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AUTARQUIA EDUCACIONAL DE AFOGADOS DA INGAZEIRA- A.E.D.A.I


FACULDADE DO SERTÃO DO PAJEÚ- FASP
CURSO LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ANA CECÍLIA SILVA LIMA

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO:


IMPLEMENTAÇÃO DA META 4 NO AMBITO DO SISTEMA PÚBLICO DE
ENSINO DO MUNÍCIPIO DE AFOGADOS DA INGAZEIRA-PE

AFOGADOS DA INGAZEIRA/PE
2019
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TERMO DE APROVAÇÃO

ANA CECÍLIA SILVA LIMA

A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO:


IMPLEMENTAÇÃO DA META 4 NO AMBITO DO SISTEMA PÚBLICO DE
ENSINO DO MUNÍCIPIO DE AFOGADOS DA INGAZEIRA-PE

Trabalho de conclusão de curso


apresentado pelo(a) acadêmico(a)
Ana Cecília Silva Lima como
exigência do curso de graduação em
pedagogia da Faculdade do Sertão
do Pajeú-FASP sob orientação da
Professora Juliana Ferreira.

Aprovada em: __/___/_____

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________
(Orientadora)

___________________________________________________

(Arguidor)
___________________________________________________

(Coordenador da Banca de Pedagogia)


3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo


de minha vida, е nãо somente nestes anos como universitária, mаs que еm
todos оs momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer. A esta
universidade, seu corpo docente, direção e administração sou grata pela
oportunidade de fazer parte desta instituição. Agradeço também a todos os
professores que me acompanharam durante a graduação e que me ensinaram
com sabedoria, minha orientadora Juliana Ferreira por ser uma ótima
profissional e responsável pela realização deste trabalho.
Agradeço de forma especial a minha amiga Fabrinny Mascena que me
deu força е coragem, que mesmo de longe estava presente em todos os
momentos de tensão pessoal e profissional. Agradeço aos meus amigos
Amanda, Janny e Wesley que me ajudaram de forma que palavras nunca serão
suficientes e não deixando dе agradecer dе forma grata е grandiosa a meus
pais, Nafra e Gilberto por toda paciência que tiveram comigo e fazem de tudo
por mim. Agradeço a Francisca(Tica) por ser quem ela é em minha vida, que
cuidou de mim desde pequena, pelo pouco de estudo que ela tem me ajuda da
melhor forma. E agradeço a toda minha família pelo apoio especialmente a
minha Tia Silvana uma mulher forte e guerreira.
A todos que de forma direta ou indiretamente fizeram parte da minha
formação, o meu muito obrigado.
4

A inclusão acontece quando...

“se aprende com as diferenças e não com as igualdades”

Paulo Freire
5

RESUMO

Com os avanços do atual modelo educacional muito se têm discutido a


respeito da inclusão de pessoas com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades, e sendo assim, o PNE- Plano Nacional de
educação lança a meta quatro com a inciativa de universaliza, para a
população de 4 (quatro) a 17 ( dezessete) anos o acesso a educação básica e
ao atendimento especializado. Diante das relevâncias apresentadas, essa
pesquisa tem como principal objetivo analisar a implementação da meta 04 do
PNE e do PDE - na cidade de Afogados da Ingazeira no Sistema Público de
ensino, a fim de compreender como têm sido construído o processo de
implementação da meta 4 dentro desse munícipio, como também identificar as
ações e analisar o cenário e suas estratégias para inclusão. Partindo de uma
analise documental, foi feito um minucioso estudo referente ao PNE- meta 4,
além de abordar uma vasta análise em cima de documentos disponibilizados
pela secretaria de educação do município de Afogados da Ingazeira, o plano
de inclusão. No primeiro capítulo irá abordar alguns conceitos de políticas
públicas, no segundo capítulo analisará o Plano Nacional e Municipal de
educação, o terceiro discutirá as perspectivas de inclusão e suas concepções
na educação especial tendo em vista a implementação dentro do munícipio de
Afogados, no quarto capitulo traz um embasamento sobre a implementação do
PNE no PME de Afogados da Ingazeira-PE.

Palavras-chave: Inclusiva. Singularidade. Interação. Aceitação. Diferenças.


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ABSTRACT

With the advances of the current educational model, much has been discussed
about the inclusion of people with disabilities, global developmental disabilities
and high skills, and thus, the National Education Plan (PNE) launches goal four
with the universalization initiative, to the population from 4 (four) to 17
(seventeen) years of age has access to basic education and specialized care.
Given the relevance presented, this research aims to analyze the
implementation of PNE and PDE goal 04 - in the city of Afogados da Ingazeira
in the public education system, in order to understand how the process of
implementing goal 4 has been built. within this municipality, as well as identify
the actions and analyze the scenario and its strategies for inclusion. Starting
from a documentary analysis, a detailed study was made regarding the PNE-
meta 4, besides addressing a vast analysis on top of documents provided by
the education department of Afogados da Ingazeira, the inclusion plan. In the
first chapter will address some concepts of public policies, in the second
chapter will analyze the National and Municipal Education Plan, the third will
discuss the perspectives of inclusion and their conceptions in special education
with a view to implementation within the municipality of Afogados, in the fourth
chapter. provides a background on the implementation of the PNE in the
Afgadas da Ingazeira-PE SME.

Keywords: Inclusive. Singularity. Interaction. Acceptance. Differences


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................9

CAPITÚLO I.....................................................................................................11

I capitulo: Políticas Públicas............................................................................11

1.1 Política Pública da Educação Especial........................................................11

1.2. Política Pública Educacional.......................................................................16

CAPITÚLO II....................................................................................................23

Plano Nacional de Educação e Plano Municipal de Educação......................23

2.1. Histórico do PNE.........................................................................................23

2.2. Plano Nacional de Educação – PNE 2014/2024.........................................29

III CAPÍTULO...................................................................................................31

A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar.............................31

3.1. Trajetória das concepções e marcos legais da educação especial............31

3.2. A Educação Especial no Sistema Público de Ensino do Munícipio de


Afogados da Ingazeira-PE..................................................................................36

3.2.Salas de Recurso Multifuncionais e a Tecnologia na Educação Especial na


Perspectiva da Inclusão......................................................................................39

IV CAPITULO..................................................................................................45

A educação especial do PNE e no PME do munícipio de Afogados da


Ingazeira – PE.................................................................................................45

4.1. PNE e educação especial: redução das desigualdades e respeito à


diversidade..........................................................................................................45

4.2. Formulação da meta 4 no PNE: entre a inclusão total e a preferencial,


entre o publico e o privado.................................................................................50

4.3 A recepção da meta 4 no PNE de Afogados da Ingazeira – PE..................53

CONCLUSÃO..................................................................................................57
8

REFERÊNCIAS...............................................................................................59

INTRODUÇÃO

A educação especial está experimentando um período peculiar na


história, aonde algumas políticas públicas vem sendo implementadas com o
intuito de solidificar e possibilitar que a parcela de alunos que precisam de um
atendimento especializado possa garantir seu espaço dentro do espectro
educacional. Um grande exemplo de políticas que emergem uma vontade
inclusiva de direito é o PNE- mais especificamente na sua meta 4 que
universaliza, para a população que decorrem de deficiências, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades de 4 (quatro) a 17 ( dezessete)
anos o acesso a educação básica e ao atendimento especializado.
Embora a Meta 4 retifique sua importância dentro dos marcos e
conquistas da educação inclusiva, se abre um leque de possibilidades e
alternativas congruentes de inclusão ou um acobertamento de exclusão que
parti da tentativa de incluir por incluir “apenas”, cabendo assim, compreender
como tem sido construído o processo de implementação da meta 04 do PNE.
Sendo assim, analisar os mecanismos e estratégia que os munícipios utilizam
para colocar em prática está meta é de total importância para o
desenvolvimento da educação e para melhora de perspectivas de vida dos que
estão sendo incluídos.
A partir das colocações exploradas, está pesquisa tem como principal
objetivo analisar a implementação da meta 04 do PNE e do PDE do município
de Afogados da Ingazeira, a fim de identificar a compreensão dos agentes de
implementação e suas estratégias, como também de caracterizar o cenário
deste município perante a educação inclusiva. Partindo de uma analise
documental do PNE- Plano Nacional de educação foi analisado também
documentos disponibilizados pela secretaria de educação do município de
Afogados da Ingazeira como o Plano de inclusão, onde neste contém as
orientações ao professor e equipe gestora, aos estagiários de apoio ao
estudante com deficiência, e também as orientações para institucionalização da
sala de recursos multifuncionais no projeto político pedagógico da unidade de
ensino.
9

No primeiro capítulo irá abordar conceitos das políticas públicas, onde


no 1.1 apresentará a política pública na educação especial tendo em vista a
construção dos sistemas educacionais inclusivos a organização de escolas e
classes especiais. No 1.2 vai discorrer do entendimento da política pública
educacional, suas medidas planejadas e sua implementação pelo governo na
área da educação, intervindo nos seus processos formativos e informativos que
se desenvolve na sociedade. O 1.3 vai abordar os ciclos de politica publica –
os programas e ações que precisam ser estruturadas da maneira funcional e
que se faz possível a produção e organização de projetos. O 1.4 discutirá os
agentes de implementação da politica publica, o relacionamento do
desenvolvimento ao progresso, bem-estar, qualidade de vida entre outros.
O segundo capítulo vai debater sobre o Plano nacional de educação-
PNE e o Plano municipal de educação-PME. O 2.1. vão discorrer sobre o
histórico do PNE, suas diretrizes, metas e estratégias para a politica
educacional. O 2.2 retrata sobre o PNE 2014/2024 e os anos para atingir metas
importantes que vai da educação infantil até a formação dos profissionais de
educação. O 2.3 discuti o PME do município de Afogados da Ingazeira, a
implementação na rede de ensino segundo o PNE, e suas metas importantes
para as escolas.
O terceiro capítulo debate sobre a educação especial na perspectiva da
inclusão escolar, onde o 3.1 discorre a concepção das trajetórias das
concepções e marcos legais da educação especial trazendo os conceitos e seu
ato de marcos legais na educação inclusiva. O 3.2 discute sobre a educação
especial no sistema publico de ensino do município de afogados da ingazeira,
onde ainda procura abordar a implementação na rede de ensino nas escolas
publicas se existe o objetivo de seguir as metas do sistema publico. E o 3.3
analisa as salas de recursos multifuncionais e a tecnologia na educação
especial na perspectiva da inclusão. Compreendendo os conceitos do seu
processo de inclusão e de atendimento especializado, e se elas trazem para
os alunos deficientes aulas que buscam atentamente sua atenção,
acompanhando os avanços tecnológicos.
O quarto capitulo é um embasamento da Educação Especial no PNE e
PME do munícipio de Afogados da Ingazeira. 4.1 As normativas de incluir
reduzindo e respeitando as desigualdades. 4.2 contrapontos embasados na
10

meta 4 entre a inclusão total e a preferencial, entre o publico e o privado. 4.3


discorre de como é a recepção da implementação da meta 4 no sistema de
ensino de Afogados da Ingazeira-PE.
11

CAPITÚLO I
I capitulo: Políticas Públicas

1.1 Política Pública da Educação Especial

A politica publica vem caminhando historicamente e politicamente no


cenário mundial e como esse cenário vem interferindo no cenário inclusivo.
Inclusão não é uma metodologia de ensino, inclusão é o processo, um
ideário é uma proposta política de mundo e não apenas de educação.
Historicamente vem saindo os modelos de integração onde a criança com
deficiência entra na rede municipal de ensino dentro de uma classe
especial, e estar apta para frequentar uma turma comum junto com os
demais alunos da rede ensino. Estamos assim saindo desse modelo de
integração e diretamente estamos indo ao modelo de inclusão.
Na constituição federal de 1988 já sinalizava para a implementação
de educação inclusiva. O artigo, 208, III, prescreve que “o dever do estado
com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente
na rede regular de ensino”. A constituição trás um cenário da época em que
foi escrita em 1988, hoje existem palavras que não estão adequadas ao
nosso cenário de educação especial que determina o ensino seja
ministrado com base em vários princípios e o primeiro deles é o de
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola.
O principio da igualdade dentro da educação traz o termo, para nos
mostrar que a educação especial não é mais um sistema paralelo de
ensino, assim vem trazendo e unindo força com o seu atendimento
educacional especializado, quando a rede municipal recebe aluno com
deficiência e abre as suas portas em uma turma comum.
Em 2006 surge no Canadá o cenário mundial da convenção sobre os
direitos da pessoa com deficiência, essa convenção foi feita na ONU
(Organizações das Nações Unidas). Onde o Brasil fez parte dessa
elaboração e foi signatário, ou seja, concordou que ali estava disposto
trazendo assim para nos, um modelo de educação especial inclusiva. A
12

convenção trás um modelo de educação especial inclusiva através do


art.24 expressa a garantia de que as pessoas com deficiência possa ter
acesso ao ensino de qualidade.
Em 09 de julho de 2008, o senado federal, por meio do decreto
legislativo nº186, tornou a convenção sobre os direitos das pessoas com
deficiência e seus protocolos facultativos equivalentes a emendas
constitucionais á constituição Brasileira. A convenção trás o conceito de
quem são as pessoas com deficiência:
“São aquelas pessoas que tem impedimentos de natureza
física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com
diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena
e efetiva na sociedade com as demais pessoas.” (ONU,
2006)

São barreiras que a própria sociedade coloca, e que às vezes torna


difícil a participação plena do individuo com deficiência na sociedade, então a
politica publica da educação especial vem trazer as barreiras mostrando que o
individuo tem maiores dificuldades de interagir com o meio do que ele
realmente tem então a sociedade tem que aprender a derrubar essas barreiras
físicas e sociais para amenizar, e para trazer melhor desenvolvimento e
participação de indivíduos com deficiência na sociedade. Se lutarmos por um
ambiente mais acessível torna-se assim para todos, pois, todos tenham
capacidade de caminhar, locomover sem dificuldades.
No ano de 1994 sinaliza-se no Brasil a perspectiva politica e pedagógica,
para uma contribuição de organizações do ensino e seus sistemas para
pessoas com deficiência através da Política Nacional de Educação Especial,
que é incluída pelo Ministério de Educação – MEC, tendo colaboradora a
Secretária de Educação Especial – seesp, é como fundamento a norma de
interação. Essa política possui uma influencia da Declaração de Salamanca, 10
de junho 1994, tendo como núcleo um modelo médico de conceituação de
deficiência, atribuindo as características da deficiência uma grande barreira
para o processo de inclusão do segmento a sociedade.
A palavra „deficiente” tem um significado muito forte. De
certo modo ela se opõe à palavra “eficiente”. Ser
“deficiente”, antes de tudo, é não ser “capaz”, não ser
“eficaz”. Pode até ser que, conhecendo melhor a pessoa,
venhamos a perceber que ela não é tão “deficiente”
13

assim. Mas, até lá, até segunda ordem o “deficiente” é o


não eficiente. Ribas (1994, p.12,)
Essa exploração sobre o conceito segundo Ribas 1994 vem
ressaltar a palavra deficiente conforme o adjetivo qualitativo ou tanto como o
atributo dos indivíduos se encarrega da concepção discriminatória, ou seja,
mesmo sendo pejorativo das pessoas que, por problemas adquiridos ou inatos
se diferenciam das características da maioria da população. Então a Política
Nacional de Educação Especial regulamenta e define suas modalidades da
Educação Especial com relação a escolas de classes especiais, sala de
recursos, como também o ensino itinerante, entre outros. Sujeitando a pessoa
portadora de deficiência que possui tais “condições”, o ajustamento diante de
barreiras comportamentais e arquitetônicos com os currículos e contexto da
organização de escolas regulares.
Ao definir a função do atendimento educacional especializado,
essa política deixa claro que esse tipo de atendimento não substitui a
escolarização, mas sim complementa a formação dos alunos, afirmar a
educação especial como ação não substitutiva à escolarização no ensino
comum, evita a configuração paralela entre o atendimento educacional
especializado e o ensino comum. É revelado que a não adequação dos
ambientes formais de ensino/aprendizagem para atendimento adequado da
pessoa com deficiência se caracteriza como uma contradição, uma vez que,
que se entende.
[...] por Política de Educação Especial a ciência e a arte
de estabelecer objetivos que permitam satisfazer às
necessidades educativas dos portadores de deficiência,
de condutas típicas e de altas habilidades, bem como de
orientar as ações governamentais para a conquista e
manutenção dos objetivos estabelecidos.

Ressaltamos que, o não cumprimento efetivo Política de


Educação Especial no Brasil, está, de certa forma, atrelado aos insuficientes e
indefinidos investimentos, bem como, nas ações baseadas em projetos e
programas pontuais e descontextualizados. Outro ponto a ser destacado é que
o atendimento educacional especializado deve ser realizado por profissionais
com conhecimentos específicos, a fim de implementar a Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, o Governo Federal
tem apresentado diversos programas e ações voltados para essa educação.
14

O descaso com a educação destinada as pessoas com deficiência


existente no sistema de ensino brasileiro. Nesse contexto, a Política Nacional
de Educação Especial começa a caminhar de forma paralela ao crescente
movimento mundial pela inclusão, com uma ampla discussão na Conferência
Mundial de Educação para Todos ocorrida no ano de 1990, e na Conferência
Mundial de Educação Especial realizada em 1994. No âmbito da Educação, a
Declaração de Salamanca e a Linha de Ação sobre Necessidades Educativas
Especiais ressaltam que, as escolas comuns representam o meio
imprescindível à aceitação das diferenças ao recomendar que:
O princípio fundamental desta Linha de Ação é de que as
escolas devem acolher todas as crianças,
independentemente de suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras.
Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem
dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham;
crianças de populações distantes ou nômades; crianças
de minorias linguísticas, étnicos ou culturais e crianças de
outros grupos e zonas desfavorecidos ou marginalizados
(BRASIL, 1994).

A Política Nacional de Educação Especial tem como objetivo o ingresso


do aluno portador de deficiência e de condutas típicas em turmas do ensino
regular, sempre que possível; Essa política traz avanços ao afirmar a inserção
da modalidade da educação especial na proposta pedagógica da escola
regular. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva também apresenta contribuições ao fornecer orientações e definições
nos mais diferentes aspectos da educação especial voltados para a educação
inclusiva. Porém, o referido documento não deixa claro quais serão as medidas
que visam garantir a materialidade do que é apresentado.
As políticas públicas são fundamentais para a implantação de um
sistema educacional inclusivo no país, pois é através delas que são definidas e
implementadas normas, diretrizes, programas e ações que irão chegar às
escolas de todo o país. A edificação de um novo paradigma, o paradigma da
inclusão, conforme demonstrado nas mudanças significativas ocorridas na
legislação e nos documentos oficiais, se faz imprescindível. Nesse sentido,
analisamos as ações do governo federal voltadas para a educação especial na
15

perspectiva da educação inclusiva a partir das suas principais políticas publicas


nos últimos anos.

1.2. Política Pública Educacional

A politica publica educacional é um conceito amplo para se tratar. Isso


condiz que a política educacional que de foco específico está no tratamento da
educação que no geral se aplica em questões escolares. Em outras palavras
pode-se dizer que políticas educacionais dizem respeito á educação escolar.
Esse sistema é necessário para as existências de um ambiente próprio do
fazer educacional. Como funcionamento as comunidades, promovendo partes
distintas de um processo mais complexo.
A complexidade está na sociedade política que define seu sistema
através das políticas públicas educacionais, diz respeito às decisões do
governo que tem ocorrência no ambiente escolar e do ensino-aprendizagem.
Falando sobre o sistema politico, está relacionando as ações que partem
principalmente do poder publico e que tem como principal objetivo o bem
comum; em relação à educação que acaba sendo um instrumento
extremamente importante para se garantir o desenvolvimento e a harmonia do
processo politico.
Se “políticas públicas” é tudo aquilo que um governo faz
ou deixa de fazer, políticas públicas educacionais é tudo
aquilo que um governo faz ou deixa de fazer em
educação. Porém, educação é um conceito muito amplo
para se tratar das políticas educacionais. Isso quer dizer
que políticas educacionais é um foco mais específico do
tratamento da educação, que em geral se aplica às
questões escolares. Em outras palavras, pode-se dizer
que políticas públicas educacionais dizem respeito à
educação escolar (OLIVEIRA, 2010).

Diretamente as politicas se destinam para o interesse das sociedades e


coletividades. Entendem-se assim por políticas públicas educacionais que
estabelece e orienta os sistemas de ensino, instituindo a educação escolar.
Essa educação se desenvolve devido ao acompanhamento do
desenvolvimento do próprio capitalismo, chegando à era da globalização
coberto por um caráter reprodutivo de abrangentes diversidades, e
16

desenvolvimentos para sua prática educacional e os desafios que está


coerente segundo o plano de desenvolvimento da educação em conjunto com
a sociedade.
A sociedade está em constante mudança e esse modo escola está
sempre se reinventando para atender essas mudanças. No brasil as
instituições escolares podem ser tanto de caráter publico quanto privado e
ambas elas estão regidas e regulamentadas pelas politicas publicas que assim
são implantadas pelo estado, e é juntamente sobre isso a função sobre o
estado na educação. Vai trazer conceitos como também vai trazer questões
pertinentes sobre essa politica publica educacional, tendo como o estado que é
composto por ministérios, secretarias, conselhos, instituições, fundações,
programas, projetos que vão trazer mais recursos para educação.
As politicas públicas são regulamentadas pelo estado que atendem os
anseios da sociedade e da população. Para que a politica publica educacional
se veja de fato efetivada tem que ser um produto da interação entre o governo
e os diversos sujeitos educacionais, sociais e todo um contexto complexo e
historicamente baseado nos seus conceitos, práticas, desenvolvimentos de
amplos sistemas voltados para politica publica educacional. Ou seja:
Campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo,
“colocar o governo em ação” e/ou analisar essa ação
(variável independente) e, quando necessário, propor
mudanças no rumo ou curso dessas ações e ou entender
por que o como as ações tomaram certo rumo em lugar
de outro (variável dependente). Em outras palavras, o
processo de formulação de política pública é aquele
através do qual os governos traduzem seus propósitos em
programas e ações, que produzirão resultados ou as
mudanças desejadas no mundo real (SOUZA, 2003, p.
13).

A sua definição é clara neste sentido, prevalecendo que a sociedade


civil, ou seja, o povo, não é responsável diretamente e nem agente
implementador de políticas públicas. Portanto, a sociedade civil, o povo, faz
política. Esse tipo de política possui importância fundamental, pois é por ela
que os recursos públicos são liberados para a implementação das outras
políticas. Assim, os grupos sociais tendem a ignorá-la e a não acompanhar o
seu desenvolvimento, permitindo que os grupos econômicos, principalmente,
mais organizados e articulados, façam pressão sobre os seus gestores, ou
17

seja, no caso do Brasil são vereadores, deputados estaduais, deputados


federais e senadores.
(...) a forma particular com que a expansão escolar se deu
fez com que a instituição passasse a tomar um aspecto
‘misto’, operando, em seu interior, com ‘zonas’ de ‘baixa
institucionalidade’, em que as ‘leis escolares’ (sejam as de
seleção, sejam as do controle), não são capazes de
regular a instituição. Instalando, assim, na escola, uma
‘nova’ forma de desigualdade que, ao buscar inserir os
extremos, as margens, as misérias, acaba criando no
interior dos espaços institucionais zonas variáveis e
múltiplas de despossessão, marcadas por mecanismos
que não apenas colocam a institucionalidade em crise,
mas também interrogam sua legitimidade e colocam em
xeque seus próprios critérios de regulação (PEREGRINO,
2012, p. 340).

Portanto, esses aspectos supre que as políticas publicas está


direcionada ao enfrentamento de problemas existentes das escolas e cotidiano,
reduzindo suas possibilidades de qualidade para educação. Esse
direcionamento está interligado para a educação que constitui uma forma
efetiva de auxilio para crianças e adolescentes a um ensino-aprendizagem
melhor e qualitativa, sendo impostos diversos pontos existentes que devem ser
tratados a partir dessa política pública, ou seja, problemas com miséria, fome,
drogas e a própria violência que vem cada vez mais se instalando nas escolas
do Brasil.
O objetivo é contribuir para esse alargamento de compreensões para
alguns processos, como também de chamar à responsabilidade os agentes da
educação em nosso país. Embora, o sistema federativo prever para todas as
esferas políticas, tendo parcelas de poder normativo e executivo essa
Educação, na esfera dos pequenos poderes, há muito espaço para o
desenvolvimento e a prática do espírito público, republicano, democrático e
cidadão. A compreensão mais direcionamento dessa articulação e deve
orientar a ação dos profissionais da Educação, do Direito, da Política e da
própria sociedade.
Segundo Krawczyk; Rosar(2001), pressupõe que estas reformas parte
das pesquisas que demonstra sua ineficiência dos seus sistemas de ensino
referente ás suas necessidades de estrutura sistemática produtiva e da
18

relação entre estado e sociedade, entretanto de acordo com seus padrões. É a


partir desta perspectiva, que se apresentam as políticas públicas que partem
de ações Inter setoriais, focalizando necessidades como transporte escolar,
bolsa escola, etc., como medidas para garantir a permanência dos estudantes
na escola e em todo contexto escolar que é inserido, através de sistemas e
métodos.

1.3. Ciclos da Política Pública

Diante desse processo com relação à política pública, também vem a


ser reconhecidas de acordo com seus ciclos de forma mais racional a
compreensão da ciência politica foi determinados aspectos sequenciais
dentro do processo de formação da politica publica. Entretanto, sua
utilidade viáveis a este ciclo de politicas publicas pondera todo contexto de :
ajudar organizar ideias, faz com que sua complexidade seja simplificada
para políticos, pesquisadores, administradores que visam a criação de
referencias comparativas para casos heterogêneos, apesar das varias
versões, restringe-se em sete fases principais.

Identificação do problema submete uma pessoa ou um conjunto de


pessoas que olha para alguma circunstancia e da sociedade fala “isso é um
problema”. Esse problema pode também pode ganhar importância aos poucos
como também, nem sempre é o reflexo de uma determinada situação fora do
19

contexto. Um problema é a discrepância entre o status e uma situação ideal


possível. A sua delimitação do problema envolvem definir quais são seus
elementos, e sintetizar em uma frase a essência do mesmo.
Formação da agenda: é um conjunto de problemas que é tido como
prioritário para um órgão publica. Existem assim dois tipos de agenda politica e
formal. Tais problemas entram e saem das agendas com relação a politicas
públicas, elas ganham notoriedade, relevância e depois o reduz. Agenda
política: é conjunto de problemas ou temas que a comunidade política percebe
como merecedor de sua intervenção pública, já a agenda formal: também é
conhecida como agenda institucional, pois é aquela que elenca os problemas
ou temas que o poder público já decidiu enfrentar.
Formulação de alternativas: a formulação de soluções passa pelo
estabelecimento de objetivos e estratégias e o estudo das potenciais
consequências de todas as alternativas. Um mesmo objetivo pode ser
alcançado de várias formas, por diversos caminhos e contextos sociais que se
desenvolve com os ciclos e implementações adquiridos em sua formatação.
Seu resultado requer potencialidade de objetivos específicos que possa ajudar
em diversas formas mais amplas de conhecimentos.
Tomada de decisão: é o momento em que o executivo, o judiciário, o
legislativo ou até mesmo as redes de politicas publicas, com sociedade,
organizações não governamentais ajusta os problemas, às soluções, e as
soluções aos problemas. Jonh Kingdon (1984) reforça essa tomada de decisão
como uma interpretação de aperfeiçoamentos dos modelos fluxos múltiplos,
argumentando o surgimento dessa politica pública, que influencia problemas,
soluções e condições politicas tornando-as favoráveis de impor e remediar
suas circunstancias dos poderes.
Implementação: sucede a tomada de decisões e antecede seus
primeiros esforços avaliativos. Essa fase de implementação este integrado
regras, rotinas e processos sociais que são convertidos às intenções de
múltiplas ações. Essa fase de implementação é suposta de que regras, rotinas
e processos sociais são convertidos de intenções em ações que visualiza os
obstáculos e as falhas que costumam acometer a política pública. A
importância de implementar está na possibilidade visualizar através de meios
20

analíticos e estruturados seus obstáculos e falhas existentes a essa fase do


processo de diversas áreas de políticas publicas.
Avaliação: é um processo de julgamentos deliberados sobre a validade
de propostas para esta ação publica. Tais avaliações servem para superar
debates simplistas em que a sua avaliação do desempenho da politica publica
pela retorica politica. Sua própria resistência está naqueles avaliados tidos
também como um obstáculo. As agencias governamentais ou não
governamentais suplica a implementação de uma politica pública que contesta
seus critérios, padrões e indicações. Essas avaliações produz informações
relevantes que podem superar seu desempenho.
Extinção: se baseia em que a politica publica não esta dando efeitos,
onde muitas vezes faz politica publica durante cinco anos e depois da conta
que não funciona e que o problema publica ainda esta escassa e do mesmo
jeito, ou ate mesmo gerando outro tipo de efeito prejudicial à sociedade. Sua
resistência a extinção não ocorre apenas no meio politico “governamental”,
mais sim em uma conduta “não governamental” que luta contra sua extinção de
determinadas espécies, sendo continuo fortes argumentos de urgências a
necessidade, para que o seu trabalho seja relevante e perceptível na
sociedade.
Esse ciclo está para se retratar a vida de uma politica publica, embora
sejam estanques e um pouco reducionistas. Entendermos em que momento de
vida da politica publica se encontra e torna-se bastante importante também
para analistas ou qualquer pessoa que vai tomar decisões publica, ate mesmo
para opinião popular a ter noção desse ciclo de vida, entretanto faz parte do
nosso dia-a-dia, da nossa sociedade vínculos inseridos a partir de metas,
desenvolvimentos, engajamentos educacionais e políticos, metas complexas
ao processo de paralelos ciclos de politicas publicas existentes em
comunidade, sociedade e todo um contexto de ser inserido e praticado.
21

CAPITÚLO II

Plano Nacional de Educação e Plano Municipal de Educação

2.1. Histórico do PNE

O primeiro PNE foi elaborado em 1996, para fortalecer entre os anos de


2001 a 2010. Além de possuir diversas metas, dificultando o foco em questões
primordiais. Em 9 de janeiro de 2001, no governo do presidente Fernando
Henrique Cardoso, foi autenticado a Lei nº 10172, responsável pela aprovação
do Plano Nacional de Educação (PNE). O documento, criado a cada dez anos,
traça diretrizes e metas para a educação em nosso país, com o intuito de que
estas sejam cumpridas até o fim desse prazo. Facilita assim a compreensão no
contexto escolar, pois é importante apontar como e se chegam até essas leis.
O Plano Nacional de Educação (PNE) surgiu na história da educação
brasileira para assim buscar objetivar e impor metas equivalentes, assim como
estabelecer os investimentos de cada esfera governamental. A discussão sobre
o principio do plano começou na era Vargas, foi um período marcado pelo
nacionalismo, uma identidade nacional forte que Getúlio Vargas queria dar ao
Brasil. A via principal era preparar a sociedade para ser uma grande nação,
acreditava-se que todos os problemas do país (estruturais, financeiros, entre
outros) iriam se resolver através da educação imposta.
Ao realizar projetos de leis que culminassem no propósito de uma nação
forte através da base da educação. Criou então em 1930 o Ministério dos
Negócios da Educação e Saúde Pública 1930 tendo o titular Francisco
Campos, mostrando a intenção de unificar a educação Brasileira. Em 1931,
houve a Reforma Francisco Campos, sendo criado o Conselho Nacional de
Educação (CNE), trazendo como atribuição a formatação do PNE, sendo
ratificadas suas necessidades do dialogo e a culminâncias dos conjuntos de
metas para o todo.
Proponho que o Conselho Nacional de Educação,
tendo presente os objetivos patrióticos de sua
instituição e fazendo uso das atribuições
fundamentais, que lhe confere o decreto n. 19.850,
22

de 11 de abril de 1931, designe uma ou mais


comissões para o preparo e a redação de um plano
nacional de educação, que deve ser aplicado e
executado dentro de um período de tempo, que nele
será fixado (Cury, 2011, p.798)

Nesse dialogo sobre a unificação da educação brasileira, ficou marcado


por duas correntes que atribuíam seus ideais a educação que transcorreriam
para um modelo de uma nação, então segundo as duas abordagens a
educação seria a constituição primordial para uma modificação nacional. Essas
duas vertentes eram distinguidas em: pioneiros da educação conhecidos
também como pertencentes da Escola Nova e representantes da igreja
católica.
Os solicitadores escola nova traz uma nova forma de aplicação da
prática escolar visível, sua potencialidade vinha de um ensino diferenciado, no
qual o aluno não apenas reproduzia como também tinha descobertas de
conhecimentos através de experiência supostas, visando a sua formação de
críticos cidadãos com novas perspectivas de um país. O objetivo deste grupo
era de escolas democráticas e que incentivassem a formação humana e crítica
dos alunos.
Os representantes da igreja católica mantem a sua força como uma
religião já influenciando o seu posicionamento e direcionamento das escolas
brasileiras. Portanto, se fundamentavam em um ensino cujo tradicional onde o
professor é depositário principal do saber e o aluno absorvia apenas seus
ensinamentos. Com esses representantes da igreja católica tendo uma voz
ativa diante do Plano Nacional de Educação – PNE, norteando a religião
católica do Brasil.
No decorrer desta discussão sobre a formatação do primeiro Plano
Nacional de Educação (PNE), em 1934 a constituição brasileira é modificada e
trazendo referencias direta ao PNE. Em seu artigo 150, deixa nítido que
compete a união “fixar o plano nacional de educação, compreensivo do ensino
de todos os graus e ramos, comuns e especializados; e coordenar e fiscalizar a
sua execução, em todo o território do País;”. Como também, no artigo 152, a
constituição designava a atribuição da elaboração do PNE ao CNE, após as
reuniões e os debates de ideias provindas do CNE surgiria o PNE pronto para
a implementação.
23

O direcionamento da construção legal e aplicação do PNE se tornam


cada vez mais vigoroso, porém, a sua aplicabilidade ainda não era tão
discutida efetivamente, diante de todas suas considerações que eram traçadas
de maneira teórica sem efetivamente pensar na sua aplicação como uma boa
prática, como se a escrita legal remediasse todos os problemas diante mãos
aos problemas educacionais que percorre formulações e legislações da sua
construção até sua implantação.
Parecia ao governo que, uma vez equacionados no
âmbito da legislação, os problemas educacionais
encontrariam solução real, como decorrência natural
da lei bem formulada. (Shiroma, 2007, p.17)

Após diversas discussões que haviam sidos designados para a


construção do mesmo, como também pelas correntes de espaços reais no
projeto final do PNE, a proposta é levada a diante para uma votação na câmera
no ano de 1937, obtendo um parecer positivo a sua aprovação pelo relator da
câmera. Portanto, no final de 1937 ocorre um golpe política, que se dar inicio a
era do “Estado Novo”, fazendo assim com que todos os poderes
representativos incluindo o todo (câmara, onde se encontrava o PNE) fosse
assim interditado.
Com este projeto engavetado, e, não só ele, mas o ideal de uma
educação diferenciada para uma nação democrática também. Pois, logo após o
Estado Novo veio o governo de Gaspar Dutra (1946 – 1951) com uma corrente
mais liberal onde o foco da educação direcionava para atrativos do mercado de
trabalho ao invés da formação humana. Mas, mesmo com outro enfoque, o
objetivo de retornar a discussão de uma educação com as mesmas diretrizes
em âmbito nacional retornaram de forma efetiva, não houve nenhuma
contribuição para a formatação e aplicação do primeiro PNE.
Nos anos seguintes um pouco, assim para não se dizer nada, se
progrediu na sua direção de uma educação democrática e crítica, em 1964
começou os anos da ditadura civil militar, onde a educação privada teve um
aumento peculiar e a educação pública ia cada vez mais se desvalorizando. No
ano de 1964 foi modificado o PNE, “[...] quando foram introduzidas normas
descentralizadoras e estimuladoras da elaboração de planos estaduais” (Brasil,
2000, p.6), regrediu dois anos da sua implementação, de um plano nacional,
24

para vários planos regionais, tirando a responsabilidade federal, minimizando,


com isso, os deveres financeiros da mesma.
A Constituição de 24 de janeiro de 1967, baixada pelo regime
militar, eliminou a vinculação orçamentária constante das
Constituições de 1934 e de 1946, que obrigava a União, os
estados e os municípios a destinar um percentual mínimo de
recursos para a educação (Saviani, 2008, p. 298).

O Plano Nacional de Educação – PNE sem força e sem comprometimentos


financeiros efetivos na educação tinha o objetivo de uma estrutura escolar com
objetivos nacionais únicos com metas democráticas e humanizadas, como
havia sido o apontado há décadas atrás, já não era mais sua principal linha,
nem se quer tangenciava esse ideal. Saviani (2008) aponta, não só em facilitar
a abertura de escolas privadas, mas também aumento o incentivo à
mentalidade privatista nas escolas públicas.
Ao longo da ditadura militar em 1980, foi perdendo suas forças, portanto
deixou suas macas em toda a sociedade, como também e enfoque principal na
Educação Brasileira. Mediante a está forma mesmo com o seu termino essa
estrutura educacional mantinha sua identidade voltada diretamente ao um só
setor denominado como econômico, o que a relacionava a sua dependência
internacional financeira.
Segundo assim o a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) em 1996, que
reaproxima a lei do investimento educacional público como também a
necessidade da elaboração do PNE.
Este Plano Nacional de Educação é um documento
referência que contempla dimensões e problemas
sociais, culturais, políticos e educacionais brasileiro,
embasado nas lutas e proposições daqueles que
defendem uma sociedade mais justa e igualitária e
por decorrência uma educação pública gratuita,
democrática, laica e de qualidade, para todos, em
todos os níveis. Assim, princípios, diretrizes,
prioridades metas e estratégias de ação contidas
neste Plano consideram tanto as questões
estruturais como as conjecturais, definindo objetivos
de longo, médio e curto prazos a serem assumidos
pelo conjunto da sociedade enquanto referenciais
claros de atuação. (CONSED, 1997, p.2)

A sociedade brasileira tem como proposta do PNE , ideias voltadas para uma
só vertente distinta no governo, que foi realizado após as discursões e debates
25

em um congresso, tinham ali representantes de sindicatos e vários setores da


sociedade, ou seja, os interesses políticos e educacionais torna-se diferentes
do que o governo de Fernando Henrique Cardoso trazia - FHC (1998) que
norteava seu governo, o que incluía um mundo globalizado e uma política
neoliberal. Por isso não teve grande expressividade nacional, mas vale a pena
ser relatado como ponto de resistência.
O ponto principal como característica do PNE é a implementação, era a
aceitação das exigências feitas por órgãos e empresas estrangeiras que são
financiadoras no país para continuar assim seus investimentos, tendo
exemplos a uma redução do analfabetismo ou mais clara e certo ao aumento
da educação profissional estabelecendo parcerias dos sistemas federal,
estaduais e municipais e a iniciativa privada, para ampliar e incentivar a oferta
de educação profissional.
Segundo o Plano Nacional de Educação (PNE, 2001) Art. 214. A lei
estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o
objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração
e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para
assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos
níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes
públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Emenda
Constitucional n. 59/09)
O presidente do país era Luís Inácio Lula da Silva. Lula, que tinha suas
raízes sindicais e que fora eleito com expectativas de modificações nas
desigualdades sociais que o sistema econômico globalizado vinha impondo ao
Brasil ao longo dos tempos. O governo apenas foi reforçando algumas
diretrizes deixadas pelo governo anterior, mantendo uma negociação aberta
com o mercado exterior. Assim, o novo PNE de 2011 aparece de forma mais
concisa, e com o diferencial de apontar estratégias e metas mais diretas nos
objetivos almejados.
Com o PNE sendo direto e dando a devida importância as
regulamentações e embasamentos a todo seu histórico de vivencias e
implementações de metas ele vem deixando claro que o governo brasileiro
torna-se cada vez mais conivente com o pensamento e ações onde o
importante é agradar e satisfazer os empreendedores estrangeiros, e não os
26

cidadãos brasileiros. Todo avanço já é bem vindo, mas temos que ter a
pretensão de almejar objetivos maiores e mais profundos do Plano Nacional de
Educação – PNE.

2.2. Plano Nacional de Educação – PNE 2014/2024

O Plano Nacional de Educação teve inicio em 2014 até 2014, são 10


anos para atingirmos metas importantes que vai da Educação Infantil até a
formação de profissionais da educação básica. Então, estão definidos os
objetivos e metas para o ensino em todos os níveis – infantil, básico e superior
a serem executados nos próximos dez anos. O PNE é uma lei viva, a ser lida e,
principalmente, observada. O cumprimento é objeto de monitoramento contínuo
e de avaliações periódicas realizadas pelo Ministério da Educação (MEC),
pelas comissões de educação da Câmara e do Senado, pelo Conselho
Nacional de Educação (CNE) e pelo Fórum Nacional de Educação.
PNE 2014-2024 traz 10 diretrizes, entre elas a eliminação do
analfabetismo, a melhoria da qualidade da educação, além também da
valorização dos profissionais de educação, que é um dos maiores desafios das
políticas educacionais. Assim é utilizados indicadores para confrontar as metas
e estratégias como uma demanda. Esse esforço ressalta desvendar os
problemas estruturais, na perspectivas e desafios à materialização das metas e
estratégias. Portanto, considera-se, suas análises, as disputas por concepções,
as condições do acesso e permanência a sua democratização, qualidade,
investimento, entre outros.
Art. 7o A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios atuarão em regime de colaboração,
visando ao alcance das metas e à implementação
das estratégias objeto deste Plano.

De acordo com esse artigo, essa nova lei diante da união, os estados o
Distrito Federal e os munícipios atua em regime de colaboração para assim,
atingir as metas e implementar as propostas e estratégias previstas. Portanto,
contribui também para garantir que a educação seja um direito de todos nós
brasileiro, desde os seus princípios da infância ao longo de toda uma vida.
Com o alcance e o acesso dos objetivos do Plano Nacional de Educação –
27

PNE. Ou seja, o plano é também uma peça técnica que passa a ser a
referência para a ação pública. Essa é a natureza do Plano Nacional de
Educação.
As diretrizes é sobretudo, as metas e estratégias do Plano Nacional de
Educação, que são tratadas a partir das seguintes temáticas: educação
infantil; ensino fundamental; ensino médio; educação superior; educação de
jovens e adultos; educação tecnológica e formação profissional; formação de
professores; PNE e diversidades; financiamento da educação. Essa expansão
do PNE sinalizam que suas analises abstrais enormes desafios bem como uma
demanda por um reforço partidária do estado visando assim, a materialização
do plano, sobretudo ao financiamento que concerne a gestão, a qualidade e
avaliação de educação.
Então diversos segmentos distintos a segmentos entre velhos e novos
autores que frequentemente supõe visões, propostas e interesses distintos e
bastante conflitantes. Passa então a se preocupar com uma participação
qualificada em debates e proposição das politicas educacionais que indicam
sua miríade dos autores que são inseridos a partir do setor educacional que
colabora com participação da construção do PNE 2014 – 2024 que foi assim
constituída através dos governamentais.
a)Poder Executivo no plano federal: Presidência
da República, Casa Civil, Secretaria de Relações
Institucionais (SRI), Ministério da Educação
(MEC), Ministério da Fazenda (MF); b)
Congresso Nacional: Câmara dos Deputados e
Senado Federal. (Plano Nacional de Educação
2014-2024 pag 18)

Embora os autores não governamentais formulassem suas propostas


que foras encaminhadas aos tais parlamentos iniciais como forma de sugestão
para emendas, ao longo da tramitação e por meio suas analises que são
apresentados por relatores. Diante deste conjunto de atores e propostas
respectivas de pressões e contrapressões coube a esses autores para
promover os consensos e reajustes a partir das mediações pelas comissões e
também pelo Plenário da Câmara dos Deputados.
28
29

III CAPÍTULO
A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar

3.1. Trajetória das concepções e marcos legais da educação especial

Nos últimos dez anos, período no qual a inclusão se proporcionou a


realidade, o que se ver é a escola atendendo esses alunos, ao mesmo tempo
que está aprendendo a lidar com esse processo de educação inclusiva. A
inclusão, então, aparece como impulsionadora de uma nova visão da escola.
Atualmente sob a narrativa do respeito às diferenças, incrementa uma
educação diferente para "compensar" as diferenças sociais. Neste contexto
legal, constata-se na LDB 4.024/61 a exortação para a integração no ensino
comum, que cláusula dois artigos, 88 e 89, para explanar a educação especial:
Art. 88 – A educação de excepcionais deve no que
for possível, enquadrarse no sistema geral de
ensino, a fim de integrá-lo na comunidade;
Art. 89 – Toda iniciativa privada considerada
eficiente pelos conselhos estaduais, receberá dos
poderes políticos tratamento especial mediante
bolsas de estudos, empréstimos e subvenções.
(BRASIL, Lei 4.024/61, de 21/04/61).

Atualmente a emenda educacional, que se inicia no Brasil nos anos de


1990, bem como um de seus marcos a elaboração do Plano Decenal de
Educação. Este plano emana da Conferência Mundial sobre Educação para
Todos, efetuada em Jomtien, Tailândia, em 1990. Outros eventos e seus
referentes documentos passam a designar a necessária reforma educacional
brasileira. Visto que, nesse bulício, a influência de organismos internacionais
na proposição política para a educação nacional.
A conceito da educação inclusiva que orienta as políticas educacionais e
os atuais marcos normativos e legais rompe com uma trajetória de exclusão e
segregamento das pessoas com deficiência, alterando suas práticas
educacionais que garante a igualdade de obtenção e permanência na escola,
por meio das matrículas dos alunos público alvo da educação especial nas
30

classes comuns do ensino regular e da disponibilização do atendimento


educacional especializado.
“Inclusão pressupõe uma escola com uma política
participativa e uma cultura inclusiva, onde todos os
membros da comunidade escolar são colaboradores
entre si, ou seja, apóiam-se mutuamente e
aprendem uns com os outros a partir da reflexão
sobre as práticas docentes. Cornélio e Silva (2009,
p. 2)”

Explica-se assim, contradizendo ao paradigma da integração, que


preconiza o acomodamento do aluno e expectativas da escola, como objetivo
fundamental desse novo modelo é de não deixar que criança alguma seja
excluída do sistema escolar garantindo a elas comparecer a sala de aula da
escola comum. Nesse aspecto, a escola deve adaptar suas condições para
atender as particularidades de todo e qualquer aluno.

Manifesta-se o cenário das reformas educacionais e seus movimentos


em defesa dos alunos com necessidades educacionais especiais do qual
percorre as políticas públicas introduzindo às políticas educacionais as
expressões de inclusão, escola inclusiva, educação inclusiva, inclusão escolar
em proveito de alunos que, tradicionalmente, têm sido exceto da escola.
Em 2003, é executado pelo MEC o Programa Educação Inclusiva: direito
à diversidade, com vistas a apoiar a reforma dos sistemas de ensino em
sistemas educacionais inclusivos, propiciando um amplo processo de formação
de gestores e educadores nos municípios brasileiros para a preservação do
direito de acesso de todos à escolarização, ao regalo do atendimento
educacional especializado e à garantia da acessibilidade.
Em 2004, o Ministério Público Federal propaga o documento “O Acesso
de Alunos com Deficiência às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular”,
com o intuito de dissipar os conceitos e diretrizes mundiais para a inclusão,
ratificando o direito e os benefícios da escolarização de alunos com e sem
deficiência nas turmas comuns do ensino regular.
Em 2007, é impulsionado o Plano de Desenvolvimento da Educação –
PDE, comprovado pela Agenda Social, tendo como fundamentos a formação
de professores para a educação especial, a inserção de salas de recursos
multifuncionais, a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, admissão
31

e a permanência das pessoas com deficiência na educação superior e o


acompanhamento do acesso à escola dos favorecidos pelo Beneficio de
Prestação Continuada – BPC.
Em 2008, a Convenção da ONU (Organização das Nações Unidas) foi
legitimada no país com equidade de emenda constitucional, passando a intervir
como um referencial a ser respeitado por todas as leis e políticas brasileiras.
Essa propensão, felizmente, é de mudança embora lenta e desigual. A boa-
nova é que em diversos lugares a inclusão já é um trabalho de equipe, fazendo
toda diferença para o espaço escolar e principalmente na sociedade.
Em 2014, foi decretado o Plano nacional de educação (PNE), que prediz
a universalização da aquisição à educação básica e ao AEE para o público alvo
da educação especial até 2024. Destaca-se na Lei nº 10.172/2001 que “o
grande avanço que a década da educação deveria produzir seria a
construção de uma escola inclusiva que garanta o atendimento à
diversidade humana”. Estabelecer objetivos e metas para que o sistema de
ensino favoreça no atendimento às necessidades educacionais especiais dos
alunos, à formação docente, à acessibilidade física e ao atendimento
educacional especializado.
“Os sistemas de ensino devem matricular todos os
alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o
atendimento aos educandos com necessidades
educacionais especiais, assegurando as condições
necessárias para uma educação de qualidade para
todos. (MEC/SEESP, 2001).”

As Diretrizes avultam o caráter da educação especial para realizar o


atendimento educacional especializado complementar ou suplementar à
escolarização, todavia, ao admitir a possibilidade de permutar o ensino regular,
não fomentam a adoção de uma política de educação inclusiva na rede pública
de ensino.
No documento do MEC, Plano de Desenvolvimento da Educação:
razões, princípios e programas, é reafirmada a visão que busca superar a
oposição entre educação regular e educação especial:
Contrariando a concepção sistêmica da
transversalidade da educação especial nos
diferentes níveis, etapas e modalidades de ensino, a
educação não se estruturou na perspectiva da
32

inclusão e do atendimento às necessidades


educacionais especiais, limitando, o cumprimento do
princípio constitucional que prevê a igualdade de
condições para o acesso e permanência na escola e
a continuidade nos níveis mais elevados de ensino
(2007, p. 09).

Segundo a implementação do PDE é exteriorizado o Decreto nº


6.094/2007, que determina nas diretrizes do Compromisso Todos pela
Educação, a garantia da aquisição e permanência no ensino regular e o
atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, fortalecendo
seu ingresso nas escolas públicas.
Essa procriação programou a comoção duradoura na história da
educação especial, ocasionando em práticas que enfatizavam os aspectos
relacionados à deficiência, em contraste à sua dimensão pedagógica. O
progresso de estudos no campo da educação e dos direitos humanos vem
transformando os conceitos, as legislações, as práticas educacionais e de
gestão, indicando a necessidade de se promover uma reestruturação das
escolas de ensino regular e da educação especial.
A Declaração de Salamanca em 1994 preconiza que as escolas
regulares com orientação inclusiva constituem os meios mais eficientes de
combater atitudes discriminatórias e que alunos com necessidades
educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, tendo como
princípio orientador que:
“As escolas deveriam acomodar todas as crianças
independentemente de suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou
outras” (BRASIL, 2006, p.330).

A concepção de necessidades educacionais especiais, que passa a ser


extensamente disseminado a partir dessa Declaração, que distingue-se a
interação das características individuais dos alunos com o ambiente
educacional e social. Portanto, mesmo com uma perspectiva conceitual que
aponte para a organização de sistemas educacionais inclusivos, que garanta o
acesso de todos os alunos e os apoios necessários para sua participação e
aprendizagem, as políticas implementadas pelos sistemas de ensino não
alcançaram esse objetivo.
33

Para certificar na implementação das políticas públicas a formação deve


favorecer conhecimentos de gestão de sistema educacional inclusivo, tendo em
vista o desenvolvimento de projetos em parceria com outras áreas, visando à
acessibilidade arquitetônica, aos atendimentos de saúde, à promoção de ações
de assistência social, trabalho e justiça.
Os conjuntos de ensino devem acomodar as condições de acesso aos
espaços, aos recursos pedagógicos e à comunicação que beneficiem a
promoção da aprendizagem e a valorização das diferenças, de forma a atender
as necessidades educacionais de todos os alunos. A acessibilidade deve ser
legitimada mediante a eliminação de barreiras arquitetônicas, urbanísticas, na
edificação incluindo instalações, equipamentos e mobiliários – e nos
transportes escolares, bem como as barreiras nas comunicações e
informações.

3.2. A Educação Especial no Sistema Público de Ensino do Munícipio de


Afogados da Ingazeira-PE

O movimento mediante a educação inclusiva é uma ação política, social,


cultural e pedagógica, desencadeada em auxílio do direito de todos os
estudantes de estarem juntos, participando e aprendendo, sem nenhum tipo de
discriminação. A educação inclusiva estabelece um paradigma educacional
fundamentado no entendimento de direitos humanos, que assenta igualdade e
diferença como valores inerentes, e que avança em relação à ideia de
equivalência formal ao contextualizar as conjunturas históricas da formação da
exclusão fora e dentro da escola.
O reconhecimento que as dificuldades enfrentadas no sistema publico
de ensino evidencia sua necessidade de acarear as práticas distintas e
conceber alternativas para superá-las, a educação inclusiva atribui-se espaço
indispensável no debate relativamente da sociedade contemporânea e do
papel da escola na superação da coerência da exclusão. A começar de
referenciais para a construção e implantação do sistema publico do município
de Afogados da Ingazeira, essa organização de escolas e classes especiais
passa a ser repensada, implicando uma mudança estrutural e cultural da
escola para que todos os estudantes tenham suas especificidades atendidas.
34

Fundamentando-se no ponto de vista dos direitos humanos e do


conceito de cidadania assentado na constatação das diferenças e na
participação dos sujeitos, perpassa uma identificação dos mecanismos e
processos de nivelar que operam na regulação e produção das desigualdades.
Essa problematização exposta os processos normativos de distinção dos
estudantes em razão de características intelectuais, físicas, culturais, sociais e
linguísticas, no sistema público e entre outras, estruturantes do modelo
tradicional de educação escolar.
O sistema público de ensino de Afogados da Ingazeira tem o alcance
das metas de educação para todos, segundo Conferência Mundial de
Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, realizada pela
UNESCO em 1994, que propõe aprofundar a discussão, problematizando suas
causas da exclusão escolar. Deste modo a reflexão acerca das práticas
educacionais mediante ao sistema que resultam na desigualdade social de
diversos grupos, o documento Declaração de Salamanca e Linha de Ação
sobre Necessidades Educativas Especiais como base. Decretando que as
escolas publicas do munícipio representam o meio mais eficaz para combater
as atitudes discriminatórias, ressaltando que:
O princípio fundamental desta Linha de Ação é de
que as escolas devem acolher todas as crianças,
independentemente de suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou
outras. Devem acolher crianças com deficiência e
crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas
e que trabalham; crianças de populações distantes
ou nômades; crianças de minorias linguísticas,
étnicos ou culturais e crianças de outros grupos e
zonas desfavorecidos ou marginalizados. (Brasil,
1997, p. 17 e 18).

A implementação do sistema publico relativo à educação especial está


mediado à publicação em 1994, como norte a Política Nacional de Educação
Especial, que orientando o processo de “integração instrucional”
condicionando-se o acesso às classes comuns do ensino regular àqueles que
“(...) possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades
curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os
estudantes ditos normais” (p.19). Ao ratificar as inferências construídas a
partir dos padrões homogêneos de participação e aprendizagem. Ou seja, a
35

Política de 1994 não acarreta uma reestruturação das práticas educacionais de


maneira que sejam valorizados os diferentes potenciais de aprendizagem no
ensino comum, mas retém a responsabilidade da educação desses estudantes
exclusivamente no âmbito da educação especial.
Assentando-se sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa
com Deficiência, define a educação especial como uma peculiaridade
transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, salientando a atuação
complementar da educação especial ao ensino regular das escolas publicas.
Acompanhando assim o processo de mudança, as Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no
artigo 2º, apontam que:
“Os sistemas de ensino devem matricular todos os
estudantes, cabendo às escolas organizarem-se
para o atendimento aos educandos com
necessidades educacionais especiais, assegurando
as condições necessárias para uma educação de
qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001).”

As Diretrizes ampliam o caráter da educação especial para realizar o


atendimento educacional especializado complementar ou suplementar à
escolarização, porém, ao admitir a possibilidade de substituir o ensino regular,
não potencializam a adoção de uma política de educação inclusiva na rede
pública de ensino. Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial
passa a integrar a proposta pedagógica da escola regular, promovendo o
atendimento aos estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
O atendimento educacional especializado tem como função identificar,
elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as
barreiras para a plena participação dos estudantes, considerando suas
necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento
educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula
comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento
complementa e/ou suplementa a formação dos estudantes com vistas à
autonomia e independência na escola e fora dela.
Ao longo de todo o procedimento de escolarização o atendimento deve
estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum. Dentre as
36

atividades de atendimento educacional especializado são disponibilizados


programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e códigos
específicos de comunicação e sinalização e tecnologia assistiva. Este processo
dinâmico considera tanto o conhecimento prévio e o nível atual de
desenvolvimento do aluno quanto às possibilidades de aprendizagem futura,
configurando uma ação pedagógica processual e formativa que analisa o
desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual, prevalecendo
na avaliação os aspectos qualitativos que indiquem as intervenções
pedagógicas do professor.

3.3. Salas de Recurso Multifuncionais e a Tecnologia na Educação


Especial na Perspectiva da Inclusão

A inclusão de pessoas com deficiência tem sido o núcleo de políticas


públicas que circulam um novo paradigma de inclusão social. Com a
Constituição Federal, em 1988, originou o programa de Educação para todos,
pesquisando o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de raça,
cor, sexo, idade e quaisquer outras formas de discriminação, além da regalia
ao direito à escola para todos.
Nesta conjuntura, as salas de recursos multifuncionais foram realizado
por intermédio o da Portaria Ministerial nº 13/2007, a qual foi designada para
dar suporte técnico e financeiro ao sistema de ensino para garantir a admissão
ao ensino regular e ao regalo do Atendimento Educacional Especializado- AEE
aos alunos com deficiência. As salas de AEE têm o finalidade de garantir o
acesso ao ensino regular em igualdade de condições com os demais alunos e
estendem um serviço de apoio complementar ou suplementar escolarização
em classe comum, podendo ser oferecido no contra turno.
Assegurar a escolarização dos alunos com deficiência não basta o
direito de dirigir-se a escola de ensino regular, é preciso ensinar e dar sentido
aos conteúdos, compondo propostas curriculares arqueáveis que atendam as
diferenças (CARLETO, 2013). A Política Nacional de Educação Especial, na
Perspectiva da Educação Inclusiva, delineou, dentro do Programa de
Implementação das Salas de Recursos Multifuncionais:
37

Apoiar a organização da educação especial na


perspectiva da educação inclusiva; Assegurar o
pleno acesso dos estudantes público alvo da
educação especial no ensino regular em igualdade
de condições com os demais estudantes;
Disponibilizar recursos pedagógicos e de
acessibilidade às escolas regulares da rede pública
de ensino; Promover o desenvolvimento profissional
e a participação da comunidade escolar.
(MEC/SESESP2010, p.9)

Na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação


Inclusiva (2008) veio para assegurar a concretização das práticas de
atendimento educacional especializado para os cidadãos com deficiências nas
redes públicas de ensino. A contar dessa política, estabeleceram diretrizes
operantes para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica,
na peculiaridade da Educação Especial, (Resolução nº 04/09), e nessa
Resolução, no artigo 4º, considerou-se público-alvo do AEE:
I – Alunos com deficiência: aqueles que têm
impedimentos de longo prazo de natureza física,
intelectual, mental ou sensorial.
II – Alunos com transtornos globais do
desenvolvimento: aqueles que apresentam um
quadro de alterações no desenvolvimento
neuropsicomotor, comprometimento nas relações
sociais, na comunicação ou estereotipias motoras.
Incluem-se nessa definição alunos com autismo
clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett,
transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e
transtornos invasivos sem outra especificação.
III – Alunos com altas habilidades/superdotação:
aqueles que apresentam um potencial elevado e
grande envolvimento com as áreas do conhecimento
humano, isoladas ou combinadas: intelectual,
liderança, psicomotora, artes e criatividade
(MEC/SEESP2010, p.7).

A desenvoltura apresenta que o AEE (Atendimento Educacional


Especalizado) é realizado, principalmente, na sala de recursos multifuncionais
da própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da
escolarização não sendo suplente às classes comuns. O AEE também pode
ser desempenhado em centro de atendimento educacional especializado da
rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem
fins lucrativos, conveniadas ao Poder Público.
38

Assim, de acordo com a referida resolução, o professor da sala de


recursos multifuncionais colabora trabalhando em conjunto com o docente da
sala regular a fim de que o aluno com necessidades educacionais especiais
possa ter acesso a um processo educativo que contemple as suas
especificidades e aprimore seu ensino-aprendizagem, com reflexos
significativos para o professor.
Mediante o Ministério de Educação, as salas de recursos podem ser
classificadas em Tipo I e Tipo II. As salas do tipo I são para atendimentos dos
alunos que apresentam deficiências e condutas típicas. As salas são
comportadas de equipamentos, mobiliários e materiais didáticas pedagógicas
para a ofertório dos atendimentos, em seguida o Quadro 1 demonstra a lista de
materiais para cada sala de AEE do tipo I.

Quadro 1. Lista de equipamentos, mobiliários e material didático-


pedagógicos para sala Tipo I
Equipamentos Materiais Didáticos/Pedagógicos
02 Microcomputadores 01 Material Dourado
01 Laptop 01 Esquema Corporal
01 Estabilizador 01 Bandinha Rítmica
01 Escanner 01 Memória de numerais I
01 Impressora Laser 01 Tapete Alfabético Encaixado
01 Teclado com colmeia 01 Software Comunicação Alternativa
01 Acionador de pressão 01 Sacolão Criativo Monta Tudo
01 Mouse com entrada para 01 Quebra cabeça- sequência lógica
acionador
01 Lupa eletrônica 01 Dominó de associação de ideias
Mobiliário 01 Dominó de Frases
01 Mesa redonda 01 Dominó de animais em libras
04 Cadeiras 01 Dominó de frutas em libras
01 Mesa para impressora 01 Dominó Tátil
01 Armário 01 Alfabeto Braille
01 Quadro Branco 01 Kit de lupas manuais
01 Mesa para computador 01 Plano inclinado- suporte para
leitura
02 cadeiras 01 memória tátil
Fonte: (MEC, 2010)

A sala do Tipo II contém todos os recursos da sala tipo I e mais os


recursos de acessibilidade para alunos com deficiência visual (cegueira e baixa
39

visão). No Quadro 2, estão relacionados os materiais disponibilizados para a


sala tipo II.

Quadro 2. Lista de equipamentos, mobiliários e material didático-


pedagógicos para sala Tipo II
Equipamentos e Materiais Didáticos/Pedagógicos
01 Impressora Braille- pequeno porte
01 Máquina de datilografia Braille
01 Reglete de Mesa
01 Punção
01 Soroban
01 Guia de Assinatura
01 Kit de Desenho Geométrico
01 Calculadora Sonora
Fonte:( MEC, 2010).

A sala de atendimento educacional especializado apresenta-se um


espaço da escola comum, onde se fornece materiais didáticos, pedagógicos e
de Tecnologia Assistiva nas quais trabalham profissionais com formação
exclusiva para o atendimento dos alunos com impedimento educacionais
especiais em razão de algum tipo de deficiência (auditiva, motora, visual,
verbal, cognitiva), de transtornos globais de desenvolvimento ou de altas
habilidades/superdotação. Essa sala pode aprimorar e construir uma
diversidade de ações que vão desde o atendimento direto do aluno ou a grupos
de alunos, até uma conduta em rede, onde profissionais de diferentes áreas
induzem para buscar a melhoria do ensino-aprendizagem do aluno.
Mediante ao Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência-
Viver sem Limite, por intermédio do Decreto 7.612, de novembro de 2011, o
governo designa em recursos e serviços de apoio à educação básica. São
essas ações que favorece a implantação de Salas de Recursos Multifuncionais,
elevação de acessibilidade nas escolas e formação de professores para o
Atendimento educacional especializado, por meio de ações articuladas entre as
educações- áreas da educação, assistência social, direitos humanos e saúde.
Com a vantagem das políticas públicas para a inclusão escolar, e com a
implementação das salas de recursos e o atendimento educacional
especializado foi viável oportunizar recursos de Tecnologia Assistiva – TA para
40

pessoas com deficiência, intervindo suas singularidades permitindo maior


autonomia e desenvoltura no seu processamento de ensino-aprendizagem.
Os avançamentos tecnológicos estão cada vez mais aprimorando
graças às incontáveis pesquisas que estão sendo progressistas na área da
acessibilidade e inclusão social, regressando esses recursos tecnológicos
importantes para o campo da reabilitação e da inclusão escolar. Na Educação
Inclusiva, as Tecnologias estão conduzindo um novo modelo de educação,
quebrando com os padrões de ensino tradicionais e promovendo novas
práticas de ensino-aprendizagem. Conforme a definição do Comitê de Ajudas
Técnicas – CAT, a Tecnologia Assistiva é:
“Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento,
de característica interdisciplinar, que engloba
produtos, recursos, metodologias, estratégias,
práticas e serviços que objetivam promover a
funcionalidade, relacionada à atividade e
participação, de pessoas com deficiência,
incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua
autonomia, independência, qualidade de vida e
inclusão social (CAT, 2007c).”

A Tecnologia Assistiva contorna uma série de viabilidades do


comportamento humano, desde as atividades mais simples até as mais
enigmárica. Elas estão relacionadas por categorias: Adaptação ambiental e
doméstica; Órtese e prótese; Comunicação Alternativa; Mobilidade; Adequação
Postural; e Suplementar; Acessibilidade Virtual e Adaptação Veicular. São uns
conjuntos de ferramentas, serviços, equipamentos que auxiliam nas atividades
recorrente das pessoas com algum tipo de deficiência. Neste sentido, a
Tecnologia Assistiva possibilita e ajuda os alunos com necessidades especiais
no seu processo de aprendizagem e de inclusão escolar.
O professor pode utilizar estratégias que auxilia os alunos no
desenvolvimento, é indispensável conhecer os diferentes tipos de deficiência e
suas especificidades para que consigam elaborar suas práticas pedagógicas,
oportunizando a participação dos alunos nas diferentes práticas contidas na
escola. É significativo acentuar que o professor precisa ter o conhecimento
técnico e o domínio do computador para que possa integrar essa ferramenta às
suas práticas pedagógicas.
41

As Tecnologias Assistivas são recursos que contribuem na prática


funcional de atividades, limitando as incapacidades para a realização de
atividades de vida diária e prática nos diversos aspectos do cotidiano,
promovendo a essas pessoas uma melhor qualidade de vida proporcionando
uma independência e autonomia dentro de suas limitações. Portanto, o uso das
Tecnologias Assistivas tem papel fundamental no processo de inclusão escolar
no sistema regular de ensino, uma vez que através da implantação das salas
de Atendimento Educacional Especializada (AEE), o uso dessas tecnologias
possui o propósito de suprir as necessidades dos alunos com deficiência e
propiciar a junção entre a tecnologia e as propostas pedagógicas.
42

IV CAPITULO

A educação especial do PNE e no PME do munícipio de Afogados da


Ingazeira – PE

4.1. PNE e educação especial: redução das desigualdades e respeito à


diversidade.

O Brasil é uma sociedade múltipla, complexa e extremamente desigual


quando se trata da garantia de bens e direitos. No direito humano fundamental,
e educação que também estão expressas essas dimensões de desigualdade e
diversidade. O Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024 pondera
relevantes esses temas e propõe diferentes abordagens. As diretrizes do PNE
norteiam para a “superação das desigualdades educacionais” e para a
“promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à
sustentabilidade socioambiental”. São duas ações diversas: superar
desigualdades e promover princípios do respeito à diversidade.
A desigualdade educacional é identificada a partir de grupos divaricados.
A lei que institui o PNE conduz estratégias para superar as “desigualdades
étnico-raciais e regionais”.  Além disso, com vistas à equivalência educacional
em todos os níveis de ensino, o PNE nomeia grupos da diversidade:
“populações do campo, comunidades indígenas e quilombolas,
afrodescendentes, população adulta de baixa escolaridade, jovens de baixa
renda e pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação”.
Suportar-se, sem muito auxílio analítico, constatar que a discussão de
cada proposta dos referidos temas foi absolutamente prejudicada pela própria
organização do eixo. Assim, muitas propostas foram referendadas por uma
dinâmica movida muito mais pelo sentido de reconhecimento do processo de
construção das reivindicações de cada segmento representado nas plenárias,
do que pela discussão aprofundada de algumas destas.
A qualidade da educação, gestão democrática e avaliação destacam a
“inclusão em todas as dimensões, níveis, etapas e modalidades”, como
43

princípio fundamental. A propriedade da educação não pode ser definida sem a


“dimensão socioeconômica e cultural”, a “heterogeneidade” e a “pluralidade
sociocultural”, as quais devem ser consideradas nos planos, projetos político
pedagógicos e currículos (idem, ibid., p. 47). A formação deve, entre outros,
“estar em sintonia com as políticas públicas de inclusão, de resgate social e do
mundo do trabalho”.
“A implementação efetiva de uma política
educacional como garantia da transversalidade da
educação especial na educação, seja na
operacionalização desse atendimento escolar, seja
na formação docente. Para isso, propõe-se a
disseminação de política direcionada à
transformação dos sistemas educacionais em
sistemas inclusivos, que contemplem a diversidade
com vistas à igualdade, por meio de estrutura física,
recursos materiais e humanos e apoio à formação,
com qualidade social, de gestores e educadores nas
escolas públicas. Isso deve ter como princípio a
garantia do direito à igualdade e à diversidade
étnico-racial, de gênero, de idade, de orientação
sexual e religiosa, bem como a garantia de direitos
aos alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação.
(p. 71; grifos do original)”.

Devem ser ofertadas a educação básica de qualidade, a inclusão e a


permanência de todos/as no processo educacional no ensino regular. Esse
item diz respeito à educação especial, educação de jovens e adultos, educação
escolar indígena, educação de afrodescendentes, educação do campo,
educação profissional e educação ambiental. No que se refere à educação
superior, é citada a necessidade de “políticas públicas de inclusão social
dos/das estudantes trabalhadores/as e efetivação de ações afirmativas para o
acesso e permanência de grupos sociais e étnico-raciais com histórico de
exclusão e discriminação nas instituições de ensino superior brasileiras”.
Garantir que as condições para a implementação das políticas para além
do plano retórico. Descreve uma série de medidas para melhorar e ampliar o
financiamento à educação, para garantir a articulação do sistema e a
transparência no uso dos recursos. A diversidade, as desigualdades regionais
e as suas peculiaridades devem reger a priorização do acesso aos recursos.
Afirma-se, também, a necessidade de destinar valores diferenciados para os
44

estabelecimentos que atendam crianças, adolescentes, jovens e adultos com


desafios de inclusão.
Demonstra assim, o alastramento de uma visão que, ao menos no plano
da enunciação, admite sua necessidade de trabalhar com as diferenças em
todos os níveis e modalidades do ensino, de reconhecer e valorizar a
diversidade, de transformar os sistemas educacionais em inclusivos, de formar
professores na perspectiva da inclusão, de estudar e difundir conhecimento
sobre todos os temas que dizem respeito às diferenças, de alocar recursos
financeiros de maneira diferenciada, de acordo com prioridades pré-
estabelecidas e de atender toda a demanda educacional em instituições
públicas.
Embora no Brasil sejam realizados levantamentos estatísticos acerca da
educação especial desde 1974 (Meletti; Bueno, 2010), a carência de dados
oficiais que ofereçam informações completas ainda dificulta o diagnóstico
educacional do público-alvo dessa modalidade de ensino. Atualmente, os
maiores bancos de dados nacionais que possuem informações a respeito de
pessoas com deficiência são o Censo Demográfico, realizado a cada 10 anos
pelo IBGE, e o Censo da Educação Básica, executado anualmente pelo Inep.
Entretanto, se a dificuldade para a obtenção de dados e o cumprimento
de metas para pessoas com deficiência é grande, o desafio é ainda maior
quando se trata de superdotados. Como consequência, a falta de informações
a respeito desses alunos acaba por favorecer sua segregação social. Essa falta
de estimulação pode acarretar perda dessas habilidades, desinteresse pela
escola e evasão escolar (Carvalho, 2012). Assim, é fundamental que as
políticas públicas ofereçam sistemas educacionais inclusivos para essa
população em todas as etapas, viabilizando o acesso pleno à educação básica,
além de meios para seu monitoramento educacional.
Portanto a inevitabilidade de transformações no atual sistema de ensino,
engendrado com base em uma educação comum para sujeitos singulares. A
plena inclusão escolar permanece um desafio que demanda investimentos
multifacetados, além de extenso período de transição. Diante da dificuldade da
escola em lidar com a diversidade, são necessários esforços adicionais para a
reconstrução do seu modelo educativo, tendo como eixo o ensino para todos.
45

Ensinar é marcar um encontro com o outro e


inclusão escolar provoca, basicamente, uma
mudança de atitude diante do outro, esse que não é
mais um indivíduo qualquer, com o qual topamos
simplesmente na nossa existência e/ou com o qual
convivemos um certo tempo de nossas vidas. Mas
alguém que é essencial para nossa constituição
como pessoa e como profissional e que nos mostra
os nossos limites e nos faz ir além (FREIRE, 1999 p.
69).

Mediante este olhar, a inclusão passa a se estabelecer como um movimento


que visa à transformação da sociedade. O debate a respeito da inclusão de
alunos com necessidades educativas especiais tem levado a muita discussão e
levantado algumas polêmicas. Carvalho (1998) sanciona que, dois eventos
mundialmente significativos trataram de questões referentes à viabilização de
educação inclusiva. Tais eventos foram: “A Conferência Mundial sobre
Educação para Todos”, realizada em Jontiem, na Tailândia em 1990, que
sondava garantir a igualdade de acesso à educação a pessoas com qualquer
tipo de limitação; e “A Conferência Mundial sobre Educação Especial”, ocorrida
em Salamanca, na Espanha, em 1994.

Os autores ainda afirmam que, educação inclusiva


(...) é aquela que educa todos os alunos em salas de
aulas regulares. Educar todos os alunos em salas de
aulas regulares significa que todo aluno recebe
educação e freqüenta aulas regulares. Também
significa que todos os alunos recebem oportunidades
educacionais adequadas, desafiadoras, porém
ajustadas às suas habilidades e necessidades, que
recebem todo apoio e ajuda, à medida em que
necessitem, para que eles e seus professores
possam alcançar sucesso nas principais atividades.
(...) Ela é um lugar no qual todos fazem parte, em
que todos são aceitos, onde todos ajudam e são
ajudados por seus colegas e por outros membros da
comunidade escolar, para que suas necessidades
educacionais sejam satisfeitas (1999, p.11).

A efetivação da prática educacional inclusiva não será garantida por


meio de leis, decretos ou portarias que obriguem as escolas regulares a
aceitarem os alunos com necessidades especiais. Ela será garantida se a
escola estiver preparada para ser capaz de trabalhar com os alunos que
46

chegam até ela, independentemente de suas diferenças ou características


individuais. As questões teóricas do processo de inclusão têm sido amplamente
discutidas por estudiosos e pesquisadores da área de Educação Especial,
entretanto, pouco se tem feito no sentido de sua aplicação prática.

4.2. Formulação da meta 4 no PNE: entre a inclusão total e a preferencial,


entre o publico e o privado.

O Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024 busca, principalmente


em sua Meta 4, generalizar o atendimento escolar aos estudantes com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação de preferência na rede regular de ensino. Considerando que as
demais metas do PNE também alcancem a população com deficiência. Grande
parte das metas do PNE e dos indicadores desenvolvidos para seu
monitoramento se refere à população brasileira total, ou seja, abrange pessoas
com e sem deficiência.
Entre as 20 metas estabelecidas pelo PNE, a Meta 4, reservadamente,
diz respeito à educação especial: “universalizar, para a população de 4 (quatro)
a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento
(TGD) e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao
atendimento educacional especializado (AEE), preferencialmente na rede
regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de
recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos
ou conveniados.” (Brasil. Inep, 2015).
Na maior parte dos países, tanto desenvolvidos quanto em
desenvolvimento, diversos protótipos definiram a educação das pessoas com
deficiência: a segregação, a integração e a inclusão. A segregação, cuja relevo
é a diferença, que caracteriza-se pela separação de crianças com deficiências
para o ensino em instituições especializadas, escolas e classes especiais,
substitutivas ao ensino comum. Já a integração representa algum grau de
aceitação desses alunos, visto que lhes é permitido frequentar escolas
regulares, desde que possam se ajustar ao sistema educacional padrão. A
inclusão fundamenta-se no reconhecimento do direito à educação, sendo as
escolas responsáveis pelo ensino de cada aluno e por realizar os ajustes
necessários ao seu aprendizado (Unesco, 2009).
47

A premissa de que a escola deve se reconstruir para atender a toda a


comunidade, não cabendo mais ao aluno se adaptar a ela tal como foi
construída, deu origem às Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na
Educação Básica (Brasil, 2001). Buscando nortear a inclusão do público-alvo
dessa modalidade, o documento definiu que “os sistemas de ensino devem
matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o
atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais,
assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para
todos” (Brasil, 2001).
Art. 6º O Ministério da Educação disciplinará os
requisitos, as condições de participação e os
procedimentos para apresentação de demandas
para apoio técnico e financeiro direcionado ao
atendimento educacional especializado.

O governo federal destinou R$ 7,600 bilhões a ações para


promoção da inclusão das pessoas com deficiência no plano Viver Sem Limite,
a maior verba já destinada à área. Inclui implantação de Salas de Recursos
Multifuncionais, promoção de acessibilidade nas escolas, formação de
professores para o Atendimento Educacional Especializado, aquisição de
ônibus escolares acessíveis e ampliação do Programa BPC (Benefício de
Prestação Continuada) na Escola, Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego. Nas universidades públicas federais estão sendo
instalados núcleos de acessibilidade e ofertados cursos de Letras/Libras e de
formação em Pedagogia na perspectiva bilíngue (Libras/Língua Portuguesa).
O programa BCP (Benefício de Prestação Continuada) promove a
busca ativa dos beneficiários do programa (que recebem do governo um salário
mínimo por pertencerem a famílias com renda abaixo de 1/4 de salário
mínimo). Para isso, são cruzados os dados do Censo Escolar e o Banco do
BPC, a fim de identificar os índices de inclusão e exclusão escolar dos
beneficiários.
Mediante a Declaração de Salamanca em conjunto ao BCP tem sido um
documento guia, onde as escolas buscam modernizar-se e os professores
aperfeiçoarem sua praticas educacionais, pois pensar em inclusão implica
acreditar que não apenas as pessoas deficientes devem modificar-se, para
receber em situação de igualdade todos os seus cidadãos, mas principalmente
48

a sociedade aceitar essa pessoa, como qualquer outro cidadão como suas
dificuldades, capacidades, direitos e deveres e, sobretudo com muito respeito.
Inclusão deve atender todo tipo de necessidade que o indivíduo
apresente de forma natural e adequada. Segundo Montoan a inclusão é um
motivo para que a escoa de modernize, os professores aperfeiçoem suas
praticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas deficientes toma-se
uma consequência natural de todo um esforço de atualização e de
reestruturação das condições atuais do ensino básico.
”Inclusão é o privilégio de convier com as diferenças”,
ou seja é a nossa capacidade de entender e
reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de
conviver e compartilhar com as pessoas diferentes de
nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas,
sem exceção. E para o estudante com deficiência
física, para os que têm comprometimento mental,
para os superdotados, para todas as minorias para a
criança que é discriminada por qualquer outro motivo.
Mantoan (2003)

Valores devem ser ressaltados como grandes lições para os professores


e alunos, onde a tolerância, respeito e solidariedade são atitudes importantes
na busca de uma sociedade mais justa. A educação é o alicerce do cidadão
que por sua vez é personagem principal do nosso meio social, oferecendo de
forma qualitativa a inclusão, respeitando e oferecendo apoio a todo aquele que
apresenta alguma necessidade resultará e bons resultados para a sociedade
como um todo.
Para uma sociedade efetivamente democrática, na qual todos tenham
uma vida decente, é preciso fazer da inclusão escolar uma realidade. A
democracia não pressupõe atender a maioria da sociedade, mas garantir o
direito de todos. É grande a possibilidade da inclusão. Sabemos que ainda há
um longo percurso pela frente para que a inclusão escolar seja plena e não
precisamos ir muito longe, basta olhar ao nosso redor, que logo veremos um
grande caminho para construirmos uma sociedade inclusiva. Uma sociedade
só é democrática quando cada um de nós também for democrático:
A sociedade inclusiva é, sim, possível, e, sem
dúvida, será uma sociedade melhor não apenas para
as pessoas com deficiências, com deficiências
significativas, precariamente ou marginalmente
incluídas, mas será uma sociedade muito melhor,
49

muito mais digna, para todos nós (NASCIMENTO,


2014, p. 45).

Ambientes inclusivos propiciam integração social, o que afeta


diretamente, através dos colegas, o desenvolvimento de potencialidades.
Torna-se evidente o contexto mais produtivo, pois há promoção de habilidade
de interação social, quando se compara com ambientes educacionais
segregados. É a capacidade de indignação frente às injustiças, de não aceitar
que os nossos pares sejam tratados como indesejável o que nos mantém
determinados e empenhados na solução da causa.

4.3 A recepção da meta 4 no PNE de Afogados da Ingazeira – PE.

A implementação da meta 4 que fechou-se, assim, o longo e complexo


processo de construção de uma bússola para as políticas educacionais
brasileiras, com metas ambiciosas e abrangentes, que requerem uma bem-
sucedida coordenação federativa para serem atingidas em sua recepção na
rede de ensino de Afogados da Ingazeira-PE, ressaltando o papel do
Parlamento na discussão e no aperfeiçoamento do plano. A tarefa que ora se
inicia é a implementação do plano, com suas numerosas metas intermediárias,
que permitirão monitorar o caminho percorrido.
O papel da formação escolar mediante á sua recepção da meta 4, de
natureza profissional vem sendo amplamente questionado. Em meio às
transformações tecnológicas, às mudanças no mercado de trabalho e às
alterações nos padrões culturais, a educação profissional para os jovens
continua a ser um terreno de questionamentos e disputas que envolvem
diferentes visões de sociedade e de concepções pedagógicas. A
implementação segundo a rede de ensino, tem como formação profissional um
dos principais recursos para promover a inclusão social de populações
atingidas pelo desemprego, pela falta de acesso à educação básica e por
outros processos de marginalização.
O funcionamento a inclusão de alunos com deficiência nas escolas
públicas da rede de ensino tem direito de ser matriculado na escola pública
mais próxima à sua casa, em série correspondente à sua faixa etária. Para que
50

o ensino seja eficaz é oferecido Atendimento Educacional Especializado (AEE)


no contraturno da escola, ou seja, o estudante vai à escola pela manhã e
recebe o AEE à tarde, ou ao contrário. O AEE pode ser prestado por
professores capacitados para esse atendimento na própria escola ou em
serviços conveniados.
Art. 5º A União prestará apoio técnico e financeiro
aos sistemas públicos de ensino dos Estados,
Municípios e Distrito Federal, e a instituições
comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins
lucrativos, com a finalidade de ampliar a oferta do
atendimento educacional especializado aos
estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, matriculados na rede pública de
ensino regular. (DECRETO Nº 7.611, DE 17 DE
NOVEMBRO DE 2011.)
 As escolas públicas recebem do governo verba equivalente a uma
matrícula por cada aluno com deficiência e quem presta o AEE recebe mais
uma matrícula pelo mesmo aluno, seja a própria escola, uma ONG ou serviço
conveniado. Várias instituições já vêm, há anos, trabalhando nesse sentido,
cumprindo sua vocação de apoio à inclusão. O que regulamenta o AEE é o
Dec. 7.611, do Plano Viver Sem Limite.
O processo de educação inclusiva pressupõe a forma de garantir
acesso, permanência e condição de aprendizagem ao cidadão, é um direito
garantido por lei, reconhecido pela Constituição Federal de 1988 e na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996. A Constituição Federal
assegura que é objetivo da republica federal do Brasil promover o bem de
todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras
formas de discriminação (artigo3 inciso IV.)
Em seu artigo 5º, a constituição garante o principio de igualdade:

Todos são iguais perante a lei sem distinção de


qualquer natureza garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade
do direito a vida, a liberdade, a igualdade, a
segurança e a propriedade (...)
51

A constituição federal também garante em seu artigo 205 que a


educação é direito de todos e dever do estado e da família. Em seguida no
artigo 206 estabelece a igualdade de condições para o acesso a escola. Dessa
forma, todo aluno tem direito a estar matriculado no ensino regular e a escola
tem o dever de matricular, não devendo descriminar qualquer pessoa com
razão de qualquer necessidade especial.
A LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação define a educação infantil
como primeira etapa da educação básica que tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos
físicos, psicológico , intelectual e social considerando a proposta de educação
inclusiva opção brasileira referendada em suas políticas educacionais infantil
por ser esta, conforme prescrito na lei, a primeira etapa da educação. Segundo
Mendes (2010, p. 47-48):
Os primeiros anos de vida de uma criança têm sido
considerados cada vez mais importantes. Os três
primeiros anos, por exemplo, são críticos para o
desenvolvimento da inteligência, da personalidade, de
linguagem, da socialização, etc. A aceleração do
desenvolvimento cerebral durante o primeiro ano de vida
é mais rápida e mais extensiva do que qualquer outra
etapa da vida, sendo que o tamanho do cérebro
praticamente triplica neste período. Entretanto, o
desenvolvimento do cérebro e muito mais vulnerável
nessa etapa e pode ser afetado por fatores nutricionais,
pela qualidade de interação, do cuidado e da
estimulação proporcionada á criança.

Segundo a lei de diretrizes e bases da educação n 9.394/96 a LDB;


Entende-se por educação especial, para os feitos desta lei a modalidade de
educação escolar oferecida preferencial na rede regular de ensino para
educandos portadores de necessidades especiais.
1. Haverá, quando necessário serviços de apoio especializado na escola
para atender as peculiaridades de clientela de educação especial.
2. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que em função das condições especificas dos
alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino
regular.
3. A oferta de educação especial, dever constitucional do estado, tem
como inicio na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação
infantil. (Cp. V, art.58)
52

A Secretaria de Educação elabora e encaminha o PME-Plano Municipal de


Educação, as politicas publicas e educacionais para que possa ser sancionado
e colocado em pratica e que a sociedade de Afogados da Ingazeira-PE possa
colher os frutos desse trabalho. A formação do individuo depende de todas
experiências vividas ao longo da sua educação, assegurar a inclusão desde a
educação infantil é essencial nesse seguimento permite a criança familiarizar-
se com a comunidade escolar, envolver-se nas atividades pedagógicas e iniciar
o processo de autonomia.
53

CONCLUSÃO

A partir das pesquisas mediantes a Secretária de Educação e


abordagens de pesquisa sobre o PNE, a META 4, e principalmente o PME de
Afogados da Ingazeira-PE. Nesta perspectiva, o contexto de implementar é
trabalhar não só com as diferenças como também com a necessidade de
formar cidadãos mais conscientes e comprometidos com a transformação da
sociedade. Portanto, a escola é tida como um espaço multicultural, no qual as
diferenças, os problemas, diversidades de conhecimentos, regras e valores
fazem um relato envolvendo um conjunto de pessoas cujas características são
diferenciadas, e as relações interpessoais são imprescindíveis para a
convivência e o sucesso de inclusão escolar.

Mediante a escola inclusiva que contribui não só para o aprendizado


dessas crianças, mas também, para a construção de um mundo melhor e mais
igualitário, além de garantir os direitos à educação, a inclusão escolar traz uma
série de privilégios não só para os alunos com deficiência, como também para
os outros alunos e educadores que dividem a mesma sala de aula. Isso porque
nessa relação de troca, se aprende também a respeitar as diferenças e os
limites do próximo, além de estimular o caráter cooperativo, onde cada um
ajuda o outro em suas necessidades.

A implementação da META 4 que designa a generalizar a população de


4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, uma educação básica e
igualitária. O inciso 4.4 trata-se de formas complementar e suplementar
atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais,
classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados. O inciso
4.6 vem garantir o acesso e a permanência dos (as) alunos (as) com
deficiência. 4.8 garanti a oferta de educação inclusiva, vedada a exclusão de
educação.

Analisando assim e tendo como base o PNE em conjunto ao PME de


Afogados da Ingazeira, que reflete em um ambiente com função de agir como
um microssistema da sociedade inclusiva, cogitando as transformações atuais
54

da rede de ensino bem como com a tenção de formar cidadãos críticos e


cidadãos participativos e competentes de atuar tanto na vida social quanto
exclusiva, preparados assim para conviver com a diversidade, inclusão,
principalmente a integração e os conflito de ideias, bem como as importâncias
presentes nas relações de sujeito consigo mesmo e com o outro. Destacando
assim que embora a escola seja enfrente e diariamente integrada as politicas
publicas educacionais, inclusiva e seus ciclos de junção.
55

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