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Universidade do Grande Rio Prof.

José de Souza Herdy


UNIGRANRIO
ESCOLA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Sara Ferreira

Associação de Arcos e Treliças

Estruturas de Aço e Madeira


Prof. Leonam Valente

2020-2
Duque de Caxias, RJ

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Associação de Arcos e Treliças

Trabalho técnico apresentado como


requisito parcial para obtenção de
aprovação na disciplina de Estruturas de
Aço e Madeira, no Curso de Arquitetura
e Urbanismo, na Universidade do
Grande Rio Prof. José de Souza Herdy -
UNIGRANRIO.

Prof. Leonam Valente

2020-2
Duque de Caxias, RJ

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RESUMO

Este trabalho apresenta as características do aço e as definições de arco e


treliça, mostrando de maneira mais aprofundada a relação entre ambos. Mostra também
por meio de fotos exemplos de utilizações reais dos mesmos, além de um pré-
dimensionamento referente a essa associação.

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O aço.
O aço é uma liga obtida industrialmente sob um rígido controle. Em seus
limites de aplicação prática, é um material isótropo e homogêneo, sendo assim tem seu
uso facilitado, independente da direção de aplicação do esforço. Seus componentes
principais são o ferro e o carbono, sendo o carbono o definidor de sua ductilidade e
resistência.
O aço é um material que pode ser reaproveitado totalmente, é, portanto, um
material reciclável. Ele é produzido em siderúrgicas próximas dos centros de maior
demanda, sendo assim não necessitando do uso de transportes. As estruturas em aço
podem apresentar três diferentes áreas de estudo, as tracionadas, as comprimidas
(flambagem global) e fletidas (flambagem local). A flambagem local é o fenômeno de
instabilidade de elementos locais bidimensionais e a flambagem global são
denominados pelos deslocamentos laterais produzidos da peça comprimida.

O arco.
O arco é um elemento construtivo em curva, que é capaz de vencer grandes
vãos, constituindo-se de barras curvas, os esforços solicitantes principais são as forças
normais de compressão que podem agir simultaneamente com os momentos fletores. A
forma da curva que define o arco depende do material utilizado e dos esforços atuantes
nas estruturas.
Para entender o comportamento do arco é válido lembra o do cabo, que quando
se é solicitado um carregamento ele adquire uma forma de equilíbrio variando com a
posição e a quantidade de cargas. Existem três tipos de arcos, os triarticulados, os
biarticulado e os biengastados. Ele possui uma característica de reduzir muito os
esforços de flexão sendo assim acarretando em um aumento nos esforços de
compressão.

A treliça.

A treliça é um sistema estrutural que se forma através de barras que se unem em


pontos chamados de nós. É montada baseada no triângulo. Estão sujeitos a cargas
aplicadas somente nos nós, sendo a assim as barras ficam exclusivamente sujeitas a
esforços de tração e compressão.

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Figura 1

Associação Arcos x Treliças.

É mais comumente visto esse tipo de associação de maneira interna, sendo o arco
formado por barras treliçadas. É um método utilizado visando a substituição do arco de
alma cheia, deixando o projeto com uma maior suavidade tanto de maneira visual e
física. É produzido em materiais de fácil execução como o aço e a madeira.
A associação contínua não existe, pelo menos até o momento não foi levado em
consideração.
As barras que compõe os arcos treliçados são U de chapa dobrado, calandrados
para os banzos, e as cantoneiras de chapas dobradas ou laminadas para as diagonais.
Podem ser usados independentes dos vãos, perfis tubulares de seção quadrada, circular
ou retangular. Quando a estrutura é horizontal a melhor solução é de arcos treliçados
apenas com diagonais e sem montantes. Outra possibilidade de associação que é mais
rara é o emprego da treliça como elemento colaborador do arco de alma cheia. A
cobertura em arco treliçada tem a característica de suportar cargas elevadas sem
necessitar de um perfil com grandes espessuras, o que garante fácil fabricação,
montagem e transporte, e não acarreta acréscimo de peso na estrutura.
Os arcos são estruturas que cobrem grandes vãos e estão submetidos a esforços de
compressão simples, porém também se encontram sujeitos a flambagem. Portanto
acabam se tornando instáveis.
Então quando um dos elementos (banzos diagonais e montantes) atinge a força
crítica de compressão, com o intuito de eliminar a ocorrência desta flambagem (por
estar principalmente sujeito a compressão), pode-se promover a substituição do perfil
por outro de maior resistência ou então diminuir a distância entre os travamentos, porém
essa solução gera muito gasto de montantes e diagonais.
O contraventamento é outra solução, ele tem a função de transmitir para a estrutura
qualquer força que apareça fora do plano do arco, sendo assim protegendo as estruturas
de uma forma mais acessível e simples.

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Os arcos em estruturas metálicas de alma cheia podem ser utilizados usando
perfil I ou H ou tubular. Para o uso desta é preciso uma razão muito forte, pois para
serem dobrados precisam ser calandrados, porém quando estes são treliçados, com
cantoneiras e perfis em U, a execução fica mais simples e o custa bastante reduzido, é a
solução mais utilizada.

Figura 2
Figura 3

Treliças Planas de arcos circulares

Essas treliças são utilizadas para cobertura de pequenos e médios vãos, apresentando
pequeno peso próprio se comparada a outras estruturas. Ocorre devido a redução dos
momentos fletores atuantes nas seções transversais dos arcos, resultantes da sua forma e
dos seus sistemas estruturais. Deve-se notar que o ângulo e as diagonais estejam entre
45º e 60º, para se obter uma boa distribuição dos esforços diagonais.
É possível a execução de arcos com alturas variáveis ao longo do seu comprimento,
com o intuito de economizar aço, obtendo-se estruturas mais leves, porém aumenta-se a
quantidade de peças diferentes entre si, consequentemente aumentando a mão de obra,
tempo e custo. Todas essas considerações de variação de altura são válidas para arcos
com grande vão, acima dos 30 metros, já para os arcos com vãos menores é costumeiro
se manter a altura constante em todo comprimento.

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Treliças planas de arco parabólicas

A forma parabólica é ideal para um arco, sendo vantajoso, pois anula completamente os
momentos fletores provocados pelo carregamento atuante na estrutura por coincidir
exatamente com a linha de pressões.
Coberturas que utilizam arcos parabólicos são as mais indicadas na utilização de
ginásios ou construções que exijam grandes espaços verticais e transversais livres. Essa
forma costuma ser mais utilizada que as planas de arcos circulares, porque exige um
projeto e uma execução mais simples.

Exemplo- Estádio João Havelange (Estádio Nilton Santos)

Exemplificando a associação dessas duas estruturas (treliça e arco) é pertinente


mencionar o Estádio João Havelange, que inspirados no Estádio Maracanã, de
Niemeyer, os arquitetos Carlos Porto e Gilson Ramos, projetaram o EOJH. O inicio do
projeto estrutural se deu em 2003, o ponto principal foi analisar o dimensionamento e a
produção dos arcos principais que sustentam a cobertura, ficando assim decidido a
configuração de um tubo único com 2000 mm de diâmetro.
A estrutura da cobertura do estádio é composta por quatro grandes arcos tubulares que
através de tirantes de suspensão suportam 42 tesouras treliçadas com 50m de
comprimento, formando assim um anel arqueado que dá apoio à cobertura.
Nos setores leste e oeste temos arcos planos com vão livre de 221m, formado por
perfis tubulares.

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A flecha entre arcos e treliças é de 31,40, essas estruturas estão apoiadas em mega
colunas de concreto armado.
Nos setores Norte e Sul temos dois arcos planos com vão livre de 163 m, formados por
perfis tubulares com 2000 mm de diâmetro, cada arco é estabilizado por tirante inferior
tensionado composto por tubo com diâmetro de 800 mm e espessura de 19mm.
A flecha entre arcos e tirantes é de 23,18 m, estes conjuntos também estão apoiados em
mega colunas de concreto armado.

Figura 4

Exemplos reais.

FiguraFigura 8 Estufa
9 Estádio
Figura Olímpico
10 em Atenas Grécia

Fonte: Greenhouse
Fonte:
Fonte: Cba aço
Cba aço Brasil
Brasil

Figura 5 Torre Eiffel Figura 6 Figura 7 Capela em Caxias do Sul

Fonte: Cba aço Brasil Fonte: UOL Fonte: Cba aço Brasil

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Pré- dimensionamento com o uso de fórmulas empíricas. Adotando vão livre de 15 m.
Quanto maior for a flecha do arco menor será o seu empuxo, logo um arco como uma
flecha grande será mais esbelto. Um arco com grande flecha será mais longo, sendo
gasto assim um maior número de material. A flecha ideal é aquele onde é gasto um
número menor de material.

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Conclusão.

Dado o exposto podemos perceber que a associação de arcos e treliças é mais usual de
maneira interna. É uma estrutura capaz de vencer grandes vãos, sendo muito utilizados
na cobertura de galpões, ginásios e estádios. São mais comuns do que os de alma cheia,
por possuir um menor custo e uma forma mais fácil de execução.

Bibliografia.

Fundamentos da Análise Estrutural. Kenneth M.Leet. Chia Ming Uang. Anne M.Gilbert.
2009
A concepção Estrutural e a Arquitetura. Yopanan C.Rebello. São Paulo. 2000
CBAC Centro Brasileiro de Construção em Aço.

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