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Construindo um testículo

Russell, L.D. & França, L.R.

Tissue & Cell, 27: 129-147, 1995


Introdução
• O testículo é um órgão complexo
– Produz espermatozóides a partir das células germinativas
• Espermatogênese
– Produz esteróides sexuais
• Características sexuais secundárias
• Desenvolvimento das células germinativas
– Células somáticas: suporte ao desenvolvimento das células
germinativas
• Sertoli
• Leydig
• Peritubulares
– Estudos permitiram relacionar aspectos estruturais e funcionais.
Introdução
• O testículo é um órgão complexo

– Aspectos estruturais do testículo ainda não foram estudados no rato.

• Aspectos quantitativos da cápsula testicular

• Camada peritubular

• Células vasculares

– Este estudo é importante para se completar a compreensão da

estrutura e funcionamento testicular


Objetivos
• Preencher lacunas nas determinações superficiais e

volumétricas dos componentes testiculares de modo a

facilitar a compreensão da estrutura testicular.

• Construir um testículo com base nos componentes

morfométricos apresentados neste trabalho e dados

publicados na literatura.
Material e Métodos
• Animais e preparação de tecidos
– Os ratos utilizados neste experimento foram utilizados em um estudo
morfométrico anterior (YE et al., 1993), e os detalhes sobre os
animais e a preparação de tecidos foram apresentados neste
trabalho.

• Morfometria
– Quatro ratos foram utilizados para obter todos os parâmetros neste
estudo.

– O plano geral para determinação das variáveis morfométricas


baseou-se em procedimentos anteriores (Sinha Hikim et al., 1988,
1989ab).
Material e Métodos
• Camada Peritubular
– Montagens feitas de negativos tomados a 9.000X e posteriormente
aumentados para 22.100X e foram tomadas imagens de micrografia
eletrônica da camada peritubular (YE et al., 1993).

– O volume do núcleo das células mióides foi determinado em


microscopia óptica em secções seriais (1,38 µm; 1250X) de 5
núcleos por animal.

– O volume das células mióides foi determinado em micrografias


eletrônicas (5.900X) segundo a seguinte fórmula:
pontos.celulares
Volume.celular =  volume.nuclear
pontos.nucleares
Material e Métodos
• Camada Peritubular

– A densidade volumétrica das organelas das células mióides foi determinada

(22.100X) por contagem pontual de pelo menos 1000 pontos.

– O volume de cada organela foi determinada pela multiplicação de sua

densidade volumétrica pelo volume celular.

– A densidade superficial das membranas foi determinada conforme a fórmula:


2I
Sv = de intersecções da membrana plasmática e das membranas das
• I = número
Pt  Z
organelas

• Pt = número de pontos sobre a célula mióide

• Z = Comprimento da linha entre os pontos (com base no aumento).


Material e Métodos

• Camada Peritubular

– A área superficial foi calculada com base na seguinte fórmula:

S = Sv  V

• S = área superficial da célula mióide.

• V = volume da célula mióide.

• Cápsula Testicular

– Um retículo foi colocado sobre micrografias eletrônicas tiradas a

3.900X e o número de pontos sobre as células e material

extracelular foi determinado. Foram contados 4.600 pontos/animal.


Material e Métodos

• Vasos sanguíneos e tecido peritubular

– Um retículo contendo 441 pontos foi colocado sobre o tecido em

aumento de 1.250X. Pontos sobre a parede dos vasos sanguíneos,

lúmen vascular e tecido peritubular foram anotados. Foram contados

cerca de 50.000 pontos por animal.


Resultados e Discussão
• Estrutura testicular
– Dados referentes a rete testis não foram avaliados devido à

dificuldade de obtenção.

– Cápsula

• 77,3% da cápsula é formada por colágeno

• 22,7% por fibroblastos (Figuras 1, 2 e 3)

– Morfometria da camada peritubular (Tabela 1) mostra que a fração

celular predomina.

– Tabelas 2 e 3.
Resultados e Discussão
Tabela 1: Densidade volumétrica da camada peritubular (%) no rato

(média ± DP)

Matriz Extracelular 34,9 ± 0,6

Células mióides 42,1 ± 1,2

Células claras 2,1 ± 0,8

Células endoteliais 20,9 ± 1,7


Resultados e Discussão
Tabela 2: volume da célula mióide (µm³) e densidade volumétrica (%) dos

componentes intracelulares (média ± DP)

Componente Volume Densidade


Célula 807 ± 124 -
Núcleo 116 ± 14 14,4 ± 1,5
Citoplasma 691 ± 113 85,6 ± 1,5
Substância básica 606 ± 108 75,1 ± 3,4
Mitocôndrias 27,3 ± 4,2 3,4 ± 0,4
Retículo endoplasmático liso 31,6 ± 1,9 3,9 ± 0,5
Retículo endoplasmático rugoso 17,7 ± 1,8 2,2 ± 0,5
Complexo de Golgi e vesículas 4,7 ± 2,2 0,6 ± 0,3
Lisosomos 2,3 ± 1,4 0,3 ± 0,1
Corpos multivesiculares 1,2 ± 0,8 0,15 ± 0,1
Lipídeos 0±0 -
Resultados e Discussão
Tabela 3: área superficial da célula mióide (µm²) e densidade volumétrica

(%) dos componentes intracelulares (média ± DP)

Componente Volume Densidade


Membrana plasmática 5628 ± 1046 6,88 ± 0,23
Membrana nuclear 407 ± 46 0,53 ± 0,09
Membrana mitocondrial externa 443 ± 96 0,54 ± 0,03
Membrana mitocondrial interna 605 ± 118 0,74 ± 0,03
Retículo endoplasmático liso 1261 ± 276 1,54 ± 0,15
Retículo endoplasmático rugoso 821 ± 112 1,04 ± 0,09
Complexo de Golgi e vesículas 163 ± 65 0,23 ± 0,09
Lisosomos 73 ± 12 0,10 ± 0,02
Corpos multivesiculares 10 ± 5 0,02 ± 0,02
Resultados e Discussão
• Estrutura testicular
– Os dados apresentados completam a análise dos vários
componentes do testículo, com exceção da rete testis, devido à
dificuldade de avaliação.

– Estima-se que ela componha cerca de 1% do volume testicular.

– Composição volumétrica testículo

– Valores encontrados na literatura apresentam divergências


• Encurtamento diferencial do tecido conforme o método de fixação

• Técnicas morfométricas diferentes

• Tamanho da amostra variável

• Diferenças na interpretação das micrografias


Conclusões

• Os dados apresentados nesse trabalho servirão como

recurso de informação para o preenchimento de diversas

lacunas referentes às interações entre morfologia, fisiologia,

toxicologia e patologia.

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