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Aula dia 26/10/15

Sumário:

Autodefesa, Autoproteção e Insegurança

Autodefesa
 O desejo de justiça – actos de autodefesa

A Autoprotecção

 Autoprotecção e vitimação

 Catálogo das medidas individuais de segurança

 Revitimação
Bibliografia: Criminologia – Maurice Cusson (págs 179 a 188)

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


No artigo “O Crime como Controlo Social”, Donald Black
afirma que todo o crime praticado em reacção a um
comportamento desviante constitui uma medida de
controlo social.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


Autodefesa

Casos exemplificativos desta prática:

 duelo e vingança;

 recuperação pela força de um bem furtado;

 vandalismo como forma de represália;

 sova dada a um pequeno ladrão;

 furto cometido para cobrar uma dívida de jogo;

 homicídio perpetrado pelo marido ciumento para punir a


esposa infiel.
Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública
Autodefesa

O direito penal define estes actos em termos


diferentes do sentido atribuído pelos autores.

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Autodefesa

Num passe de mágica legal, o ofendido transforma-se em


ofensor e vice-versa.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


Autodefesa

Black, na obra Justiça Sociológica, vem afirmar que a


progressão do direito estatal faz recuar a autodefesa,
o que encoraja o furto e o roubo.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


Autodefesa

Ainda que o quisesse, o Estado não podia impedir a


manifestação do instinto de sobrevivência face à
agressão ou a qualquer outro perigo.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


Autodefesa

Não é pelo facto de pagarmos impostos para manter as forças


da ordem que devemos negligenciar os meios de
autoprotecção.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


Autodefesa

Se a autodefesa é um meio marginal e reprovado, a


autoprotecção é, pelo contrário, sempre uma opção em
aberto.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


Autoprotecção:

 conjunto de medidas não violentas tomadas por cada um


com o fim de escapar à vitimação

 exclui os actos cujo impacto eventual sobre o crime é


involuntário.

 Constitui a principal actividade do cidadão que age


enquanto vítima potencial.

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Autoprotecção e vitimação

A atividade de autoprotecção faz parte integrante da nossa


vida quotidiana consistindo desde a multiplicidade dos
pequenos gestos, até às decisões mais consequentes.

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Autoprotecção e vitimação

Catálogo das medidas individuais de segurança

I/ Vigilância e verificações

 Verificar que tudo fica bem fechado durante a noite e quando se sai da casa;

 Iluminar interior e exteriormente a habitação;

 Munir-se de um cão ou de um sistema de alarme;

 Vigiar os bens;

 Aparar as sebes, para impedir os assaltantes de aí de esconderem;

 Manter-se atento.
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Autoprotecção e vitimação

Catálogo das medidas individuais de segurança

II/ Obstáculos físicos

 reforçar as portas;

 instalar fechaduras de qualidade;

 colocar barreiras, grades, etc

 instalar um alarme ou um dispositivo antiarranque


no automóvel;

 comprar um cofre-forte.
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Autoprotecção e vitimação

Catálogo das medidas individuais de segurança

III/ Medidas para limitar os danos

 depositar dinheiro no banco;

 substituir dinheiro pelo cartão de crédito;

 marcar os bens;

 evitar deixar objetos de valor no automóvel;

 andar com o mínimo de dinheiro no bolso ou na


mala.
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Autoprotecção e vitimação

Catálogo das medidas individuais de segurança

IV/ Solidariedade

 sair acompanhado;

 manter contatos regulares com a família e amigos;

 manter bom relacionamento com os vizinhos;

 viver acompanhado;

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Autoprotecção e vitimação

Catálogo das medidas individuais de segurança

V/ Distância

 evitar locais perigosos;

 mudar-se para um bairro seguro;

 na eventualidade de um “mau encontro”, fugir;

 evitar sair à noite.

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Autoprotecção e vitimação

Catálogo das medidas individuais de segurança

VI/ Dissimulação

 evitar exibir dinheiro em público;

 esconder jóias e outros objetos preciosos;

 guardar as viaturas na garagem;

 mudar de número de telefone.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Publica


Autoprotecção e vitimação

Medidas individuais de segurança

 Cada um tende a ajustar a natureza e intensidade da própria


protecção aos riscos de vitimação.

 Se a autoprotecção for eficaz, baixa, em princípio, o risco.

 O subsequente sentimento de segurança deveria suscitar um


reajustamento dos esforços de autoprotecção no sentido da sua
redução.

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Autoprotecção e vitimação

Medidas individuais de segurança

As relações de causalidade deveriam, portanto, evoluir em


duas direcções inversas:

 a vitimação estimula a actividade de autoprotecção;

 e a autoprotecção protege da vitimação.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


Autoprotecção e vitimação

Medidas individuais de segurança

Revitimação - Vitimação repetida (ou múltipla):

a mesma pessoa ou residência sofre dois ou mais


delitos sucessivos num dado período de tempo.

Obs: Há um facto que importa salientar: uma pessoa (ou uma


casa) que tenha sido vitimada apresenta um risco anormalmente
elevado de voltar a sê-lo.

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública


Autoprotecção e vitimação

Medidas individuais de segurança

Processos associados à ocorrência da revitimação:

1. os alvos mais apetitosos, mais vulneráveis e mais acessíveis


atrairão numerosos delinquentes não associados entre si;

2. o mesmo agressor bate novamente à mesma pessoa;

3. os delinquentes de uma rede partilham informações sobre alvos


interessantes e tendem a imitar-se uns aos outros.

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Fim

Docente: Augusto Teixeira – Mestre em Segurança Pública

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