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Filipe Fernandes Justus

Hipertexto: Cirrose Alcoólica

UEPG
04/08/2010
Filipe Fernandes Justus

Hipertexto: Cirrose Alcoólica

Trabalho de redação de um Hipertexto


abordando o tema “Cirrose Alcoólica”
para a Disciplina Integradora do curso
de Medicina da Universidade Estadual
de Ponta Grossa - UEPG

Professor: Dr. Ricardo Zanetti Gomes

UEPG
04/08/2010
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo esclarecer e citar alguns assuntos inerentes ao tema “Cirrose
Alcoólica”, levando em conta aspectos biológicos e socioculturais dessa patologia. Aborda-
se a cirrose hepática propriamente dita, suas causas, seus sintomas e seus tratamentos, há
um enfoque específico nestes, pois a variedade terapêutica para o tratamento de cirrose ain-
da é bastante reduzida, embora existam inúmeros estudos nessa área, um exemplo é a pes-
quisa relacionada a células-tronco, tão difundidas pela mídia atualmente. A cirrose alcoóli-
ca é um dos tipos de cirrose hepática, causada pela ingestão excessiva de bebida alcoólica,
o álcool gera inúmeros problemas no organismo, dentre os quais, as disfunções hepáticas
são as mais graves e eminentes, além do estigma social que ele carrega, que faz com que o
consumo de álcool seja tão comum e muitas vezes doentio, principalmente em homens. O
alcoolismo é uma doença de caráter biológico e psicológico, reconhecido pela OMS, essa
patologia está bastante ligada ao estigma sociocultural da ingestão de bebidas alcoólicas.

Palavras-chave: Cirrose, álcool, alcoolismo, fígado.


Glossário: palavras do Artigo “Tempo de alcoolismo no desenvolvimento de
doenças orgânicas em mulheres tratadas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, SP,
Brasil”.

-Pelagra: atualmente a pelagra, doença nutricional causada deficiência da vitamina B3


(Niacina), não é uma doença tão comum quanto no passado, mas pode ser encontrada com
certa freqüência em nosso meio, principalmente entre idosos, desnutridos e alcoólatras.

Fonte: http://www.medicinageriatrica.com.br/2009/03/29/pelagra/

-Ascite: é o nome dado ao acúmulo de líquido no interior do abdome, mais especificamente


no peritônio (também conhecida como "barriga d´água" ou hidroperitônio).

Fonte: http://www.hepcentro.com.br/ascite.htm

-Teste U de Mann-Whitney: é um teste feito em pesquisas para comparar duas populações


médias oriundas de uma mesma população.

Fonte: http://www.statisticssolutions.com/methods-chapter/statistical-tests/mann-whitney-u-test/

-Esteatose Hepática: também conhecida como “fígado gorduroso”, é o depósito de gordura


no fígado. Costuma ser assintomática, mas em alguns casos pode ocasionar dor abdominal.
Suas causas mais freqüentes são obesidade, diabetes mellitus e alcoolismo.

Fonte: http://www.saudeinformacoes.com.br/materias_ver_materia.asp?id=209
Cirrose Hepática: A cirrose hepática é o resultado final de anos de agressões ao
fígado, sendo caracterizada pela substituição do tecido hepático normal por nódulos e
tecido fibroso. No fundo, nada mais é do que a cicatrização do fígado. Onde deveria haver
tecido funcionante, há apenas fibrose (cicatriz).

Como era de se esperar, quanto mais extensa for a cirrose, menor é o número de células
saudáveis e maior é o grau de insuficiência hepática. Em última análise, a cirrose é um
estado de falência do fígado, um órgão nobre sem o qual não conseguimos sobreviver.

-Sintomas da Cirrose:

Para um melhor entendimento, podemos dividir os sintomas da cirrose entre aqueles


causados pela insuficiência hepática, e aqueles causados pela hipertensão porta.

Todo o sangue vindo das veias do trato digestivo (estômago, intestinos, pâncreas...) e do
baço, drenam em direção a uma única grande veia que desemboca no fígado. Essa é
chamada de sistema porta ou veia porta.

A existência do sistema porta garante que todas as substâncias absorvidas pelo trato
gastrointestinal, passem primeiro pelo fígado antes de caírem na circulação sistêmica.

O paciente cirrótico possuiu um fígado cheio de fibrose (cicatriz), o que em fases


avançadas obstrui a chegada de sangue ao fígado. Quanto mais extensa for a cirrose, maior
é a obstrução ao sangue que chega pela veia porta.

Quando o sangue vindo dos órgãos abdominais encontra uma obstrução ao seu fluxo, a
pressão na veia porta aumenta. Começa então um processo chamado de hipertensão porta.

O sangue quando encontra uma obstrução, não fica parado esperando a mesma acabar. Ele
precisa voltar para o coração de alguma maneira, e se à frente há uma obstrução, o único
caminho é voltar por outras veias.

A veia porta é bem calibrosa, e suporta grandes fluxos de sangue. O mesmo não acontece
com as veias do resto do sistema digestivo. Quando o sangue que deveria ser drenado pela
veia porta, começa a retornar em grande quantidade por veias colaterais, surgem as varizes
(veias dilatadas).

A circulação colateral ocorre superficial e profundamente (especialmente no esôfago, no


estômago e nos intestinos). Os sinais e sintomas causados pela hipertensão do sistema porta
são:

-Anemia, plaquetopenia (quantia baixa de plaquetas) e leucopenia (quantia baixa de


leucócitos): decorrentes da retenção das células sanguíneas no baço, o que faz com que ele
elimine mais células do que o necessário.

-Esplenomegalia: também decorrente do acúmulo de sangue no baço.


-Hemorragias Digestivas: ocorrem porque a circulação colateral não está preparada para
tamanho fluxo sanguíneo, o que facilita a ruptura dos vasos.

-Ascite: causada por dois fatores, hipertensão porta e deficiência de albumina. O risco de
desenvolvimento de periotonite com a evolução do quadro é grande.

Os sinais e sintomas causados pela hipertensão porta costumam ser os responsáveis pelas
emergências médicas nos pacientes cirróticos, principalmente a hemorragia digestiva e a
peritonite.

Além desses sinais e sintomas, há aqueles causados pela insuficiência hepática, que são os
seguintes:

-Encefalopatia Hepática: são desordens do sistema nervoso que variam desde sonolência
até coma e morte. Isso acontece por causa do acúmulo de substâncias tóxicas que deviam
ser metabolizadas pelo fígado.

-Icterícia: decorrente do acúmulo de derivados biliares no organismo, as mucosas ficam


amareladas, sendo que a esclerótica é a região que mais fica evidente, além da pele. Fezes
claras e urina escura também são sinais de icterícia e, conseqüentemente, de doença
hepática.

-Ginecomastia: atingindo os homens, a ginecomastia é reflexo do desequilíbrio hormonal,


nesse caso do estrógeno, as mamas ficam mais evidentes e os pelos se reduzem.

-Falta de proteínas (Hipoalbuminemia): O fígado é responsável pela produção de várias


proteínas, entre elas a albumina. A falta de albumina causa edemas e ascite, além da
desnutrição destes pacientes. Outra proteína produzida no fígado é a vitamina K,
relacionada a coagulação do sangue. Doentes com cirrose avançada apresentam distúrbios
da coagulação.

Existem outros sinais e sintomas que devem ser salientados, pela importância diagnóstica e
terapêutica:

-Câimbras;
-Baqueteamento digital;
-Insuficiência renal (característica de quadros sem possibilidade terapêutica ou de
transplante);
-Eritema palmar (palmas das mãos avermelhadas).

A cirrose em fases iniciais pode ser assintomática. Nas fases finais, a maioria dos sinais e
sintomas descritos acima estão presentes.

-Causas da Cirrose:
As causas são inúmeras, hepatite autoimune (inflamação crônica do fígado), doenças
metabólicas, lesão hepática induzida por drogas ou toxinas, alcoolismo, distúrbios
vasculares, cirrose biliar (destruição progressiva das vias biliares) e cirrose criptogênica
(cirrose de etiologia desconhecida)

-Tratamento e Classificação da Cirrose:

A gravidade da cirrose é normalmente descrita pela escala de Child-Pugh, baseada em


parâmetros clínicos e laboratoriais.

De acordo com esses resultados, os pacientes são classificados em 3 classes: A,B e C,


sendo esta última a mais grave com mortalidade em 2 anos acima de 60%.

Existe também a classificação MELD, baseada na gravidade das análises de sangue.

Tanto o Child quanto o MELD são modos de se padronizar a gravidade da cirrose, servindo
também como base para a lista de transplante hepático, que é até o momento o único
tratamento efetivo para a cirrose.

Embora ainda não existam outras opções viáveis e efetivas para o tratamento da cirrose
além do transplante, cuidados simples podem aumentar a sobrevida do portador da doença
consideravelmente, como a melhoria dos hábitos de vida, diminuindo a ingestão de bebida
alcoólica e tendo uma alimentação mais saudável, por exemplo.
Fontes: http://www.hepcentro.com.br/cirrose.html e http://www.mdsaude.com/2009/07/cirrose-hepatica.html

Possibilidades Terapêuticas: como já citado acima, as opções


terapêuticas são extremamente reduzidas. Porém, avanços científicos possibilitam o
surgimento de novas alternativas no futuro, uma delas é o tratamento por células tronco.

Muito já se falou sobre a capacidade das células-tronco de se transformar em tecidos e


células do organismo. Mas é outra característica dessas células que permitirá tratar
problemas como cirrose hepática, acidente vascular cerebral (AVC) e doença de Chagas: a
capacidade de secretarem substâncias que estimulariam tecidos e órgãos a se regenerarem.
Ao entrar em contato com um tecido doente, as células-tronco produzem substâncias que
conseguem mudar a estrutura de um tecido danificado para que ele volte a funcionar –
resume o médico Guilherme da Motta Rezende, secretário executivo da Comissão de
Pesquisa em Terapia Celular do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF),
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e coordenador das pesquisas com
células tronco.
A ação é chamada de efeito parácrino e, nesse caso, parece ser obtida principalmente a
partir da administração de células-tronco da medula óssea. Os pesquisadores agora querem
descobrir mais sobre as substâncias produzidas no processo e como elas agem.
Oito pacientes com cirrose hepática – doença em que o fígado perde sua capacidade de se
regenerar – receberam células-tronco para que o efeito fosse estudado e em todos os casos o
fígado apresentou melhoras em seu funcionamento. Mas como a melhora foi temporária, os
pesquisadores buscam aprimorar a terapia.
Rezende acredita que o tratamento com células-tronco para cirrose, apesar de eficiente, não
substituirá o transplante de fígado, comum nos casos graves.
Como a espera por um transplante é muito longa, acreditamos que o tratamento dê suporte
para que o paciente possa esperar pela operação em condições de saúde satisfatórias –, diz o
médico.

Fonte: http://www.cordvida.com.br/noticias/Descoberto-novo-potencial-de-uso-para-as-celulas-tronco

Cirrose Alcoólica é o tipo de cirrose causado pelo alcoolismo, ou seja, pelas


lesões feitas no fígado pela ingestão de álcool.

O álcool pode provocar três tipos de lesões hepáticas: a acumulação de gordura (fígado
gordo), a inflamação (hepatite alcoólica) e o aparecimento de cicatrizes (cirrose).

O álcool fornece calorias sem nutrientes essenciais, diminui o apetite e empobrece a


absorção de nutrientes, devido aos efeitos tóxicos que exerce sobre o intestino e o pâncreas.
Em resultado disso, desenvolve-se desnutrição nas pessoas que regularmente o consomem
sem se alimentarem adequadamente.

Fonte: http://www.manualmerck.net/?id=143&cn=1153

O Álcool no Organismo é absorvido principalmente no intestino delgado, e


em menores quantidades no estômago e no cólon. A concentração do álcool que chega ao
sangue depende de fatores como: quantidade de álcool consumida em um determinado
tempo, massa corporal e metabolismo de quem bebe, quantidade de comida no estômago.
Quando o álcool já está no sangue, não há comida ou bebida que interfira em seus efeitos.
Os efeitos do álcool dependem de fatores como a quantidade de álcool ingerido em
determinado período, uso anterior de álcool e a concentração de álcool no sangue. O uso do
álcool causa desde uma sensação de calor até o coma e a morte dependendo da
concentração que o álcool atinge no sangue. Os sintomas que se observam são:

- Doses até 99mg/dl: sensação de calor/rubor facial, prejuízo de julgamento, diminuição da


inibição, coordenação reduzida e euforia;

- Doses entre 100 e 199mg/dl: aumento do prejuízo do julgamento, humor instável,


diminuição da atenção, diminuição dos reflexos e incoordenação motora;
- Doses entre 200 e 299mg/dl: fala arrastada, visão dupla, prejuízo de memória e da
capacidade de concentração, diminuição de resposta a estímulos, vômitos;

- Doses entre 300 e 399mg/dl: anestesia, lapsos de memória, sonolência;

- Doses maiores de 400mg/dl: insuficiência respiratória, coma, morte.

Esses sintomas existem porque as moléculas do álcool chegam até o cérebro. Um curto
período (8 a 12 horas) após a ingestão de grande quantidade de álcool pode ocorrer a
"ressaca", que caracteriza-se por: dor de cabeça, náusea, tremores e vômitos. Isso ocorre
tanto devido ao efeito direto do álcool ou outros componentes da bebida. Ou pode ser
resultado de uma reação de adaptação do organismo aos efeitos do álcool.

A combinação do álcool com outras drogas (cocaína, tranqüilizantes, barbituratos,


antihistamínicos) pode levar ao aumento do efeito, e até mesmo à morte.

O efeitos do uso prolongado do álcool são diversos. Dentre os problemas causados


diretamente pelo álcool pode-se destacar doenças do fígado, coração e do sistema digestivo.
Secundariamente ao uso crônico abusivo do álcool, observa-se: perda de apetite,
deficiências vitamínicas, impotência sexual ou irregularidades do ciclo menstrual.
Inflamações são as manifestações mais comuns inerentes ao consumo de álcool, alguns
exemplos são pancreatite, gastrite, neurite e hepatite.

Fonte: http://www.virtual.epm.br/material/tis/curr-bio/trab99/alcool/alcoolorganismo.htm

Alcoolismo é a dependência do indivíduo ao álcool, considerada doença pela


Organização Mundial da Saúde. Não há como falar sobre cirrose hepática sem
mencionar essa patologia. O uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas
alcoólicas pode comprometer seriamente o bom funcionamento do organismo, levando a
conseqüências irreversíveis.
A pessoa dependente do álcool, além de prejudicar a sua própria vida, acaba afetando a
sua família, amigos e colegas de trabalho.
Os alcoólicos, por outro lado, têm uma doença crônica. Eles são fisicamente dependentes
do álcool. Sentem necessidade de beber como as outras pessoas sentem necessidade de
comer e, uma vez que começam, dificilmente conseguem parar. Eles desenvolvem uma
tolerância ao álcool, precisando sempre de mais e mais bebida para sentir os mesmos
efeitos. Quando o alcoólatra tenta parar de beber, experimenta os sintomas da abstinência:
suores, náuseas, ansiedade, delírios, visões, tremores intensos e confusão mental.
De acordo com uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, mais de 17 milhões de
americanos abusam do álcool ou são alcoólatras. No Brasil, são 19 milhões de dependentes
do álcool, O alcoolismo nos Estados Unidos afeta mais homens que mulheres: cerca de
10% dos homens, comparados com 3% a 5% das mulheres, tornam-se alcoólatras durante a
vida. Homens que bebem 14 ou mais drinques por semana e mulheres que bebem mais de 7
apresentam risco de se tornarem alcoólatras. O alcoolismo é mais comum em jovens entre
18 e 44 anos do que entre idosos.

Sinais do alcoolismo:

- Você já sentiu que deveria diminuir a bebida?


- As pessoas já o irritaram quando criticaram sua bebida?
- Você já se sentiu mal ou culpado a respeito de sua bebida?
- Você já tomou bebida alcoólica pela manhã para “aquecer” os nervos ou para se
livrar de uma ressaca?
Apenas um “sim” sugere um possível problema. Em qualquer dos casos, é importante
ir ao médico.
Tão importante quanto a reabilitação biológica é a reabilitação social do indivíduo,
para esta existem grupos especiais, como os Alcoólicos Anônimos (AA) que são uma
irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências, forças e
esperanças, a fim de resolver seu problema comum, o alcoolismo.

Fontes: www.alcoolicosanonimos.org.br , http://saude.hsw.uol.com.br/alcoolismo1.html e


http://bvsms.saude.gov.br/html/pt/dicas/58alcoolismo.html

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