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ACADEMIA MILITAR “MARECHAL SAMORA MACHEL”

FELISMINO FAINDANE SIMOCO

O EMPREGO DO SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO AMIGO-INIMIGO (IFF) NO


RADAR P-18 MODERNIZADO: CASO 1ª COMPANHIA DE
RADIOLOCALIZAÇÃO, MALHAZINE (2012-2015).

Nampula

2015
FELISMINO FAINDANE SIMOCO

Especialidade: Comandante de Meios Radiotécnico

O EMPREGO DO SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO AMIGO-INIMIGO (IFF) NO RADAR


P-18 MODERNIZADO: CASO 1ª COMPANHIA DE RADIOLOCALIZAÇÃO,
MALHAZINE (2012-2015).

Monografia submetida à Academia Militar, como


requisito parcial para a obtenção do Grau de
Licenciatura em Ciências Militares, na especialidade
de Comandante de Meios Radiotécnico.

Orientador: Jossias De Elmir Mesa


(Tenente-CMRT)

Nampula

2015
ii

FOLHA DE APROVAÇÃO

Felismino Faindane Simoco

O EMPREGO DO SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO AMIGO-INIMIGO (IFF) NO RADAR


P-18 MODERNIZADO: CASO 1ª COMPANHIA DE RADIOLOCALIZAÇÃO,
MALHAZINE (2012-2015).

Trabalho de conclusão de curso para obtenção do grau académico de Licenciatura em


Ciências Militares na especialidade de Comandante de Meios Radiotécnicos, submetido à
Academia Militar “Marechal Samora Machel”.

Aprovado em _________de________________ de 2015


MESA DE JÚRI

O Presidente O Oponente
______________________ ______________________

O Supervisor
_______________________
iii

DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro que o presente Trabalho de Investigação Aplicada é resultado da minha pesquisa


pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes
consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma instituição de ensino para a
obtenção de qualquer grau académico.

Nampula, aos ___ de ______________ de 2015

____________________
Felismino Faindane Simoco

(Aspirante à Oficial)
iv

DEDICATÓRIA

Dedico ao meu pai, Faindane André Simoco, minha mãe, Belina Salecuchepa, aos meus
irmãos: Anapáula Faindane, Carlos Faindane, Eusébio Faindane, Maurício Faindane, Pedro
Faindane, as Minhas Falecidas irmãs Linda Faindane e Zita Faindane, meus Sobrinhos,
Quilimirdo Sebastião, Rosa Sebastião e Záida Lucas.
v

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo que consegui enfrentar durante a minha formação e em toda minha
vida.

Agradeço ao meu supervisor Jossias Mesa, pela paciência e acompanhamento durante a


elaboração deste trabalho.

Aos meus amigos Costina Johanisse, Masquil dos Santos, Xavier Simão, Vladimir Armando,
pela amizade e incentivo que me deram nos momentos bons e mão.

Aos meus familiares pelo apoio e incentivo que me deram desde que ingressei na careira das
armas e durante a minha formação académica.

Aos colegas do 6º e 7º Curso de CMRT pelo espírito de Corpo e companheirismo e a todos


que directa ou indirectamente contribuíram para a concretização da minha formação
académica.

MUITO OBRIGADO
vi

EPÍGRAFE

“Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro
e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir para um novo nível”

Ana Beatriz Barbosa Silva


vii

ÍNDICE

INTRODUÇÃO........................................................................................................................14
CAPÍTULO I: REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................19
1.1 Conceitos relevantes ao tema..............................................................................................19
1.2 Reconhecimento e controlo do espaço aéreo......................................................................21
1.3 Breves considerações sobre o radar....................................................................................24
1.4 Constituição física do radar................................................................................................25
1.4.1 Sistema de Transmissão..........................................................................................................25
1.4.1.1 Oscilador................................................................................................................................25
1.4.1.2 Modulador.............................................................................................................................26
1.4.1.3 Transmissor...........................................................................................................................26
1.4.2 Antena.......................................................................................................................................26
1.4.3 Sistema de Recepção...............................................................................................................27
1.4.4 Comutador................................................................................................................................28
1.4.5 Receptor....................................................................................................................................28
1.4.6 Indicador...................................................................................................................................29
1.5 Contributo do sistema IFF no radar p-18 modernizado para o cumprimento das missões da
radiotécnica...............................................................................................................................29
1.6 Importância do emprego do sistema IFF no radar p-18 modernizado para o cumprimento
das missões da radiotécnica......................................................................................................31
1.7 Impacto do emprego do radar p-18 sem o sistema IFF para o cumprimento das missões da
radiotécnica...............................................................................................................................32
1.8 Modos de funcionamento utilizados pelo sistema IFF.......................................................33
1.8 Caracterização dos sistemas de identificação.....................................................................33
CAPÍTULO II: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS....................................................33
2.1 Método de pesquisa.............................................................................................................33
2.2 Tipo de pesquisa.................................................................................................................34
2.2.1 Quanto a forma de abordagem do problema.........................................................................34
2.2.2 Quanto aos objectivos do problema.......................................................................................35
2.2.3 Quanto a natureza.....................................................................................................................35
2.2.4 Do ponto de vista dos procedimentos técnicos.....................................................................36
2.3 População ou universo........................................................................................................37
2.3.1. Delimitação do universo........................................................................................................37
viii

2.4 Amostra...............................................................................................................................37
2.4.1 Tipo de amostra........................................................................................................................37
2.5. Técnicas de pesquisa..........................................................................................................38
2.5.1 Entrevista..................................................................................................................................38
2.5.2 Questionário..............................................................................................................................39
2.5.3 Observação directa...................................................................................................................39
2.6 Procedimentos de apresentação e análise de dados............................................................40
2.7 Redação final......................................................................................................................40
CAPITULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS...........41
3.1 Caracterização do local de pesquisa...................................................................................41
3.1.1 Breves considerações do 1º BIRT..........................................................................................41
3.1.2 Criação do 1º BIRT..................................................................................................................42
3.2 Apresentação, análise e interpretação dos dados da entrevista...........................................45
3.3 Apresentação, análise e interpretação dos dados do questionário......................................49
3.4 Apresentação, análise e interpretação dos dados da observação directa............................56
3.5 Discussão e confrontação das hipóteses com os dados colhidos........................................57
CONCLUSÃO..........................................................................................................................60
SUGESTÕES............................................................................................................................61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................62
APÊNDICE 1: ENTREVISTA DA PESQUISA......................................................................63
APÊNDICE 2: QUESTIONÁRIO DA PESQUISA.................................................................67

LISTA DE ABREVIA TURAS

AMMSM- Academia Militar “Marechal Samora Machel”

CRL- Companhia de Radiolocalização

DAA – Defesa Antiaérea

1° BIRT - 1º Batalhão Independente da Radiotécnica

1a BMFAA- 1a Brigada Mista de Foguetes Antiaéreos

RADAR- Radio Detection And Ranging

SIC- Secretaria de Informações Classificadas

Q&A- Question and Answer


ix

ICAO- Organização Internacional da Aviação Civil.

TFAA- Tropa de Foguetes Antiaéreas

AAA- Artilharia Antiaérea

FAM- Força Aérea de Moçambique

TRT- Tropas da Radiotécnica

SSR- Secondary Surveillance Radar

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura I: Radar p-18 de reconhecimento e controlo do espaço aéreo………………………...25

Figura II: antena de radar……………………………………………………………………. 27

Figura IV: interrogador IFF AN/TPX-56 (esquerda) e AN/TPX-57 (V) MK XIIA (direita)...

Figura V: Zona de reconhecimento feito pelo Radar do 1º BIRT………. …………………...42


x

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1A amostra da pesquisa……………………………………………………………….38


Tabela 2 proporção dos militares questionados na 1ª questão……………………………….49
Tabela 3proporção dos militares questionados na 2ª questão………………………………...50
Tabela 4proporção dos militares questionados na 3ª questão………………………………...51
Tabela 5proporção dos militares questionados na 4ª questão………………………………...52
Tabela 6proporção dos militares questionados na 5ª questão………………………………...54
Tabela 7proporção dos militares questionados na 6ª questão…………………...……………55
Tabela 8proporção dos militares questionados na 7ª questão………………………………...55
xi

RESUMO

O presente trabalho de pesquisa tem como tema de pesquisa: Emprego do sistema de


identificação amigo-inimigo (IFF) no radar p-18 modernizado, caso 1ª CRL de Malhazine
(2012-2015). Cujo problema é: Até que ponto o emprego do sistema de identificação amigo-
inimigo no radar p-18 modernizado pode contribuir para o cumprimento das missões da
radiotécnica? Levantou-se esse problema pelo facto de estar a se empregar métodos empíricos
como alternativa para identificar a pertença estatal das aeronaves. Com vista a analisar o
contributo do emprego do sistema IFF no radar p-18 modernizado, usou-se o método
hipotético dedutivo, baseando-se no tipo de pesquisa explicativa, onde o método de
abordagem é qualitativo, de natureza aplicada com base nos procedimentos bibliográficos. As
técnicas de colecta de dados empregues são: entrevista, questionário e observação directa,
assim sendo chegou-se a conclusão de que o emprego do sistema IFF ajuda para uma boa
coordenação de fogo entre as tropas da radiotécnicas e outras unidades da DAA assim como
ajuda a evitar a ocorrência de fratricídios por parte das aeronaves amigas, como sugestão, é
necessário que se criem condições para que o radar esteja operando com um sistema de
identificação de modo a garantir a segurança do espaço aéreo.

Palavras-chave: sistema de identificação amigo-inimigo (IFF), Segurança do espaço


aéreo, missões da radiotécnica.

ABSTRACT
xii

The present research work has as its topic: Employment of friend-foe identification system
(IFF) in p-18 modernized radar, case of the 1 st CRL of Malhazine (2012-2015), whose
problem is: To what extent the use of friend-foe identification system in p-18 modernized
radar contributes to the fulfilment of radio engineering missions? This problem was raised due
to the fact of being employed empirical methods as an alternative to identify the state-owned
aircraft. In order to analyze the contribution of the IFF system employment in the p-18
modernized radar, it was used the hypothetical deductive method, based on the kind of
explanatory research, where the method of approach is qualitative, applied in nature based on
the bibliographic procedures. The employed data collection techniques include: interviews,
questionnaires and direct observation. Therefore, we came to the conclusion that the use of
the IFF system helps to ensure proper coordination of fire between radio engineering troops
and other DAA units, as well as it helps to avoid the occurrence of fratricides by the friendly
aircraft. As a suggestion, it is necessary to create conditions so that the radar is operating with
an identification system to ensure the safety of air space.

Keywords: friend-foe identification system (IFF), airspace security, radio engineering


missions.
Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

INTRODUÇÃO

O sistema IFF é um sistema de identificação amigo-inimigo, que ajuda a fazer a identificação


das aeronaves que sobrevoam no espaço aéreo, pois o seu contributo é indispensável para o
funcionamento do Radar, possibilitando deste modo a identificação das aeronaves se são
amigas ou inimigas. O presente trabalho de pesquisa tem como assunto de abordagem:
Emprego do sistema de identificação amigo-inimigo (IFF) no radar p-18 modernizado,
caso 1ª Companhia de radiolocalização de Malhazine (20012-2015).

Assim sendo a pesquisa tem como objecto de estudo o contributo do sistema IFF no radar
p-18 modernizado.

A pesquisa teve lugar na 1ª CRL de Malhazine, na cidade de Maputo, por ser a unidade que
possui um radar em funcionamento, facilitando deste modo o desenvolvimento da pesquisa. A
escolha deste período, que compreende entre 2012-2015, deve-se ao facto de ser o período em
que o proponente começou a ter a sua formação Professional na especialidade de comandante
de meios radiotécnicos (CMRT).

A identificação a vista dos alvos torna-se ineficiente diante dos alcances estendidos das
modernas armas de combate, apesar do reconhecimento visual de objectivos ser motivo de
intenso treinamento para pilotos e integrantes da artilharia antiaérea de todos os países.
Portanto, aumenta-se o risco de fratricídios no decorrer das acções combativas.
Presentemente, a identificação também tem especial importância, dado que as armas
tecnologicamente sofisticadas aumentaram o seu alcance, precisão e letalidade, fazendo com
que se possam atingir os alvos a maiores distâncias e conferindo, por via disso, uma
criticabilidade acrescida à questão do reconhecimento.

A identificação dos diferentes alvos, fora do alcance dos respectivos sistemas de armas, é um
dos maiores problemas que se coloca ao Comandante Táctico ou Operacional no moderno
campo de batalha. O êxito de qualquer operação é tanto maior quanto menor o volume de
baixas sofridas pelas nossas forças.

No controle de tráfego aéreo, surgem pleitos para atender ao vertiginoso aumento do número
de aeronaves em circulação e para identificar aeronaves em situação de voo não autorizado, o
que é preocupante nos dias actuais. Uma vez que a tropa da radiotécnica é uma parte

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integrante da Defesa Antiaérea (DAA) e tem por missão principal, fazer o controlo e
reconhecimento do espaço aéreo através de meios de radiolocalização e a possível
identificação das ameaças aéreas.

Um sistema de identificação de forças amigas torna-se uma necessidade imperiosa, com o


objectivo prioritário de evitar ou minimizar a possibilidade de armas e munições, dirigidas a
alvos inimigos, provocarem baixas nas nossas forças. Assim sendo o proponente levantou-se a
seguinte questão de pesquisa: Até que ponto o emprego do sistema IFF no radar p-18
modernizado contribui para o cumprimento das missões da radiotécnica?

O proponente deparou-se com o problema durante a realização das aulas práticas (tirocínio),
que tiveram lugar na 1ª CRL de Malhazine onde constatou-se que o radar p-18 modernizado
que faz o controlo e reconhecimento do espaço aéreo na região sul do país não consegue fazer
a identificação das aeronaves por ele detectados, isto é, não era possível determinar se a
aeronave detectada era amiga ou inimiga, nacional ou internacional.

E como forma de ultrapassar essas dificuldade usavam-se métodos empíricos, onde eram
consideradas nacionais aquelas aeronaves que levantavam o voo no território nacional,
internacionais aquelas que atravessavam as nossas fronteiras. Visto que o método era
empírico não era possível ter uma informação exacta sobre o sobre determinada aeronave, dai
surge a necessidade de trazer informações sobre o contributo do emprego do sistema IFF no
radar. Então com a realização da pesquisa poderá ser possível ter uma noção de como é
importante que uma estação de radiolocalização esteja equipada de um sistema de
identificação.

A necessidade de reconhecimento do amigo ou inimigo tem surgido por várias vezes ao longo
da história. Actualmente, reveste-se de importância acrescida, visto que nos conflitos mais
recentes surgiram, bem evidentes, vulnerabilidades significativas neste âmbito, alargadas ao
campo das aeronaves civis. Esta questão assume uma especial atenção nas novas missões das
Forças Armadas, onde eventuais deficiências poderão originar limitações na eficácia dos
sistemas de armas utilizados e um aumento de baixas nas nossas forças, em resultado de ações
fratricidas, particularmente em operações de natureza aliada ou combinada.

O radar p-18 modernizado da 1ª CRL tem como missão, fazer o reconhecimento do espaço
aéreo, identificação das aeronaves e detecção de alvos aéreos que sobrevoam a baixas, médias

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e altas altitudes. E os operadores têm encarado muitas dificuldades por ser impossível a
identificação da pertença estatal das aeronaves que sobrevoam no território nacional por falta
de um sistema de identificação amigo-inimigo.

E isso, faz com que se torne vulneráveis a qualquer ameaça aérea, uma vez que o sistema IFF
foi concebido para fazer a identificação das aeronaves amigas ou inimigas, através do envio
de impulsos de ondas electromagnéticas ao espaço aéreo cujo sinal eco reflectido pelas
aeronaves permite identificar a sua pertença estatal e proporcionar um tráfego aéreo seguro.

A segurança operacional e a eficiência das operações aéreas requerem um adequado


gerenciamento do tráfego aéreo, suportado por suficientes meios de comunicações, navegação
e vigilância. A função de vigilância, tradicionalmente, tem sido proporcionada através de
radares, primário ou secundário. Porém, a cobertura radar sofre uma série de influências
inibidoras do alcance e da qualidade da detecção e, por exemplo, para voos a baixa altura, o
uso de radar sempre apresentará deficiências, ainda que se implementem todas as acções
técnicas de optimização dos equipamentos.

A partir da década de 50 do século passado, o radar começou a ser intensamente utilizado


também como ferramenta auxiliar para o controle do tráfego aéreo, onde continua sendo de
grande valia até os dias atuais, embora não consiga satisfazer todos os requisitos de vigilância
para a moderna gestão do tráfego aéreo.

O radar, embora parecesse oferecer uma solução brilhante ao problema da detecção, logo
apresentou um inconveniente principal. Emitindo pulsos poderosos de energia de rádio e
detectando os ecos emitidos, era possível descobrir os aviões que se encontravam no raio de
acção do radar a distância considerável, mas não se podia dizer a que tipo de avião os ecos se
referiam ou a qual lado pertenciam, amigo ou inimigo.

Assim sendo a presente pesquisa tem como objectivo principal: Conhecer o contributo do
emprego do sistema IFF no radar p-18 modernizado para o cumprimento das missões da
radiotécnica.

De modo a alcançar o objectivo geral tornou-se necessário levantar os seguintes objectivos


específicos: Identificar a importância do emprego do sistema IFF no radar p-18 modernizado
para o cumprimento das missões da radiotécnica; Avaliar o impacto da falta do sistema IFF no
radar p-18 modernizado no cumprimento das missões da radiotécnica; Conhecer o contributo

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do sistema IFF na coordenação de fogo entre as tropas da radiotécnica e outras unidades da


DAA.

O sistema IFF em uso há mais de quarenta anos, faz-se através de uma interrogação a um alvo
detectado e consequente resposta deste, de modo codificado, destinando-se essencialmente, a
identificar alvos aéreos.

Os sistemas IFF actualmente existentes, MK XA e XII, são do tipo Question and Answer
(Q&A), funcionando, basicamente, nos seguintes modes; o Mode 1 e o Mode 2, destinado
somente à atividade militar, em que o transponder pode seleccionar, respectivamente, um dos
32 ou 4096 códigos existentes; o Mode 3, idêntico ao Mode A civil, que permite a utilização
de 4096 códigos, é empregue para as actividades de Controlo do Espaço Aéreo (EA).

O Sistema IFF difere do radar primário, pois não há simples reflexão de energia pelo alvo; no
caso do IFF, há uma comunicação codificada entre as plataformas interrogadora e interrogada.
Pode-se dizer que o IFF complementa o radar primário, sem dispensá-lo. Por esse motivo,
também é dito radar secundário (SSR).

Assim sendo o proponente levantou as seguintes respostas provisorias: O emprego do sistema


IFF no radar p-18 modernizado ajuda no controlo e identificação da pertença estatal das
aeronaves que sobrevoam no espaço aéreo; A falta do sistema IFF no radar p-18 modernizado
inviabiliza o cumprimento das missões da tropa da radiotécnica; O emprego do sistema IFF
no radar p-18 modernizado ajuda para uma boa coordenação de fogo entre as tropas da
radiotécnica e outras unidades da DAA.

Em termos de estrutura e, para uma melhor abordagem do tema, o presente trabalho está
dividido em três capítulos, o primeiro aborda sobre a revisão da literatura que consiste em
fundamentar teoricamente, o tema e o problema levantado e bem como as palavras
emergentes das hipóteses, indicadores e outros conceitos convergentes no estudo.

O segundo capitulo trata sobre procedimentos metodológicos que descrevem a abordagem do


problema, tipo de pesquisa, procedimentos de pesquisa, universo e amostra, técnicas de
colecta de dados e bem como o procedimento de apresentação e análise de dados.

O terceiro capítulo aborda a caracterização do local de pesquisa, apresentação análise e


interpretação dos dados discussão ou confirmação das hipóteses ou respostas às questões de

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investigação. Para finalizar, está apresentada a lista das obras consultadas para a realização da
pesquisa, a conclusão, sugestões e bem como apêndice de entrevista e questionário.

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CAPÍTULO I: REVISÃO DE LITERATURA

Segundo Silva e Meneses (2001), “Neste capítulo, o pesquisador realiza uma análise
comentada do que já foi escrito sobre o tema de sua pesquisa procurando mostrar os pontos de
vista convergentes e divergentes dos autores”.

1.1 Conceitos relevantes ao tema

De acordo com Marcondes (2006, p.28), É fundamental definir com precisão os termos
pertinentes à investigação científica pretendida, para que se possa efetivamente esclarecer o
assunto pesquisado. Isto se torna ainda mais evidente quando se trabalha com conceitos que
podem ter diferentes significados ou pertencem a jargões específicos.

Para que se possa perceber melhor acerca do emprego do sistema de identificação amigo-
inimigo é necessários que se comece por abordar os conceitos relevantes, assim sendo:

1.1.1 Sistema IFF

Segundo Wurts, (2010, p.375), Sistema IFF É uma forma de reconhecimento entre
plataformas navais, terrestres e aéreas, executada por intermédio de um pulso de
interrogação feita por um interrogador a bordo de uma das plataformas, para a qual é
emitida e uma resposta codificada por um transponder em outra plataforma.

Um sistema de identificação de forças amigas torna-se uma necessidade imperiosa, com o


objectivo prioritário de evitar ou minimizar a possibilidade de armas e munições, dirigidas a
alvos inimigos, provocarem baixas nas nossas forças. (Estriga, 2002).

Das afirmações acima pode-se salientar dizendo que o sistema IFF, consiste em obter
informações das plataformas navais, terrestres e aéreas desde que estas plataformas estejam
equipadas de um transponder de modo a responder o pulso de interrogação vindo do
dispositivo interrogador, cujo objectivo primordial é evitar ou minimizar que o fogo inimigo
cause baixas as nossas forças.

Para o cumprimento das missões da radiotécnica é indispensável ter um sistema de


identificação de modo a monitorar todas aeronaves que sobrevoam no território nacional, pois
só assim é que poderá ser possível identificar a presença de um provável inimigo aéreo assim
como auxiliar a navegação das aeronaves amigas civis e o controlo eficaz do tráfego aéreo.

1.1.2 Transponder

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Transponder “é um subsistema empregue no ar ou em veículos de superfície para responder as


interrogações sobre a informação específica do veículo”. Estriga (2002).

Transponder é um transmissor-receptor de radar secundário de bordo que, automaticamente,


recebe sinais de rádio dos interrogadores de solo e, selectivamente, responde, com um pulso
ou grupo de pulsos, somente àquelas interrogações realizadas no modo e código para os
quais estiver ajustado. (Sitraer, 2008, p.409).

Com base na citação e como forma de contribuição do proponente pode-se dizer que
transponder é um dispositivo electrónico trans-receptor que se encontra a bordo num radar
secundário com a capacidade de receber e responder automaticamente os sinais de radio dos
interrogadores de solo, no modo e código para o qual estiver configurado.

Segundo o dicionário Aurélio, interrogar “é Procurar conhecer; investigar, sondar; inquirir”.

Segundo Estriga (2002), Interrogation “é um subsistema empregue para controlo do tráfego


aéreo, defesa aérea, localização de alvos e procedimentos de identificação”.

Segundo o dicionário Aurélio, identificar “é o processo de determinar a identidade;


determinar a origem, a natureza, as características”.

1.1.3 Radiotécnica

Radiotécnica é uma arma da defesa antiaérea destinada a realizar o reconhecimento por


rádiolocalização do inimigo aéreo e asseguramento das acções combativas das unidades das
tropas de foguetes antiaéreos, tropas da artilharia antiaérea e a aviação de caça da Força
Aérea. (Manual Técnico de Mecanismos de Exploração, 1985).

Da afirmação acima pode-se salientar que a tropa da radiotécnica é uma arma da DAA, que
tem como missão fazer o reconhecimento do espaço aéreo através do emprego do radar,
garantindo deste modo a inviolabilidade do espaço aéreo por qualquer inimigo provável. E
esta missão só poderá ter sucesso se houver uma boa coordenação de fogo com as unidades
das tropas de foguetes antiaéreos, artilharia antiaérea e aviação de caça.

Meios Rádio Técnicos “é o nome atribuído a um conjunto de aparelhos e seus acessórios


pelos quais executa-se a vigilância e o reconhecimento do espaço aéreo, com base no uso de
Radares”. (Manual Técnico de Mecanismos de Exploração, 1985).

1.1.4 Espaço aéreo

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Espaço aéreo “o espaço aéreo de um determinado país é aquele sobre o seu território nacional,
incluindo o espaço sobre o alto mar delimitado por intermédio de um acordo regional de
navegação aérea”. (Sales, 2000).

Espaço aéreo “é a porção da atmosfera que se sobrepõe ao território desse País incluindo o
território marítimo, indo do nível do solo, céu, e do mar ate 100 quilómetros de altitude, onde
o país controla o movimento de aeronaves”. (http://www.ufmg.br/boletim/boll690, acesso em
Agosto de 2013).

Na concepção moçambicana, de acordo com Aeroportos de Moçambique (2000), o espaço


aéreo é aquele que se sobrepõe ao seu território nacional, incluindo as águas territoriais e
jurisdicionais, e também o que avança na direcção do alto mar. Pois assim está estabelecido
acordo regional de navegação aérea pelo conselho da Organização Internacional da Aviação
Civil (ICAO).

Tendo em conta as afirmações acima citadas pode-se concluir que o espaço aéreo de um
determinado pais é a porção da atmosfera que sobrepõe o território nacional, incluindo o
espaço sobre o alto mar, as águas territoriais e jurisdicionais, espaço esse onde sobrevoam
todas as aeronaves nacionais estrangeiras e internacionais.

Assim sendo é necessário que se faça o reconhecimento do espaço aéreo de modo a garantir a
segurança nacional. Para tal surge há necessidade de perceber melhor sobre os meios de
reconhecimento e controlo do espaço aéreo.

1.2 Reconhecimento e controlo do espaço aéreo

Reconhecimento “é toda a missão realizada com fim de se obterem, por observação visual ou
qualquer outro método, noticias sobre o IN, terreno, condições meteorológicas, populações e
outras características da área de operações”. (RC 130-1, 1987, p.8)

Nesta ordem de ideias, pode-se dizer que o reconhecimento é um processo pelo qual são
usados técnicas para recolha e processamento de informações sobre a situação inimiga com
objectivos de ajudar as forças amigas a prepararem-se face aos ataques e a contrapor-se do
reconhecimento inimigo em tempo oportuno.

Na Radiotécnica, estas actividades consistem principalmente na aquisição informações por


meio de intercepção das comunicações e emissões electromagnéticas. O reconhecimento por
radiolocalização do espaço aéreo é parte integrante da missão da defesa antiaérea,

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coordenando seus meios e forças. Por essa razão, a missão da radiotécnica é de grande
importância na resposta das actuais ameaças perpetuadas pelo inimigo aéreo.

Segundo Portugal, MC 18-20 (2003), “o reconhecimento e controlo do espaço aéreo garantem


a coordenação estreita entre os elementos da DAA com o objectivo de reduzir o risco de
fratricídio e o balanceamento desses riscos numa defesa antiaérea eficaz”.

O Manual Técnico de Mecanismos de Exploração (1985), salienta que “ o reconhecimento e


controlo do espaço aéreo é uma operação que visa prever os ataques inimigos mediante a
obtenção da distância, velocidade e direcção do inimigo aéreo, evitando assim a surpresa”.

Deste modo pode-se concluir que os meios de reconhecimento e controlo do espaço aéreo
consistem em identificar a presença de aeronaves amigas-inimigas, de modo a evitar ataques
aéreos surpresa, permitir a coordenação de fogo com as unidades de defesa antiaérea (DAA),
de modo a esmagar todas ameaças aéreas. Mas também ajudam na navegação das aeronaves
militares e civis (se necessário).

O termo controlo do espaço aéreo é tão amplo quanto ao reconhecimento do espaço aéreo, por
isso para melhor percepção é necessário aborda-lo de forma isolada, assim sendo:

De acordo com Portugal, MC 18-130 (2002), “o controlo do espaço aéreo inclui a


coordenação, integração e regulação do espaço aéreo, de modo a garantir a eficácia
operacional e proporcionar ao Comandante a flexibilidade adequada em qualquer tipo de
operação e o emprego eficaz das forças”.

O controlo do espaço aéreo é o termo usado para indicar que as informações derivadas de
um sistema de vigilância não são requeridas para a provisão do serviço de controlo de
tráfego aéreo e que devem ser usadas, a fim de que sejam melhoradas a segurança, a
capacidade e a eficiência na provisão dos serviços de tráfego aéreo (AIC). (Serviço de
Vigilância ATS, 2007).

Dos conceitos acima pode-se concluir que o controlo do espaço aéreo tem como finalidade
regular e identificar o fluxo das aeronaves que sobrevoam no espaço aéreo nacional
permitindo assim um bom tráfego aéreo por parte das aeronaves nacionais, estrangeiras e
internacionais, garantindo a segurança do espaço nacional pelo emprego dos meios de
rádiolocalização e pela coordenação de fogo com as unidades da Artilharia Antiaérea (AAA)
e Tropa de Foguetes Antiaéreas (TFAA).

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Praticamente todos os países têm os seus espaços aéreos vigiados por radares, mas nem todo
o espaço tem suas actividades aéreas controladas pelos órgãos de controlo, o que permite
que toda e qualquer aeronave deve ter autorização antes de ingressar em áreas controladas e
deve manter contacto por rádio com o órgão de controlo quando estiver nesta áreas e em
áreas não controladas não é necessário que as aeronaves tenham autorização prévia para
voar e não é necessário manter contacto com os órgãos de controlo caso a aeronave não
tenha rádio. (Guião do Oficial da Defesa Antiaérea, 1987).

Ainda este Guião salienta que, “as áreas controladas geralmente correspondem à áreas com
tráfego aéreo significante, como áreas próximas a aeroportos e aerovias e as não controladas o
tráfego aéreo é muito pequeno, não se fazendo necessário o controle aéreo”.

 Áreas perigosas - onde o voo é permitido mas existem riscos potenciais para a
navegação aérea. Ex: área de treinamento de aeronaves civis e voo de planadores.
 Áreas proibidas - onde o voo não é permitido. Ex: refinarias, fábricas de explosivos,
áreas de segurança nacional.

 Áreas restritas - onde o voo só será permitido com prévia autorização do órgão de
controlo aéreo, pois essas áreas podem ser temporariamente fechadas. Ex: lançamento
de pára-quedistas, treinamento de acrobacias, lançamentos de foguetes.

Controle - é a “acção ou efeito de acompanhar a execução de qualquer empreendimento por


intermédio de avaliação e correcção das actividades controladas, de forma a não permitir que
a mesma se desvie do propósito estabelecido”. Brasil, C44-1 (2001).

Controle de tráfego aéreo - é a operação pela qual os órgãos competentes gerem o tráfego
aéreo, com finalidades de evitar acidentes de aeronaves. (Varela & Neves 1962-1963).

Portanto controlo do tráfego aéreo pode ser entendido como um conjunto de actividades que
visam garantir uma navegação segura das aeronaves de modo a evitar acidentes.

Navegação “é uma actividade distinta na condução de voo, mas fundamentalmente


condicionante da sua precisão pelas consequências vantajosas de escolha do melhor caminho,
de certeza das posições e da previsão da chegada a qualquer ponto, incluindo o destino”
(Manual Técnico de Mecanismos de Exploração, 1985).

O conceito de navegação pode ser percebido como sendo actividade condicionante na


condução do voo pela escolha vantajosa do melhor caminho, assim como das posições e da
chegada a qualquer ponto, incluindo o destino.

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Operação - “Designação genérica de qualquer acção militar executada para o cumprimento


de uma missão táctica estratégica ou, ainda, de actividades ligadas ao apoio logístico, a
instituição ou as funções administrativas”. (Varela & Neves, 1962-1963).

Tráfego aéreo – Conjunto das aeronaves em voo e das aeronaves que operam nas áreas de
manobra dos aeródromos. (Brasil, RC 18-100, 2004).

1.3 Breves considerações sobre o radar

A palavra RADAR é uma sigla em inglês (Rádio Detection and Ranging), que quer dizer
detecção e medição por rádio.

Segundo Nooger (1976) citado por Sitraer, (2008, p.409) “O radar é um sistema de detecção e
medição da distância a que os objectos se encontram através de emissão, reflexão e recepção
ondas electromagnéticas”.

Por se tratar da medição esta não deve ser entendida como sendo uma simples medição da
distância a que estes se encontram, mas também ao seu tamanho, velocidade e até a altura em
que ele se encontra em relação a terra.

Da composição do radar, à que ter em conta alguns elementos mais importantes para o seu
funcionamento que é o caso do transmissor que gera a onda electromagnética; A antena cuja
função é de emitir e receber as ondas electromagnéticas e por fim temos o receptor que da
antena recebe a onda ou sinal eco reflectido, amplifica e descodifica o sinal, de modo a poder-
se visualizar nos indicadores.

O seu princípio de funcionamento baseia-se no princípio de emissão, reflexão e recepção das


ondas electromagnéticas. O emissor do radar envia uma onda eletromagnética ao espaço e é
reflectida pelos objectos que se encontram no seu caminho, aeronaves, nuvens, terreno, etc.
Parte da energia emitida é reflectida pelos objectos na direcção do receptor sendo detectada
por este.

Figura I: Radar p-18 de reconhecimento e controlo do espaço aéreo

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Fonte: Autor do trabalho

1.4 Constituição física do radar

O Equipamento de radar é composto de uma antena transceptora, da linha de transmissão, ou


guia de onda, de um transmissor de alta potência e alta frequência, do sistema de recepção,
decodificação, processamento e visualização das informações coletadas, além da mesa de
interface entre equipamento e operador.

1.4.1 Sistema de Transmissão

O sistema de transmissão é composto por 3 elementos principais: o oscilador, o modulador,


e o próprio transmissor. O transmissor fornece radiofrequência para a antena em forma de
pulsos eletromagnéticos modulados de alta potência que são disparados contra a antena
parabólica que remete-os unidirecionalmente em direcção ao alvo. (Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Radar, acessado aos 25 de Setembro de 2015).

1.4.1.1 Oscilador

A produção do sinal do radar começa no oscilador, que é um dispositivo que gera


radiofrequências num comprimento de onda desejado.

A maioria dos radares usa bandas de frequências de rádio (MHz- milhões de Hertz até
centenas de milhões) ou de micro-ondas (de centenas de milhões até GHz- dezenas de bilhões

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de Hertz). O dispositivo precisa produzir uma frequência estável, pois o radar necessita de
precisão para calcular o efeito Doppler.

1.4.1.2 Modulador

O modulador, pode variar o sinal em amplitude ou frequência, conforme o caso. Num radar de
pulso, o sinal é ligado e desligado rapidamente no oscilador, neste caso, o modulador faz a
mistura de um comprimento de onda secundário à frequência fundamental. Da estabilidade do
sinal gerado no oscilador e da modulação dependerá a qualidade do eco captado após atingir o
alvo.

1.4.1.3 Transmissor

A função do transmissor, é amplificar o sinal gerado no oscilador e misturado no modulador.


Dependendo do ganho, um transmissor pode amplificar a potência de 1 Watt para 1
Megawatt. Os radares em geral, necessitam enviar pulsos de alta potência, que após se
propagarem, atingem o alvo e refletem numa espécie de eco. O sinal refletido, bem mais fraco
que o emitido, é captado pela antena e amplificado novamente.

1.4.2 Antena

Depois que o transmissor amplifica o sinal no nível desejado, ele envia para a antena, que
em alguns radares tem a forma de um prato de metal (Antena Parabólica). As ondas
eletromagnéticas, depois de geradas e amplificadas, são levadas por guias de onda em
direção ao foco do disco parabólico. Disparadas contra a parábola, se propagam para o
ambiente. (Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Radar, acessado aos 25 de Setembro
de 2015).

O extremo de saída da guia de onda é localizado no foco da parabólica. Semelhante às ondas


luminosas no foco de num espelho parabólico, as ondas de radar se propagam em direção à
parábola e por esta são emitidas em unidireccionalmente ao alvo.

Normalmente as antenas são giratórias, para mudar a direção das emissões, permitindo que o
radar faça uma varredura na área ao invés de sempre apontar para a mesma direção.

A antena recebe o eco radielétrico do sinal emitido no momento em que está comutada para
recepção. Pelo fato de ser parabólica, reflete a radiofrequência em direção ao seu foco. O sinal
é captado por um dispositivo localizado no ponto focal, este pode ser um dipolo, ou um pré
amplificador de baixo ruído numa cavidade ressonante, neste momento, a radiofrequências se

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propaga através da linha de transmissão (No caso do pré amplificador estar localizado no
foco) ou pela guia de onda em direção a um pré-amplificador localizado distante da antena.

Figura II: Antena de radar

Fonte: (Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Radar, acesso aos 25 de Setembro de


2015).

1.4.3 Sistema de Recepção

O receptor do radar detecta e amplifica os ecos produzidos quando as ondas reflectem no


alvo. Geralmente a antena de transmissão e recepção é a mesma, principalmente nos radares
pulsados.

O sistema funciona da seguinte forma:

 O pulso gerado é disparado contra a antena que o envia ao espaço. O sinal bate no
alvo e retorna em forma de eco. Neste momento é captado pela mesma antena, pois o
transmissor está desligado. Pois, se estivesse ligado, devida alta potência, o receptor não
receberia o pulso refletido, e sim o pulso emitido.

Para gerênciar a transcepção do radar, é utilizado um dispositivo que comuta o momento de


transmissão e recepção. Determinando assim quando a antena está ligada ao transmissor ou ao
receptor. O receptor, recebe o sinal fraco provindo do alvo em direção à antena e amplifica-o.
Após a ampliação, o sinal é processado, demodulado, integrado e enviado para o monitor que
é lido pelo operador de radar.
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1.4.4 Comutador

O comutador possibilita ao sistema de radar emitir sinais e recebê-los na mesma antena. Em


geral, atua como um relê entre a antena e o conjunto transmissor/receptor. Isso evita que o
sinal de grande intensidade vindo do transmissor chegue ao receptor causando sobrecarga,
pois o receptor espera por um sinal de retorno de baixa intensidade. (Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Radar, acessado aos 25 de Setembro de 2015).

O relê comutador conecta o transmissor à antena somente quando o sinal está sendo
transmitido. Entre dois pulsos, o comutador desconecta o transmissor e liga o receptor à
antena.

Para o radar de pulso contínuo, o receptor e o transmissor operam ao mesmo tempo. Este
sistema não opera com comutador. Neste caso, o receptor através de uma cavidade ressonante
separa o sinal por frequências automaticamente. Como o receptor precisa interpretar sinais
fracos ao mesmo tempo que o transmissor está operando, os radares de onda contínua têm
duas antenas separadas, uma de transmissão e outra para recepção desfasada da primeira.

1.4.5 Receptor

Muitos radares modernos utilizam equipamentos digitais, pois este permite o executar funções
mais complicadas. Para usar este tipo de equipamento, o sistema necessita de um conversor
analógico-digital para transitar de uma forma a outra. A entrada do sinal analógico pode ser
de qualquer valor, de zero a dez milhões, incluindo frações destes valores. Todavia, a
informação digital trabalha a valores discretos, em intervalos regulares, como 0 e 1, ou 2,
porém nada entre estes.

O sistema digital pode requerer uma fração de sinal para arredondar números decimais como
0.66666667, ou 0.667, ou 0.7, ou mesmo 1. Após o sinal analógico ser convertido para sinal
discreto, o número será usualmente expresso na forma binária, com uma série de zeros e uns
que representam o sinal de entrada. O conversor analógico-digital mede o sinal analógico de
entrada muitas vezes por segundo e expressa cada sinal como um número binário.

Uma vez que o sinal é digitalizado, o receptor pode executar complexas funções sobre este.
Um das mais importantes funções para o receptor é o filtro Doppler, baseado no efeito do
mesmo nome. Ele é usado para diferenciar alvos múltiplos. Seguido do filtro Doppler, o
receptor executa outras funções como maximizar a força do sinal de retorno, eliminar o
ruído e a interferência do sinal. (Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Radar,
acessado aos 25 de Setembro de 2015).

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1.4.6 Indicador

O indicador é o resultado final das etapas de conversão do sinal recebido pelo radar em
informação útil. Antes, os sistemas de radares usavam apenas modulação em amplitude – o
sinal de força, ou amplitude era função da distância da antena. Nestes sistemas, um ponto de
sinal forte aparece no lugar da tela que corresponde o alvo distante. Mais usual e mais
moderno é o indicador de plano de indicação posicional (PPI). (Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Radar, acessado aos 25 de Setembro de 2015).

O indicador de plano de indicação posicional (PPI) mostra a direcção do alvo em relação ao


radar (em relação ao norte) com um ângulo de medida de cima do indicador, enquanto a
distância do alvo é representado como a distância até o centro do indicador. Em alguns
sistemas de radares que usam PPI mostra a real amplitude do sinal, enquanto outros
processam o sinal antes de exibi-lo e mostram alvos em potencial em forma de símbolos.
Alguns sistemas simples de radares, para assinalar a presença de um objeto e não sua
velocidade ou distância, notificam o controlador com um sinal de áudio, como um beep.

1.5 Contributo do sistema IFF no radar p-18 modernizado para o cumprimento das
missões da radiotécnica.

Segundo Massambani (s.d.) “Um radar primário transmite sinais de alta frequência que são
reflectidos pelo alvo. Os ecos produzidos são recebidos e avaliados. Isto significa,
diferentemente de unidades de radar secundário, uma unidade de radar primário recebe seus
próprios sinais emitidos como um eco”.

“O Sistema IFF difere do radar primário, pois não há simples reflexão de energia pelo alvo,
no caso do IFF, há uma comunicação codificada entre as plataformas interrogadora e
interrogada. Pode-se dizer que o IFF complementa o radar primário, sem dispensá-lo”.
(Wurts, 2010).

Nessas unidades de radar secundário, as aeronaves devem possuir a bordo um transponder


(transmissor de resposta) e recebe um sinal codificado da unidade de radar. Um sinal de
resposta activo e também codificado é retornado à unidade de radar a qual é gerada no
transponder. A partir dessa resposta é possível obter muito mais informação, como uma
unidade de radar primário faz, como a altitude, um código de identificação ou qualquer
problema técnico a bordo como perda do contacto por rádio. Massambani (s.d.)

O radar p-18 modernizado da 1ª CRL de Malhazine, faz parte dos radares primários pois este
transmite sinais de alta frequência que são reflectidos pelo alvo em forma do sinal eco,
portanto estes radares primários possuem certas limitações pois não são capazes de obter um
código de identificação nem identificar problemas técnicos a bordo como perda de contacto
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por rádio (se estiver a operar sem o sistema IFF). Enquanto o sistema IFF, também conhecido
como radar secundário, tem a capacidade de obter toda informação que permite proporcionar
um voo seguro, como por exemplo identificar a pertença estatal das aeronaves, manter
comunicação via rádio com os piloto, negar a entrada de aeronaves inimigas no território
nacional, garantindo uma boa coordenação de fogo com as unidades da DAA.

O radar, embora parecesse oferecer uma solução ao problema de detecção de aeronaves,


logo apresentou um inconveniente principal pois emitindo pulsos poderosos de energia de
rádio e detectando os ecos emitidos, era possível descobrir os aviões que entram no raio de
acção do radar a distância considerável, mas não se podia dizer a que tipo de avião os ecos
se referiam ou a qual lado pertenciam, amigo ou inimigo (Sitraer, 2008).

O Sistema IFF é uma forma de reconhecimento entre plataformas navais, terrestres e aéreas,
executado por intermédio de uma pergunta padrão (pulso de interrogação) feita por um
interrogador a bordo de uma das plataformas, para a qual é emitida e uma resposta
codificada (pulso de resposta) por um transponder em outra plataforma. (Wurts, 2010).

Segundo o dicionário Aurélio, identificar “é o processo de determinar a identidade;


determinar a origem, a natureza, as características”.

Com base nas afirmações acima pode se dizer que o sistema de identificação amigo-inimigo, é
de grande contributo para o cumprimento das missões da radiotécnica. Pois no processo de
reconhecimento e controlo do espaço aéreo permite a determinação da pertença estatal, a
natureza e características, das aeronaves que sobrevoam no espaço aéreo, isto é, permite
distinguir a aeronave amiga da inimiga, evitando assim o risco da ocorrência de fratricídios
por parte das aeronaves amigas. Como também ajuda na coordenação de fogo entre as
unidades da defesa antiaérea e a tropa da radiotécnica em caso de identificação de uma
ameaça aérea, garantindo deste modo a protecção dos pontos sensíveis do estado (centros de
agrupamentos militares, industrias, hospitais etc.).

No processo de interrogação caso a resposta esteja correcta, ou seja, conste de uma lista de
códigos do sistema de inteligência, o possível alvo pode ser reconhecido como amigo. Mas
se o alvo não responde, ou seja, permanece passivo, não é possível identificar
electronicamente pode ser considerado de inimigo. (Estriga, 2002).

Com isso pode se salientar que o processo de identificação das aeronaves é feito na base do
sistema de identificação amigo-inimigo que é acoplado pelo dispositivo interrogador e
transponder onde é enviado um código em forma de impulsos a uma determinada aeronave e
esta envia um sinal eco (resposta), que permite identificar se é uma aeronave amiga ou
inimiga.

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1.6 Importância do emprego do sistema IFF no radar p-18 modernizado para o


cumprimento das missões da radiotécnica

Sitraer, (2008) O emprego do sistema IFF no radar p-18 modernizado é de grande importância
para o cumprimento das missões da radiotécnica pois ajuda á:

 Manter vigilância sobre o desenvolvimento do tráfego aéreo com a finalidade de


proporcionar uma melhor informação de posição das aeronaves controladas, informação
suplementar com respeito a outras aeronaves e informação sobre desvios significativos
das aeronaves, com respeito às autorizações de tráfego aéreo;
 Manter comprovação radar do tráfego aéreo, com a finalidade de proporcionar às
aeronaves informação ou asseguramento;
 Proporcionar vetoração às aeronaves em rota, com o objectivo de resolver possíveis
conflitos de tráfego ou para ajudar as aeronaves na navegação;
 Proporcionar vetoração às aeronaves que saem, com a finalidade de facilitar a subida até
o nível de cruzeiro;
 Proporcionar vetoração às aeronaves que chegam, com a finalidade de facilitar a descida
desde o nível de cruzeiro até uma posição estabelecida na preparação para a
aproximação;
 Proporcionar separação e manter o desenvolvimento normal do tráfego, quando uma
aeronave tiver falha de comunicações dentro da área de cobertura radar.
 Informação relativa a quaisquer aeronaves que se observem seguindo trajectórias
incompatíveis e sugestões ou asseguramento referentes às medidas escapatórias;
 Informação para auxiliar as aeronaves na sua navegação.

1.7 Impacto do emprego do radar p-18 sem o sistema IFF para o cumprimento das
missões da radiotécnica.

As tropas da Radiotécnica no âmbito da sua existência, responsabilizam-se pela vigilância e


controlo do espaço aéreo nacional fazendo parte integrante das missões da Força Aérea de
Moçambique (FAM), que atribuem à Radiotécnica os meios aéreos necessários para o
reconhecimento e controlo do espaço aéreo, garantido assim a defesa aérea do território
nacional. Esse controlo é feito através de um sistema de Radar que permite vigiar os
movimentos das aeronaves no espaço aéreo, para que as ameaças não se aproximem sem que
sejam identificadas, e sempre que possível, impedir o ataque e a destruição dos bens do
Estado mediante a coordenação com as unidades de fogo da defesa antiaérea (DAA).

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O desenvolvimento do RADAR (Radio Dectection and Ranging) primário ocorreu, com


grande empenho dos principais contendores de ambos os lados, durante a segunda guerra
mundial. O radar, embora parecesse oferecer uma solução brilhante ao problema da
detecção, logo apresentou um inconveniente principal. Emitindo pulsos poderosos de
energia de rádio e detectando os ecos emitidos, era possível descobrir os aviões que
entravam a distância considerável, mas não se podia dizer a que tipo de avião os ecos se
referiam ou a qual lado pertenciam, amigo ou inimigo. (Sitraer, 2008).

Durante a guerra do golfo de 2003, os índices de fratricídios no combate aeroespacial foram


tão elevados dos quais pode se destacar o míssil patriot, que abateu um tornado da Royal Air
Force, e a destruição de uma unidade de tiro patriot por um F-16. Posteriormente, em 2 de
Abril de 2003, um míssil patriot abateu um F-18 a oeste de karbala, no Iraque. (Wurts,
2010).

Das afirmações acima pode-se concluir que o emprego da radar sem o sistema de
identificação amigo-inimigo, não é possível fazer a identificação da pertença estatal das
aeronaves o que acaba contribuindo para ineficácia no cumprimento das missões da
radiotécnica, pois não será possível distinguir uma aeronave amiga da inimiga, e como
consequência disto haverá maior probabilidade de ocorrência de fratricídios por parte da tropa
amiga. Contribuindo deste modo para o insucesso no cumprimento das acções combativas e
da coordenação de fogo entre as unidades da radiotécnica e a tropa da defesa antiaérea.

Uma só plataforma pode estar equipada com interrogadores e transponders, caso típico de
aeronaves destinadas à interceptação aérea e de navios destinados ao combate naval;

O Sistema IFF difere do radar primário, pois não há simples reflexão de energia pelo alvo; no
caso do IFF, há uma comunicação codificada entre as plataformas interrogadora e interrogada.
Pode-se dizer que o sistema IFF complementa o radar primário, sem dispensá-lo. Por esse
motivo, também é designado por radar secundário.

O radar primário é essencial em combate, dada a falta de resposta de inimigos; no caso do


controle do tráfego aéreo, o SSR sobressai em importância, por ter maior probabilidade de
detecção e permitir troca de dados.

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1.8 Modos de funcionamento utilizados pelo sistema IFF1

Segundo Wurts, (2010). “O sistema tem quatro modos de operação (modos 1, 2, 3/A e C),
sendo os dois últimos para uso civil e os dois primeiros estritamente para o uso das forças
armadas (o modo 3/A atende ambas operações, militar e civil) ”.

O modo 3/A é a modalidade padrão para a função de vigilância no controle de tráfego aéreo.
Melhor conhecido como radar secundário, desde o final da segunda grande guerra é usado
intensamente e sem modificações significativas, em conjunto com a informação automática da
altitude (modo C), em todas as regiões do mundo. O modo 3/A contempla um total de 4096
códigos

Este número relativamente pequeno de códigos disponíveis é bastante difícil de administrar e


é considerado uma deficiência séria do sistema (pois pode ocorrer que haja mais de uma
aeronave com o mesmo código) e, embora não apenas por esta razão, em época mais recente
se desenvolveu um novo modo, “S”, denominado selectivo. Este, além de aumentar os
códigos disponíveis para cerca de 16 milhões, também veio acrescentar outras melhorias ao
radar secundário, tais como, um canal para comunicações por enlace de dados. Apesar disto, o
emprego do modo S ainda encontra-se pouco difundido. Sitraer (2008).

1.8 Caracterização dos sistemas de identificação

Sistemas directos e indirectos - Os sistemas directos são os sensores e as fontes que


directamente fornecem qualquer espécie de informação usada para efeitos de identificação,
enquanto os sistemas indirectos processam dados de variadas origens, de modo a que se
chegue a uma identificação de alta probabilidade. Estes últimos estão dependentes do
número e variedade de fontes a que se encontram ligados, e do conjunto de comunicações
externas disponíveis. (Wurts, 2010).

Figura III: Interrogador IFF AN/TPX-56 (esquerda) e AN/TPX-57 (V) MK XIIA (direita)

1
Sitraer (2008). Vigilância aérea. Desmistificando as tecnologias de vigilância dependente
automática por radiodifusão e multilateração. (s. ed.), rio de Janeiro.

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Fonte: Raytheon (2008).

Os sistemas cooperativos são diferenciados dos não-cooperativos, com base no


comportamento dos alvos. Enquanto os meios cooperativos, na generalidade, só identificam
positivamente como amigo, a maioria dos meios não-cooperativos fornece a possibilidade
de identificar positivamente como amigo, inimigo e até neutral. (Wurts, 2010).

A identificação cooperativa requer que o alvo forneça activamente dados que possam ser
usados para efeitos de identificação, tal como, responder às questões colocadas
electronicamente, o que serve como auto identificação, como é o caso do IFF MKXA/XII SSR.

Na identificação não-cooperativa, um alvo não tem que fornecer os dados necessários à


identificação; estes provêm da análise da informação reunida acerca do alvo vinda de
variados meios, como por exemplo, a análise de respostas de radar, meios ópticos e
acústicos e de medidas de apoio electrónico. (Wurts, 2010).

De acordo com Wurts, (2010). “A identificação passiva distingue-se da activa em função da


informação processada. No último caso, ela resulta da produção de um sinal interrogador,
enquanto no primeiro caso se aguarda a manifestação de um dado indício”.

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CAPÍTULO II: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exacta de toda a acção


desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a explicação do tipo de
pesquisa, do instrumental utilizado, do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da
divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo
que se utilizou no trabalho de pesquisa. (Bello 2005, p. 21).

Neste capítulo, está detalhado o material e métodos utilizados na pesquisa, justificada a razão
da escolha do método e explicando porque o mesmo é adequado para o propósito. Está
apresentada uma descrição concisa dos métodos, materiais, técnicas e equipamentos utilizados
no estudo. Este trabalho subordina-se ao tema referente com o emprego do sistema de
identificação amigo-inimigo.

O problema levantado nesta pesquisa visa conhecer o contributo do emprego do sistema IFF
no radar p-18 modernizado. O problema teve a sua origem no decorrer das aulas pratica
durante o tirocínio na 1ª companhia de radiolocalização de malhazine. Durante o regime de
funcionamento do radar p-18 modernizado foram verificadas certas dificuldades referentes ao
processo de identificação das aeronaves que sobrevoam no espaço aéreo, devido a falta do
sistema de identificação, o que tem contribuído bastante para o baixo desempenho das tropas
da radiotécnica.

2.1 Método de pesquisa

Com vista ao alcance do objectivo desta pesquisa, usou-se o método hipotético-dedutivo por
ser o método adequado para o tipo de pesquisa que se realizou e os objectivos a alcançar.

Segundo Lakatos & Marconi (2001, p.106) “O método hipotético-dedutivo inicia pela
percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca de um fenómeno social sobre o qual
procura-se formular algumas hipóteses e tenta-se, pela deduções testar a ocorrência do
fenómeno abrangido pelas hipóteses”.

“Quando os conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para


a explicação de um fenómeno, surge o problema. Para tentar explicar a dificuldades
expressas no problema, são formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses
formuladas, deduzem-se consequências que deverão ser testadas ou falseadas. Falsear
significa tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses. Enquanto no método
dedutivo se procura a todo custo confirmar a hipótese, no método hipotético-dedutivo, ao
contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-la”. (GIL, 1999, p.30)

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Com base nas ideias dos autores acima citado, pode-se fundamentar o método hipotético-
dedutivo como aquele que se usa para a discussão de conhecimentos que se tem a cerca de um
determinado assunto que constitui um problema e que carece de uma investigação de modo a
se determinar as possíveis soluções. Isto começa a partir do momento em que um individuo
toma conhecimento sobre um determinado fenómeno e desperta uma curiosidade para a
veracidade dos factos. Na tentativa de ter as possíveis respostas dessa curiosidade, constitui
um problema que carece de uma investigação e propõe respostas ou hipóteses que o guiarão a
solução do problema. Estas hipóteses devem ser discutidas de forma a falsear ou aprovar.

Assim, para este trabalho, o método hipotético dedutivo permitiu que o proponente, com base
nos dados, chegasse às conclusões finais de acordo com os objectivos previamente
apresentados. Quando o proponente esteve no estágio profissional, verificou que o radar p-18
modernizado do 1º BIRT estava a operar sem êxito na identificação da pertença estatal das
aeronaves, isto é, não era possível dizer se a aeronave era amiga ou inimiga devido a falta do
sistema de identificação amigo-inimigo, isso acabou despertando a atenção para poder
perceber o contributo deste sistema no cumprimento das missões da radiotécnica.

Para a obtenção da resposta do problema, elaborou-se hipóteses e procurou refuta-las com


base na pesquisa feita no estudo. Por essa razão, escolheu o método hipotético-dedutivo.

2.2 Tipo de pesquisa

2.2.1 Quanto a forma de abordagem do problema

Pesquisa Qualitativa, considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o
sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do
sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenómenos e a
atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso
de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte directa para colecta de
dados, e o pesquisador é o instrumento-chave. (GIL, 2006).

Se você estivesse conduzindo um estudo sobre o estresse provocado por trabalho nocturno e
adoptasse o método quantitativo, seria útil colectar dados objectivos e numéricos, tais como
taxas de absenteísmo, níveis de produtividade, etc. Todavia, caso adoptasse um método
qualitativo, você poderia colectar dados subjectivos sobre o estresse enfrentado por
trabalhadores nocturnos em termos de percepções, saúde, problemas sociais e assim por
diante. (Collis & Hussey, 2005, p. 27).

Segundo Collis e Hussey, (2005). “A pesquisa qualitativa utiliza várias técnicas de dados,
como a observação participante, história ou relato de vida, entrevista e outros.”

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Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

Com base nas ideias acima citadas pode-se salientar que a pesquisa qualitativa tem em
consideração a qualidade dos dados obtidos não a quantidade por isso para a sua realização
não requer de métodos ou técnicas estatísticas, visto que o ambiente natural é a fonte directa
para a obtenção de dados.

Para que se pudesse chegar a resultados confiáveis o proponente teve que recorrer ao uso de
técnicas de colecta de dados tais como: questionário, entrevista e observação.

2.2.2 Quanto aos objectivos do problema

Quanto aos objectivos a pesquisa é de natureza explicativa.

Pesquisa Explicativa, aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o


porquê das coisas e, por isso, é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer
erros aumenta consideravelmente. Visa a identificar os fatores que determinam ou
contribuem para a ocorrência dos acontecimentos. Caracteriza-se pela utilização do método
experimental (nas ciências físicas ou naturais) e observacional (nas ciências sociais).
Geralmente utiliza as formas de Pesquisa Experimental e Pesquisa Ex-Post-Facto.
Metodologia indicada para orientar a coleta de dados em pesquisas que procuram estudar a
influência de determinados fatores na determinação de ocorrência de fatos ou situações.
(GIL, 1996).

O autor, para fazer face a sua pesquisa, recorreu a pesquisa explicativa, com a finalidade de
explicar o contributo do emprego do sistema de identificação amigo-inimigo no radar p-18
modernizado que se encontra localizado na 1ª companhia de radiolocalização de malhazine.
Pois esta técnica proporciona a obtenção de conhecimento que permite a explicação e a razão
da ocorrência de um determinado fenómeno.

2.2.3 Quanto a natureza

Quanto a natureza, a pesquisa é aplicada.

Segundo Silva e Meneses (2001, p.20) “A pesquisa aplicada objectiva gerar conhecimentos
para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e
interesses locais”.

Segundo Rodrigues (2007, p.3) a pesquisa aplicada “tem como objectivo investigar,
comprovar ou rejeitar hipóteses sugeridas pelos modelos teóricos”.

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Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

Fundamentando a conceitualização acima citada, a pesquisa aplicada tem como objectivo


fazer uma análise das hipóteses sugeridas para o trabalho, gerando conhecimentos essenciais
para aplicação real no contexto do objecto estudado. Isto, é para conduzir a melhor solução do
problema, falseando ou aprovando as respostas previamente selecionadas.

Esta pesquisa foi desenvolvida com a intenção de gerar conhecimentos e informações para
aplicação prática. Permitindo esclarecer deste modo o contributo do emprego do sistema de
identificação amigo-inimigo no rardar p-18 modernizado da 1ª CRL de Malhazine.

2.2.4 Do ponto de vista dos procedimentos técnicos

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, tratou-se de uma pesquisa bibliográfica.

Segundo Gil (1991), como citado em Silva e Meneses (2001, p.21), pesquisa é bibliográfica
quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, assim
como algumas fontes ou materiais disponibilizado pela internet.

Segundo Marques et al., (2006, p.55) pesquisa bibliográfica “é aquela cujos dados
secundários são obtidos mediante consulta feita nos livros, revistas, jornais, enciclopédias
[…] pode-se utilizar a técnica de fazer apontamentos, por meio de fichas de citações,
resumo ou esboço, sumário e de comentário e análise. Também são usadas as recensões,
resenhas e sínteses diversas.

Segundo Rodrigues (2007, p.4), pesquisa bibliográfica “recupera o conhecimento científico


acumulado sobre um problema”.

Segundo Gil (2002, p.44), A pesquisa bibliográfica “é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos
os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas”

Tendo em conta aos conhecimentos adquiridos pelas citações acima pode-se afirmar que a
pesquisa é bibliográfica quando for desenvolvido de materiais já publicados, onde o
investigador faz leitura de obras que desenvolvem um determinado estudo e que desperte em
si, a necessidade de aprofundar esse assunto a partir delas. Durante a realização da pesquisa, é
fundamental a exploração de jornais, revistas, materiais de internet, livros e bem como
artigos.

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Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

Foi feita a pesquisa bibliográfica, com intuitos de fundamentar de uma forma generalizada o
objecto de estudo deste trabalho, mais a partir de obras e materiais publicados e bem como
artigos e jornais que relatam o assuntos relacionado com o sistema IFF.

2.3 População ou universo

Segundo Silva e Menezes (2001, p.32) Universo ou população “é a totalidade de indivíduos


que possuem as mesmas características definidas para um determinado estudo”.

Sob ponto de vista do proponente, pode abordar população, como sendo um conjunto de
indivíduos que compartilham um determinado espaço físico, onde desempenham certas
tarefas definidas por um determinado objectivo.

Esta pesquisa foi desenvolvida na cidade de Maputo, dirigida exclusivamente para os oficiais
e sargentos da 1ª CRL, num total de 40 militares.

2.3.1. Delimitação do universo

De acordo com o universo referido acima, teremos:

 Oficiais da 1ª CRL 25 militares


 Sargentos da 1ª CRL 15 militares

2.4 Amostra

Segundo Silva e Menezes (2001, p.32), “Amostra é a parte da população ou do universo,


seleccionado de acordo com uma regra ou plano”.

Por outras palavras, pode-se dizer que a amostra constitui um conjunto de informantes que são
seleccionados num colectivo que pertence a um grupo de pessoas ou uma organização, para o
desenvolvimento da pesquisa, na medida em que será feita a colecta de dados. Estas
informantes podem ser seleccionadas de forma aleatória ou de acordo com o papel que cada
um desempenha no seu sector de actividades.

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Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

2.4.1 Tipo de amostra

Foi usada Amostra Aleatória simples pois:

Segundo Marconi e Lakatos (2001), “é aquela que se baseia na escolha aleatória dos
pesquisados, isto é, a selecção se faz de forma que cada membro do universo ou população,
tenha a mesma probabilidade de ser escolhido”.

O autor deste trabalho optou por esta amostra de modo a ter-se grande abrangência, visto que
do universo, foram retirados os que irão ser entrevistados e questionados, desta forma dando
possibilidades a todo o universo ter a possibilidade de ser escolhido. De modo a obter dados
mais ajustados a realidade.

Tabela 1: A amostra da pesquisa.

População Amostra Técnica de pesquisa


Oficias 15 Entrevista/questionário
Sargentos 5 Questionário
Total 20
Fonte: O autor do trabalho

2.5. Técnicas de pesquisa

2.5.1 Entrevista

A entrevista, segundo Marconi & Lakatos (1992) “é uma conversação efectuada face a face,
de maneira metódica, proporciona ao entrevistador verbalmente a informação necessária”.

Assim, pode-se entender a entrevista como sendo um procedimento utilizado na investigação,


para a obtenção de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema
social, onde o entrevistado fica face a face com o entrevistador. Esta técnica foi usada para
colher dados sobre o contributo do emprego do sistema de identificação amigo-inimigo no
cumprimento das missões da radiotécnica.

Atendendo e considerando no factor tempo assim como a disposição dos pesquisados o


proponente organizou uma serie de questões abertas e fechadas de modo a explorar mais as
ideias do pesquisado.

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 A entrevista foi direccionada somente aos oficiais da 1ª CRL num total de cinco (5)
militares.

2.5.2 Questionário

Segundo Gil (1999), “questionário é um instrumento de colecta de dados constituído por uma
série de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.

O questionário estava constituído na sua grande parte por questões abertas de modo a facilitar
o questionado no momento de dar as suas respostas, uma vez que este tem mais tempo para
analisar e responder as perguntas acaba sendo a técnica mais confortável em relação a
entrevista.

 O questionário foi empregue para colher dados dos sargentos assim como para os
oficiais da 1ª CRL, onde foram fizeram parte cinco (5) sargentos e quinze (15) oficiais

2.5.3 Observação directa

Segundo Gil (1999), “a observação directa é uma técnica usada para ver a dinâmica desta
actividade, como também, possibilitar a interacção entre o pesquisador e o grupo”.

Segundo Lakatos e Marconi (2003, p.194), a observação directa “consiste na participação real
do pesquisador com a comunidade ou grupo. Ele se incorpora ao grupo, confunde-se com ele.
Fica tão próximo quanto um membro do grupo que está estudando e participa das actividades
normais deste”.

Assim, pode-se fundamentar a observação participante como sendo o processo onde o


investigador se incorpora no seio de um grupo ou uma organização que desenvolve uma
actividade, de forma a obter informações que pretende investigar. Ele realiza normalmente as
actividades que se desenvolve, como se pertence-se ao grupo. No decorrer dessa realização,
ele constata a realidade dos factos que investiga neste fenómeno ou local de pesquisa.

Para além do questionário e da entrevista, também foi usada a observação directa. O autor
usou esta técnica, com vista a que pudesse observar de uma forma planeada a
operacionalidade do radar p-18 modernizado, das dificuldades encaradas por este com a falta
de um sistema de identificação com base nisso foi fácil desenvolver a pesquisa procurando
saber o contributo do emprego do sistema de identificação amigo-inimigo neste radar.

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Como se não basta-se, o autor usou o método estatístico como auxílio da pesquisa para
apresentar de forma percentual os resultados das respostas sobre a entrevista e questionários
feitos.

Como dizem Lakatos & Marconi (2001): “Usa-se a estatística para chegar as prováveis
conclusões, correlações e obter generalizações (embora admitam margem de erro) ”.

A escolha desta categoria de população e amostra para a aplicação das técnicas de colecta de
dados, teve em conta o local onde se desenvolvem as actividades e as posições que ocupam,
bem como as responsabilidades atribuídas no exercício de funções dos informantes.

Esta técnica ajudou na observação dos factos ao longo do processo de pesquisa no local onde
opera o radar p-18 modernizado da 1ª CRL, para o apuramento das informações que foram
colhidas durante a entrevista e questionário.

2.6 Procedimentos de apresentação e análise de dados

Para a apresentação dos resultados recolhidos durante a colecta de dados, foram usadas
tabelas contendo a frequência de informantes seleccionados para a resposta de uma pergunta,
agrupados de acordo com o grau de responsabilidade, no exercício de funções no seu sector
de trabalho. Essa frequência vem inserida de acordo com as respostas que cada informante
relata e estão representados os valores correspondentes às percentagens para a melhor
clarificação na análise dos dados.

2.7 Redacção final

A última etapa consiste em documentar os resultados obtidos e apresentá-los em forma de um


texto técnico-científico. É importante que contenha todos os tópicos apresentados de forma
clara para permitir uma melhor compreensão do trabalho, assim como de seus resultados e
conclusões.

CAPITULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

Este capítulo é reservado à análise e interpretação de dados recolhidos através de instrumentos


de colecta de dados pela complexidade do tema foram usadas várias técnicas para a colecta de
dados, de forma a apurar a veracidade dos factos, das quais se destacam: a entrevista, o
questionário e a observação directa.

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Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

Com esta actividade, permitiu-se a sistematização dos dados recolhidos durante o processo de
pesquisa, de forma a permitir uma análise profunda sobre o fenómeno.

A pesquisa teve como epicentro as unidades do 1º BIRT localizada no bairro de Malhazine,


Distrito Urbano Kamubukwana na Cidade de Maputo.

3.1 Caracterização do local de pesquisa

3.1.1 Breves considerações do 1º BIRT2

O 1º Batalhão Independente da Rádio Técnica é uma subunidade da Defesa Antiaérea que se


responsabiliza pelo controlo ininterrupto do espaço aéreo Nacional através do reconhecimento
por rádiolocalização, definição de alvos aéreos, sua composição, formação de combate,
direcção e parâmetros de voo e entrega destes dados às unidades de cooperação, assegurando
a direcção combativa destas unidades.

As Tropas da Radiotécnica fazem o reconhecimento aéreo, identificação de alvos aéreos,


detectam o inimigo aéreo, descobrem a sua composição e formação de combate, direcção de
acção de fogo, acompanhando-o em toda profundidade da zona de visibilidade dos radares e
posteriormente informar ao posto de comando superior, ao comando da 1 a Brigada de
Foguetes Anti-Aéreos, 1ª e 2ª Brigada de Infantaria motorizada em Maputo e Mapai;
Fornecem informações certas e oportunas aos Batalhões de Foguetes Anti-Aéreos dos alvos,
assegurar com informações de direcção combativa as unidades e subunidades da Defesa Anti-
Aérea.

1º Batalhão Independente da Radiotécnica esta sediado em Maputo e desdobrado em quatros


companhias Radiotécnicas em Malhazine, Moamba, Changalane e Massingir.

A figura II a baixo descreve o espaço sob jurisdição da missão combativa do 1° Batalhão


Independente da Radiotécnica que é de assegurar o controlo de toda a zona que esteja ao
alcance dos seus radares, permitindo assim a detenção de qualquer alvo aéreo que se desloca
no espaço aéreo da zona de cobertura. Mas actualmente os meios estão degradados não
conseguindo deste modo assegurar o controlo de toda sua zona de jurisdição.

Figura IV: Zona de reconhecimento feito pelo Radar do 1º BIRT

2
Secção das operações.
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Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

Fonte: 1a BMFAA (2010)

Para perceber a importância e a destinação do 1º BIRT, passaria necessário conhecer os


motivos da sua criação para compreender as implicações da degradação dos meios de
reconhecimento e controlo do espaço aéreo nas missões das tropas da radiotécnica.

3.1.2 Criação do 1º BIRT

O 1º BIRT foi criado na sequência da formação de jovens militares na ex-U.R.S.S. e por


ordem de serviço nº 0040/MDN/77 de 23 de Dezembro, composto de cinco (5) companhias de
radiolocalização (CRL), equipadas com estações P-12, P-15, P-37 (distanciómetro), PRV-11 e
meios de comunicação R-115 e R-405 e estavam desdobrados da seguinte forma:

 1ª CRL - Malhazine;
 2ª CRL – Inhaca:
 3ª CRL – Moamba;
 4ª CRL – Changalane;
 5ª CRL – Mapai.

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As Tropas da Radiotécnica (TRT) têm como missão garantir de forma ininterrupta o controlo
do espaço aéreo através do reconhecimento por radiolocalização, com vista a detectar e
identificar alvos aéreos. Detectam o inimigo aéreo, descobrem a sua composição e formação
de combate, direcção de acção, acompanhando-o em toda profundidade da zona de
visibilidade dos radares e entrega da informação ao posto de comando superior e às unidades
de mísseis antiaéreos e aviação de caça das nossas tropas para a tomada de decisão, também
ajuda na navegação da nossa aviação.

As tropas da radiotécnica asseguram a aviação militar durante o cumprimento das suas


missões combativas, fazendo acompanhamento e através do reconhecimento ininterrupto e
avisam a aeronave assegurada sobre qualquer aproximação de uma outra precavendo assim do
ataque de surpresa e colisão entre elas.

Com o objectivo de fazer cobertura aérea na zona sul do País, começou o emprego combativo
das tropas da radiotécnica com o desdobramento da 3ª CRL de Moamba no dia 20 de
Dezembro de 1978, fazendo a guarda combativa ininterrupta 24 horas por dia, controlando o
espaço aéreo da sua zona de responsabilidade, detectando violações do espaço aéreo nacional
e apoiando as operações da nossa aviação e tropas de foguetes.

Desta forma depois de se criar o 1º Batalhão independente da Radiotécnica, em 1979 foram


seleccionados militares para a formação do 2º Batalhão independente da Radiotécnica que foi
instalado na província de Sofala, distrito da Beira.

De acordo com a 1a Brigada Mista de Foguetes Antiaéreos (2010), a 3ª companhia de


rádiolocalização (CRL) de Moamba, fez o acompanhamento e registo da trajectória do voo
que vitimou o 1º Presidente da República Samora Machel em 19 de Outubro de 1986.

Este parágrafo vem sustentar o problema levantado, demonstrando que se naquele tempo os
meios estivessem degradados aquela companhia de radiolocalização (CRL) não conseguiria
acompanhar o voo referido no parágrafo anterior.

Este facto de não conseguir acompanhar a aviação amiga revela uma das implicações da
degradação dos meios de reconhecimento e controlo do espaço aéreo, isto é, com o radar
degradado, será difícil e ate quase impossível acompanhar a navegação das nossas aeronaves

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Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

seja no cumprimento das suas missões combativas como em voos de instrução controlando a
trajectória e os seus parâmetros.

 Actualmente, o 1° BIRT é composto por quatro companhias de radiolocalização (CRL),


nomeadamente:
 1ª CRL de Malhazine;
 2ª CRL de Moamba;
 3ª CRL de Changalane e
 4ª CRL de Massingir.

Actualmente alguns meios de reconhecimento e controlo do espaço aéreo do 1º BIRT


encontram-se operacionais e prontos para fazer o reconhecimento do espaço aéreo, actividade
que é desempenhada sem muita eficiência devido a falta (inoperacionalidade) do sistema de
identificação amigo-inimigo. Pois este sistema ajuda a determinar a pertença estatal das
aeronaves que sobrevoam no território nacional (zona sul), o que acaba comprometendo o
cumprimento das missões da tropa da radiotécnica.

Os dados estão agrupados em categorias conforme a natureza das perguntas dadas aos
elementos da amostra e, as respostas estão representadas em tabelas de acordo com as
questões feitas. Essas tabelas apresentam valores numéricos e percentuais que exprimem o
número e percentagem de pessoas que deram uma determinada resposta.

Este trabalho tem como objectivo, conhecer o contributo do emprego do sistema IFF no radar
P-18 modernizado para o cumprimento das missões da radiotécnica. Para o alcance deste
objectivo, fez-se a recolha de dados dos oficiais e sargentos afectos na 1ª CRL de malhazine
num total de vinte (20) informantes. Atendendo e considerando que na 1ªCRL, existem apenas
três 3 oficiais e mais ou menos quinze (15) sargentos, nãos se esquecendo dos quatro (4)
oficiais que ocupam alguns cargos na sede do batalhão.

3.2 Apresentação, análise e interpretação dos dados da entrevista

A entrevista obedeceu um roteiro de questões:

Foram entrevistados num total de 5 oficias da Radiotécnica, a saber: o comandante de pelotão


do radar p-18 modernizado, adjunto chefe do tirocínio, adjunto chefe das operações, chefe
técnico da 1ª CRL e adjunto chefe da SIC.

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Assim sendo para conhecer o contributo do sistema IFF na coordenação de fogo entre as
tropas da radiotécnica e outras unidades da DAA, fez-se as seguintes questões:

a) Como é que o sistema IFF ajuda na coordenação de fogo entre as tropas da


radiotécnica e outras unidades da DAA?

Segundo o chefe técnico da 1ª CRL de Malhazine

O sistema de identificação amigo inimigo é muito importante para o funcionamento eficaz de


um radar, principalmente quando se trata da coordenação de fogo entre duas forças ou mais.
Pois com o emprego do sistema IFF, é possível saber com exactidão a pertença estatal das
aeronaves, distinguir se é ou não violador de fronteira estatal, se é ou não voo autorizado e
com estas informações poderá ser simples para as unidades da DAA, tomarem decisões
perante a situação.

Para a mesma questão os outros oficiais contribuíram dizendo: a tropa da radiotécnica sendo o
olho da nação, tem como missão principal o controlo e reconhecimento do espaço aéreo do
espaço aéreo evitando deste modo a ocorrência de ataques surpresas e contribuir para
segurança do tráfego aéreo. Contudo é fundamental que se distinga se a aeronave em causa é
amiga ou inimiga, e depois de identificada com exactidão a natureza da aeronave, é
transmitida essa informação via rádio ao posto de comando conjunto (PCC), onde esta
informação será difundida para outras unidades da DAA, para posterior tomada de decisão.

b) Quais são as consequências da falta de um sistema de identificação amigo-inimigo na


coordenação de fogo entre as tropas da radiotécnica e outras unidades da DAA?

Segundo o adjunto chefe das operações do 1º BIRT

A falta do sistema IFF pode trazer as seguintes consequências:

 Ocorrência de fratricídios;
 Falta da identificação da pertença estatal da aeronave, isto é, não será fácil identificar
com exactidão se é uma aeronave amiga ou inimiga;
 Deficiente ajuda na navegação das aeronaves amigas.

Sujeitos a mesma questão os restantes oficiais disseram: com falta de um sistema de


identificação amigo-inimigo as tropas da radiotécnica não serão muito eficazes no
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cumprimento das suas missões, tratando-se de questões militares, é sempre necessário saber
de antemão em que situação o nosso espaço aéreo se encontra, pois o contrário poderá
contribuir para que haja dificuldades na navegação das aeronaves amigas, assim como em
caso de guerra podemos fazer fogo para abater as nossas próprias forças por falta de
conhecimento. Os danos causados pela falta de um sistema de identificação num campo de
batalha são imensuráveis.

De modo a identificar a importância do emprego do sistema IFF no radar p18 modernizado


para o cumprimento das missões da radiotécnica. De modo a satisfazer esse objectivo
levantou-se a seguinte questão:

c) Quais são as vantagens do emprego do sistema de identificação amigo-inimigo no


controlo e identificação da pertença estatal das aeronaves?

Segundo o adjunto chefe do tirocínio as vantagens do emprego do sistema IFF no controlo e


identificação da pertença estatal das aeronaves que sobrevoam no espaço aéreo são:

 Garantir uma ajuda eficaz na navegação das aeronaves amigas;


 Evitar a ocorrência de fratricídios;
 Garantir inviolabilidade do território nacional;
 Evitar violações de regime de voo.

Para os outros oficiais, as vantagens são inúmeras, porque com o emprego deste sistema, as
tropas da radiotécnica estarão em condições de cumprir com sucesso as suas missões, pois
será possível saber se uma dada aeronave é ou não violadora de fronteira, se é ou não inimiga
assim como ajudar a navegação das aeronaves amigas e garantir um bom tráfego aéreo. O
conjunto desses dados obtidos sobre uma aeronave será de grande benefício no que tange ao
processo de tomada de decisão, por parte das outras unidades da DAA.

Com vista a avaliar o impacto da falta do sistema IFF no radar p-18 modernizado para o
cumprimento das missões da radiotécnica, foi necessário responder as seguintes questões:

d) Quais são as limitações encaradas no funcionamento do radar p-18 modernizado sem


o sistema IFF?

Segundo o adjunto chefe das operações

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As limitações encaradas no funcionamento do radar p-18 modernizado sem o sistema IFF são:

 Não saber a pertença estatal das aeronaves;


 Dificuldade no acompanhamento da navegação das aeronaves amiga;
 Fraco acompanhamento da situação aérea.

Quanto aos outros oficiais, constatou-se que o radar p-18 modernizado, tem a possibilidade de
fazer o controlo e reconhecimento do espaço aéreo, dando a informação referente a
velocidade a que o alvo se encontra, a distancia e o azimute, por isso que com esta informação
fornecida pelo radar não é suficiente para concluir a natureza da aeronave, a pertença estatal,
saber se é amiga ou inimiga assim como também não é possível fazer o acompanhamento das
aeronaves amigas em caso de uma acção combativa e nem mesmo proporcionar um regime de
voo seguro.

e) Quais são as desvantagens do emprego do radar p-18 modernizado sem o sistema de


identificação amigo-inimigo?

Segundo o comandante de pelotão do radar p-18 modernizado:

As desvantagens do emprego do radar p-18 modernizado sem o sistema IFF são várias, de
todas elas a mais fundamental é o facto de não ser possível identificar com exactidão se a
aeronave em causa é amiga ou inimiga, assim sendo acaba inviabilizando o cumprimento das
missões das tropas da radiotécnica.

Os outros oficiais disseram que, para além da incapacidade de determinar se uma aeronave é
amiga ou inimiga, também estamos sujeitos a fazer fogo contra forças amigas devido a
insuficiência de informações sobre o regime de voo da mesma, assim como aumenta o índice
de vulnerabilidade aérea, dificuldades em acompanhar as aeronaves amigas no seu regime de
voo, fraca coordenação de fogo entre a radiotécnica e outras unidades da DAA.

f). Como é feito o controlo e identificação das plataformas aéreas no radar p-18
modernizado?

Segundo os oficiais entrevistados obteve-se a seguinte informação:

Actualmente o radar p-18 modernizado encontra-se a operar sem nenhum sistema de


identificação, por isso é difícil fazer o controlo e reconhecimento do espaço aéreo de forma
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eficaz pois sem este sistema de identificação não é possível saber qual é a natureza da
aeronave, isto é, não é possível determinar com exactidão se a aeronave em causa é amiga ou
inimiga.

E de modo a ultrapassar essas limitações foi necessário desenvolver um método empírico de


modo a obter o máximo de informações possíveis sobre as aeronaves detectadas pelo radar.
Assim sendo, subentende-se que uma aeronave é nacional quando estiver a sobrevoar no
território nacional, estrangeira aquela que sai para fora do país ou entra no território nacional,
internacional aquela que atravessa as nossas fronteiras estatais, inimiga provável aquela que
estiver a realizar manobras acrobáticas próximo ou em direcção as nossas fronteiras estatais.

g) O que é necessário para evitar a ocorrência de fratricídios por parte das aeronaves
amigas no radar p-18 modernizado?

Segundo o adjunto chefe das operações do 1º BIRT

Para evitar a ocorrência de fratricídios por parte das aeronaves amigas é necessário melhorar o
processo de identificação da pertença estatal das aeronaves amigas, evitar no máximo a
ocorrência de erros na identificação devido a semelhança dos alvos, assim como a existência
de operadores qualificados.

Quanto aos outros oficiais entrevistados acreditam que para poder se evitar a ocorrência de
fratricídios é necessário que exista um sistema de identificação que irá permitir colher
informações sobre a aeronave, dando informações se a aeronave é ou não inimiga.

3.3 Apresentação, análise e interpretação dos dados do questionário

Neste subtítulo são demonstrados todos resultados colhidos através do questionário. Todos
resultados colhidos serão demonstrados através do uso de tabelas que foram representados em
forma de percentagem de modo a facilitar a compreensão dos mesmos.

Para o questionário foram elaboradas sete (7) questões relacionadas com as hipóteses. No
questionário as questões foram em torno do mesmo assunto colocado na entrevista, mas de
forma detalhada, responderam as questões 20 militares dos quais 15 oficiais e 5 sargentos,
afectos 1º BIRT.

Assim sendo fez-se a seguinte questão:

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a) O radar p-18 modernizado do 1º BIRT possui um sistema de identificação amigo-


inimigo em funcionamento?

Tabela II: proporção dos militares questionados na 1ª questão.

Amostra N° dos Respostas Percentagem das


questionados respostas

Sim Não Sim Não

Oficiais 15 0 15 0% 75%

Sargentos 5 0 5 0% 25%

Total 20 0 20 0% 100%

Fonte: Autor do trabalho

Para esta questão foram questionados 20 militares, dos quais vinte (20) correspondentes a
100% responderam dizendo que o radar p-18 modernizado do 1º BIRT não possui nenhum
sistema de identificação amigo-inimigo.

Feita a analise dos dados seguiu-se a interpretação dos mesmos, onde os vinte (20) militares
questionados e correspondentes a 100% afirmam que actualmente o radar p-18 modernizado
do 1º BIRT, encontra-se a operar sem nenhum sistema de identificação, apenas faz-se a
detecção dos alvos, determinação das suas coordenadas (azimute e distancia).

A ocorrência de fratricídios no campo de batalha tem sido motivo de preocupação para os


comandantes, pois é um fenómeno que acontece de forma involuntária. Uma das causas que
leva a ocorrência deste fenómeno é a falta de coordenação entre as forças. Principalmente
quando se trata de ataques aéreos é sempre necessário saber se a aeronave em causa é amiga
ou inimiga, depois de se ter essa informação será mais simples tomar qualquer decisão de
acordo com a situação.

Com vista a obter dados sobre como evitar a ocorrência de fratricídios das plataformas aéreas
fez-se a seguinte questão:

b) Pode-se evitar a ocorrência de fratricídios das plataformas aéreas com o emprego do


sistema de identificação amigo-inimigo no radar p-18 modernizado?

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Tabela III: proporção dos militares questionados na 2ª questão

Percentagem das
N° dos Respostas
Amostra respostas
questionados
Sim Não Sim Não
Oficiais 15 15 0 75% 0%
Sargentos 5 5 0 25% 0%
Total 20 20 0 100% 0%

Fonte: Autor do trabalho

No total dos 20 militares questionados, dos quais vinte (20) correspondentes a 100%
responderam positivamente dizendo sim é possível evitar a ocorrência de fratricídios com o
emprego do sistema de identificação.

Depois de feita a analise dos dados seguiu-se o processo de interpretação dos mesmos, onde
100% dos militares questionados acrescentaram dizendo que no decorrer de uma guerra é
normal que se verifique situações em que duas forças amigas possam fazer fogo uma para
com a outra devido a falta de identificação entre elas, então com a existência do sistema de
identificação amigo-inimigo, não será possível a ocorrência de tal tragédia pois será possível
saber se uma determinada forca é amiga ou inimiga.

Uma vez que a tropa da radiotécnica tem como missão fazer o controlo e reconhecimento
ininterrupto do espaço aéreo de modo a garantir a segurança e inviolabilidade do espaço aéreo
nacional, devem manter constante comunicação com outras unidades da DAA (unidades de
fogo), para que em caso de uma eventual invasão, a ameaça seja destruída atempadamente.

Contudo para obter informações sobre a influência do sistema IFF na coordenação de fogo
entre a TRT e outras unidades da DAA, fez-se a seguinte questão:

c) É possível garantir uma boa coordenação de fogo entre as tropas da radiotécnica e


outras unidades da DAA com o emprego do sistema IFF?

Tabela IV: proporção dos militares questionados na 3ª questão

Percentagem das
Respostas
Amostra N° dos questionados respostas
Sim Não Sim Não
Oficiais 15 15 0 75% 0%

Academia Militar “Marechal Samora Machel”50


Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

Sargentos 5 5 0 25% 0%
Total 20 20 0 100% O%

Fonte: Autor do trabalho

Para a questão foram submetidos num total de 20 militares, dos vinte (20) correspondentes a
100% responderam positivamente afirmando que sim é possível garantir uma boa
coordenação de fogo entre a TRT e outras unidades da DAA.

Depois de analisados os dados seguiu-se a interpretação dos mesmos, onde os 20 militares


questionados correspondentes a 100% responderam positivamente (sim), assumindo que o
sistema de identificação amigo inimigo é muito importante para o funcionamento eficaz de
um radar, principalmente quando se trata da coordenação de fogo entre duas forças ou mais.
Pois com o emprego do sistema IFF, é possível saber com exactidão a pertença estatal das
aeronaves, distinguir se é ou não violador de fronteira estatal, se é ou não voo autorizado.

Atendendo que a tropa da radiotécnica constitui o olho da nação, tem como missão principal
o controlo e reconhecimento do espaço aéreo evitando deste modo a ocorrência de ataques
surpresas e contribuir para segurança do espaço aéreo nacional. Contudo é fundamental que se
distinga se a aeronave em causa é amiga ou inimiga, e depois de identificada com exactidão a
natureza da aeronave, é transmitida essa informação via rádio ao posto de comando conjunto
(PCC), onde esta informação será difundida para outras unidades da DAA, para posterior
tomada de decisão.

d) O radar p-18 modernizado pode cumprir com sucesso as missões da radiotécnica sem
o emprego do sistema de identificação amigo-inimigo?

Tabela V: proporção dos militares questionados na 4ª questão

Percentagem das
Respostas
Amostra N° dos questionados respostas
Sim Não Sim Não
Oficiais 15 0 15 0% 75%
Sargentos 5 2 3 10% 15%
Total 20 2 18 10% 90%

Fonte: Autor do trabalho

Academia Militar “Marechal Samora Machel”51


Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

Como mostra a tabela dos 20 militares questionados, dos quais dezoito (18) correspondentes a
90% responderam dizendo que não. E os restantes dois (2) correspondentes a 10%
responderam dizendo sim.

Feita a analise dos dados seguiu-se a interpretação dos mesmos, os que responderam não
correspondentes a 90%, assumiram categoricamente que o radar p-18 modernizado não pode
cumprir com sucesso as missões da radiotécnica, pois este apresenta muitas limitações que
poderão levar ao fracasso no campo de batalha, visto que sem o sistema IFF o radar p-18
modernizado só pode fazer o controlo e reconhecimento do espaço aéreo, dando a informação
referente a velocidade a que o alvo se encontra, a distancia e o azimute, por isso que com esta
informação fornecida pelo radar não é suficiente para concluir a natureza da aeronave, a
pertença estatal, saber se é amiga ou inimiga assim como também não é possível fazer o
acompanhamento das aeronaves amigas em caso de uma acção combativa e nem mesmo
proporcionar um regime de voo seguro.

Para os dois (2) militares correspondem a 10% responderam dizendo sim é possível cumprir
com sucesso as missões da radiotécnica sem o emprego do sistema IFF no radar p-18
modernizado pois estes defendem que o radar fornece informações suficientes para o
cumprimento das missões da TRT.

Uma vez que o radar p-18 modernizado da 1ª CRL encontra-se a operar sem o emprego do
sistema IFF, surge a necessidade de se perceber como é que os militares pesquisados avaliam
o funcionamento deste sem o sistema IFF. Contudo foi necessário levantar a seguinte questão:

e) Como avalia o funcionamento do radar p-18 modernizado sem o emprego do sistema


IFF?

Tabela VI: proporção dos militares questionados na 5ª questão

Percentagem das
Respostas
Amostra N° dos questionados respostas
Bom Suficiente Mau Suficiente
Oficiais 15 0 15 0 75%
Sargentos 5 4 1 20% 5%
Total 20 4 16 20% 80%

Fonte: Autor do trabalho

Academia Militar “Marechal Samora Machel”52


Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

Dos 20 militares submetidos a esta questão, dezasseis (16) correspondentes a 80%


responderam que o funcionamento do radar p-18 modernizado sem o sistema IFF é suficiente.
Enquanto os restantes quatro (4) correspondentes a 20% consideram como bom o
funcionamento do radar p-18 modernizado sem o sistema IFF.

Feita a analise dos dados e a posterior interpretação, onde 80% dos que responderam dizendo
que é suficiente o funcionamento do radar sem o sistema IFF, afirmam dizendo que, apesar do
radar p-18 modernizado não conseguir fornecer dados de forma especifica sobre uma
aeronave, isto é, identificar a pertença estatal ou mesmo dizer se a aeronave é ou não amiga.

Contudo o radar está em condições de fazer o reconhecimento e controlo do espaço aéreo de


forma ininterrupta, sendo possível obter informações referentes a localização, distancia e
velocidade a que o alvo se encontra. Enquanto quatro (4) militares questionados e que
correspondem a 20% consideram bom o funcionamento do radar sem o sistema IFF, pois o
radar consegue detectar os alvos e fornecer dados suficientes acerca do alvo em causa.

f) É possível garantir a segurança na navegação das aeronaves civis e militares sem o


emprego do sistema IFF?

Tabela VII: proporção dos militares questionados na 6ª questão

Percentagem das
Respostas
Amostra N° dos questionados respostas
Sim Não Não Sim
Oficiais 15 0 15 0% 75%
Sargentos 5 5 0 20% 5%
Total 20 5 15 20% 80%

Fonte: Autor do trabalho

Para esta questão foram submetidos 20 militares, onde quinze (15) correspondentes a 75%
responderam dizendo não, e os restantes cinco (5) responderam dizendo sim.

Feita a analise dos dados seguiu-se a interpretação dos mesmos, onde os que responderam não
com uma taxa percentual de 75% afirmam dizendo que não é possível garantir a segurança na

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Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

navegação das aeronaves civis nem militares porque com a falta do sistema de identificação
amigo-inimigo não é possível conhecer a pertença estatal da aeronave ou mesmo saber se a
aeronave em causa é amiga ou inimiga, e sem esta informação não é possível garantir uma
navegação segura das aeronaves. E os restantes cinco (5), que correspondem a 25%
responderam dizendo sim, pois para estes o radar fornece informação suficiente para garantir
a segurança na navegação das aeronaves civis assim como militares.

g) Com o emprego do sistema IFF no radar p-18 modernizado é possível fazer o controlo
e identificação da pertença estatal das aeronaves que sobrevoam no território nacional?

Tabela VIII: proporção dos militares questionados na 7ª questão

Percentagem das
Respostas
Amostra N° dos questionados respostas
Sim Não Não Sim
Oficiais 15 15 0 0% 75%
Sargentos 5 5 0 0% 25%
Total 20 20 0 0% 100%

Fonte: Autor do trabalho

Para esta questão foram questionados 20 militares, correspondentes a 100% responderam


positivamente (sim).

Feita a analise dos dados seguiu-se posteriormente a interpretação dos mesmos, onde os
militares questionados e que corresponde a 100%, afirmaram dizendo que para um controlo
eficaz do espaço aéreo é necessário que sejam identificadas todas aeronaves, isto é, saber a
sua pertença estatal, para que seja possível garantir um bom tráfego aéreo assim como evitar
ataques aéreos surpresa.

3.4 Apresentação, análise e interpretação dos dados da observação directa

Nesta técnica de Colecta de dados o proponente teve o privilegio ou a possibilidade de


observar que o Radar p-18 modernizado localizado no 1º BIRT que representa um
instrumento importante para o reconhecimento e controlo do espaço aéreo por
radiolocalização, devido a possibilidade de visualizar todo e qualquer objecto letal no espaço
aéreo, não deixando nenhuma dúvida para quem controla o espaço aéreo para assegurar o
perfeito funcionamento das operações no ar e acompanhamento da aviação amiga, devido a

Academia Militar “Marechal Samora Machel”54


Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

necessidade da execução regular da chamada detecção, localização e identificação


(radiolocalização) das aeronaves no ar e condução para o sucesso das operações da DAA.

Essa radiolocalização tem como principal objectivo garantir segurança dos serviços prestados
com a finalidade de conhecer a pertença de toda e qualquer aeronave que sobrevoa no espaço
aéreo do território nacional, uma vez que mantém aferido e operando todos os equipamentos
de auxílio à navegação aérea, aproximação e pouso.

Apesar destes aspectos positivos proporcionados pelo radar, este apresenta certas limitações
por exemplo o radar por si só não consegue fornecer informações suficientes que permitam
identificar uma certa aeronave, isto é, não consegue fornecer informações referentes a
pertença estatal da aeronave, não dá a possibilidade de saber se a aeronave em causa é amiga
ou inimiga e com todas essas limitações acabam comprometendo o cumprimento das missões
da tropa da radiotécnica assim como das outras unidades da DAA. Pois o emprego deste
sistema no radar é de grande importância uma vez que para além de dar informações credíveis
sobre os alvos detectado também ajuda a evitar a ocorrência de fratricídios e garantir a
segurança do espaço aéreo nacional.

Devido a falta do sistema de identificação, o proponente percebeu que fica comprometida a


missão das tropas da radiotécnica, pois depois de detectado o alvo é necessário saber se o alvo
em causa é inimigo ou não, e para que isso seja necessário é preciso que se instale um sistema
de identificação amigo-inimigo que permita obter informações necessárias sobre o alvo
detectado e também facilitar o processo de tomada de decisão por parte das outras unidades da
DAA e o posto de comando superior.

3.5 Discussão e confrontação das hipóteses com os dados colhidos

Este trabalho possui apenas três hipóteses, nesta parte são discutidas e confrontadas as
hipóteses com os dados colhidos no terreno na base de entrevistas, questionários e
observação.

A primeira hipótese dizia: O emprego do sistema IFF no radar p-18 ajuda no controlo e
identificação da pertença estatal das aeronaves que sobrevoam no espaço aéreo.

De acordo com os dados colhidos e apresentados na tabela oito (VIII), em que se colocava a
seguinte questão: com o emprego do sistema IFF é possível fazer o controlo e identificação da

Academia Militar “Marechal Samora Machel”55


Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

pertença estatal das aeronaves que sobrevoam no território nacional? Onde dos 20 militares
questionados que corresponde a 100%, afirmaram dizendo que sim, pois para um controlo
eficaz do espaço aéreo é necessário que sejam identificadas todas aeronaves, isto é, saber a
sua pertença estatal, para que seja possível garantir um bom tráfego aéreo assim como evitar
ataques aéreos surpresos.

O Sistema IFF é uma forma de reconhecimento entre plataformas navais, terrestres e aéreas,
executado por intermédio de um pulso de interrogação feita por um interrogador a bordo de
uma das plataformas, para a qual é emitida e um pulso de resposta por um transponder em
outra plataforma. Caso a resposta esteja correcta, ou seja, conste de uma lista de códigos do
sistema de inteligência, o possível alvo pode ser reconhecido como amigo. Se o alvo não
responde, ou seja, permanece passivo, não é possível identifica-lo electronicamente. (Wurts,
2010).

Conjugando a resposta obtida pelos questionados com a literatura consultada, na análise feita
por Wurts, sobre o contributo do emprego do sistema IFF no radar p-18 modernizado para o
cumprimento das missões da radiotécnica e com base na observação feita pelo proponente, é
confirmada a 1ª hipótese.

A segunda hipótese dizia: A falta do sistema IFF no radar p-18 modernizado inviabiliza o
cumprimento das missões da tropa da radiotécnica.

Os dados colhidos e apresentados na tabela cinco (V), em que se respondia a seguinte


questão: O radar p-18 modernizado pode cumprir com sucesso as missões da radiotécnica sem
o emprego do sistema de identificação amigo-inimigo? Foram questionados 20 militares,
onde, os que responderam não correspondentes a 90%, assumiram categoricamente que o
radar p-18 modernizado não pode cumprir com sucesso as missões da radiotécnica, pois este
apresenta muitas limitações que poderão levar ao fracasso no campo de batalha, visto que sem
o sistema IFF o radar p-18 modernizado só pode fazer o controlo e reconhecimento do espaço
aéreo, dando a informação referente a velocidade a que o alvo se encontra, a distancia e o
azimute, por isso que com esta informação fornecida pelo radar não é suficiente para concluir
a natureza da aeronave, a pertença estatal, saber se é amiga ou inimiga assim como também
não é possível fazer o acompanhamento das aeronaves amigas em caso de uma acção
combativa e nem mesmo proporcionar um regime de voo seguro. Para os dois (2) militares
correspondem a 10% responderam dizendo sim é possível cumprir com sucesso as missões da
radiotécnica sem o emprego do sistema IFF no radar p-18 modernizado pois estes defendem
que o radar fornece informações suficientes para o cumprimento das missões da TRT.

Academia Militar “Marechal Samora Machel”56


Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

Através dos dados colhidos pela observação directa constatou-se que o radar possuía
dificuldades em identificar se a aeronave detectada é amiga ou inimiga, assim como não era
possível saber a pertença estatal das aeronaves que sobrevoavam no território nacional, para
tal usavam-se métodos empíricos que forneciam informações não fidedignas.

O radar, embora parecesse oferecer uma solução brilhante ao problema da detecção, logo
apresentou um inconveniente principal. Emitindo pulsos poderosos de energia de rádio e
detectando os ecos emitidos, era possível descobrir os aviões entram a distância
considerável, mas não se podia dizer a que tipo de avião os ecos se referiam ou a qual lado
pertenciam, amigo ou inimigo. (Sitraer, 2008)

Com base nestas informações assim como nos dados obtidos através da observação directa no
terreno e conjugadas com a literatura consultada, na análise feita pela Sitraer, (vigilância
aérea. Desmistificando as tecnologias de vigilância dependente automática por radiodifusão e
multilateração). A segunda hipótese é confirmada.

A terceira hipótese dizia: O emprego do sistema IFF no radar p-18 modernizado ajuda
para uma boa coordenação de fogo entre as tropas da radiotécnica e outras unidades da
DAA.

Os dados recolhidos e representados na tabela quatro (IV), que respondiam a seguinte


questão: É possível garantir uma boa coordenação de fogo entre as tropas da radiotécnica e
outras unidades da DAA com o emprego do sistema IFF? Onde os 20 militares questionados
correspondentes a 100% responderam positivamente (sim), assumindo que o sistema de
identificação amigo inimigo é muito importante para o funcionamento eficaz de um radar,
principalmente quando se trata da coordenação de fogo entre duas forças ou mais. Pois com o
emprego do sistema IFF, é possível saber com exactidão a pertença estatal das aeronaves,
distinguir se é ou não violador de fronteira estatal, se é ou não voo autorizado. Atendendo e
considerando que a tropa da radiotécnica sendo o olho da nação, tem como missão principal o
controlo e reconhecimento do espaço aéreo evitando deste modo a ocorrência de ataques
surpresas e contribuir para segurança do espaço aéreo nacional. Contudo é fundamental que se
distinga se a aeronave em causa é amiga ou inimiga, e depois de identificada com exactidão a
natureza da aeronave, é transmitida essa informação via rádio ao posto de comando conjunto
(PCC), onde esta informação será difundida para outras unidades da DAA, para posterior
tomada de decisão.

Academia Militar “Marechal Samora Machel”57


Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

Um sistema de identificação de forças amigas torna-se uma necessidade imperiosa, com o


objectivo prioritário de evitar ou minimizar a possibilidade de armas e munições, dirigidas a
alvos inimigos, provocarem baixas nas nossas forças. Onde eventuais deficiências poderão
originar limitações na eficácia dos sistemas de armas utilizados e um aumento de baixas nas
nossas forças, em resultado de acções fratricidas, particularmente em operações de natureza
aliada ou combinada. (Estriga, 2002).

Com base nestas informações assim como nos dados colhidos pela observação feita pelo
proponente e conjugadas com a literatura consultada, na análise feita por Estriga sobre
artilharia antiaérea e os sistemas de identificação. A terceira hipótese é confirmada.

CONCLUSÃO

Com base nos estudos feitos, concluiu-se que o emprego do sistema de identificação amigo-
inimigo no radar p18 modernizado que se encontra a operar no 1º BIRT é de grande
contributo para o cumprimento das missões das tropas da radiotécnica. Uma vez que a sua
missão é fazer controlo ininterrupto do espaço aéreo é necessário que os alvos detectados pelo
radar sejam identificados, isto é, saber a sua pertença estatal, isto é, se são amigos ou inimigo.
Pois o não emprego deste acaba inviabilizando o propósito da TRT, assim como a
coordenação de fogo para com outras unidades da DAA. Em concordância com a bibliografia
mencionada na pesquisa e a observação feita pelo proponente acaba por concluir que:

 O emprego do sistema IFF no radar p-18 modernizado contribui para uma boa
coordenação de fogo entre as tropas da radiotécnica e outras unidades da defesa
antiaérea;
 O emprego do sistema IFF, ajuda a evitar a ocorrência de fratricídios no campo de
batalha;
 Com o emprego do sistema IFF garante-se o controlo e reconhecimento ininterrupto do
espaço aéreo assim como ajuda no sucesso das missões da TRT;

Academia Militar “Marechal Samora Machel”58


Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

 Sem o sistema IFF o radar p-18 modernizado não pode identificar a pertença estatal da
aeronave ou mesmo dizer se uma aeronave é amiga ou inimiga;
 Com o emprego do sistema IFF pode se garantir uma navegação segura das plataformas
aéreas amigas;
 Sem o sistema IFF, o espaço aéreo fica vulnerável a qualquer ataque aéreo do inimigo
sem a sua identificação atempada.

SUGESTÕES

Com base na conclusão feita deste trabalho de pesquisa é possível perceber de forma mais
esclarecida, sobre o contributo do emprego do sistema de identificação amigo-inimigo no
radar p-18 modernizado do 1º BIRT, com base nas conclusões tiradas pode-se deixar as
seguintes sugestões:

 Em primeiro lugar sugere-se que deve ser instalado um sistema de identificação amigo-
inimigo;
 O radar p-18 modernizado não pode operar sem o auxílio do sistema de identificação
amigo-inimigo;
 Deve-se traçar medidas e estratégias de modo a evitar a ocorrência de fratricídios no
campo de batalha;
 É necessário que o sistema de identificação esteja sempre operacional, de modo a
aumentar a qualidade de desempenho do radar;
 Não se deve usar métodos empíricos para determinar se uma aeronave é ou não inimiga
devido a evolução tecnológica das aeronaves;

Academia Militar “Marechal Samora Machel”59


Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

 Deve-se instalar um software de actualização de planos de voos da LAM e fazer-se a


cobertura em toda profundidade;
 Deve-se garantir uma boa e ininterrupta coordenação entre as tropas da radiotécnica e os
serviços de tráfego aéreo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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de informação e comunicação aeronáutica: Regulamento de aviação civil. Moçambique.

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Estriga, H. P. (2002). A Artilharia Antiaérea e os Sistemas de Identificação. Boletim


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Lakatos, E. M. & Marcone, M. de A. (2003). Fundamentos de Metodologia Científica. (5.ed.).


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Manual Técnico de Mecanismos de Exploração de Radar P-18. (1985). Ed. Militar em Língua
Russa Moscovo, Traduzido pelo coronel Rui de Rosário.

Marcondes, R.C. (2006). Manual para Elaboração da Monografia, Universidade


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Martins, M. G. (2006). Metodologia Aplicada à Pesquisa Científica. Brasil.

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Portugal, Ministério da Defesa. Estado-Maior do Exercito. (2003). MC 18-20


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Raytheon, 2008, “AN/APX-100 (V) IFF Mark XII Transponder Set”, Disponível em:
<http://www.raytheon.com/capabilities/rtnwcm/groups/ncs/documents/content/rtn_ncs_pro
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Sitraer (2008). Vigilância aérea. Desmistificando as tecnologias de vigilância dependente


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Wurts, E. J. (2010). Identificação amigo-inimigo nativa do Brasil: perguntas e respostas.


Exército brasileiro, (s. ed.) Rio de Janeiro-Brasil.

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Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

APÊNDICE

APÊNDICE 1: ENTREVISTA DA PESQUISA

Entrevista

1. Quais são as limitações encaradas no funcionamento do radar p-18 modernizado sem o


sistema de identificação amigo-inimigo?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2. Quais são as desvantagens do emprego do radar p-18 modernizado sem o sistema de


identificação amigo-inimigo?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

3. Como é feito o controlo e identificação da pertença estatal das plataformas aéreas?

Academia Militar “Marechal Samora Machel”63


Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
____________________________________________________________________

4. Quais são as vantagens do emprego do sistema IFF no controlo e identificação da pertença


estatal das aeronaves que sobrevoam no espaço aéreo?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

5. Como é que o sistema de identificação amigo-inimigo ajuda na coordenação de fogo entre


as tropas da radiotécnica e outras unidades da DAA?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

6. Quais são as consequências da falta do sistema de identificação amigo-inimigo na


coordenação de fogo entre as tropas da radiotécnica e outras unidades da DAA?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

7. O que é necessário para evitar a ocorrência de fratricídios por parte das aeronaves amigas?

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

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Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

APÊNDICE 2: QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

Questionário

O presente questionário faz parte de uma pesquisa académica para a elaboração de trabalho
de monografia a ser apresentado na Academia Militar “ Marechal Samora Machel” para
obtenção do grau de licenciatura em ciências Militares. Ele tem como o problema a ser
investigado o seguinte: Ate que ponto o emprego do sistema de identificação amigo-inimigo
no radar p-18 modernizado pode contribuir para o cumprimento das missões da radiotécnica?

De salientar que este inquérito não visa avaliar o nível de conhecimento mas sim colher
informações referentes ao contributo do emprego do sistema de identificação amigo-inimigo
no radar p-18 modernizado do 1º BIRT.

Escolha e marque X apenas uma opção que for mais conveniente.

1. O radar p-18 modernizado do 1º BIRT possui um sistema de identificação amigo-inimigo


em funcionamento?

Sim ( ) Não ( )

2. Pode se evitar a ocorrência de fratricídios das plataformas aéreas com o emprego do


sistema de identificação amigo-inimigo no radar p-18 modernizado?

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Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

Sim ( ) Não ( )

3. É possível garantir uma boa coordenação de fogo entre a tropa da radiotécnica e outras
unidades da DAA com o emprego do sistema IFF?

Sim ( ) Não ( )

a) Justifique.

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

4. O radar p18 modernizado pode cumprir com sucesso as missões da radiotécnica sem o
emprego do sistema de identificação amigo-inimigo?

Sim ( ) Não ( )

5. Como avalia o funcionamento do radar p18 sem o sistema IFF?

Bom ( ) Suficiente ( ) Mau ( )

6. Com o emprego do sistema IFF no radar p-18 modernizado é possível fazer o controlo e
identificação da pertença estatal das aeronaves que sobrevoam no território nacional?

Sim ( ) Não ( )

7. É possível garantir a segurança na navegação das aeronaves civis e militares sem o


emprego do sistema IFF?

Sim ( ) Não ( )

a) Justifique

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

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Emprego do Sistema de Identificação Amigo-inimigo no Radar p-18 Modernizado

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