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Aprendendo a ouvir

Lucas 4: 22-30

Introdução

O texto fala sobre o dia em que Jesus voltou a sua terra natal, Nazaré, e
como era de costume entrou na sinagoga no sábado e depois de ler o livro
do profeta Isaias revelou áquele povo que acabara de se cumprir aquela
escritura, ou seja, eles estavam diante do Messias Salvador.
O povo até ficou admirado com as palavras de Jesus, mas não era bem
aquilo que eles queriam ouvir.
Quem aqui já ouviu alguma coisa que não queria ouvir?
Acho que todas nós já ouvimos coisas que não nos agradaram, um
diagnóstico médico, uma exortação, uma crítica, uma reclamação ou até
mesmo a palavra de Jesus. É comum escutarmos coisas que não queremos
diariamente, isso é normal na nossa vida.

As pessoas não vão dizer só o que queremos ouvir, inclusive quando isso
acontecer fique esperta. Isso mesmo, não consigo acreditar em alguém
que só concorda comigo. Trabalhei durante alguns anos em uma
concessionaria e pelo tempo que convivia ali tinha um bom
relacionamento com a grande maioria das pessoas. Alguns ali eram
verdadeiros e tenho amizade até hoje, outros me detestavam, porém me
tratavam bem por motivos óbvios, mas havia ali uma pessoa com um jeito
intrigante na minha concepção.
Ela era muito agradável, muito competente em seu trabalho e se dizia
minha amiga, mas comecei a perceber que tudo o que eu falava, ela
concordava, além de concordar ela me apoiava e dizia que eu estava
certa. Eu falava vou viajar, ela: isso mesmo você merece, eu falava: vou
casar, ela: casa mesmo vocês nasceram um para outro, eu falava: vou
separar, ela: está certinha ele não te merece. Ué... tem alguma coisa
errada com essa pessoa, se eu falar que vou para o céu, eu estou certa, se
eu falar que vou no inferno ela também vai me apoiar? Bem estranho.
Cheguei a uma conclusão:
Amigos são aqueles que falam o que precisamos ouvir e não o que
queremos ouvir, mesmo que a palavra pareça dura se for para nos
abençoar é muito bem-vinda.
Provérbios 27:6 fala isso: Quem fere por amor mostra lealdade, mas o
inimigo multiplica beijos.
Nesse texto Jesus só falou o que aquele povo precisava ouvir.

Mas diante disso, qual é minha reação ao ouvir coisas que não quero?
Quando escuto algo que não quero fico irritada (vers. 28)

Claro que não é gostoso escutar um não ou uma verdade que nos alfineta,
porém, ficar irritada com isso não ajuda em nada. Aquele povo queria ver
milagres e ouvir a respeito de curas e bênçãos materiais, não estavam
nem aí para a pessoas de Jesus e nem queriam saber quem Ele era.
O povo descrito é diferente de nós hoje em dia, nós não ficamos bravas
com ninguém porque não falam o que queremos ouvir certo?
Errado, ficamos bravas sim, ficamos bravas quando uma irmã fala que
estamos tratando nosso esposo de forma errada, ficamos bravas quando a
palavra de Deus diz para sermos submissas, ficamos brava quando o
marido fala que não pode comprar algo que queremos.
Não somos diferentes daquele pessoal e engraçado que Jesus estava na
terra dele, um lugar que deveria haver compreensão e amor é onde tem
os maiores choques.

Quando escuto algo que não quero, não quero mais papo (vers. 29 a)
Já viveram isso? Quem não viveu né, se você não falar o que quero ouvir
ou não concordar com minhas decisões eu não quero mais contato.
Quantas amizades já acabaram por conta disso e pior, quantos
casamentos já foram destruídos porque um tem que falar e fazer só o que
o outro quer.
Lendo o texto e olhando para aquelas pessoas, vemos claramente pessoas
melindrosas, mimadas e hoje em dia vivemos com pessoas assim também,
inclusive até somos assim muitas vezes.
Deixamos de ter amizade com uma irmã simplesmente porque ela não fez
algo da forma como queríamos, deixamos de comer uma jantinha porque
não foi fulano quem fez, deixamos de vir a um culto porque não vai tocar
a música que eu quero. Acho que depois de 2.000 anos ainda somos
iguais.

Quando escuto algo que não quero, quero matar (vers. 29 b)


É claro que não vamos matar ninguém, mas que dá vontade dá e lembra?
Todas as vezes que sentimos ódio de alguém já cometemos homicídio
segundo a palavra de Deus em 1 João.
Ohhhhh povinho difícil hein, estavam diante do Salvador, mas já que Ele
não fez milagres, vamos mata – lo.
Quando excluímos as pessoas do nosso convívio seja lá por qual motivo
for, estamos matando ela da nossa vida, não queremos mais contato, não
queremos falar e nem ver essa pessoa é como se estivesse realmente
morta.
Somos pessoas diferentes, fomos criadas de forma diferente, se eu gosto
de Avon e você de jequiti podemos conviver em paz, não precisamos ter a
mesma opinião para vivermos em comunhão, só é preciso amor e
respeito.

Conclusão
Irmãs é obvio que vamos escutar um monte de coisas desagradáveis, tem
um ditado que diz que fomos feitos com uma boca e dois ouvidos para
falar menos e ouvir mais (acho que isso não se aplica a mim), eu não estou
aqui para falar que seu ouvido tem que ser um penico, não é isso, estou
aqui para te lembrar daquela historinha da sacola com fundo e a sacola
sem fundo, lembra? O que presta vai para a sacola com fundo o que não
presta vai ficando pelo caminho e seguimos em frente.
Precisamos pedir sabedoria a Deus para discernir o que é bom e ruim para
nossas vidas, as vezes a exortação, a verdade ou o conselho que não
queremos ouvir vai salvar nosso casamento, nosso relacionamento com os
filhos ou nosso convívio na igreja.
Jesus usou palavras de graça e verdade e acima de tudo palavra de
salvação, porém o povo não estava preocupado com a eternidade.
Pois é, até de na hora de escutar precisamos de sabedoria, para não
agirmos com irritação e com melindres.
Para as faladeiras de plantão, assim como eu, também fica a lição de
Jesus, Ele sempre falou com verdade, graça e amor, e nós devemos
sempre falar como Ele, lembra que devemos ser como Ele em tudo,
buscando maturidade a cada dia para falarmos uma com as outras.
Seja falando ou ouvindo temos sempre que preferir o outro, é assim que a
palavra de Deus no ensina em: e nos ajuda a viver em abundancia
principalmente no meio de nossos irmãos.
Esse nosso Deus é fantástico nos ensina tudo com amor, até falar e ouvir e
ainda mais, nos da sabedoria para discernir o que está sendo dito para não
ficar igual eu e a Sarinha: ela falava quero sisti e eu levava ela toda hora
no banheiro.

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