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14.- Nacionalidade.
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INSTITUIÇÕES DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO - Prof. Abel Abelardo Stadniky
Bibliografia
OBRAS ESPECÍFICAS.
BRANCATO, Ricardo Teixeira. Instituições de Direito Público e Privado: São Paulo-SP: Saraiva, Edição, 2002.
CRETELLA NETO, José; Cretela Jr., José, 1000 Perguntas e Respostas Sobre Instituições de Direito Público
e de Direito Privado, Forense, 3ª Edição 2002.
DOWER, Nelson Godoy Bassil. Instituições de Direito Público e Privado: São Paulo-SP: Nelpa Edições
Jurídicas – L. Dower Ltda. : 11ª Edição, 2002.
MARTINS, Sergio Pinto, Instituições de Direito Público e Privado, Atlas, 2ª Edição 2002.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro; Pinho, Ruy Rebello, Instituições de Direito Público e Privado, Atlas, 23ª
Edição 2002.
DOWER, Nelson Godoy Bassil. Direito civil Simplificado – Parte Geral : São Paulo-SP: Nelpa Edições
Jurídicas – L. Dower Ltda. : 1ª Edição, 2002.
DOWER, Nelson Godoy Bassil. Direito Empresarial Simplificado: São Paulo-SP: Nelpa Edições Jurídicas – L.
Dower Ltda. : 1ª Edição, 2002.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: São Paulo-SP: Editora Saraiva : 1° Volume: 10 ª Edição,
1994.
ENCICLOPÉDIA SARAIVA DE DIREITO : São Paulo-SP: Saraiva S/A – Livreiros Editores. 1977-1982
BASTOS, Celso Ribeiro e MARTINS, Ives Gandra. Comentários à Constituição do Brasil: São Paulo-SP:
Editora Saraiva. 1º e 2º Volumes, 1989.
CRETELLA JR., José e CRETELLA NETO, José.1000 Perguntas e Respostas de Direito Constitucional: Rio
de Janeiro-RJ: Edições Revista Forense.3ª Edição, 1999.
FERREIRA, Pinto. 1000 Perguntas Constituição Federal: Rio de Janeiro-RJ: Editora Rio: 1ª Edição. 1983.
FERREIRA, Pinto. Comentários à Constituição Brasileira: São Paulo-SP: Editora Saraiva. 1° Volume, 1990.
GAMA, Lídia Elizabeth Peñaloza Jaramillo Questões para Concursos Jurídicos : Leme-SP: LED Editora de
Direito. 1997.
GAMA, Ricardo Rodrigues. Elementos de Direito Constitucional.: Leme-SP: LED Editora de Direito, 1996.
MORAES, ALEXANDRE. Direito Constitucional: São Paulo-SP: Editora Atlas S/A, 1999.
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Conceito
Direito: definição
1
Cf. Nelson Godoy Bassil Dower. Instituições de Direito Público e Privado . 8ª ed., Ed.
Nelpa: São Paulo, 1975, p. 5.
2
Cretela Junior, José. Curso de Filosofia do Direito. São Paulo: José Bushatsky, 1967, pp.
120-127.
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Definição de Direito
Nesse sentido, segundo Kant, direito é o conjunto das condições sob as quais a
liberdade de um se harmoniza com a liberdade de outrem mediante uma lei geral
chamada Liberdade.
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b)- Também pode acontecer que dois indivíduos, dispondo cada um de R$ 100,00
queiram comprar um único objeto: conflito, portanto, no âmbito social, entre dois indivíduos.
Esse conflito é denominado de inter subjetivo.
Por exemplo: um jogador de futebol ao passar por seus adversários com a bola,
aplica regras técnicas, efetuando “dribles”; entretanto, se ele empurrar o adversário, estará
contrariando uma regra ética.
Como primeira decorrência desta afirmação, diz Korkounov que as regras técnicas
são facultativas e as normas éticas são obrigatórias. Entretanto esta afirmação não resiste a
analise crítica, como podemos observar com o seguinte exemplo: um engenheiro vai construir
uma casa e desrespeita as regras técnicas de engenharia. A casa acaba caindo e ferindo ou
matando pessoas. Vemos, aí, que o individuo desrespeitou regras técnicas, mas as
conseqüências do ato não se restringiu ao âmbito daquele individuo.
Quem melhor situa a diferença entre a regra técnica e a norma ética é Carlos Cossio.
Diz ele: “ Toda conduta humana é o resultado de uma soma de ACÕES “.
A situação fática acima mencionada pode ser vista sob dois aspectos distintos: 1)-
como o individuo age; 2)- para que o individuo age.
onde a armadilha será colocada; b)- compra do material; c)- confecção da planta, etc. Neste
aspecto o individuo deverá observar as regras técnicas para a construção de uma armadilha
eficaz.
Com relação ao segundo aspecto vamos verificar qual o desejo do individuo com a
construção da armadilha e assim teremos a apreciação de normas éticas.
A regra técnica explica como se alcança um fim. A norma ética cuida conveniência
de se alcançar um fim.
Os autores não são unânimes ao se manifestarem com relação aos diversos tipos de
normas éticas.
Leon Duguit, por exemplo, afirma que as normas éticas podem ser resumidas numa
única norma: não fazer nada que atente contra a solidariedade social em qualquer de
suas formas, e tudo fazer que conduza à realização e aperfeiçoamento da solidariedade
mecânica e orgânica.
No entanto essa afirmação de Duguit não pode ser considerada norma ética única,
uma vez que indica o fim visado por todas normas éticas, que é a afirmação de condições que
possibilitem a coexistência social.
Outros autores, como Gurvitch, Del Vecchio, Cossio, indicam a existência de duas
classes de normas éticas : Normas Morais e Normas Jurídicas.
Por fim, há autores, como François Geny, Vanni e Recasens Siches, que classificam
as normas éticas em quatro espécies:
O parricídio ( matar o próprio pai ) é um dos maiores crimes entre nós. No entanto
na Oceania, este mesmo fato não constitui um crime. O filho deve tirar a vida do pai, quando
este está velho e doente, incapacitado para exercer função na sociedade.
As normas morais tem por objeto, como as jurídicas, disciplinar a conduta social do
homem, mas distinguem-se das normas jurídicas, pois apreciam a conduta humana em
relação ao próprio individuo, enquanto as normas jurídicas apreciam-na em relação a outro
individuo.
1. Direito Natural
Público
Internacional
Privado
Constitucional
Administrativo
2. Direito Positivo Público Tributário
Penal
Nacional Processual ou Judiciário
Civil
Privado Trabalho
Empresarial
O Direito Natural para os que aceitam a sua existência, é aquele que não se
consubstancia em normas impostas ao indivíduo pelo Estado, mas sim uma lei anterior e
superior ao Direito Positivo. Ele se impõe a todos os povos pela própria força dos princípios
supremos dos quais resulta; é constituído pela própria natureza e não pela criação dos
homens. São exemplos, o direito de se reproduzir, o direito de viver, etc.
O Direito Positivo compreende o conjunto de normas jurídicas em vigor num
Estado determinado e numa determinada época. É o direito, histórica e objetivamente
estabelecido, encontrado em leis, códigos, tratados internacionais, costumes, decretos,
regulamentos etc. É o direito cuja existência não é contestada por ninguém.
Em síntese, o Direito Positivo é o direito que depende da vontade humana,
enquanto o Direito Natural é o que independe de ato de vontade, por refletir exigências
sociais de natureza humana, comuns a todos os homens.
Vejamos os conceitos, detalhadamente:
Direito Internacional Público - É um Ramo do Direito Positivo, cujas normas têm por
finalidade regular as relações entre Estados soberanos.
Direito Constitucional - É um Ramo do Direito Positivo nacional público, cujas normas têm
por finalidade traçar os princípios fundamentais de todo o Direito do Estado, regulando sua
organização política e ditando os direitos básico a quem vive no território deste Estado.
Direito Administrativo - É um Ramo do Direito Positivo nacional público, cujas normas têm
por finalidade disciplinar a organização do Estado para que possa administrar o bem público
a fim de proporcionar o bem estar à coletividade.
Direito Tributário - É um Ramo do Direito Positivo nacional público, cujas normas têm por
finalidade a instituição e a arrecadação de impostos, taxas e outras fontes de receitas do
Estado.
Direito Penal - É um Ramo do Direito Positivo nacional público, cujas normas têm por
finalidade definir crimes e impor penas.
Direito Civil - É um Ramo do Direito Positivo nacional privado, cujas normas têm por
finalidade regular as relações entre particulares e as destes com o Estado, desde que despido
de suas prerrogativas.
Direito do Trabalho - É um Ramo do Direito Positivo nacional privado, cujas normas têm
por finalidade regular a prestação de serviços subordinados. Regula, portanto, as relações
empregatícias.
Direito Empresarial - É um Ramo do Direito Positivo nacional privado, cujas normas têm
por finalidade disciplinar o exercício da atividade econômica organizada para a produção ou
circulação de bens e serviços.
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Estudo Dirigido
1. Conceito de Fonte
também aqueles que devem obedecer aos seus ditames precisam conhecer as suas fontes, que
são de vária espécies.
Assim, teremos a Fonte de Produção e as Fontes de Conhecimento do Direito
Positivo. A Fonte de Produção é o Estado. As Fontes de Conhecimento, por sua vez, se
subdividem em imediatas ou primárias e mediatas ou secundárias. Como Fontes
imediatas ou primárias temos: a lei e o costume. Como Fontes mediatas ou secundárias
temos: a doutrina e a jurisprudência.
Desta forma, as Fontes do Direito Positivo podem ser representadas no seguinte
quadro sinóptico:
Lei
Imediatas ou primárias
Costume
Fontes de Conhecimento
Doutrina
Mediatas ou Secundárias
Jurisprudência
3
Ráo ,Vicente. O Direito e a Vida dos Direitos. São Paulo: Max Limonad, 1992, p. 287.
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3)- Doutrina - A doutrina pode ser definida como o resultado da opinião científica
dos estudiosos do Direito (doutos) a respeito de uma norma ou um conjunto de normas
jurídicas. É o conjunto de investigações e reflexões teóricas e princípios metodicamente
expostos, analisados e sustentados pelos autores, tratadistas, jurisconsultos, no estudo das leis.
É fonte secundária ou mediata do Direito. Como salienta Caio Mário da Silva Pereira,
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tribunais num mesmo sentido, numa mesma direção interpretativa. Sempre que uma questão é
decidida reiteradamente do mesmo modo, surge a jurisprudência. Ela é uma fonte mediata
ou secundária do Direito. Não tem poder de levar o juiz a decidir casos semelhantes da
mesma maneira, entretanto, fornece importantes subsídios na solução de outros casos.
A solução dos litígios é realizada pelo Estado, através do seu representante próprio, o
juiz. O juiz aplica a lei à uma situação litigiosa concreta, dizendo a quem pertence a razão. A
fonte principal utilizada pelo juiz para decidir um litígio na sentença é a lei jurídica.
Por outro lado, o juiz tem a obrigação de proferir a sua decisão final, ou seja, de
proferir a sentença solucionando o litígio que lhe foi submetido. O que não pode acontecer é
o juiz não dar decisão, alegando não existir lei a ser aplicada ou ser ela lacunosa ou obscura.
Quando a lei for lacunosa, obscura ou, ainda, não existir lei que discipline o fato causador
do litígio, o juiz decidirá com apoio na analogia e nos princípios gerais do direito.
1. A n a l o g i a
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Nosso legislador não especificou quais são esses princípios, uma vez que seus
enunciados são manifestações do próprio espírito de uma legislação. No entanto, a título de
exemplo, enumeramos alguns princípios gerais de Direito:
7
Cf. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Dicionário Básico da Língua Portuguesa. São
Paulo: Nova Fronteira, 1995.
8
Pereira, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense,
1982, vol. 1, pp. 67/68.
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V- L E I
Como mencionamos anteriormente, a lei é a fonte principal do Direito. Passamos a
tratar da Lei, fazendo considerações de ordem mais particular sobre o tema.
1. Conceito
Lei Constitucional
Lei Complementar
LE Decreto-lei
I
2. Normas dos fenômenos sociais Medida Provisória
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As Leis dos fenômenos sociais podem ser encaradas sob aspectos mais particulares.
Há normas jurídicas, normas morais, normas de uso social e normas religiosas. Nosso
campo de interesse reside nas Normas Jurídicas, que se caracterizam por certas
especificidades. Há diversas espécies de “LEIS”, como a Lei Constitucional, a Lei Ordinária,
o Decreto-lei, a Medida Provisória, etc. Cada uma com suas particularidades, no entanto,
denominadas genericamente de Lei.
Ruy Rebello Pinho e Amauri Mascaro Nascimento9, citam diversas definições de Lei
elaboradas por pensadores em épocas diferentes. Ao analisarmos tais definições, em
confronto com o acima exposto, concluiremos que as concepções vistas até aqui referem-se
à Leis encaradas sob aspectos diferentes. Vejamos:
Auguste Comte (Isidore Auguste François Marie Comte, filósofo e matemático
francês – 1798-1857), por exemplo, segundo os citados autores, definiu LEI como “relações
constantes de sucessão e semelhança entre os fenômenos”. Na concepção de Stuart Mill
(John Stuart Mill, filósofo e economista inglês – 1806-1873), a LEI decorre de “Relações
constantes de sucessão e simultaneidade”. Igualmente, Bertrand ( Bertrand Arthur Willian
Russel, matemático e filósofo britânico – 1872-1970), definiu-a como “Relações constantes
e invariáveis que ligam os fenômenos”. Tais definições nos levam a crer que os respectivos
autores estão se referindo tão somente às leis dos fenômenos físicos, pois salientam a
invariabilidade dos fenômenos.
A definição atribuída a Ahrens ( Heinrich Ahrens, jurisconsulto e filósofo alemão –
1808-1874) nos leva a deduzir que o autor possui uma visão mais genérica, pois assim se
expressa quanto a LEI: “Regra geral e constante que domina a ordem dos fenômenos, quer
no mundo físico, quer no mundo moral”. Nesta definição concebe-se a LEI, no sentido
genérico, englobando, portanto as duas espécies: a dos fenômenos físicos e a dos fenômenos
sociais, que o autor denomina de fenômenos do mundo moral.
Por último, queremos chamar a atenção sobre a definição atribuída a Beseler que,
tendo uma perfeita visão dos diversos tipos de LEI, especifica a LEI à qual está se
referindo, quando assim se expressa: “A lei, considerada como fonte do Direito Positivo, é o
preceito formal que emana da autoridade suprema do Estado, mediante a qual se criam,
modificam ou revogam normas de Direito.” Esta definição expressa com melhor precisão a
dinâmica social presente no processo de criação das normas de Direito, bem como salienta o
papel do Estado, enquanto fonte de produção, e da Lei, enquanto fonte do conhecimento do
Direito Positivo.
9
Pinho, Ruy Rebello e Nascimento, Amauri Mascaro. Instituições de Direito Público e
Privado. São Paulo: Ed. Atlas, 1976, p. 47.
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As LEIS poderão ser classificadas sob diversos aspectos. Entretanto, vamos nos
deter somente em dois: 1. quanto à natureza e, 2. quanto à origem.
Substantivas
1. Quanto à
natureza
Adjetivas
Federais
2. Quanto à origem Estaduais
Municipais
1. Quanto à natureza:
2. Quanto à origem:
Federais - São leis que emanam do Congresso Nacional (Senado e Câmara dos
Deputados) e têm aplicação em todo território nacional.
3. Hierarquia da lei
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Assim, uma Lei Estadual não pode contrariar os dispositivos de uma Lei Federal e
se isso ocorrer ela será inaplicável, ressalvados os casos de competência exclusiva dos
Estados e Municípios. Uma Lei Federal estabelece o princípio a ser seguido pelas Leis de
hierarquia inferior que a ela devem coadunar-se.
Leis inconstitucionais são aquelas que entram em choque com preceitos contidos
na Constituição Federal, que é a lei que ocupa o topo da pirâmide da hierarquia das leis.
Para que possamos melhor entender as fases de elaboração da leis, tomaremos como
exemplo, as fases de elaboração de uma lei ordinária no âmbito federal, que comporta duas
Casas Legislativas (Senado e Câmara dos Deputados), diferentemente do âmbito Estadual e
Municipal, que comportam apenas uma Casa Legislativa (Assembléia Legislativa, no Estado
e Câmara de Vereadores, no Município).
A elaboração da Lei Ordinária compreende uma série de atos que devem ser
praticados por determinados órgãos para a validade formal da lei. As fases desta elaboração
podem ser representadas pelo seguinte quadro:
1. Iniciativa
2. Discussão e votação
Expressa
Sanção
Tácita
Total
3. Execução Veto
Parcial
Promulgaçã
o
Publicação
4.1. Iniciativa
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ao Presidente da República
aos Senadores
às Comissões especializadas
aos cidadãos
Comumente, a elaboração do projeto de Lei Ordinária Federal cabe ao Presidente da
República, aos Senadores ou Deputados Federais.
No caso do projeto de lei ser de iniciativa do povo, ele deverá ser subscrito por, pelo
menos, 1% dos eleitores, distribuídos por, pelo menos, 5 Estados da Federação, sendo que
estes Estados deverão estar representados por, pelo menos, 0,3 % de seus eleitores.
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4.3. Execução
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2. Veto Parcial - ocorre quando o Presidente da República não concorda com parte
do projeto de lei. Não concorda, por exemplo, com um ou mais artigos.
A competência para a elaboração da Lei é do Poder Legislativo. A
participação do Poder Executivo é para possibilitar o aperfeiçoamento da Lei. Esta
participação se dá através da sanção e do veto, por esse motivo, o direito de veto é limitado à
apresentação de motivos justificadores. O veto deve sempre ser acompanhado das razões que
o motivaram e, essas razões, limitam-se a dois argumentos: Inconstitucionalidade do projeto
ou ser ele contrário ao interesse público.
Projeto Vetado - Ocorrendo o veto, total ou parcial, as razões do veto serão
submetidas à apreciação do Câmara dos Deputados e do Senado. Se a maioria absoluta
(50%+1 dos votos) de Deputados e Senadores não concordar com as razões do veto, este
cairá, ou seja, perderá seu efeito, e o projeto de lei é considerado aprovado tal como o
foi originariamente no Poder Legislativo.
No caso do veto ser total e as razões do veto não caírem, o projeto será
arquivado. Se o veto for parcial, serão desconsiderados, tão somente, os artigos ou
parágrafos vetados.
É preceito de nosso Direito que não é lícito a ninguém deixar de cumprir a Lei
alegando que não a conhece. “Se fosse possível escusar-se de cumprir a Lei com a simples
alegação de ignorância, a Norma deixaria de ter força e perderia a sua finalidade,
contrariando, portanto, a ordem pública”10.
“No tocante à Lei Municipal, em não havendo imprensa oficial, a publicação poderá
ser efetuada em órgão de imprensa de circulação local ou regional ou, por afixação de seu
10
Brancato, Ricardo Teixeira. Instituições de Direito Público e Privado . São Paulo: José
Bushatsky-Editor, 1982, p. 34.
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texto integral na Prefeitura ou sede da Câmara de Vereadores. Nesta última hipótese, a Lei
será obrigatoriamente arquivada no Cartório de Registro do distrito da sede, permitida a
consulta gratuita a qualquer interessado”11.
A lei entra em vigor na data designada em seu próprio texto. O mais comum é
encontrarmos a seguinte expressão: “A presente lei entra em vigor na data de sua
publicação”. Entretanto, uma Lei publicada hoje poderá ter vigência no dia 1º de janeiro do
ano próximo. Assim, teremos uma Lei que foi aprovada e publicada, mas somente no dia 1º
do ano seguinte terá vigência, ou seja, passa a ser obrigatória. Este lapso de tempo que
decorre entre a publicação de uma lei e o início de sua vigência chama-se “vacatio legis”.
Se, por qualquer motivo, a lei não determinar o início de sua vigência, ela entrará em
vigor 45 dias após sua publicação no território nacional e 90 dias para aplicação fora do
território nacional.
Após termos examinado as fases de elaboração da lei ordinária federal, fica fácil
entender as fases de elaboração da lei ordinária Estadual e Municipal.
do Governador
dos cidadãos.
do Prefeito Municipal
11
Max & Édis. Manual de Direito Público& Privado . São Paulo: Ed. Revista dos
Tribunais, 1987, p. 37.
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dos Vereadores
dos cidadãos.
5.3. Execução
A única diferença nesta fase nas leis estaduais e municipais está no fato de que o
Poder Executivo é representado, respectivamente, pelo Governador e pelo Prefeito.
6. PROCESSO LEGISLATIVO
1. Emendas à Constituição.
3. Leis Ordinárias.
4. Leis Delegadas.
5. Resoluções.
6. Decretos Legislativos.
7. Medidas Provisórias.
A Lei complementar à Constituição possui uma única diferença com relação as fases
de elaboração da Lei Ordinária. Esta diferença está na Votação. Enquanto a lei ordinária é
aprovada por maioria simples de votos, a Lei Complementar será aprovada por maioria
absoluta de
votos.”
3. Leis Ordinárias - São leis criadas com o objetivo de disciplinar os casos comuns,
ou seja, aqueles que o legislador constitucional não determinou que fossem disciplinados por
leis especiais.
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As leis delegadas são equiparadas às leis ordinárias, pelas quais podem ser
alteradas ou revogadas.
c)- Autorizar o Presidente da República declarar guerra, celebrar a paz, permitir que
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou que nele permaneçam
temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar.
12
Ferreira, Pinto. Comentários à Constituição Brasileira . 3° vol., São Paulo: Saraiva,
1992, p. 351.
13
Max & Édis. Manual de Direito Público & Privado. São Paulo: Revista dos Tribunais,
1987, p. 39.
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1. quanto à matéria.
Não poderão ser editadas medidas provisórias que versem sobre as seguintes
matérias:
2. quanto à eficácia.
Caso não seja editado o Decreto Legislativo acima referido no prazo de sessenta
dias, contados da rejeição ou perda da eficácia, as relações jurídicas constituídas e
decorrentes de atos praticados durante a vigência da medida provisória, continuarão por ela
sendo disciplinados.
Ficará prorrogada por mais sessenta dias a vigência da medida provisória que não
tiver sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional, no prazo de sessenta dias
de sua publicação.
3. quanto à reedição.
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A medida provisória não poderá ser reeditada na mesma sessão legislativa que tenha
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. Sessão legislativa é o
período do ano em que os órgãos integrantes do legislativo realizam sessões.
Em seguida será enviada à Câmara dos Deputados onde iniciará sua votação. Antes
de se apreciar o mérito da medida provisória deverá se apreciado as condições constitucionais
de sua admissibilidade, que são a relevância e urgência.
Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de
sua publicação, entrará em regime de urgência, em ambas as Casas Legislativas, ficando
assim sobrestadas todas as demais deliberações legislativas até que se ultime sua votação.
SEÇÃO VII
DO PROCESSO LEGISLATIVO
SUBSEÇÃO I
Disposições Gerais
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das
leis.
SUBSEÇÃO II
Da Emenda à Constituição
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SUBSEÇÃO III
Das Leis
Art. 61 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso nacional, ao Presidente da
República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador Geral da
República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1° - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a)- criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e
autárquica ou aumento de sua remuneração;
b - organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços
públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c)- servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de
cargos, estabilidade e aposentadoria de civis, reforma e transferência de militares
para a inatividade;
d)- organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União bem como
normas gerais para a organização do Ministério Público e Defensoria Pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e)- criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o
disposto no art. 84, VI; (NR). ( EC 32 de 11/09/2001).
§ 2° - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados do
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído
pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de
cada um deles.
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§ 7.° Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no
prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do
Congresso Nacional.
§ 8.° As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.
§ 9.° Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e
sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas
do Congresso Nacional.
§ 10.° É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido
rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
§ 11.° Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3.° até sessenta dias após a rejeição
ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados
durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
§ 12.° Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta
manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. (NR)
Art. 64 - A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
§ 1° - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua
iniciativa.
§ 2° - Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem
sobe a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão
todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham
prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação. (NR).
§ 3° - A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no
prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
§ 4° - Os prazos do § 2° não corem nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se
aplicam aos projetos de código.
Art. 65 - O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e
votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o
rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
Art. 66 - A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da
República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1° - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional
ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias
úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao
Presidente do Senado Federal os motivos do veto.
§ 2° - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de
alínea.
§ 3° - Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.
§ 4° - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores, em escrutínio secreto.
§ 5° - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da
República.
§ 6° - Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4°, o veto será colocado na ordem do
dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. (NR).
§ 7° - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República
nos casos dos §§ 3° e 5°, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em
igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado faze-lo.
Art. 67 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto,
na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer
das Casas do Congresso Nacional.
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Art. 68 - As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.
6. RETROATIVIDADE DA LEI
Em princípio, a Lei é editada para regular situações futuras, que irão ocorrer
durante seu período de vigência. O passado escapa ao seu comando.
Contudo, em casos especialíssimos, a Lei pode retroagir, desde que haja disposição
legislativa expressa. Para melhor compreendermos a retroatividade da lei, necessário se faz
dividir o conjunto de leis em dois grupos: 1. leis penais e, 2. as demais leis.
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Ato Jurídico Perfeito - Reputa-se ato jurídico perfeito àquele já consumado segundo
a lei vigente ao tempo que se efetuou.
O Direito Brasileiro estabelece o princípio de que uma lei nova não pode alcançar
um ato jurídico perfeito. Como exemplo, citamos a manifestação do Supremo Tribunal
Federal:
Coisa Julgada - Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que
já não caiba recurso.
7. INTERPRETAÇÃO DA LEI
É evidente que o legislador, por mais cauteloso e previdente, jamais poderá prever
todos os possíveis casos que o juiz será chamado a resolver. O Juiz, por sua vez, ainda que a
lei seja omissa, terá que decidir a questão que lhe é submetida à julgamento. Deve, portanto,
o Juiz suprir as lacunas da lei, recorrendo à várias normas. Essas normas constituem o que se
chama de hermenêutica, que é o campo do Direito que estuda a interpretação das leis. A
interpretação das leis pode ser examinada sob três aspectos diferentes, representados no
seguinte quadro:
Judiciária
1. Quanto às suas fontes Doutrinária
Autêntica
Restritiva
3. Quanto ao resultado Extensiva
Declarativa
14
Nunes, Pedro. Dicionário de Tecnologia Jurídica. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1979,
v. l, p. 351.
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Estudo dirigido
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- SUJEITOS DO DIREITO -
Pessoa Física ou natural - Considera-se pessoa física ou natural todo ser humano,
ou seja, a criatura que provenha da mulher.
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1. A primeira questão diz respeito ao exato momento em que a pessoa física passa
a ser titular de direitos e sujeito de obrigações, ou seja, quando é que adquire Personalidade
de Direito.
2. A segunda questão diz respeito ao momento em que a pessoa física pode exercer
os direito por si só, sem ser representada ou assistida por alguém, ou seja, quando é que
adquire Capacidade de Direito.
15
Dower. Nelson Godoy Bassil. Instituições de Direito Público e Privado . São Paulo:
Nelpa, 1995, p. 128.
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4. Na falta dos supracitados, herdam os colaterais até 4° grau (2° grau são os
irmãos; 3° grau são os tios e sobrinhos; 4° grau, os primos).
Poderá haver dúvida quanto ao fato do recém-nascido ter vivido, ou não, por um
instante. Para dirimir esta dúvida poderá ser realizado exame médico denominado docimasia
hidrostática pulmonar, que consiste em colocar os pulmões do falecido num recipiente com
água à temperatura de 15° a 20°C. Se os pulmões flutuarem, é porque inspirou e nasceu com
vida. Portanto, tornou-se titular de direitos e sujeito de obrigações. Caso os pulmões não
flutuem, é prova de que nasceu sem vida.
1. CAPACIDADE DE DIREITO
Capacidade de Direito, também chamada de capacidade de exercício é a aptidão de
exercer direito e assumir obrigações por si ou pessoalmente, sem estar assistido ou
representado pelos pais, curador ou tutor.
Ser titular de direito e sujeito de obrigações é ter Personalidade de Direito.
Entretanto, o fato de poder exercer esse direito por si só, pessoalmente, constitui-se situação
diversa, que denominamos de capacidade de direito ou de exercício.
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1- Menores de 16 anos.
2- Os privados do necessário discernimento por
Absolutamente Incapazes enfermidade ou deficiência mental
3- Os que não puderem exprimir sua vontade, mesmo por
causa transitória.
A. ABSOLUTAMENTE INCAPAZES
Desde o nascimento com vida, ficam os filhos sujeitos ao poder familiar dos
genitores enquanto menores; se houver o falecimento de ambos os pais ou se estes forem
suspensos ou destituídos do poder familiar, os filhos menores de 16 anos são postos em
tutela, nomeando o juiz um tutor. Quando a pessoa completa 16 anos e é um deficiente
mental, achando-se impossibilitado de cuidar os próprios interesses,e não estiver sob o poder
familiar, está sujeito à curatela. Quem nomeia o curador é o juiz. Portanto os incapazes estão
protegidos por três institutos: poder familiar, tutela e curatela.
16
Dower, Nelson Godoy Bassil. Instituições de Direito Público e Privado . São Paulo:
Nelpa, 1995, p. 130.
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A.3. Os que não puderem exprimir sua vontade, mesmo por causa transitória
É nulo, assim, o ato jurídico exercido pela pessoa de condição psíquica normal,
mas que se encontrava completamente embriagada no momento em que o praticou e que, em
virtude dessa situação transitória, não se encontrava em perfeitas condições de exprimir a sua
vontade.
B . RELATIVAMENTE INCAPAZES
As pessoas relativamente incapazes poderão praticar alguns atos da vida civil mas
não todos. São indivíduos que se situam entre os de integral inaptidão e os de perfeito
desenvolvimento intelectual. De modo que a lei procura tão-somente suprir a deficiência
parcial, que lhes é peculiar, quer impedindo apenas a prática de certos atos ( como, p. ex., os
atos de alienação, para os pródigos), quer determinando a maneira como devem praticar
outros tantos.
O menor púbere ao praticar um ato jurídico não mais será representado pelos pais
ou tutor, mas sim assistido por seus pais ou tutor, que lhe aconselhará na realização do ato
desejado..
passível de anulação pelo próprio menor ou por seu representante. E, obviamente, só será
anulada se resultar prejudicial ao incapaz. Entretanto, uma regra limita o alcance deste
princípio, pois ele não incide sobre o menor que, agindo dolosamente, enganou o outro
contratante sobre a sua idade. Diz o art. 180:
O portador de deficiência que não tem desenvolvimento mental completo deve ser
assistido na prática de negócio jurídico.
B.4. Os Pródigos.
O pródigo, declarado como tal, torna-se incapaz de praticar certos atos, como o de
emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar,
17
Cf. Silvio Rodrigues. Enciclopédia Saraiva do Direito , vol. 43, p. 178.
18
Direito Civil, Parte Geral, vol. I, Saraiva, S.Paulo, ed. 2002, p. 52.
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em geral, os atos que não sejam de mera administração, ou seja, todos os atos que importem
na diminuição de seu patrimônio. Entretanto, poderá praticar todos os demais atos da vida
civil como casar, exercer a profissão e atos de mera administração do patrimônio.
Os Índios
Os índios são os habitantes das selvas, não integrados à civilização. O Código Civil
determina que a capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
O diploma legal que atualmente regula a situação jurídica dos índios no País é a Lei
n° 6.001, de 19 de dezembro de 1.973, que dispõe sobre o Estatuto do Índio, proclamando
que ficarão sujeitos à tutela da União, até se adaptarem à civilização.
2. EMANCIPAÇÃO
No que diz respeito a idade, a incapacidade da pessoa cessa a partir dos 18 anos
completos. No entanto, existem diversas situações em que a pessoa passa ser considerada
absolutamente capaz antes de atingir os 18 anos. Essas situações são chamadas de
EMANCIPAÇÃO.
2. Pelo casamento;
A emancipação por vontade dos pais depende sempre do menor ter completado 16
anos de idade. O menor não tem direito de exigir a sua emancipação, muito menos de pedi-la
judicialmente, pois trata-se de uma concessão que só os pais podem conceder, após dosar a
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A lei fixa a idade nupcial: 16 anos para os cônjuges. Contudo, no caso de ocorrer a
união sexual e a menor de 16 anos engravidar, o pedido de suprimento de idade, cabe ao
juiz. Estando os interessados de acordo, o juiz autorizará o casamento.
Todo menor que passar a exercer emprego público efetivo obterá a emancipação.
Aqui, como no caso anterior, a emancipação dar-se-á automaticamente, pelo simples fato de
tomar posse em cargo público efetivo.
2.4. Pela colação de grau em curso de ensino superior
Nesse passo o legislador do Código Civil não foi feliz na redação o item
mencionado, pois o próprio Código eliminou a distinção entre atividade civil e comercial,
englobando-as como atividades empresariais.
Para que o menor possa comprovar sua emancipação, neste caso, será necessário
provar perante o juiz o exercício da atividade com economia própria. Feito isso, o juiz
sentencia, constituindo-se a prova.
DA AUSÊNCIA
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É considerado ausente aquele que se afasta de seu domicílio para lugar incerto e
não sabido, sem dar notícias de seu paradeiro.
A declaração da ausência fica restrita aos bens, não produzindo efeitos de ordem
pessoal, a esposa do ausente não é considerada viúva.
Caso o ausente regresse após a sucessão definitiva, ainda assim, receberá os bens
na forma em que se encontram.
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A. Prenome
O prenome é de livre escolha dos pais ou, na falta, do tutor, quando do nascimento
da criança. Entretanto, esse direito de livre escolha não é absoluto pois existe uma limitação
quanto ao seu exercício. Não se poderá consignar um prenome que no futuro possa ser
considerado vexatório, ou seja, que possa expor o seu portador ao ridículo, por ser exótico
ou extravagante.
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Prenome simples é aquele que possui um único sinal, como por exemplo: João,
José, Maria, Paula etc.
Prenome composto é o formado de dois ou mais sinais, por exemplo: Maria José,
João Paulo, etc.
Como regra geral o prenome é imutável. Contudo, há algumas exceções, como nos
casos abaixo mencionados:
6. No caso de ocorrer evidente erro gráfico do prenome. Como por exemplo: pessoa
do sexo masculino receber o premone MARIA, admite-se a retificação do erro gráfico
para que seja consignado o prenome MÁRIO;
A.4. Os Homônimos
convivência, foi-lhe acrescentado um sinal distintivo dos demais, passando a ser conhecido
como José do Sarney, uma vez que Sarney era o nome de seu pai. Posteriormente, com
ingresso na vida pública, o apelido “Sarney” foi acrescentado ao seu prenome, passando a
chamar-se José Ribamar Sarney Ferreira de Araújo Costa.
A lei permite que seja averbado no registro de nascimento, por sentença judicial, o
nome abreviado, usado como firma comercial registrada ou em qualquer atividade
profissional. Usando desta faculdade que a lei lhe oferece, José Ribamar Sarney Ferreira de
Araújo Costa, novamente como exemplo, averbou o nome abreviado - José Sarney.
Para melhor elucidar o exposto, transcrevemos uma decisão tomada pelo Tribunal
de Justiça de Minas Gerais e publicada em Jurisprudência Brasileira, vol. 61, p. 379 e
seguintes:
Relatório
Recorre Marlene Maria dos Santos Ferreira, oportunamente, de sentença de fls.7
que, baseada no parecer do Dr. Promotor de Justiça, indeferiu-lhe o pedido de retificação
do prenome, com que foi registrada, no Cartório de Registro Civil de Ituiutaba. Em sua
decisão, o MM. Juiz declara não vislumbrar razões para determinar a mudança do prenome,
Epoméia. Nas razões de apelação, afirma a apelante que é conhecida por Marlene e o seu
registro foi feito à sua revelia, quando contava 10 anos de idade (fls.8/9). Opinou o Dr.
Promotor (fls.9-v) e o MM. Juiz “manteve” por seus fundamentos a decisão recorrida,
determinando a remessa dos autos ao eg. Tribunal de Alçada (fls. 10). O Dr. Christovam
Joaquim Fernandes Ramos, DD. Procurador da Justiça, opinou no sentido da anulação da
sentença (fls. 15/17). A apelante está amparada pela Assistência Judiciária (fls.3). À douta
revisão.
Belo Horizonte, 20 de outubro de 1.981.
Bernardo Figueira
ACÓRDÃO
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
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O Sr. Des. Bernardo Figueira - Com razão o digno Dr. Procurador da Justiça: não pode
prevalecer a sentença recorrida. A imutabilidade do prenome não é absoluta. Casos há que
justificam, plenamente, a alteração, seja com a retificação da grafia, seja com a mudança
total para poupar vexames ao portador (parágrafos únicos dos arts. 55 e 58, da Lei n°
6.015). Admite-se, também, a retificação que tenha por objetivo consignar no registro o
nome verdadeiro da pessoa, mesmo porque “só se considera imutável o nome que foi posto
em uso, embora não conste do registro, e não o constante de assentamento e jamais usado”,
conforme decidiu a Eg. Primeira Câmara Cível deste Tribunal (“Ver. Tribs.”, 433/232). “In
casu”, pretendeu a apelante provar que, tendo sido batizada com o prenome de Marlene, em
1961, foi registrada, dez anos depois, pela diretora de uma Escola Estadual com o nome de
Epoméia - “para que ela pudesse apresentar-se, em Belo Horizonte, no programa de
televisão “Mineiros Frete à Frente”, onde Ituiutaba queria concorrer com o maior número
possível de meninas que tivessem o nome de flor”. Nas razões de apelação, alega o
apelante que, como Marlene é conhecida por todas as pessoas de seu círculo de amizade.
Sua pretensão foi deferida de plano, baseando-se o MM. Juiz no parecer do Promotor de
Justiça, sem que tivesse oportunidade de provar que o prenome do seu registro não
corresponde ao que a identifica no meio em que vive. O nome, que se incorpora à pessoa
humana, antecede ao registro. Este, apenas, lhe dá estabilidade e publicidade. Se não
corresponde ao usado, se não coincide com aquele que se integra na sua personalidade,
deve ser corrigido, mudado. O registro, deve expressar a verdade; não pode falsear, dizendo
chamar-se José quem se chama realmente João. Nem se diga que Marlene Maria dos
Santos, que outorgou procuração, não existe. Existe, sim, e quer provar que Epoméia não
corresponde ao seu verdadeiro nome, aquele que a distingue no meio em que vive.
Naturalmente, o Dr. Promotor de Justiça não encontrou nos dicionários a flor Epoméia
porque o verdadeiro nome da bela planta ornamental é Ipoméia. Quem fez o registro errou
até no nome da flor. O MM. Juiz decidiu o mérito, negando a retificação, por entender que
o prenome, em questão, em nada prejudicará à apelante. Além de considerar
personalíssimo o conceito de “ridículo”, a que se refere o parágrafo único, do art. 55 da
Lei n° 6.015, entendo que a apelante provou que, desde o batismo, porta o prenome de
Marlene. Muito justo que queira retificar o registro, para que dele conste o nome que a
identifica e compõe a sua personalidade. A agregação ao prenome do nome Maria, não
prejudicando os apelidos de família, pode ser, também, deferida, nos termos do art. 56, da
Lei 6.015. Tendo em vista o disposto no art. 515 do CPC, dou provimento à apelação para
reformando a r. sentença recorrida, determinar se faça a retificação do nome da apelante,
nos termos do pedido inicial. Sem custas, “ex lege".
O Sr. Des. Milton Fernandes: - Dou provimento à apelação, para reformar a sentença e
deferir a petição inicial. À recorrente foi dado, no batistério, o prenome de Marlene. O
registro civil, feito quanto a portadora já contava com dez anos, atribuiu-lhe a denominação
de Epoméia “para que ela pudesse se apresentar, em Belo Horizonte, no programa de
televisão “Mineiros Frente a Frente”, em que Ituiutaba queria concorrer com o maior
número possível de meninas que tivessem o nome de flor”(petição inicial, fls.2). Assim,
conhecida como Marlene, a requerente surpreendeu-se, ao habilitar-se para o casamento,
com o estranho nome de Epoméia. Pediu retificação. Apoiando-se no parecer da
Promotoria Pública, segundo o qual o prenome é imutável (fls.7), o ilustre Juiz de Primeiro
Grau, “não vislumbrou razões para mudá-lo”( fls.7 e 7-v). A regra da imutabilidade do
prenome não é absoluta. Cede ante a possibilidade de levar ao ridículo seu detentor. Na
espécie destes autos, o registro aproximou-se da fronteira do ridículo. Criou ainda para a
apelante a duplicidade de denominações: Marlene para a sociedade e Epoméia para fins
civis. Estou com o Procurador da Justiça, Dr. Christovam Joaquim Fernandes Ramos, em
que “o Juiz foi muito rigoroso no indeferimento, de plano, do pedido. Deveria cumprir a
lei, já que a requerente protestou pela apresentação da prova testemunhal” (fls. 16). O
nome, segundo Josserand, é como uma etiqueta colocada sobre cada um de nós, ele dá a
chave da pessoa inteira. É o sinal distintivo revelador da personalidade (“Cours de Droit
Civil Positif Français”, 1932, 1° vol., n° 207 e segs.). A apelante está com o sinal
distintivo pouco alentador. Não há condenação a custas, por ser o apelado o próprio Juízo.
B. SOBRENOME
O sobrenome é adquirido pelo simples fato da pessoa nascer, uma vez que indica a
origem da pessoa, não sendo, portanto, de livre escolha do pais ou do representante legal.
O sobrenome simples é aquele que o possui um só sinal, somo por exemplo: Silva,
Souza, Pereira, Bitencourt, etc.
O sobrenome composto é aquele que possui dois ou mais sinais, por exemplo:
Araújo Mendes, Almeida Campos, Souza e Silva, etc. , podendo ser acompanhado da
partícula de, do, da, dos ou das, que dele fazem parte.
B.3 – Alteração no sobrenome
Formalizada a adoção, esta gera uma série de efeitos pessoais para o adotado,
cessando quaisquer vínculos com a antiga família. A situação equivale, em termos gerais, ao
renascimento do adotado no seio de uma outra família, apagando todo o seu passado.
É o que dita do art. 1626 do Código Civil: “A adoção atribui a situação de filho
ao adotado, desligando-o de qualquer vínculo com os pais e parentes consangüineos,
salvo quanto aos impedimentos para o casamento”.
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Tal qual a questão do nascimento com ou sem vida, a morte ocasiona ao Direito
situações diversas. A determinação do exato momento da morte, também, é de relevante
importância para o direito. Dentre as diversas conseqüências jurídicas produzidas pela
morte, podemos citar: a mudança no estado civil do casado, passando o cônjuge sobrevivente
à condição de viúvo, podendo contrair novo casamento; a transferência do patrimônio do
falecido para seus herdeiros.
Real
Morte
Presumida
Poderá ocorrer também o desaparecimento da pessoa, sem que exista o corpo para
ser examinado e identificado, através do atestado médico. Nesse caso teremos a morte
presumida
.
Morte Presumida - é a morte declarada pelo Poder Judiciário, através da análise
de diversas circunstâncias relativas ao desaparecimento da pessoa, de forma tal que se
possibilite, com um grau de certeza, concluir-se que determinada pessoa morreu.
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Estudo dirigido
1. Quem é considerado pessoa física?
2. A partir de que momento a pessoa física passa a ser titular de direitos e sujeito de
obrigações?
3. A partir de que momento a pessoa física pode exercer seus direitos?
4. Quais são as pessoas consideradas absolutamente incapazes?
5. Quais são as pessoas consideradas relativamente incapazes?
6. Quando uma pessoa física passa a ser considerada ausente?
7. O que é uma pessoa pródiga?
8. Quais são os atos jurídicos que não podem ser praticados pelo pródigo?
9. A partir de que momento a pessoa física deixa de ser titular de direito e obrigações?
10. A partir de que momento a pessoa é considerada morta, sob o prisma do Direito
Brasileiro?
11. Quando se diz que ocorreu morte real?
12. Quando se diz que ocorreu a morte presumida?
13. De que forma a pessoa se individualiza no meio social?
14. Como se compõem o nome da pessoa física?
15. Quais são as limitações impostas quanto à escolha do prenome?
16. Cite um exemplo de prenome composto.
17. Cite um exemplo de sobrenome composto.
18. Em quais circunstâncias poderá haver a mudança de prenome?
19
Diniz, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Editora Saraiva,
1994, p. 111.
48
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II – Pessoa Jurídica.
1. Conceito
Nem todas as sociedades são pessoas jurídicas. Para que assim sejam consideradas,
torna-se indispensável o registro de seu documento constitutivo na repartição competente,
dotando-a de personalidade de direito. A sociedade que não registrar seu documento
constitutivo denomina-se “sociedade não personificada”, não considerada, portanto, “pessoa
jurídica”.
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Por isso, será necessário designar-se uma pessoa física para personificar a pessoa
jurídica. Essa pessoa deverá ter capacidade de direito, ou seja, não possuir nenhuma daquelas
incapacidades que já enumeramos quando tratamos da pessoa física.
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As pessoas jurídicas podem ser classificadas sob diversos aspectos, por exemplo: a)
quanto à nacionalidade, em nacionais e estrangeiras; b)- quanto a estrutura interna, em
corporações que é um conjunto ou reunião de pessoas e em fundações que é uma reunião de
bens.
A classificação aqui apresentada tem por fundamento o Ramo do Direito Positivo a
que pertence a pessoa jurídica.
Sob esse prisma, a classificação pode ser representada conforme eviden cia o quadro a
seguir:
P
Estados
E
Santa Sé
S
A. De Direito Internacional Público ONU(Organização das Nações Unidas).
S OEA(Organização dos Estados Americanos).
O OIT(Organização Internacional do Trabalho).
A
S Estado(União)
Estados-Membros
J De Direito Constitucional Distrito Federal
U Municípios
B.1. Público Territórios
R
Í Autarquias
D De Direito Administrativo Demais entidades públicas criadas por
lei.
I
C Associações
20
Gonçalves, Carlos Roberto – Direito Civil Parte Geral, 2002, Editora Saraiva, S. Paulo, p. 73.
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Sindicatos
De Direito do Trabalho Federações
Confederações
OBS. Sociedades que não são pessoas jurídicas ou sociedades não personificadas:
Existem dois tipos de sociedades que não são personificadas e por isso não são
consideradas pessoas jurídicas: a)- Sociedade em Comum e b)- Sociedade em conta de
participação.
a)- Sociedade em Comum é aquela que não possui documento constitutivo ou as
que possuírem ainda não os registraram. Todos os sócios respondem solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais.
b)- Sociedade em conta de participação é aquela em que a atividade constitutiva
do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo em seu nome individual e sob
sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados
correspondentes.
21
Sé é um termo usado na terminologia da Igreja Católica Apostólica Romana para
designar a Igreja Episcopal ou Igreja Catedral do local onde há bispos ou arcebispos.
Santa Sé significa a jurisdição do Papa e o local onde tem sede.
22
Jorge, Hélio Maldonado. Programa de Instituições de Direito . São Paulo: H.C. Editora
Ltda., 1975, p. 75.
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Autarquias : São pessoas jurídicas criadas pelo Estado (União), pelos Estados-Membros ou
Municípios, através de lei, com o objetivo de desenvolverem atividades que são de
competência da Administração Pública que as criou.
1. Associações
2. Fundações
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Os atos praticados pela fundação serão fiscalizados pelos órgãos previstos em seus
estatutos, como Conselho Fiscal ou de Curadores e, também, pelo representante do
Ministério Público.
3. Sociedades personificadas
Uma sociedade é formada por duas ou mais pessoas (físicas ou jurídicas), que se
comprometem a reunir capitais ou trabalho para a realização de um fim lucrativo. Na
sociedade o objetivo é econômico; tem como finalidade a participação dos sócios nos
resultados da empresa.
Uma associação, embora possa exercer atividade econômica, não tem finalidade
lucrativa, ou seja, os resultados positivos das atividades da associação não são distribuídos
entre as pessoas que a compõe. Nada impede, pois, que uma associação de caráter cultural ou
altruísta, tenha uma atividade econômica para sobreviver.
3.2. Espécies de Sociedades personificadas
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2. Responsabilidade mista
b)-sociedade em comandita por ações
Esse tipo de sociedade terá seu documento constitutivo registrado junto ao Cartório
de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
Esse tipo de sociedade somente poderá ser constituído por pessoas físicas e a
responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada.
3.4.3- Sociedade em comandita simples
Características:
1. Seu capital será dividido em ações, que poderão ou não ter valor nominal.
2. Esta sociedade poderá ser de capital aberto ou fechado:
a. Será de capital aberto quanto as ações forem subscritas e negociadas sob a
fiscalização e através da Bolsa de Valores.
b. Será de capital fechado quando as ações não forem colocadas à venda
diretamente ao público e sim subscritas por pessoas previamente
determinadas.
3. O órgão soberano da sociedade anônima é a Assembléia Geral dos acionista e
suas deliberações serão tomadas levando-se em conta o número de ações que
possui o acionista votante.
4.-A administração competirá ao Conselho de Administração e à Diretoria, ou
somente à Diretoria. Estes colegiados serão constituídos na forma determinada pelos
Estatutos Sociais.
Tem-se, pois, nas cooperativas um tipo bem amplo de sociedade que pode abranger
o exercício de atividade empresárias diversas e também não empresária, o que lhe dá um
posição peculiar.
1. Sindicatos
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2. Atividade profissional:
Outras contribuições poderão ser instituídas pelos sindicatos, mas o seu pagamento
será de responsabilidade dos respectivos associados.
2. Federações
1. Atividade econômica:
2. Atividade profissional:
3. Confederações
1. Atividade Econômica:
2. Atividade Profissional:
59
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prestação de serviço subordinado. No entanto, também não existe lei proibindo seu
funcionamento. Porém, são pessoas jurídica de Direito Civil, da espécie “Associação”.
Estudo dirigido
23
Cueva, Mário de la. Derecho Mexicano del Trabajo. México: Porrua, 1960, T. II, p.
55.
60
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Para Clóvis Beviláqua, bens são os valores materiais ou imateriais que servem de
objeto de uma ralação jurídica.
Para que um bem seja jurídico é necessário que ele seja suscetível de avaliação
econômica. O mar, o ar atmosférico, por exemplo, apesar de sua utilidade ao homem, não
podem ser considerados bens jurídicos, por não representarem um valor apreciável em
dinheiro. Assim somente as coisas úteis ao homem e apreciáveis em dinheiro são
consideradas bens jurídicos.
São aqueles que são observados independentemente de qualquer relação com outros.
1.1.1. Móveis
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Assim teremos:
a)- Moveis propriamente ditos - São bens que necessitam da ação do homem para
serem removidos. Ex. Mesa, cadeira, automóvel, sapato, etc.
b)- Semoventes - São bens que possuem movimentos próprios. Ex. Animais de
modo geral: gato, boi, cavalo, etc.
c)- Móveis por determinação legal – são aqueles enumerados pela própria lei, art. 83
do Código Civil:
d)- Móveis por antecipação – São os bens incorporados ao solo, mas com a
intenção de separá-los oportunamente e convertê-los em móveis, como as árvores destinadas
ao corte.
1.1.2. Imóveis
São considerados imóveis os bens que não podem ser removidos de um lugar para
outro sem destruição.
a) Imóveis por natureza - Considera-se bens imóveis pela própria natureza o solo
com a sua superfície, subsolo e espaço aéreo.
Tudo o mais a que a ele adere dever ser classificado como imóvel por acessão.
Acessão significa justaposição ou aderência de uma coisa a outra.
O direito abstrato à sucessão aberta é considerado bem imóvel, ainda que os bens
deixados pelo falecido sejam todos móveis. A renúncia da herança é portanto renúncia de
imóvel e deve ser feita por escritura pública ou termo nos autos, mediante autorização do
cônjuge, se o renunciante for casado e recolhimento do ITBI ( Imposto de Transmissão de
Bem Imóvel).
Para melhor esclarecimento, eis um caso concreto, citado pelo prof. Nelson
Godoy24, publicado na Revista dos Tribunais, vol. 348, p. 340:. Nelson Godoy ao tratar do
assunto:
“Para melhor esclarecimento, eis um caso concreto, que foi publicado na Revista
dos Tribunais, vol. 398, pág. 340. Um automóvel foi vendido e o comprador pagou o preço
mediante recibo, mas a entrega do veículo ficou para dentro de dez dias. Aconteceu, ainda,
que oito dias após o contrato de compra e venda, um incêndio provocado por um curto
circuito ocasionou a perda total do auto, que não estava assegurado. Discutiu-se sobre
quem deveria suportar o prejuízo: o comprador ou o vendedor, pois pela lei, quem suporta
o prejuízo, in casu, é o dono do bem.
Para decidir essa situação, o juiz aplicou a lei que trata do assunto, isto é, o art.
620 do Código Civil ( antigo ), que dizia o seguinte: “”O domínio das coisas não se
transfere pelos contratos antes da tradição.”” – O atual Código Civil repete essa regra no
art. 1.267 – “A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos, antes da
tradição.”
devolvendo o dinheiro que recebera, porque não houve a entrega e, conseqüentemente, não
se operou a transferência do domínio do veículo.”
1.1.3 Fungíveis
São bens móveis que podem ser substituídos por outro da mesma espécie,
quantidade e qualidade. Ex. Dinheiro, cereais, qualquer objeto fabricado em série.
1.1.3 Infungíveis
São bens móveis que não podem ser substituídos por outro da mesma espécie,
quantidade e qualidade. Ex. Obra de arte, qualquer objeto fabricado artesanalmente.
1.1.4 Consumíveis
São bens móveis cujo uso acarreta a destruição imediata da própria substância,
considerando-se da mesma forma os destinados à alimentação. Ex.: Cigarro, gasolina, etc.
1.1.4 Inconsumíveis
São bens móveis cujo uso não acarreta a destruição imediata. Ex.: Mesa, cadeira,
automóvel, etc.
1.1.5 Divisíveis
1.1.5 Indivisíveis
São bens que não podem ser divididos em porções, sob pena de alterar sua
substância e os que, embora naturalmente divisíveis, se considera indivisíveis por força de lei
ou vontade das partes. Ex. Automóvel, mesa, cadeira, terreno que possui metragem inferior
ao módulo exigido por lei.
1.1.6 Singulares
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1.1.6 Coletivos
São coletivos os bens que reunidos sempre são considerados num todo, no coletivo.
Ex. Uma caixa de fósforos, um maço de cigarros.
1.2.1 Principais
São bens que existem por si só, abstrata ou concretamente. Sua existência independe
da existência de outro bem. Ex..: Mesa, cadeira, lápis.
1.2.2. Acessórios
São bens que existem somente se existir um outro bem considerado principal, do
qual eles dependam. Ex.: Juros, fruto pendente.
3. Quanto a propriedade
3.1. Públicos
a)- de uso comum do povo – tais como os rios, mares, estradas, ruas praças.
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3.2. Particulares
São bens pertencentes às pessoas físicas ou jurídicas de Direito Privado. Ex.: Casa,
boi, automóvel.
Estudo dirigido
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- FATOS JURÍDICOS -
Fato simples
Negócio Jurídico
Ato Jurídico lícito Ato Jurídico em sentido estrito
Atos Jurídicos Ato-fato jurídico
O fato simples é todo acontecimento da vida que não tem qualquer relevância para o
direito, não resulta nenhuma conseqüência jurídica., ou seja, não faz nascer, modificar ou
extinguir direitos. Por exemplo, um raio que caia em alto mar, ou o eclipse, sem qualquer
conseqüência jurídica é considerado um fato simples.
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Os atos jurídicos, se subdividem em: 1)- Atos jurídicos lícitos e 2)- Atos
jurídicos ilícitos.
São atos lícitos que têm por fim imediato adquirir, resguardar, transferir,
modificar ou extinguir direitos. O ato jurídico, portanto, é resultado da ação do homem, que
não poderá ser contrária ao direito, pois exigi-se a licitude, e deve ter por fim imediato
adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos.
Os atos jurídicos lícitos, por sua vez, se subdividem em: 1)- Negócio Jurídico 2)-
Ato jurídico em sentido estrito e 3)- Ato-fato jurídico.
Negócio jurídico, na palavra de Caio Mário de Silva Pereira 25, são declarações de
vontade destinada à produção de efeitos jurídicos queridos pelo agente. O fundamento e os
efeitos do negócio jurídico assentam, então, na vontade, não uma vontade qualquer, mas
aquela que atua em conformidade com os preceitos ditados pela ordem legal.
25
Instituições de Direito Civil, vol. I , 19ª ed., Forense, Rio, p.3003
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Portanto, com relação à idade, a pessoa torna-se absolutamente capaz a partir dos 18
anos. No entanto, há certas situações que o menor de 18 anos pode ser considerado
absolutamente capaz. A essas situações denominamos genericamente de emancipação.
Existem cinco espécies de emancipação: por concessão dos pais, pelo casamento, pelo
exercício de emprego público efetivo, pela colação de grau em curso de ensino superior e
pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde
que, em função deles, o menor com 16 anos (dezesseis) anos completos tenha economia
própria.
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Objeto lícito é o que não atenta contra a lei, moral ou bons costumes. Quando o
objeto do contrato é imoral os tribunais têm considerados nulos, com aplicação do princípio
de que ninguém pode valer-se da própria torpeza.
Outra situação, que vem se tornando repetitiva entre nós, deve ser lembrada com
exemplo: é a contratação de pessoal para coletar as apostas do chamado “jogo do bicho”. A
questão é saber se o contrato de trabalho realizado entre o “bicheiro” e o coletor de apostas
(cambista) é válido e, portanto, se sujeito às normas do Direito do Trabalho, com direito a
salário mínimo, férias, 13° salário, horas extras, etc. É sabido que o “jogo do bicho” é uma
contravenção penal, ou seja, um crime de menor proporção. Assim, o objeto do ato jurídico é
ilícito, pois a lei assim o define. Se o objeto é ilícito o ato é nulo e não surte qualquer efeito.
No entanto, por outro lado, se o coletor das apostas prestou serviços ao “bicheiro”, este
obteve um ganho com o serviço prestado e deverá remunerar pelo ganho obtido, sob pena de
ferir um princípio do direito que é: o enriquecimento sem causa.
26
Carrion , Valentin. Nova Jurisprudência em Direito do Trabalho . São Paulo: Editora
Saraiva, 1995, p.122.
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Entretanto, mesmo que o agente capaz seja capaz, poderá ocorrer, no momento da
prática do ato jurídico, um vício na manifestação da vontade do agente, de forma a não
representar exatamente o que queria. A essas situações, em que se constata uma diferença
entre a vontade real e a vontade declarada, se dá o nome de defeitos do ato jurídico. Esses
defeitos são os seguintes: erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude contra
credores.
B.1. Erro.
Erro é a falsa noção que o agente tem com relação ao objeto da relação jurídica ou
com relação à qualidades essenciais de pessoas a quem se refere a declaração de vontade,
de forma tal que se tivesse noção exata com relação ao objeto ou a qualidades da pessoa não
teria praticado o ato.
Não é, porém, qualquer espécie de erro que torna anulável o negócio jurídico. Para
tanto deve ser substancial ou essencial.
Por exemplo: a)- alguém adquire um terreno que se supõe valorizado porque
situado em rua importante mas que na verdade tem pouco valor pois se situa em rua do
mesmo nome, porém de outra localidade. b)- compra de um relógio dourado como se fosse
de ouro.
B.2. Dolo.
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Como exemplo podemos citar o caso da mãe que ao saber da acusação que pesava
sobre o filho – de ter dado desfalque como caixa do banco em que trabalhava – assina uma
nota promissória em branco na presença do gerente, do advogado do banco e dos policiais
que acompanham o filho.
27
Instituições de Direito Público e Privado, 11ª ed., Editora Nelpa, São Paulo, 2002, p. 242.
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Muitas vezes o efeito do ato não é buscado e nem imaginado pelo agente, mas
decorre de uma conduta que é sancionada pela lei, como no caso da pessoas que acha,
casualmente, um tesouro ( art. 1264 do Código Civil).
Ato ilícito é todo ato praticado com infração a um dever de conduta, por meio de
ações ou omissões culposas ou dolosas do agente, das quais resulta dano para outrem.
Ato jurídico ilícito é o praticado com infração ao dever legal de não lesar a outrem.
Tal dever é imposto pelo art. 186 do Código Civil que assim prescreve: “Aquela que, por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
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Estudo Dirigido
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