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Universidade Estadual de Santa Cruz

Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas

Engenharia de Produção

Uma comparação da Pegada de Carbono: Sacola de Plástico x Sacola de


Papel

Elrica dos Santos Gouveia (201410922)

Jairo Lopes de Celestino Júnior (201511007)

Lalesca Pinto Soares (201220323)

ILHEÚS- BA
JULHO/2016
1. INTRODUÇÃO

Diante do cenário preocupante que a natureza está vivenciando nos dias


atuais, a importância de diminuir os impactos ambientais é fundamental para a
sobrevivência dos seres vivos nos próximos anos. Assim, a sociedade está se
conscientizando e com isso o setor empresarial, para satisfazer o consumidor,
está buscando transformar seus processos produtivos para que se tornem cada
vez mais sustentáveis.

A ACV é uma ferramenta que auxilia as empresas a obter informações


sobre as consequências ocasionadas pela produção de seus produtos (do
berço ao túmulo). Trazendo resultados que visam avaliar os impactos
causados, tanto para a saúde ambiental como para a saúde humana.
Baseando-se nisso, as empresas podem optar por desenvolver novos produtos
que executem a mesma função dos já fabricados, mas que sejam menos
impactantes ao meio ambiente. Ocasionando assim em uma vantagem
competitiva para destaque da empresa.

A pegada de carbono é um dos principais aspectos em relação ao ciclo de


vida que um produto possui. Pois, este quantifica com precisão o valor de
dióxido de carbono que é emitido por um produto na natureza que ocasiona em
gases do efeito estufa. Com isso, o cálculo da pegada de carbono é essencial
para a tomada de decisão de uma organização, pois ela mostra com clareza
em qual etapa é necessário a mudança que a partir daí diminuirá a emissão de
gases ao efeito estufa.

A sacola é um produto usado praticamente pelo mundo inteiro. Sua


versatilidade e praticidade é um dos principais motivos para isso. Uma padaria,
por exemplo, utiliza diversas sacolas por dia para embalar o pão, onde
normalmente é usada dois tipos: sacola de plástico ou saco de papel. Porém os
impactos que uma sacola causa para o meio ambiente são enormes. Visando
diminuir esse impacto, optou-se fazer uma comparação entre esses dois tipos
de sacola para embalar pão, a sacola de plástico e o saco de pão. A partir daí,
será feita uma avaliação dos impactos que cada um gera para a natureza de
acordo com o seu ciclo de vida, para enfim compará-las.
2. OBJETIVO DO ESTUDO

O estudo feito em como base encontrar a Pegada de Carbono que é gerada


ao produzir 1000 mil sacolas de plástico de 4g cada e 1000 mil sacos de papel
(6g). Considerando que a sacola de plástico é sem logomarcas, portanto
passando somente pelas fases para a produção da sacola depois o transporte
da sacola para a padaria, e por fim Uso e Descarte do cliente. E para sacola de
papel, foi levada em conta a Impressão no saco, juntamente com a produção
normal e depois também o Transporte, Uso e Descarte.

3. ESCOPO

3.1 Considerações Gerais

O processo produtivo de ambas as sacolas foi considerado como sendo


a partir da chegada da matéria-prima principal de cada tipo de sacola, ou seja,
a partir da chegada do polietileno e da celulose. Sendo considerado o término
quando é usado como embalagens de pão de 4g e de 6g pelos clientes,
seguido pelo descarte dos próprios.

3.2 Definição da Unidade Funcional

A unidade funcional considerada para as embalagens de pão que a


maioria das padarias utiliza é de 1000 sacolas plásticas de 4g e de 1000
sacolas de papel de 6g. O inventário para avaliar as emissões geradas e os
recursos utilizados começa a partir da chegada da matéria prima principal de
cada produto até o descarte final pelo consumidor.

3.3 Descrição geral do processo produtivo

3.3.1 Processo Produtivo da Sacola Plástica

O processo produtivo considerado pelos autores começa a partir da


chegada do polietileno a fábrica, utilizando também H2O. Primeiramente ele é
direcionado para o funil, depois ele segue para o extrusor que origina o filme
plástico e em seguida é direcionado para a fase de corte e solda que
finalmente da origem a sacola plástica final. Sendo que todas essas fases há a
utilização de Energia.

A partir disso, entra o processo de transporte e logística para realizar a


distribuição do produto, onde há a utilização de diesel como combustível que
ocasiona na eliminação de CO2 na natureza. Para isso, foi considerado que a
fábrica é localizada em São Paulo e que seu produto é transportado para o
comprador de Itabuna-BA. Por fim é feito o Uso que neste caso é destinado
para embalagem de pão do cliente que logo após é descartado pelo mesmo,
eliminando na natureza CO2, Metano e bisfenol.

3.3.2 Processo Produtivo do Saco de Papel

O processo produtivo do saco de papel que foi considerado pelos


autores, é a partir da chegada da celulose a fábrica. Onde as quatro primeiras
fases é necessário à utilização de energia. Sendo assim a celulose segue
primeiro para a bombina de papel, depois é encaminhada para o processo de
impressão que utiliza tinta para colocar a logomarca da empresa, após isso ele
segue para a chapa que realiza o dobramento e por fim o processo de
fechamento onde ocorre a colagem.

Após isso, a empresa realiza o processo de transporte das embalagens


de São Paulo para Itabuna – BA. Sendo que nessa parte do processo utiliza
um transporte de carga escolhido pelos autores como sendo o transport, lorry
3.5-7.5t, EURO3 [RER]. Em seguida, o cliente faz o uso e depois realiza o
descarte do saco de papel que desaparece do meio ambiente.

3.4 Dados de processo

A inserção de sacolas plásticas e de papel na sociedade custa alguns


problemas para o meio ambiente e que vem se agravando ao longo dos anos.
O processo produtivo utiliza alguns recursos como a energia (eletricidade,
petróleo bruto), matérias –primas (celulose, polietileno) e materiais auxiliares
(tinta, cola e outros) . Com isso, para analisar os impactos causados por ambas
as sacolas é necessário estar ciente da quantidade desses recursos que são
utilizados.
As informações encontradas foram baseadas em pesquisas feitas em sites
na internet que realizam a produção das sacolas. Onde para alguns dados
específicos da pesquisa foi necessário a utilização cálculos simples, mas que
são suficiente. Sendo assim, essa busca foi realizada para encontrar a
quantidade de dióxido de carbono que é emitida no processo produtivo da
sacola plástica e da sacola de papel, para no fim compará-las e identificar qual
causa menor impacto ao meio ambiente.

4. METODOLOGIA

A metodologia deste relatório segue dividida em dois subtópicos por se


tratar de uma comparação entre dois processos produtivos. Então para melhor
entendimento e análise, será mostrado em 4.1 e 4.2 a metodologia considerada
para a produção de cada produto.

4.1 Sacola de Plástico

O cálculo da Pegada de Carbono do processo de produção da sacola


plástica, considerando‐se 1000 mil unidades do produto final, foi realizado pelo
software Umberto for CarbonFootprint.

Para realização do cálculo foi feito um detalhamento do fluxograma do


processo convencional de produção da sacola de polietileno. Abaixo podemos
ver detalhadamente.

Figura 1 – Fluxograma do processo da produção de sacola plástica feito no Umberto for


CarbonFootprint.
4.1.1 Processo fabril

O processo fabril foi calculado para a produção de 1000 mil sacolas


plásticas a partir de 4 kg de polietileno que será destinada para embalar pães
em padarias. Tomamos como referência a cidade de Itabuna, por ser uma
região que detém um grande número de padarias. Vale ressaltar que foi feita a
suposição de que as padarias da região demandam dos sacos plásticos que
são produzidos em São Paulo.

4.1.1.1 Etapa T1: Funil

Tomando como partida para o inicio da produção das sacolas, 4 kg de


polietileno, polímeros utilizados em larga escala por indústrias, foi colocado no
funil, a fim de transferir o polietileno para outra etapa.

Os inputs são polietileno, água e energia, e o output é o próprio


polietileno.

4.1.1.2 Etapa T2: Extrusor

O extrusor é um equipamento largamente utilizado na indústria do


plástico na fabricação de produtos contínuos, como filmes, perfis, tubos,
monofilamentos, etc. Além da produção de material granulado novo ou
reciclado.

Para este processo, temos como input o polietileno proveniente do funil


e energia, e o output o filme de polietileno.

4.1.1.3 Etapa T3: Corte e Solda

Na etapa de corte e solda ocorre a transformação do filme em sacola


plástica, que já moldada e soldada segue para a etapa T4.

Input: Energia e Filme de polietileno.

Output: Sacola plástica pronta para uso.

4.1.1.4 Etapa T4: Transporte


Como prosseguimento, temos a sacola já produzida, que agora passará
a ser transportada e distribuída entre as padarias que a demandam. A distância
média entre São Paulo e Bahia é de 1400 km. Considerando a autonomia de
um caminhão de frete, que será dividido entre as padarias, como sendo 7km/L
de diesel, temos o uso de 200 L de diesel.

Input: Combustível (diesel) e as sacolas; Output: Dióxido de carbono + sacolas


plásticas.

4.1.1.5 Etapa T5: Uso

Esta etapa é própria para o uso do saco plástico.

4.1.1.6 Etapa T6: Descarte

Esta é a etapa do descarte da sacola plástica, que vai ser destinada ao


aterro. Onde o output será: Bisfenol, CO2 e Metano.

4.2 Sacola de Papel

O cálculo da Pegada de Carbono do processo de produção do saco de


papel, foi considerando‐se 6 kg de produto final, também foi realizado pelo
software Umberto for CarbonFootprint. Para realização do cálculo foi feito um
detalhamento do fluxograma do processo convencional.

Figura 1 – Fluxograma do processo da produção do saco de papel feito no Umberto for


CarbonFootprint.

4.2.2 Processo fabril


O processo fabril foi calculado para a produção de 1000 sacos de papel
a partir de 6 kg de celulose que serão destinados a embalar pães. Foi
escolhida a cidade de Itabuna para o cálculo da Pegada de Carbono, por ser
uma região que detém um grande número de padarias. Vale ressaltar que foi
feita a suposição de que as padarias da região demandam dos sacos de papel
que são produzidos em São Paulo.

4.2.2.1 Etapa T1: Bobina de papel

Tomando como partida para o inicio da produção dos sacos, 6 kg de


celulose, esta utilizada para a produção de papel em larga escala por
indústrias, foi inserida na etapa T1.

Os inputs são celulose e energia, e o output é o filme de papel.

4.2.2.2 Etapa T2: Impressão logomarca

Como o próprio nome da etapa indica, aqui ocorre a impressão da


logomarca da empresa que produz o saco de papel.

Input: filme de papel, tinta e energia.

Output: filme com impressão

4.2.2.3 Etapa T3: Dobramento

Esta etapa ocorre a apenas o dobramento correto da sacola para poder


ser enviado a próxima etapa. Onde Input é o filme com impressão e energia e o
Output é o filme com impressão dobrado.

4.2.2.4 Etapa T4: Colagem

Nesta etapa é feita a colagem do papel, que será logo em seguida


destinada ao transporte já como saco de papel.

Input: Energia, cola, filme impresso dobrado.

Output: Sacola de papel.

4.2.2.5 Etapa T5: Transporte


Como prosseguimento, temos a sacola já produzida, que agora passará
a ser transportada e distribuída entre as padarias que a demandam. A distância
média entre São Paulo e Bahia é de 1400 km. Considerando a autonomia de
um caminhão de frete, que será dividido entre as padarias, como sendo 7km/L
de diesel, temos o uso de 200 L de diesel.

Input: transport, lorry 3.5-7.5t, EURO3 [RER] e as sacolas de papel; Output:


Sacolas de papel e CO2.

4.2.2.6 Etapa T6: Uso

Esta etapa é própria para o uso do saco de papel.

4.2.2.7 Etapa T7: Descarte

Esta é a etapa do descarte do saco de papel, que depois de ser usada


ela desaparece da natureza de maneira mais rápida. Input: Sacola de papel e
Output: as sacolas de papel se degradam totalmente.

5. INTERPRETAÇÃO

Depois de detalhada cada etapa, a partir dos recursos que entraram e


sairam de cada fase do processo encontrou-se a pegada de carbono emitida
ao usar 6 kg da matéria prima principal para a sacola de papel e 4 kg para a
sacola de plástico.

Assim, considerando todo o processo de produção das 1000 mil sacolas de


plástico a partir de 4 kg de polietileno, temos a partir dos cálculos feitos pelo
programa Umberto um valor de 1.912.195,58 kg de CO2 equivalente à pegada
de carbono.

Já para o processo de produção de 1000 mil sacolas de papel a partir de 6


kg de celulose, os cálculos feitos pelo programa Umberto, resultaram em
1.843,97kg de CO2 equivalente (pegada de carbono).

Fazendo regra de três encontramos que ao usar-se uma sacola de plástico


de 0,004kg para embalar pão é emitido 0,0019121956 de pegada de carbono
na natureza. Do mesmo modo, encontrou-se que para embalar pão usando
uma sacola de papel (0,006kg), a pegada de carbono encontrada é de
0,00184397kg.

Portanto, utilizar o saco de papel é bem mais vantajoso para a natureza do


que usar a sacola plástica. Pois, a pegada de carbono emitida pela sacola de
plástico chega a ser 100 vezes maior que a quantidade de CO2 que 1 sacola
de papel emite. Sendo assim, o desempenho ambiental ao produzir sacolas de
papel é bem mais eficiente e sustentável para a vida da natureza.

6. Considerações Finais

A Análise do Ciclo de Vida de um produto possibilitou aos autores identificar


todo o processo de produção da sacola de plástico e a de papel, desde a
chegada da matéria prima até a entrega ao comprador. A partir disso, foi
utilizado o programa Umberto que possibilitou encontrar o valor da pegada de
carbono que cada sacola emite na natureza.

Com esses resultados em mãos concluiu-se o que já era esperado. Pois, é


freqüente a disposição de informações sobre o tempo de decomposição que os
materiais plásticos levam para se decompor na natureza sendo um dos
maiores em comparação com outros. Assim, esse estudo possibilitou salientar
e confirmar o que se tem dito sobre o desenvolvimento sustentável.

Então, pode-se concluir que as sacolas de papel possuem um desempenho


ambiental mais adequado para a saúde da natureza. Pois, a pegada de
carbono encontrada para esse tipo de material é 100 vezes menor que ao se
utilizar uma sacola de plástico, além de se decompor mais rápido no ambiente.
O que poderá ajudar na redução dos impactos ambientais causados por esses
produtos se for escolhido o melhor tipo de sacola para ser utilizado.

7. REFERÊNCIAS

MEU MUNDO SUSTENTÁVEL. Papel X Plástico. Disponível em:<


http://meumundosustentavel.com/noticias/papel-x-plastico/> Acesso em: Julho
de 2016.

JOAQUIM, B. R. Análise do ciclo de vida: sacola de plástica x sacola de


papel. Florianópolis, 2013. Acesso em: Julho de 2016.

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