. Eu bati meus dedos contra o sino do bar algumas
vezes e alisei minha gravata.

– Baby LeBlanc. Traga sua bunda doce aqui–, eu gritei,


ignorando os olhares curiosos. Eles iam se transformar
em olhares fascinados, quande lhe agarrasse o pescoço,
puxando–a para o balcão e enfiasse a língua na garganta
dela. Alguns segundos de nada aconteceu antes que Elle
saísse da cozinha, com um sorriso apertado no rosto. Ela
amarrou o cabelo loiro em um coque e enxugou as mãos
molhadas no avental.

– Olá, Dean, não estávamos esperando por você.

Estávamos? Não recebi o memorando sobre Elle se


tornar a porra da rainha?

– Sim, eu pensei em vir para trazer algo para Rosie


para comer. Larguei a bolsa gordurosa e marrom no
balcão com o sanduíche de queijo derretido favorito de
Rosie da padaria do outro lado da rua. Olhei por cima do
ombro dela.

– Falando da minha namorada, onde ela está? Eu


pensei que tinha turno hoje.

– Tinha–. O sorriso apertado de Elle não vacilou, o que


me deixou com raiva porque significava que tinha algo a
esconder e não gostava de segredos.
– Teve que sair mais cedo porque ...

Foi quando a voz de Elle morreu e ela apertou os


lábios com força.

– Continue – Eu arregalei meus olhos, dando um


passo em sua direção.

–Termine sua frase, Elle.

Ela mordeu o lábio inferior e olhou para baixo. Isso


não era característico da Elle. Eu a conhecia nos últimos
meses e era uma encrenqueira como minha Rosie.

– Não posso.

– Você pode e vai. Neste momento. Onde está Rosie,


Elle?

Uma coisa que daria às mulheres uma categoria sexual


é que elas eram mais complicadas. Eu provei que eu era
uma criatura mais simples que Rosie e Elle porque a
primeira idéia que passou pela minha cabeça foi que
minha garota estava sendo infiel a mim. E a segunda
idéia era que eu ia matá–lo e pedir–lhe que me visitasse
na prisão para que pudéssemos trabalhar no nosso
relacionamento.

Patético? Estúpido? Insano? Culpado Das três coisas.

– Ela foi ao hospital–, Elle sussurrou, mas rapidamente


olhou para cima e explicou:
– está bem, eu juro. Foi apenas um pequeno susto.
Acho que deveria estar a caminho do seu apartamento
agora mesmo. Especificamente, ela me pediu para não
lhe dizer nada, então você não pode dizer o que eu te
disse, Dean. Falo sério. A única razão

pela qual eu te disse é porque eu quero que você fique


de olho nela. Você me promete que não vai me entregar?

Ela me deu um olhar mordaz, seus lábios fazendo


beicinho. Minha mente já estava em outro lugar e meu
coração batia a milhares de quilômetros por hora.

– Sim, claro–, eu disse, já andando em direção à porta


com a campainha estúpida no topo.

– Obrigado Elle. Adeus.

****

O que te faz sentir viva?

A sensação de que não estarei ... em


breve.
– Tem certeza disso? Dean pediu pela centésima vez,
girando um pedaço de alface no garfo enquanto nos
sentávamos na mesa da sala de jantar. Meus olhos
escureceram. Se ele fosse me fazer essa pergunta mais
uma vez, ele seria culpado de esfaqueá–lo e remover um
olho com a faca de manteiga que ele estava segurando.

– Eu nunca tive tanta certeza de nada em toda a minha


vida–, eu disse sarcasticamente.

–Porque é seguro para mim que parece doente.

Ele ignorou minhas confirmações repetidas, sua


mandíbula dura como granito.

Dei de ombros, levantando meu sanduíche meio


comido.

– Realmente? Você pode me foder por trás hoje à noite


para que não tenha que ver meu rosto.

Deus, eu estava de muito mau humor. Embora eu não


pudesse evitar. Hoje, eu finalmente me arrastei para o
hospital para um check–up porque eu tinha tossido
muito sangue nos últimos dois dias. Minha equipe de
Fibrose Cística no hospital disseram que alguns vasos
sanguíneos se quebraram. Eu disse a eles que havia
coágulos de sangue, pedaços grandes e irregulares que
saíam toda vez que eu tinha um ataque de tosse, mas eles
disseram que estava tudo bem. Então eu acho que estava
tudo bem. Eu queria estar bem. Eu queria mais tempo
com Dean, mas quanto mais eu pensava sobre isso,
também queria muito mais tempo com meus pais e com
Millie.

Dean não respondeu ao meu comentário sarcástico.


Eu esfreguei meus olhos, suspirando.

– Peço desculpas por agir como uma pirralha rude.


Tem sido um dia longo.

– Nós temos um lugar nos Hamptons para a próxima


semana. Eu falei com Elle. Você tem tempo livre. E com o
gerente no hospital infantil. Eu estarei lá antes de você –,
ele me informou em um tom frio que perfurou meus
nervos.

– Isso é ótimo–, eu disse, minha mente em outro lugar.


Houve uma pausa e depois:

–Eu vou encontrar o doador de esperma na sexta–


feira ao meio–dia.

Meu pulso ficou quente contra a minha garganta de


repente.

– Você quer que eu vá com você?

Eu perguntei. Ele balançou a cabeça.

–Obrigado–. Sua voz se derreteu, mas não muito.


–Eu preferiria fazê–lo o mais rápido e indolor
possível. Sue vai enviar um táxi para buscá–la no final do
seu turno nesta sexta–feira.

Minha cabeça se curvou um pouco ao seu gesto. A


conversa foi realmente dolorosa. Éramos como duas
pessoas de noventa anos tentando fazer planos para o
funeral do outro. Nós nos divertimos mais nos
incomodando quando não estávamos juntos. Por quê?
Por minha culpa. Porque eu realmente não lhe contei o
que estava acontecendo. Porque eu estava com medo de
perdê–lo e, mais importante, que eu iria me perder.

– Eu amo você – eu disse. Ele levantou o olhar do


jantar. Nossos olhos ficaram emaranhados e achados.

– O sentimento é mútuo e é por isso que eu preciso


que você esteja bem, Rosie. Se há algo que eu deveria
saber sobre sua saúde ...

– Nada fora do comum. Concentre–se nas coisas da


sua família. Eu sorri, acariciando a mão dele do outro
lado da mesa. Naquela noite, ele não me tocou e eu não
pedi a ele para fazer isso.

E quando a sexta–feira chegou ... o nosso grande final


também.
CAPÍTULO 28

Onze anos atrás

– NÃO DEIXE QUE OWL ME MATE, baby.

As lágrimas de Nina brotaram de seus olhos quando


ela pendurou no colarinho do meu úmido sobretudo,
agarrando–se a mim pela sua preciosa vida. Eu só
carrego meu sobretudo quando vou visitá–la. Não era
como se alguém apreciasse minha coleção extravagante
de camisas YSL ou meus sueters.

– Você tem que fazer alguma coisa com ele. Ele está
me batendo muito forte. Você vê essas marcas? Você as
vê? Ele vai acabar comigo. Você só vai se sentar e deixar
acontecer?

– Você deveria sair daqui. – Eu tiro minha camisa


interna sem mangas e jogo em sua cama. Havia acabado
de podar seu jardim enorme e me preparava para fazer
um jantar para nós três.
– Venha comigo para a Califórnia, Mamãe não se
importaria.

– Helen não é sua mãe, Dean, eu sou. – Não havia


sentido em argumentar, mas isso não significava que
concordasse com essa afirmação.

Ela sempre me envergonhava em sua merda conjugal,


todo verão, sem falta. Eu juro que me viu como um
híbrido entre seu guarda–costas e seu assistente pessoal.
Eu não podia culpá–la. Eu acho. Constantemente tentei
salvá–la. Para proteger a pessoa com quem me envolvi.

Naquela noite, Owl chegou em casa bêbado. Nada fora


do comum. Talvez ele não fosse um viciado em drogas
como Nina, mas com certeza gostava de seu bourbon em
uma noite quente de verão. Ele se arrastou para a cama,
arrastando os pés e amaldiçoando. Eu ouvi tudo do meu
quarto do outro lado do corredor enquanto eu estava na
cama com a filha de seus vizinhos, Tiffany. Eu tinha
marcas de mordida em meus dedos para abafar seus
gemidos que para provar , mas ninguém perguntou
porque nem como os tinha, porque não interessa a
ninguém. Pensando bem, ninguém se importava com o
que estava acontecendo sob aquele teto.

Gritos afogados e soluços encheram meus ouvidos, eu


não conseguia me concentrar em nossa sessão de beijos,
não conseguindo parar na minha corcunda seca.
–Esta merda vai me deixar louco durante toda a noite–
. rosnei, sacudindo um pouco de cabelo caido sobre o
rosto de Tiff para que pudesse ver melhor seu desejo por
mim. Desta vez, o colchão de molas enferrujadas não
rangia. Algo estava diferente. Foi a primeira vez que a
minha intuição era muito intensa, queimando dentro de
mim.

– Sua tia é um desastre,– Tiffany respondeu, escalando


em cima de mim, montando meus quadris e esfregando
contra meu pau. Ela não sabia que Nina era a minha mãe.
Meus pais fizeram questão de manter a boca fechada.

Escutei o som de pele batendo contra pele. Ouvi Nina


gritar de horror, e depois tentar fugir, pulando sobre os
móveis, merda caindo no chão. Colocando as duas mãos
em sua cintura Tiffany, a coloquei de lado e me levantei.

– Eu estou indo verificar e ver se está tudo bem.

– Nunca nada está bem neste lugar–. Tiff disse e caiu


na minha cama. Não estava errada. Todos conheciam os
Whittaker nesta pequena aldeia. Todos sabiam que Nina
uma viciada em drogas com as pupilas tão dilatada como
pratos, e que Owl bebe o equivalente a seu peso em
álcool todas as noites e ambos perderam dinheiro
tentando pagar a hipoteca em suas terras a cada ano. Eu
acho que a maioria das pessoas estava orando porque
finalmente iriam desistir de sua pequena aventura,
vender a propriedade, e darem o fora daqui.
– Deixe–me reformular.– Abri a maçaneta da porta,
com corpo meio no corredor.

Não quero que Owl mate Nina nas minhas férias.


Melhor?

– Não a matará. – Tiff deslizou para baixo da cama até


encontrar a parede e acendeu um cigarro, ficando
confortável.

– Isso é verdade, porque eu mesmo tenho certeza –,


Thwack! Outra soco, outro grito no ar a partir da
extremidade do corredor. Saltei direto para o quarto.

– Você não quer fazer isso–, Tiffany disse atrás de


mim, soprando nuvens de fumaça como se nada
importava para ela neste mundo.

– Eles estão loucos. Você só ficará em apuros.

Ela estava certa, é claro, mas não queria ouvir. Proteja


os necessitados, me dizia uma voz interior. Mesmo essa
que te se tornou um.

Assim que entrei no quarto, Owl jogou–me um vaso.


Ele errou, mas foi o suficiente para inflamar minha raiva
e me empurrar para a situação sem pensar nas
consequências. Eu agarrei–o com os punhos cerrados,
batendo impiedosamente em suas entranhas e o levei
para o chão, imobilizando–o completamente, sem me
importar com nada, que estourasse seus órgãos internos.

– Só porra detenha–se–. Eu exigi em um grito.


– Toque minha mãe mais uma vez e eu vou quebrar
cada maldito osso do seu corpo patético.

Minha mãe Doce Jesus Eu precisava de uma boa dose


de realidade junto com uma parte da coluna vertebral.

– Diz–lhe rapaz! Nina gritou da cama onde ele a havia


jogado, pendurado em um travesseiro. Naquele
momento, não parei para pensar que ela parecia
perfeitamente bem. Composto, com cara limpa e livre de
marcas. Quão excitada ela parecia com tudo isso. E quão
doente a situação realmente era.

– Mate–o, Dean! Mate–o! – Eu quebrei o nariz dele.

– Ensine–o a não mexer comigo!

Montando–o em posição de crucifixo, outro cotovelo


cruzou seu rosto. Foi a primeira vez que ela realmente
me reconheceu, e que sua voz não fedia a tédio quando
falava comigo. E eu peguei. Eu enguli a isca com a maldita
vara de pesca cheia. Thwack! Sopro! Tapa! Eu era forte.
Era atlético. Fui capaz de terminar sua bunda velha em
menos de dois minutos, não foi divertido.

– Mate–o por mim, baby!

– Dean! Não, pare.

Eu ouvi a voz sufocada de Tifanny da porta. O que


diabos ela estava fazendo lá? Não que estivesse
particularmente preocupado que soubessem que ela
tinha entrado na casa, mas ela poderia entrar em uma
tonelada de problemas de merda. Seu pai era o pastor da
cidade.

– Afaste–se dele! Você vai matá–lo. Você realmente


quer acabar na cadeia? Esse cara é louco!

Segui golpeando Owl, porém sem o mesmo gosto de


antes, percebendo que nem uma vez ele tratou de me
golpear. E só tomou tudo, e Owl não leva desaforo de
ninguém. Menos de mim.

Meus movimentos diminuiram antes de parar


completamente, enquanto a voz de Tiffani voltava mais
fria e cortante.

– Realmente quer ser preso? Vale a pena? Eles valem a


pena? – Gritava pressionando sua palmas juntas, ela
tinha razão.

Endireitei minhas costas escutando Nina gritar ao


fundo.

– Cala a boca cachorra! Vá pro inferno faça Dean! Faça!

Foi então que me dei conta da câmera.

Me levantei, meus pés instáveis, Owl estava embaixo


de mim. Seu olho ensaguentado, não poderia se
distinguir entre seu olho e nariz, nem sequer seu lábio
atravéz de todo o desastre que era seu rosto. Nem sequer
tinha me dado conta que meu sobretudo estava
ensopado de sangue, e não era meu. Olhei direto para a
câmera. A luz vermelha piscando para mim. Quase me
zombando. Nina a sustentava em uma mão e gritava para
que eu o matasse, sua voz rouca devido aos gritos.

Começa o filme.

Ato um – Gravar seu filho cometendo um crime.

Ato dois – Chantageá–lo com a gravação.

Ato três – Ficar rico e resgatar seu cu de novo, desta


vez começando do zero em algum lugar novo.

Fim.

Minha mãe biológica nunca teve uma foto minha.


Nunca gravou um vídeo de meus primeiros passos,
primeira palavra ou algum aniversário. Sem mencionar
que possuía um álbum que pudesse encontrar uma foto
do meu rosto. Mas aqui estava ela, Gravando–me na
súplica por salvá–la. Trazendo–me para uma armadilha.
Empurrando–me para o mesmo abismo que lhe tirou a
oportunidade de ser alguém na vida.

– Que diabos está fazendo com isso Nina? – perguntei


dando um passo até ela. Minha voz era fria, ainda com o
fluxo de adrenalina bombeando em minha corrente
sanguínea, já não estava com raíva. Ela por fim estava.
Depois de todo esse tempo conseguio colocar esta lasca
de maldade em meus ombros. Viveria com isso... e
morreria com isso, por sua culpa.

– Tem um segundo para explicar, e mais, torça para


que seja bom.
– Isto é tentativa de assassinato. – Arrastou a palavras.
Deus, estava drogada. A cachorra estava muito alta.

– Posso te mandar para prisão por um tempo muito


grande, devido a isso meu filho.

– Filho? – rateou Tiffani atrás de mim. Ela continuava


aqui. Uma pequena parte de mim queria que me deixasse
em paz. Porém uma parte maior queria que ficasse assim
poderia servir como testemunha. Inclinei a cabeça e
sorrí. Porque finalmente entendi.

Minha mãe era o demônio.

Minha mãe me odiava.

Minha mãe me invejava.

E minha mãe nunca iria parar, a não ser que fosse


detida, por mim.

– Você realmente acredita que pode fazer essa merda?


– Rí. Queria assustá–la. E pela maneira que seu rosto se
contraiu, soube que havia tido êxito.–

Vamos Nina. Você é um maldito desastre. Não deixe


que meu cavalheirismo te confunda.

Baixou a câmera, algumas polegadas, surpreendida


pelo tom forte que usei. Sim, definitivamente não era o
mesmo bastardo educado e sorridente que desejava
agradá–la. O outro sapato havia caído e com ele, nenhum
tipo de simpatia. Eu não tinha mais nada para ela.
Percebi que ia foder todo o meu futuro se permitisse que
tivesse isso contra mim.

– Largue essa maldita coisa, Nina. – Fui até a cômoda e


peguei um baseado, acendendo–o casualmente, sua
câmera ainda me seguindo.

– Eu não vou pedir duas vezes, e acredite em mim


quando eu digo, você não quer que meu pai descubra
isso.

Owl gritou de dor no chão e o chutei, o baseado ainda


entre meus lábios.

– Cala a boca, idiota.

– Poderia chamar uma ambulância? Tiff perguntou,


mordendo as unhas, ainda encostada no batente da
porta. Eu estalei meu pescoço e suspirei.

– Owl trouxe essa merda para si mesmo por ouvir sua


viciada esposa sem cérebro.

Deixe que ela cuide dele. Então, é assim que quer


jogar? Tomei os passos necessários em direção a Nina,
peguei a câmera, tirei a fita e rasguei em pedaços, antes
de jogar a câmera no chão e esmagá–la como um pedaço
de pão com o pé.

– Você quer me chantagear com um vídeo estúpido?

As pupilas de Nina dançaram em suas órbitas. A


verdade estava começando a afundar nela, e isso não era
bonito. Sacudi as cinzas do baseado em seus lençóis,
exalando a fumaça pelas minhas narinas.

– Bem? – Eu grunhi na cara dela.

– Você vai falar ou o quê?

Até então, eu não sabia sobre o Walmart. Eu não sabia


que ele havia me abandonado. Eu não sabia que ele
partiu para pegar alguns malditos charutos e cerveja
logo depois de me deixar morrer, nu e gritando, em um
banheiro público. Meus pais mantiveram as partes
sórdidas para eles, e eu não os culpo. Sua versão das
coisas era muito mais fácil de digerir: Nina tinha
problemas com drogas. Não podia cuidar de mim. Então
eu me rendí a eles sabendo que eles me amariam
ferozmente. O que eles fizeram.

– Como se fosse sentir falta do dinheiro. – Ela gritou


na minha cara, me empurrando.

– Você tem tudo! Eles te dão tudo, Maldição! Seu


sotaque sulista se aprofundou.

–Eles fazem isso, porque você não o fez. – Foi a minha


vez de levantar a voz. Eu tratei ferozmente de cruzar os
braçõs. Permanecer inteiro. Mas a necessidade de chutar
alguma coisa foi intensa. E Owl estava bem ali, mas
estava começando a ficar um pouco roxo, então eu não
queria empurrá–lo mais. Nina se levantou da cama.
–É verdade. Não o fiz. Joguei sua bunda onde ela
pertencia. Ao lixo. Porque você não era nada e ninguém!

Meu queixo caiu

– O que?

Ela repetiu. Então gritou o resto da história do meu


nascimento. Então ela começou a chorar e a socorrer o
marido, murmurando que tudo ficaria bem.

Tiffany ainda estava ma porta, me observando com


uma mistura de pena, intenção e horror.

– Saia daqui.– Eu indiquei a Tiffany com meu queixo.

– Agora!

–Mas Dean ...

– FORA!– Eu gritei, apontando na direção da porta da


frente.

– Estou fodidamente falando sério. Acabou!

E assim foi. Cada parte da minha vida foi concluída.

Eu peguei um avião de volta para casa no dia seguinte


e nunca mais pisei no Alabama novamente.

Tanto quanto eu estava preocupado, o estado deixou


de existir no mapa dos Estados Unidos.

O cara divertido, e feliz que eu fui uma vez morreu lá


também.
Eu estava presente no seu funeral.

E eu tomei o seu lugar todos os dias daquele dia em


diante.

Em minha mente.
CAPÍTULO 29

O que te faz sentir viva?

Observar as árvores passando, o oceano


piscando, o mundo girando em torno de mim
como um vestido de festa. Saber que eu sou
parte disso. Aceitar que não ser parte disso
é também a vida.

Sento–me na parte de trás do táxi a caminho dos


Hamptons, criando uma lista de reprodução doente para
a nossa estadia. Coisas românticas e suaves que eu
queria que ouvíssemos enquanto fazíamos o jantar, o
amor e lembranças inesquecíveis.

Era um grande dia para Dean e, quando o céu cinzento


escureceu sobre a costa, fiquei imaginando se o tempo
simbolizava como tudo iria acontecer para ele. Estava
chovendo muito. Estava vestindo quatro camadas de
roupas. Dois deles casacos. Eu trouxe todos os meus
remédios e o nebulizador comigo em uma bolsa sobre o
meu ombro que pesava nada menos que eu. A verdade é
que não me sentia bem. Mas Dean nos reservara por uma
semana de sexta a sexta–feira nos Hamptons e estava tão
ansiosa para fazê–lo feliz, agora mais do que nunca.

Iria resolver um mistério de trinta anos. Tenho


certeza que ele pagou muito por isso. Eu ia estar lá para
ele, em todos os sentidos da palavra, mesmo que tivesse
que suportar um pouco de desconforto físico.

– Está chovendo muito feio lá fora–, observou o


motorista, apontando para os limpadores de para–brisa.
Eles se moveram furiosamente pelo pára–brisa. A chuva
atingiu o teto como se estivesse tentando quebrá–lo.

– Está– , eu concordei.

– Sinto que tenha que dirigir de volta para Nova York


sozinho. Provavelmente é um incômodo.

– Pffft–, o velho riu.

– Não sinta por mim. Sinta–o pelos desamparados.


Aqueles corredores loucos por lá. Os ciclistas. Pessoas
que realmente precisam ficar de fora na chuva.

– Eu me sinto mal por eles também– , eu disse.

– Exceto pelos corredores. Ninguém os fez correr


nesse clima. – Passamos por um homem com uma capa
de chuva amarela brilhante ao longo do lado da estrada.

Supunha–se que Dean já estaria na casa que alugamos


para este momento. Enviei–lhe uma mensagem antes
para perguntar se ele estaria lá às sete e ele disse que
sim. E já eram quinze para as oito.

Esperava que a razão pela qual eu não tinha ouvido


falar dele era porque teve um bom e longo encontro com
seu pai biológico. Eu esperava que isso significasse que
eles estavam tentando se reconectar. Eu esperava muitas
coisas, mas tentei não empurrar ao ligar ou enviar
mensagens em excesso.

Mesmo assim, eu estava preocupada, então peguei


meu telefone e o escrevi.
Rosie: Estou quase chegando. Excitada por
passar a semana toda juntos. Como foi?

Dean não respondeu. O táxi estacionou em frente a


uma propriedade clássica de um andar que ostentava um
jardim da frente que poderia envergonhar o Palácio de
Versalhes. Não ignorei que a casa estava cercada de
paisagem, floresta e nada mais. Sem casas vizinhas. Sem
lojas. Só nós dois neste imenso espaço.

O motorista, um homem robusto na casa dos sessenta


anos, saiu do veículo, correu para trás e tirou minha mala
do porta–malas. Então ele me ajudou com minha bolsa
de nebulização. Eu corri todo o caminho até a porta da
frente, protegendo meus olhos da chuva e pressionando
a campainha algumas vezes. Virando a cabeça para trás,
acenei para o taxista.
– Tenha um bom fim de semana! – Eu gritei sem
fôlego. Malditos pulmões.

– Você também, querida. – Ele ficou lá por mais alguns


segundos. Eu o dispensei novamente. Não havia
necessidade de ele ficar lá no frio e esperar por mim.
Finalmente ele saiu.

Toquei a campainha novamente. Nada Peguei meu


telefone e liguei para Dean. A visão da costa quase me
levou até o outro lado da rua e o frio fez cócegas em
meus órgãos internos. Sem resposta. Liguei mais três
vezes e enviei uma mensagem para ele.
Rosie: Sirius para a Terra, onde você
está? Estou do lado de fora, esperando.

Rosie: Ok, está muito frio e faz dez


minutos desde que cheguei aqui. Vou chamar
um táxi e esperar por você em um café no
centro da cidade.

Rosie: O próximo táxi disponível vem aqui


em trinta minutos. Onde você está? Isso está
me preocupando. Me ligue de volta. Eu te amo

A chuva caiu sobre mim e eu joguei meus punhos


contra a porta, rezando para que estivesse ali. Que não
podia me ouvir por causa do barulho da chuva ou que
estava tirando uma soneca e que ele iria me responder a
qualquer momento. O desespero na minha voz me pegou
de surpresa.
– Ei! Oi! Estou aqui!

Sem resposta.

Meus dentes batiam.

Meu corpo estremeceu.

Eu estava encharcada, da cabeça aos pés, sem


ninguém para me acudir e minhas roupas ficaram
pesadas com a chuva.

O terror me encontrou no espaço entre ansiedade e


medo. Eu sabia o que estava acontecendo, mas não
consegui impedir. E enquanto o granizo batia no meu
rosto como vidro, eu queria uma coisa acima de tudo.

Não me falte, Dean. Eu implorei. Não seja minha


perdição.
CAPÍTULO 30

A terra não parecia tão firme sob meus pés naquele


dia.

Esse deveria ser meu primeiro aviso.

Depois de transferir os seiscentos mil dólares para a


conta bancária desnutrida de Nina, ela enviou uma
mensagem com o nome de um café do outro lado da
estrada e disse que ele estaria lá ao meio–dia. Isso me
deu muita liberdade para chegar aos Hamptons a tempo.
Mesmo que o trânsito estivesse doido, as estradas
estivessem bloqueadas e o tempo estivesse contra mim.

– Tirarei o resto do dia de folga. Se alguém perguntar


onde estou, diga–lhes que no inferno.– Eu disse a Sue,
fechando meu laptop e andando pela área de recepção.

Eu coloquei meu casaco Valentino com estampa


tropical. Sue me deu um olhar de lado, e me deu uma
espécie de sorriso de merda.

– Tenha um bom final de semana, Sr. Cole.


– Você também, senhorita Pearson. – Foda–se ela. Se
quisesse usar o sobrenome, eu também. Nada me
incomodaria. Sue foi apenas um barulho neste momento.

Com passos poderosos, fiz meu caminho até o café do


outro lado da rua. A chuva caiu como se sofresse de TPM.
Furiosa como merda. Não é metade do que eu
provavelmente iria usar, mas sim. No minuto em que
abri a porta e toquei o sino acima, ele me levou de volta
ao The Black Hole e Rosie, então tentei respirar fundo. Eu
estava otimista que Nina não viria. Ela conseguiu o que
queria e não tinha mais nada para me coagir. A esta
altura provavelmente já esqueceu meu nome. Ilusões e
tudo mais.

O café estava lotado de empresários e mulheres


tentando conseguir um sanduíche para o almoço, então,
primeiro, vasculhei a sala com os olhos céticos,
imaginando como diabos nos reconheceríamos. Talvez
eu deveria mencionar que era grande e usava roupas de
grife excêntricas. Não havia nada que passasse pela
minha jaqueta maluca.

Andei pelo bar e comecei a olhar para os rostos de


pessoas, pratos, telas de telefones, desesperado para
reconhecer alguém que parecesse comigo.

Três jovens de traje. Nop–

Dois estudantes tomando café com seus MacBooks.


Seguindo.
Um cara de oitenta anos de idade em um terno de três
peças. Como o inferno. Ele não era do tipo de Nina.

Uma mulher de trinta e alguma coisa que me devolveu


um olhar e um sorriso vermelho vivo. Sinto muito amor.
Felizmente tomado.

Meus olhos estavam frenéticos, implorando para


encontrar o suspeito certo, e meu coração estava fazendo
a mesma coisa que ele fez quando Rosie tirou suas
roupas antes de irmos para a cama.

Então eu reconheci uma cabeça com grosso cabelo


grisalho que fez minhas sobrancelhas baixarem e um
sorriso deixar meus lábios.

– Papai? – Eu andei até uma pequena mesa no canto


da sala. Meu pai, Eli Cole, sentado ali, olhando para uma
xícara de café.

– Jesus, você está na cidade? Porque você não me


disse? É por causa do caso do Farlon? – perguntei.

Ele levantou os olhos do café e ficou em pé, mas não


disse nada.

Nem uma maldita coisa.

Não, não, não, não, não, não.

Eu dei um passo para trás.

– Onde está a Nina? – Eu perguntei. Eu estava louco,


certo? O tipo de merda doente e distorcida que passou
pela minha cabeça quando assumi que Rosie estava me
traindo quando estava realmente no hospital. Meu pai
estava feliz casado com minha mãe quando Nina ficou
grávida. Talvez meu pai biológico tenha fugido no último
minuto e Eli estivesse aqui para pegar os pedaços.

– Sente–se –Ele disse.

– Não–. Eu não conseguia sentir meu rosto.

– Me diga por que merda você está aqui e onde está


Nina.

– Linguagem, Dean.

– Foda–se a linguagem, papai–. Me apoiei usando as


costas de uma cadeira.

– O que está acontecendo?

O pânico correu no meu sangue. Isso não poderia


significar o que achava que significava. Papai chegou
mais perto e colocou a mão no meu ombro. Seu aperto
não era tão firme como normalmente era.

– Eu queria te contar quando estava em Sinners Saints


para Ação de Graças ...

– Não –Eu disse, envergonhado. Eu o empurro,


sentindo como se alguém tivesse me atingido no nariz de
dentro da minha cabeça. Sua cabeça bateu na parede e
seu ombro empurrou uma mulher para trás que nos deu
uma olhada.
– Minha vida não é uma novela sangrenta, e não, você
fodia Nina enquanto era casado com mamãe – disse isso
como uma declaração, mas obviamente, isso também era
uma ilusão.

Ele levantou as mãos em sinal de rendição.

– Há muito sobre o que temos que conversar, filho.


Você deveria se sentar.

– Pare de me dizer como me sinto!– Eu levantei


minha voz, batendo na mesa com as duas mãos.

Onze anos atrás, Donald Whittaker foi finalmente


admitido em Emergências depois de dois dias de dor
excruciante para ajudá–lo com um nariz quebrado, duas
costelas fraturadas e vários cortes que eu causei a ele.
Ele não tinha seguro, então Owl e Nina tiveram que pagar
uma tonelada por sua estada no hospital. O que ele não
sabia era que a única coisa que o separava da morte era a
filha do Pregador, Tiffany.

Onze anos depois, fiquei me perguntando quem seria


a Tiffany designada para me impedir de fazer algo com
meu pai. Algo que eu não podería superar. Porque eu
realmente queria fodê–lo mal. E tenho certeza que não
usaria o corpo da minha namorada dessa vez.

– Existe uma explicação para tudo isso. Sua voz tão


baixa que quase sussurrou. As pessoas olhavam para nós
sobre as bordas de suas xícaras de café. Papai me
agarrou pelo bíceps e tentou me puxar para a cadeira na
frente dele. Eu não me mexi.

– Diga–me que é um erro, Eli. – A frieza na minha voz


enviou arrepios pelo meu corpo.

– Não é um erro–. Eli estreitou os olhos, ainda sereno,


ainda firme, ainda o mesmo.

– Você nunca foi um erro.

Eu não sabia o que pensar. Eu não sabia o que sentir.


Eu não sabia por que minha mãe ainda era casada com
ele quando ele obviamente fodeu sua irmã mais velha.

E então me golpeou como um caminhão de carga. Eu


era ele. Eu era o idiota que fez isso. Quem ficou entre
duas irmãs. Aquele babaca, ligou o interruptor de ódio?
Eu tenho todo o potencial para ser ele.

– É assim que você conta para mim? – Eu cuspo

– Você se fecha toda vez que tento te alcançar. Jesus


Cristo.

– Você está morto para mim.

E naquele momento, era a verdade.

– Fodidamente morto. Não me chame. Não fale


comigo. Nem pense em mim. Eu não vou pensar em você.

Entao saí, a porta chicoteando atrás de mim, me


levando ao bar mais próximo do quarteirão.
Bato meu punho três vezes no balcão.

– Barman! Conhaque.

E apaguei.

****

Meus olhos se abrem e eu rosno, alcançando com a


mão para tocar minha têmpora. Havia um som irritante
zumbindo no meu ouvido. Parecia um carro velho
tentando fazer uma viagem que não era para fazer. Foi
quando meus olhos se arregalaram que percebi que tinha
tubos inseridos em minhas veias. Um gotejamento
intravenoso ao meu lado. O quarto luminoso. Luzes
fluorescentes. Todo o grande espetáculo do hospital.

A história da minha vida e estou me cansando desse


enredo angustiado.

– O que está acontecendo? –Tossi, embora eu não


tenha noção se há mais alguém aqui.

Minha visão turva clareia quando eu pisco. –A sala


estava em chamas, e eu estava imaginando quem
manipularia o termostato. Estava muito quente e úmido
o suficiente para fritar bacon na minha testa. Mmm,
bacon. Eu estava com fome. Certamente, foi um bom
sinal.

A máquina. Continua fazendo aquele barulho que


parecia me abalar. Phhhhhhsttttt. Phhhhhhsttt.
Phhhhhhsst.

Alguém seriamente precisava desligá–lo antes de eu


virar todo o Hulk com ele.

–Você está no hospital. – Eu ouvi a voz da minha irmã


antes de sentir sua mão quente na minha. Mesmo quando
eu estava suando, minha pele estava um pouco mais fria
contra sua pele.

Eu deixo minha cabeça cair para o lado, apertando


meus olhos para fechá–los, e abri–los novamente para
poder olhar para ela. Meus pais estavam sentados ao
lado dela, Três pares de olhos arregalados, me
inspecionando como um animal no zoológico. Seus lábios
vêm ao meu rosto, pairando sobre mim.

– Como se sente?

– Melhor do que eu pareço, – suponho que pela


aparência deles.

– Por que estou aqui?

Me lembro a maior parte do que aconteceu. Lembro–


me de bater à porta daquela casa nos Hamptons até a
pele dos meus dedos se abrir. Eu lembro de ligar e
mandar mensagens para Dean. Lembro–me de fazer uma
parada de táxi enquanto estremecia na chuva. Mas não
me lembro o que aconteceu depois. Meu ataque de
ansiedade voltou com força total e devo ter desmaiado
ou algo assim.

– Quem me trouxe aqui? –Tossi cada palavra.

– O taxista.

Oh! Eu me senti como uma completa idiota por fazer a


próxima pergunta.

– Onde está Dean?

Millie olhou para a mamãe, a mamãe olhou para o


papai e papai olhou para a janela.

– Não sabemos–. Millie mordiscou seus lábios.

– Vicious está tentando localizá–lo. Nós voamos para


cá no momento em que soubemos.

Eu olhei em volta. Eu não reconheci o quarto, o que


significava que não era o Hospital Lenox Hill. Estávamos
a mais de duas horas de Manhattan. E em Manhattan, eu
não tinha aquela máquina, com aquele barulho terrível e
terrível.

– Você tem uma infecção pulmonar grave.

Mamãe puxou Millie para o lado e sentou na minha


cama. Pegou minha mão na sua. E eu quase choraminguei
com o gesto. Eu pressionei meus dedos em sua palma,
curtindo esse breve momento de intimidade. Seu rosto
permaneceu torturado.

– Sua infecção se espalhou e o fato de você ter pegado


um resfriado não melhorou as coisas. Seu sistema esta
fraco.

Eu dei um tapinha na mão dela e consegui sorrir.

– Não se preocupe, mamãe. Eu tenho infecções


pulmonares o tempo todo.

– Desta vez seu fígado e pâncreas também foram


afetados. – Millie lambeu os lábios, piscando
rapidamente. Papai foi até a janela e encostou a testa no
vidro. A chuva caía do outro lado e talvez fosse porque
ele não queria que o víssemos chorar.

– Dissemos a você que o menino era um problema–,


suspirou papai. Não estava mais com raiva. Exasperado,
talvez. Exausto, principalmente.

– Agora não é a hora–, repreendeu Millie.

– Simplesmente você deveria ter retornado a Sinners


Saints. Mamãe enxugou as lágrimas do rosto e me
ocorreu que talvez o meu maior problema não fosse que
eu não soubesse onde Dean estava. Porque mamãe
raramente chorava e meu pai nunca chorava. E Millie ...
Eu dei outra olhada nela. Ela mordiscou a pele morta ao
redor do dedo, também lutando contra as lágrimas.
– Alguém pode desligar essa máquina? – Mudei de
assunto, tentando aliviar a atmosfera.

– Vocês sabem? Aquela que faz sons como se


explodissem a qualquer segundo–, eu disse em uma
risada desconfortável.

Millie ergueu os olhos da barriga arredondada e


inalou antes de abrir a boca.

– São seus pulmões, Rosie.

Fechei a boca e escutei atentamente. Merda. Eram


meus pulmões. Eles assobiavam cada vez que inalava
uma terna respiração.

Phhhssssstttt. Phhhhsssstttt. Phhhssstttt.

– Eu não entendo–, murmurei.

– Estou bem.

Seriamente. Eu estava. Tentei me sentar na cama, mas


minhas costas doeram e meus pulmões queimaram.
Millie se levantou rapidamente e me ajudou, ajeitando os
travesseiros nas minhas costas, enquanto mamãe me
segurava pelos ombros para evitar que eu caísse para
trás. Meus olhos se focaram nos meus pés e eu engoli,
lembrando o que o Dr. Hasting me disse em uma de
nossas primeiras reuniões.

“Você pode viver uma vida plena e feliz, Rosie. Se você


jogar bem suas cartas e cuidar de si mesmo. A maioria dos
pacientes com fibrose cística morre de complicações
pulmonares a longo prazo e fica incapacitada com o
passar do tempo, mas se você fizer exercícios, fizer
fisioterapia intensiva e tomar seus medicamentos, tudo
bem.”

Minha saúde estava tomando o caminho errado?


Viajando o caminho para complicações pulmonares,
tomando a curva na direção da incapacitação? Eu
definitivamente não senti como se tivesse algum poder
sobre o meu corpo. Isso me assustou, mais do que a ideia
da morte.

Quando mamãe me soltou para sentar na cama com as


costas contra os travesseiros, meus olhos escureceram.
Eu não tentei tranquilizá–los mais. Era hora deles me
tranquilizarem.

–Podemos trazer algo para você, Rosie–bug? Talvez


um pouco de chocolate?

O sorriso forçado de mamãe pareceu um insulto. Foi


doloroso vê–la tentar com tanta força. Não é de admirar
que me implorassem para voltar a Sinners Saints. Levei
exatamente quatro meses para me deteriorar desde que
Dean e eu nos encontramos batendo em portas fechadas
no meio de uma chuva torrencial, esperando que Ruckus
abrisse seu coração.

Garota estúpida. As palavras flutuaram em minha


mente, assim como fizeram todos aqueles meses atrás,
depois que fizemos sexo pela primeira vez. Estúpida,
estúpida, idiota.

– Estou bem, obrigada–, eu disse, justo quando Vicious


entrou na sala. O fato dele estar aqui em primeiro lugar
me pegou de surpresa. Minha saúde realmente estava na
merda se Vicious tivesse vindo se despedir. Ele colocou o
telefone na calça e se inclinou, beijando a testa de Millie.
Meu coração se apertou.

– Dr. Hasting está a caminho. Ele vai interromper suas


férias–, disse ele a ninguém em particular, mas todos nós
murmuramos nossos agradecimentos. Eu pensei que
estava fora da cidade por causa de uma emergência da
família, mas talvez a emergência estivesse dando um
tempo nas pessoas como eu. Vicious olhou para cima e
perguntou:

– Como você está, Rosie?

– Sobreviverei–. Eu ri amargamente.

– Quer dizer, você sabe. Ou talvez não.

– Dean está desaparecido–, ele admitiu, levantando


uma sobrancelha e olhando para Emilia, como se pedisse
permissão para continuar. Ela deu–lhe um leve aceno de
cabeça.

– Você pode me dizer. Eu sou uma garota grande.


Mesmo que não me veja como uma. Mesmo se não haja
como uma por estar descuidadamente na chuva esperando
por Dean.

Vicious esfregou a nuca e expirou audivelmente.

– Ninguém ouviu falar dele desde sexta de manhã.


Então, em pouco mais de vinte e quatro horas.

Bom Espero que ele esteja morto. Não. Não, não


espero. Preocupação comeu meu interior. O que
aconteceu com o pai dele? O que aconteceu com Nina?
Por que estava fora do radar e em que ponto minha
lealdade a ele era para me abalar e focar em mim?

– Ninguém se importa com Dean–. Millie mostrou os


dentes, levantando–se e segurando as costas da cadeira.

– E se ele aparecer aqui, direi o que penso dele.

– Millie

tossi, e todos pararam e olharam para mim, esperando


que eu terminasse. Meu rosto inteiro ficou vermelho
antes que eu conseguisse parar o fluxo de tosse seca.

– Primeiro, certifique–se de que está tudo bem.


Descubra se ele está saudável e então diga a ele o que
pensa dele.

– E se ele quiser te ver?– Perguntou.

– Se chegar aqui andando, não, obrigado. Em uma


maca? Sim por favor.
– Estou feliz que ainda tenha seu senso de humor–.
Suas narinas incharam.

–Agora pare de brincar e descanse um pouco.

Não precisou me pedir duas vezes. Dez minutos


depois, eu estava novamente dormindo, seguramente
enfiada nos braços da inconsciência e dos analgésicos. E
mesmo que as vozes ao meu redor fossem abafadas e a
luz na sala não me mantivesse acordada, o som da minha
vida desaparecendo foi reproduzido no fundo enquanto
meus pulmões lutavam por ar.

Phhhhhhhsssttttt Phhhssssssttttt. Phhhhhssssssttttt


CAPÍTULO 31

O que demônios é esse cheiro ?

Levei cerca de um minuto quando reconheci que


estava deitado de barriga em algum lugar, em um quarto
que não conhecia, até conseguir abrir os olhos. Merda, eu
me senti mais pesado do que carregando Trent nas
minhas costas, o que eu fiz uma vez quando ele se
machucou enquanto estávamos no ensino médio. Mas
agora não era a hora de me distrair com essa história,
pensei.

Onde estava? Olhei em volta. Havia uma lâmpada


branca à minha direita, os lençóis estavam rosados, e o
quarto estava limpo e cheirava a flores ...

Puta merda, não.

Levantei–me rápido demais, tropeçando em uma pilha


de roupas e me endireitando em uma mesinha de
cabeceira rosa e branca. Derrubei uma série de produtos
de beleza e ouvi o som de pratos do lado de fora do
quarto. Estava sem sapatos, mas minha calça e camisa
estavam intactos ... Graças a Deus ... e levei exatamente
três segundos para me parar no corredor desta mulher ...
seu apartamento era o tamanho da minha despensa ... e
tentei não vomitar minha última refeição no seu chão.

A sala estava girando, minha cabeça estava batendo, e


eu tinha certeza que havia um buraco infinito no meu
estômago esperando para ser preenchido com pão macio
que poderia absorver um pouco do álcool que eu
consumi ontem.

– Nós dormimos juntos ontem a noite?

Eu perguntei a mulher na cozinha. Ela se virou e


olhou para mim como se eu fosse uma criatura verde que
caiu do céu com um macaco prateado. Pisquei algumas
vezes, tentando descobrir se estava alucinando ou se isso
era real.

– Primeiro, eu bateria em meu próprio rosto antes de


dormir com você.– Ela franziu os lábios e continuou
lavando a louça.

– Não. Eu vi você ziguezagueando na rua e


murmurando algo sobre seu pai e Rosie. Tentei ligar para
sua namorada, mas ela não respondeu, então achei que
tinha que te oferecer um lugar para ficar. Eu fiquei no
sofá. Você me deve um cartão de presente para uma
massagem. É só deixá–lo por aí–. Ela deu de ombros.

Rosie.
Agradeci a ela e saí correndo, sem sequer me
importando em pegar meu casaco. Meu telefone morreu
ontem, e eu tive que conectá–lo ao carregador para ler as
mensagens. Tentei ligar para ela mil vezes, mas ela não
respondeu. Houve uma pilha de chamadas perdidas do
resto dos caras, mas eu os ignorei. Minha próxima
ligação foi para Millie. Me enviou diretamente para o
correio de voz. Liguei para os pais de Rosie. Nada,
Finalmente, minha tela se acendeu quando eu estava
prestes a ligar para ela novamente e era Vicious. Eu
coloquei o telefone no meu ouvido.

– Eu não sei onde ela está

Eu respondi, o terror apertando na minha garganta.

–Merda, Vic, ela não está em seu apartamento, e ela


não tinha as chaves da casa dos Hamptons, então não
tenho ideia de onde ela foi.

– Ela está no hospital, seu idiota. Seus pulmões estão


em colapso. Seu fígado não está funcionando e mal
consegue respirar. Parabéns, você estragou seu grande
momento.

Ele disse em uma voz seca. Eu desabei em um


banquinho na minha cozinha, agarrando a parte de trás
do meu pescoço com tanta força que me fez sangrar.

– Que hospital?
– Eu não vou te dizer nada, cara. Ninguém quer ver
você aqui.

– Eu preciso vê–la.

–Isso não vai acontecer. Eu vou chutar sua bunda se


você tentar, e se de alguma forma você conseguir passar
por mim, seu pai te arrebentará sua cara. Fique longe.

– Vicious–. Eu rosnei.

– O que diabos você estava fazendo? O que era mais


importante do que abrir a porta para sua namorada
doente?

Ficando bêbado, pensei amargamente.

Então percebi que isso era exatamente o que ela fez.


Estava desesperada contra a porta enquanto eu estava
sentado em um bar perto da lareira quente, bebendo
bebidas destiladas. Infeliz, infeliz, infeliz.

– Está acordada?– Perguntei, pegando minhas chaves


uma vez. Ele ouviu o som me dizendo que era uma má
ideia.

– Vem e vai.

– Eu preciso vê–la.– Era como um disco arranhando


que não pararia de girar para conseguir o que queria.

– Você já disse isso.


Vicious não pareceu muito impressionado co minha
persistência.

– Não parece bom para você, os LeBlanc estão loucos.


Millie parece um inferno. Não é um bom momento para
vir aqui.

Eu não me importo. Bem, eu deveria. A voz de Vicious


era grave. O tempo é tudo. Era e nós sabíamos disso. O
tempo colocou Mille e eu juntos, embora nunca
devêssemos ter estado. O tempo separou Rosie e eu,
embora devêssemos sempre ter estado. Então também o
tempo foi o que nos trouxe de volta juntos. Eu ia desafiar
o tempo. Por ela.

– Diga-me onde está.

– Isso não vai acontecer.

– Vicious, eu vou arruinar sua bunda se você não me


disser, e nós dois sabemos que em algum momento eu
vou descobrir.

Nenhuma resposta

– Vicious!

Nada

– Vicious!

A linha estava morta Eu tinha a sensação de que logo


meu coração estaria igual, se eu não a encontrasse.
****

Eu descobri onde foi hospitalizada uma hora depois.


Mandei Elle ligar para os pais de Rosie, prometendo a ela
um fim de semana no Spa, onde ela iria amar e eu fui lá.
Peguei o Mercedes que estava estacionado por meses e
dirigi como se uma horda de demônios estivesse me
caçando. E eles fizeram isso. Aqueles demônios me
fizeram beber. Eu era responsável pelo fato de que
minha namorada estava morrendo em uma cama de
hospital.

Ei, imbecil. Você merece morrer também.

Meu pai continuou ligando, terminando minha bateria


no processo. Centenas de vezes. Mamãe também. Minhas
irmãs deixaram mensagens de voz e textos que duraríam
um século. Fodam–se. Bem, minhas irmãs não. Primeiro,
nojento. Segundo, elas provavelmente saberiam apenas o
que meus pais queriam que elas soubessem. Elas nunca
perdoariam Eli. Merda, como mamãe poderia tê–lo de
volta depois do que ele fez com ela? Eu fiz uma nota
mental para perguntar a ela quando minha vida não
estivesse coberta de merda. Se alguma vez não esteve.

Eu estacionei no Hospital Bom Samaritano nos


Hamptons e fui para a recepcionista perguntando por
Rose LeBlanc. Ela me disse para se foder, mas com
palavras mais agradáveis. A linha inferior era que a
paciente LeBlanc não estava recebendo visitas a não ser
a família.

Eu não posso ter certeza de onde veio essa ordem ...


dela ou dos pais dela ... porém o resultado era o mesmo.

Andei pela sala de espera porque não havia mais nada


que pudessem fazer para me impedir. Liguei para
Vicious, Millie e Rosie a cada dois minutos. Eu chutei a
máquina algumas vezes quando minha mente me
sufocou com culpa. Eu puxei meu cabelo. Eu fiz
promessas para Rosie que ela não podia ouvir. Eu
quebrei essas promessas. Pensei em maneiras criativas
de entrar em seu quarto. Lembrando que eu nem sei qual
era o número do seu quarto. Eu amaldiçoei mais vezes.
Em geral, agi como um filho da puta maluco.

Eu a estava perdendo e não era legal.

Vícious saiu do elevador algumas horas depois e se


aproximou de mim, nem mesmo meio surpreso ao me
ver lá. Ele agarrou atrás do meu pescoço, quase pronto
para me puxar para um abraço. Merda não. Esta não foi a
novela da manhã. embora eu tenha descoberto que meu
amado herói, Eli Cole, era de fato um mulherengo. Fodido
saco de merda do pior tipo.

– Você parece uma merda.– Seus lábios apenas se


moveram.
– Fodida coincidência, você também não parece
material para Victoria´s Secrets.–Levantei uma
sobrancelha.

Ele riu, o infeliz realmente riu na minha cara. Rosie


estava lutando por sua vida, e ele parecia não ter
preocupações no mundo.

– Bem–. Seu sorriso morreu abruptamente.

–Você agiu como uma merda também.

– Como ela está?– Esfreguei os olhos, sentindo como


se não tivesse dormido há anos.

– Não está bem–, admitiu.

–Estável, eu acho. Dorme muito. E faz um som


chocante quando respira. Como se seus pulmões
estivessem cheios de agulhas enferrujadas.

Mate me. Agora.

Ele sabia disso. Ele sabia apenas me ver que não havia
necessidade de me fazer sentir culpado por tudo o que
acontecera. Eu já estava no fundo da minha vida,
tentando arranhar meu caminho de volta para o universo
de Rosie com unhas sangrando.

– O que aconteceu? –Vicious começou a andar em


direção ao Starbucks do outro lado da rua e emparelhei
meus passos com ele. Tanto quanto eu odiava passear
com o cachorro de Vicious, eu tive que recrutá–lo para o
meu lado. Isso, por si só, parecia impossível. Nós sempre
estivemos cara a cara. Eu acho que isso manteve nossa
amizade viva. A batalha constante

– A mãe de todas as tempestades de merda. – Passei a


mão pelo meu cabelo e bati na parede mais próxima.
Porra, eu ia contar a ele. Porque eu tive que fazer. Por
Rosie. Atiro:

– sou adotado. Até agora eu pensei que meus pais me


adotaram da minha tia a raposa que ficou grávida de um
pedaço de merda que desapareceu. Acontece que o
pedaço de merda que falta é de fato o advogado de alto
escalão Eli Cole. Ele dormiu com a irmã mais velha de sua
esposa quando eles já estavam casados e eles decidiram
esconder isso de mim por trinta anos. Então, você sabe, o
resumo do caralho.

– Merda–, disse Vicious, parando para olhar nos meus


olhos, certificando–se de que não era uma grande, gorda
e triste piada.

Depois disso, pegamos nossos cafés e nos sentamos


perto da janela para ver o hospital. O pensamento de que
eu estava tão perto fisicamente, mas mentalmente tão
distante deixava minha mente um caos. Eu senti como se
tudo estivesse acabando. O mundo. Nós. Ela.

– Isso é um grande desastre. Eu não tinha ideia de que


Eli seria capaz de nos superar, disse Vicious,
provavelmente referindo–se ao fato de ter mergulhado
seu pênis na irmã de sua esposa.

– Está nos genes, suponho. Eu acariciei meu queixo


pensativamente, tomando um gole da minha xícara de
Joe.

– Quem diabos se importa com isso, Vic?


Seriamente.Ela precisava de mim e eu a deixei
esperando. Ela precisava de mim e ficou na chuva
esperando por mim. Eu deveria queimar no inferno por
isso. Na verdade, aposto que você ficaria feliz em acender
a maldita fogueira.

Vicious me deu de ombros sem compromisso,


passando os dentes pelo lábio inferior.

– O que?– Eu o cutuquei.

– Quero dizer, honestamente? Quem não estragou


tudo? Eu fodi muitas vezes com Emilia. Eu fiz coisas
muito piores. Mas ela não estava doente. Essa é a única
diferença. Ela estava lá para me aceitar quando eu
finalmente puxei minha cabeça para fora da minha
bunda e comecei a me humilhar.

– E você acha que Rosie não vai conseguir? – Limpei a


garganta porque não conseguia engolir, não havia ar
suficiente na maldita sala enquanto esperava pela sua
resposta.

Ele olhou para mim.


– Não sou médico, mas estaria mentindo se dissesse
que seu prognóstico é bom.

– Tenho que falar com ela. – Acomodei meu corpo


para enfrentá–lo, agarrando seus ombros e forçando–o a
olhar para mim ... para ver a minha dor.

– Você tem que me ajudar, Vic. Eu não posso ficar sem


vê–la agora. Você percebe isso, certo?

Ele me mediu, silencioso e astuto. Seus lábios


pressionados juntos. Ele estava pensando.

– O que você quer? –Eu esfreguei meu rosto

– me dê seu preço.

Caramba, nós estávamos fazendo isso de novo.


Isso.Negociando a felicidade do outro. Bom o que seja.
Tudo tem um preço. Especialmente no mundo de Vicious.

– Quanto me custaria chegar a ela?

Nada era um limite difícil. Eu acho que sabia disso.

– Eu quero quinze por cento de suas ações na Fiscal


Heights Holdigns.

Ele me deu uma colherada do meu próprio remédio e


empurrou–o para o fundo da minha maldita garganta. Eu
nem sequer pensei sobre a sua demanda antes que as
palavras saíssem da minha boca.

– Tome–as. São suas. Agora me leve lá. Preciso vê–la


– Vinte. Quiz dizer. Imbecil.

Direto em seu rosto, eu disse

–É seu.

– Vinte e cinco. De todas as suas ações. Minhas.


Assinado amanhã de manhã.

– Tome todas as minhas ações. Leve minhas roupas e


meu apartamento, até meus órgãos internos. Deixa–me
vê–la. Converse com o LeBlanc.

Levantou–se, terminando o café de um só gole e


baixou a voz.

–A coisa é essa. Senhor desgraçado. Não preciso de


nada da sua merda. Mas eu vou te ajudar. Esta é a parte
difícil, a propósito. Mesmo que seus pais concordem em
deixá–lo vê–la, as irmãs LeBlanc não são fáceis de passar.

Eu parei, deixando um sorriso finalmente aparecer no


meu rosto.

–Bem, então é bom que eu seja um excelente atacante.


CAPÍTULO 32

O que te faz sentir viva?

A luta. Respirar. Estar viva. Não deixar


ir.

Os murmúrios atrás da porta fechada me acordaram.


Quem estava lá, perdeu a paciência rapidamente. Os
fortes passos no chão me alertaram. Então as vozes
começaram a sangrar em meus ouvidos e as peças do
quebra–cabeça se encaixaram.

Mamãe levantou a voz.

– Eu realmente não me importo. Minha filha está


muito doente e você estava muito ciente disso. Você a
conhece, afinal. Agora vá embora, garoto, e não volte
aqui. Rosie está lutando por sua vida, e sem remorso, eu
te culpo por isso. Você acha que ela vai querer ver você?

– Sra. LeBlanc – sua voz tinha um canto que eu não


conseguia decodificar. Dean Cole não era do tipo
humilhante.
– Peço desculpas. Deixe sua filha decidir por si mesma.
Eu lhe garanto que ela quer me ouvir. Pergunte a ela.

–Está dormindo.

Eu abri minha boca com a intenção de chamá–lo, mas


nada saiu. A transformação indesejada que meu corpo
sofrera nas últimas horas me deixou sem palavras.
Literalmente. Incapaz de mover minha cabeça, me
encontrei lutando pela próxima piscadela. Tudo doía. Eu
tive que respirar fundo de propósito para garantir que
meus pulmões não quebrassem. Eu precisava ligar para a
enfermeira para administrar minha dose de analgésico.
Mas eu não reivindiquei. A morfina só me faria dormir
mais, havia muita coisa acontecendo ao meu redor, eu
não queria perder nada. A outra razão pela qual eu não
queria receber mais narcóticos era o medo cru e nu. E se
eu dormisse no meu sonho? Meus olhos estavam
pesados, mas lutei para ficar acordada.

Eu estava desesperada para ver Dean novamente.

Ele tinha estragado tudo? Sim, grandemente.

Estava com raiva dele? Claro. Furiosa.

Mas quando se está no seu leito de morte, não há


tempo para ficar com raiva. O espírito de vingança foi
jogado pela janela junto com qualquer outro traço
negativo, devorador de alma, que estava enraizado em
nós. Quando você estava em seu leito de morte, o tempo
lhe lembrava como era realmente precioso. Os
sentimentos estavam expostos e abertos para o mundo
ver, remexer e cavar dentro.

– Charlene–. Vicious interferiu do corredor do


hospital do lado de fora da minha porta.

– Rosie ama Dean. Ele tem uma razão para não


encontrá–la nos Hamptons ontem, e posso dizer–lhe que
a razão dele não fede. Pelo menos, pergunte se ela quer
vê–lo.

– Bem, mas não agora. – Mamãe bufou e a ouvi bater


na coxa dela.

– Como eu disse, ela está realmente dormindo agora,


e eu vou ser amaldiçoada se algo como esse sem noção a
acordar enquanto ela poderia estar descansando. Vai
embora.Eu te ligo quando ela acordar.

– Nova Iorque está a três horas de distância, minha


senhora. – Dean tentou argumentar com ela.

– E isso é uma longa viagem, é, Sr. Cole? Minha filha


fez isso para ver você aqui. Você nem se incomodou em
aparecer.

Isso os calou. Alguns minutos depois, a porta se abriu


e mamãe entrou. Eu não sabia onde Millie e papai
estavam, mas percebi que eles estavam se revezando
para me ver. Cada momento de vigília foi gasto com
outra pessoa. Isso fez com que chegar a Dean por uma
mensagem ou uma ligação se tornasse impossível. Pedir
espaço pessoal não era justo para as pessoas que
pararam suas vidas para fornecer–las para mim.

O colchão afundou quando minha irmã veio se sentar


ao meu lado.

– Como você está se sentindo, querida?

Eu abri minha boca e tentei falar, mas minhas palavras


saíram em um silvo desesperado.

– Melhor.

Ela riu e fungou, enxugando algumas lágrimas. Eu me


perguntava se todas as famílias eram desastres de
proporções épicas quando o mais novo estava morrendo,
ou era apenas a minha? Não era mais uma garota, mas
costumava ser o bebê de todos. Vicious me chamava de
Pequena LeBlanc. Dean me chamava de Baby LeBlanc.
Todos os outros, Rosie–bug. E uma parte de mim
acreditava tolamente que eu tinha mais tempo.

– Todo o mundo está mantendo você em suas orações.


Eu vou à igreja sob a estrada todos os dias. Baron está
chamando um pneumologista fantástico da Inglaterra.
Ele voará para cá se as coisas não melhorarem. Mas elas
vão, minha querida menina. – Ela acariciou minha testa,
lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Não estava
tentando esconder ou limpá–los mais.

– Minha querida, você vai sair daqui andando. Eu sei


que você vai. – Sua testa encontrou a minha e eu fechei
meus olhos, sentindo as lágrimas quentes vazarem sob
meus cílios. Eu não queria chorar, especialmente na
frente da minha mãe, mas não me sentia mais forte. Ser
forte cansava. Tentar ser independente e forte foi o que
me trouxe aqui em primeiro lugar. Ser forte me deixou
doente.

– Mãe, sussurrei

–Eu sei, vou ficar bem, ok? Me desculpe, eu não ouvi


você sobre Sinners Saints. Eu sei que você teve boas
intenções. Eu só queria parar de ser tratada como um
bebê.

– Eu sei, querida, eu sei, eu sei–, ela repetiu, beijando


minha testa e minhas lágrimas uma e outra vez. Isso não
me afastou de não ter respondido a minha pergunta. Não
me escapou nada.

****

Eu estava empoleirado na varanda do lado de fora da


mansão Hamptons que eu havia alugado, deixando a
chuva bater na porra da minha cara, porque eu merecia
isso. Só para ter certeza de que eu era um completo
perdedor e um idiota incompetente e miserável, eu bebi
vodka direto da garrafa, tentando sentir como ela se
sentiu quando estava do lado de fora, porra sabe quanto
tempo.

Eu mereci isso. Cada um dos pedaços da vida que


estava recebendo. Apenas e fodidamente quadrado.

Eu não deveria ter bebido três garrafas de vodka em


vinte e quatro horas. Mas eu fiz isso. Porque essa merda
com a qual te alimentam tocando no fundo e vê a luz. É
só isso. Uma carga de merda. Na realidade, quando você
bate no fundo, você fica lá por um longo tempo, cochila
estendido, porque o fundo ainda é chão sólido.
Especialmente quando o resto do mundo está pendurado
como pluma em uma balança.

Ser um viciado cuja vida cai diante dele é desgastante.


Mais do que ser o filho amado, o homem de negócios
afiado, o homem que lhe daria quatro orgasmos mesmo
antes de ele tocar em você. Eu descobri da maneira mais
difícil. A verdade era que a fraqueza convidava mais
fraqueza. E saber que Rosie estava morrendo não me fez
um cavaleiro de armadura brilhante e ajudou meu
problema de bebida a desaparecer. Ele serviu como o
tijolo pesado que me mergulhou nas profundezas da
miséria.

Deitado nos degraus da entrada da mansão com uma


garrafa nos lábios, olhei para as árvores frondosas
tentando lutar contra o vento e ri de como eu me tornara
patético.

Era uma segunda feira. Meio–dia O resto do mundo


estava cheio de vida. Eu estava zumbindo de raiva. Eu
precisava pensar em uma maneira de recuperá–la. A
conversa de Vicious com seus pais não ajudou nem um
pouco.

Não me incomodei em responder aos meus pais


quando ligaram. A única coisa que fiz foi ir ao hospital
em horários aleatórios, exigindo ver Rosie. No começo
eles me chutaram porque ela estava dormindo. Então foi
porque eu estava muito bêbado para funcionar. Pelo
menos eu tinha um lugar para ficar enquanto esperava
Rosie me ver. Ah sim, karma não é o único que é uma
puta. A ironia também tinha um senso de humor
distorcido.

Vicious tentou estar lá para mim, mas eu o afastei.


Trent estava preocupado, mas ele não podia deixar Luna,
e Jaime estava chateado porque nem Vic nem eu
dissemos a ele o que me fez enlouquecer no mundo e
resgatar minha namorada.

Nina parou de ligar agora que tinha o dinheiro, pelo


menos eu tenho isso para mim, embora eu não poderia
mesmo notar a sua ausência na minha vida, porque afinal
de contas, essencialmente, minha mãe biológica parou de
me dar merda no porra minuto que lhe paguei.
Merda, idiota. Sua vida é um desastre quente. Um
carro alugado parou em frente à porta da mansão e eu
não precisei ver os rostos dos ocupantes para saber
quem eles eram. Volvo Sempre com a porra do Volvo. A
cerca branca jaz e três crianças perfeitas tentando
alimentar o mundo. Eu realmente comprei essa merda.
Até agora.

Fodido Vicious por dar–lhe o endereço. Ele deveria ter


feito isso, porque eu com certeza não fiz isso.

Minha mãe foi a primeira a sair do carro. Não abriu o


guarda–chuva na mão, apenas correu ligeiramente a
pouca distância do veículo até a varanda, esfregando as
mãos, embora estivesse usando um casaco rosa.

– Querido. – O rosto dela era artificial, o cabelo


perfeito e não parecia tão desanimada quanto eu pelo
que meu pai fizera. O mesmo pai que podia ver por trás
do ombro, estacionando o veículo e sentado no banco do
motorista. Caralho covarde

– Temos que conversar querido. Nós não podemos


continuar assim.

– Podemos, e vamos. Vá embora–, eu lamentei. Eu


parecia uma merda. Agia como um pequeno também. E
eu estava bêbado, o que ela podia ver.

Minha mãe me ignorou, subiu as escadas até a porta e


abriu.
– Eu vou fazer um chá. Você deveria se juntar a mim,
querido. Está frio lá fora.

Minha mãe ainda agia como a mãe amorosa que era,


mesmo quando eu a colocava no inferno. Mesmo quando
ela era a última pessoa com quem eu deveria estar
zangado, porque toda vez que ela me olhava na cara, via
a infidelidade do marido com sua irmã. Nos meus olhos,
que eram da Nina. Meus lábios, que eram dele. Minha
existência deveria ser um espinho em seu coração. Mas
de alguma forma, ela sempre me fez sentir como aquela
batida do coração para mim. E foi isso que me fez tirar a
minha bunda da varanda e mover um dedo, apontando
diretamente para o meu pai.

– Fique onde você está.– Eu levantei minha voz.

– Ela tudo bem, mas você não é bem vindo aqui,


pedaço de merda infiel.

Dois minutos depois, ela enrolou um cobertor em


volta dos meus ombros e eu estava sentado na cozinha
de um estranho tomando chá forte pela primeira vez na
vida. Que homem com menos de sessenta bebe chá de
bom grado? Eu suponho.

– Ouça–me, querido–. Mamãe se inclinou para frente


em seu assento na minha frente e pegou minha mão na
dela. Ela ainda estava quente. Como estava quente? Bem,
não ficar sentado fora por horas e horas tentando
compensar seu comportamento tinha algo a ver com
isso.

– Eu sei que você está com raiva e confuso. Você tem


todo o direito de estar. E se você pensa por um segundo
que eu aceitei na hora o que aconteceu ou eu deixei isso
acontecer, você está completamente errado. Eu pedi o
divórcio, Dean. Eu não queria seu pai depois de descobrir
o que ele fez. E, francamente, eu também não te quiz.

Oh

– Entretanto está aqui. – Eu zombei, meus olhos


estavam mortos.

–Eu estou.– Ela sorriu.

– Graças a você. Você valeu a pena. Quando percebi


que você era meu para cuidar, eu te amei. Tanto que
estava disposta a dar a Eli outra chance, mesmo que ele
não merecesse. Seu pai estava errado. Grande
momento.Mas as coisas nem sempre são o que parecem.
Você deveria saber melhor que ninguém.

Ela queria dizer Millie e Rosie. E ela estava certa.


Embora eu não gostasse muito de Millie, e ela realmente
não me amava, isso ainda acontecia.

– Foi ideia sua que eu me juntasse a ela. Passei os


verões em sua fazenda – eu disse suavemente. Mamãe
sacudiu a cabeça.
–Dean, você me pediu para ir. Você disse que amava
isso lá. Do meu ponto de vista, ela tinha parado de usar
drogas e morava em uma fazenda. Nos vendeu mentiras.
Eu pensei que você iria nos dizer se não gostasse de lá.
Eu estava sempre perguntando a você, Dean. Todo verão,
eu perguntava se você gostava de lá. Você sempre disse
sim.

Queria que você me amasse. – Eu engoli, a escuridão


nublando minha expressão. Jesus, sonho patético. Mesmo
para meus próprios ouvidos. Os olhos da minha mãe
brilhavam com lágrimas não derramadas. Eu sofri por ela
tanto quanto ela sofreu por mim, mas eu não estava nem
perto do que estava por Rosie.

A porta da frente abriu e fechou, e minha mãe se


levantou e olhou para trás do ombro, o rosto sereno.

– Tem muito o que falar, você e seu pai, mas eu vou


dizer uma coisa, Dean. O amor não é perfeito. A vida não
é perfeita. No entanto, são coisas extremamente bonitas
que você deve valorizar todos os dias. Estou feliz com
seu pai. E o que aconteceu no passado pertence ao
mesmo ... o passado.

Eli entrou na cozinha amarela e tomou o assento que


minha mãe ocupou um segundo atrás. Eu tirei a máscara
que coloquei pra mamãe e dei a ele meu rosto idiota.
Aquele que eu agora sabia que recebi dele.

– Eu pensei que tivesse dito para não sair do carro.


– Eu pensei que você sabia que não deveria dar ordens
ao seu pai, Dean Leonard Cole.

Eu abri meus braços e reclinei na minha cadeira,


sorrindo.

–Suponho que lhe devo um obrigado por finalmente


me dizer que sou seu filho biológico. Se eu incluir
algumas centenas de dólares a mais, você me dará mais
detalhes? Talvez onde fui concebido? E, claro, se Nina é
escandalosa. – Não foi como se eu não soubesse a
resposta para aquela última. Nina tinha uma coisa que
me fez sentir desconfortável. Realmente desconfortável.
Não me lembro de um verão em que eu não a peguei e /
ou escutei ela e Owl fazendo isso. Isso me fez engasgar,
mas eu não podia fazer nada sobre isso. Paredes finas
Além disso, às vezes eu costumava andar até a cozinha
ou a sala de estar e eles iriam estar fodendo e sorrindo
para mim. Não admira que eu amei tanto ficar deitado no
feno lá fora.

– Eu posso te ajudar. –Meu pai ignorou minha merda,


o que foi estranho para ele. Ele nunca me deixou sair
como sendo um imbecil. Nem aos trinta anos.

–Com que? – Eu rí.

– Com sua espiral autodestrutiva. E com o melhor


entendimento da verdade.

– Sua verdade me custou seiscentos mil dólares.


–Você sabe que o dinheiro não é o problema aqui.
Nunca foi, Dean. Eu não tinha nenhuma indicação de que
você estava pronto para a verdade aparecer, então deixei
você decidir. Filho. – Ele colocou os óculos sobre a mesa,
pressionando os polegares nas órbitas de seus olhos.

–Sua mãe e eu sentimos sua falta. Nós queremos fazer


isso direito.

Eu olhei para o telefone na mesa. Vicious me enviou


uma mensagem de texto naquela manhã dizendo que
ainda não conseguira descongelar os LeBlancs e
convencê–los a permitir que eu visse Rosie. Eu não tinha
mais nada para fazer, de qualquer maneira. Eu poderia
gastar tempo ouvindo o personagem do meu pai.

– Espere, seu idiota–, eu murmurei quando me livrei


da colcha e liguei o aquecedor. Papai me viu colocar um
baseado na minha boca e soprar uma nuvem de fumaça,
apertando seus lábios. Não gostava. Mas desta vez, teria
que aturar isso.

– Que diabos você está olhando? – Eu perguntei


quando ele olhou para mim por um minuto. O que diabos
estava errado com ele? Parecia que estava chorando, o
que me fez sentir desconfortável. Não que pensava que
homens eram maricas chorando (ok, eu falo em outras
palavras: isso depende da quantidade de choro, a situação
e as circunstâncias) mas parecia estranho pensar que Eli
Cole produziu lágrimas humanas reais. Normalmente, ele
parecia tão indiferente para o mundo. Enquanto ele
podia ser sentimental, ele estava sempre calmo.
Extremamente, até o menor osso do seu corpo. E agora
ele parecia muito, muito disperso. Papai sacudiu a
cabeça.

– Nada.– Ele bateu na mesa redonda de carvalho,


ignorando a quantidade saudável de bombas–J que eu
ofereci a ele. Tratava de manter minha linguagem
quando estava com meus pais, mas não me sentia muito
respeitoso com meu pai neste momento.

– Sempre me surpreende como somos semelhantes.

Ele apertou os lábios juntos.

– Você também tem algum problema com erva e


álcool? – Eu ri, derramando as cinzas em uma garrafa de
vodka vazia e tomando uma lata de cerveja meio vazia.

– Eu tive,– ele disse.

Meu queixo quase caiu nessa revelação. Isso foi


definitivamente novo para mim.

– Explique–. Eu peguei outra tragada do baseado,


antes que ele o arrancasse da minha mão e o apagasse.

– Ei. – Minhas sobrancelhas se juntaram.

– Que porra é essa?

– A porra é que eu sou seu pai, e você vai agir de


acordo com os códigos sociais que nós enraizamos em
você desde cedo, pelo menos ao nosso redor. Isso
significa que você não bebe ou fuma maconha na minha
frente e corta a palavra com F Dean. Isso não torna você
mais difícil. Isso faz você parecer um maldito bruto, e eu
gastei muito dinheiro em sua educação. O suficiente para
ter certeza de que você não é um bruto. Então, embora
eu concorde em seguir o jogo quando você e seus amigos
ricos com um fundo fiduciário se gabarem a portas
fechadas, você será educado e tradicional comigo.
Entendido?

Olá, balde de gelo na cara, obrigado por espalhar


minha bunda. Papai se levantou, pegou uma lata de
cerveja da mesa e começou a andar pela cozinha, tirando
uma pequena lata de lixo e jogando todas as garrafas de
vodca, bitucas de cigarro e cerveja enquanto falava.

– De volta ao nosso tema principal: vício. Sim, Dean, eu


era um viciado como você. Não de erva. Onde eu cresci
no Alabama, a erva não era o vício de um homem rico.
Mas depois que me formei na faculdade de direito e casei
com sua mãe, eu tinha muitas coisas em jogo. Tive que
impressionar meu pai e ele era muito menos
compreensivo do que eu. A única maneira de aliviar a
pressão era beber. Então eu fiz isso.
Excessivamente.Todos. Os. Dias.

Fechei meus lábios e olhei para ele, tentando


descobrir se ele estava de ressaca, bêbado ou naquele
espaço doentio no meio. Eu bebi tanto neste fim de
semana que eu sempre sentia vontade de vomitar. Eu
não me lembrava de quando tinha sido minha último
comida, mas eu tinha certeza de que não ficara no meu
estômago depois de todo o festival noturno de vômitos
que eu estava jogando para mim.

– Estava bêbado noventa por cento do tempo. A alta


performance bêbado, mas eu lembro de um dia entre as
idades de vinte e dois a vinte e oito anos de idade quando
não estava tão ocupado. Mesmo no trabalho, quando não
podia me arriscar a cheirar uísque, fui ao banheiro e
tomei Listerine antes de reuniões importantes. Eu era
muito pior que você, Dean. Muito pior.

– Bem, agora você está bem– , eu murmurei. Maduro


como um maldito garotinho. Ele era um cara de classe ou
o quê? Papai levou o lixo, jogou–o através da merda da
janela como uma estrela do rock, então se adiantou e
tomou outro do banheiro, enchendo mais com garrafas e
latas de álcool.

– Estou bem, porque eu tive uma chamada de atenção,


Dean. Você sabe quando?

– Ilumina–me, mestre. – Eu respondi pelo simples fato


de responder, e não foi engraçado ou adorável na porra
dos trinta. Papai deve ter compartilhado o sentimento,
porque ele balançou a cabeça e continuou.

– Aconteceu uma vez, quando eu cheguei em casa


tarde do trabalho, eu fui para a cama bêbado e
desorientado, e fiz amor com minha esposa. Porque
quando acordei no dia seguinte, lembrei que Helen não
deveria estar em Birmingham. Ela tinha ido visitar a mãe
em Fairhope. Então olhei para a direita e vi a irmã dela.
Olhei para a mulher que estava dormindo ao meu lado e
sabia que tinha fodido toda a minha vida, como você
gosta de chamar. Isso me fez sentar em linha reta.

– Ela te enganou?

–Bem, acho que nós dois sabemos que Nina não era o
tipo de mulher que me atraia–. Papai pareceu incrédulo.

– Suponho que não. – Nina era exatamente o oposto de


Helen, minha mãe. Ela usava roupas minúsculas, fumava
em cadencia e flertava com todo mundo. Minha mãe era
do tipo country e hippie , seu cabelo sempre parecia ter
saído de uma revista de moda, era reservada e educada,
mas nunca muito gentil com os homens.

– Mas mamãe.– Eu agarrei minha cabeça e neguei em


descrença. Minha mãe não suportava o absurdo de
ninguém. Essa foi a razão pela qual minhas irmãs e eu
nos comportamos bem. Ela sabia como insistir em casa,
tudo bem, quando ela queria.

– Ela me disse que queria se divorciar de você. Como


diabos você fez isso?

Papai balançou a cabeça, jogando a segunda lata de


lixo cheia de bebidas pela janela também, antes de virar
a cabeça para olhar para mim.
– Baron está pegando tudo o que estou jogando, e
assim você não tem acesso a ele, eu vou pegar sua
carteira e ter certeza que sua geladeira está cheia de
comida. Você está desintoxicando a partir de hoje, Dean.

Vicious aqui? Que diabos? Eu realmente bati fundo


desta vez.

– Sobre sua mãe, não, ela não me perdoou. Não no


começo, de qualquer maneira. Quando eu vi Nina na
minha cama e ela me contou o que aconteceu, eu me
senti mortificado. Eu a coloquei para fora e liguei para
Helen. Ela cortou a viagem e voltou para casa. Eu disse a
verdade imediatamente. Ele fez uma mala e me colocou
para fora. Apesar das minhas melhores intenções,– um
sorriso se formou no meu rosto.

– Bom para a mamãe.

Eu era o filho bastardo que estava encorajando a


mulher enganada.

– Ela me fez pagar, com certeza. Eu dormi no meu


escritório durante esses nove meses. Helen me enviou
tantas formas de divórcio que minha caixa de correio
ficou presa pela metade. Nina escapou. Tentei encontrar,
mas não consegui. Ela passou despercebida, e foi um
momento diferente. Mais fácil de desaparecer. Sem
internet ou coisas assim. – Papai colocou as mãos nos
bolsos e olhou pela janela, franzindo a testa.
– Sua mãe pediu o divórcio dois meses antes de você
nascer. Não foi mesmo trapaça. – Ele riu amargamente.

– Porque acredite em mim, eu não tinha ideia do que


estava fazendo quando dormi com Nina. Não me lembro
de um segundo disso, graças a Deus. Ela estava cansada
do meu problema e da minha falta de motivação para
resolvê–lo. Ela merecia algo melhor e sabia disso.

– E então o que aconteceu? Por que você mudou de


ideia? – Eu ainda estava sentado à mesa. As coisas se
tornam mais claras de alguma forma. A história começou
a ter significado Não muito, e não completamente, mas
não me sentia tão perdido quanto nos últimos anos em
relação ao sofrimento de Nina.

– Você nasceu– Ele se virou e sorriu para mim como se


ele fosse Sirius, o que não poderia estar certo, porque
Rosie era Sirius. Mas eu acho que cada pessoa tem seu
próprio Sirius em sua vida. Aquele que brilha mais que o
resto.

– Você nasceu, Dean. Nós descobrimos sobre você


pelas notícias.

– O bebê Walmart. Sua mãe soube instantaneamente


que era Nina. Não foi difícil perceber. Ela me ligou e
fomos para o hospital onde eles tinham levado você. Sua
mãe queria tanto você que ela estava disposta a me dar
uma segunda chance. Ela disse que você merecia tudo,
embora a mulher que trouxe você para este mundo não o
fizesse.

–Não entendo. Eu balancei a cabeça.

–Você me fez passar tempo com Nina e Owl. Quase


todo verão. Todo o verão. Porra pai. – Eu me levantei,
andando de um lado para o outro.

–Owl foi quem me deu meu primeiro baseado aos


doze anos. Nina me deu meu primeiro gole de cerveja
quando eu estava com nove porra.

– Linguagem–, meu pai disse, e revirei os olhos, me


sentindo um pouco mais parecido com o filho dele do
que quando saí daquele café.

– Chegamos a um pequeno acordo com Nina.


Principalmente porque dar a você uma vida segura e
estável era nossa principal preocupação. Ela queria ver
você nos verões e nós concordamos enquanto ela estava
sóbria. Essa foi a condição. Paguei a Nina pelo tempo que
você passou em casa. O dinheiro deveria ser usado para
viajens, roupas, coisas assim. Nós não éramos estúpidos.
Sabíamos que ela embolsou o dinheiro e o manteve. Mas
esperamos que o tempo com você pudesse inspirá–la a
melhorar. Como eu, que me fez ficar sóbrio e crescer
como ser humano.

– Só que Nina não é um ser humano – terminei por ele.


Ele balançou a cabeça e não tinha certeza se concordava
ou discordava dessa afirmação.
– Somos todos humanos. Algumas pessoas são mais
humanas que outras. Nina cometeu muitos erros ao
longo do caminho, mas eu fiz um deles com ela. E você
também comete erros. Erros que terão penalidades
graves se você continuar nesse caminho.

Eu não tinha nada a dizer sobre isso. Não era mais


Nina.

– Por que você não me disse mais cedo? – Passei a


mão pelo meu cabelo. – Por que você me deixou pagar?
Por que você me procurou em seus termos? Não tem um
maldito sentido.

–Mas tem, Dean. Faz todo o sentido.– Ele deu um


passo mais perto de mim e agora estávamos cara a cara.
Mesma altura.Mesmo cabelo Mesma cor dos olhos.
Merda, como não poderia ter visto isso antes? Meu pai e
eu nos parecíamos. Isso porque as pessoas nunca
perguntaram se fui adotado. Porque não fui. Não
completamente, de qualquer maneira.

– Eu não sabia se você queria conhecer seu pai ou não,


e deixei você decidir. Eu sabia que se você realmente
quisesse me ver, você pagaria o dinheiro. Não é um
grande problema para você, o dinheiro, você tem mais do
que poderia gastar. Então não era algo que eu estava
preocupado. Mas se você não quisesse saber, se você não
estivesse preparado para enfrentar esta verdade, e eu
tivesse dado a você, eu não teria lhe dado nada. Eu teria
tirado algo de você. Sua escolha
Eu olhei para os meus pés.

– Eu queria que você escolhesse me conhecer, Dean.


Mas enquanto isso, eu tentei, filho. Toda vez que nos
encontramos desde que você se tornou um adulto, eu
tentei avisá–lo. Eu até queria dizer a verdade na noite de
Ação de Graças, mas você nunca apareceu.

Meu queixo trancou e senti algo que não tive o prazer


de experimentar em muito tempo. Alívio As coisas fazem
sentido agora. Eu ainda estava bravo como a merda com
meu pai, e ainda odiava Nina com ódio o suficiente para
durar algumas gerações. Nada foi resolvido. Mas, ao
mesmo tempo, pelo menos eu tive minhas respostas. E
em certo sentido ... minha paz. Nina não tinha mais
influência em mim. Meu pai biológico acabou por não ser
um viciado ou um criminoso ou um imbecil. Ele era um
homem que conhecia e amava. Ele me machucou e eu
precisava fugir até perdoá–lo. E eu gostaria Mas não
agora.

– Então isso me leva à verdadeira razão pela qual vim


para cá. – Papai colocou a mão no meu ombro e eu olhei
para ele como se ele fosse uma barata gigante.

– Derrame e vai embora–, eu disse.

– Rosie–, ele disse.

– O que há com ela? – Eu perguntei, meu coração


batendo mais rápido só para ouvir o nome dela
novamente. Estar longe dela era como rasgar a carne do
meu corpo. O tipo de desejo que não era doce e
romântico, mas ameaçava arrancar minha porra de
coragem.

– Não me escapou que você e eu tivéssemos o mesmo


problema de irmã–, disse Eli, levando–me para a janela,
com a mão nas minhas costas. Eu o deixei, esperando
para ver onde ele iria chegar com isso.

– Minha bebida quase matou meu relacionamento,


mas, ironicamente, também o salvou. E ele também me
deu uma das coisas mais importantes que tenho em
minha vida. Meu filho. Temo que você não seja tão
sortudo quanto eu. Rosie está doente. Muito doente, pelo
que estou ouvindo. O tempo não está do seu lado e você
não pode arcar com a autopiedade. Essa é a única coisa
que o dinheiro não pode comprar, Dean. Tempo, então eu
sugiro que você vá para o hospital agora e comece a se
arrastar, porque há um longo caminho a percorrer.

– Eles não vão me deixar vê–la.

eu disse, assim como Eli apontou para o


estacionamento. Vicious estava parado ali, apoiando–se
no seu Audi alugado com os braços cruzados, olhando
diretamente para a minha janela. Bem ao lado do Volvo
dos meus pais. Maldito idiota adorável.

– Seus amigos querem que você pegue a garota. Seu


pai quer que você pegue a garota. Sua mãe
provavelmente vai te matar se você não pegar a garota.
Então ... você vai pegar a garota?

– Eu vou procurá–la–, eu murmurei, paralisado pela


visão de Vicious fazendo algo de bom pela primeira vez
em sua maldita vida.

– Mesmo que isso signifique que eu preciso parar de


viver

Eu corrigi, respirando com dificuldade.

– Sim, vou ficar com a garota.

Peguei meu casaco no cabide e saí correndo pela


porta, deixando meu pai sentado ali, cercado por um
silêncio oracular.

Eu estou indo para você, Rosie.


CAPÍTULO 33

O que te faz sentir viva?

Beep Beep Beep Beep Beeeeeeeeeeeeeeeep.

TUDO DOI.

Eu não podia nem dizer o que doía menos e que


queimava mais. Meu corpo inteiro era um nó de agonia.
Havia uma máscara de oxigênio no meu rosto. Eu olhei
na mesinha ao lado da minha cama de hospital e vi um
pequeno espelho que mamãe deveria ter esquecido.
Levantando–o com os restos de minha energia, sentindo
seu pensamento em meus dedos e verificando meu
reflexo com olhos sonolentos...

Eu parecia amarela. Meu fígado parou de funcionar?


Eu queria chorar, mas estava muito cansada fisicamente.
Eu queria gritar, mas parecia errado fazer algo tão vívido
quando me sentia tão sem vida. E eu queria Dean, mas
ele não estava aqui. Ele fez os últimos meses o melhor da
minha vida, então foi justo que ele ajudou a terminar.

Não havia ninguém na sala, mas ouvi vozes abafadas


atrás da porta, no corredor. Eu não sabia há quanto
tempo eles estavam lá, mas sempre havia alguém comigo
cuidando de mim. Se não fosse a mamãe, era papai ou
Millie. Ninguém disse nada sobre retornar a Sinners
Saints, e pela primeira vez na minha vida. Eu me senti
triste com isso. Não porque eu quisesse voltar, mas
porque sabia que eles não acreditavam que sobreviveria
o suficiente para ter essa opção.

Elle chegou para duas visitas, mas era difícil para ela
fazer a viagem de Nova York para os Hamptons, então ela
nunca ficou por muito tempo. Eu esperei.
Impacientemente. Batendo meus dedos em minhas coxas
no que deveria ser uma pausa, mas nenhum ar saiu dos
meus pulmões. Olhando para a TV, eu não sabia quanto
tempo tinha passado, mas percebi que era noite. As
noites nos Hamptons eram muito diferentes das de Nova
York, pensei enquanto olhava pela janela. Menos
poluição. Mais estrelas.

Onde diabos você está, Terra, e você está se dando


bem? Foi chato. Sentar–me aqui e esperar que alguém
me tire da minha miséria e do tédio. Sentada sozinha não
me fez sentir bem. Na verdade, abri uma porta para a
escuridão dentro da minha cabeça. Minha ansiedade
atacar em pleno andamento. Quero dizer ... porque não?
Meu namorado estava me ignorando, onde diabos ele
estava. Eu estava claramente fazendo errado. Os médicos
disseram muito pouco, e o dr. Hasting continuava me
pedindo para descansar, como se eu estivesse
planejando correr uma maratona no Natal.

Você vai morrer.Desaparecer. Afogar em um túmulo.


Ele continuará. E encontrará outra garota. Ele
continuará. E não será você. Ele continuará mas isso não
vai te machucar. Nada mais fará isso. Porque você vai
embora.

Um toque agudo na porta parou os pensamentos


rodando na minha cabeça. A intensidade sugeria que
quem estava atrás da porta tentava chamar minha
atenção por vários minutos. Eu sabia que eles não eram
meu pai ou Emilia, porque eles nunca bateram na porta
antes de entrar. Eu não queria estar cheia de esperança,
mas não pude deixar de senti–la.

– Sim

Eu limpei minha garganta, mordendo meu lábio para


parar a tosse. Meus olhos estão fixos na porta,
desesperados, implorando para que fosse ele. A porta se
abriu e alguém entrou. Não era ele ... mas era a segunda
opção.

***
Eu não disse uma palavra a Vicious enquanto
manobrava o veículo através da chuva em nosso
caminho para o hospital. Ele estacionou, deu a volta,
abriu a porta para mim, me agarrou pelo pescoço e me
jogou contra a parede mais próxima, rosnando na minha
cara.

– Que diabos, Cole? Eu pensei que você tivesse dito


que terminou com toda a merda. Ela está morrendo.

– Eu sei. – sussurei, recopondo–me.

O peso das minhas ações ameaçou esmagar o pouco


da minha sanidade. Fechei meus pulmões, evitando todo
o ar que ela não conseguia respirar.

– Eu sei, fodidamente sei. Estou tentando fazer a coisa


certa.

– Pare de beber– Gritou.

Mas não era necessário que ele me dissesse isso. Eu já


sabia que minha aventura romântica com o álcool tinha
acabado. Foi durante o minuto em que Rosie me disse
que cuidaria de mim. Tudo o que eu tinha desde então
eram apenas recaídas devido às circunstâncias.

Porém não mais recaídas

Sem mais merda


De agora em diante eu ia ser bom. Se houvesse alguma
coisa de mim para ficar bem depois de tudo isso acabar.

– Deixe-me dizer-lhe o que vai acontecer agora,


Ruckus–, Vicious usou o meu apelido de infância, sua
respiração abanando meu rosto quando ele apertou meu
pescoço. Eu deixei ele ter o seu momento. Chutei sua
bunda quase semanalmente quando éramos
adolescentes. Eu fiz. O fodia. A expiação estava certa.

– Vou te ajudar. Um tempo, e você não me faça me


arrepender.

– Não.

– Você vai subir lá e vai se desculpar. Com ela, seus


pais, com Millie. Com as malditas enfermeiras, a
recepcionista e o garoto que limpa as janelas. Com todo
mundo. Porque você. Você fodeu tudo. Você a fodeu tanto
que outras pessoas tiveram que atravessar o país para
limpar toda a sua bagunça. Entendido?

– Chega dessa merda, Oprah. – Eu o empurro de lado,


andei dentro do hospital

– Eu sei exatamente o quanto arruinei as coisas. E


ainda aprecio que esteja do meu lado, sei como acertar as
coisas.

***
Passamos por Millie, que estava pegando seu chá de
ervas no Starbucks no hospital. Vicious parou e apontou o
queixo em sua direção.

– Faça as pazes com ela.

– Nós nunca estivemos em guerra.

Meus olhos estavam afundados, cansados. Eu não tive


tempo para Millie. Eu estava na fase em que queria fazer
as coisas da maneira certa, não ficar no passado.

– Isso é indiscutível, Dean. Rosie nunca aceitará você


de volta sem a bênção de Millie, de qualquer forma.
Apenas faça.

Relutantemente, eu me aproximei da minha namorada


do ensino médio, que parecia muito grávida e muito
chateada, sentada na mesa da Starbucks, tomando seu
chá. Vicious esperou do lado de fora e fingiu brincar com
o celular. Imbecil

– Ei –, eu disse.

– Olá–, ela disse.

Nós nunca conversamos, Millie e eu. Não havia rancor,


eu acho. Apenas indiferença. Tivemos uma conversa
fiada quando passamos juntos a ação de graças, até
ajudamos com os pratos, mas ficamos longe um do outro.

– Diga–me uma coisa, Dean. Você ama minha irmã?

Seus olhos azuis procuraram os meus. Eu engoli


minha raiva, me impedindo de perder todas as minhas
merdas.

– Ela é toda a porra do meu mundo.– Eu admiti.

– Então porque você a desapontou?

– Eu fui egoísta.

– Minha irmã não pode estar com um homem egoísta.

– Eu vou mudar.

– E se você não conseguir mudar?

– Vicious fez isso, –sussurrei

– Vicious mudou para você. Olha, Millie, eu gosto de


você, na verdade. Sempre fiz isso. Mas Rosie ... Rosie é
ela. Tudo o que você acha que Vicious é capaz de fazer
com você ... Eu posso fazer isso, provavelmente mais,
para estar com Rosie. Isso foi uma merda. Eu aprendi
minha lição.

Foi a vez dela de ser honesta e piscar as lágrimas.

– Estou com medo–, ela admitiu, mordendo os lábios.

‘Tão aterrorizada.
– Eu também–, eu disse.

Nós nos abraçamos forte e por um tempo. Contei os


segundos, os segundo que estava longe de Rosie. Mas
quando Millie finalmente me deixou ir, eu sabia que tinha
ganhado sua bênção. Eu limpei as lágrimas do rosto dela

– Eu realmente a amo–, eu disse.

– Eu sei–. Ela assentiu e riu–chorou.

– Deus, como podemos ter estado juntos?

– Eu não sei–, eu disse.

– Eu acho que todos querem um pedaço de mim. – Eu


cruzei meu braço.

– Demonstre que você a ama, Dean.

Eu ia fazer isso, mesmo que fosse a última coisa que


eu faria.

***

Era a oitava vez que caminhava para o quarto desde


que fora admitida no hospital há três dias, esperando que
estivesse acordada e que seus pais se sentissem
generosos o suficiente para me deixar vê–la. As
máquinas soaram preguiçosamente
dos quartos ao longo do corredor.

Enfermeiras em seus uniformes passaram correndo


por mim, seus ombros roçando os meus enquanto liam
seus relatórios. Vicious estava ao meu lado. Nós viramos
a esquina. Quatro portas do seu quarto parei. Vicious
parou comigo.

– O que foi?– Ele perguntou, seus olhos ainda no


telefone.

– Diga-me que a ressaca está afetando minha visão.

Apontei para a porta dela. Ele passou os dentes pelo


lábio, tentando descobrir o que diabos estava
acontecendo.

– Darren. – Eu cuspo.

– Droga Darren, o doutor Imbecil acabou de entrar em


seu quarto.

Naquele momento, uma descarga de adrenalina


percorreu minhas veias, cada terminação nervosa em
meu corpo chiou, o que ele estava fazendo lá, e quem lhe
deu a chamada cortesia que eu nunca tive? Não poderia
ter sido ela. Não puderia.

Retomando meus passos, percebi que Vicious estava


me seguindo.

– Que porra você está fazendo, cara? Deixe–o ir


Nem fodendo que eu iria deixar isso.

– Charlenne!– Eu gritei para a mãe dela, que estava do


outro lado do corredor, a cabeça erguida do celular que
ela estava concentrando, e se levantou da cadeira. Sua
expressão grave indicava que vira o próprio Lúcifer e,
naquele momento, não estava completamente errado. Já
tive o bastante dessa merda. Parei a alguns passos dela e
apertei o dedo na direção da porta.

– Seu ex–namorado acabou de entrar lá?

Eu juro que estava espumando pela boca.

– Isso fodidamente acabou de acontecer?

– Darren

ela forneceu, os olhos e o rosto inchados de alguma


forma tentando dar sorte com um sorriso tímido.

– Bom menino–, disse. Porque aparentemente eu não


era..

– Quem o convidou?– Eu exigi.

– Paul. O pai de Rosie. Darren sempre esteve lá por


ela. Foi justo que o deixássemos saber.

– Eu estava sempre lá para ela–, eu insisti, batendo na


parede e sentindo nada, nem dor nem queimadura, nada.
– Não quando ela precisava de você. – A voz de
Charlene era triste demais para ficar chocada com o meu
ato espontâneo de violência.

– Quando ela precisou de você, Dean, você


desapareceu.

– Eu vou estar–. Eu fui até a porta. Rosie estava


obviamente acordada se eles o deixaram entrar. Havia
uma pequena janela quadrada na porta, mas eu sabia que
não deveria olhar.

Ele pegou a mão dela?

Eu estava feliz em ver isso?

Ela ia me expulsar? Minha cabeça girou com as


possibilidades. Vicious agarrou meu braço, apertando
uma vez.

– Homem.

– Vá a Merda. Você.

Entrei como um furacão. Darren estava encostado em


uma cadeira ao lado da cama de Rosie. Ela estava
acordada. E parecia horrível. Eu nunca a tinha visto
assim antes. Tão ... não ela mesma. Seus olhos estavam
escuros e profundos círculos que emolduravam sua cor
azul clara. 4,5 quilos mais magra, exaustos e tristes. Foi
então que percebi que Nina nunca partiu meu coração.

Rosie fez isso, onze anos atrás.


Ela fez isso quando me empurrou para os braços da
irmã.

E ela fez isso agora, naquela cama de hospital. Porque


se ela fosse morrer, eu também iria.

– Saia –, eu pedi, meus olhos focados na minha


namorada. Minha namorada. Paul e Charlene
apareceram, gritando para mim em decibéis que os
ouvidos humanos não deveriam conter. Não escute.
Porra, eu não me importei. Eu daria a Darren uma boa
razão para ficar no hospital se ele não saísse daqui.

– Ela me quer aqui

relatou o menino branco Darren, com uma voz suave


de Connecticut. Deus, aposto que ele nunca disse "foda" e
usou a palavra "merda" esporadicamente.

– Darren–. Rosie se inclinou para acariciar sua mão,


seus pulmões bufando como um balão que estava
perdendo ar.

– Sinto muito que meu pai tenha lhe pedido para


passar por todos esses problemas. Muitas coisas estão
acontecendo na minha vida agora. Por favor, não tome o
caminho errado. Estou muito grata por você ter vindo
aqui, mas é hora de você ir embora.

Ouvir isso acalmou parte da minha raiva. Eu respirei o


pequeno ar do hospital e fui mais fundo na sala. Darren
olhou entre Rosie e seu pai. Paul sacudiu a cabeça, lábios
franzidos. Sua mãe deu a volta na cama e a abraçou.
Millie provavelmente estava descansando em algum
lugar no hospital. Os pais de Rosie estavam prestes a se
juntar a ela, então poderia finalmente ter algum tempo
sozinho com a minha namorada.

– Bem–, disse Darren, finalmente.

– Como quiser, Rosie–bug. Se você precisa de alguma


coisa, sabe onde me encontrar.

Um silêncio de confronto pairou entre nós depois que


Darren saiu da sala. Todos os olhos estavam em mim.

– Todos para fora–eu disse.

– Até eu?– Rosie arqueou uma sobrancelha e tentou


sorrir. E falhou. Parecendo dolorida até de tentar.

– Não. Você fica comigo. Ninguém mais pode te


controlar, de qualquer forma.

– Por que estamos permitindo que isso aconteça?

Charlene LeBlanc jogou as mãos no ar.

– Ele a deixou na chuva, pelo amor de Deus! Ele fez.


Isso

e apontou para Rosie, seu dedo se movendo.

– Paul, faça alguma coisa.

– Mamãe ... – disse Rosie.


– Querida, eu sei, mas ...– Paul tentou tranquilizar sua
esposa.

– Jesus Cristo, calem a boca.– Vicious bateu a palma da


mão contra a cama e todos ficaram em silêncio.
Provavelmente surpreendido que ele lhes disse para
fechar suas bocas.

– Quero dizer, realmente? Dean a pegou. Uma vez.


Depois de persegui–la por um longo tempo. Eu nunca vi
um homem aguentar tanta bobagem quando se trata de
uma garota antes de ver Dean Cole.

– Charlene, Paul, amo sua filha. Muito Eu morreria por


ela se precisasse, mas até tenho que admitir que fiz
coisas terríveis com ela. Coisas que eu pensei que nunca
poderia consertar. O fato de ela ter concordado em se
casar comigo é um pequeno milagre. O fato de ela saber
quem eu sou e ainda escolher ter um bebê comigo é um
milagre ainda maior. Mas Dean ... Dean não sou eu. Dean
cometeu um erro, não uma decisão consciente de
machucá–la. E merece ser ouvido.

Ele virou a cabeça, intimidando Rosie com o olhar. Eu


parei de respirar, esperando que ela dissesse alguma
coisa. Ela tossiu, moveu–se no lugar para consertar os
travesseiros atrás dela e então assentiu levemente.

– Mamãe, papai, preciso ouvir o que Dean tem a dizer.

Os pais de Rosie trocaram olhares preocupados.


Charlene exalou.

– Estamos do lado de fora.

A porta se fechou. Nossos olhos se encontraram. Ela


não estava bem, ela sabia. Agora era hora de dizer a ela
que finalmente entendi. Por que me empurrou para os
braços da irmã. Por que nos deixou sofrer por essa
merda. O amor faz você fazer coisas loucas e irracionais.
O amor e a morte estão ligados por um cordão invisível.
Puxe muito e você está acabado. Eu não poderia viver
sem Rosie. Foi, talvez, a única coisa que ficou clara para
mim neste momento.

Eu desabei em sua cama, sentando ao lado de suas


coxas, peguei sua mão e coloquei sobre o meu coração.
Me desculpe, não seria o suficiente. Eu tinha que ir
grande. Eu tinha que ir todo o caminho dessa vez.

– Você colocou minha vida de cabeça para baixo e eu


nunca mais fui o mesmo–

eu disse, sentindo que minhas palavras eram algo


vivo. Não só disse, as sentia.

Ela sorriu e encolheu os ombros. Parecendo seu antigo


eu jovem por um segundo. Além daquele tom amarelo
em sua pele.

– Não é minha culpa se você se apaixonou por uma


garota que está morrendo.
– Não é minha culpa que você torne impossível não
fazer isso.

–Onde estava?– Sua voz morreu em sua garganta.

Ela quis dizer o dia que esperou por mim nos


Hamptons ou durante sua permanência no hospital?

– Eu estava bem aqui, Baby LeBlanc. Todo o tempo. No


momento em que descobri onde você estava,
praticamente voei para cá. Eles não me deixaram ver
você, então eu fiquei no lugar que aluguei para nós. E eu
bebi. E eu senti pena de mim mesmo. E eu mantive a
tocha do perdedor imbecil queimando brilhantemente,
obrigado por perguntar

Ela bufou.

– Sexta–feira?– Eu solto um suspiro, coçando a barba.

– Dean ? Como foi o encontro com seu pai?

As palavras saíram de mim como uma escotilha


quebrada. Eu disse à minha namorada enfraquecida
exatamente o que aconteceu, sem me poupar de um
detalhe. Ela derramou algumas lágrimas silenciosas,
segurando meu rosto com as mãos frias, mas eu nunca
me senti mais quente em toda a minha vida. Eu beijei
seus lábios e pedi perdão, de novo e de novo e de novo.

– Sinto muito–. Meus lábios deslizaram para sua testa.


– Porra, Rosie, me desculpe, me desculpe. Eu não
posso te dizer o que isso faz para mim, te ver assim, por
saber que fui eu quem causou isso.

– Não pode acabar assim. Não pode. – Beijei–a


novamente. Ela me abraçou e senti suas lágrimas
queimando pelo meu pescoço.

– De certa forma estou esperando que termine assim.


Você me fez feliz, muito feliz. Mas você merece tudo.
Esposa, filhos, uma cerca branca.

– E eu vou ter tudo. Com você.

– Você sabe que não pode acontecer comigo.

– Então isso não pode acontecer com ninguém. Não


haverá próxima Rosie. E não haverá outra história como
a nossa. É isso aí, Rose LeBlanc. E isso somos nós. Se não
há você, então não há eu.

– Sabe, eu sempre odiei Romeu e Julieta. A obra. O


filme. A ideia em si. Era trágico, esta bem. Tragicamente
estúpido Quero dizer, eles tinham quanto? Treze?
Dezesseis? Que desperdício de vida suicidarem–se
porque sua família não permitiria que se casasse. Mas
Romeu e Julieta estavam certos. Eu era idiota, imbecil.
Olha o que aconteceu comigo. Eu conheci meu
verdadeiro amor com a idade de dezoito anos e passei os
próximos onze anos me matando lentamente enquanto
eu lamentava por você. Então você voltou e ainda achava
que era apenas um fascínio. Mas agora que eu sei ...
Eu me afastei para poder olhar para o rosto dela. Ela
estava desaparecendo. Vi. Seus pulmões não estavam
funcionando bem. Seus médicos disseram que a infecção
se espalhou para o resto de seus órgãos. Ela estava
queimando com febre. Apesar de suas freqüentes viagens
ao hospital, desta vez foi diferente. E tudo isso poderia
ter sido evitado se não fosse um bastardo alcoólatra. Eu
pressionei minha bochecha contra sua palma, beijando
seu pulso.

– Agora que eu sei que só pode ser você, você vai


melhorar para mim, para que a Terra não exploda. Você
pode fazer isso, Sirius? Prometo não deixar este quarto
até você sair. Nem mesmo para um banho. Nem mesmo
para pegar seus biscoitos de chocolate. Vou mandar
alguém dirigir até Nova York e trazê–lo para você.

– Eu te amo–. As lágrimas de Rosie cobriram sua visão.


Seus dedos trêmulos encontraram meus lábios quando
queriam tocar minhas bochechas, mas uma vez que seus
dedos roçaram minha boca, percebi que estava
derramando algumas lágrimas também. Eu não
conseguia lembrar a última vez que chorei.
Definitivamente não é o tipo de soluço. Na verdade, foi
provavelmente na época em que Nina me deixou no
Walmart quando eu chorei pela última vez. Mas eu fiz
isso agora, porque a mulher que eu amava mais do que a
própria vida estava perdendo uma batalha para a qual eu
a enviei pessoalmente.
– Eu te amo, baby LeBlanc–, eu disse.

–Fodidamente demais. Você me ensinou a amar.

– Quão bem eu fiz isso?– Ela sorriu, uma lágrima


rolando por sua bochecha.

–A +. – sussurrei.

– Você está aprovada.

– Você pode me prometer uma coisa?

– Qualquer coisa.

– Viva

– Não sem você.

– E tenha filhos muitos. Eles são divertidos.

– Rosie ...

– Eu não estou com medo. Eu consegui o que eu queria


desta vida. Você

–Rosie.

– Eu te amo, terra. Você foi bom para mim

– Rosie!

Seus olhos se fecharam, a porta se abriu, o som em


seu monitor disparou e meu coração se desintegrou.

Peça.
Por peça.
EPÍLOGO

Três anos depois

– Cara, o que diabos o seu filho está fazendo?

–Não é meu filho.

– Oh, como o inferno existe, não é. Trent leva a garrafa


de cerveja aos lábios, tomando um gole longo.

– Está vestindo uma jaqueta multicolorida. É Knight,


tudo bem.

Semicerro meus olhos, porque é brilhante como o


inferno à tarde em Sinners Saints, e, de fato, é meu filho.
Meu filho de quatro anos é ... o que ele está fazendo
exatamente? Eu não estou completamente certo, mas
conhecendo Knight, não pode ser nada remotamente
construtivo, e provavelmente ele ganhará uma quantia
de tempo indefinido no canto da punição. Esta criança
visitou mais paredes que um pintor de mural. É meu
mini–eu em esteróides. Confiança, atitude e malícia, tudo
embrulhado em um sorriso inocente.

– Acho que ele apenas desenhou um pênis grande na


testa da filha de Jaime

diz Vicious, olhando para o copo de uísque como se


contivesse a resposta para o mistério da vida. Eu bebo
água. Nos últimos três anos, foi apenas água para mim.
Eu não vou te enganar com ser um cristão que nasceu de
novo como Donald Whittaker. Sim, estou morrendo de
vontade de beber. Ficar sóbrio é um sacrifício, mas que
estou disposto a fazer pela minha família.

Vicious passa uma dose para Jaime, inclinando o


queixo na direção de Knight e Daria.

–Se isso não está marcando sua propriedade desde


cedo, eu não sei o que é. Sua filha está com problemas.
Fique de olho nisso.

– Eles são apenas crianças, cara de pau. Isso se chama


brincar.

– Brincar.– Vicious saboreia a palavra em sua língua.

– Você jogou o mesmo jogo com Mel, se a minha


memória não me falha. Mas com um pênis real, e não foi
sua testa onde você colocou.

Com Essa última afirmação Vicious ganha um soco no


braço. Eu viro meu anel de casamento em volta do meu
dedo e vejo nossos filhos correndo ao nosso redor, os
raios do sol brilhando entre eles.

–Knight!

Eu chamo, e ele olha para cima, o marcador preto


agarrado ao seu pequeno punho.

– Venha aqui por favor–. Eu aceno para o canto onde


Jaime, Vicious, Trent e eu estamos de pé. Luna está
segurando a perna de Trent como uma âncora. Seus
olhos verde–acinzentados são enormes e inquisitivos, e
ela está vestindo uma camiseta preta, jeans pretos e
botas pretas.

Ela nunca abandona o lado do pai.

Knight caminha lentamente em nossa direção,


balançando os braços ao lado de seu corpo de maneira
exagerada. Hoje celebramos seu quarto aniversário e
todos os seus amigos da pré–escola estão aqui. Trent está
virando bifes e hambúrgueres, e há uma barraca de
cachorro–quente ao lado da piscina gigante, um palhaço,
um mágico e uma máquina de algodão doce. Apenas o
melhor para o meu filho.

Eu sei, eu sei, é meu e eu sou parcial, blá, blá, blá, mas


eu juro, o garoto é algo especial. Minha esposa e eu
descobrimos no minuto que vimos.

– Ele nasceu em 18 de agosto – disse a mulher da


agência de adoção, enquanto tirava uma foto dele do
outro lado da mesa há três anos. Fomos vê–lo
imediatamente depois do nosso apressado casamento
em Las Vegas. Minha esposa e eu trocamos um olhar
ilegível antes de rirmos. Esse foi o dia em que dormimos
juntos pela primeira vez. Dezoito de agosto. O destino
tem um senso de humor distorcido assim.

Knight parece comigo, mesmo que ele não tenha vindo


de mim. Mas seu cabelo é cinza marrom, seus olhos
verdes jade. Ele é duas vezes mais alto que as crianças da
sua idade. Bem, além de Vaughn, o filho de Vicious e
Emilia.

Knight (minha alma gêmea o chamamos assim porque


ele veio para salvar o dia) está na minha frente,
esperando pela inevitável Inquisição Espanhola.

– O que você fez com a Daria?

Eu pergunto, ajoelhando–me ao nível dos olhos dele.


Daria é dois anos mais velha que Knight. Ela deveria ser a
chefe, não o contrário. Mas eu suponho que esteja no
nosso sangue criar pequenos provocadores e alfas e as
meninas que lutam contra eles até que cedam aos seus
encantos.

– Eu a tatuei–, meu filho diz, sua voz calma. Ele está


me encarando nos olhos, e ele tem aquele olhar no rosto
que diz "o que você vai fazer sobre isso?"

– Você desenhou em sua testa–. Eu o corrigi.


– Porque você fez isso?

– Ela pediu para ser tatuada.– Deus Santo. Nada a ver


com assistir o Mestre da Tinta com esse menino quando
a mãe dele está ocupada demais para notar.

– Que tatu ... O que você pintou na testa, exatamente?

Não diga um pênis Não diga um pênis Não diga um


pênis.

– Uma nave espacial–, ele responde. Ele se vira e


chama Daria, que trota a curta distância para nós. Knight
continua a explicar, seu dedo se movendo pela testa dela.

–Este é o tanque externo – aponta para a cabeça do


pênis, e eu mencionei que meu filho quer ser um
astronauta e ama o espaço tanto quanto eu – e esta é a
órbita – aponta para as bolas.

– E o que está disparando o tanque externo,


exatamente?– interroga Jaime, sua voz rígida. Eu retiro
minha risada e espero Knight responder. Seus olhos
ficam maiores.

– Balas, claro. Muitas e muitas balas.

Graças a Deus ele não disse sêmen. Eu coloquei a mão


na bochecha avermelhada do meu filho.

– Ouça com atenção, Knight, ok? Nós não desenhamos


no corpo de outras pessoas. Nunca. Especialmente nada
de naves espaciais. – Jaime é um amigo, mas não tenho
certeza de como me sinto sobre outros pais batendo na
minha porta reclamando que meu filho está desenhando
pênis em suas filhas.

– Entendido. –Acente.

–Nenhuma espaçonave.

– E não faça tatuagens em outras crianças, ponto final.


Agora, por que você não brinca com Vaughn?

– Porque eu o odeio–Knight diz diretamente.

A próxima geração está, sem dúvida, seguindo os


passos de seus pais. Estou bagunçando seu cabelo.

–Vá checar sua mãe, amigo–. Eu o beijo no topo da


cabeça.

– Ok, papai.

– E me dê o marcador

Daría continua olhando para o pai. Jaime a coloca em


sua perna com um abraço.

– Baby, você pode prometer ao papai algo? Sim?


Nunca, nunca, olhe, fale ou brinque com Knight
novamente–.

Daria revira os olhos e caminha até a máquina de


algodão doce que minha mãe, Helen, está dirigindo.
Jaime, Vicious e eu rimos. Trent está virando
hambúrgueres com uma cerveja na mão, balançando a
cabeça.

– Quem diabos são essas pessoas? Eu nem sequer


conheço metade deles.

– Eu asseno com minha água engarrafada para a


multidão. Agora que todos vivemos em Sinners Saints (a
vida longe dos outros parecia um pouco próxima dos
mortos, percebemos, depois do que aconteceu com Rosie) e
moramos no mesmo bairro, passamos juntos todos os
dias.

– Convidou a maioria dos nossos colegas. – Jaime


encolhe os ombros.

– Eu fiz? – Eu coço a cabeça.

– Sua esposa fez isso–, interrompe Vic.

– E te digo mais, conexões e toda a merda. Ah, e olhe


aqui Nosso parceiro passou a acenar–. Ele inclina o
queixo para um homem que eu reconheço. Seu rosto
estava colado na capa do The Wall Street Journal. Jordan
Van Der Zee. Em seus quase sessenta para completar
setenta. Parece uma versão malvada de Putin. Ele
comprou cinquenta por cento de nossas ações, nos
fazendo dividir o resto entre nós.

Um negócio de vários milhões de dólares que nos


deixou com mais dinheiro do que podemos gastar em
dez vidas, mas menos poder nas propriedades da Fiscal
Heights. Agora temos tempo para passar com nossas
famílias. Junto Van Der Zee dispersou sua própria equipe
de gerenciamento sobre Chicago, Londres e Nova York, e
nenhum de nós está quebrado, porque levamos nossas
almas conosco quando assinamos o contrato.
Sue agora tem uma nova pessoa a quem ela pode chamar
de Sr.

– Bastardo racista–

Trent sussurra em sua cerveja, e todos nós viramos


nossas cabeças em sua direção. Ele não amaldiçoa ao
redor de Luna, mas às vezes nos esquecemos que ela está
perto. Trent olha para baixo, beija a bochecha de sua
filha e sussurra:

– Sinto muito. Papai disse uma palavra feia. Isso não


acontecerá novamente.

Ela concorda com a cabeça. Não responde. Ele só olha


para ele com os olhos sem expressão.

–Lá vem você de novo?

Vicious pergunta, voltando o assunto da conversa


para águas seguras. Os olhos de Trent queimam, a
lembrança do que o faz chamar Van Der Zee, um racista,
piscando em sua mente.

– Guy é um racista. Eu tive um incidente com ele. Dizer


que ele não gostou seria a subestimação do mal ... – Seus
olhos descem para Luna, e ele limpa a garganta–, da
época do marshmallow.

– Bem, nenhum de nós vai comprar uma cerveja ou


um marshmallow para esse assunto. Mas talvez ele
ignorasse você pelo simples fato de ser ignorante. É um
tipo de coisa desleal, eu me refiro de dizer as palavras
"pedaço de merda" e acrescento:

– É aquela sua garota?

Claro que a merda que eu espero que seja, porque


senão, passou do território de Velho Dotado e agora está
na área de Avô Dotado. É difícil não notar a garota ao seu
lado porque ele não a deixa se mexer. Literalmente está
segurando o braço magro com a mão e cospe quando fala
com ela. Ela é muito jovem para eu formar uma opinião
sobre sua aparência. Dezoito ou dezenove talvez. Sua
pele é fantasmagoricamente bela, ela tem cabelos
compridos da cor do sol, dois anéis nasais, e embora ela
não queira, que seu pai saiba, quando ela tentou
empurrar o braço para longe, sua camisa foi levantada e
uma tatuagem apareceu em seu abdômen. Não é
pequeno também.

– Edie Van Der Zee – confirma Vicious minha


avaliação.

– Pobre menina

Jaime ri.
– Pobre, não é. E como Edie é um presente para os
olhos, aposto que ele está tentando garantir que ela não
seja assediada pelo harém de cretinos corporativos com
quem trabalha.

Todos nós franzimos o cenho para Jaime.

– A pequena Edie parece ter doze anos–, Trent


responde horrorizado. Já se passaram três anos desde
que Val saiu, deixando–o, e ele nunca se deu ao trabalho
de reivindicar seu trono como o rei do sexo casual.
Nenhum interesse no outro sexo em tudo. É como se o
sangue dele tivesse ficado azul ou algo assim.

– Não doze–, diz Jaime calmamente.

– Parece vinte. Vinte e dois, talvez?

Completamente legal, mas ainda um tabu. Combinação


letal O perigo é meu sabor favorito.

– Ela tem dezoito anos.– Vicious tira Jaime do


sofrimento, estalando a língua com desaprovação.

– Seu pai acabou de comprar meu carro velho para o


aniversário dela. Jordan acredita em mostrar a Edie que
o dinheiro não cresce em árvores e todo esse jazz. Cara
engraçado E o que diabos está errado com você?– É a sua
vez de acertar o braço de Jaime. – Ou você vai para as
mulheres velhas ou as mulheres jovens. Não há termo
médio para você.

– Que diabos há com você, minha esposa não é velha.


– Sua esposa não é uma mulher muito velha, mas ela
está aqui–, lembra Trent, e todos nós movemos nossos
olhos para observar Mel muito grávida.

– Então, você pode querer parar de babar para uma


adolescente. E enquanto você está nisso, pare de xingar
na frente da minha filha.

– Merda, me desculpe, Luna–, diz Vicious. Jaime ri. Eu


sacudo minha cabeça. Nossos filhos vão falar como
marinheiros bêbados antes de completarem dez anos.

– Não parece um dia mais de dezesseis–, diz Trent


sobre a filha de Van Der Zee. No entanto, seus olhos estão
fixos nela. Não tenho certeza do que fazer. Por um lado, é
um bom sinal que está olhando para alguém. Por outro
lado, ele está olhando para a pessoa errada. A história de
nossas vidas, suponho.

– Dezesseis hein? É por isso que você está olhando


para ela?– Eu sorrio através dos meus dentes. Trent olha
para longe e franze a testa antes de enfiar um
hambúrguer em um pão, espremer o ketchup e entregá–
lo à filha.

–Nós estávamos conversando sobre ela, então eu


trouxe minha opinião.

– Você trouxe sua opinião, ou imaginou como seria se


sentir perdido?– Eu começo e Jaime se intromete em
nossa conversa.
– Isso está ficando mais assustador a cada segundo.
Faça–me um também.

–Significa os hambúrgueres.

Papai anda em nossa direção, segurando um copo


vermelho com um ponche sem álcool. Todos eles lhe dão
tapinhas nas costas. Eu fico no lugar, mas quando ele
vem me abraçar, eu abro meus braços e o deixo entrar.
Para os meus braços, meu coração, minha vida. Merda,
soa fingido, mas é verdade.

Há três anos, passei um mês e meio no hospital


cuidando da minha namorado agonizante.

Três anos atrás, ela voltou para mim.

Há três anos, uma noite, quando pensei que morreria,


acordei no meio da noite com o som das máquinas do
hospital gritando. Eu me enrolei ao seu lado todas as
noites, uma mão pressionada contra o seu coração não
confiava em nenhuma máquina do caralho, em vez do
seu órgão batendo no peito e notei que sua pele estava
quente novamente. Minha Rachel voltou para mim.
Demorei quatorze anos, mas esse Jacó teve a irmã que
ele ansiava.

Eu amo meus amigos, mas eles não entendem isso. A


mim. Tenho que passar por tudo rapidamente para
realmente aproveitar a vida. É por isso que Rosie e eu
fugimos quatro dias depois que ela saiu do hospital para
se casar. É por isso que não consigo guardar rancor
contra meus pais. É por isso que eu finalmente
abandonei o mal e permiti que tudo de bom entrasse,
mesmo que isso quebrasse a minha armadura bastarda
arrogante.

– Knight está tentando acender um fogo usando duas


pedras perto da fonte–, papai avisa, inclinando a cabeça
para a extremidade do jardim. – Acrescentando Vaughn
está ajudando ele. Vicious sorri.

– E você disse que nossos filhos não podem se


tolerar.– Seu ombro bate no meu.

– Claro que pode, quando há destruição suficiente


envolvida.

–Quantos anos tem?

Trent pergunta do nada.

– Dezoito–, anuncia Vicious. – E você tem trinta e três,


caso precise que eu também te lembre disso.

– Estou ciente disso, idiota.

– Então tire os olhos do seu corpo, seu imbecil.

– Linguagem, meninos–, diz meu pai, e isso nunca sai


de moda, mesmo quando estamos com trinta e três.

Trent olha para longe, genuinamente sorri pela


primeira vez em anos, e acaricia a cabeça de Luna
enquanto ela devora seu hambúrguer. Eu me pergunto se
ela entende alguma coisa da conversa que acabamos de
ter, e se entendeu, quanto foi. Seu médico afirma que
nada de ruim acontece com ela, que ela está
mentalmente em sintonia com as crianças de sua idade.

Mas ela não fala. Com ninguém. Nunca

Completamente muda.

–Eu vou me certificar de que eles não queimem minha


casa.– Eu aponto para a fonte com meu queixo, bem ao
lado do assento da pedra da cisne. Nós nos sentamos
nelas todas as noites quando olhamos para as estrelas.
Eles são o lugar onde eu digo a Rosie que a amo, que ela é
a única, que ela sempre será a única, não importa quando
ela me deixar. É a verdade. Se os pulmões de Rosie
entrarem em colapso amanhã, e com eles, toda a minha
vida, não vou me incomodar em pegá–la novamente. Eu
estarei lá para o meu filho, em breve para ser crianças, e
vou criá–las da melhor maneira possível, mas a jornada
terminará para mim.

–Knight! Vaughn!– Eu ando na direção deles, e ambos


viram suas cabeças, parecendo culpados como o diabo.
Eu mexer o dedo antes que eles façam algo estúpido.

– Parem de tentar atear fogo ai. Quantos problemas


vão enfrentar se é isso que fazem com quatro anos?

– Meu palpite é que tantos problemas quanto você nos


deu.– Papai ri atrás de mim. Todos voltamos para a casa,
três homens de diferentes gerações e Vaughn. Eu coloco
as duas crianças onde eu posso vê–las. A sala audiovisual
que colocamos para Knight e seu irmão mais novo.

– Você checou sua mãe?– Eu pergunto ao Knight.

– Sim. Ela disse que está bem. Também disse que me


ama mais do que você.

Eu olho seus olhos.

– Ela não disse isso.

– Ela disse.– Knight encolhe os ombros, enxugando o


suor da testa.

– Isso é uma mer ... mercadoria.– Eu limpo minha


garganta. Knight pula e aperta a mão de Vaughn.

– Eu te disse que eu faria ele dizer uma palavra feia!


Eu sou boooooommmm.

Ele é bom e eu sou abençoado.

E completo

E malditamente vivo.

Graças a ela.

****
O que te faz sentir viva?

Minha família. Meu Lar. Meus homens.Minha


barriga. Estou viva. E meu terapeuta estava
certo. Eu vou viver para sempre.

– Dean, pare.

– Por que?

– Porque eu odeio quando faz isso.

– O que estou fazendo?

– Cantando a música do "super esperma".

Uma risada sombria sai de sua boca. Eu reviro os


olhos e me torno deitada de costas na cama, minha
barriga enorme saindo. Eu tenho uma gravidez de alto
risco. Eu não posso sair de casa com freqüência. Eu vejo
meu médico a cada três dias. Meu corpo não foi
projetado para transportar outra pessoa e enquanto meu
apetite rapidamente alcançou o plano, meus pulmões
estão lutando para funcionar por dois. Mas isso
aconteceu. Eu engravidei graças a...

–Superrrrrr espermaaaaaa – canta Dean com aquelas


notas altas, saindo do chuveiro e entrando em nosso
quarto, seu cabelo sexy ainda pingando água. Não que eu
tenha feito sexo recentemente. Que pena, porque a
gravidez faz você tremendamente quente. Meus
hormônios assumiram o controle oito meses atrás e me
levaram aos braços de pornografia suave e livros
eróticos. O Dr. Bernstein disse nada gracinhas até eu
tirar essa criança.

– Faz o maldito trabalhoooooo!

Oh sim. A super canção de esperma tem ritmo e duplo


significado. Cuidado, Justin Timberlake.

– Papai, você disse outra palavra feia!– Knight diz do


seu quarto, eufórico.

– São dez horas da noite. O que você está fazendo


acordado?

– Esta é a melhor aposta da vida. Vaughn vai me dever


muito doces.

Às vezes eu sinto que Dean nem tenta não amaldiçoar


na frente de Knight. Eu não me incomodo com ele sobre
isso. É quem é se as pessoas têm um problema com isso
... bem, foda–se. Ele não diz isso, ele provavelmente não
iria admitir isso, mas eu sei que uma das razões pelas
quais ele concordou em vender todas essas ações para
Jordan Van Der Zee é porque ele queria passar mais
tempo conosco. Ele não sabe o que vai acontecer
amanhã.

Eu também não sei. Mas sei que meus dois garotos vão
estar em boas mãos. Afinal, esse é o homem que me
engravidou depois que me disseram que havia apenas
0,0001% de chance de eu conseguir engravidar. Ele
pegou essa pequena possibilidade e tornou isso possível.
Como não possui o gene da FC, meu filho será saudável e
forte. Como ele.

– Coloque um dólar no pote para mim–, Dean grita


para Knight, sorrindo para mim e abrindo a toalha antes
de amarrá–la novamente.

– Eu te pagarei amanhã.

– Há um interesse de doze por cento nisso–, Knight


grita de volta. Dean ri baixinho.

– Tem certeza de que ele não é meu filho biológico?

– Ele me dá esse olhar. Você sabe, esse olhar, o que me


faz umedecer e implorar ao seu lado negro para me
espancar.– Eu dou de ombros, ignorando seu efeito em
mim.

– É o mais parecido comigo. – Além do pequeno que


está em minha barriga.

Dean caminha em minha direção, achata a mão na


minha enorme barriga e se senta ao meu lado.

– Sirius?

– Sim, terra?

– Por que você está tão brilhante? Você torna muito


difícil para mim dormir perto de você.
– Mmmm – Ele pegou minha mão e beijou a palma,
sorrindo.

– Obrigado pelo mel, mas isso me dá indigestão.

– Ok, o que estou realmente tentando dizer é que você


começou a roncar por cerca de dois meses e porra, estou
cansado.

– Isso também terminará, eu digo, brincando. Logo


meu ronco será substituído por um bebê que chora a
noite toda durante os próximos dois anos. – Beijou
minha testa, então minha barriga, então entre meus seios
pesados, fazendo um som de sucção.

O amo. Eu o amo tanto que não sei por que não fiz o
que deveria ter feito todos esses anos atrás. Passar a
minha irmã para um lado quando ela veio correr em seus
braços e reivindicá–lo como meu.

Porque sempre foi.

Cada parte dele.

Bom e o ruim, o feliz e o triste.

Meu.

Assim como eu era dele.

Nina morreu semanas depois de sair do hospital há


três anos. Overdose, na fazenda onde ela morava no
Alabama. Seu marido ao seu lado. Eu estava lá para pegar
os pedaços de coração quebrados de Dean. Finalmente
assisti–lo terminar, finalmente admitir que ele se
importava. Que ele a amava e não queria nada além de
ser seu filho. Que seu coração nunca mais seria o mesmo.

Lev significa coração em hebraico.

Lev também vai ser o nome do nosso filho.

Eu conto minhas bênçãos. Todos os dias. Eu digo a


eles quando dou a Knight o beijo de boa noite, quando
vejo Dean a partir da janela tentando ligar os sprinklers,
chutando pedaços de grama antes de lembrar que
sprinklers são automáticos e quando Millie e eu
organizamos almoço e vejo as crianças brincar e lutar e
gritar.

– Você sabe o que eu acabei de perceber? – Dean se


inclina e agora beija meus lábios e fico tonta, sabendo
que não podemos ir mais longe. Não só por causa da
gravidez. Knight é conhecido por invadir nosso quarto e
negociar seu tempo para ir dormir. Ele está ficando
muito bom nisso. Aos seis anos de idade, ele está
começando a conversar com seu pai quando se trata de
negociar.

– O que?– Eu sorrio.

– Baby LeBlanc vai ter um bebê. E ele é meu. Porra, eu


te amo. Eu amo seu rosto –Beija meu nariz.

– Eu amo seus seios.– Ela beija meu mamilo através da


minha regata, mordendo suavemente.
–A criança que você está trazendo pra nós. – Beija a
minha barriga e diz contra ele:

–Eu também te amo.

– Para o maldito sexo espetacular que teremos, estou


mantendo todo o meu esperma para o nosso encontro,
então, já te aviso, eu poderia engravida la novamente a
qualquer momento.– Beija entre minhas pernas.

– E até seus pés, que eu adoro todos os dias. – Afasto


os dedos dos pés. Eu respiro fundo. Eu não preciso do
meu inalador. Eu tenho ele.

–E eu percebi mais uma coisa. – Levanta seu corpo e


me tranca sob ele. Seus braços flexionados, seus
músculos inchados, tornando difícil para mim me
concentrar no que ele está dizendo e, de repente, a sala
ficou quente demais para o meu gosto.

– O que? Eu sussurro enquanto nossos lábios roçam.

– Jacó pegou sua maldita Rachel. E deu a ela um bebê.


Eles viverão felizes para sempre. Eles envelhecerão
juntos. Está na bíblia, Baby LeBlanc. Você não pode
discutir isso.

– Eu te amo–, eu rio.

– Eu amo você –responde.


– Os amo! – Knight entra rapidamente na sala, abrindo
a porta, pulando na cama entre nós, abraçando minha
barriga.

–Te amamos. – Dean coloca a mão na minha barriga e


agoram todos nós tocamos Lev.

– Deus, oh,– gemo.

– Sim, baby, eu sou um deus, mas nosso filho está aqui.


Isso terá que esperar.

– Não, Dean. Estourou a bolsa de água.

– Ah–, todos nós dissemos em uníssono.

– Deus.

E agora eu tenho meu feliz para sempre.

Pelo menos neste momento.

Agora é para sempre, pelo menos para mim.

Porque eu não sou uma rosa murcha, eu estou em


plena floração.

Graças a ele.

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