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Aluno: Rodrigo Carvalho

Matricula: 20112101034

Disciplina: Hermenêutica e Argumentação Jurídica

PROJETO DO SENADOR ROGÉRIO CARVALHO PT-SE ( PL


4.106/2020 )
A pandemia expôs a sociedade brasileira a uma crise sanitária, econômica e social.
A proposta altera a lei do Programa Bolsa Família e a lei que trata sobre a
organização da Assistência Social para criar o Mais Bolsa Família. O programa
expande a rede de proteção para a população com vulnerabilidade de renda,
ampliando o acesso ao Bolsa Família por meio da elevação da linha de acesso para
inclusão no programa, do aumento dos benefícios vigentes para superar a baixa
cobertura do sistema de proteção ao emprego e garantia ao trabalho, bem como
estender a cobertura e a integração do CadÚnico.

De acordo com o texto, o programa Mais Bolsa Família será destinado as famílias
que se encontrem em situação de extrema pobreza (aquelas com renda familiar per
capita mensal igual ou inferior a R$ 300) ou de vulnerabilidade de renda (aquelas
com renda familiar per capita mensal igual ou inferior a R$ 600) e que tenham em
sua composição: gestantes, crianças ou adolescentes entre 0 e 17 anos. A
elegibilidade das famílias ao recebimento dos benefícios deve ser obrigatoriamente
revista a cada 24 meses.

Pela proposta, o benefício do programa será no valor de R$ 300 para cada pessoa,
limitados a cinco benefícios por família. Às que estiverem em situação de extrema
pobreza, o programa vai assegurar ainda uma complementação de renda adicional
aos benefícios, de forma a garantir que nenhum brasileiro viva com menos que uma
renda mínima de R$ 300. Como exemplo, em uma família de quatro pessoas, sem
qualquer outra fonte de renda, o benefício poderia chegar a R$ 1.200/mês.

Os benefícios financeiros serão pagos mensalmente por meio de cartão magnético


bancário fornecido pela Caixa Econômica Federal. O pagamento será feito
prioritariamente à mulher, na forma do regulamento. E os beneficiários com idade a
partir de 14 anos terão acesso preferencial a programas e cursos de educação e
qualificação profissional, adequados ao contra-turno escolar.
O projeto determina que a concessão dos benefícios observará o cumprimento de
exame pré-natal e acompanhamento nutricional e de saúde da gestante e das
crianças, especialmente, em relação ao cumprimento do calendário de vacinação
obrigatória. Assim como a frequência escolar de 60% na educação infantil para
crianças entre 4 e 5 anos de idade; frequência escolar de 85% no ensino para
crianças entre 6 e 14 anos de idade; e frequência escolar de 75% para adolescentes
entre 15 e 17 anos.

Ao justificar a proposta, Rogério relatou que uma análise acurada demonstrou um


cenário de piora para a classe trabalhadora que a pandemia apenas intensificou. De
acordo com dados apresentado pelo senador, em uma linha comparativa entre 2012
e 2020, observa-se que a população fora da força de trabalho (maiores de 14 anos
que não estão em busca ou que desistiram de procurar trabalho e os que não
podem trabalhar) saltou de 59,7 milhões de pessoas para 75 milhões.

A taxa de desocupados (que buscavam trabalho no período da pesquisa) passou de


7,3 milhões para 12,7 milhões. A subutilização passou de 19,2% para 27,5% em
relação às pessoas contabilizadas na força de trabalho. Os desalentados, que eram
1,9 milhões em 2012, são agora 5,3 milhões. A massa de rendimentos em 2020 é
semelhante ao montante verificado em 2013, do mesmo modo que a remuneração
média.

“Esse cenário estava posto e o que a pandemia está fazendo é revelar para o Brasil
a explícita e extrema desigualdade, posto que a parcela da população em idade
ativa será acoplada à parcela que já estava alijada da atividade remunerada
produtiva, parte dela por falta de acesso e outra por impossibilidade”, destacou.

Com esse estudo, o parlamentar afirma a necessidade de se discutir um sistema de


proteção social capaz de atender à população pobre e vulnerável do país. Ele
ressalta que no país já existe um dos maiores programa de renda básica, o Bolsa
Família. Contudo, Rogério observa a possibilidade de tornar o programa ainda mais
eficiente e universalizar o seu alcance.

A proposta estabelece ainda que o Congresso Nacional instituirá o Conselho de


Transparência e Avaliação de Políticas de Enfrentamento à Pobreza, que será
responsável por acompanhar o Programa Mais Bolsa Família e terá como atribuição
a realização de estudos, avaliações e recomendações sobre políticas de
enfrentamento à pobreza e de redução da vulnerabilidade de renda.

O conselho deverá ser composto por 11 conselheiros, com mandato de dois anos.
Será admitida apenas uma recondução, sendo um representante do Senado
Federal, um da Câmara dos Deputados, um do Conselho Nacional de Justiça, um do
Conselho Nacional do Ministério Público, um do Poder Executivo Federal, quatro
representantes da sociedade civil e dois da academia e Comunidade Técnica.

O PL determina que o Poder Executivo deverá assegurar o custeio dessas despesas


a partir de 2023 com a inclusão direta no Orçamento da Seguridade Social da União.

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