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A teoria do domínio do fato afirma que é autor - e não mero partícipe - a pessoa que,
mesmo não tendo praticado diretamente a infração penal, decidiu e ordenou sua prática
a subordinado seu, o qual foi o agente que diretamente a praticou em obediência ao
primeiro. O mentor da infração não é mero partícipe, pois seu ato não se restringe a
induzir ou instigar o agente infrator, pois havia relação de hierarquia e subordinação
entre ambos, não de mera influência resistível.
A teoria do domínio do fato foi criada por Hans Welzel em 1939,[1] e desenvolvida
pelo jurista Claus Roxin, em sua obra Täterschaft und Tatherrschaft de 1963, fazendo
com que ganhasse a projeção na Europa e na América Latina.[2][3]
Como desdobramento dessa teoria, entende-se que uma pessoa que tenha autoridade
direta e imediata sobre um agente ou grupo de agentes que pratica ilicitude, em situação
ou contexto de que tenha conhecimento ou necessariamente devesse tê-lo, essa
autoridade pode ser responsabilizada pela infração do mesmo modo que os autores
imediatos. Tal entendimento se choca com o princípio da presunção da inocência,
segundo o qual, todos são inocentes, até que se prove sua culpabilidade. Isto porque,
segundo a teoria do domínio do fato, para que a autoria seja comprovada, basta a
dedução lógica e a responsabilização objetiva, supervalorizando-se os indícios.
Para que seja aplicada a teoria do domínio do fato, é necessário que o ocupante do topo
de uma organização emita a ordem de execução da infração e comande os agentes
diretos e o fato.[3][4]
De acordo com a teoria do domínio do fato, "autor, é aquele que tem o controle
subjetivo do fato, e atua no exercício desse controle; é quem tem o poder de decisão
sobre a realização do fato. Por outras palavras, autor é quem possui o domínio final da
ação, e por isso pode decidir sobre a consumação do fato típico, ainda que não tome
parte na sua execução material."[1]
Referências