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Módulo de higiene ocupacional – Professor Kengiro Suezawa Camargo
Resumo
A área de engenharia de segurança busca a melhoria e adequação de ambientes laborais para evitar o
risco à saúde do trabalhador, através de medidas preventivas, mitigadoras e corretivas. É sabido que as
instalações industriais são projetadas e construídas tendo como objetivo a garantia de qualidade de seu
produto, muitas vezes deixando de lado a preocupação com a higiene do ambiente de trabalho. Os
agentes de risco estão presentes em todas as atividades laborais, sendo estes causadores de danos à
saúde do trabalhador. O Brasil, por ser um dos maiores produtores e exportadores de carnes do mundo,
possui também uma grande quantidade de trabalhadores expostos aos mais diversos riscos, entre eles o
frio. O desconforto térmico, além de provocar diversas doenças relacionadas à temperatura de
exposição, também afeta a produtividade do trabalhador. Este trabalho buscou analisar a exposição do
trabalhador ao frio no setor de desossa de um frigorífico, como se ele fosse localizado no estado do
Mato Grosso. Para isso, foram analisadas as normas relacionadas à insalubridade. A conclusão foi de
que as leis e normas nacionais possuem escassez de informações quando o tema abordado é o frio. De
acordo com o observado, o ambiente de desossa é considerado insalubre, porém a função de
desossador só é insalubre se os riscos a que eles estão expostos não forem neutralizados pelo uso de
EPIs e não forem cumpridos os regimes de trabalho e descanso propostos.
Palavras-chave: Frio. Insalubridade. Frigorífico.
Abstract
The safety engineering area seeks to improve and adapt work environments to avoid risks to workers'
health, through preventive, mitigating and corrective measures. It is known that industrial installations
are designed and built with the objective of guaranteeing the quality of your product, often leaving
aside the concern with the hygiene of the work environment. The risk agents are present in all work
activities, which cause damage to the worker's health. Brazil, as one of the largest meat producers and
exporters in the world, also has a large number of workers exposed to various risks, including cold.
Thermal discomfort, in addition to causing various diseases related to the temperature of exposure,
also affects the worker’s productivity. This work aimed to analyze the exposure of workers to cold in
the refrigeration sector of a meat cold system, as if it were located in the state of Mato Grosso. For
this, it was analyzed the regimentations related to unhealthiness. The conclusion was that, as national
laws and norms, there is a lack of information when the subject is cold. According to what was
observed, the deboning work area is considered unhealthy, however, the function executed in
deboning is unhealthy only if the risks that the workers are exposed won’t be mainly neutralized by
the use of PPE and if they don’t mainly obey the proposed work and rest regimes.
2. REREFENCIAL TEÓRICO
Lemos (2016) define o setor de desossa como o local em que acontece o corte do
traseiro da carne bovina decorridas 24 horas em resfriamento após o abate do animal. A parte
chamada de traseiro é içada em um trilho, a qual chega ao setor por meio de polias rolantes,
assim, os trabalhadores com uma faca cortam e separam as partes do traseiro, para
posteriormente, em peças menores, seguirem para o próximo processo.
A sala de desossa de sequestro, assim como definido na Portaria Nº 914ª do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2014), responsável por Regulamentar a Inspeção
Industrial e Sanitária em Estabelecimentos de Carnes e Derivados, trata em seu Título III deve
ser climatizada de forma que a temperatura ambiente não ultrapasse 12º C (doze graus
Celsius).
A Portaria Nº 914ª do MAPA (2014) ainda cita especificações quanto às paredes da
sala de desossa, que devem ser de material liso, lavável e impermeável até o teto e de cor
clara. A respeito dos equipamentos utilizados pelo desossador para realizar suas atividades, a
norma ainda especifica que as facas, chairas e demais utensílios utilizados devem ser
higienizados em intervalos regulares, durante os procedimentos da seção da desossa.
Atividade insalubre, conforme definido pela CLT (1943), em seu artigo 189 são
aquelas que, “por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados
a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.” Esta definição também está
presente na Norma Regulamentadora N°15 (2019) do MTE na qual são previstos os limites de
tolerância citados pela CLT. Apesar da norma abordar diferentes tipos de agentes físicos,
químicos e biológicos, a Norma não define limites de tolerância específicos para todos eles.
Caso comprovada que a atividade exercida por trabalhadores é insalubre, é
assegurado ao trabalhador, de acordo com a NR 15, o recebimento de adicional, em
porcentagem, que incide sobre o salário mínimo. Essa porcentagem é definida de acordo com
o grau de insalubridade da atividade, de acordo com a Tabela 1:
O mapa a que se refere o artigo 253 da CLT, de acordo com a Portaria N°21 (1994) do
MTE, é o mapa "Brasil Climas'' - do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE da
SEPLAN, publicado no ano de 1978, apresentado na Figura 3.
Figura 3 - "Brasil: Climas" (Fonte: IBGE, 1978).
No que diz respeito ao conforto térmico, a Norma Regulamentadora N°36 diz que as
medidas preventivas, tanto de caráter individuais e coletivas ou técnicas, organizacionais e
administrativas, deve propiciar conforto térmico aos trabalhadores expostos a ambientes
artificialmente refrigerados. Essas medidas devem envolver, segundo a norma, no mínimo:
a) controle da temperatura, da velocidade do ar e da umidade;
b) manutenção constante dos equipamentos;
c) acesso fácil e irrestrito a água fresca;
d) uso de EPI e vestimenta de trabalho compatível com a temperatura do local e da
atividade desenvolvida;
e) outras medidas de proteção visando o conforto térmico.
4. RERERENCIAL TEÓRICO